Card Player Brasil Digital - 7

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QUATRO DICAS PROFISSIONAIS PARA O JOGO NO RIVER A ContInuAtIon bet DA IDADe DA PeDrA

torneIo Do ConrAD fAz mAIs um mIlIonárIo

TRÊS DICAS PARA BLEFAR MELHOR

PIUS heInZ é CamPeÃO dO maIn eVenT 2011


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“Já fiz várias apostas nessa vida. Mas quer saber, parceiro, em minha humilde opinião, eu não sou um apostador qualquer. Nunca saio em busca de um trouxa. Eu procuro um vencedor, e faço dele um trouxa...” Amarillo Slim

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m i l S o l l i r a Am O Grande Malandro

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eXPediente diretor executivo renato lins editor bruno nóbrega de sousa tradução Karen dias Projeto gráfico e diagramação diego bittencourt Webmaster bernardo benevides Conteúdo Web Karen dias Jornalista marcelo souza Fotógrafo bruno mooca Colunistas nacionais andré “dexx”, Christian Kruel, diógenes malaquias, Felipe mojave, Pedro nogueira Colunistas internacionais alan schoonmaker, david apostolico, dusty schmidt, ed miller, Jeff hwang, John Vorhaus suporte / saC heliana de souza endereço raise editora ltda rua Conde de santa marinha, 400, Cachoeirinha CeP 31130-080 - belo horizonte - mg tel.: (31) 32252123 impressão alicerce editora distribuição dinap

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QUE EspoRtE É EssE?

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á passava das três da manhã, e o heads-up do maior evento de poker do mundo ainda não tinha chegado nem à metade. Nos estúdios da ESPN, mensagens de todos os cantos do Brasil inundavam os twitters de André Akkari, Ari Aguiar e Sérgio Prado. Eram pedidos de abraços, comentários, piadas... Quem seriam esses “milhares de loucos” acordados àquela hora, em plena quartafeira, acompanhando dois europeus que provavelmente nem sabiam que a gente aqui tem ESPN? Alguns diriam que eram apenas jogadores de poker, ociosos convictos que não tinham hora para acordar. Ledo engano. Entre os telespectadores daquela noite estavam celebridades como André Marques, apresentador do programa Video Show, e até o maior artilheiro das Copas, Ronaldo “Fenômeno”. Entres eles, muitos outros curiosos que não paravam de enviar perguntas aos apresentadores: “que torneio é esse?”, “o que é 3-bet?”, “Check-behind, o que é isso?” Não eram jogadores, era gente que nem conhecia o poker. O que os prendia ali então? Certamente não era a “simpatia” do tcheco Martin Staszko. Muito menos as caretas do Pius Heinz. A resposta é simples: o próprio poker. Desafio qualquer um a me dizer qual esporte permite que desconhecidos encarem os melhores do mundo, ou que eles sonhem com se tornar milionários da noite para o dia. Há algo de inexplicável no poker. Esse fascínio é o imã que atrai mais e mais simpatizantes a cada dia. E como as leis da física não podem ser contrariadas, as multidões são questão de tempo... A despeito de a conjuntura internacional do poker estar passando por um momento conturbado em 2011, o Brasil está vendo – e verá ainda mais – o poker crescer. O surgimento de novos ídolos, a simpatia de ídolos de outros esportes, as vitórias brasileiras mundo a fora, a luta incessante da CBTH, tudo isso culminou com uma transmissão antológica da mesa final Main Event na ESPN. Eu me arrisco a dizer que o que Ari, André e Serginho fizeram naquela madrugada foi apenas um trailer do blockbuster que está por vir. ♠

Marcelo Souza – Jornalista Responsável @marcelo_cardplr


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Sumário Especiais

Conteúdo

10. O CASO FULL TILT Ascensão e queda de um gigante

6. Carta ao Leitor

50. É da alemanha Piuz Heinz é campeão do Main Event 2011

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30. Tradição mineira Torneios mensais da Federação Mineira

70. Phil Hellmuth O jogador que adoramos odiar 80. Terminou em tango Torneio do Conrad faz mais um milionário

24. ANDRÉ “DEXX”

32. PEDRO NOGUEIRA

Mentindo Com Responsabilidade Quem pretende elevar seu jogo deve saber blefar corretamente, e é justamente isso que Dexx ensina em seu artigo deste mês.

Sobre Jogadores e Blefes A coluna de Pedro Nogueira conta a história de Jack “Treetop” Straus, e mostra um de seus blefes mais famosos.

36. CHRISTIAN KRUEL

42. DIÓGENES MALAQUIAS

62. Ed MILLER

Metagame – Parte II Continuando sua série sobre “metagame”, CK aprofunda sua análise sobre a Teoria dos Jogos e define seus elementos, mostrando de que maneira aplicá-los ao poker.

A Continuation Bet da Idade da Pedra Diógenes conta como a c-bet se tornou popular, e explica porque muitos jogadores a utilizam da forma errada.

Quatro Dicas Para o River Nesta edição, Ed Miller ensina de que forma é possível utilizar as ações dos oponentes no river em benefício próprio, e quando é preciso ser agressivo ou cauteloso na quinta carta.

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por marc

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embro-me como se fosse hoje. 15 de abril de 2011. Meu amigo, jogador de poker e coautor do primeiro livro de Texas Hold’em lançado em português no Brasil, André “Dedeh7L” Reis, me chama no MSN. Eram pouco mais de cinco da tarde, e estávamos perto do fim do expediente na editora: “Já viu isso?”, pergunta ele, enquanto cola um link para uma matéria do New York Times recém-saída do forno. Chocante, para dizer o mínimo: “Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicia fundadores das três maiores empresas de poker online do país”, estampava um trecho. “Domínios dos sites FullTiltPoker.net, AbsolutePoker. com e PokerStars.com são interditados

pelo FBI. Onze prisões são feitas”, lia-se em outra parte. Há algumas dezenas de quilômetros dali, meu amigo digitava em ritmo frenético e em tom de desespero que iria retirar todo seu dinheiro do PokerStars e do Full Tilt Poker. Ainda sem acreditar no que lia, corri para acessar os dois sites a fim de conseguir alguma informação. Ao invés de me deparar com a pequena foto de um sorridente Daniel Negreanu, ou com a expressão enigmática de Chris Ferguson, o que vi em ambos os sites foi um brasão do F.B.I., lado a lado com o símbolo do Department of Justice (DoJ). Logo abaixo, uma extensa mensagem, que começava como um soco no estômago: “Este domínio foi apreendido pelo F.B.I.”. Era surreal.

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Era esse o esquadrão de elite responsável por representar o site nos feltros. Nos bastidores, o grande nome era o CEO da Tiltware LLC, empresa responsável pelo FTP, Ray Bitar, até bem pouco tempo, tido como um dos homens mais poderosos do poker mundial. Com campanhas de marketing agressivas, o Full Tilt aos poucos conquistava seu lugar ao sol. E em 2006, a sorte sorriu para o site. Nos Estados Unidos, foi promulgado o Unlawful Internet Gambling Enforcement Act (UIGEA), polêmica lei sancionada pelo então presidente George W. Bush, proibindo instituições financeiras de processarem pagamentos online para cassinos e sites de apostas na internet.

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Em questão de horas – ou seriam minutos? Não sei precisar bem –, notícias sobre o possível fim dos dois maiores sites de poker online do mundo já explodiam nos principais portais de conteúdo especializado. E aquele dia ficaria conhecido como “Black Friday”, a “SextaFeira Negra do Poker Online”. Como vocês sabem, dentre os sites indiciados, apenas um sairia sem maiores prejuízos. E não seria o Full Tilt. Com orçamento inicial de US$5 milhões, o FTP foi fundado em meados de 2004. Seu grande trunfo para ganhar espaço num mercado ainda incipiente estava em seus proprietários: Chris Ferguson, Phil Ivey, Howard Lederer, Erik Seidel, John Juanda, Andy Bloch, Erick Lindgren, Phil Gordon e Clonie Gowen, que também foram os primeiros integrantes do “Full Tilt Team”.

jun/2004 Com orçamento de us$5 milhões, howard lederer e outros oito profissionais lançam o full tilt Poker. 12

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ago/2006 Com oito eventos e cerca us$2 milhões em premiações, estreia a full tilt online Poker series (ftoPs).

sEt/2006 Party Poker encerra suas atividades nos Eua após o uigEa, e deixa o mercado livre para o full tilt e o Pokerstars.


Em razão do UIGEA, empresas como o Party Poker, líder de mercado na época, encerraram suas atividades na terra do Tio Sam. Melhor para Full Tilt e PokerStars, que, alheios a eventuais empecilhos legais, decidiram apostar as suas fichas em terras norte-americanas. O resultado foi um crescimento pantagruélico, monstruoso, dos dois sites. Estávamos diante da versão tecnológica da corrida do ouro.

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Para se ter uma ideia, a Full Tilt Online Poker Series (FTOPS), série de torneios online criada em 2006 e realizada a cada três meses, distribuiu em sua primeira edição cerca de US$2 milhões ao longo de oito eventos. Porém, a última FTOPS antes da Black Friday, em fevereiro de 2011, chegou perto da marca de 40 milhões de dólares em 45 eventos. Em 2004, o número de usuários conectados oscilava entre 1.500 e 3.500. Em 2009, era possível encontrar mais de 150.000 jogadores lotando as mesas do software nos horários de pico – um crescimento de quase 10.000%. Diante de um banquete tão farto, o site passou a contratar alguns dos principais nomes do poker mundial. Gus Hansen, Patrik Antonius e Tom Dwan foram alguns dos que se juntaram ao time. Visando fortalecer ainda mais sua marca, o Full Tilt fechou acordos de patrocínio com o World Poker Tour, o popular programa de TV Poker After Dark e até com uma equipe de Fórmula 1, a Virgin Racing. Foram incorporados ainda ao site mais três times: o The Hendon Mob, formado por quatro jogadores da Inglaterra; o CardRunners, composto por 10 instrutores da mais tradicional escola de poker do mundo; e o Team Limpers, que reunia seis dos melhores jogadores da França. Várias celebridades também associaram seus nomes à marca. Caso da “voz do UFC” Bruce Buffer, do tenista James Blake e do ator Don Cheadle. Eles eram apenas três dentre as mais de 50 personalidades que ficaram conhecidas como “Friends of Full Tilt”.

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jun/2008 o finlandês Patrik antonius é contratado pelo full tilt.

ago/2008 o software ganha versões em francês, alemão, espanhol e holandês. Ck e raul se tornam “red Pros”.

sEt/2008 WtP Enterprises, criadora do World Poker tour, e o fulltiltPoker.com firmam novo acordo de patrocínio. @CardPlayerbr

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Como se não bastasse, o site criou ainda o maior time de profissionais do poker online do mundo, os chamados “Red Pros”, formado por mais de 150 jogadores notadamente talentosos na arena online. Dentre eles, os brasileiros Christian Kruel, Raul Oliveira, Felipe Mojave, Caio Pimenta e Leandro Brasa. Esses dois últimos, aliás, chegaram a fazer o heads-up decisivo no maior torneio do site em 2008, o US$1.000.000 Guaranteed. O Full Tilt ainda foi responsável por implementar em seu software modelos inovadores de disputa. Alguns fizeram sucesso imediato, caso do Rush Poker; outros agradaram, mas causaram polêmica, como os torneios com “multientradas”. E o rol de invenções não

noV/2009 Patrik antonius vence um pote de us$1.356.947 contra Viktor “isildur1” Blom, o maior da história da internet. 14

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parou por aí. Foi lá também que surgiu a expressão “nosebleed stakes”, mesas de cash games com limites altíssimos, de “sangrar o nariz”. Numa delas, foi disputado o maior pote da história do poker online: Patrik Antonius ganhou a bagatela de US$1.356.947 em uma única mão contra o até então misterioso “Isildur1”, o sueco Viktor Blom. No Brasil, o site patrocinava o BSOP, principal circuito de poker nacional, sem maiores ameaças de concorrência. Em canais fechados de TV, comerciais do FTP podiam ser vistos com relativa frequência, algumas vezes em horários nobres. O Full Tilt parecia realmente disposto a brigar de igual para igual com seu maior rival e líder de mercado, o PokerStars.

aBr/2010 lançamento do “rush Poker”, modalidade em que o jogador é trocado de mesa assim que sua ação na mão for finalizada.

14/03/2011 full tilt anuncia a onyx Cup, série de torneios live com buy-ins mínimo de us$ 100 mil.


“lamEntáVEl o quE aContECEu Com o full tilt. Para mim, Era o mElhor softWarE do mErCado. sE a EmPrEsa sE mostrassE séria Em uma PossíVEl Volta, Eu não tEria ProBlEmas Em jogar lá dE noVo”. joão Bauer, campeão do WCooP em 2010.

Em sua ação mais agressiva até então, o Full Tilt anunciou a Onyx Cup, primeira série de torneios live exclusivamente high stakes do mundo. O buy-in mínimo previsto era de 100 mil dólares, cerca de 180 mil reais. E já havia fila de espera. Com datas, locais e valores definidos, o site levaria ao extremo a experiência do poker milionário. Àquela altura, ninguém poderia supor que a derrocada do Full Tilt seria mais rápida que a sua ascensão. Então, vem a “Black Friday”. Seria o início do fim de uma era para o site. Porém, o que poucas pessoas poderiam imaginar era a sucessão de catástrofes que estava por vir. Os primeiros indícios de um desastre apareceram logo após o site celebrar um acordo junto ao DoJ para recuperar seu domínio FullTiltPoker.net, o que aconteceu poucos dias após a fatídica sexta-feira negra.

15/04/2011 BlaCk friday Pessoas ligadas ao full tilt Poker são indiciadas. site é proibido de operar nos Eua e tem seu domínio confiscado pelo fBi.

17/04/2011 full tilt diminui as premiações garantidas de seus principais torneios.

À semelhança da quebra da bolsa de Nova York em 1929, uma multidão de pessoas apreensiva com o futuro incerto de seu bankroll decidiu sacar um grande volume de dinheiro simultaneamente, temendo pelo pior. E o pesadelo acabou se tornando uma dura realidade. Estranhamente, o processamento dos cash outs no Full Tilt fora interrompido. Notas oficiais do site eram liberadas apenas esporadicamente, e quase nada diziam a respeito da situação. Os jogadores estavam à deriva no mar de incertezas que tinha se tornado o Full Tilt. De nada adiantavam declarações de jogadores respeitados como Tom Dwan e Phil Galfond, afirmando que tirariam um milhão de dólares do próprio bolso caso o site não pagasse aos seus jogadores. Dwan chegou a dizer que a chances de o FTP não cumprir com seus compromissos eram menores do que 10%. Com base em quê? Provavelmente, jamais saberemos.

19/04/2011 retiradas de dinheiro cessam no ftP. Phil galfond e tom dwan garantem que o site vai honrar seus compromissos. @CardPlayerbr

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Entretanto, os escândalos envolvendo o gigante do poker online estavam apenas começando. Phil Ivey, considerado o melhor jogador de poker do mundo e um dos principais acionistas da companhia anunciara, às vésperas da WSOP, que não disputaria a série mundial de poker – supostamente, em solidariedade aos usuários que estavam sendo lesados. De quebra, entrou com um processo contra a TiltWare LLC devido aos problemas de pagamento. Diante dessa mobilização, parte dos jogadores se mantinha otimista quanto ao recebimento de seus fundos, mas um balde de água fria veio logo em seguida. No final de junho, a Alderney Gambling Control Commission (AGCC), órgão responsável pela regulamentação de apostas eletrônicas através do qual quatro empresas da Tiltware LCC eram licenciadas, caçou todas as licenças de funcionamento do site. Inicialmente, a medida seria apenas temporária. Uma reunião foi marcada para agosto, em Londres, depois adiada para setembro. Todos os interessados aguardavam ansiosamente por esse encontro, que poderia selar o destino do Full Tilt.

20/04/2011 full tilt celebra acordo com departamento de justiça do Estados unidos e recupera seus domínios. 16

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01/06/2011 Phil ivey anuncia que não jogará a WsoP e que processará a tiltware llC.

29/06/2011 agCC suspende licença de funcionamento do full tilt.


Ainda em junho, especulações acerca do futuro do site eram o assunto principal em fóruns online e portais de poker mundo afora. Em um desses veículos, advogados do FTP divulgaram a informação de que o site estava em processo de venda e que todos os jogadores seriam pagos. Além disso, como parte do acordo, Phil Ivey desistiria do processo contra a TiltWare. Mas o clima de indefinição continuava, e usuários, funcionários e imprensa permaneciam às escuras. Tudo o que se sabia era que determinado jogador tinha vários milhões presos no site, ou então que uma enxurrada de processos estava sendo aberta contra a companhia. Nada além de boatos ou do óbvio ululante. Em alguns momentos, porém, o site ensaiou um retorno. Após pagar 250.000 libras à AGCC, o Full Tilt renovou sua licença secundária de funcionamento. Isso, juntamente com a aproximação da tão aguardada reunião, deu novo fôlego aos jogadores. A audiência correria em segredo de justiça e só permitiria o acesso dos envolvidos diretamente.

“Eu aCho difíCil a Volta do ftP Por Causa dE toda a situaÇão da liCEnÇa, da multa, EtC. Caso VoltEm, não rECuPErarão a CrEdiBilidadE dE antEs. PErdEram muito do sEu marques, apresentador PrEstígio”. Vini do tV Poker Pro.

01/07/2011 surgem os primeiros rumores sobre a venda do ftP.

14/07/2011 agCC marca para o dia 26 de julho, em londres, audiência para analisar situação do full tilt.

26/07/2011 full tilt pede, e agCC adia reunião sobre licença. @CardPlayerbr

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Eis que, pouco antes da decisão da AGCC, uma nova bomba explode sem aviso: em letras garrafais, sites do mundo inteiro – inclusive dois dos maiores portais brasileiros, UOL e Globo.com – estampavam em sua página principal: “Full Tilt é um ‘Esquema Ponzi’ de proporções globais”. Em bom português, um “golpe em pirâmide”. Pelo menos era o que dizia o promotor de Manhattan, Preet Bharara, responsável pelo enquadramento penal. Segundo ele, “o Full Tilt não era uma companhia de poker legítima, mas um ‘Esquema Ponzi’ no qual seus proprietários embolsavam fundos retirados seus usuários, enquanto descaradamente mentiam para os jogadores e para o público sobre a segurança do dinheiro depositado na companhia”. A declaração do promotor vinha junto com a notícia de que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusara os membros do conselho do Full Tilt – Howard Lederer, Chris Ferguson e Rafe Furst – de trabalhar junto com o CEO da empresa, Ray Bitar, para fraudar jogadores de poker do mundo todo em mais de US$440 milhões ao longo dos últimos quatro anos. O DoJ também alegou que o Full Tilt, em 31 de março, tinha apenas US$60 milhões em caixa, mas a quantia depositada no site por seus usuários ultrapassava 400 milhões de dólares, sendo 150 milhões apenas de usuários norte-americanos.

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01/08/2011 mike matusow afirma que daniel “jungleman12” Cates tem mais de us$6 milhões congelados no site.

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A lista de problemas envolvendo o site era extensa. Segundo o DoJ, o FTP pagava cerca de US$10 milhões por mês aos diretores do conselho, e periodicamente emprestava dinheiro a vários jogadores de poker profissionais. Em agosto de 2010, contudo, a companhia começou a perceber dificuldades de coletar fundos das contas de seus clientes. Assim, secretamente passou a colocar “créditos fantasmas”, sem liquidez, nas contas dos usuários, e continuou a operar normalmente, pagando milhões à diretoria e aos sócios.

05/09/2011 agCC remarca audiência para o dia 19 de setembro.

14/09/2011 site enfrenta processo coletivo de usuários do Canadá.


“nEnhuma EmPrEsa dEVE tratar funCionários ou CliEntEs da manEira quE ElEs fizEram. ninguém daVa informaÇÕEs soBrE nada. tEnho minhas dÚVidas sE Eu assoCiaria mEu nomE noVamEntE À marCa”. felipe mojave, especialista em mixed games e ex-red Pro.

À medida que os jogadores faziam depósitos no site e eventualmente perdiam, US$130 milhões em “fundos fantasmas” passaram a existir nas contas do site. Apesar da alegada preocupação de Ray Bitar no início de 2011, a companhia não possuía lastro para quitar suas dívidas. Mas, ainda assim, continuava a fazer pagamentos aos acusados. De acordo com o DoJ, os donos da Tiltware LLC receberam mais de US$440 milhões em pagamentos, sendo 41 mi para Bitar, 42 mi para Lederer, 11,7 mi para Rafe Furst e 85 mi para Ferguson, que teria recebido “apenas” $25 milhões desse valor – o restante seria pago depois. Os mais de US$250 milhões restantes teria sido dividido entre os demais sócios. 19/09/2011 audiência privada com agCC é realizada. nada é divulgado para a imprensa.

21/09/2011 departamento de justiça afirma que o ftP é “Esquema Ponzi” de proporções globais.

Outro ponto que pesou contra o Full Tilt após a Black Friday é que site levou os jogadores a acreditar que seus negócios internacionais eram separados de suas operações nos EUA. Consequentemente, não seriam afetados por eles. Entretanto, em junho, Lederer reportou que o FTP tinha apenas US$6 milhões em suas contas. A repercussão do “Caso Full Tilt” teve consequências imediatas, inclusive de ordem familiar. Annie Duke, irmã de Howard Lederer e criadora da Epic Poker League, que reúne apenas os top players do mundo em um torneio sem rake, anunciou a suspensão do próprio irmão e de Chris Ferguson da EPL. Logo em seguida, foi a vez do F.B.I. tomar contas em nomes de Ray Bitar, Lederer, Ferguson e Rafe Furst.

22/09/2011 lederer e ferguson são suspensos da Epic Poker league, torneio idealizado por annie duke, irmã de lederer. @CardPlayerbr

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Em meio a uma turbulência que parecia não ter fim, surge a notícia de que um grupo francês estaria interessado na aquisição do Full Tilt. Naturalmente, isso renovou a pálida esperança dos usuários de reaver seu bankroll. Blair Hinkle, norteamericano que ganhou US$1,2 milhão ao sagrar-se campeão do Main Event da FTOPS XIX, foi um dos primeiros a se manifestar. Com sete dígitos congelados no FTP, ele se matinha otimista em receber pelo menos parte de seu dinheiro e, assim, poder comprar sua casa. “As coisas seriam diferentes se eu tivesse o dinheiro que guardava no Full Tilt. Mas ao mesmo tempo, estou contente com a minha situação (Hinkle possui mais de US$1 milhão em prêmios apenas em torneios live) – só estou tentando manter o pensamento positivo”, disse ele. A esperança de jogadores como Hinkle era de que o Full Tilt reencontrasse seu caminho caso a AGCC reativasse a licença de funcionamento. Infelizmente, no dia 29 de setembro, veio a definição que muitos já esperavam: a licença do Full Tilt Poker estava revogada em definitivo.

Segundo a Comissão, após seis dias de audiência concluiu-se que “ao relatar continuamente um balanço de fundos líquidos que havia sido tomado ou restringido pelas autoridades dos EUA, ou que de outra forma não estava disponível para movimentação, o FTP ludibriou a AGCC acerca da integridade de suas operações”. Ainda de acordo com a agência de Alderney, o Full Tilt cometeu outros delitos graves, que incluíam relatórios falsos, fornecimento não autorizado de créditos e falha em informar sobre eventos materiais. A AGCC também deixou claro que os casos de não pagamento dos jogadores não eram de responsabilidade da Comissão, mas sim das autoridades judiciais. Em um último release, o FTP lamentou a decisão da AGCC, afirmando que a revogação da licença era um duro golpe nos jogadores de todo o mundo. A perda da licença, no entanto, não impediria uma posterior reativação do site, desde que a situação com os jogadores fosse resolvida e todas as multas em decorrência do processo fossem pagas. E um dia depois do avassalador anúncio da AGCC, o “Caso Full Tilt” ganharia mais um capítulo.

Eles usaram os fundos dos jogadores enquanto esse dinheiro deveria estar seguro. E se todo mundo não tivesse tentado sacar de uma vez, jamais descobriríamos. Caio Brites, idealizador do Poker Villa.

22/09/2011 Grupo francês cogita compra do Full Tilt. 20 20

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23/09/2011 DoJ autoriza F.B.I. a confiscar contas em nomes de Howard Lederer, Ray Bitar, Jake Furst e Chris Ferguson.

28/09/2011 Ganhador de US$ 1,2 mi no main event da FTOPS afirma estar otimista quanto ao recebimento do prêmio.


Segundo os advogados da TiltWare, o diretor do grupo francês “Groupe Bernard Tapie”, Laurent Tapie, fechara um acordo para a aquisição do Full Tilt Poker. O negócio incluía o pagamento de todos os jogadores. Inclusive, afirmouse ainda que discussões legais com o DoJ já teriam começado. O “Groupe Bernard Tapie” é conhecido pelo sucesso em recuperar empresas em situação de falência. Ao longo de 30 anos de atuação, eles adquiriram e gerenciaram mais de 40 empresas, dentre elas, a Adidas, gigante alemã do segmento de material esportivo.

29/09/2011 Licença do Full Tilt é revogada em definitivo

29/09/2011 Full Tilt Poker divulga comunicado repudiando decisão da AGCC.

Recentemente, o grupo anunciou o lançamento do International Stadiums Poker Tour (ISPT), um megatorneio no estádio Wembley com US$ 30 milhões garantidos. Isso reacendeu os rumores de que a venda do FTP estaria encaminhada. O “Caso Full Tilt” ainda não terminou, mas parece se aproximar de um final. É possível que Ray Bitar seja condenado à prisão, muito embora Howard Lederer e Chris Ferguson devam escapar do processo criminal, o que não redime o prejuízo à imagem de ambos. Difícil imaginar que os veremos novamente nos feltros dos principais torneios do mundo. Para os milhares de jogadores lesados, resta a possibilidade de um final feliz. As odds podem até ser pequenas, mas quem nunca acertou aqueles dois outs no river? ♠

30/09/2011 Advogados do Full Tilt confirmam acordo com grupo francês para venda do Full Tilt Poker. @cardplayerbr

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CBTH NEWS Mundial de Londres

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Brasil serve de modelo para federações internacionais e faz bonito nas mesas

uita gente acompanhou a Nations Cup de Duplicate Poker e o torneio individual The Table, em Londres, e muita coisa aconteceu na capital inglesa longe das câmeras e dos holofotes da imprensa especializada. A Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) foi membro integrante na fundação da International Federation of Poker (IFP) e está sendo crucial para o desenvolvimento e crescimento de outras federações.

Equipe brasileira da Nations Cup Em um congresso realizado no Commons Room do County Hall londrino, diante de cerca de 50 federações internacionais, membros da mídia e políticos ingleses, a CBTH foi convidada para realizar uma palestra com o intuito de mostrar como vem transformando o poker no Brasil, assim dando ideias para que outras federações possam seguir o mesmo caminho e conquistar a aceitação em seus respectivos países. Depois da apresentação do presidente da IFP Anthony Holden e do homem forte do marketing esportivo mundial Patrick Nally, o presidente da CBTH Igor “Federal” Trafane tomou a palavra, em inglês, e levou quase uma hora apresentando a trajetória da CBTH e do poker no Brasil. Para todos nós, membros da CBTH, é uma honra e

Mesa de Akkari na London Eye

um orgulho podermos servir de exemplo mundial e sermos tomados como modelo de Federação Nacional aos olhos da comunidade mundial de poker. Após a apresentação brasileira, o congresso recebeu o professor de Direito em Harvard, Charles Nesson, que tomou a palavra e conduziu outro ótimo momento aos presentes. Deste primeiro dia até o final dos eventos, com a premiação do The Table, dezenas de presidentes de federações internacionais nos procuraram para tirar suas dúvidas, contar as realidades de seus países, falar sobre sua legislação local, e parabenizar a CBTH pela sua caminhada e sucesso. Nas mesas o sucesso não foi diferente: a equipe brasileira enviada a Londres fez bonito nos dois eventos e o Brasil saiu com a imagem fortalecida tanto na esfera política quanto no feltro! Alexandre Gomes, André Akkari, Caio Pimenta, Christian Kruel, Daniela Zapiello, Felipe Mojave e Thiago Decano, liderados pelo técnico Marcos Sketch, conseguiram a segunda colocação na Nations Cup de Duplicate Poker, ficando atrás apenas da campeã Alemanha, e o nosso presidente Igor Federal ficou com o terceiro lugar e a medalha de bronze no evento individual The Table, ganhando um prêmio de US$50mil e, conforme prometido por toda a delegação brasileira, doando US$25mil para que a CBTH possa fazer uma ação que beneficie toda a comunidade do poker brasileiro, a ser definida no início de 2012.

Parabéns CBTH! Parabéns Brasil!

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Federal recebe a medalha de bronze

Igor Federal contando a trajetória da CBTH


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ĂŠ C O V e u q a r p o d n a h l a b a Tr R E K O P e u q i t pra E D A D I L I U Q com TRAN revistaflop.com.br

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EStratégiaS E análiSES

andré dexx @dexx_rj andredexx.com

mentInDo Com

resPonsAbIlIDADe três DICAs PArA blefAr melhor

andré “dexx” é instrutor do site tvpokerpro.com e um dos mais respeitados jogadores de cash games online do país.

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este mês, conversaremos sobre uma jogada vital para quem quer levar seu jogo a um nível mais alto. Muitos têm medo de executá-la; outros, a fazem de maneira irresponsável. Seu entendimento exige treino e sua aplicação correta leva tempo. Estou falando da jogada que é a essência do próprio poker: o blefe. Antes de qualquer coisa, é importante saber que blefar consiste basicamente em representar um range de mãos mais forte do que as prováveis mãos do oponente em determinada situação. E isso inclui possíveis blefes dele, pois, se você decidir não blefar, os blefes dele sur-

tirão efeito. Isso quer dizer que quando você blefa, tira os blefes do oponente. É o chamado rebluff. Assim, quando falamos em “representar” uma mão melhor, estamos pressupondo que o adversário saberá interpretar a agressão desta ou daquela maneira, nos colocando em um determinado nível de pensamento e reagindo ao que ele acha que podemos fazer com as nossas prováveis mãos.


Um bom blefador faz a leitura das prováveis mãos do oponente, depois o coloca em um nível de pensamento. Isso servirá de base para saber como ele interpretará seu movimento. Se você acha que ele dará fold muitas vezes, o que gera uma expectativa positiva (+EV) no longo prazo, você prosseguirá com o blefe, sabendo que seus movimentos serão interpretados de modo a fazer o adversário desistir da mão. Essa é a importância de se caracterizar o modo como o oponente entenderá seu movimento. Se ele for um calling station, por exemplo, ou estiver emocionalmente abalado, “vomitando” fichas, não há como representar nada que o faça dar fold com a maioria das mãos. O resultado prático disso é que perderemos dinheiro no longo prazo. Então, contra esse tipo de oponente, é mais lucrativo jogar por valor do que blefar.

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Estratégias e Análises

Agora que organizamos nosso pensamento sobre o blefe, vamos entender como devemos pensar na hora do jogo. Mostrarei a vocês três dicas básicas de momentos favoráveis ao blefe. Porém, tenham em mente que ainda resta muita coisa a falar sobre o assunto. Este artigo é apenas um aperitivo.

DICA 1

Identifique se o range do adversário é fraco Ao identificarmos um range fraco, nossa tendência de blefar aumenta. Por outro lado, se o oponente representar uma gama mais forte, blefaremos menos. Além disso, jamais se esqueça de pensar sobre como o oponente interpretará sua jogada. Se você não fizer isso, ele aplicará rebluffs mesmo tendo uma gama fraca. Seu adversário tem consciência de que a jogada que você está executando não faz sentido, então representaria mãos de valor, que são a menor parte do range dele.

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Dê uma olhada neste exemplo: em uma mesa de $5-$10 no-limit hold’em, todos dão fold até o vilão, que entra de limp do button. O small blind também desiste, mas você completa os $15 do big blind. O flop vem K♥7♣5♦ ($55 no pote). O vilão dispara $40 e você volta $125. O oponente dá fold. Aqui, o range do vilão é fraco. Em um bordo com rei como carta mais alta, a frequência de continuation bets é intensa, então você se aproveita disso e dá raise, representando um range mais forte.

DICA 2

pressione seu oponente quando surgirem cartas “perigosas”

Essa dica funciona muito bem naquelas situações em que podemos representar mãos mais fortes no turn ou no river, deixando o adversário em situação difícil. Confira um ótimo exemplo de como usar cartas perigosas, ou “scared cards”, em nosso favor:


Mesa de $5-$10 no-limit hold’em. A mesa roda em fold até o vilão, que dá raise de $30 do cutoff. Você paga do button. Os blinds fogem, e o flop vem com 8♥4♦2♦ ($75 no pote). O vilão dispara $50, e você dá call. No turn bate uma Q♥ ($175 no pote). O oponente aposta $120, você dá reraise de $290, e ele desiste. Nesse segundo exemplo, o adversário tem um range amplo para apostar no turn, que inclui tanto draws como mãos prontas fracas ou fortes, e também blefes, bastante comuns quando batem scared cards. Assim, levando em conta a gama do oponente, nosso raise no turn representa uma mãos fortes como trincas ou dois pares que querem definir logo a mão, já que o bordo começa a ficar perigoso no turn.

Ao identificarmos um range fraco, nossa tendência de blefar aumenta. Por outro lado, se o oponente representar uma gama mais forte, blefaremos menos.

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Estratégias e Análises

DICA 3 tenha um mínimo de equidade Essa dica é fundamental para um blefe de alto nível, e se refere a uma situação muito comum entre jogadores de small stakes: blefar com uma mão sem equidade. Traduzindo, se o oponente pagar sua aposta, você não terá qualquer chance de vencer a mão em outras streets. Blefar com mãos que possuem potencial em outras streets eleva brutalmente sua rentabilidade. Além disso, muitas vezes abre caminho para outras oportunidades de blefe, pressionando o oponente ao máximo. Veja novamente o primeiro exemplo e pense em duas mãos distintas fazendo o mesmo movimento. Na primeira, você dá raise no flop com uma mão com equidade ruim, algo como Q-9 de naipes diferentes. Se você tomar call no flop, terá poucas chances de vencer a mão e ficará mais propenso a não blefar no turn.

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Blefar com mãos que possuem potencial em outras streets eleva brutalmente sua rentabilidade. Além disso, muitas vezes abre caminho para outras oportunidades de blefe, pressionando o oponente ao máximo. Agora pense em algo como 8♣9♣. São muitas as cartas que lhe ajudam no turn: um seis dá o nut straight; dez ou valete deixa com duas pontas; qualquer carta de paus completa seu flush draw; se bater um oito ou um nove você terá um par e a broca no river, com potencial de virar trinca, dois pares ou straight. Com todas essas vantagens, suas chances de expulsar o vilão no turn são reais. E, caso ele pague, resta a possibilidade de completar a mão e tirar todas as fichas dele. Fique sempre atento à qualidade de sua mão, pois tanto brocas quanto possíveis draws no turn ganham valor. Com essas dicas, você certamente se tornará um blefador melhor, e vai se divertir bastante ao ver os oponentes se perguntando se você está falando a verdade ou não na mão. ♠


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N I M O Ã Ç I D A R T O Ã Ç A R E D E F A , AIS S N E M S O I E N R S O N E G A I V I U EM SEUS T B I R IST D ) P M F ( R E K O P MINEIRA DE S A G E V S A L E I A U PARA O URUG torneios reate confortável, os en bi am um em ia. Realizados jogar poker parada obrigatór é P) M Para quem curte (F r ke Po premiação e ração Mineira de stribui excelente di to en lizados pela Fede ev o i, ss go. Como se Hotel Max Sava va seu melhor jo ol nv se de mensalmente no r do ga pletos para os ra para que o jo ritos pacotes com sc in os fornece a estrutu tre en os a são sortead , em Las Vegas. não bastasse, aind e teve a a Del Este, e Paris nt Pu ad nr a 29 de outubro Co di os no da cassin iza al re i como Mateus torneio fo do poker mineiro os A última edição do id ec nh co es Velho” Bauer jogadores. Nom FMP Ricardo “Zé da te presença de 40 en id es pr Minas Gerais, tra e o próprio moso não só em fa é , ive Pimenta, Max Du us cl in , mou conheciça. O campeão el Caiaffa não to fa Ra , marcaram presen se fa de an il. Vivendo gr ano o torneio. mas em todo Bras la quarta vez no pe ou av cr e s te mento dos oponen

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A R I E N

ritmo insano, A disputa começou em rebuy. Ao término m co como todos os eventos s, os jogadores se do período de recompra is. Quando a mesa seguraram um pouco ma formada, Caiaffa foi final com dez jogadores ck. Depois de quatro tinha o terceiro maior sta complicou para o eliminações, o cenário se que era o short stack campeão do BSOP Foz, uma sequência naquele instante. Mas em , ele assumiu a vos de três all-ins consecuti Depois de um is. ma liderança e não largou ads-up, Caiaffa he no ” acordo com “Ciganinho embolsou sete mil reais. 7.000 1º rafael Caiafa – r$ 00 7.0 r$ 2º “Ciganinho” – 00 5.6 3º ”ratinho” – r$

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CrÔniCa

Pedro nogueira

sobre JogADores e

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blefes

Ao nArrAr umA JogADA éPICA De JACk “treetoP” strAus, o esCrItor e PoetA Al AlvArez ConseguIu resumIr em PouCAs lInhAs A AlmA Do Poker

Pedro Nogueira é jornalista, já disputou torneios internacionais de poker, como a WSOP Europe, e é blogueiro da revista Alfa, da Editora Abril.

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E

is que, folheando um livro de poker, deparo-me com a figura de Jack Straus. Ou, como os parceiros de carteado o chamavam, “Treetop”, por seus quase dois metros de altura. Não era um nome desconhecido para mim. Nas memórias de Amarillo Slim – que ganhará uma edição em português pela Editora Raise – e em artigos de Doyle Brunson, há diversas passagens que citam Jack Straus. Nenhuma delas, porém, despertou tanto a minha atenção quanto uma história contada pelo escritor e poeta Al Alvarez em “The Biggest Game in Town” (o livro, não por acaso, foi uma das obras mais influentes da literatura do poker. Publicado em 1983, conta detalhes da WSOP de 1981 e da vida dos jogadores profissionais em Las Vegas.

Foi o primeiro livro relevante sobre o tema). Em “The Biggest Game in Town”, Al Alvarez afirma que a oportunidade de se blefar no poker é “tão ampla quanto as sutilezas da psicologia humana”. Para ilustrar sua tese, pega o exemplo do texano Jack Straus, o “mestre dos blefes zombeteiros” e “um homem com a reputação de ser totalmente destemido, que certa vez apostou US$ 100 mil no resultado de uma partida de basquete universitário”. Numa mesa de high stakes, conta Alvarez, Treetop recebe as cartas sete e dois, de naipes diferentes. A pior combinação inicial do Texas Hold’em. “Mas Straus estava pegando fogo”, diz o escritor inglês, “então decide aumentar a aposta assim mesmo. Só um jogador continua na mão.”


No flop, o dealer abre as cartas 7-3-3. Assim, Straus faz dois pares de setes com três. “Ele aposta novamente”, escreve Alvarez. “Mas, assim que o faz, vê seu adversário pegando as fichas rapidamente e percebe que cometeu um erro”. Com confiança, o homem repica US$ 5 mil em cima de Treetop. Tinha um par alto, Straus deduziu. “Naquele ponto”, continua Alvarez, “a jogada lógica seria largar a mão, uma vez que só um blefe ou um sete milagroso poderiam salvá-lo. Mas Straus decide pagar, semeando a dúvida na mente do adversário”. O turn traz um dois. Mesmo acertando o segundo par de Straus, a carta não o ajuda, pois já havia uma dobra na mesa.

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CRÔNICA

Isso não o impediu, no entanto, de atirar US$ 18 mil – sem hesitação – no oponente. “Enquanto o homem considerava as implicações da aposta”, relata Alvarez, “houve um longo silêncio à mesa. Até que Straus, generosamente, ofereceu ao adversário uma proposta irrecusável: a de ele ver uma de suas cartas – qualquer uma que escolhesse – por modestos US$ 25”. O homem, evidentemente, aceitou. Apontou para umas das cartas de Straus que, por sua vez, abriu um dois. E, depois de alguns momentos de reflexão, o homem larga seu par vencedor. Afinal, a proposta – teoricamente – só faria sentido se as duas cartas de Treetop fossem iguais. Com o 7-3-3-2 do bordo, Straus teria então um full house, com seu suposto par de dois. “É tudo uma simples questão de psicologia”, Straus diria mais tarde, explicando o movimento. Se o leitor já assistiu ao filme “High Roller – A História de Stu Ungar”, de 2003, talvez tenha experimentado uma sensação de déja vu. Não é uma coincidência. No longa, um dos amigos de Stu, que atende pelo apelido de “DJ”, executa a mesmíssima jogada de Treetop. A barba alta de DJ é outra referência ao jogador texano, que morreu aos 58 anos, vítima de um ataque cardíaco durante um jogo de poker.

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“No poker, como em tudo na vida, a imaginação começa onde a lógica falha”, conclui Al Alvares. “E, assim, transforma a realidade para seus próprios fins. Como Straus fez em seu blefe”. Resumir melhor a alma do poker do que isso? Impossível. ♠


No poker, como em tudo na vida, a imaginação começa onde a lógica falha, [...] E, assim, transforma a realidade para seus próprios fins.

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Coluna

Christian Kruel @christiankruel

PArte II

metAgAme

teorIA Dos Jogos

CK é um dos pioneiros do poker no brasil. ele também é membro integrante do Full tilt red Pro team.

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N

a edição passada, vimos a Teoria Geral do Metagame e o “Dilema do Prisioneiro”, e traçamos alguns paralelos com o poker. Aqui, vamos dar uma olhada nos conceitos básicos da Teoria dos Jogos, que servirão de base para entendermos o metagame no Texas Hold’em. Fiz economia na UFRJ e estudei bastante a Teoria dos Jogos durante a graduação, então, é um assunto bastante interessante para mim. Eu lembro que essa teoria passou a ser um

ramo de destaque dentro da matemática na década de 30 do Século XX, gerando estudos e pesquisas extremamente importantes. Quem nunca ouviu falar em John Nash, aquele matemático do filme “Uma Mente Brilhante”? Na vida real, aquele sujeito é vencedor de um Nobel de economia e criador de uma das Teorias do Equilíbrio, chamada “Equilíbrio de Nash”, amplamente abordada em artigos de poker, principalmente em heads-up.


Com relação a Teoria dos Jogos propriamente dita, vale lembrar que “jogo” é uma palavra utilizada em vários contextos: do xadrez ao poker, passando por atividades políticas, empresariais e militares. Neste artigo, vamos chamar todos esses personagens de “jogadores”.

Estes, por sua vez, possuem sempre uma posição a adotar ou um conjunto de movimentos a fazer, o que comumente chamamos de “estratégia”. E esses movimentos ou ações interferem diretamente nos resultados dos outros jogadores e dependem basicamente de suas habilidades. Em cada tipo de jogo, o campo de ação é delineado por um conjunto de regras, princípios ou normas que precisam ser adaptados a novas circunstâncias, nas quais os jogadores podem ou não possuir informações que irão orientá-los em suas jogadas. Vale dizer que os principais elementos da Teoria dos Jogos são os jogadores, as estratégias, as regras e os pagamentos. Aqui, fica bastante simples traçar um paralelo com o poker, afinal, qualquer jogador, até mesmo o iniciante, consegue identificá-los. Vejamos cada um deles. @CardPlayerbr

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Coluna estRategIas

JogaDoR É aquele que tem a capacidade de agir e tomar decisões em várias frentes, isolada ou coletivamente, de modo a atingir seus objetivos. Na Teoria dos Jogos, ele costuma adotar estratégias embasadas no pensamento e na forma como outros jogadores se comportam. Com a simplicidade típica dos gênios, John Nash explica isso afirmando que “o jogador A pensa que o jogador B pensa de determinada maneira”. Esse é o raciocínio por trás do Equilíbrio de Nash, que aplicamos no artigo passado, no Dilema do Prisioneiro. Assim, vemos que existe grande interdependência entre as decisões tomadas por nossos oponentes em relação às nossas expectativas recíprocas de comportamento. Em bom português, o destino de um jogador depende tanto da sua ação quanto da ação de seu adversário, cada um visando obter o melhor resultado possível. Por isso é necessário compreender bem a capacidade de reação dele às nossas ações, entendendo seu ponto de vista sem subestimá-lo.

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São escolhas de alternativas, movimentos ou comportamentos em um jogo qualquer. Funcionam como um plano de ação que indica ao jogador quais atitudes levar em consideração nos momentos de decisão. É o panorama geral da ação. Um bom plano estratégico abrange não apenas a descrição das ações a serem tomadas em cada possível desdobramento do jogo, mas também suas eventualidades, informações e definições da forma de comunicação entre os jogadores. Deve-se buscar uma estratégia que maximize os ganhos e minimize as perdas, e o ponto crucial está justamente na capacidade de prever eventuais ganhos e potenciais perdas de cada opção. E como um movimento estratégico influencia o comportamento do adversário, desde que o jogo seja devidamente


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coluna

compreendido e a reação do oponente possa ser prevista, isso pode gerar uma situação privilegiada. Esse é o principal momento em que os jogadores precisam estar atentos a uma grande sequência de blefes e outras previsões sobre a estratégia dos oponentes.

Regras

Dizem respeito à estrutura do jogo e à segurança dos jogadores. Norteiam as ações com instruções diversas e padrões a serem seguidos. Determinam como se deve jogar, estabelecendo o modo correto de pensar, agir e se expressar, definindo limites para os jogadores no que diz respeito às suas relações e estratégias de jogo. Na Teoria dos Jogos não existe um conjunto universal de regras, cada jogo tem seu próprio conjunto.

Em alguns jogos o payoff ocorre de modo bem simples, como na mera declaração de um vencedor e um perdedor. Em outros, pode se apresentar como dinheiro, valor numérico, pontos, porcentagem, número de vagas, etc. Enfim, qualquer parâmetro capaz de ajudar o jogador a avaliar determinado resultado do jogo. Todos esses elementos irão nos ajudar a entender melhor a mecânica do poker. Na próxima parte veremos especificamente os tipos estudados na Teoria dos Jogos. A partir disso, conseguiremos estabelecer melhor os padrões de raciocínio que envolvem o Texas Hold’em, de modo que faremos toda essa teoria se transformar no que parece ser “apenas mais uma mão de poker”. Até lá. ♠

Pagamentos É o resultado, ganho ou recompensa dos jogadores ao final do jogo, de acordo com suas próprias escolhas combinadas com as escolhas dos oponentes. Varia de acordo com a estratégia adotada e decorre, necessariamente, do conflito de interesses. Acontece, por exemplo, quando a vitória de um jogador implica na derrota do outro – caso clássico dos Jogos de Soma Zero, em que um jogador ganha tudo e o outro perde tudo. Há, porém, uma gama infinita de interesses intermediários entre o pólo positivo e o negativo. Pressupõe-se que todos os jogadores visem maximizar seus resultados e, ainda que não o consigam, que se empenhem para que isso aconteça. 40

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O DESTINO DE UM JOGADOR DEPENDE TANTO DA SUA AÇÃO QUANTO DA AÇÃO DE SEU ADVERSÁRIO [...] POR ISSO É NECESSÁRIO COMPREENDER BEM A CAPACIDADE DE REAÇÃO DELE ÀS NOSSAS AÇÕES, ENTENDENDO SEU PONTO DE VISTA SEM SUBESTIMÁ-LO.


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EStratégia

diógenes malaquias @diogenes1608

A ContInuAtIon bet DA

IDADe DA PeDrA

diógenes malaquias é especialista em cash games online e dá aulas particulares em seu website: www.diogenesmalaquias.com.br.

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I

magine-se em meados de 2005. Você se lembra de quando o poker online crescia assustadoramente, e quase todos os jogadores eram iniciantes? Eu me lembro. Perfeitamente. Como se tivesse sido ontem, fecho os olhos e vejo mesas de cash game e sit ‘n go com poucos regulares, que nunca pagavam um raise pré-flop; suas ações eram basicamente re-aumentar ou desistir. Há, inclusive, alguns vídeos meus jogando desse jeito. Quando alguém pagava um aumento antes do flop – o que acontecia com frequência – era como se soasse um alarme dizendo: “Iniciante! Iniciante!”. Sim, eles tinham um enorme range de call. “Bons tempos aqueles”, diriam os mais saudosistas.

Como você já deve supor, essa gigantesca gama de call consistia, basicamente, de mãos fracas. Pouca gente tinha consciência de que, no poker, apenas 3% das mãos são muito fortes e 15%, somente fortes. Os iniciantes tinham o saudável hábito de “pagar para ver o flop” com quase qualquer coisa. Alguns davam call com 80% das mãos, outros, com 40% delas. “Época de ouro”, devem estar pensando os nostálgicos. Mas logo se descobriu que enfrentar esse range grande era fácil, bastava continuar apostando quando virasse o flop. Os jogadores que pagavam pré-flop possuíam muitas mãos fracas, de forma que eles acabavam desistindo diante dessa nova aposta cerca de 70% das vezes. E foi assim que nasceu a famosa continuation bet. As pessoas


começaram a ganhar dinheiro com isso. Então o conceito foi mundialmente aceito, artigos foram escritos, livros foram publicados. O argumento principal era (ainda é, na verdade) o de que o jogador que deu raise pré-flop possuía a iniciativa da mão. Ele foi o agressor e assim deveria continuar sendo. Na teoria isso estava errado, mas funcionava. E bem.

Só que o tempo passou, o jogo mudou e o número de iniciantes diminuiu. Os regulares, esses insistentes, passaram a dar call pré-flop. Assim, quem paga aumentos antes do flop já não é mais tachado de iniciante com range amplo. Hoje, boa parte dos calls vem de jogadores bons com ranges fortes. Essa mudança deveria alterar toda a estratégia da continuation bet, mas não é o que tenho visto. E a grande culpada disso é – rufem os tambores – a teoria. Por incrível que pareça, ela está errada.

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ESTRATÉGIA

estratégia quando estiver diante de adversários bons, que pagam pré-flop com mãos cuidadosamente selecionadas. Vamos supor que você seja um semi-loose, que procura jogar mais mãos do que um jogador tight, mas sem exageros. Você dá raise de três big blinds do cutoff. Seu range seria algo mais ou menos assim:

Reflita comigo: a c-bet nasceu e cresceu forte e saudável porque os calls pré-flops eram dados por jogadores fracos com mãos fracas, e não por causa de iniciativa. Portanto, se você ainda estiver enfrentando oponentes com esse comportamento, simplesmente continue apostando no flop. Entretanto, é preciso repensar sua

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é preciso repensar sua estratégia quando estiver diante de adversários bons, que pagam pré-flop com mãos cuidadosamente selecionadas.

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abra sua conta

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O jogador no button dá fold. O small blind paga e o big blind desiste. O flop vem com A-T-3 de naipes diferentes. A tendência é o small blind pedir mesa e você aplicar a continuation bet grande parte das vezes. Isso acontece porque a iniciativa é sua e o ás está no seu range. Essa jogada é tranquila se o small blind for um jogador iniciante com range amplo. Mas não será boa caso ele seja um oponente duro, com range de call forte como este a seguir:

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Com a ajuda de alguns programas, é possível traduzir isso em números. O range de aumento do cutoff tem top pair ou superior 24.8% das vezes, e broca, 16.8%. Já o range de call do small blind tem top pair ou superior 36.6% das vezes, e broca, 33.8%. É preciso estar ainda em 2005 para achar que é lucrativo dar c-bet com qualquer coisa contra esse range do small blind. Pense nisso. Você não quer ser vítima da teoria errada por trás da continuation bet, não é? Espero que tenham aproveitado este artigo. Caso tenham gostado, agradeçam ao meu ex-professor Matthew Janda, do cardrunners.com. Foi ele quem me ensinou tudo o que mostrei aqui a vocês, e

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a quem sou extremamente grato por isso. Mudando de assunto, há alguns dias aconteceu o lançamento do meu site pessoal. No www.diogenesmalaquias.com.br eu ofereço aulas particulares de poker. Confiram. ♠


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é da al

emanha

Pius He inz Venc e o Main Event 2 011 “Ben Lamb”. Essa era a resposta mais

frequente quando o assunto era o grande favorito do Main Event da WSOP 2011. E não era para menos. O norte-americano atravessava uma fase incrível. Apenas nesta edição da World Series, ele já havia conquistado um bracelete, feito outras duas mesas finais e embolsado mais de 2 milhões de dólares. De quebra, sagrou-se “Jogador do Ano da WSOP”. Difícil não apostar em Lamb. Não seria surpresa, entretanto, se outros nomes emergissem com o título. Caso do chip leader tcheco, Martin Staszko; do grinder com nome de cantor, Phil Collins; ou do irlandês filho de ex-finalista do Main Event, Eoghan O’Dea. “Pius Heinz?” A interrogação resume bem a reação de muitos ao saberem do resultado final. Também com razão. Pouca gente acreditava que esse jovem de 22 anos, vindo de um país sem tanta tradição no poker ao vivo, e que carregava apenas o sétimo maior stack entre os finalistas, fosse aprontar alguma coisa. Bem, o PokerStars acreditou nele. E isso já é motivo para se prestar atenção ao garoto: nos últimos três anos, todos os campeões do Main Event traziam no peito a estrela branca cravada no naipe vermelho.

E pensar que, poucos meses antes do início da WSOP, esse jogador nascido em Colônia cogitou desistir do pano verde depois de passar por uma péssima fase no poker online – coisas do destino, esse velho malandro. E foi justamente no Main Event, que bem poderia ter sido a despedida precoce de Heinz dos feltros, que veio a redenção. É bem verdade que, alguns dias antes da formação do November Nine, ele já havia faturado um oitavo lugar no Evento #48. Seria um sinal enviado pelos deuses do poker?


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Início Da Guerra Com um dos menores stacks da mesa final, Heinz sabia que não poderia ficar muito tempo parado. Do contrário, seria engolido por seus oponentes. Entretanto, bastaram quatro órbitas para que ele assumisse a liderança do torneio. E sem showdown. No maior pote até então, Heinz abre raise do cutoff e vê Ben Lamb apenas pagar do button. Mas Eoghan O’Dea acorda no big blind e reaumenta em três vezes a aposta do alemão. Depois de pensar por alguns instantes, ele dá call. Lamb desiste. O flop traz 8♣8♦4♣ e o irlandês sai atirando metade do pote. Heinz paga. O turn é um 2♣. O’Dea mantém a proporção e dispara metade do pote novamente. Isso faz Heinz ir para o tanque, pois essa aposta é metade do seu stack. Depois de intermináveis sete minutos ele volta all-in. O’Dea não precisa pensar muito antes de jogar suas cartas fora. Os gritos no salão mostram que a disputa será longa. Quem acompanhou a transmissão pela ESPN viu que o alemão tinha Q♠Q♣ e o irlandês, A♥Q♦. A primeira eliminação aconteceu algumas mãos depois. O jogo não encaixou para o short stack Samuel Holden, que acabou sendo eliminado por Ben Lamb.

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Uma órbita depois, um embate entre os dois mais jovens da mesa. De um lado, Anton Makiievskyi, 21 anos; do outro, Pius Heinz, 22. Como se sabe, não foi dessa vez que o recorde de Joe Cada, mais jovem campeão do Main Event, foi superado. Com a eliminação do ucraniano, Heinz se consolidava como chip leader. O próximo a cair foi o grande azarão da noite. Badih Bounahra, de Belize, era o mais velho na disputa e trazia consigo o sonho idílico de uma nação de 400 mil habitantes. Bounahra não ganhou, mas saiu de lá milionário. Em termos esportivos, essa foi uma das maiores conquistas desse pequeno país da América Central.


nded a h t r o h S a h A batal Com a mesa reduzida a seis jogadores, a ação tornou-se insana. A cada órbita, as fichas iam de um lado a outro da mesa. Matt Giannetti acertou um full house e puxou 15 big blinds de Pius Heinz, assumindo temporariamente a vice-liderança. A primeira bad beat veio quando Phil Collins, com cerca de 15 big blinds, empurrou all-in do button com J♦Q♥. Ben Lamb deu call do big blind com A♣Q♣. Mas quando flop e turn foram virados, Collins acertou um chamado “monster draw”. Com o bordo mostrando K♦5♦3♠10♦, ele precisava de um ás, um nove, ou qualquer carta de ouros para dobrar seu stack.

Lentamente, o dealer queimou uma carta do monte. Quando uma Q♦ pousou na mesa, a torcida do jovem grinder de 26 anos foi à loucura. Agora, o stack do favorito Ben Lamb estava reduzido a 20 big blinds. A essa altura, com três jogadores pilotando stacks entre 20 e 25 big blinds, os resteals eram as jogadas mais comuns. Num deles, Ben Lamb se recuperou e deixou o irlandês Eoghan O’Dea com apenas quatro big blinds. Depois de um confronto de A♣9♦ contra Q♦8♦, um oito fez o salão explodir novamente. De fato, aquela não era a noite do irlandês. Duas mãos depois, ele deixaria o torneio, mas certamente sob os aplausos do pai, Donnacha O’Dea, que também chegou à mesa final de um Main Event, em 1983. Em seguida, quem deu adeus ao torneio foi Phil Collins. O xará do ex-baterista do Genesis tentou um resteal contra Phius Heinz, só que o resultado definitivamente não foi “mais um dia no paraíso”. Entretanto, por ter chegado tão longe nesse show, Phil Collins desceu do palco dois milhões de dólares mais rico.

Ben Lamb

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Martin S ta

szko

Com quatros jogadores restantes, a próxima eliminação significaria uma pausa de um dia para que os três últimos sobreviventes pudessem descansar e voltar revigorados para o restante da batalha. E a noite parecia ser mesmo de Pius Heinz. Usando todo seu arsenal de jogadas, ele dominava os adversários dando raise em praticamente todas as mãos. Em certa altura, o alemão chegou a ter quase a soma das fichas dos outros três adversários. Num dos raros momentos em que se deu mal, Heinz pagou um all-in de Staszko, que acertou uma trinca e dobrou seu stack. Mas o recém-contratado do PokerStars continuou colocando pressão e rapidamente se recuperou. Agora era Ben Lamb quem se encontrava em apuros. Com pouco mais de 20 big blinds, era dele o menor stack entre os restantes. Sua vida no torneio correu sério risco quando ele foi all-in contra Matt Giannetti. Cartas à mostra: A♥7♥ vs. J-J. O flop com K♥9♦5♥ trouxe muitos outs extras para Lamb. No turn, um milagroso 4♥ fez as arquibancadas do Rio Casino quase virem abaixo. Giannetti ainda chegou a dobrar novamente, mas teve seu destino selado pelo próprio Lamb. Agora, restavam apenas três jogadores.

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Quem ligou a TV dez minutos depois do início da batalha 3-handed deve ter esfregado os olhos, tentando enxergar se era verdade o que aparecia na tela. Apenas duas mãos haviam sido jogadas, e a ESPN mostrava Martin Staszko liderando com folga. E Ben Lamb, com 10 big blinds, à beira da eliminação. É que logo na primeira mão Lamb aumentou, Heinz correu e Staszko reaumentou do big blind. O americano pensou por algum tempo e empurrou all-in. O tcheco deu call, criando um pote de 70 big blinds. Era um confronto entre K♥J♦ e 7♣7♠. Após um bordo sem nenhuma figura, a pequena torcida de Staszko comemorou como se o título já fosse da República Tcheca. Ainda mais na mão seguinte, quando ele assumiu a liderança após pegar um grande blefe de Heinz. Duas mãos depois, já quase sem forças – digo, sem fichas – Ben Lamb caiu. Ele, que trazia consigo a marca do favoritismo, chegou muito perto do título. Esse terceiro lugar foi a coroação da brilhante temporada de Ben Lamb, que recebeu o título de jogador do ano da WSOP.


WSOP em 2005 e 2006 BSOP em 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 CPH em 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 LAPT em 2010 e 2011 Full Tilt 750K em 2010 PCA Bahamas em 2011 Tower Torneos em 2011 ARSOP em 2011 BPT em 2011 Nem o Brasil chegou em tantas finais de campeonato assim.

Tenha em casa o mesmo baralho utilizado nos maiores torneios de P么quer do mundo. Dispon铆vel nos Naipes Grande e Peek.

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9° - Sam Holden (US$782.115) Com pouco mais de 10 big blinds, Sam Holden vê Ben Lamb aumentar e volta all-in com A♠J♠. Lamb dá instacall com A♥K♣ e acerta o nut flush com seu rei. 8° - Anton Makiievskyi (US$1.010.015) Makiievskyi all-in com K♣Q♥ do small blind, e Pius Heinz paga do big blind com 9♥9♦. O flop faz o jogador da Ucrânia ir à loucura quando traz K♦J♥J♠, mas um 9♣ no turn dá um full e o pote para o alemão.

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7° - Badih Bounahra (US$1.314.097) Após ser engolido pelos blinds e ter em seu stack menos de cinco big blinds, Bounahra empurra all-in com A♥5♣ depois do raise de Martin Staszko. Sem pensar, o tcheco paga com A♠9♦, e o bordo não traz surpresas. 6° - Eoghan O’Dea (US$1.720.831) Quase sem fichas, O’Dea vai all-in do UTG com Q♥6♣ e toma call de Martin Staszko, que tem 8♥8♦. Fim da linha para o irlandês.


5° - Phil Collins (US$2.269.599) Depois do raise de Pius Heinz, Phil Collins empurra seu últimos 18 big blinds com A♦7♦. Pilotando quase 70 big blinds, o alemão ainda demora a dar call com 9-9. O bordo ainda assusta quando traz 4♦5♣6♠9♦, mas o river é um inofensivo 7♠. 4° - Matt Giannetti (US$3.012.700) Com 10 big blinds, Giannetti empurra allin do button com A♦3♠. Lamb paga com par de reis e ainda acerta uma quadra no flop.

3º - Ben Lamb (US$ 4.021.138) Do small-blind, Ben Lamb empurra seus últimos 10 big blinds com Q♠6♥. Martin Staszko paga rapidamente com J♦J♣. Desta vez, o bordo não ajuda o norte-americano, grande favorito antes da ação começar. 2º - Martin Staszko (US$ 5.433.086) Com pouco mais de 15 big blinds, o tcheco sai empurrando all-in com 10♣7♣. Pius Heinz dá instacall com A♠K♣. O turn traz alguns outs extras para Staszko, que fica para a broca. O river apenas confirma o título do alemão.

FICHA TÉCNICA Main Event da World Series of Poker 2011 Datas: 07 a 20 de julho; 06 e 08 de novembro Local: Rio All-Suite Casino, Las Vegas Field: 6.865 jogadores Buy-in: US$ 10.000 Prize Pool: US$ 64.531.000,00

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Alemanh

a contra Repúblic a

O heads-up começou bastante equilibrado, com ligeira vantagem para o tcheco. O que ninguém esperava é que fosse demorar tanto: foram mais de seis horas, quase 150 mãos. Jogadores, espectadores, comentaristas e narradores todos chegaram ao limite da exaustão. “Estou completamente sem voz e com dor de garganta, mas vale a pena este esforço. Estamos abrindo muitas portas, todo esforço será recompensado!”, disse André Akkari no twitter, após a transmissão antológica da mesa final pela ESPN, que também contou com a participação dos jornalistas Ari Aguiar e Sérgio Prado. No pano, Heinz se mostrava mais agressivo e tinha a torcida de grande parte dos profissionais ao seu lado. Staszko, porém, acertou mãos muito fortes. Foram sequências, trincas e full houses que lhe renderam a liderança por várias mãos. Isso parece

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Tcheca

ter abalado um pouco a confiança do alemão, que chegou até mesmo a questionar seu próprio jogo. Entretanto, graças à transmissão com 15 minutos de atraso, ele soube que estava largando as mãos no momento certo e, pacientemente, conseguiu equilibrar, ficha a ficha, a disputa. “Foi bom saber que cada vez que ele puxava um grande pote, realmente tinha uma boa mão. Isso serviu para eu recuperar minha confiança porque, caso ele não estivesse acertando suas mãos, significaria que ele estava jogando muito melhor que eu”, disse Pius Heinz ao término do heads-up.


CAMPEÃO

PIUS HEINZ

US$ 8.715.638,00

Com mais de cinco horas de disputa, era claro que nenhum dos dois conseguia mais jogar seu melhor poker. A liderança ainda estava com Staszko quando uma mão chave aconteceu. O tcheco entrou de limp do button e pagou o aumento de Heinz. O flop trouxe K♠10♣7♣, e o alemão saiu apostando. Statszko não pensou muito e voltou reraise, deixando Heinz com uma difícil decisão a tomar. Com A♥Q♥, o alemão empurrou all-in. E não deve ter

gostado quando Staszko deu instacall. Para sua surpresa, o tcheco tinha apenas Q♣9♣, e precisava de uma carta de paus ou de um nove para vencer a mão. Mas turn e river foram irrelevantes, e Heinz agora tinha uma imensa vantagem. Staszko não conseguiu se recuperar da grande fatiada, e algumas mãos depois o evento chegaria ao fim. Com isso, Pius Heinz se tornava o primeiro alemão a conquistar o título do Main Event da WSOP, levando para casa a bagatela de $ 8,7 milhões de dólares e garantindo seu lugar na história do poker. ♠ @cardplayerbr

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análiSE

ed miller edmillerauthor notedpokerauthority.com

quAtro DICAs

PArA o rIver

ed miller é uma das maiores autoridades mundiais em teoria do poker. ele é instrutor do stoxpoker.com

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E

u acho que o jogador padrão de $1-$2 e $2-$5 de no-limit hold’em live joga pior no river do que em qualquer outra street. Isso ocorre, em parte, porque as apostas nessa rodada são grandes, então os erros parecem maiores. Mas também se deve ao fato de que a maioria dos jogadores aborda o river com uma filosofia essencialmente falha. Grande parte dos jogadores é passiva demais na quinta carta. Eles dão check segurando mãos boas, com as quais deveriam apostar pelo valor, e também com draws que não bateram, com os quais deveriam ble-

far. Essa passividade causa problemas, pois, quando eles de fato apostam, frequentemente restam poucas mãos que poderiam ter, caso no qual a reação fica mais simples. E já que eles não apostam com frequência o suficiente, dão oportunidade a jogadores mais perceptivos de ganhar com mãos fracas no showdown e roubar mais potes do que deveriam. Confira quatro dicas para o river que farão de você um jogador mais difícil de encarar:


seJA AgressIvo Com suAs APostAs Pelo vAlor no rIver. se nInguém mAIs estIver DemonstrAnDo forçA, Jogue seus PAres DeCentes Como se eles fossem A melhor mão

DICA 1 Não dê call contra jogadores que apostam nas três streets. Como eu disse, a maioria dos jogadores é passiva demais nesse instante da mão. Apostar em todas as três streets com uma mão fraca é uma linha muito agressiva. Vários jogadores, portanto, quase nunca fazem isso sem ter praticamente o nuts. Por experiência própria, se alguém apostar em todas as streets em uma mesa de small stakes ao vivo, a mão mais comum que ele terá

será uma trinca, uma queda para flush ou straight que melhorou no turn, ou dois pares que viraram um full house. No turn, os jogadores frequentemente dão check quando seus draws não melhoram, e fazem a mesma coisa no river se tiverem dois pares que também não melhoraram.

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Normalmente, vejo um jogador apostar no flop e no turn, e outro pagar com o top pair. No river, aquele primeiro aposta de novo. Na maioria dos casos, o top pair deve dar fold. Muita gente realmente faz isso, mas eu também tenho visto, com frequência, o top pair dar call. No showdown, quem saiu apostando quase sempre mostra uma das mãos que eu listei, e o que veio dando call dirá: ”Eu sabia”, e entregará as cartas. Não dê call contra jogadores que apostam em todas as streets.

DICA 2

Desconfie de apostas no river em potes com check. Apostas no river tendem a ser fortes. Isso é ainda mais verdadeiro quando há apostas anteriores no flop e no turn. Também procede quando alguém dá call no flop e no turn, e aposta no river. Só que apostas na quinta street são muito mais fracas em potes com check. O exemplo clássico é quando a mesa roda em check tanto no flop quanto no turn. Este é o cenário que desperta o lado blefador de muitos jogadores.

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Por exemplo, digamos que três jogadores vejam um flop com K♣9♠2♠. Todos dão check. O turn é o 3♥. Todos dão check novamente. O river é o 7♦. O segundo jogador aposta. Esta aposta é suspeita. A mesa rodar em check no flop sugere que ninguém tem um rei. Rodar em check no turn confirma isso, e também sugere que ninguém tem um 9. Então, com o que um jogador poderia estar apostando no river, um 7? Um oponente mais experiente apostaria com uma mão como A-7, mas a maioria dos jogadores de small stakes daria check com ela. A-9? Muitos apostariam no turn com um 9, e os jogadores que não apostassem no turn provavelmente também não o fariam no river. As mãos que melhoraram com a quinta carta (7-7, 7-3 e 7-2) não são plausíveis. Restam tão poucas mãos legítimas para uma aposta no river que eu ficaria tentado a dar call com algo como 5-5.


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DICA 3

Em potes com check, aposte pelo valor com um par. Na dica anterior, eu disse que um oponente experiente poderia apostar com A-7, mas boa parte dos jogadores não faria isso. A maioria deles também não apostaria com um 9. No entanto, ambas são boas apostas, pois a chance de ser pago por uma mão pior (5-5, A-Q, etc.) é mais alta do que a de bater de frente com um rei que fez slowplay ou uma mão que deu sorte, como 7-7. Os jogadores geralmente apostam no turn quando têm dois pares ou algo melhor. Se a mesa rodar em check no turn, isso quer dizer que você pode esperar que ninguém tenha mais do que um par, embora você possa ser pego de surpresa às vezes. Contanto que a carta do river não seja perigosa demais, pode-se apostar pelo valor com o top pair. Se a mesa rodar em check tanto no flop quanto no turn, como na Dica 2, você frequentemente pode apostar pelo valor com o segundo ou terceiro par. Seja agressivo com suas apostas pelo valor no river. Se ninguém mais estiver demonstrando força, jogue seus pares decentes como se eles fossem a melhor mão. Aposte. Você se surpreenderá ao ver com o que as pessoas darão call.

não APoste semPre A mesmA quAntIDADe. sItuAçÕes DIferentes PeDem APostAs De tAmAnhos DIferentes.

DICA 4 Escolha o tamanho de suas apostas cuidadosamente. O tamanho das apostas é um assunto importante em no-limit hold’em, sobretudo no river. Não aposte sempre a mesma quantidade. Situações diferentes pedem apostas de tamanhos diferentes. Dê uma olhada nestes exemplos. O bordo mostra J-T-8-3-Q, e você tem A-K. Faça uma aposta forte, talvez um all-in. Qualquer um com um 9 irá pensar seriamente em pagar, independentemente do quanto você tiver apostado. E quem não tiver um straight provavelmente não pagará sequer uma aposta normal. Contra straights menores, dê o máximo de squeezes que puder.

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Análise

O bordo tem K-9-2-3-7, e você segura 8-8. Este é novamente o exemplo da Dica 2. Eu apostaria, mas não muito. Em uma mesa de $2-$5, posso disparar $30 em um pote de $60. Você está contando que um 4-4 vá pagar. Não bata a porta na cara dele. Convide-o a entrar. O bordo mostra T♣ 8♦ 2♣ Q♦ 4♣, e você tem A♣ 5♣. Seu oponente é um jogador passivo que tende a fazer apostas pequenas. Ele apostou no flop e no turn, ambas de cerca de metade do pote, uma jogada muito forte da parte dele. Você desconfia que ele tenha acertado uma trinca no flop. Você está fora de posição e tem razoável certeza de que ele dará check, caso você faça isso antes dele. Eu colocaria uma aposta de dois terços até o valor do pote aqui. Não importa qual tamanho você escolha, apostar fora de posição nesse instante diz: “Acertei o flush”. Mas ele terá dúvidas e será tentado a pagar com uma trinca. Se você fizer uma aposta grande demais, ele dará fold relutantemente. Porém, se fizer uma aposta pequena demais, ele ainda poderá dar fold, já que é tímido, e quando você for pago não ganhará muito. Se você estiver fazendo uma aposta que entrega sua mão (mas que ainda pode conseguir um call por desconfiança), disparar o valor do pote geralmente é uma boa escolha. Não há fórmula perfeita para determinar o tamanho das apostas no river, mas quanto mais atenção você der a isso, melhores serão seus resultados. ♠

QUATRO DICAS PARA O RIVER Dica 1: Não dê call contra jogadores que apostam nas três streets. Dica 2: Desconfie de apostas no river em potes com check. Dica 3: Em potes com check, aposte pelo valor com um par. Dica 4: Escolha o tamanho de suas apostas cuidadosamente.

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Phil Hellmuth

O jogador que adoramos odiar TEXTO BASE: JULIO RODRIGREZ

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Polêmico, explosivo e mau humorado. Goste você ou não, Phil Hellmuth ainda é o recordista de braceletes da World Series of Poker.

Autor de falinhas antológicas – “se não envolvesse sorte, eu venceria sempre” – e de pataquadas homéricas, como a vez em que foi disputar um torneio vestido de imperador romano, é inegável que Phil Hellmuth tem seu nome escrito de maneira indelével na história do poker. Apesar das atitudes exageradas, às vezes mal educadas, não há como ignorar o quarto jogador que mais ganhou dinheiro no poker e que já ostentou o título de mais jovem vencedor do Main Event, em 1989. De lá para cá, foram outros 10 braceletes na World Series, todos em hold’em, e 45 mesas finais. A nova geração do poker insiste em pregar sua decadência, mas o fato é que ele conseguiu três segundos lugares na WSOP desse ano e por pouco não saiu com o título de melhor jogador da Série em 2011. Curiosamente, esses vice-campeonatos foram em alguns dos principais torneios de mixed games: o deuce-to-seven lowball championship e o seven-card stud eight-or-better championship, cada um com buy-in de dez mil dólares, e o prestigiado Players Championship, de 50 mil dólares.

Hellmuth estava prestes a fechar um acordo milionário com um dos maiores sites de poker quando a Black Friday aconteceu. Agora, ele está com o passe livre e parece que pretende voltar às raízes, reafirmando sua condição de jogador top do circuito de torneios, e não apenas mais um produto da mídia. Phil Hellmuth é assim: adorado ou odiado, jamais ignorado. Conversamos com ele, que falou sobre alegrias e frustrações da carreira, e ainda arriscou previsões para o poker online. O resultado você confere agora.

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julio rodriguez: Em termos de premiação, essa foi sua melhor WSOP. Como você analisa seu desempenho? Phil Hellmuth: Considerando que já ganhei mais de US$12 milhões, é incrível que eu nunca tenha tido um prêmio de sete dígitos na carreira. De fato, até esta World Series, minha maior premiação tinha sido a do Main Event de 1989. Acho que essa é a verdadeira prova da minha consistência ao longo dos anos. Há jogadores que estão no Top 10 de mais dinheiro ganho na carreira cujos números vêm principalmente de um ou dois torneios, mas eu estou nessa lista mesmo sem muitos prêmios milionários. jr: Você ficou itm cinco vezes e ganhou mais de um milhão e meio de dólares nesta WSOP. seus três segundos lugares foram em mixed games, modalidade na qual as pessoas costumam lhe criticar pela falta de experiência e resultados. a que você atribui essa guinada? PH: Eu costumava jogar mixed games profissionalmente nos anos 90 e enfrentava os melhores do mundo. Em algum momento, perdi a vontade de jogar mixed games, principalmente cash games. Praticamente parei de

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viajar e tentei passar mais tempo com a minha família. Foi quando comecei a me concentrar em torneios de hold’em. Fiquei conhecido pelo hold’em, mas as pessoas precisam entender que eu tenho um histórico sólido também em mixed games. Minha reputação como especialista de hold’em nunca foi muito justa. Sim, eu me dei bem em torneios de hold’em, principalmente na WSOP, mas também fiz várias mesas finais de mixed games. Todo mundo passa por fases em que nada dá certo, e todos morrem na praia de vez em quando. Foi isso o que aconteceu comigo nas outras modalidades. A questão é que recebo mais críticas do que qualquer outro jogador. Parece que não é suficiente ser recordista de braceletes e ter ganhado mais de 12 milhões de dólares na carreira. As pessoas insistem em dizer que só ganhei eventos de hold’em, apesar de ter batido na trave muitas em mixed games. Doyle Brunson uma vez falou que as pessoas deveriam parar de pegar no meu pé. Quer dizer, se Doyle percebeu isso, por que os outros não percebem?


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Parece que não é suficiente ser recordista de braceletes e ter ganhado mais de 12 milhões de dólares na carreira [...] Doyle Brunson uma vez falou que as pessoas deveriam parar de pegar no meu pé. Quer dizer, se Doyle percebeu isso, por que os outros não percebem?

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JR: Você tem sido um alvo fácil para críticas. Você acha que elas são injustas? PH: Quase todas as mãos que eu jogo passam na TV. Pouco depois de eu ter jogado mal uma mão ou ter feito uma leitura errada, todo o mundo já está sabendo, e é só nisso que meus críticos se concentram. Não sou perfeito, mas ninguém cai matando em cima dos outros. Eu não sou bom para calar a boca de quem adora me odiar. A comunidade do poker tem uma atitude do tipo “o que você tem feito por mim ultimamente?”, então eu sei que embora esteja no topo agora, eles encontrarão um motivo para duvidar de mim em breve. JR: Você está sem patrocínio online. O que você acha que o futuro guarda para o poker online nos Estados Unidos? PH: No momento, meu “passe” está à venda, então posso negociar com calma, para quando o poker online for regulamentado nos Estados Unidos. A Black Friday foi um obstáculo no início, mas pode ser boa para mim no longo prazo. Quanto ao poker online, há coisas acontecendo nesse instante que as pessoas não estão vendo. Acredito que não falta muito para que seja regulamentado. Acho até que será em âmbito federal. E eu não ficaria surpreso se acontecesse antes de dezembro. Se eu fosse mais corajoso, apostaria nisso, mas sempre há empecilhos imprevisíveis

a se ultrapassar. Se você der uma olhada no que ocorreu na França e na Itália, terá uma boa ideia do que pode acontecer nos EUA e em outros lugares do mundo. França e Itália legalizaram o poker online, e tudo explodiu da noite para o dia, o número de jogadores agora é dez vezes maior. Não tenho dúvidas de que a mesma coisa aconteceria aqui. Se minha previsão se tornar realidade, poderemos ter um Main Event com 25 mil jogadores. JR: A Black Friday obviamente teve um efeito negativo sobre várias pessoas próximas a você. Como você se sente diante da situação de sites como Full Tilt, DoylesRoom, e Ultimate Bet? PH: Não é agradável. Sei o que eles estão passando. Meu nome foi jogado na lama quando começou o escândalo do UB, e eu me lembro dessa sensação de desamparo. Como representante de um site, você tem que andar na corda-bamba de promover e defender seu produto, mas também é preciso ter certeza de que essa é uma empresa a qual vale a pena atrelar o seu nome. Infelizmente, há coisas que estão fora do seu controle, mas é tudo parte do negócio. Você é a imagem da sua companhia, e qualquer negatividade que aparecer irá inevitavelmente cair sobre você. Não vou afirmar que os representantes dos sites não têm culpa no cartório, mas tem gente sendo acusada por decisões com as quais não tiveram nada a ver. ♠

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Hellmuth Bate na Trave na World Series of Poker Phil Hellmuth tem um histórico de 11 vitórias na WSOP, mas ficou surpreso ao descobrir que já ficou em segundo lugar nove vezes, fora três terceiros lugares. Se o baralho tivesse ajudado, ele poderia ter aumentado a distância para Doyle Brunson e Johnny Chan, que têm 10 braceletes cada. Certamente, a WSOP tem sido a maior fonte de renda de Hellmuth, responsável por quase dois-terços de seus ganhos na carreira. No total, o “Poker Brat” tem 84 ITMs na série, com 45 em mesas finais. Confira as vezes em que Phil Hellmuth bateu na trave:

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Ano

Evento

Colocação

Prêmio

1992

US$2.500 limit hold’em

US$84.000

1993

US$5.000 deuce-to-seven lowball

US$72.500

1994

US$1.500 no-limit hold’em

US$93.900

2001

US$5.000 Omaha eight-or-better

US$103.785

2001

US$10.000 no-limit hold’em main event

US$303.705

2002

US$2.500 heads-up no-limit hold’em

US$17.000

2003

US$1.500 limit Omaha

US$15.800

2006

US$5.000 no-limit hold’em

US$423.893

2006

US$1.500 no-limit hold’em

US$53.945

2008

US$1.500 H.O.R.S.E

US$93.168

2011

US$10.000 deuce-to-seven lowball

US$226.909

2011

US$10.000 seven-card stud eight-or-better

US$273.233

2011

US$50.000 Players Championship

US$1.063.034


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Todos os anos, o Conrad Resort & Casino encerra seu calendário promovendo um dos maiores torneios de poker do mundo. O evento atrai jogadores de todos os cantos da América Latina e distribui um prêmio digno de World Series of Poker. Não por acaso, ganhou o nome de “Torneio Milionário”.

S

em rake, com 300 mil dólares adicionados pela organização Conrad à premiação e um field repleto de jogadores recreativos, este é o evento ideal para quem tem alguns trocados sobrando e quer tentar faturar um prêmio de quase um milhão de dólares. Em 2010, o gaúcho Rafael Cohen esteve bem perto do feito, mas bateu na trave. Mesmo assim, levou mais de 200 mil dólares. Neste ano, os hermanos dominaram novamente. Um deles, velho conhecido da torcida brasileira; outro, um senhor com um nome bem sugestivo: o mesmo de um magnata russo do petróleo. Com uma estrutura diferente dos torneios tradicionais, o Torneio Milionário é jogado em apenas três dias, divididos em quatro rounds, equivalentes aos Dias 1-A, 1-B, 1-C e Final. Uma rodada acontece na quinta, duas na sexta, e a última no sábado. Logo na primeira, o evento mostrou números que, apesar de esperados, sempre impressionam. Foram 161 inscritos e 74 rebuys. Isso, somado aos US$ 300 mil adicionados pela organização, fez a premiação parcial atingir quase US$ 900.000.

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TERMIN

OU EM

TANGO

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Com apenas seis níveis jogados por round, pouco mais da metade dos inscritos avançou para o Dia Final. Os brasileiros mais conhecidos a seguir adiante eram Caio Brites e Marcus Kruel (pai de Christian Kruel). Eles continuariam na disputa com pouco mais de 20 big blinds. Entre as nossas baixas, a principal foi a de Diego “vgreen22” Brunelli, membro do PokerStars Team Online. Na sexta-feira tivemos 314 jogadores no pano. Eles foram responsáveis por 146 rebuys, fazendo a premiação ultrapassar a casa dos dois milhões de dólares. Para se ter uma ideia, o Evento #43 da World Series, vencido por André Akkari, foi um dos maiores da edição 2011: foram 2.857 jogadores e uma prize pool de US$ 3,8 milhões. O integrante da Poker Villa, Felipe Balaban, bem como Gabriel Otranto e Márcio “Kamikaze”, eram brazucas que seguiriam para o Dia Final.

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Diego Brunelli


Alê Braga

O último dia de torneio começou com 246 dos 475 jogadores inscritos, mas apenas 48 deles levariam uma fatia do bolo para casa. E logo no início, um duelo de campeões. O vencedor do LAPT de Punta deste ano, Alex Komaromi, apostou três vezes em um bordo que, depois de ser virada a quinta carta, tinha um ás e três cartas de espadas. Ele acabou indo all-in no river. Do outro lado, estava o atual campeão gaúcho Rafael Martins, que, depois de pensar muito, não deu crédito ao oponente e acertou um lindo call com par de valetes. Komaromi escondeu seu K♣Q♣ e deu adeus ao torneio. Enquanto isso, Rafael comemorava a liderança que acabara de conquistar. Infelizmente, já ITM, ele tomou uma fatiada gigantesca do uruguaio Mario Salvagno, que culminou com sua eliminação do torneio. Em um dos maiores potes disputados antes da mesa final, o gaúcho viu o A-Q do adversário encontrar um straight milagroso no river e quebrar seu A-K. Salvagno vibrou demais. E muito graças a essa mão, ele terminaria o torneio na quarta colocação. A bolha não demorou a estourar. Entre os 48 premiados, havia 17 brasileiros. Daí para frente, um festival de eliminações tomou conta do salão. Muitas delas aconteceram pelas mãos do membro do Team Poker Stars Argentina, “Nacho” Barbero, que mostrava que não fora bicampeão do LAPT por acaso. Empilhando fichas e mais fichas, quando a mesa final finalmente foi formada, “Nacho” era quem tinha o maior stack. Nove jogadores o separavam do título, e dois eram brasileiros.

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Mesa Fi nalistas 10º Benjamin Troche (Paraguai) – US$ 38.250 Benjamin aumenta com A-Q e Mario Salvagno paga. O brasileiro David El Etter coloca os dois adversários em all-in com par de cincos. Salvagno paga com par de reis, assim como Benjamin. O bordo só traz cartas baixas, e o paraguaio é o primeiro eliminado da mesa final.

9º David El Etter (Brasil) – US$ 45.000 No duelo de brasileiros, Luiz Bicudo leva a melhor. Depois de empurrar all-in com J-Q, ele vê um valete dar o ar da graça no river para derrotar o par de oitos de David.

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8º Luiz Bicudo (Brasil) – US$ 60.000 Depois de perder um pote gigantesco para Abramovich, o brasileiro coloca seus últimos três blinds na mesa. O uruguaio Fabrizio Gonzalez isola a mão com par de Reis. Bicudo apresenta 7♠6♣, e a vantagem não muda de mãos depois que o bordo é virado. Fim da linha para os brasileiros no torneio.


7º Pablo Parrella (Argentina) – US$ 80.000 Pablo abre raise e Bernardo Abramovich paga. O flop vem 8♠ 6♦ 10♥. Abramovich sai apostando e toma all-in de Pablo. Abramovich paga e mostra A-8 contra A-6 de Pablo. Um sete no turn e outro no river fazem o primeiro hermano deixar a mesa final.

6º Marcelo David (Uruguai) – US$ 95.000 Com menos de 10 blinds, Horacio Chaves coloca todas as suas fichas no centro da mesa com J-J. Marcelo paga com par de setes e ainda vê o adversário acertar sua trinca no flop. Fim da linha para o uruguaio.

5º Horacio Chaves (Paraguai) – US$ 112.000 Horacio dá raise e vê Fabrizio “SixthSenSe19” voltar all-in. Com menos de 10 blinds no stack, ele paga e se vê dominado pelo A-J do uruguaio. O bordo mantém a vantagem de “SixthSenSe19”, e Horacio dá adeus ao torneio.

Ficha Técnica Torneio Milionário do Conrad Data: 3, 4 e 5 de novembro Local: Conrad Resort & Casino (Punta del Este – Uruguai) Field: 475 jogadores Buy-in: US$ 2.500 Rebuys: 220 Prize Pool: US$ 2.037.500

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4º Mario Salvagno (Uruguai) – US$ 130.000 Depois do raise de Salvagno, “Nacho” Barbero, com de 15 blinds, empurra all-in com 10♠Q♣. O uruguaio dá instacall com A♦Q♠. A primeira carta do flop é um 10♣, que permite ao argentino seguir firme rumo ao título.

3º Fabrizio Gonzalez (Uruguai) – US$ 148.000 Bernardo Abramovich completa do small blind, e “SixthSenSe19” empurra all-in com A♠ 3♣. Abramovich dá instacall com A♦ J♠. O bordo mantém a vantagem do uruguai, que avança para o heads-up.

2º “Nacho” Barbero (Argentina) – US$ 229.000 Short-stacked, “Nacho”vai all-in com K♥ 4♠. Abramovich paga com A♦ J♠, e um valete no river dá o pote e o título para Abramovich.

1º Bernardo Abramovich (Argentina) – US$ 700.000 A expectativa em torno da disputa da mesa final era grande. Nela estavam “Nacho” Barbero, Team Pro da Argentina e bicampeão do LAPT, diante do grinder uruguaio Fabrizio “SixthSenSe19” Gonzalez. Correndo por fora, o paraguaio Benjamin Troche, quarto lugar no Torneio Milionário do ano passado, e ainda dois brasileiros, David El Etter e Luiz Bicudo.

E como o poker não é uma caixinha, mas um “container de surpresas”, quem acabou roubando a cena foi outro argentino: Bernardo Abramovich. Figura fácil de identificar nos maiores torneios latinos, principalmente por estar sempre de óculos escuros e vestindo a camisa da seleção argentina, ele era o short stacked quando a mesa final foi formada. Mas as sucessivas dobradas e armadilhas preparadas para seus oponentes o colocaram em uma situação bastante confortável no heads-up contra seu compatriota “Nacho”. Sem ver baralho pregar peças, Abramovich não desperdiçou a vantagem de 5-1 em fichas e conquistou o título.

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OTÁVIO BERNARDINI 23º - US$ 8.000

itm

William nagaki 14º - US$ 15.000

brasileiros

GEORGES HAJJAR 19º - US$ 11.500

DAVID PARANAÍBA 26º - US$ 8.000

Fernando Grow 27º - US$ 8.000

Sérgio Luiz 25º - US$ 8.000

CASSIMIRO LIMA 32º - US$ 7.000

FÁBIO CALONENSE 36º - US$ 7.000

VINICIUS SANTOS 31º - US$ 7.000 JOSÉ VIGEVANI 41º - US$ 5.000

CARLOS STÜPP 40º - US$ 7.000

RAFAEL MARTINS 46º - US$ 5.000

RODRIGO BANDEIRA 44º - US$ 5.000

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