POKER
ESPORTE E EST
ESTOU FAZENDO UMA BOA APOSTA – PARTE I PPPOKER – O NOVO APP DE POKER QUE VIROU FEBRE
coNt Selec eÚDo ioNAD o
SUMÁRIO FELLIPE NUNES
10 INDIVIDUAL OU COLETIVO? Fellipe Nunes mostra o porquê de a concepção sobre o poker ser um esporte individual está mudando aos poucos.
DUSTY SCHMIDT
16 USANDO A 4-BET PARA BLEFAR Dusty Schmidt mostra contra quais oponentes e quando você deve usar a 4-bet como blefe.
ESPECIAIS 46. O HEXA VEIO PRIMEIRO AQUI Murilo Figueredo e Yuri Dzivielevski e mais dois braceletes para o Brasil.
E MAIS 58. CADERNO PPPOKER Os destaques do novo app de poker que virou febre.
STEVE ZOLOTOW
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ESTOU FAZENDO UMA BOA APOSTA? – PARTE I
Com exemplos práticos, “Zee” ensina um dos conceitos mais importantes para o poker e para a vida, o EV.
64. HAND X HAND Peter Gabriel, o “pitaoufmg”, comenta uma das mãos mais emblemáticas já jogadas pelo brasileiro Alexandre Gomes.
72. THE BOOK IS ON THE TABLE Poker na prática Conceitos críticos.
JONATHAN LITTLE
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ACERTEI TOP PAIR CONTRA VÁRIOS OPONENTES. E AGORA?
78. CARDPEDIA Destaques brasileiros em Julho e Agosto.
Jon Little mostra a melhor maneira de jogar o seu top pair em uma situação não muito favorável.
RYAN FEE
DO BUTTON 38 JOGANDO CONTRA UM RAISE O norte-americano Ryan Fee fala sobre quais fatores você deve levar em consideração ao decidir jogar uma mão do button depois de alguém já ter aumentado a aposta.
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iNDiviDuAl
A FELLIPE NUNES Fellipe Nunes é um dos principais jogadores de poker do Brasil. Campeão do SCOOP, em 2013, e do BSOP, em 2011, ele possui mais R$ 5 milhões de reais em prêmios na carreira.
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individualidade do poker sempre me motivou, pois facilmente leva ao entendimento de que, se as coisas estão indo mal, só há um responsável. No entanto, um dos momentos mais impactantes da minha carreira foi quando, junto de um time de jogadores, representei meu estado, Santa Catarina, no Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes em São Paulo. Foi uma sensação única. Torcer, vibrar e me preocupar com
ou coletivo? Por Fellipe Nunes
os resultados da equipe. Eu me senti muito motivado sem necessariamente haver ali qualquer prêmio, além do troféu e reconhecimento. A experiência de estar em um time com o qual você se identifica e realmente se envolve é algo muito gratificante, e sinto que falta essa sensação no dia a dia do profissional de poker, pois a lógica coletiva é pouco comum no nosso meio. Agora, a Global Poker League (GPL) está
criando times com os jogadores mais famosos do mundo e inserindo um pouco esse esquema de equipes e competição. No FLOW Poker Team, também estamos fazendo algo parecido, porém mais próximo da realidade dos grinders do Brasil. Criamos as Ligas Gold e Silver, e transmitimos ao vivo partidas entre os times, com cartas abertas todos os sábados.
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Na Liga FLOW Gold, temos quatro times de quatro jogadores cada. Na Silver são dez times de cinco jogadores. O engajamento que estamos vendo entre os jogadores tem nos motivado a investir com mais afinco nessa ideia. Assim, podemos criar um real elemento de coletividade em um esporte individual. Ter companheiros para dividir as dores e glórias, discutir mãos e torcer junto pode ser muito gratificante em um esporte no qual nossos dias costumam ser tão duros e sozinhos. Vejo um futuro cada vez mais conectado no mundo do poker online, o que pode gerar mais interesse do público e, por fim, aumentar a importância do poker como um todo. No FLOW, projetos para novos times e ligas não faltam. Apesar de a divisão em pequenos grupos estimular também a competitividade, acreditamos que o espírito de equipe e o auxílio mútuo pode prevalecer. A competição que resta é a saudável, que estimula o jogador a querer ser melhor. Entre todos os 14 times e ligas, cada um tem seus objetivos e torcidas, mas o meu time, é claro, sempre será o FLOW.
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VeJo UM FUtURo CaDa VeZ MaIs CoNeCtaDoNoMUNDo Do poKeR oNLINe, o QUe poDe GeRaR MaIs INteResse Do pÚBLICo e, poR FIM, aUMeNtaR a IMpoRtÂNCIa Do poKeRCoMoUMtoDo.
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USANDOA4-BET
PARA BLEFAR Tradução e adaptação: Marcelo Souza
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Por Dusty Schm idt
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ma das situações que os jogadores frequentemente ficam perdidos é quando encaram uma 3-bet do oponente, o reraise. Neste artigo, vou falar da 4-bet pré-flop, mas primeiro, vamos dar uma olhada em nossas outras opções diante de uma 3-bet:
♣ FoLD: Uma 3-bet do seu oponente, geralmente, representará um range forte. Dar fold com as suas mãos fracas será a melhor opção na maioria das vezes. ♦ CaLL: Contra um range forte e um oponente agressivo, pagar será quase sempre a pior opção. No entanto, se você tiver opção, uma boa mão e noção da linha pós-flop do seu adversário, então você poderá dar alguns calls de maneira lucrativa. ♠ RaIse: Contra uma 3-bet, você poderá colocar outro raise (4-bet) por valor, com suas mãos fortes, ou por blefe, com suas mãos fracas. Trataremos da
4-bet por valor em outro artigo. Hoje, falaremos da 4-bet por blefe.
poR QUe BLeFaR?
A razão primária para blefar é óbvia: um blefe bem-sucedido lhe permite levar o pote sem ter a melhor mão. A chave para um blefe de sucesso é “timing”. É saber quando o adversário irá desistir o bastante do seu range para fazer seu blefe lucrativo. A segunda razão é proteger seu range de valor. Se você tem uma mão forte toda vez que fizer uma 4-bet, por que um bom jogador iria lhe pagar quando você demonstra tanta força? Ele só revidará quando tiver mãos muito fortes, o que lhe dará valor mínimo se você estiver segurand o A-A ou K-K, por exemplo. Blefando esporadicamente, você irá plantar a sementinha da incer teza na mente do
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seu oponente. Ele então terá que escolher entre deixar você blefar ou pagar para ver suas melhores mãos. A cada momento de decisão, há uma quantidade inexplorável — GTO (Game Theory-Optimal, ver edição 93 da Card Player Brasil) — de blefes a ser feita. Contra computadores e jogadores fora de série, você deve saber essa quantidade e colocá-la em prática. No entanto, vamos supor que você não está jogando contra uma máquina nem contra Phils ou Colmans. Então, vamos nos focar em uma abordagem explorável que você pode usar contra humanos comuns.
eXpLoRaNDooaDVeRsÁRIoatRaVÉs De UM BLeFe
Uma vez que decidimos que alguma de nossas 4-bets serão por valor e outras por blefe, mas não estamos engajados em
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um complexo GTO, nós temos um simples objetivo em mente cada vez que lançarmos uma 4-bet blefando: que ela seja lucrativa. Se nós sabemos que nosso oponente irá desistir para um tamanho de aposta específico, então faremos essa aposta e venceremos o pote. Se nós sabemos que nosso oponente não irá desistir para um tamanho de aposta específico, então nós não faremos essa aposta blefando. Infelizmente, na vida e no poker raramente as coisas são tão simples. Em vez de colocarmos nosso oponente em uma mão específica e fazer a pergunta “ele irá ou não dar fold para uma 4-bet?”, nós devemos colocá-lo em um range de mãos e perguntar “com que frequência ele irá dar fold para uma 4-bet?”. Bem, nós fazemos uma estimativa e aí vem a belez a da matemática.
a Mat eMÁtICa sIM pLe s
Mesmo se você tem aquele medo irracional da matemática, não precisa sair correndo e gritando ainda. Aqui a coisa é simples. Vamos definir as variáveis primeiro:
♣ pote (p): Quantas fichas há no pote quando você faz a sua 4-bet. Isso inclui blinds, a 3-bet do seu oponente e sua contribuição para o pote. ♣ aposta (a): Quantas fichas a mais você planeja colocar para fazer seu blefe. Se o seu plano é aumentar para 21 big blinds e seu raise original foi de 3 big blinds, então a = 18, porque você já colocou 3 desses 21 big blinds no meio. ♣CHaNCeDesUCesso(s):Afrequência que você esperar vencer o pote sem resistência. O valor será expressado em números decimais. Por exemplo, se seu oponente desiste 60% das vezes, então s = 0,6.
♣CHaNCeDeFaLHaR(f):Afrequência que você espera que seu oponente continue na mãos, com um call ou com uma 5-bet. Sabemos que s + f =1, então, se você espera que seu blefe funcione 60% das vezes, você espera que ele falhará 40% (por hora, iremos ignorar a chance do seu adversário dar call e ainda assim você vencer no pós-flop, mas saiba que isso agrega valor ao seu blefe). Agora vamos à equação! Para seu blefe ser lucrativo, então:
p*s>a*f A conta é simples, você multiplica a recompensa (o pote) pela taxa de sucesso do blefe. Esse é o valor de todos os seus blefes bem-sucedidos. Agora, multiplique o custo do seu blefe pela chance de ele falhar. Esse é o custo de todos os seus
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blefes que falharam. Se o valor de sucesso dos seus blefes for maior do que o custo de falhas, então seu blefe é lucrativo. Caso contrário, você estará perdendo dinheiro. Se os dois lados da equação forem iguais, então, no longo prazo, seu blefe não irá fazê-lo perder dinheiro, mas também não irá fazê-lo ganhar.
MasCoMoeUseIaFReQUÊNCIaQUe MeU opo NeN te IRÁ DaR FoL D?
Essa é a questão. Se você sabe exatamente o range do seu oponente e com quais mãos ele continua, você pode contar as combinações de mãos que desistem e comparar com o total de combinações do seu range. Mesmo não sabendo exatamente como o adversário irá reagir, você pode fazer uma estimativa. É tudo questão de matemática. Agora, me permita listar alguns fatores que devem encorajá-lo a usar mais 4-bets como blefe: Seu oponente tem um range amplo de 3-bet. Seu oponente é conservador em relação a 5-bets. Você não usou de 4-bets recentemente — e seu oponente notou isso. Você aplicou 4-bets recentemente, mas apenas com mãos fortes. Seu oponente está intimidado por você ou tem, pelo menos, evitado em lhe confrontar.
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CoN CLUsÃo
Quando seu oponente tem um range tight de 3-bet, é sensato desistir com suas mãos fracas e usar a 4-bet apenas com as fortes. Mas se você está enfrentando alguém que gosta de fazer 3-bets com frequência, você pode mixar 4-bets por valor e por blefe, assim como calls espe culativos. Observe as tendências pré-flop do seu oponente, mapeie seu range e então jogue com a matemática e você se sairá bem. ♠
DUSTY SCHMIDT @dustyschmidt dusty.schmidt
Dusty “Leatherass” Schmidt é instrutor no DragTheBar.com. Ele já disputou cerca de 7 milhões de mãos online e ganhou mais de 3 milhões de dólares.
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EU ESTOU FAZENDO
UMA BOA APOSTA? PARTE I Por Steve Zolotow
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ssa é uma questão que sempre aparece, não apenas no poker, mas em qualquer forma de aposta. Se a resposta é “sim”, então vem a pergunta relacionada: “Eu estou fazendo a melhor aposta?” Primeiro: como saber se você está fazendo uma boa aposta? Vamos começar com a ideia de expected value (EV). EV é a média que você irá vencer ou perder
ao tomar determinada ação. Se você joga cara ou coroa por $100, no longo prazo, você não irá perder nem ganhar, o que chamamos de break even. Ou seja, seu EV = 0. No entanto, se cada vez que sair cara, você ganhar 200 e cada vez que sair coroa, você perder 100, seu EV será de +50. Ele poderá ser +200 ou -100, mas a média será de +50. Vamos a alguns testes sobre isso:
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1. Há 500 no pote. Seu oponente está de all-in e tem A♠A♥. Você tem AK (flush draw) no bordo Q♦9♦7♠4♣. Qual o seu EV? 2. Você compra um computador de $1.000, e também pode comprar uma garantia de três anos por $100. Há 2% de chances de seu computador ser roubado a cada ano. Qual o EV do seguro? 3. Você está heads-up. Há $200 no pote no river. Seu oponente pede mesa e você tem a pior mão possível, mas você acredita que um blefe de $200 irá funcionar 55% das vezes. Qual o EV do seu blefe? 4. Você não entende nada de futebol, mas você sempre aposta em times alvinegros (Atlético-MG, Corinthians, Botafogo) quando eles jogam contra times rubro-negros (Flamengo, Altético-PR, Sport). Nos próximos cinco jogos, você vai apostar em um site que lhe dá 110 para 100 (ou seja, ou você ganha 100 ou perde 110). Qual o EV de apostar nesses cinco jogos? 5. Você está heads-up e tem o nuts no river. Se você apostar 150, seu adversário irá pagar um terço das vezes. Se
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você apostar 90, ele pagará metade das vezes. Se você apostar 40, ele sempre pagará. Você quer fazer a aposta que tem o maior EV. Quanto você deve apostar? Respostas 1. Seu EV é pouco maior que 102. Você irá fazer um flush com nove das 44 cartas restantes no baralho. Então, 9 a cada 44 vezes, você irá ganhar 500, o que é igual a 102,47. Se você, de cabeça, respondeu algo em torno de 100, pode ficar bastante feliz. 2. Seu EV ao comprar o seguro é de -$40. 2% de $1.000 corresponde a $20 por ano. Por três anos, isso é igual a $60, mas você está pagando $100. Na média, você estará perdendo $40 ao comprar o seguro. 3. O blefe terá um EV de +$20. Há duas maneiras fáceis de calcular isso. Primeiro, você ganha 0,55 x $200 quando seu blefe funciona, ou seja, $110. Mas você perder 0,45 x $200 quando ele não
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funciona, ou seja, -$90. Seu EV então é de +$20. O segundo método é mais fácil, 0,55 (vence) – 0,45 (perde) = 0,10, ou 10%. Dez por cento de $200 é igual a $20. 4. Seu EV é perder $25. Na média, você perde $5 por jogo, mas como você multiplicará pelo número de jogos (5), seu EV será de -$25. 5. Se você apostar 150 e ele pagar um terço das vezes, seu ganho médio será de 50. Se você apostar 90, e ele pagar metade das vezes, esse valor será de 45. Se você apostar 40 e ele sempre pagar, você ganhará 40. Portanto, apostar 150 tem o maior EV, mesmo que a aposta seja paga menos vezes. Nas próximas colunas, eu mostrarei várias situações em que determinaremos se estaremos fazendo uma boa aposta ou qual aposta é a melhor possível. Enquanto isso, comece a pensar em todas as suas decisões em termos de EV, mesmo aquelas que não tenham nada a ver com dinheiro ou apostas. Qual rota devo pegar para o trabalho? Em qual restaurante eu devo almoçar? Eu devo estudar poker ou apenas ir jogar?
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STEVE ZOLOTOW Steve “Zee” Zolotow obteve sucesso em tudo que jogou. Ele é um apostador há mais de 40 anos. No poker, ele ganhou dois braceletes da WSOP e chegou ITM mais de 50 vezes na série. Ele pode ser encontrado jogando os principais torneios de poker de Las Vegas e os cash games do Bellagio.
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c toP PAiR i o N e t t R A R e c A nath P or J o
e AGoRA
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o P o N e N t e S S o i R Ă v
t le a n L it
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á pouco tempo, um dos meus alunos veio até mim com uma mão que achei bem interessante. O jogo é no-limit hold’em $1-$2, uma mesa com nove jogadores. Com um stack de $600 A♦Q♦, o Hero aumenta para $12. Há situações em que devemos usar um aumento maior do que o padrão, mas eu não faço isso a não ser que esteja convencido que meus oponentes vão pagar com várias mãos lixo. É um desastre se eles pagarem um raise de $7 com mãos que você domina, como A-9 e J-Q, mas largarem as mesmas mãos quando você faz $12. Por essa razão, meus aumentos pré-flop são do tamanho do pote. Claro que se durante a sessão eu perceber que meus oponentes estão me pagando com mãos bem marginais, eu pensarei em aumentar o tamanho das minhas apostas. Então, esse aumento de $12 pode ser um erro terrível ou uma grande jogada explorativa. Apenas para ser claro, quando fazemos $12, o objetivo não é fazer seus adversários largarem mãos piores que a
sua. Você faz dinheiro no poker quando seus oponentes cometem erros. Se eles dão fold pré-flop corretamente, eles estão jogando bem, não cometendo erros. Voltando à mão, um jogador tight pagou os $12 do meio da mesa, assim como o hijack (HJ), o cutoff (CO) e o button (BTN). O big blind (BB), um jogador maníaco, com $115 para trás, também pagou. Agora, ficou claro que o raise de $12 é bom, uma vez que ele foi pago por cinco jogadores. Algumas pessoas, vão se sentir mal, já que A-Qs perderá com frequência. Na verdade, essa situação é ótima. Mesmo perdendo várias vezes, quando você ganha o pote, isso torna sua mão muito lucrativa aqui. O flop vem A♠ K♦ 3♠. O BB pede mesa, assim como o Hero. Não gosto desse check. Esse é um flop em que o Hero tem a melhor mão na maioria das vezes e que também é um pouco coordenado, fazendo com que a continuation bet (c-bet) seja paga por muitas mãos piores. Quando pede mesa,
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o Hero permite que todas peçam mesa e vejam uma carta grátis no turn, ou que alguém aposte e assuma o controle da ação com um range desconhecido. Eu teria apostado $40 no pote de $73. O HJ apostou $15. O CO deu fold e o BTN pagou. O maníaco no BB foi all-in de $103. O Hero pagou. Essa é uma situação complicada porque o Hero não tem nenhuma pista se o HJ apostou tão pequeno por ele querer ação ou por ter uma mão que ele não esteja disposto a investir muito dinheiro. Há também a possibilidade de o BB ter uma mão como A-3, K-3 ou alguns draws decentes, como 10♠J♠, Q♠J♠ ou K♠10♠, mesmo que seu range seja bem amplo. Levando isso em consideração, acho que o Hero deveria dar fold sem pesar, mas dar call ou raise (dependendo dos outros stacks) não são as piores opções. Dito isso, eu teria dado fold. Para a nossa surpresa, o jogador tight, com um stack de $348, pagou. O HJ e o BTN deram fold. O turn foi um 10♠, e o Hero pediu mesa. Quando uma carta de espadas aparece no turn, o check é a jogada óbvia. Se ele apostar, quase sempre ele só será pago quando estiver derrotado e, às vezes, por uma mão forte com flush draw, como A♣ J♠. O jogador tight foi all-in e o Hero deu fold. Um fold bem fácil, já que ele não está ganhando de nada. Não sabemos o que BB possuía. Ele não mostrou. O jogador que presumíamos ser tight mostrou orgulhosamente A♥ 10♣ e levou o pote. Claramente, o Hero se enganou quanto a ele. Um jogador tight jamais pagaria um raise de $12 com A-10o
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e, muito menos, pagaria uma aposta tão grande no flop com uma mão tão ruim. É importante que o Hero não se apegue tanto a perfis até que várias mãos sejam jogadas. Apesar de essa parecer uma mão complicada, tudo teria sido mais simples se o Hero tivesse feito uma c-bet. Provavelmente, ele seria pago pelo jogador “tight”, talvez pelo HJ e pelo BTN, e então ele poderia ir all-in depois do check-raise do maníaco. Como jogado, o Hero deu pote odds incríveis para os vilões. Provavelmente, ele teria ganhado a mão se tivesse jogado como eu sugeri e ainda ficaria em uma situação de heads-up contra um range bem fraco.
JONATHAN LITTLE Jonathan Little joga profissionalmente há quase 10 anos. Ele tem dois títulos do WPT e já ganhou mais de US$ 6 milhões em torneios ao vivo.
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JOGANDO DO BUTTON
CONTRA UM RAISE Por Ryan Fee
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uitas pessoas me perguntam quão loose devemos jogar do button quando alguém abre raise. Eu sei que as pessoas querem uma resposta rápida ou uma dica confiável, mas há muitos fatores para serem considerados. Neste artigo, vou analisar os que considero mais importantes. A primeira coisa, e provavelmente a mais importante, é qual o tamanho do raise do adversário. Seu range de mão deve se comportar de maneira diferente ao enfrentar um mini-raise, 3x, 4x ou 5x. Se você está encarando um mini-raise é bem aceitável jogar com algo como 25 a
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30% do seu range. Isso porque você não precisa de tanta equidade contra a aposta mínima. Mesmo com uma mão como 7♠5♠, você pode dar call, afinal, você está pagando 2 big blinds para tentar levar um pote com 5 (levando em consideração que os blinds desistam). No entanto, é preciso estar consciente que ao pagar do button, há uma ameaça real de um squeeze. Porém, contra um mini-raise, eu sou a favor de jogar todas as Broadways, suited connectors e cartas do mesmo naipe com um gap (como 9♦7♦ e 10♣8♣), além de Ases e Reis fortes também do mesmo naipe (como A♠9♠ e
K♥9♥). Aqui, o risco de algum dos blinds fazer uma 3-bet é contrabalanceado com o pequeno preço que você está pagando para jogar essas mãos. Quando os tamanhos das apostas vão ficando maiores, as coisas começam a mudar. Quando alguém faz um squeeze, você perde mais fichas. Se alguém faz um raise de 3 vezes o big blind, uma mão como K♣8♣, que geralmente joga bem do button, se torna uma mão não lucrativa para apenas dar call. O segundo fator é: de onde meu adversário está abrindo raise? Posição é crucial. Você não deve tratar o raise do UTG e do cutoff (CO) do mesmo jeito. Basicamente, o range do UTG é de 15% das combinações possíveis de mãos, enquanto o do CO chega até 35%. Essa é uma diferença muito importante e que você deve levar em consideração quando
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se aLGUÉM FaZ UM RaIse De 3 VeZes o BIG BLIND, UMa MÃo CoMo K♣8♣, QUe GeRaLMeNte JoGa BeM Do BUttoN, se toRNa UMa MÃo NÃoLUCRatIVapaRa apeNas DaR CaLL.
estiver pensando na equidade da sua mão ao dar um call mais loose do button. Resumindo, existem mãos que você deve pagar do button quando o CO fizer um raise, mas que você deve dar fold se o aumento vier do UTG, isso inclui mãos que mencionei acima, como K-8 e 7-5 do mesmo naipe. O terceiro fator a ser considerado é o estilo de jogo do oponente. Pagar um aumento de um jogador loose não é a mesma coisa de pagar um aumento de um jogador tight. Algumas das mãos que citamos, como A-10o, K-Jo e J-Qo, você irá querer jogar contra jogadores loose, mas não contra um jogador tight. Talvez, isso seja meio óbvio, mas na prática sabemos que as pessoas cometem muito mais erros dos quais se arrependem depois. Minha sugestão é que você passe algum tempo “brincando” com softwares que calculam sua equidade baseado no range do adversário, como o Equilab. Isso ajudará sua memória e será muito útil quando uma situação semelhante aparecer nas mesas. Conhecer e saber utilizar o range de mãos é essencial para cometer o mínimo de erros antes do flop. Amadureça essa ideia.
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RYAN FEE Ryan Fee é instrutor do site Upswingpoker.com, já ganhou mais US$ 3 milhões em torneios ao vivo e possui um bracelete da WSOP.
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Veio priMeiro AQui Por Marcelo Souza
Para ter sucesso no poker, o primeiro passo é definir: o que é sucesso no poker para você? É curioso, mas muita gente, na verdade, a maioria das pessoas não jogam por dinheiro. A verdade nua e crua do poker é: para alguém ou ganhar, outro precisa perder, assim, ganhar dinheiro no poker é para poucos. Para aqueles que realmente sustentam o ecossistema, o poker é apenas diversão. Ninguém gosta de perder dinheiro, mas poker é muito mais do que isso. Poker envolve competição, adrenalina, estratégia, diversão e, claro, glória. E pelo menos no Brasil, a glória máxima do poker é ganhar um bracelete da World Series of Poker (WSOP). Até este ano, Alexandre Gomes, André Akkari, Thiago Decano e Roberly Felício eram os únicos brasileiros a conseguirem o feito de vencer um
torneio da WSOP. Quatro braceletes e todos eles conquistados em No-Limit Texas Hold’em. Todos eles conquistados em anos diferentes, 2008, 2011, 2015, 2018. A menção honrosa fica com Bruno Foster, único brasileiro a chegar na mesa final do Main Event da WSOP, em 2014. E em 2019? Bem, em 2019 o Brasil subiu um degrau a mais, atingiu um outro patamar e poderá ser um divisor de águas, sem sombra de dúvidas, o melhor da história do poker nacional. Apenas pelos dois braceletes conquistados, 2019 já se credenciaria como o melhor de todos os tempos para os brasucas em Las Vegas, mas, mais que isso, foram mais de dez mesas finais e um quebra de paradigma: dois braceletes em eventos mixed.
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FOTO: TOMAS STACHA 48
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Murilo Figueredo
Evento #14: $1,500 H.O.R.S.E - field: 750 jogadores
prêmio: US$207.003 Catarinense de 37 anos, não há dúvidas que Murilo Figueredo, o “muka”, nasceu para fazer parte da história. Primeiro do brasileiro a vencer o extinto LAPT (Latin American Poker Tour), em 2011, no Chile, ele também se tornou o primeiro a conquistar um bracelete fora do hold’em. Murilo venceu o Evento #14: $1,500 H.O.R.S.E e um field relativamente grande para torneios de mixed games. Foram 750 jogadores e momentos difíceis antes da consagração. No heads-up, contra o experiente norte-americano Jason Stockfish, ele chegou a
ter três vezes menos fichas, mas buscou a diferença, com o título vindo no Pot-Limit Omaha Omaha Hi-Lo, em que fez uma quadra de Quatros. A vitória rendeu ao jogador de Penha US$ 207.003, pouco mais de R$ 800.000. “Eu ainda estou sem acreditar nessa conquista. Eu luto por isso há tanto tempo. Chegar lá no meio de tanta gente boa e trazer esse bracelete é surreal.”, disse em entrevista à ESPN Brasil durante uma homenagem prestada pela CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em) em São Paulo.
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Foto: jamie thomson 50
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yuri DZIVIELEVSKI
Evento #51: $2,500 MIXED OMAHA hI/LO, SEVEN CARD STUD HI/LO 8 OR BETTER field: 401 jogadores
prêmio: US$213.750 Curitibano, Yuri Martins Dzivielevski é considerado por muitos o melhor jogador de poker do Brasil. O “theNERDguy” do PokerStars ostentou por três anos (entre 2014 e 2017), a maior premiação online de um brasileiro, US$ 708 mil, prêmio conquistado pelo vice no Main Event do WCOOP 2014. De lá para cá, sua carreira decolou, muito pela disciplina e vida regra que decidiu adotar. Ioga, boa alimentação, um tempo morando no exterior... Fatores determinantes para que pudesse jogar no mais alto nível que o poker exige.
nossa vida é transformada e sentimos a real felicidade. Independentemente de acontecimentos externos. Em 2014, tomei a decisão de estudar mixed games. Naquele momento, certamente, foi uma decisão que não era a mais lucrativa, mas eu sabia que seria algo valioso no longo prazo e também era algo que me desafiava ao extremo: aprender algo totalmente novo. Abri mão do volume que eu colocava nos torneios para me entregar a algo totalmente incerto, algo que tive que começar do zero.
Assim como Murilo, Yuri conseguiu seu bracelete “longe” do hold’em, no Evento #51: $2.500 Mixed Omaha Hi/Lo, Seven Card Stud Hi/Lo 8 or Better, torneio que contou com 401 jogadores e que lhe rendeu US$ 213.750, que seria o maior prêmio de sua carreira no poker ao vivo até ele terminar em 28º lugar no Main Event, da mesma WSOP, alguns dias depois e levar US$ 261.430.
Hoje, cinco anos depois, lembro de todo esse caminho e vejo que valeu a pena cada momento, cada centavo que deixei de lado, cada dinheiro e tempo investidos em estudos (que não foi pouco). Hoje, essa decisão me proporcionou o momento mais inesquecível da minha carreira, além dos resultados online.
Em seu Instagram, ele agradeceu bastante a Deus e falou da vitória e sobre sua história nos mixed games:
Obrigado a todos pela torcida e pelas mensagens. Foram tantas que eu não consegui ler todas até agora.
“Eu sou muito grato a Deus por ter saúde e por todas as oportunidades que tive na vida. Deus é bom. Estar próximo Dele me fez uma pessoa melhor e sem medo do futuro. Porque sei que quando se vive para Ele e com Ele,
Vou seguir trabalhando, fazendo o que mais amo, com muita alegria. Vou dar o meu melhor para sentir dezenas de vezes esse sentimento tão especial de vencer um torneio de poker. Obrigado poker.” cardplayerbr
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Foto: jamie thomson
O FUTURO DO BRASIL NA WSOP As vitórias de Murilo e Yuri abrem uma nova janela de opções para o brasileiro. Competir os americanos é impossível simplesmente por causa do volume. São centenas de milhares de jogadores locais contra alguns milhares do resto mundo. A variância se torna gigantesca. E ainda que os fields da WSOP estejam crescendo cada vez mais, nos mixed games ainda são torneios com duas, três ou até quatro vezes menos pessoas comparadas aos fields de Hold’em e,
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consequentemente, se tornam eventos menos difíceis de serem vencidos por grandes jogadores. Yuri e Murilo são dois dos melhores jogadores de mixed do Brasil, trouxeram pela primeira vez dois braceletes em um único ano. Não se surpreendam com isso se tornando cada vez mais comuns nos próximos anos, principalmente longe das mesas de Texas Hol’dem.
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27 de Agosto de 2019
ANDRÉ “ANNELUCK” MIRANDA VENCE MAIN EVENT DA KOSS E FATURA R$ 166 MIL Série da Liga Suprema no PPPoker distribuiu mais de R$ 2,5 milhões CONHEÇA TODOS OS CAMPEÕES DA KOSS: Evento 1: R$ 110 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 200 mil garantidos) Campeão: “Izerma” (PPPoker Carioca) R$ 24.512 Evento 2: R$ 55 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 100 mil garantidos) Campeão: “EuropEan1” (FichasNet) R$ 14.613 Evento 3: R$ 110 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 100 mil garantidos) Campeão: “o_perigoso” (Cuiaba Poker) R$ 19.746 Evento 4: R$ 55 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 40 mil garantidos) Campeão: “Viola84” (Stars Poker CB) R$ 10.202
As premiações garantidas “beijaram a lona” na KOSS, da Liga Suprema, nos feltros do PPPoker. Nos últimos oito dias, o festival disputado no formato KO Progressivo superou os garantidos de todos os nove torneios principais. Programada para distribuir pelo menos R$ 2 milhões, a competição entregou aos jogadores R$ 2.555.379. Principal atração do KOSS, o Evento 7: R$ 300 NL Hold’em Turbo KO Progressivo se tornou mais um campeonato do PPPoker a ter uma prize pool de sete dígitos. Depois de deixar para trás um enorme field, André “anneluck” Miranda ficou com o título e R$ 166.929. Completaram o pódio “OG*Kush” (2º) e “lalynobrega” (3º), jogadores que faturaram R$ 77.577 e R$ 56.689. 56
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Evento 5: R$ 1.000 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 250 mil garantidos) Campeão: “pp1775382” (Jacks Poker Club) R$ 79.558 Evento 6: R$ 55 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 40 mil garantidos) Campeão: “Bad-Beats” (Stars CB 2) R$ 11.206 Evento 7: R$ 300 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 1 milhão garantido) Campeão: André “anneluck” Miranda R$ 166.929 Evento 8: R$ 110 NL Hold’em Turbo KO Progressivo (R$ 100 mil garantidos) Campeão: “Maquinafletadeira” R$ 95.949 Evento 9: R$ 2.000 PL Omaha Turbo KO Progressivo (R$ 150 mil garantidos) Campeão: “dayanpg” R$ 25.348
20 de Agosto de 2019
LIGA BRASIL DO PPPOKER UNE FORÇAS COM BATEL CLUBE PARA ORGANIZAR MEGAEVENTO EM CURITIBA Festival vai ter mais de R$ 330 mil em prêmios
Para ter sucesso no poker, o primeiro passo é definir: o que é sucesso no poker para você? É curioso, mas muita gente, na verdade, a maioria das pessoas não jogam por dinheiro. A verdade nua e crua do poker é: para alguém ou ganhar, outro preCadaperder, vez mais populares, as dinheiro ligas brasileiras no PPPoker cisa assim, ganhar no poker é para querem levar o sucesso obtido nos feltros online para oas poucos. Para aqueles que realmente sustentam mesas ao vivo. Entre os dias 26 de agosto e 03 de setembro, ecossistema, o poker é apenas diversão. Ninguém jogadores dos 23 clubes da Liga Brasil vão se reunir em gosta no deParaná, perder para dinheiro, mas é muito mais Curitiba, celebrar as poker conquistas na internet. do que isso. obviamente, Poker envolve competição, Neste encontro, vai ter muito poker.adrenalina, Em parceria com o Batel Clube, a Ligae,Brasil organizar o Experience, estratégia, diversão claro,vaiglória. E pelo menos campeonato prêmios e estrutura de primeiro mundo. no Brasil,com a glória máxima do poker é ganhar um bracelete da World Series of Poker (WSOP).
“Esqueçam tudo que vocês já viram de poker no clube no Brasil. Nós elevamos o patamar a outro status. O Batel Poker Até como este ano, Gomes, Akkari,os Clube tem sede Alexandre uma mansão, e logoAndré na entrada Thiago Decano e Roberly Felício eram os jogadores já passam por uma praça de alimentação, únicos que nós brasileiros a conseguirem feito deencontrar vencer vários um chamamos de Estação 918, onde oé possível quiosques que vendem hambúrgueres, espetinhos e comida japonesa. Na entrada da casa se vê aquela tradicional escada em curva. Na parte de trás há um espaço para shows e eventos. É onde realizamos a nossa balada. Consegui
torneio da WSOP. Quatro braceletes e todos eles conquistados em No-Limit Texas Hold’em. Todos eles conquistados em anos diferentes, 2008, 2011, 2015, 2018. A menção honrosa fica com Bruno Foster, único brasileiro a chegar na mesa final do convencer Thiago, Presidente da ELiga trazer o Main Evento da WSOP, em 2014. emBrasil, 2019?a Bem, evento para cá. Nós vamos ter os 23 clubes aqui, que juntos em 2019 o Brasil subiu um degrau a mais, atingiu possuem mais de 30 mil jogadores. Vai ser uma grande festa, um outro patamar e poderá ser um divisor de águas, uma confraternização da Liga Brasil no Batel Poker Clube”, sem sombra de dúvidas, o melhor do daBatel. história do contou Paulo Joanello, sócio proprietário poker nacional. O Experience vai contar com um torneio de boas-vindas (R$ Apenas 110), Main 300), High Roller (R$ 2019 1.000), pelosEvent dois (R$ braceletes conquistados, Freezeout (R$ 40) e Omaha (R$ 200). Nos primeiros dois dias já se credenciaria como o melhor de todos os tempos do festival, os competidores vão ter a chance de participar de para os brasucas em Las Vegas, mas, mais que isso, um satélite freeroll com cinco vagas garantidas para o Main foram Outros mais de dez mesas finais e umvão quebra de Event. campeonatos classifi catórios ser realizaparadigma: dois braceletes em eventos mixed. dos, sempre com inscrições muito acessíveis. Ainda no Experience, quem visitar o Batel Clube vai ter a chance de acompanhar palestras com dois craques do poker nacional, os grinders Vitor “VitinhO Dzi” Dzivielevski e Daniel “Dan Almeida” Almeida. cardplayerbr
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20 de Agosto de 2019
“ZÉNINGUÉM*” VENCE BIG STACK DA LIGA ONE 388 E FATURA R$ 130 MIL Evento no PPPoker superou o garantido de R$ 1 milhão
Os clubes brasileiros no PPPoker seguem se mobilizando para oferecer grandes torneios aos jogadores do país. No último final de semana, a Liga One 388 conseguiu superar um garantido de R$ 1 milhão no Big Stack, evento com buy-in de 300 reais. Após uma longa jornada, quatro jogadores participaram de um acordo baseado no ICM. Enquanto o campeão “ZÉNINGUÉM*” recebeu R$ 130.000, “callnoblef” (2º), “SaitamaSama1 (3º) e “cascade” (4º) deixaram o campeonato com prêmios de R$ 124.000, R$ 100.000 e R$ 91.000, respectivamente.
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O Big Stack contou com a participação de mais de mil competidores, que realizaram 755 rebuys e 1.106 add-ons. No total, o campeonato arrecadou R$ 1.035.900. Confira quanto os finalistas embolsaram: 1. “ZÉNINGUÉM*” (Clubs PRIME AX) R$ 130.000* 2. “callnoblef” (Friends Clubs) R$ 124.000* 3. “SaitamaSama1” (Friends Clubs) R$ 100.000* 4. “cascade” (Sierra.Poker) R$ 91.000 5. “leonardorpo” (Império Poker Club) R$ 46.400 6. “andrejm169” (Sierra.Poker) R$ 36.400 7. “ginlouko” (Aquários Poker) R$ 26.400 8. “Sorted” (Império Poker Club) R$ 15.700,00 9. “cavalo01” (Clubs PRIME AX) R$ 11.400
Para ter sucesso no poker, o primeiro passo é definir: o que é sucesso no poker para você? É curioso, mas muita gente, na verdade, a maioria das pessoas não jogam por dinheiro. A verdade nua e crua do poker é: para alguém ou ganhar, outro precisa perder, assim, ganhar dinheiro no poker é para poucos. Para aqueles que realmente sustentam o ecossistema, o poker é apenas diversão. Ninguém gosta de perder dinheiro, mas poker é muito mais do que isso. Poker envolve competição, adrenalina, estratégia, diversão e, claro, glória. E pelo menos no Brasil, a glória máxima do poker é ganhar um bracelete da World Series of Poker (WSOP). Até este ano, Alexandre Gomes, André Akkari, Thiago Decano e Roberly Felício eram os únicos brasileiros a conseguirem o feito de vencer um
torneio da WSOP. Quatro braceletes e todos eles conquistados em No-Limit Texas Hold’em. Todos eles conquistados em anos diferentes, 2008, 2011, 2015, 2018. A menção honrosa fica com Bruno Foster, único brasileiro a chegar na mesa final do Main Event da WSOP, em 2014. E em 2019? Bem, em 2019 o Brasil subiu um degrau a mais, atingiu um outro patamar e poderá ser um divisor de águas, sem sombra de dúvidas, o melhor da história do poker nacional. Apenas pelos dois braceletes conquistados, 2019 já se credenciaria como o melhor de todos os tempos para os brasucas em Las Vegas, mas, mais que isso, foram mais de dez mesas finais e um quebra de paradigma: dois braceletes em eventos mixed.
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12 de Agosto de 2019
CRIADOR DO PRIMEIRO CLUBE DO PPPOKER NO BRASIL É DO PAÍS DE GALES E MORA EM PEQUENA CIDADE NO INTERIOR DE MINAS GERAIS Conheça a história de Kevin Jamie Legge, o “gringo” por trás do clube The Deck
Representante do PPPoker no país Jiang Frank (esquerda) e Kevin Jamie Legge, o Gringo
A popularização dos sites de poker aproximou jogadores de todo o mundo. Sem sair de casa, apaixonados pelo jogo que não moram em grandes centros urbanos passaram a ter a chance de engatar em torneios com premiações dignas dos grandes campeonatos em Las Vegas. Essa oportunidade mudou a vida de milhões de pessoas, porém quem desejava empreender no poker ainda enfrentava muitos obstáculos. Professor de inglês na pequena cidade de Santa Rica do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, o galês Kevin Jamie Legge viu com a chegada do PPPoker no mercado brasileiro a oportunidade de expandir o seu home game que fazia sucesso em outro site. Assim o The Deck se tornou o primeiro clube do PPPoker no país. Hoje, o “Gringo”, 60 CardPlayer.com.br 60 CardPlayer.com.br
como o europeu é conhecido, comanda uma equipe com dezenas de profissionais. “Por falta de jogadores no home game que eu participava com alguns alunos, eu pedi permissão a esse pequeno grupo para usar o meu contato na escola de inglês em que trabalhava. Em pouco tempo o nosso jogo se expandiu, passando a ter várias mesas. Percebi que eu tinha o dom do empreendedorismo e uma reputação muito forte na minha região, por isso criei o The Deck, no PokerStars. Era um home game voltado àqueles que queriam jogar poker, mas não conseguiam fazer isso fora de casa e nem investindo muito dinheiro. Era uma reunião de amigos. Por conta da minha
gestão, o The Deck atingiu um público suficiente para a realização de vários torneios mensais. Os campeões até recebiam troféus. Certa vez, o vencedor morava no Acre. Mandamos o seu troféu via Correios, sendo que o frete custou três vezes mais (risos). No final de 2017, eu fui abordado pela primeira vez pelo representante do PPPoker no Brasil. Depois de várias conversas, nós criamos o The Deck no PPPoker”, contou o ex-professor Kevin logo teve a companhia de inúmeros clubes no PPPoker. Em 2018, a popularidade do site explodiu no Brasil, o que levou ao criador do The Deck a enfrentar uma concorrência cada vez mais agressiva. Para o “Gringo”, ao mesmo tempo em que essa disputa é saudável, ela exige muito da sua equipe, que vai sempre precisar se reinventar. “Nós acreditamos que nada resiste ao trabalho. Para ter sucesso no poker, o primeiro passo Nós temos uma forte reputação de ser o líder do é definir: o que é sucesso no poker para você? É mercado. Somos transparentes e ágeis, o que é fundacurioso, mas muita gente, na verdade, a maioria das mental para o poker na internet. Esses são os nossos pessoas jogammirando por dinheiro. verdade e pilares. Nósnão estamos no queAvem dandonua certo crua poker é: para alguém ganhar, prepara a do gente. Elevamos a nossaougrade e ooutro garantido cisa perder, assim, ganhar dinheiro no poker é para dos torneios. Ainda estamos embarcando pela primeira aqueles realmente o vezpoucos. em umPara torneio de R$que 1 milhão, quesustentam acontece no ecossistema, o poker é apenas Ninguém próximo domingo, 18. Até o final diversão. do ano, nós temos gosta de criar perderuma dinheiro, maspoker pokerque é muito o plano série de pode mais durar que meses, isso. Poker adrenalina, atédotrês comenvolve várioscompetição, prêmios diferenciados. estratégia, diversão e, claro, glória. E pelo menos Inovação sempre fez parte do The Deck. Temos um departamento publicidade que no Brasil, a de glória máxima edomarketing poker é atuante ganhar um procura sempre estar Series a frenteofdo mercado”, bracelete da World Poker (WSOP).declarou. EmAté umeste momento de francaGomes, ascensão do PPPoker ano, Alexandre André Akkari, noThiago país, Kevin inovou novamente ao criar a primeira Decano e Roberly Felício eram os únicos ligabrasileiros do site noapaís, a 388. Neste domingo, junto conseguirem o feito de vencer com um a liga One, os jogadores brasileiros vão ter a chance de disputar mais um evento no site com um garantido milionário. Para o “gringo”, premiações assim deixam orgulhosos todos que trabalham com o site.
“Há um ano, quando pela primeira vez um torneio no PPPoker bateu o garantido de R$ 100 mil, o mercado estava em euforia. Foi marcante. O PPPoker vive um momento interessante, e a sustentabilidade vem sendo muito boa. Estamos na terceira onda de crescimento, é um momento histórico. Na minha visão, por conta do preconceito que o poker enfrentou no Brasil, o potencial do jogo ainda não foi atingido. Há um grupo enorme de pessoas que não conhece o poker ou que ainda acreditam que se trata de um jogo de azar. O PPPoker está trazendo uma visibilidade que nunca vimos aqui”, explicou Kevin. O torneio milionário da Liga One 388 é o BigStack. Com buy-in de apenas R$ 300, o evento tem shuffle up and deal marcado a partir das 15h (de Brasília) no próximo domingo, 18. Até às 19h, os jogadores vão ter a chance de fazer reentradas ilimitadas por R$ 300. Já add-ons de 90.000 fichas, o triplo do stack inicial, vão torneio da WSOP. Quatro braceletes e todos eles custar R$ 330. conquistados em No-Limit Texas Hold’em. Todos eles conquistados em anos diferentes, 2008, 2011, O Big Stack é exclusivo para os integrantes dos 2015, menção honrosa clubes 2018. da LigaAOne 388. Eles são: fica com Bruno Foster, único brasileiro a chegar na mesa final do Main da 85320) WSOP, em 2014. E em 2019? Bem, TheEvent Deck (ID: 278673) em Piratas 2019 Gauchão o Brasil(ID: subiu um degrau a mais, atingiu Sierra.Poker (ID: 397397) um outro patamar e poderá ser um divisor de águas, HijackClub (ID: 444762) semClub sombra de 524773) dúvidas, o melhor da história do Master (ID: poker nacional. Clubs PRIME AX (ID: 589739) Friends Clubs (ID: 648705) H20 + PLAY POKER (ID: 716865) Apenas pelos dois braceletes conquistados, 2019 Aquarios poker (ID: 170341) já seSpadas credenciaria Club (ID: como 173612)o melhor de todos os tempos paraThe osSix brasucas Las Vegas, mas, mais que isso, Poker (ID:em 257856) K9Off Poker Club (ID: 477520)finais e um quebra de foram mais de dez mesas DONKEY POKER CLUB (ID: 542611) paradigma: dois braceletes em eventos mixed. Poker Prudente (ID: 769627) Império Club (ID: 772824) Five Cards (ID: 822565) FF Cbet Live (ID: 359859) MrJack & Joker (ID: 662561) BACKDOOR CLUB (ID: 832305) LD|77|083|STREET (ID: 738072)
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HAND for
HAND Por Peter Gabriel
aLeXaNDRe GoMes X KeVIN saUL ($10K MaIN eVeNt Do poKeRstaRs CaRIBBeaN aDVeNtURe 2009) a cada mês, um renomado profissional do poker nacional analisará uma mão entre duas feras do poker mundial. Nesta edição, um dos instrutores do team samba, peter “pitaoufmg” Gabriel, analisa uma mão antológica entre alexandre Gomes e a fera do online “BeL0WaB0Ve” no pCa 2009. o brasileiro terminou em uma histórica 4ª posição.
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KEVIN SAUL
ALEXANDRE GOMES cardplayerbr
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K
A
A Alexandre Gomes 3.950.000 fichas
Q
K
A
Q
A
Kevin Saul 4.900.000 fichas
Blinds: 40.000/80.000 com antes de 5.000
Peter: Primeiro, nós temos que levar em consideração que o Kevin Saul era um jogador muito agressivo pós-flop. Já joguei muito contra ele no online antes da Black Friday e acredito que essa era também a percepção que o Alê Gomes possuía dele. PRÉ-FLOP Do UTG, Alexandre Gomes aumenta para 210.000. No BTN, Kevin Saul paga. Peter: Pré-flop bem padrão. Alexandre sobe 2,6 vezes o big blind e o Kevin dá call para jogar em posição. Flop: 2♣ 6♣ 6♥ (Pote: 585.000) Gomes aposta 355.000. Kevin paga.
Peter: A c-bet também é padrão. Por eles estarem bem deep, quase 50 bbs, é normal fazer uma aposta de 50% do pote ou mais. Em um flop como esses, muita gente poderia optar pelo slow play, já que é um flop bem seguro. Apesar das duas cartas de paus, o Alexandre tem o A♣, o que bloqueia várias combinações de flush draw do Kevin. Nessa situação, eu não gosto do slow play. Contra um oponente agressivo pós-flop, nós abrimos vários leques de opções. Ao fazer um c-bet, você irá extrair de pares, como 8-8, 9-9 e 10-10, e também das mãos que optam pelo floating. Em um bordo como esse, ele irá nos pagar com praticamente todas mãos que deram call pré-flop, para tentar levar o pote nas streets posteriores. Turn: 6♠ (Pote: 1.295.000) Gomes pede mesa. Kevin aposta 500.000.
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Peter: O turn é uma carta que não muda muita coisa. Se alguém possui algum Seis no range, é o Alê Gomes. Ele poderia ter um 67s, 86s. Já o Kevin não vai de flat call, contra um raise do UTG, com mãos que tenham Seis. O Alê poderia abrir um A6s, mas o Kevin não pagaria com uma mão tão dominada contra um range teoricamente mais forte. Com o segundo nuts, apostar não é uma boa opção. É preciso ter coerência. Se nós sabemos que ele é agressivo e possui um range de floating, a segunda aposta vai fazer o adversário largar todas as mãos que foram para o floating, como as broadways (combinações de cartas acima de Dez). E mesmo que o Kevin não esteja realizando o floating, ele pode acabar fazendo o que a gente chama de “auto value betting”, que seria apostar achando que tem valor, com um 10-10 ou 9-9, que podem extrair de um possível Ás-high, por exemplo, quando na verdade, ele está perdendo a mão. Gomes paga. Peter: Depois da aposta do Kevin, não temos por que dar raise. Se nós acreditamos que o range de blefe dele é maior do que valor (e quando for valor vai acontecer a “auto value
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betting”), não tem porque tentar tirá-lo da mão, que é o que o check-raise fará. River: Q♠ (Pote: 2.295.000) Gomes pede mesa novamente. Kevin aposta 1.300.000. Gomes vai all-in de 2.885.000. Peter: No river, não podemos ter medo de ser check e check. É preciso tentar fazer com que o adversário coloque fichas erroneamente no pote, seja blefando ou apostando “por valor”. Gosto bastante dessa linha de pedir mesa. E agora que a Dama apareceu, o Kevin tem que fazer uma aposta por valor. Ele agora começa a ganhar de várias mãos e só está perdendo para um eventual Seis, além de Q-Q, K-K e A-A. Ele agora derrota todos os pares entre 7-7 e J-J, mãos que pode jogar dessa maneira por tudo aquilo que já falei, deixar o range de blefe do adversário na mão. Outro ponto legal é o tamanho da aposta do Kevin. Se o Alê Gomes tem algo com 10-10 ou J-J, dificilmente ele irá largar, o que torna a aposta bem boa. Kevin paga.
Peter: Quando o Alexandre Gomes vai all-in, não tem mais blefe no range dele, até porque a fold equity é bem pequena. Todo aquele conjunto de mãos que nós colocamos para o Alê, agora podem ser descartadas. Ele não vai transformar seus pares em blefe nessa situação. Então, acho bem ruim esse call no river.
PETER GABRIEL Mais conhecido como “Pitão”, Peter é mineiro, instrutor do Samba Team e um dos sócios do time de acesso “Sambinha”. Ele possui mais de US$ 1,6 milhão em ganhos na internet.
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Dusty Schmidt e Paul Christopher Hoppe
Poker
na Prática
Conceitos Críticos Conceitos fundamentais para vencer os torneios mais difíceis de Texas Hold’em
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THE BOOK IS ON THE TABLE
Poker na Prática é uma das leituras mais modernas que você irá encontrar sobre cash games. Em nove anos de carreiras, Dusty “leatherass” Schmidt já lucrou mais de US$ 5 milhões jogando cash games online no PokerStars, o que o credencia a falar sobre o assunto com propriedade. Paul “GiantBuddha” Hoppe, coautor, é um especialista em limit hold’em, que completa com rigor matemático as análises de Dusty. Neste livro você aprenderá a aplicar na prática conceito cruciais e fundamentais do poker, como: tamanho de apostas, transformar mãos de valor em blefe, explorar o range de mãos dos oponentes, utilizar overbets etc. Aqui está reunido o conteúdo de sete apostilas em sete capítulos, em que os principais conceitos do poker serão analisados através exemplos práticos. Tanto para o jogador ao vivo quanto da internet, Poker na Prática é leitura obrigatória.
ESPERE PARA VER... INDUZA BLEFES DE DIVERSAS STREETS
(p. 91)
MÃoNº26 $5/$10 No-Limit Hold’em – 5 jogadores
HJ aposta $113,54, Dusty paga.
stacks: HJ tem $1.000, Dusty tem $1.427.
River: 3♠ ($399,40 - 2 jogadores)
Leituras: HJ abre o pote com 20% das mãos nessa posição, aposta de forma agressiva e é capaz de ler mãos.
HJ aposta $264,93, Dusty dá raise all-in para $1.234,80, HJ dá fold.
pré-flop: Dusty está no cutoff com K♠T♠ HJ dá raise para $30, Dusty dá call, 3 folds. Flop: 5♣8♦2♠ ($75 - 2 jogadores) HJ aposta $48,66, Dusty paga. turn: 3♣ ($172,32 - 2 jogadores)
Resultado: Dusty ganha sem um showdown. O blefe Mississippi é o ato supremo de esperar para ver. Você pode usá-lo para induzir blefes em diversas streets com bordos descoordenados, ou como uma forma de permitir que o oponente faça três apostas pelo valor antes de lhe dar as más notícias. Não importa que as más notícias sejam mentira, se forem contadas de forma convincente. Veja o caso dos jornalistas de TV.
Enquanto uma gama de 100% teria muitas combinações de straight draws no bordo, no contexto do hijack abrindo o pote contra um call do cutoff, o flop poderia não ser muito mais descoordenado. Não há flush draws presentes, e nenhum jogador tem muitas cartas pequenas nas suas gamas para ficar com um straight draw. Embora o hijack não faça continuation bet em 100% dos flops, esse é o tipo de flop no qual ele provavelmente disparará uma aposta com toda a sua gama. Também provavelmente apostará em mais cartas do turn. Deixando de lado a equidade de fold implícita gerada por um call, a mão de Dusty tem certa equidade por si só. Ele pode acertar um rei ou dez e se sair bem contra a gama do hijack. Ele também pode conseguir um draw
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de espadas. Tudo isso é um pequeno e agradável bônus. O segredo da jogada ainda é o fato de que Dusty pode frequentemente pagar no flop e no turn, e ganhar o pote com um all-in no river. Embora o call no flop seja menor do que 5 big blinds, Dusty mentalmente comprometeu o seu stack nessa jogada. O 3♣ no turn é uma ótima carta para continuar o blefe Mississippi. Ela não acerta a gama do hijack, mas é exatamente o tipo de carta com a qual ele faria mais um blefe. Dusty paga novamente, dessa vez com ainda menos chances de melhorar. Se Dusty pudesse pegar o baralho e tirar qualquer carta que quisesse, ele poderia ter escolhido o 3♠. Embora haja várias cartas boas para o river, essa é uma das melhores. Quando Dusty dá raise, é fácil para o hijack colocá-lo com uma trinca acertada no flop, ou um straight de ás a cinco completado no turn. Não há draws que não se completaram na gama de nenhum dos dois jogadores, então, o único blefe que Dusty pode estar tentando é um blefe completo. Examinando a gama pré-flop do hijack aqui, vemos que ele completará um full house nesse bordo aproximadamente 5% das vezes. Mesmo que toda a sua gama de aposta no river seja de pares de dez a ases, full house/ quadras, e ás-quatro, overpairs vão compor pelo menos 63% da sua gama. Isso facilmente justifica um all-in no river. O verdadeiro custo do blefe Mississippi, no entanto, é de $970 e a recompensa, aproximadamente, $500 — o dinheiro que entrou no pote pré-flop, mais o que o hijack colocou no pote. Isso demandaria uma taxa de sucesso próxima a 66%. A equidade de showdown adquirida no flop pela mão de Dusty (caso ela melhore) facilmente compensa a diferença aqui. Mas, essa gama de apostas no river é a pior das hipóteses. Se o hijack disparasse com 100% das suas mãos nesse river, ele daria fold com 90% da sua gama diante de um raise. O blefe Mississippi seria qualificado como uma fonte de EV nesse caso. A verdade provavelmente se encontra entre os dois extremos; o hijack desistirá de alguns dos seus blefes, e continuará com outros. Ele provavelmente apostará e então dará fold com mais ou menos 80% da sua gama nesse river, fazendo com que a situação seja ideal para induzir blefes em diversas streets. Conclusão: Quando o seu oponente for agressivo e capaz de ler mãos, considere fazer o blefe Mississippi caso o bordo não tenha figuras. É preciso ter coragem e comprometimento, mas os resultados podem ser tantos satisfatórios quanto lucrativos.
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tÍtULo: poKeR Na pRÁtICa, CoNCeItos CRÍtICos (poKeR IN pRaCtICe, CRItICaL CoNCepts) aUtoRes: DUstY sCHMIDt e paUL CHRIstopHeR Hoppe NÚMeRo De pÁGINas: 178 pReÇo: R$ 64,90 DIspoNÍVeL eM: www.raiseeditora.com
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CARD PEDIA FERAS DO ONLINE RAFAEL MORAES
TOP 10 – RESULTADOS BRASILEIROS EM JULHO SITE
Torneio (Buy-in)
Data
Nome
Posição
Prêmio
$2.650 The Venom
02/06
Rafael “TheBigKid” Moraes
1º
$1.050.559
$109 Sunday Million
12/06
Allan “allan sheik” Mello
1º
$110.835
$22 Main Event do MicroMillions
02/06
“Lxxz”
1º
$100.058
$109 Sunday Million
16/06
Júlio “JúlioFantin” Fantin
3º
$59.353
R$ 1 milhão GTD da Liga Brasil
23/06
Joseilton “Alexandrepota” Filho
1º
R$ 180.000
$2.650 The Venom
02/06
Rafael “alwaysH1TS” Eltz
9º
$45.954
$2.100 Sunday Cooldown
16/06
Eduardo “edudrake1987” Pires
1º
$44.322
$109 Sunday Million
27/06
Henrique “Galochina10” Coutinho
4º
$43.073
R$ 1,5 milhão GTD Liga Premium das Estrelas
02/06
Thiago “ZYWHOO”
1º
R$ 150.750
Bounty Builder $109
30/06
“AmazingPlay9”
1º
$35.242
GERALDO CÉSAR
TOP 10 – RESULTADOS BRASILEIROS EM AGOSTO SITE
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Torneio
Data
Jogador
$109 Sunday Million
11/08
Sander “S.totuli” Totuli
1º
$107.200/ R$ 428 mil
$109 Sunday Million
25/08
Franklin “FKAXM” Magalhães
1º
$88.743/ R$ 355 mil
H2 Million
25/08
“Romario11”
1º
R$ 215.000
Main Event da KOSS
25/08
André “anneluck” Miranda
1º
R$ 166.929
Evento 24 da BOOS
18/08
WarleyBruno
1º
$41.066/ R$ 164 mil
Bounty Builder $109
04/08
Dieferson “Dieferson09” Montrezol
1º
$38.260/ R$ 153 mil
$530 Bounty Builder High Roller
18/08
Geraldo “GeraldoCesar” César
1º
$35.589/ R$ 142 mil
$109 Sunday Million
11/08
“rodtrader”
5º
$33.186/ R$ 132 mil
Big Stack
18/08
“ZÉNINGUÉM”
1º
R$ 130.000
H2 Million
25/08
“Gatti07”
2º
R$ 125.000
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