POKER
ESPORTE E ESTILO DE VIDA
O FUTURO DOS HUDS
DOO Ú E T CON NAD CIO
SELE
BALANCEAMENTO EM CASH GAMES AO VIVO
SUMÁRIO ED MILLER
DE FORMA BALANCEADA 10 JOGANDO EM CASH GAMES AO VIVO Ed Miller mostra como o conceito de balancear o range é importante, mesmo quando tudo indica o contrário.
FÁBIO MARITAN
ESPECIAIS 36. ZIDANE DO POKER Entrevista exclusiva com Rodrigo Caprioli, o Campeão Brasileiro de Poker 2016.
DE OURO NO FIM DO 24 POTE ARCO-ÍRIS Aprenda o que é e como pode ser útil o VPIP, uma das informações mais preciosas para identificar o range de mãos do seu adversário.
GAVIN GRIFFIN
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DÉJÀ VU
Gavin analisa três mãos de um torneio local e mostra o quanto podemos aprender e adaptar enfrentando o mesmo jogador várias vezes. JONATHAN LITTLE
E MAIS 56. CADERNO PARTYPOKER Saiba como jogar em um dos sites que mais cresce no mundo.
64. CARD CLUB Clubes de Poker
48 PEDRAS NO CAMINHO CERTO Jonh Little analisa sua passagem pelo EPT e mostra que mesmo quando fazemos as melhores jogadas, o resultado pode ser frustrante.
THE BOOK IS ON THE TABLE
do torneios de 66 Segredos Poker Profissionais Fundamentos e como lidar com a variação do tamanho dos stacks
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JOGANDO DE FORMA
BALANCEADA em
CASH GAMES AO VIVO Por Ed Miller
Tradução: Igor Lins Adaptação: Marcelo Souza
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ogar de forma balanceada é um conceito mal interpretado. Se você toma o mesmo tipo de ação com diferentes tipos de mãos — com mãos muito fortes, com mãos fortes, com valor, com draws, com blefes etc. — e na frequência certa com cada uma delas, você está balanceado. Ao jogar dessa forma, o adversário fica em uma situação complicada, já que as suas reações serão ótimas contra alguns tipos de mãos e desastrosas contra outras. Ter um range de mãos balanceado é um conceito fundamental para quem quer jogar no mais alto nível. No entanto, muitos têm dificuldade com essa questão do balanceamento em jogos
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mais baratos. Afinal, qual o sentido em ter um range balanceado em um jogo $1-$2 em que três jogadores vão de all-in em cada mão, sem sequer olhar as cartas? Bem, com raras exceções, não é isso que realmente acontece nos jogos $1-$2. Mas a pergunta permanece: para que balancear o nosso range se a maioria dos jogadores, nesses limites, não estão preocupados com o que eu estou representando? Algumas pessoas dizem para ignorar essa ideia. Não tem sentido em balancear seu jogo em limites baixos. Na verdade, elas dizem que, nesse caso, balancear trará resultados contrários ao esperado. A melhor maneira de se jogar em uma mesa $1-$2 é
ignorar o balanceamento de range e tentar tirar o máximo de vantagem das fraquezas de seus oponentes. Por um lado, estou de acordo com isso. Contra jogadores recreativos é muito melhor tentar explorar ao máximo as informações que eles lhe dão a preocupar-se em esconder as suas. Mas muitos jogadores que seguem esse conselho acreditam que podem apenas jogar o “ABC”, sem se preocupar em dificultar a leitura do oponente, que no final eles serão bem recompensados. Talvez fosse um bom conselho há dez anos, mas não hoje. Se você se tornar fácil de ler, mesmo os adversários fracos perceberão as suas jogadas e começarão a roubar potes de você e largar as piores mãos. Uma coisa é ignorar o balanceamento — não se preocupar se a sua frequência de apostas por valor e por blefe está correta. Outra coisa completamente diferente é jogar metade das suas mãos como se as cartas estivessem viradas para cima. Perceba o que eu quero dizer. Jogando nos mesmo limites e contra os mesmos jogadores por muito tempo, você começará a perceber padrões praticamente imutáveis. Exemplos: ele acerta top pair em um bordo seco, aposta no flop, pede mesa turn e faz uma apostar por valor no river. Com flush draw, ele dá check-call no flop e no turn, mas quando o flush aparece no river, ele sai apostando com medo de perder valor. Essas são situações que todos irão presenciar. E quando você se deparar com elas,
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“Contra jogadores recreativos é muito melhor tentar explorar ao máximo as informações que eles lhe dão a preocupar-se em esconder será bem óbvio o que eles têm em mãos. Você pode acreditar que isso lhe dá uma vantagem enorme, uma vez que, sabendo o que eles seguram, é possível fazer a jogada perfeita. Mas cuidado, toda a sua vantagem pode ir por água abaixo se você também agir de modo previsível. Seus oponentes não são amebas sem cérebros. Eles estão ali, jogando o mesmo jogo e vendo as mesmas jogadas que você. Eles podem jogar mais mãos do que deveriam e não entenderem situações complexas, mas em mãos desse tipo, que se repetem sempre, eles acabam percebendo o que está acontecendo. O que
as suas”
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significa que eles também farão as jogadas perfeitas contra você. E é aqui que balancear o range entra. Em situações comuns, em que todos “sabem” o que você tem quando joga de uma certa maneira, você precisa mixar seu jogo e jogar dessa certa maneira também com outras mãos. Vamos a um exemplo: Você está em um jogo $1-$2 com $200 em seu stack. Um jogador entra de limp, e o button (BTN) faz tudo $10. Você paga no big blind com K♣J♣, assim como o limper. Há $31 no pote. O flop vem A♦ T♣ 3♥. Você e o limper pedem mesa. O BTN aposta $14. Apenas você dá call. O turn é um 3♦, e você dois pedem mesa. O river é um 9♥. Apostando nessa situação, parecerá que você tem pelo menos um Ás. Se apostar pouco, a impressão é de que você tem um
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Ás com kicker baixo e quer extrair valor de uma mão como Q-Q. Se apostar forte, isso quer dizer que você acredita que seu adversário deu mesa no turn para controlar o pote, com um Ás, mas que sua mão é a melhor. Obviamente, você só tem K-high. Então, aqui, apostar muito ou pouco, como se você segurasse um Ás, balanceia seu range. Considerações finais Em limites mais baixos, tentar balancear seu jogo em cada river é perda tempo. Para fazer isso, primeiro é preciso encaixar onde sua mão entra em cada um dos cenários mais óbvios. Segundo, sua estratégia deve ser traçada para que, nessas situações, seu range esteja mais balanceado do que o dos adversários. É preciso ter algumas surpresas na manga. Se seu oponente espera um Ás, então tenha alguns blefes, trincas e dois pares no seu arsenal. Faça isso e consiga a verdadeira vantagem em seus jogos.
Ed Miller @edmillerauthor notedpokerauthority.com
Ed Miller é uma das maiores autoridadets mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com
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O R U T U F O UDS H S O D n n Sa nta Por Iva
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coluna do FLOW Poker deste mês foi escrita por Ivan “RoyalSalute” Santana, um dos membros da equipe FLOW, responsável pela produção de materiais de estudo e diversas aulas para os jogadores. Hoje, ele discute o uso de softwares e HUDs, suas limitações e conta como essas ferramentas são utilizadas no time. Recentemente, o PokerStars divulgou várias limitações aos softwares e HUDs, tornando o futuro dessas ferramentas incerto. No FLOW, utilizamos muito o Hold’em Manager para analisar históricos de mãos dos jogadores e programar aulas. Acredito que a maior finalidade desses softwares é esta: estudar o seu jogo e o dos adversários com base no histórico de mãos. O HUD, por sua vez, é uma ferramenta muito útil, principalmente quando joga-
mos em muitas mesas ao mesmo tempo e não conseguimos prestar completa atenção no adversário para entender seu estilo de jogo. Nos torneios, o histórico dos oponentes é menor, o que faz com que o HUD seja ainda mais importante no cash game. Nas mesas de cash, jogamos muito mais vezes contra o mesmo adversário — e explorar qualquer situação na qual o oponente não está balanceado é extremamente importante. Como em torneios encontramos o mesmo jogador bem mais raramente, os HUDs podem não ter amostras suficientes para montar estatísticas que correspondam à realidade do mesmo. Essas estatísticas podem tornar-se uma armadilha, uma vez que os jogadores de torneios mudam suas estratégias de acordo com o momento do torneio, com os stacks e diversas outras
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situações que levam um mesmo jogador a utilizar-se de diferentes estilos de jogo. Acredito que o Hold’em Manager e o PokerTracker são ferramentas excelentes para analisar e estudar o próprio jogo, mas não tanto para utilizar durante os jogos. Os HUDs podem causar um efeito de “automatização”, iludindo o jogador ao mostrar os números dos oponentes e desestimulando uma das habilidades mais necessárias aos profissionais de poker: fazer uma boa leitura do estilo dos adversários. De fato, os HUDs aumentam a vantagem dos jogadores regulares sobre os amadores e diminuem a distância entre os próprios regulares. Porém, a leitura do jogo e dos oponentes continua a ser essencial. Em uma disputa entre dois regulares que utilizam HUDs, irá sobressair-se o que for capaz de ir além dos números e realizar a melhor leitura do adversário. Portanto, sou a favor de limitações no uso desses softwares de apoio, mas, enquanto elas não vêm, considero que saber utilizar esses programas, compreender suas limitações e interpretar o que as estatísticas podem dizer sobre os oponentes é muito importante para um jogador profissional.
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Ivan Santana @ IvanRoyalSalute www.ivanroyal.com.br
Ivan Santana é um dos maiores e mais respeitados especialistas em cash games do Brasil. Ele é instrutor do FLOW e autor do livro “The Royal Book”.
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O R U O E D E T O fim do o n CO-ÍRIS? R A Por Fá bio F1oba M a r it a n
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relação entre esforço e retorno financeiro é muito peculiar no poker profissional. Tratando-se principalmente de torneios, pelas próprias características da atividade, não é uma relação linear. O profissional, por seu preparo técnico, gestão de banca e muita perícia, alcança maturidade para trabalhar com renda variável e gerenciar expectativas pessoais e financeiras — contraste amplo com os trabalhos formais e seus salários. Falar em relação não linear significa que o retorno financeiro pelo esforço é variável
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no tempo e em quantidade. No trabalho de formação e acompanhamento da carreira de potenciais profissionais, as expectativas variam bastante de jogador pra jogador, algo por vezes conflitante de ser administrado. A grande sacada é abstrair que, no prisma profissional, o verdadeiro retorno está mais associado à constância nos ganhos e evolução técnica do que premiações “fora da curva”. Está dizendo que o dinheiro não é importante? Calma! Obviamente que sim, mas tal abstração é o remédio tanto para aquele que arrumou uma premiação muito
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cedo e que está se sentindo um super-herói e equivocadamente querendo abandonar seu emprego, tanto para aquele que vem há muito tempo tentando, não necessariamente pelos melhores meios, e está perto de desistir. Um ponto interessante é o quanto muitos jogadores que buscam a profissionalização cometem o equívoco de se acharem preparados. É rotineiro ouvir discursos do tipo: “Estou fazendo tudo certo, estudo, coloco volume, mas o baralho judia de mim”. Espera aí! Muito petulante achar que está fazendo tudo certo e esperar que o poker tenha que recompensar naquele instante. Não espere. O poker não tem esta obrigação com você. Tem de abaixar a cabeça, esmiuçar os detalhes mais profundos do jogo e encontrar um nível ainda mais alto de foco e dedicação. Ao contrário do que muitos imaginam, jogar poker não é sobre ler um livro ou fazer um único curso e sair replicando. Poker é adaptação constante, é ser ciente que as vantagens de agora se dissolvem daqui a pouco, mas você nunca suspende a caça. Alguns poucos jogadores alcançam a profissionalização por conta própria, enquanto há muitos outros que conseguem fundamen-
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talmente através de passagens por times de poker. Longe de ser por acaso. Sucintamente, um time é um grupo de jogadores suportados técnica e financeiramente por outros profissionais de referência. Um acordo com delimitação temporal em que o jogador recebe banca e instrução constante e que, por outro lado, os investidores assumem o risco e recolhem parte de eventuais ganhos. Felizmente, devido à combinação entre experiência compartilhada pelos profissionais engajados no propósito de um time e muita gana por parte de um aspirante, muito de gerenciamento de expectativas pode ser aprendido. Isso sem falar nos demais aspectos, como a técnica e gestão de banca, por exemplo. Notícia boa para quem acredita em suas capacidades, certo? No mais, aos que almejam seguir carreira profissional, informem-se ao máximo sobre a qualidade da informação que recebem, procure profissionais de referência para estreitar caminhos e sucesso nas mesas. Até a próxima. Um abraço!
Fábio “f1oba” @f1oba
Fábio Maritan é jogador e instrutor do Samba Poker Team. Ele possui mais R$ 1,8 milhão em prêmios apenas no PokerStars.
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DÉJÀ VU DÉJÀ VU DÉJÀ VU por Gavin Griffin
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á fazia um tempo que eu não fazia registros de uma sessão de torneios. Bem, decidi fazer isso em um evento de US$ 1.100, que meu cassino organizou recentemente, e separei algumas mãos interessantes para esta coluna. O stack em todas elas é de 15.000 fichas, o inicial: Mão #1 Com os blinds 75-150 e ante de 25, um jogador local regular abre raise para 500. No button, eu dou call com J♥9♥. O flop vem 3-4-5 rainbow, e ele pede mesa. Eu aposto 600, ele paga. O turn é outro 5. Eu aposto 1.500, e ele dá fold. Esta não é a mão mais interessante que joguei, mas acredito que ilustre um ponto chave
em torneios. Torneios se tratam de acumular fichas, não de acertar jogos fortes. Em minha opinião, meu oponente deixou claro qual era a sua mão ao pedir mesa no flop. Provavelmente, ele tinha um A-X que não acertou nenhum par. Posso apostar no flop mesmo esperando que ele não vá desistir, mas com o plano de apostar novamente em quase qualquer turn. É possível que eu peça mesa apenas quando um Dez ou uma carta maior aparecer. Ao verem um flop como esse, com J-9 suited, muitos jogadores de torneio iriam desistir da mão ou atirar apenas no flop. Desde que eu consiga restringir o range de mãos do meu oponente, eu posso desenvolver um plano que funcionará bem contra ele.
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Mão #2 O vilão da última mão faz 500 do cutoff. Eu pago no big blind com 10♠9♣. O flop vem K-J-4 rainbow. Nós dois pedimos mesa e vemos outro Rei aparecer no turn. Eu peço mesa, ele aposta 600, eu faço tudo 1.650, e ele paga. O river é um terceiro Rei, e nós dois pedimos mesa. Ele mostra 7-7 e puxa o pote. Meu plano era dar call no flop e ganhar o pote nas streets posteriores. Quando ele pede mesa, eu acredito que ele tenha algo como A-Q, A-10, um Valete ou pares médios. O Rei no turn é uma péssima carta para sair apostando, já que dificilmente ele irá largar as mãos que citei, mas acredito que um check-raise demonstrará muito mais força. É pouco provável que ele segure um Rei e menos provável que ele vá largar suas combinações que tenham um Valete, mas o check-raise e uma aposta river podem expulsá-lo do pote. O mesmo vale para os pares médios, que geralmente já darão fold no turn.
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O river é horrível para blefar. Minhas opções são: desligar a mão ou mandar uma bomba para tentar fazê-lo desistir. Eu não acredito que ele vá largar qualquer Valete, que engloba uma boa parte do range dele, e não vale a pena apostar 4.000 ou 5.000 fichas para que os pares menores, que dariam call em uma aposta de 2.000, desistam. Mão #3 Uma mão antes desta que vou analisar, com os blinds 100-200 e ante de 25, depois de um limper, o mesmo vilão abriu raise do cutoff para 700 e venceu o pote depois de eu pagar no big blind e dar check-fold no turn. Desta vez, depois de um limper, ele aumenta para 450. Eu faço tudo 1.450, do small blind, com 10-4 offsuit. O flop vem Q-9-6 rainbow, e ele paga minha continuation bet de 1.300. O turn é um 2♣, que abre um flush draw. Eu aposto 4.100 e ele larga. Eu achei o tamanho da aposta dele pré-flop bem esquisita e resolvi tirar vantagem disso. Geralmente, quando alguém diminui drasticamente o tamanho da aposta de uma mão para a outra, isso significa uma mão mais fraca do que a anterior, mas que ele ainda acredita que é uma mão que pede um aumento. Eu preferiria segurar algo com equidade
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um pouco melhor para fazer a 3-bet, mas, às vezes, isso não é necessário. Para mim, eu poderia ganhar o pote ali mesmo. Se eu não conseguisse, haveria muitas outras oportunidades no pós-flop. Eu faço uma aposta pequena porque o bordo é bem seco, então espero puxar o pote com frequência fazendo uma grande aposta no turn. Quando ele paga, seu range engloba 9-X e Q-X, além de pares médios. O turn é uma ótima carta, pois suas mãos que não têm Dama e que minha pequena aposta manteve na mão, provavelmente, desistirão frente a uma aposta de 70% do pote. Nos dias atuais, uma das coisas boas dos torneios de no-limit hold’em com excelente estrutura é que você joga com as mesmas pessoas várias vezes. Com isso, você pode jogar muitas mãos deepstack contra esses adversários e fazer ajustes para um dia tirar vantagem de suas tendências. Preste atenção e comece a exercitar isso no clube em que você joga regularmente. A melhora em seus resultados irá lhe surpreender.
Gavin Griffin @NHGG
Gavin Griffin foi o primeiro jogador de poker a obter os títulos do World Series of Poker, European Poker Tour e World Poker Tour. Ele acumulou quase 5 milhões em torneios e é patrocinado por HeroPoker.com.
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ZIDANE DO POkER RODRIGO CAPRIOLI É O CAMPEÃO BRASILEIRO DE POKER 2016 Por Marcelo Souza
A inversão de valores é um dos grandes males da humanidade. No Brasil, principalmente, o sucesso incomoda. Prego que se destaca é martelado. O pecado de ser você mesmo, para o bem ou para mal. Após se tornar Campeão Brasileiro de Poker neste ano, durante a cerimônia de premiação, Rodrigo “Zidane” Caprioli deu um discurso um tanto quanto polêmico, em que ele falou sobre sua história se misturar com a do poker brasileiro, de sua entrada em um possível Hall da Fama do Poker nacional no futuro e de se considerar um dos melhores jogadores do País. Isso, associado a seu jeito taciturno nas mesas, lhe rendeu alguns rótulos. Foi tachado de arrogante. Acontece que, na maioria das vezes, não estamos
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preparados para conviver com a verdade. Ela machuca. E quando ele resolve falar, vem com uma enxurrada delas. Sem falsa modéstia. Direto. Verdadeiro. Primeiro brasileiro a se tornar Super Nova Elite. Doze anos no topo de uma das mais cruéis cadeias alimentares do ecossistema. Único tricampeão do SCOOP. Especialista em poker, não apenas em torneios de no-limit hold’em. Goste ou não dele, a história do poker nacional se confunde, sim, com a história de Zidane. Goste ou não dele, no dicionário do poker, Zidane é sinônimo de sucesso. Goste ou não dele. Ele não se importa. Aos 37 anos, ele apenas segue em frente, deixando uma trilha de histórias e conquistas por onde passa.
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Marcelo Souza: Como começa sua história no poker? Rodrigo Caprioli: Ainda bem garoto, aos 10 anos. Jogava Seven Card Stud no Master System, mas como os blefes nunca passavam, eu quebrava (risos). Ainda bem que o dinheiro era fictício. O interesse cresceu mesmo no colegial, uns cinco anos depois. Conheci o Marcelo “Carabina”, campeão do primeiro BSOP da história, em 2006, ficamos muito amigos e começamos a promover jogos na escola. Isso faz tanto tempo que as fichas, naquela época, já eram fichas, mas de telefone (risos). Nós dois chegamos a ir assistir a estreia de Cartas na Mesa. Praticamente só tinha a gente no cinema.
Foto: Carlos Monti
MS: E no poker profissional? RC: No ano 2000, o Marcelo e eu já jogávamos hold’em. Quando surgiu o Orkut, a coisa começou a ficar mais séria. Aí veio
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o Campeonato Paulista de Hold’em (CPH), organizado pelo DC [ Devanir Campos, diretor de torneios do BSOP ], [ Leandro] Brasa e Leo [ Bello], também os torneios em um cassino underground que existia em São Paulo (bem no estilo de Cartas na Mesa mesmo, que um cara olhava pela fresta, você deixava seu nome na porta e entrava pra jogar). E a verdade é que, mesmo naquela época, nós já estávamos bem à frente dos outros jogadores. Já tínhamos lido alguns livros e material de poker e também vínhamos da área de exatas (Estatística, eu; Engenharia, ele, na federal). E dali para cá o jogo explodiu, principalmente em São Paulo. MS: Como surgiu o apelido de Zidane? RC: É meu apelido desde a faculdade. Por causa da semelhança, passaram a me chamar assim após aquela fatídica final
em 1998. Hoje, não nos parecemos tanto, ele já não tem tanto cabelo (risos). Mas o pessoal do poker nem sabia. Acontece que quando ganhei meu primeiro torneio, no cassino que citei antes, na mesa final, eu estava bem short, dois ou três blinds, e comecei a ganhar um all-in atrás do outro. O pessoal que estava na torcida ficou louco, aí era “vai, Zidane” para cá, “vai, Zidane” para lá, e eu achei bem legal. Quando o CPH começou, na ficha de inscrição perguntavam sobre apelido, eu adotei o “Zidane” e pegou de vez. MS: E fazendo um paralelo hoje, você seria para o poker brasileiro o que o Zidane é para o futebol? RC: Ele foi um dos melhores da história. Um dos melhores que eu vi, certamente. Ele fez exibições memoráveis, como na
Copa do Mundo de 1998 contra o Brasil. É um jogador fantástico. E eu também sou um craque dos panos, como ele foi da bola. Então, a resposta da pergunta é sim. MS: Como é o seu processo para nunca ficar ultrapassado? RC: Poker é prática. Se você olhar pelo lado de coaching, eu sou autodidata. Nunca fiz. Para falar a verdade, eu nem acredito muito em coaching. E não tem como você saber se a pessoa vai lhe ensinar 100% do que ela sabe. Qual o sentido de ensinar tudo para um adversário? Porque nas mesas somos todos adversários. Você pode ajustar uma coisa ou outra com dicas de caras que são melhores que você em determinada modalidade, mas gosto de pegar informações sozinho e estudar a parte matemática para descobrir as melhores linhas. Mas
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como eu disse, no geral, você aprende jogando. Erra, corrige e acerta no futuro. No Brasil, eu tenho certeza que ninguém gerou tanto rake quanto eu. São milhões de mãos. Sendo uma pessoa inteligente, a experiência se torna a base de tudo. MS: Em todos os torneios que acompanho, não me lembro de ver você sem óculos escuros. Você acha que, mesmo com toda sua experiência, seus olhos ainda podem lhe entregar? RC: Os óculos que eu sempre uso são especiais para joagar poker. Não são óculos escuros. Na verdade, eles deixam tudo mais claro e sua visão cansa muito menos. Eu até recomendaria que todos usassem. Mas o principal ponto dos óculos não é exatamente para os outros jogadores não pegarem alguma “tell” sua, mas para que eles não percebam para onde você está olhando. Você pode tranquilamente estar olhando fixamente para um jogador e ele não notar. Essa é uma ótima vantagem. Faz muita diferença. Porque, obviamente, se você estiver observando uma pessoa, com ela ciente, o comportamento é direcionado, diferente. Pode mudar algum padrão e até tentar lhe induzir ao erro. MS: Você também quase sempre usa um adereço do Palmeiras nas mesas. É uma superstição? RC: Eu amo o Palmeiras e, de alguma maneira, sempre levo ele para os panos. Também pelas cores. Eu nunca uso preto, sempre procuro cores vibrantes. E sempre é legal mostrar o Palmeiras para o Brasil e para o mundo. MS: Campeão Brasileiro de Poker no mesmo ano em que o Palmeiras
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Poker é prática. Se você olhar pelo lado de coaching, eu sou autodidata. Nunca fiz. Para falar a verdade, eu nem acredito muito em coaching foi no futebol. Mas para você, poker é esporte, como o futebol ou vôlei? RC: Para mim, não. É um jogo de habilidade. E ele até exige condicionamento físico e uma série de coisas, mas eu não vejo como esporte pelo seguinte: você pode dar o seu melhor, ser o melhor e não ganhar. E isso no esporte não acontece. Se você for um tenista profissional, você jamais vai perder para um amador, certo? Mas ser ou não esporte é irrelevante. É um jogo baseado em habilidade. MS: Mas afinal, torneios ao vivo são rentáveis, mesmo com tributação? RC: Claro, tanto aqui como na Europa. O problema é que, às vezes, a pessoa se deslumbra demais, quer jogar jogos mais caros, em que a oscilação é realmente absurda e o nível é muito alto. Mas se você escolher bem os torneios, notará que há eventos com nível muito fraco, com muitos jogadores recreativos. Mas o ponto maior é controlar muito bem os gastos. Se você vai com o objetivo de lucrar, você tem que ficar nos hotéis mais baratos, economizar na comida, comprar passagem com antecedência. E você também não pode ser excludente, ao vivo principalmente. Jogar
torneios não lhe impede de jogar cash games. Você deve ter a mentalidade de um jogador de poker, não de um jogador de torneios. E onde há grandes torneios, pode ter certeza que há cash games em que o nível de jogo é bem fraco. O cash ajuda muito a diminuir a variância dos torneios. MS: Você se considera o melhor jogador menos conhecido do grande público? RC: Certamente, eu sou o melhor jogador que ninguém conhece. Mesmo na disputa do ranking, muita gente não me conhecia. Nem sabia quem eu era. Mas os grandes jogadores sabem o quanto eu sou bom, e esse é o reconhecimento que eu busco — e desde que eu comecei a jogar, não tenho dúvidas que, no geral, eu estava entre os dez melhores jogadores e, hoje, eu continuo entre os dez melhores do País. Eu digo no geral, olhando o todo. Tem jogadores do hold’em, principalmente do online, melhores do que eu? Sim. Mas se você pegar cash games, torneios, mixed games, tanto online quanto ao vivo, eu venci em todos eles.
Foto: Carlos Monti
MS: E o que você acha do uso de softwares no jogo online? RC: Obviamente é importante. Não vou dizer que é o diferencial, mas acho que você está em desvantagem se não usar — por mais que eu não concorde. Acho que não deveria ser algo permitido. Ao vivo, você não tem informação das últimas dez mil mãos que você jogou com uma pessoa, quando ela deu raise, quando ela fez uma 3-bet. Mas uma vez que é permitido, você tem que usar, senão fica em desvantagem. MS: Por tudo que você já ganhou, você se sente injustiçado pela mídia? RC: Algumas mídias são um pouco direcionadas, patrocinadas. Então, de certa forma, sim. Mas eu também nunca busquei isso, a fama. Meu negócio sempre foi poker. Deixo o marketing para outros. Tem gente aí que divulga muita coisa que não é verdadeira e vende uma imagem que não existe.
MS: Podemos dizer então que seu título brasileiro foi um tapa na nossa cara, a imprensa, principalmente para algumas pessoas que você tem relação conturbada? RC: Não. Meu objetivo nunca foi provar nada a ninguém. Não preciso disso. Eu sei do meu potencial. Sabia que a sorte iria contar muito. Não dá nem para dizer que ganhei porque sou mais hábil que os outros concorrentes. Todos que estavam na disputa mereciam. Mas meu objetivo é sempre ser o primeiro. Como eu disse em meu discurso na cerimônia de premiação, o objetivo é sempre chegar no topo. E parece que meu discurso não agradou muito. Sei que eu não era o predileto da turma, mas o título está aí. MS: O que você pensa sobre algumas pessoas lhe acharem arrogante? RC: Cada um pensa o que quer, certo? Definitivamente, eu não sou arrogante. Eu
simplesmente não faço muita questão de puxar o saco de ninguém ou agradar quem não me agrada. Também não sou falso. Falo o que penso. Meus amigos estão de prova. Às vezes, uma fala mais firme ou uma atitude fora do padrão pode ser interpretada como arrogância. Como eu não sou uma pessoa naturalmente carismática, as pessoas acabam fazendo esse tipo de julgamento. MS: Em seu discurso, você também falou que já passou da hora da criação de um “Hall da Fama Brasileiro do Poker” e que você deveria estar nele. Você acha importante esse legado? RC: Claro. Acho que todos que fizeram parte da história do poker brasileiro, de uma maneira positiva, merecem o devido reconhecimento. Existem outros que vieram antes de mim, como o CK (Christian Kruel) e o Raul, os pioneiros. Mas eu também estava lá desde os primórdios, e sigo jogando em alto nível há 12 ou 13 anos.
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Foto: Luis Bertazini
Foto: Luis Bertazini
“Federal”, presidente da CBTH, entrega bracelete de campeão a “Zidane”
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MS: Você é uma pessoa extremamente calma na mesa. Afinal, o Zidane sai de si alguma vez, entra no famoso estado de tilt? RC: Ao vivo, a chance é zero de isso acontecer. Mas tudo é prática. Muito tempo de experiência. Obviamente, quando você está começando, suas emoções afloram mais, tanto as boas como as ruins. Às vezes, pode acontecer online, é difícil, mas acontece. A verdade é que ao vivo você tem muito tempo para recuperar, esquecer, perceber rapidamente que você jogou de maneira perfeita, mas o baralho aprontou. E mesmo quando erro, foco para que isso não aconteça novamente. Errar é humano e ninguém está imune a isso. MS: Quanto ao título brasileiro, você pretendia ser campeão desde o início ou foi só consequência do trabalho? RC: Na verdade, nem um nem outro. Nunca foi algo que passou pela minha cabeça. Nunca foi um objetivo. Este foi o primeiro ano que corri todo o circuito do BSOP. Até porque eu jogo mais cash games do que torneios. Tenho até muitos bons resultados em torneios, mas prefiro o cash, por ter uma variância menor, ser menos frustrante. Eu só fui ver que valia a pena lutar pelo ranking lá para a terceira etapa, vi que o prêmio era muito bom. Até então, eu viajava só para jogar cash. Isso poderia ter resultado diretamente no meu desempenho no ranking, já que deixei de jogar vários torneios por causa do cash. Na primeira etapa, por exemplo, só joguei um evento, porque o BSOP coincidiu com o TCOOP (Turbo Championship of Online Poker). Se você olhar minhas pontuações, vai ver que depois que comecei a focar no ranking, eu consegui pontuar em pelo menos dois torneios por etapa.
MS: É verdade que antes do BSOP Millions você foi para a Europa focado em treinar? Esse seria o motivo de você ter arrebentado na última etapa do ano? RC: Não acho que arrebentei no Millions. Meu desempenho foi até um pouco abaixo do que eu esperava. Especialmente ali no começo, que faltou um pouquinho de sorte. O que acabou fazendo diferença para mim foi o pot-limit Omaha, que fiz cinco ITMs em cinco torneios. Mas se você olhasse logicamente, eu não estava em primeiro, mas era o favorito. A grade do Millions era composta de muitos torneios turbos, em que meu desempenho foi muito superior durante o ano em relação aos meus concorrentes. E, sim, o treino na Europa foi bastante válido. Fiquei bastante tempo sozinho, concentrado, meditando e me exercitando fisicamente e mentalmente. Nas mesas, eu procurei os torneios que seriam semelhantes aos do Millions — e fui muito bem. Não peguei nenhum resultado gigante porque faltou ganhar um flip aqui e outro ali, mas fiz muitos ITMs lá. Quase ganhei um anel do WSOP Circuit em Berlim, em um torneio KO. Fui bem na Repúplica Tcheca e em Paris. Então, eu cheguei muito
bem preparado para o BSOP Millions, em que eu sabia que minha vantagem contra o field era bem grande. MS: Em 2017 teremos o Zidane na briga pelo bicampeonato? RC: Sim, com certeza. E acho que é muito difícil eu não estar brigando pelo topo no final do ano. Mil fatores podem decidir o ranking. Um flip que você perde em uma reta final, um Main Event que um adversário crava ou fica em segundo e outros detalhes. Mas, no ano que vem, vou jogar tudo desde o início. Não será surpresa vocês me verem no top 5 do ranking geral e do de Omaha. MS: Qual a lição que fica com o título? RC: Que o poker é divertido. Eu amo o poker e amo a competição. Foi uma rotina louca. Muita adrenalina. Muitas contas, estratégias, decidir qual torneio jogar, saber quando se segurar para entrar ITM. A competição foi muito acirrada. Todos eram muito bons, o que deixou tudo ainda mais divertido. No ano que vem, espero estar repetindo tudo isso.
RESULTADO FINAL BSOP 2016 1
Rodrigo Caprioli (SP)
2.910 pontos
2
Luis Gustavo Kamei (PR)
2.791 pontos
3
Affif Prado (SC)
2.770 pontos
4
Kelvin Kerber (SC)
2.705 pontos
5
Bruno Kawauti (SP)
2.294 pontos
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A CORRIDA DO TÍTULO Rodrigo “Zidane” teve um desempenho irrepreensível durante a Temporada 2016 do BSOP. Ele pontuou em todas as etapas. Foram 26 ITMs, sendo oito apenas no BSOP Millions. Além disso, ele fez 15 mesas finais e conquistou 04 títulos. Pela vitória, ele recebeu os buy-ins de todos os Eventos Principais do BSOP 2017, um pacote completo para o PokerStars Championship Bahamas (antigo PCA), que inclui passagem aérea e acomodação, com direito a um acompanhante e inscrição para o Main Event, e mais R$ 200 mil em prêmios, incluindo uma motocicleta Indian Scout, avaliada em R$ 55.000.
ETAPA
TORNEIO
POSIÇÃO
PONTUAÇÃO
1ª São Paulo (SP)
NLH Turbo Bounty
5º
125
2ª Foz do Iguaçu (PR)
NLH Turbo 4 Blinds
1º
260
3ª Rio Quente (GO)
PL Omaha Dealers Choice (4/5 Cards)
3º
125
3ª Rio Quente (GO)
NLH Turbo Super Knockout
1º
180
4ª Punta del Este (URU)
NLH Turbo Super Knockout
2º
150
4ª Punta del Este (URU)
Main Event
71º
80
4ª Punta del Este (URU)
NLH Turbo Super Knockout
6º
60
5ª São Paulo (SP)
PL Omaha
21º
40
5ª São Paulo (SP)
NLH Turbo Super Knockout
4º
150
5ª São Paulo (SP)
8-Game Mix
1º
180
5ª São Paulo (SP)
NLH Turbo 4 Blinds
2º
215
5ª São Paulo (SP)
NLH Last Chance Deepstack Turbo
33º
50
6ª Natal (RN)
NLH Turbo Super Knockout
3º
180
6ª Natal (RN)
NLH Last Chance Deepstack Turbo
42º
40
7ª Balneário Camboriú (SC)
PL Omaha
3º
180
7ª Balneário Camboriú (SC)
Main Event
35º
80
7ª Balneário Camboriú (SC)
Main Event Light Turbo
3º
125
7ª Balneário Camboriú (SC)
NLH Last Chance Deepstack Turbo
23º
40
8ª São Paulo (SP)
NLH 1M GTD
357º
40
8ª São Paulo (SP)
PL Omaha 5k - 6-Handed
16º
40
8ª São Paulo (SP)
PL Omaha Turbo Knockout
18º
40
8ª São Paulo (SP)
PL Omaha Turbo Knockout
19º
40
8ª São Paulo (SP)
NLH Survivor
3º
40
8ª São Paulo (SP)
PL Omaha
30º
40
8ª São Paulo (SP)
NLH Turbo
4º
150
8ª São Paulo (SP)
PL Omaha Turbo Knockout
1º
TOTAL
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260 2.910
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45
Por Jonathan Little
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S
e eu pudesse definir a minha viagem para o European Poker Tour em Malta em uma palavra, seria “insana”. Em quase todos os eventos que joguei, consegui dobrar nas primeiras duas horas, apenas para perder tudo em um pote gigante ou ficar sem receber absolutamente nada até o final do dia. O resultado disso foi nenhuma premiação em oito eventos. Apesar de não ter obtido bons resultados, estou muito feliz com a forma que joguei durante todo o EPT. Com um pouco mais de sorte e paciência, o EPT teria sido incrível para mim. Por exemplo, no evento principal de €5.300, fui eliminado no meio do Dia 2 de K-K para A-K, em um pote que era três vezes maior que
a média de fichas. Se eu tivesse ganhado essa mão, definitivamente eu teria premiado e chegado longe. Poker é difícil às vezes. Neste artigo, vou compartilhar com vocês uma mão bem complicada que aconteceu no início do Dia 1 do high roller de €10.300. Os blinds estavam 100/200 com ante de 25. A ação rodou em fold até mim, no small blind (SB), com K♣ 9♥. Theo Jorgensen, um respeitado jogador de high stakes, estava no big blind (BB). Nós dois tínhamos cerca de 50.000 fichas (250 bbs). Quando eu estou no SB contra um bom jogador que sabe como abusar da posição no BB, tenho a tendência de entrar de limp com todas as mãos do meu range que considero “jogáveis”. Isso porque se eu aumentar e ele pagar, jogarei fora de posição sem ter noção do seu range de mãos (atualmente, alguns
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jogadores vêm defendendo o BB com 100% das mãos). Se eu aumentar e ele reaumentar, a situação se complica ainda mais. Estarei em um pote grande, fora de posição e com uma mão que, geralmente, quando acertar algo, será o par do meio ou o top pair com um kicker mediano. E se eu subir e ele largar, isso significa que ele realmente não tem nada. No entanto, se eu entrar de limp, posso pagar com grande parte do meu range e ver um flop barato. Se ele pede mesa depois de mim, está ótimo também. Eu completo o SB, Theo faz tudo 600. Eu pago. Não acho que limp-raise seja uma boa jogada. Minha mão não é forte o bastante para jogar fora de posição um grande pote, principalmente se tenho pouca certeza sobre o range de Theo. O flop vem Q♥J♥10♣, me dando uma sequência. Eu acredito que ele apostará com todo o seu range que não seja uma mão
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“Quando eu estou no SB contra um bom jogador [...], tenho a tendência de entrar de limp com todas as mãos do meu range que considero jogáveis” fraca que acertou, como J-2 e 10-8, ou um draw marginal, como K-4 e 9-6. Então, acho que ele apostará por valor com top pair e por blefe com as mãos que não parearam, levando em conta que esse bordo é significativamente melhor para o range dele do que para o meu. Não acho que sair apostando (lead) seja uma boa escolha. Theo é um bom jogador e o lead lhe economizaria muitas fichas, ao contrário do check-raise, meu plano. Eu peço mesa. Infelizmente, ele faz o mesmo. O turn é um 3♥. Mesmo com a possibilidade de flush, minha mão ainda é muito boa. Acho que sempre estou à frente nessa situação porque a maioria dos jogadores apostaria no flop com um flush draw. Por achar que o range de Theo é composto por mãos fracas que acertaram e draws
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marginais, sei que se eu pedir mesa, ele pode até apostar, mas não pagará um check-raise. Decido apostar 1.000 em um pote de 1.450. Ele paga. O river é um 7♥. Enquanto minha mão melhorou para o flush, agora estou bem longe do nuts. É importante frisar que mesmo minha mão subindo no “ranking de mãos”, isso não quer dizer que necessariamente ela melhorou em relação à mão do adversário. Na verdade, qualquer carta de copas no river é ruim para mim, pois só tenho um flush baixo, um bluff catcher (pega blefe). Quando temos um bluff catcher, apostar é uma péssima ideia, principalmente contra um bom oponente. Bem, eu pedi mesa e Theo apostou 3.000 em um pote de 3.425. Essa é uma situação difícil. Eu não sei se ele apostaria apenas com os flushes altos e com seus blefes. Sabendo que ele é um profissional gabaritado, optei pelo call, e ele mostrou o nuts: A♥Q♦. Mesmo perdendo essa mão, fiquei muito feliz pela a forma que joguei. Ele tinha o nuts, mas não acho que meu call foi um e erro. Se jogássemos a mão 100 vezes e ele mostrasse o nuts ou algo próximo disso na maioria das vezes, então meu call seria horrível. Não é o caso. Melhor sorte para mim nos próximos torneios. Nos vemos em breve.
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Jonathan Little Jonathan Little joga profissionalmente há quase 10 anos. Ele tem dois títulos do WPT e já ganhou mais de US$ 6 milhões em torneios ao vivo.
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O partypoker é um dos sites de poker pioneiros no mundo e vem investindo cada vez mais para trazer a melhor experiência para seus jogadores — seja ao vivo ou online.
COMO EU CRIO UMA CONTA? Para começar a sua experiência no partypoker basta acessar o site partypoker.com e clicar no botão “Baixar Gratuitamente”. 1
A partir daí, basta criar sua conta e usufruir de todos os benefícios que só o partypoker pode oferecer.
BÔNUS
O partypoker disponibiliza um bônus único para os jogadores que estão começando a jogar no site. Qualquer valor (até US$ 500) que o usuário colocar em seu primeiro depósito, ele receberá o dobro para poder jogar. Por exemplo, caso você faça um primeiro depósito de $10, o partypoker dá outros $10 para você utilizar nas mesas do site.
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SISTEMA DE RECOMPENSAS
O partypoker oferece um sistema de recompensas exclusivo para seus usuários, que é dividido em quatro categorias: Bronze, Prata, Ouro e Palladium. Para atingir uma categoria, você precisa acumular determinado número de pontos por mês. A cada $1 de rake, você ganha dois pontos. Por exemplo, ao jogar um torneio de $22 — em que $20 vão para a premiação e $2 correspondem à taxa administrativa do site (rake) —, você acumula quatro pontos. Os pontos podem ser trocados por entradas de torneios (tíquetes) ou por dinheiro. BRONZE – 0 ponto/mês Recompensas: tíquetes de até $22 PRATA – 50 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $109 OURO – 750 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $530 e até $100 em dinheiro. PALLADIUM – 2.000 pontos/mês Recompensas: tíquetes de até $1.000 e até $500 em dinheiro.
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MISSÕES
No partypoker, o jogador ainda tem a opção de realizar “Missões”. As missões dão ao usuário objetivos que o desafiam a experimentar novas coisas e aprimorar o próprio jogo. Mas não existem obrigação. É possível completá-las em um ritmo tranquilo. Mas aprimorar as suas habilidades no poker é apenas um dos benefícios aqui. O partypoker dá recompensas extras para cada missão concluída, que incluem tíquetes para torneios, dinheiro, bônus etc. Para escolher uma missão, basta entrar em “Missions”, depois clicar em “Overview” e encontrar uma Missão que você goste. As missões que você pode iniciar terão um ícone “jogar” (play) ao lado. Missões com um ícone de cadeado estão bloqueadas. Para liberá-las é preciso cumprir algum tipo de missão antes. Depois de começar uma missão, o jogador ainda tem a opção de pausar a mesma e começar uma outra.
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TORNEIOS
O partypoker conta com uma das melhores grades de torneio da internet, atendendo jogadores de todos os limites, dos mais baixos até aqueles que gostam apenas de high rollers. Múltiplas Fases Nos torneios de múltiplas fases, você pode jogar um evento de até US$ 250.000 garantidos. Esses torneios consistem em duas fases. As Fases 1 estão disponíveis ao longo da semana e se você durar 16 níveis, se classifica para a Fase Final, que acontece no domingo. Se for eliminado, basta tentar novamente — você pode jogar a Fase 1 quantas vezes quiser. Caso se classifique e não esteja satisfeito com seu stack, você pode se classificar novamente e levar seu melhor stack para o Fase Final. Com buy-ins entre US$ 5,50 e US$ 109 e torneios de segunda a domingo, eventos de múltiplas fases lhe dão a chance de pagar pouco para tentar ganhar muito dinheiro.
Nível
Fase 1
Fase 1
Fase Final (Domingo)
BUY-IN
Premiação Garantida
Peso Pena (Featherweight)
Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)
Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)
Às 18h30
$5,50
$50.000
Peso Médio (Middleweight)
Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 14h às 4h)
Domingo (a cada hora, das 10h às 17h)
Às 18h30
$22
$100.000
Peso Pesado (Heavyweight)
Segunda a sábado (a cada 2 horas, das 16h às 2h)
Domingo (a cada 2 horas, das 10h às 16h e também às 16h)
Às 18h30
$109
$250.000
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Torneios PESO PENA (Featherweight)
O partypoker trabalha com três frentes de buy-in em seus torneios regulares, classificadas em: Peso Pena (Featherweight), Peso Médio (Middleweight) e Peso Pesado (Heavyweight). Além dos torneios de múltiplas fases, existem também aqueles de fase única, mais conhecidos pelo público. No Peso Pena, você encontrará mais de 170 torneios com buy-ins de $5,50 a $11. O principal deles é o The Jab, um torneio diário de $5,5 com premiação garantida de $7.500, de segunda a sábado, e de $10.000 aos domingos. Você pode jogar os torneios Peso Pena diariamente entre 10h e meia-noite.
Torneios Peso Médio (Middleweight)
Entre os Pesos Médios são oferecidos mais de 230 torneios semanais, com entradas entre $22 e $55, sendo mais de US$ 850 garantidos pelo partypoker. O The Contender, com buy-in de apenas $22, garante $15.000, de segunda a sábado, e $25 mil aos domingos. Já o The Cournterpunch tem buy-in de $55 e premiação garantida de $7.500. Ele também acontece diariamente. Você pode jogar os torneios Peso Médio todos os dias de 6h às 4h.
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Torneios Peso Pesado (Heavyweight)
Com mais de US$ 1 milhão distribuídos durante a semana, os mais de 60 torneios Peso Pesado do partypoker têm buy-in entre $109 e $215. Carro-chefe da categoria, o Title Fight ocorre aos domingos, às 19h. Com buy-in de $215, o Title Fight tem premiação garantida progressiva. Começando em $300.000 garantidos, toda vez que o garantido for batido, o partypoker aumentará em US$ 25.000 a premiação garantida da próxima semana. O Title Fight ainda possui a melhor estrutura da internet, com stack inicial de 30.000 fichas e subida de blinds a cada 20 minutos. Por quase metade do preço do Title Fight, você pode jogar o Main Event. Com buy-in de $109, o Main Event é jogado também aos domingos, às 19h, e tem premiação garantida de US$ 150.000. Por fim, o Uppercut e o Weigh-In. Enquanto o Uppercut ocorre de segunda a sábado, com buy-in de $109 e garantido de US$ 50.000, o Weigh-In é um torneio diário. Com entrada também de $109, ele tem premiação garantida de US$ 25.000 todos os dias, exceto aos domingos, quando esse valor sobe para US$ 50.000. Os torneios Peso Pesado podem ser jogados diariamente entre 10h e 1h.
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High Rollers
Para quem gosta de jogos ainda mais caros, o partypoker oferece mais de 20 high rollers semanais, que distribuem mais de um milhão de dólares. Os valores das entradas variam entre $530 e $2.600. Confira a grade:
Data*
Buy-in
Garantido
Domingo (15h)
$530
$150.000
Domingo (13h)
$530
$100.000
Domingo (18h)
$530
$25.000
Domingo (15h)
$2.600
$100.000
Segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira e sábado (15h)
$530
$50.000
Segunda-feira a Sábado (17h)
$530 (Turbo)
$20.000
Segunda-feira a Sábado (13h)
$530
$20.000
Terça-Feira (15h)
$530
$20.000
Terça-Feira (15h)
$530
$100.000
*Sujeito a alterações
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CARD CLUB
A Card Player Brasil acaba de criar o Card Club, um programa com vantagens únicas que levará as principais marcas de clubes de todo o País a você que nos acompanha em todas as nossas plataformas. Através do Card Club, qualquer clube do Brasil pode se tornar um parceiro da Card Player Brasil, tendo sua marca e seus torneios divulgados nas páginas da principal revista de poker da América Latina, edições impressa e digital; e, claro, nas nossas mídias sociais. Em breve, também em nosso site, uma seção exclusiva para os nossos parceiros. Você, dono de clube, que deseja formar uma parceria com a Card Player Brasil, basta enviar um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e ficar pode dentro dos detalhes de como fazer parte do nosso time.
Seja nosso parceiro e tenha seu clube e seus torneios divulgados em nossa revista e nossas redes sรณcias. Envie um e-mail para contato@cardplayerbrasil.com e saiba como.
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volume I
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THE BOOK IS ON THE TABLE
Torneios de poker são difíceis de se jogar, mas as recompensas para o sucesso são enormes. Mesmo torneios regulares online oferecem prêmios substanciais de centenas de milhares de dólares. Se você quiser ganhar muito nas mesas, então deve comprar este livro. Jonathan Little é um bem-sucedido profissional do poker que ganhou mais de $6 milhões em torneios, em apenas quatro anos. No volume um de Segredos dos Torneios Profissionais de Poker, ele explica, exatamente como ter sucesso neste campo tão competitivo. Jogar um poker tecnicamente sólido é crucial está longe de ser a única habilidade necessária. E, aqui, você aprenderá por que os torneios são a forma de poker mais lucrativa, quando jogar small ball e long ball, como entender e manipular o stack efetivo, ajustar seu jogo para vencer, não apenas ficar na faixa de premiação e muito mais.
PARTE III: Jogando com stacks médios (40 A 125 BBS)
Capítulo 11 – Quando você tiver entre 40 e 60 bbs (p. 209) Com 60 a 40 big blinds, tenha cuidado de não entrar de all-in com uma mão fraca. Não seja vítima da síndrome da jogada elaborada, uma vez que uma jogada errada frequentemente custará a sua vida no torneio. Em geral, fique apenas um pouco mais tight quando pagar antes do flop, mas ainda esteja bastante disposto a atacar os blinds e raises pré-flop de jogadores fracos. Se você se mantiver calmo, encontrará um caminho para sobreviver. Não tenha receio de ser eliminado Uma vez que você fique com 60 bbs, realmente não pode temer ser eliminado com mãos fortes como A-K ou 10-10 antes do flop, ou A-Q em um bordo pós-flop como Q-7-3. Enquanto ainda deva controlar o pote com mãos como top pair fraco, fique contente em conseguir todo o dinheiro no pote com qualquer coisa melhor. Se você der raise no flop com mãos como AQ+ ou 10-10+ e tomar um reraise, entre de all-in, a não ser que o seu oponente seja extraordinariamente passivo. Por exemplo, você dá raise de 2,5 bbs com A-Q, com um stack de 50 bbs, e um jogador agressivo dá reraise do button para 7 bbs. Basicamente, entre de all-in todas as vezes, a
(p. 197)
não ser que tome um reraise de posição inicial, caso no qual você provavelmente deva dar fold com A-Q, mas ainda entrar de all-in com AK+ e 10-10+. O seu range em posição inicial deve ser tight, assim a maioria dos jogadores que estiver disposta a dar reraise aqui, provavelmente está disposta a entrar de all-in. Geralmente, entretanto, nunca dê fold com uma mão monstro, antes do flop, quando você começar a ficar com um stack pequeno. Esteja disposto a entrar de all-in com um range de mãos até mais amplo contra a maioria dos jogadores agressivos. Suponha que o seu oponente seja bastante loose e agressivo, e também saiba que você é. Você dá raise de 2,5 bbs, com um stack de 40 bbs, de posição intermediária contra um jogador tight nos blinds, e o seu oponente, no cutoff, dá reraise para 7 bbs. Você pode entrar de all-in com um range amplo, porque a maior parte da sua equidade vai vir do fold do seu oponente. Você deve saber que o seu oponente é bastante agressivo; caso contrário, um all-in fácil pode se tornar um fold fácil. Suponha que você dê raise de 2,5 bbs, com um stack de 45 bbs, com 9♠8♠, de posição intermediária, e o seu oponente loose e agressivo dê reraise para 7 bbs. Essa é outra situação excelente para entrar de all-in. Você normalmente terá, pelo menos, 30% de equidade se pagar, e mais provavelmente em torno de 40%. Quando você tiver
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tanta equidade em uma mão, entrar de all-in normalmente é uma jogada excelente, se você tiver qualquer equidade de fold afinal de contas, e você terá muita aqui. Digamos que você dê raise de 2,5BBs, com A♠J♠ de posição intermediária, com um stack de 50 bbs, e ambos os blinds paguem. O flop vem J♥8♥3♣. Os seus oponentes dão check, e você aposta 5 bbs. O small blind dá fold, e o big blind entra de all-in por mais 42 bbs. Com o pote tendo apenas 13 bbs antes do seu oponente entrar de all-in, você quase sempre deve pagar, porque ele mais provavelmente aparecerá com uma mão como K-J ou um draw. Repare que o all-in dele não é uma jogada excelente com mãos como J-10, porque ele somente seria pago quando estivesse vencido. Não cometa esse erro. Com J-10 em vez de A-J no exemplo, provavelmente você deve dar fold, uma vez que mais provavelmente perde para todas as mãos prontas do seu oponente. Alguns oponentes terão mãos como par do meio e top kicker em seus ranges, mas isso normalmente é insignificante.
BTN
SB
BB
UTG
UTG
CO
+1
50BB
HJ
MP3
MP2
MP1
Se o seu oponente apenas pagar no flop, e o turn for uma carta inexpressiva, você normalmente deve apostar com a intenção de pagar, se o seu oponente entrar de all-in. Se o turn completar um draw, tenda a dar check e pague em todos os rivers, contanto que o bordo não mude drasticamente, tal como quando surgir uma quarta carta para um straight ou flush. Assim, quando você começar a ficar com um stack pequeno, não dê fold com uma mão forte. Elas não surgem com frequência o bastante para justificar dar fold, exceto contra os oponentes mais tight. Quando você tiver sorte o bastante para receber uma mão forte, não dê fold com ela.
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TÍTULO: Segredos Dos Torneios De Poker Profissionais – Volume I (Secrets of Professional Tornament Poker – Volume 1) AUTOR: Jonathan Little NÚMERO DE PÁGINAS: 262 PREÇO: R$ 75,00 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com
OS MELHORES BARALHOS DO MUNDO
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