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SUMÁRIO CAIO PESSAGNO
MOTIVOS PARA VOCÊ 10 OITO NÃO JOGAR POKER Caio Pessagno cita oito motivos “bastante” convincentes para você desistir de jogar poker.
CLAUDIO DAVINO
ESPECIAL 24. MESTRE MORAES Conheça um pouco mais sobre Rafael “GM_Valter”, brasileiro que ganhou mais de 1,5 milhão de dólares apenas neste ano.
18 HEADS-UP DISPLAY – PARTE I Davino explica como usar uma ferramenta que revolucionou o poker online, o HUD.
FABIANO “KOVALSKI1”
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MODELO CÍCLICO
Em sua estreia na Card Player Brasil, “Kovalski1” fala sobre a história da modalidade em que ele é especialista: o sit and go. FÁBIO MARITAN
E MAIS 60. CARD CLUB Clubes de poker.
62. THE BOOK IS ON THE TABLE O Livro dos Blefes, de Matt Lessinger.
profissional: Sua 48 Poker Mente Está Preparada? “F1oba” diz que a paixão pelo poker é pré-requisito para enfrentar os grandes desafios do esporte da mente
MOACIR MARTINEZ
54 VAMOS VER UM FLOP? No artigo desta edição, o matemático Moacir Martinez destrincha as probabilidades por trás das três cartas do flop.
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MOTIVOS PARA VOCÊ
NÃO
JOGAR POKER Por Caio Pessagno
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o artigo desta edição, vou tratar de um assunto delicado. Sabe quando você conta para aquele amigo desinformado que você quer jogar poker para viver e ele faz uma careta ou lhe olha como se você fosse uma espécie de alienígena? “Poker, desde quando isso é profissão”? Pois bem, acredito que ele possa ter lido em algum lugar o que vou expor para vocês hoje: oito motivos pelos quais você não deve pensar no poker como profissão.
1. TER LIBERDADE DEMAIS
Se você for um jogador de poker, vai ter um problema gigante pra resolver: você vai poder montar sua grade de horários, vai escolher os dias em que quer trabalhar, quantas horas vai trabalhar, que horas acordar, que horas dormir, onde vai trabalhar. Mas quem vai querer isso, né? Que trabalhão!
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Infelizmente, toda essa liberdade vai trazer também uma grande responsabilidade. Você aprende que liberdade não é sinônimo de vagabundagem. Afinal, para ter sucesso, você vai precisar ser responsável e, de fato, trabalhar duro, não importa onde, que horas e quantos dias por semana. Você aprende a ser responsável na marra, não tem escape.
tomar as decisões certas e que o resultado importante vem no longo prazo e não imediatamente. Você vai desenvolver paciência e disciplina para continuar trabalhando e estudando, e vai aprender a ter confiança no que está fazendo, sem se preocupar se perdeu ou ganhou em um determinado dia. Minha mãe sempre me disse que disciplina faz mal. Mais um bom motivo para não jogar então.
3. VAI PERDER, O TEMPO INTEIRO
5. VAI GANHAR SALÁRIO EM DÓLAR
Você vai sofrer muito, especialmente no início. Diariamente, vai ter grandes frustrações e vai perder muito mais do que ganhar. Para se tornar um jogador profissional, você precisa aprender a perder, mais cedo ou mais tarde. Quanto mais cedo, maior sua chance de sucesso. Esse é um dos principais motivos para não jogar poker. Isso é sério!
Como jogador de poker, você vai ganhar em dólar. Em tempos de desvalorização da nossa moeda, isso parece ser muito ruim, concordam?
2. VAI CRIAR RESPONSABILIDADE
4. VAI SE TORNAR MUITO DISCIPLINADO
6. VAI FAZER NOVOS AMIGOS
O poker tem outro problema: inevitavelmente, você será obrigado a socializar. O poker praticamente lhe força a ter contato com outras pessoas. Por ser um jogo totalmente democrático, você vai ter a chance
Enquanto aprende a perder, você vai aprender também a ter disciplina. Vai entender que o mais importante é
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de conhecer todo tipo de gente, de todas as idades, profissões e lugares do mundo. E vai fazer vários novos e bons amigos. Amigos? Para quê? Quem precisa deles? 7. VAI CONHECER NOVOS LUGARES
Não é preciso ser um jogador de topo para ter a chance de jogar torneios em vários lugares do Brasil e do mundo. Você pode se classificar pela internet e ter o azar de conhecer lugares como Las Vegas, Monte Carlo, Barcelona, Londres, Bahamas, Melbourne, Malta e por aí vai. Viajar dá muito trabalho, tem que fazer a mala, pegar avião, falar outra língua, fazer check-in e check-out no hotel etc. Tudo muito cansativo. Outro motivo para não jogar.
ou o Rafael Nadal. É totalmente impossível. Mas, no poker, qualquer um pode sonhar em jogar uma mesa final de WSOP ou EPT e, de quebra, enfrentar feras como André Akkari e Daniel Negreanu. É uma motivação saudável e realista. Ruim, né? E aí? Depois de ler este artigo, acho que dá para entender o porquê do espanto daquele amigo lá do início do texto. Realmente, ser um profissional de poker é muito ruim.
8. VAI TER SONHOS POSSÍVEIS
E finalmente: o poker vai te permitir sonhar. Se você joga tênis recreativamente, nunca vai poder sonhar em jogar a final de Wimbledon ou Roland Garros, por exemplo, nem enfrentar o Roger Federer
Caio Pessagno @CaioPessagno caiopessagno.com.br riverstyle.com.br
Caio Pessagno é o maior destaque do poker online brasileiro na atualidade. Jogador do Ano da Card Player Brasil em 2010 e 2011, ele quebrou os padrões do poker moderno com estratégias únicas e efetivas.
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oje, vou falar sobre algo que só existe no poker online e que todo jogador deveria explorar o máximo possível. Vou falar sobre o famoso HUD, sigla de Heads-Up Display, que basicamente é uma caixa em que aparecem diversas estatísticas acerca dos jogadores na mesa. Neste artigo, saberemos exatamente a porcentagem de vezes que determinado jogador faz 3-bets, desiste para pra uma continuation bet (c-bet) ou até mesmo com qual range de mãos ele abre de cada posição. Na figura ao lado, estou usando um dos programas que possui a função do HUD. Nele, estamos vendo as minhas estatísticas das últimas 18.000 mãos que joguei em março. Podemos ver diversas informações acerca do meu jogo. Estou utilizando no momento quase 50 estatísticas e ainda utilizo cerca de 10 pop-ups, que são caixas com mais estatísticas que se abrem quando coloco o mouse em cima de um número específico. Abaixo, um exemplo de uma pop-up com informações sobre como um determinado vilão joga 3-bet pots (potes que tiveram reraise antes do flop) depois do flop.
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Mas o mais importante é saber como usar isso a nosso favor. Para esta primeira parte, vamos conhecer as estatísticas básicas do HUD: número de mãos, VPIP e PFR e a forma que elas trabalham em conjunto. NÚMERO DE MÃOS Saber o número de mãos que temos dos vilões é fundamental para fazer uma boa leitura das estatísticas. Temos que ter certeza que ele jogou várias vezes a situação que aquela porcentagem representa para tomarmos a melhor decisão. Devemos tomar muito cuidado para não supervalorizar algumas informações quando tivermos poucas mãos dos adversários. VPIP (VOLUNTARY PUT MONEY IN POT) VPIP, também conhecido como VP$IP ou VP, é uma estatística fundamental usada em HUDs e que mostra a porcentagem de vezes que um jogador dá calls ou raises antes do flop. Por exemplo, se o VPIP de um jogador for 1%, ele provavelmente só estará jogando (pagando ou aumentando) com Ases ou Reis. Por outro lado, se o seu VPIP for 100%, ele estará jogando com qualquer mão que lhe for dada. Lembre-se que: – Todas as vezes que você fizer um raise pré-flop, você aumentará seu VPIP. – Todas as vezes que você pagar um raise pré-flop, você aumentará seu VPIP. Então, basicamente, o VPIP mostra a porcentagem de mãos que você gosta de jogar. Quanto mais mãos você jogar, maior será seu VPIP. Observação: o small blind (SB) e o big blinds (SB) não contam para o seu VPIP, já que você colocou dinheiro no pote por obrigação. Então, se você acabar vendo um flop depois de dar check no BB, ele não terá efeito no seu VPIP. Mas caso complete do SB, isso será contado, uma vez que você voluntariamente completou este valor. Para utilizarmos essa estatística com certa precisão, precisamos ter mais de 100
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mãos do vilão, sendo 500 mãos um número muito confiável. PFR (PRÉ-FLOP RAISE) O próprio nome já diz. Toda vez que damos raise pré-flop, aumentamos nossa porcentagem de PFR, seja dando um simples raise de três vezes o big blind ou aplicando uma 3-bet ou 4-bet. Basicamente, qualquer hora que você entra no pote com um raise, você estará contribuindo para a seus números de PFR. Esta estatística tem a mesma importância que o VPIP. Usando o PFR, podemos ter uma ideia de quão tight ou loose é o range de quem está aumentando pré-flop. Quanto maior for o número do PFR, mais amplo será o seu range. Enquanto o VPIP lhe diz a porcentagem que um jogador dá call e raise pré-flop, o PFR lhe diz a porcentagem de vezes que um jogador dá raise pré flop. Então, sempre que olharmos para o VPIP e PFR de um jogador, veremos que o PFR sempre será menor ou igual ao seu VPIP. Então, podemos deduzir que VPIP = PFR + Calls.
Na próxima edição, vou ensinar como interpretar o VPIP e o PFR, o que podem ser fundamentais para tomar as decisões com o melhor EV (Valor Esperado) em uma mão.
Cláudio Davino claudio@pokerlab.com.br fb.com/davinopoker instagram.com/davinopoker
Cláudio Davino é um dos destaques brasileiros em cash games on-line, especialista em NL200 (Zoom) e instrutor da PokerLAB.
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MeSTRE MORAES Por Marcelo Souza Fotos e foto de capa: Cesar Ovalle
A palavra “mestre” tem muitas definições, mesmo no dicionário, são dezenas: pessoa que ensina; o que é o mais importante; indivíduo que exerce um ofício por sua conta; pessoa que domina muito bem uma profissão, uma arte, uma atividade; e assim vai. No xadrez, o título de mestre vem acompanhado da palavra “Grão” ou “Grande”. Fazer parte do seleto grupo de Grandes Mestres (GM) é tarefa extremamente díficil. No Brasil, segundo a Federação Internacional de Xadrez, existem apenas 11 GMs ativos. No entanto, no poker, a conotação de mestre foi um pouco banalizada. É comum que em uma roda de amigos um se refira ao outro como “mestre”— em sinal de respeito, é verdade, mas a palavra perdeu sentido. Não para alguns jogadores. Alcançar o status de mestre do poker é ainda mais difícil que no xadrez. O termo é muito mais subjetivo. Não existe pontuação. Não existe mensuração. Ser um mestre do poker não significa apenas dominar o jogo, mas tornar o substantivo em adjetivo. É se tornar a personificação da palavra. É passar o conhecimento e seguir se aprimorando. É ensinar não apenas através de fórmulas matemáticas, mas com atitudes, ética e respeita ao próximo. Rafael Moraes não alcançou o sonho de se tornar um GM no xadrez, mas por um bom motivo: se tornar um Mestre no poker.
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Marcelo Souza: Por que o nick “GM_Valter”? Rafael Moraes: Esta história tem duas partes. Quando eu comecei a jogar poker, eu era menor de idade e apaixonado por xadrez. Jogava muitos torneios, quase que profissionalmente, daí vem o GM. E na época era um sonho. Se hoje a maioria das crianças quer se tornar um Neymar, na época, o que eu queria era ser GM. Já o Valter é porque eu fiz a conta no nome do meu pai. Aí ficou “GM_Valter”. Depois de dois anos, já maior de idade, liguei para o PokerStars e expliquei a situação. MS: E como foi o seu primeiro contato com o poker? RM: Foi em um torneio de xadrez. Teve uma época que muitos jogadores de xadrez começaram a jogar porque ambos pedem características bem semelhantes: disciplina, foco, controle de ansiedade, preparação, estudo e paciência para ficar dez horas sentado numa mesa. Eu já conhecia um pouco das regras e ao final de um desses eventos, juntamos dez pessoas e usamos as peças como fichas: Rei valia 500, Rainha 100, Peão 10 etc. O buy-in foi de 10 reais e eu ganhei. Aí o jogo me pegou (risos). MS: Você é um dos membros mais antigos do 4Bet, hoje também sócio. Como foi a entrada para o time e, consequentemente, a profissionalização? RM: Eu já conhecia o PokerStars e por influência de dois grandes amigos, o Thiago
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Crema, meu sócio e que está comigo desde sempre, e o Krikor, que se tornou Grão Mestre, comecei a jogar torneios baratos, sempre com eles. A gente dividia as premiações por três. Um belo dia cravei um torneio de $55 e ganhei 20 mil dólares. Eu tinha acabado de passar em uma das melhores faculdades do Brasil, a USP, para Engenharia, e agora? Meu pai é engenheiro, sempre trabalhei com ele, adorava tudo que envolvia a profissão. Meu pai já sabia que eu estava indo bem no poker. Eu tinha comprado um carro, ajudava em casa, mas até aquele momento eu ainda estava na faculdade. Quando resolvi sair, fui falar com meus pais. Meu pai sempre foi um grande exemplo para mim e sempre me apoiou em tudo, com o poker não foi diferente. Lembrome bem das palavras dele: “Ó Rafael, tudo bem. Só que eu quero saber como que isso funciona. Você vai fazer o seguinte: compra
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um livro de poker que eu vou ler. Você tira as minhas dúvidas e a gente vê qual é a desse poker”. Ele devorou o livro de um dia para o outro e me disse: “Olha, filho, estou com você. Acredito que você possa se dar bem nisso. Você é um cara inteligente, dedicado e muito novo. Se der errado, você volta para a faculdade e pronto”. E foi nesse ponto que entrei para o 4Bet e fui para a Poker Vila. MS: E depois de ler o livro, seu pai resolveu se arriscar nos feltros? RM: Sim (risos). Até hoje ele joga, usa o nick “GM_Moraes”. Ele gosta, entende, arrisca uns tiros nas mesas de NL5, NL2 e sempre me acompanha quando pode, principalmente nas retas de domingo. MS: A Poker Vila foi um dos projetos mais marcantes da história do poker brasileiro, pioneiro no quesito QG de poker. O que você poderia falar sobre? RM: A Poker Vila foi o diferencial pra mim. Tirei o máximo que ela poderia me dar. Eu respirei poker mais do que nunca. Hoje, como sócio do 4Bet, dou muitas aulas, tenho muitas responsabilidades e, às vezes, o lado jogador acaba ficando de lado. Lá, eu era 100% jogador. Foi essencial para
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minha formação como grinder. Morar em um ambiente com outros sete jogadores que eu gostava foi único. E ela me ajudou também muito no âmbito profissional. Quando eu fui para a Poker Vila, eu tinha 19 anos e era moleque. Foi algo extremamente importante para o meu amadurecimento. Eu aprendi o que era ser profissional e eu entendi o que era a profissão poker. MS: Você chegou a um nível em que há nada ou quase pouco para se aprender no Brasil. Quando se atinge esse patamar, como seguir evoluindo? RM: Conseguir conteúdo no Brasil é bem complicado. Acredito que o 4Bet está hoje no topo em relação a conhecimento. O negócio então é buscar “ajuda” fora. Estamos sempre atrás de bons coachings, mas é muito complicado. Para o que queremos, ou o cara cobra muito caro ou não tem interesse em passar conhecimento. No começo, a sua evolução é bizarra, você aprende as aplicações de SPR, floating, 3-bet light e seu aprendizado dá um salto. Mas em um determinado ponto, é preciso corrigir apenas detalhes, então é preciso muito cuidado para não estagnar. A curva de aprendizado, no começo, é ascendente. Depois, tende a ficar reta ou cair. Ainda bem que tenho dois monstros do poker ao meu lado para discutir mãos a todo tempo, o Will Arruda e Thiago Crema. Com eles, a cada dia aprendo alguma coisa nova.
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quando você entende a matemática do jogo profundamente, fica tudo muito mais fácil MS: Com quais jogadores de renome internacional vocês, do 4Bet, já fizeram coaching? RM: Bom, para citar dois caras muitos bons, posso falar do Mike “Times” McDonald, campeão de EPT; e do Galen Hall, campeão do PCA em 2011. MS: E tem algum profissional inacessível ou que vocês já foram atrás e não conseguiram? RM: Na verdade, sim. Um é praticamente impossível, simplesmente porque o cara não dá coaching. O outro já procuramos, mas a hora/aula custa mais de US$ 1.500. O primeiro é o Daniel Negreanu. Ele é sinistro. Joguei na mesa dele no high roller do EPT o tempo inteiro e ele é realmente é diferente. Ao vivo, o feltro é a segunda casa dele. O quão confortável ele joga é impressionante. Ele é meu grande ídolo no poker e não é o cara que mais ganhou dinheiro em torneios por acaso.
O outro é o Isaac Haxton. Ele sempre foi uma grande referência pra mim. Sempre venceu nos cash games mais caros de Omaha e hold’em, joga em alto nível todos torneios high stakes, ao vivo e online. Ele é extremamente técnico. Atualmente, é o cara com quem eu mais queria de ter um coaching. MS: Para alguém que estudou tanto, como você, quão importante é a matemática no jogo? RM: Eu sempre fui um amante da matemática e isso me ajudou muito no poker. Não acho que seja preponderante você ser um gênio da matemática. No nosso time, acho que uns 20 ou 30% não são bons em matemática, mas são ganhadores.
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No entanto, quando você sabe matemática, quando você entende a matemática do jogo profundamente, fica tudo muito mais fácil. Você percebe o porquê das coisas. Por que que eu tenho que pagar de A-K esse all-in? Por que eu tenho que dar fold? Se eu sei que aquela jogada foi boa, mesmo tendo perdido, não tem problema pra mim, porque a matemática mostra que no longo prazo é uma decisão vencedora. Quando o jogador não entende muito bem a matemática, ele acaba se orientando pelo resultado e pode ter problemas por isso. Mas se você quer chegar ao topo, estar entre os melhores, é preciso saber matemática. O cume da pirâmide é um lugar extremamente competitivo, sem espaço para erros e pontos fracos — e não saber matemática é uma falha grave. Como eu disse, não é preponderante, mas é um dos pilares do poker. MS: O melhor resultado da sua carreira veio recentemente, em um torneio de 90 mil reais no EPT. Em algum momento, você se sentiu pressionado?
RM: Não senti a pressão em nenhum momento. Na verdade, talvez eu tenha sentido, mas eu transformei essa pressão em vontade. Sempre dizia para mim que eu sabia o que deveria ser feito. No poker, muitas vezes você perde a coragem, mas se você colocar na sua cabeça que aquela decisão é a melhor, o medo pode até continuar ali no fundo, mas a decisão correta será tomada. Eu sempre quis estar ali. Eu queria mostrar para os outros caras que eu não era só mais um e que iria continuar ali, lucrando junto com eles. MS: Houve algum jogador que você pensou assim: “Nossa, esse cara realmente é muito bom”? RM: Sim, Alexandros “mexican22” Kolonias, o grego que ficou em segundo lugar no torneio. Ele joga os cash games
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mais caros de hold’em. Ele é muito bom. Só que ele é um daqueles bons que não atrapalham tanto. Ele não fazia muitas 3-bets, por exemplo, mas é um cara extremamente técnico, que não costuma entregar as suas fichas. O pós-flop dele era afiadíssimo. MS: E no Brasil, você poderia citar três jogadores que você considera estar acima do resto? RM: Não necessariamente nesta ordem: João Simão, Thiago Crema e Will Arruda. O João eu conheci mais nesse último ano, a gente viajou junto e foi um cara que me surpreendeu. Eu achava que ele estava em um nível, mas na verdade ele está acima. Como ficamos juntos, ele detectou rapidamente que tinha coisas a melhorar, justamente na parte matemática do jogo. Ele tem muita gana de melhorar, além de ter criatividade. O Crema eu estou com ele desde o começo. Ele tem uma criatividade ímpar para o jogo. E ele me passou um pouco disso. Se ele não estivesse ao meu lado por todos esses anos,
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eu não seria completo. Não tem ninguém que estudou tanto o jogo quanto a gente, a não ser, bem, isso me leva ao terceiro nome. O Will é um cara que não joga tanto, mas quando ele joga, ele ganha. Jogou, ganhou. Ele não perde. É bizarro. Mas ele é muito mais focado em ensinar — e essa é a grande paixão dele. Não tem ninguém, no Brasil, melhor que ele nesse quesito, com certeza. MS: Qual sua opinião sobre o ego no poker? RM: Acho que ego todo mundo tem um pouquinho. Uns mais, outros menos. Mas todo mundo tem isso em se sentir bom no que faz, se sentir melhor do que o outro. Inclusive, ego para muitos é pejorativo, mas é importante ter um pouco no poker. Se você não se sentir melhor do que os outros, você não vai ter confiança para vencer o cara. Mas é preciso saber controlá-lo ou você pode acabar se tornando arrogante. Eu me policio bastante para não deixar meu ego influenciar negativamente o ambiente ao meu redor.
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MS: Sua esposa, Lauriê Tournier, é uma jogadora de poker. Como é isso? RM: Ela me ajuda demais, em todos os sentidos e quesitos da vida: a me tornar um profissional melhor, um homem melhor, uma pessoa melhor, um jogador mais completo. O engraçado é que foi o Crema que me apresentou a Lari. Ela também jogava xadrez. E ela ser jogadora é um sonho. Debatemos muitas mãos e nosso crescimento é nítido. Ela é uma inspiração pra mim e, com certeza, sem ela, eu não estaria onde eu estou. MS: Para finalizar, o que você poderia falar para quem está começando no poker? RM: Vou dizer o que sempre digo para os jogadores que entram para o 4Bet: O poker é uma profissão como outra qualquer. Tem as suas peculiaridades, mas assim como a de um advogado ou um médico. Não é porque acertamos um “big hit”, que ficamos ricos. Você tem também os seus custos. Se você ganhou 20 mil em um mês, você vai viver como se seu salário fosse de 20 mil? Claro que não. É preciso ter planejamento para pagar seus buy-ins e suas despesas. Um profissional sabe planejar sua vida com seu ganho médio e não com seus “big hits”. Você, que está começando, deve fazer o mesmo.
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Por Fabiano “Kovalski1”
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ntre meados de 2004 e início de 2005, apenas alguns anos depois de ser introduzido no mercado americano, o poker online entrava no mercado brasileiro. Naquela época, brasileiros como Christian Kruel e Raul Oliveira faziam estragos nas mesas mais caras do Party Poker em torneios de mesa única (9 e 10 jogadores) que as entradas chegavam até US$ 2.000. Era um dos formatos preferidos dos jogadores amadores, o que tornou a modalidade muito popular também entre os profissionais. Por uma sequência de fatores, que vão desde a popularização dos grandes torneios até a grande melhora técnica dos profissionais, esses jogos se tornaram menos atrativos para os jogadores recreativos, fazendo com que eles deixassem de acontecer. Algum tempo depois foi a vez do Full Tilt Poker e seus divertidíssimos sit and go (SNG) de 90 jogadores TurboKnockout. Eu mesmo joguei eles por mais de um ano — e foram essenciais para eu
entender a dinâmica de torneios e exercitar o jogo short-stack. Ao mesmo tempo, o PokerStars focava nos SNGs de 180 jogadores, em que o primeiro lugar ganhava mais de 50 vezes o valor de entrada. Isso — e a velocidade rápida comparada aos torneios (cerca de duas horas de duração) — atraía, e ainda atrai, muitos jogadores recreativos e profissionais. Esse formato ficou ainda mais popular quando, em abril de 2011, estourou a Black Friday e o Full Tilt encerrou as suas atividades. Em 2007, um ano depois de o PokerStars lançar o seu VIP Club, o status de Supernova Elite foi adicionado, em que o jogador deve alcançar a marca de um milhão de VPPs, contando do dia 1º de janeiro até 31 de dezembro. Entre os principais benefícios desse status estava o multiplicador de FPPs — para o Supernova Elite cada VPP adquirido equivale em 5 FPPs para gastar na loja. Soma-se o bônus de 100.000 pontos, que vale US$ 1.600, e
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as clássicas “milestones”, premiações entre 2.600 e 20.000 dólares que são liberadas a cada 100 ou 200 mil VPPs. Resumindo, para alcançar o status de Supernova Elite, o jogador deve pagar US$ 182.000 de rake, mas receberá de volta US$ 123.000 em bônus, ou seja, 68% de rakeback — um valor muito alto se compararmos aos status anteriores, como o Supernova (30%) e o Platinum (20%). Isso novamente tornou atrativo os SNGs de mesa única, já que em um torneio de $100, em que pagamos $5 de rake, receberíamos $3,40 de volta. Ou seja, jogar 100 desses SNGs equivale a $340 só de bônus.
Mas o que era muito atrativo para os profissionais não era tanto para o jogador recreativo, que não iria jogar dezenas de milhares de torneios dentro de um ano para virar Supernova Elite (SNE). Foi aí que apareceram os hyper-turbos, torneios de seis pessoas em que os blinds sobem a cada dois minutos e que não duram mais do que 15 minutos. São jogos extremamente dinâmicos, com a adrenalina de vários all-ins por minuto e com o apelo dos VPPs para quem se interessar a chegar ao status de SNE.
Dinâmica de um torneio hyper-turbo
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Com o passar dos anos, foram adicionando novos buy-ins. Ainda me lembro do choque quando lançaram hyper-turbos de 200 dólares. Aquilo era sensacional. Aos poucos, esses jogos foram reacendendo os seu irmãos mais velhos, os tradicionais turbos, que demoram entre 25 e 40 minutos e têm uma estrutura de premiação parecida, algo como 65% para o primeiro e 35% para o segundo. Assim a dinâmica do jogo 3-handed (bolha) se torna muito complexa e divertida, tendo algumas raras situações em que você deve largar mãos como Q-Q ou A-K. O segundo “boom” em relação aos buy-ins veio em 2013, com os hyper-tur-
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bos de $300 e $500. Novamente foi uma surpresa ver mais de 10 desses torneios acontecendo ao mesmo tempo. Hoje, já temos hyper-turbos 6-max de até $1.000, e turbos de até $5.000. Posso afirmar, com toda a certeza, que o bom e velho SNG single-table, que há pouco tempo esteve ameaçado de extinção, se encontra agora mais forte do que nunca, com uma imensa comunidade de jogadores que apreciam esses 15 minutos, seja pela emoção de cada all-in ou pela complexidade de cada estratégia. O SNG está aí para ficar.
Fabiano “Kovalski1” Fabiano “Kovalski1” é um dos poucos brasileiros com o status de Super Nova Elite, um dos maiores especialistas em SNG do Brasil e possui mais de US$ 1,5 milhão em prêmios apenas na internet.
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POKER PROFISSIONAL:
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PREPARADA? Por Fábio “F1oba” Maritan
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ndependentemente de sua área de atuação profissional, não há como negar a relação entre vantagem competitiva e amadurecimento emocional. Falo de resiliência, ou seja, sua capacidade de tolerar a carga de atribuições que sua atividade requer, superando adversidades e evoluindo positivamente frente às situações. Ao longo dos últimos anos, falando especificamente baseado na experiência adquirida com a rotina de jogador profissional e na observação de boas referências, percebo o quanto jogadores que se mantêm em níveis competitivos são emocionalmente fortes. Não somente administram dezenas de telas, como
também estão zelando pelas suas emoções em simultâneo. Ora, você está lá focado em sua mesa, tomando as melhores decisões possíveis, quando você toma aquela bad beat dolorida. Automaticamente, seu cérebro liga a chave do estresse, emoções afloram e o lado racional fica de lado. Consequentemente, decisões precipitadas tendem a ser tomadas e o caos está instalado. Cair nessa armadilha tão natural pode custar caro demais. Sendo assim, os profissionais mais preparados encaram tudo isso com muita serenidade e não se deixam levar pelo impulso da emoção. Outro aspecto interessante é a relação entre otimismo, expectativa e frustração.
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Jogadores competitivos são geralmente otimistas, porém trata-se de um otimismo voltado para a direção de não sabotarem algo muito exigido quando estão em ação: a confiança. Ao mesmo tempo, esse otimismo não pode ser confundido com a criação de altas expectativas. Exemplificando: quando você é eliminado próximo a uma mesa final, a relação entre o tempo de esforço com a recompensa alcançada fica muito aquém do que seria caso você alcançasse a mesa final. Trata-se de um período muito crítico em que você está em guerra contra outros jogadores pensantes e tem de continuar tomando decisões acertadas, assumindo riscos, que podem ter como consequência todo o esforço indo rapidamente para o ralo. Em geral, quanto mais relevante para o jogador aquela premiação for, maior tende a ser a carga a ser tolerada. Dessa forma, se você cria uma expectativa muito grande para aquela mesa final e acaba sendo eliminado anteriormente, você não atinge uma satisfação previamente exigida, ou seja, você acaba se frustrando e envenenando seu emocional. Cabe lembrar que o exemplo foi dado para apenas um único torneio. Na realidade, dezenas de torneios são administrados simultaneamente e essa sensação toma proporções ainda maiores. Acima de tudo, deixando um pouco de lado os aspectos técnicos das atividades do poker profissional, fica evidente que aceitar o desafio de manter seu cérebro preparado para um nível competitivo tem como pré-requisito ter paixão e prazer pelo que se faz. Somente
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estando muito certo do que se quer e trabalhando na direção adequada, consegue-se a força necessária para bater as adversidades dia após dia. Sendo poker ou não, a dica que deixo hoje aqui é procurar atividades que lhe dão genuína satisfação. Atividades que todo ônus exigido seja visto como um grande desafio que será naturalmente aceito e consequentemente recompensado. Um grande abraço e até a próxima.
Fábio “f1oba” @f1oba
Fábio Maritan é jogador e instrutor do Samba Poker Team. Ele possui mais R$ 1,8 milhão em prêmios apenas no PokerStars.
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VAMOS
VER um flop ? Por Moacir Martinez
O
flop é um dos momentos mais aguardados do poker. São aquelas três cartas que, entre outras possibilidades, lhe levam para o céu ou para inferno. Não são poucos os jogadores que adoram ver um flop, principalmente no início do torneio, quando a relação stack e blinds ainda é bem tranquila. Como vocês já devem ter notado, no artigo de hoje, vamos falar um pouco sobre o flop. Ele pode vir em várias formas, ou como costuma-se dizer no meio, de diferentes texturas. Um flop pode vir seco, com draws, dobrado, rainbow etc. Hoje, vocês entenderão mais sobre as diversas probabilidades por trás do flop.
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QUANTO AOS NAIPES Existem três possibilidades de flop quando falamos de naipe. Ele pode ser monotone (três cartas do mesmo naipe), exemplo: A♦5♦4♦; rainbow (três cartas de naipes diferentes), exemplo: 3♠7♦5♥; ou com duas cartas do mesmo naipe, exemplo: K♣6♣7♥.
PROBABILIDADE Duas cartas do mesmo naipe Rainbow Monotone
55,08% 39,75% 5,16%
Caso você tenha duas cartas do mesmo naipe em sua mão, você ficará de flush draw no flop 10,94%, ou seja, 1 a cada 10 mãos. Em 0,84%, ou aproximadamente 1 a cada 120 vezes, você fará seu flush logo com as três primeiras cartas abertas.
QUANTO ÀS CARTAS Aqui, se não levarmos em conta o naipe, temos três possibilidades distintas. O bordo pode vir pareado (Q-Q-5), normal (K-8-2) ou com uma trinca (7-7-7).
PROBABILIDADE Três cartas diferentes Pareado Com uma trinca
82,82% 16,94% 0,24%
FLOPS ESPECIAIS Um flop especial é aquele que pode estar entre o que chamamos de “wet flops”, ou seja, que pode acertar a mão do adversário de várias maneiras. No primeiro exemplo de flop especial, vamos considerar aquele que traz duas cartas iguais e uma terceira diferente, mas com a possibilidade um flush draw. Por exemplo, J♦J♣Q♦. Flops com esses formatos aparecem aproximadamente 7% das vezes, ou seja, 1 a cada 14 mãos. Outro flop especial, um legítimo exemplo de “wet flop”, é aquele com cartas consecutivas, podendo ser de naipes repetidos ou diferentes, como 7-8-9. Nesses tipos de flops, você pode encontrar seu adversário com sequências prontas e, mais frequentemente, com draws para sequências e, às vezes, flush. No entanto, esse não é um formato muito comum de flop. Ele aparecerá cerca de 3% das vezes, ou seja, 1 a cada 33 vezes. Caberá a você estudar e analisar o que fazer com esses dados. Lembrando que o poker é um esporte situacional. As probabilidades não mudam, mas cada mão traz uma situação nova, com infinitas abordagens e possibilidades. 56
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Moacir Martinez mgbmartinez@uol.com.br
Moacir Martinez é jogador e estudioso na influência da matemática no poker, tanto no online como no live, e autor do livro Matemática Fácil do Poker.
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CARD CLUB
A Card Player Brasil acaba de criar o Card Club, um programa com vantagens únicas que levará as principais marcas de clubes de todo o País a você que nos acompanha em todas as nossas plataformas. Através do Card Club, qualquer clube do Brasil pode se tornar um parceiro da Card Player Brasil, tendo sua marca e seus torneios divulgados nas páginas da principal revista de poker da América Latina, edições impressa e digital; e, claro, nas nossas mídias sociais. Em breve, também em nosso site, uma seção exclusiva para os nossos parceiros. Você, dono de clube, que deseja formar uma parceria com a Card Player Brasil, basta enviar um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e ficar pode dentro dos detalhes de como fazer parte do nosso time.
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O Livro dos Blefes
2ª Edição
O Livro dos Blefes Como blefar e vencer no Poker Matt Lessinger
THE BOOK IS ON THE TABLE
Blefar. Nada é mais emocionante no poker que um bom blefe! É fácil abocanhar um pote com a melhor mão, mas é necessário muito talento para fazer isso com as piores cartas. Para se tornar um verdadeiro vencedor, é preciso aprender como e quando blefar. O Livro dos Blefes é o primeiro e único livro que ensina a dominar essa habilidade essencial. Aprenda a reconhecer situações de blefe, sentir fraqueza em seus adversários, executar diferentes tipos de blefes, fingir ter mãos fortes de maneira convincente e melhorar seu jogo estudando blefes famosos feitos pelos melhores jogadores, como Stun Ungar, Chris Moneymaker e Gavin Griffin. Seja você iniciante ou experiente, Matt Lessinger vai lhe mostrar a técnica para dominar seus adversários sem precisar usar as suas cartas.
CAPÍTULO TRÊS — Blefes Básicos (p. 63) Blefe #9. Todos Nós Partimos de Algum Lugar (p. 86) Embora esta mão tenha ocorrido há quatro anos, eu ainda me recordo claramente dela, em especial porque a reação de meu amigo foi muito verdadeira. Aquilo me lembrou de como é boa a sensação de descobrir algo novo na mesa de poker. O cenário: Mario, a figura central desta mão, jogava poker há apenas duas semanas, mas queria realmente aprender o jogo. De forma sábia, ele escolheu spread-limit seven-card Stud de $1-$5, a mesa mais barata oferecida em nosso salão local. O blefe: Mario começou a mão com o J♣ exposto e 10♦9♦ ocultos. Ele pagou o bring-in de $1, assim como outros três jogadores. Na fifth street, o bordo dele era J♣4♣2♣. Ninguém possuía um par visível, e o jogador à sua esquerda tinha um Ás como maior carta da mesa. Ele deu check, e todo mundo fez a mesma coisa até chegar a Mario, que também pediu mesa. Na sixth street ele conseguiu o 6♣. A mesa rodou em check de novo, e Mario finalmente puxou o gatilho e apostou. Todos desistiram rapidamente, e ele levou o modesto pote tendo apenas um valete como carta mais alta. Grau de Dificuldade:1 Índice de Sucesso: Muito Alto Frequência: Muito Alta
Os resultados: Depois daquela mão, Mario atravessou a sala de jogo me procurando. Ele descreveu o ocorrido e depois me falou: “Matt, essa foi a primeira vez que eu blefei”. “Sério? É uma sensação ótima, não é?” “Para falar a verdade, eu estava morrendo de medo! Quando todo mundo pediu mesa na fifth street, eu comecei a notar que eles temiam minha mão. Eu sei que isso deve soar idiota, mas aquela foi uma sensação inédita para mim”. “Não é idiota de maneira alguma. Eu entendo perfeitamente o que você quer dizer”. “É, daí eu senti que eles achavam que eu poderia ter um flush, mas ainda assim não me sentia confortável para apostar. Achei que deveria esperar pela última carta, já que eu não tinha nada”. “Não há nada de errado nisso”. “Eu sei, mas depois, quando eu consegui uma quarta carta de paus, e todo mundo pediu mesa até mim novamente, todos eles pareciam tão desconsolados! Como se estivessem resignados por ter perdido a mão. Eu achei que devia tentar. Além disso, eu poderia conseguir uma quinta carta de paus no river, certo?” “Com certeza. Você jogou corretamente. E pegou a cereja do bolo. Mandou bem, cara”. “Foi (risos). Eu não sei com qual frequência farei isso novamente. Blefar é muito estressante. Mas foi meio divertido também”.
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Hoje, quatro anos depois, Mario é um sólido jogador mid-limit que blefa como a maioria das pessoas, se não mais. E, na maioria das vezes, ele escolhe as oportunidades certas para fazer isso. A análise: Eu creio que um dos ritos de passagem para se tornar um bom jogador de poker é passar pelo seu primeiro blefe de sucesso. Se você é experiente, sabe que isso faz parte de qualquer sessão típica de poker. Na verdade, metade de seus blefes acontece tão automaticamente que você sequer pensa a respeito. Vamos nos colocar no lugar de Mario. Se fosse você que tivesse quatro cartas de paus à mostra na sixth street em uma partida de seven-card Stud, não hesitaria. Apostaria no flush de quatro cartas, todos desistiriam e o pote seria seu. Isso seria natural para qualquer jogador de Stud, e você possivelmente não pensaria duas vezes, nem iria se vangloriar por ter feito a coisa certa. A alternativa de pedir mesa e possivelmente dar fold seria tão covarde e idiota que você jamais se perdoaria por ter desistido de abocanhar um pote que deveria ter sido seu. Mas você ficaria surpreso com a quantidade de iniciantes que ficam aterrorizados só de pensar em executar esse blefe. Eles têm medo de que outros paguem a aposta, medo da vergonha de ter de mostrar uma mão que é um lixo. Mesmo os experientes devem se recordar que um dia sentiram isso. É preciso coragem para puxar o gatilho em um blefe, especialmente quando se está apenas começando a aprender o jogo. Para os iniciantes que estiverem lendo este livro, as emoções experimentadas por Mario devem ser bastante familiares. Elas não são nem um pouco incomuns, então não se sintam desencorajados. Todos os grandes jogadores sobre os quais você lê ou vê na televisão tiveram que começar em determinado momento, certo? Em algum ponto dessa jornada, passaram a se sentir confortáveis blefando regularmente. Se vocês ainda não atingiram esse estágio, não se preocupem. Ele virá, e este livro irá ajudá-los a acelerar o processo.
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TÍTULO: O LIVRO DOS BLEFES – COMO BLEFAR E VENCER NO POKER (The Book of Bluffs – How To Bluff And Win At Poker). AUTOR: Matt Lessinger NÚMERO DE PÁGINAS: 282 PREÇO: R$ 79,90 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com
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