Card Player Brasil Digital - 9

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POKER

ESPORTE E ESTILO DE VIDA

s de

istoria h s a r t u o e o d a b O bracelete rou

N A H T JONA L E M A DUH Entrevista exclusiva com Caio Pessagno, um dos maiores jogadores online do brasil

JAMES BOND VS. LE CHIFFRE, UM DUELO INESQUECĂ?VEL EM Cassino royale

O rapto do Eduardo boa pesca, um conto de pedro nogueira


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SUMÁRIO

12. ANDRÉ DEXX SUA MAIOR ARMA NO POKER Usando os conhecimentos do GENERAL Sun Tzu, Dexx dá dicas para se dar bem nas mesas de poker.

18. PEDRO NOGUEIRA O RAPTO DO EDUARDO BOA PESCA Desta vez, Pedro Nogueira conta a hístoria de um jogador que ensina uma lição aos dois vigaristas que o sequestraram.

26. DIÓGENES MALAQUIAS VOU OU NÃO VOU? Diógenes fala sobre a lógica por trás da seleção de mãos, e o que levar em conta ao decidir com quais delas dar call, raise ou reraise.

46. THIAGO DECANO EVOLUIR PARA CONQUISTAR Na sua volta, Decano fala, principalmente, sobre a importância do coaching no desenvolvimento do jogador.

ESPECIAIS 34. JONATHAN DUHAMEL O novo ídolo canadense 58. Duas vezes ele Caio Pessagno conquista o título de Jogador do Ano pela segunda vez consecutiva

E MAIS 10. FICHAS NA TELA Cassino Royalle (2006) 50. ED MIlleR Sobre turistas, caras fechadas e roupas para ganhar dinheiro 78. Aconteceu em um torneio Com André Akkari, Johnny Lodden, Daniel Negreanu e Patrik Antonius. 84. cARDPEDIA Igor “Federal”, o homem forte do poker brasileiro.

70. DIEGO “VGREEN22” ADOTE UM POTE Em sua reestreia, Diego Brunelli mostra como os seus resultados podem melhorar ao puxar aqueles pequenos potes que ninguém quer.


Y U B E R

PARA QUEM VIVE O POKER


fichas na tela

A cena Le Chiffre (Mads Mikkelsen) é um banqueiro corrupto que perdeu o dinheiro de um grupo de terroristas por causa da interferência do agente secreto James Bond (Daniel Craig). Para recuperar o dinheiro, ele decide participar de um jogo de poker no Cassino Royale em Monte Carlo. O buy-in é de US$ 10 milhões, com uma reentrada de US$ 5 milhões. O vencedor leva mais de US$ 100 milhões. O que ele não contava é que Bond também entrara no jogo. Depois de perder um buy-in, o agente britânico começa a acumular muitas fichas. Então, Le Chiffre e seus capangas tentam matá-lo envenenando sua bebida. Mas Bond sobrevive, e volta ao jogo. 10

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Momentos marcantes dos filmes de poker

Bond: Desculpe o atraso. A última mão quase me matou. Floor: Senhores, depois desta troca de fichas, nós entramos na fase final do jogo. Ou seja, sem mais reentradas. O big blind agora é de US$ 1 milhão. Dealer: Quatro jogadores. É sua vez, Sr. Bond. Rene Mathis: O pote já tem US$ 24 milhões. Dealer: Todos pedem mesa. Vamos ao river. Bond: Mesa. Mr. Fukutu: All-in. US$ 6 milhões. Infante: US$ 5 milhões. All-in. Le Chiffre: Raise. US$ 20 milhões. Bond: US$ 50,5 milhões. All-in. Le Chiffre: Bem, eu acho que vou pagar.


assista ao trailer

Cassino Royale (2006) Daniel Craig, Eva Green, Mads Mikkelsen, Judi Dench e Jeffrey Wright Produtora: MGM Direção: Martin Campbell

Dealer: Senhores. Showdown, por favor. Rene Mathis: US$ 115 milhões no pote. Dealer: O Sr. Fukutu tem K♠Q♠. Flush. Dealer: O Sr. Infante tem 8-8. Full House. Oitos sobre ases. Dealer: O Sr. Le Chiffre tem A-6. Full House maior. Ases sobre seis. Dealer: O Sr. Bond tem 7♠5♠. Straight Flush, quatro a oito. A mão vencedora. Dealer: O Sr. Bond é o vencedor.



por André Dexx

Uma das premissas básicas para discernirmos a melhor forma de embate na guerra psicológica que nós jogadores de poker enfrentamos no dia a dia é o autoconhecimento. Só teremos as armas necessárias para atacar, contra-atacar e sermos vitoriosos se soubermos o que representamos para o nosso adversário. Em outras palavras, por um momento, devemos deixar de olhar pelos nossos olhos e observar pelos dele. Saber como ele nos vê, para então agirmos usando as armas mais adequadas do nosso arsenal.

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General chinês, Sun Tzu, já dizia há mais de dois mil anos: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem seu inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. Conhecer a si próprio é o primeiro passo fundamental para compreender como o outro se comportará. Quanto mais experiências você vivenciar, maior será o número de associações que poderá fazer e mais apto estará para identificar em qual nível o adversário se encontra. Quando nos conhecemos bem, podemos usar até mesmo nossas fraquezas para reconhecer as do oponente. Por todos os percalços que já superamos, estaremos aptos a reconhecer se eles também representarão obstáculos para o vilão. Isso significa que temos uma vantagem, pois achamos um ponto fraco a ser explorado.

“Diante de uma larga frente de batalha, procure o ponto mais fraco e, ali, ataque com a sua maior força” (Sun Tzu). Ter consciência das suas limitações e das do adversário evitará um dos fatores psicológicos mais determinantes do poker: o tilt. Esse tipo de conflito mental é um dos estados de confusão em que o jogador não sabe mais como reagir – isso porque ele acabou de perder completamente a linha de raciocínio, popularmente falando, o fio da meada. Quem tem tudo sobre controle, se sente seguro para fazer quaisquer jogadas e sabe que, no longo prazo, sairá vencedor. “Um general que perde facilmente o controle e se deixa levar pela cólera, será ludibriado pelo inimigo através de provocações e cairá em emboscadas sem perceber” (Sun Tzu).

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Quando entramos na mesma frequência do oponente, percebemos exatamente o que aquela aposta – pequena, grande, rápida ou devagar – significa naquele bordo. Não há escapatória para ele. Porque entramos em sua cabeça. Sabemos como ele pensa. Assim, quando ele se adapta, fica fácil se readaptar, pois sua cabeça é um livro aberto. “A habilidade de alcançar a vitória mudando e adaptando-se de acordo com o inimigo é chamada genialidade” (Sun Tzu). Para sermos bem-sucedidos no poker, em especial nos cash games mais caros, é preciso alcançar um estágio elevado de

André Dexx @dexx_rj andredexx.com

André “Dexx” é um dos mais respeitados jogadores de cash games online do país.

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[...]Quando nos conhecemos bem, podemos usar até mesmo nossas fraquezas para reconhecer as do oponente. consciência do jogo. Algo que nos permita pensar em vários níveis, nos colocando na pele do adversário e compreendendo que tipo de individuo nós somos na mesa. E para entrar nessa frequência a disciplina é essencial, por exemplo, para controlarmos a gestão de banca e mantermos o foco nos estudos, sempre nos atualizando e sem nunca parar ou olhar para trás. Por fim, é preciso ter sensibilidade e estar sempre atento aos padrões minuciosos do jogo – e isso tudo só é possível se estivermos em paz com os nossos pensamentos. O sucesso só vem com trabalho duro, então, como disse o próprio tzu: “Se quisermos que a glória e o sucesso acompanhem nossas armas, jamais devemos perder de vista os seguintes fatores: a doutrina, o tempo, o espaço, o comando, a disciplina”.♠


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O Rapto do Edua rdo Boa P

Um conto de Ped ro Nog ueira

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m dia o Eduardo Boa Pesca chega ao Paradiso, na esquina da Itu com a Consolação, acompanhado por um sujeito bem estranho, que certamente nunca apareceu por lá antes. O sujeito está dirigindo o carro do Eduardo Boa Pesca e é muito mal encarado. Ele é o tipo de homem que, se você está andando pela calçada e o vê caminhando em sua direção, sem dúvida vai atravessar a rua, porque as chances são de 2 para 1 de que ele vai tomar a sua carteira. Pode até parecer exagero meu, definir as odds do sujeito em 2 para 1, mas eu apostaria todo o tabaco do Ribeirão Preto nessa porcentagem, pois tenho bom olho para essas coisas. Bem, assim que o sujeito estaciona o carro na frente do Paradiso, ele desce e vai até o outro lado para abrir a porta do Eduardo Boa Pesca, que está sentando no banco de trás com pose de magnata do café. O Eduardo Boa Pesca, que tem esse apelido não porque seja bom pescador, mas porque sempre pesca uma carta boa no river, especialmente quando está atrás de uma broca, nunca teve motorista – e se tivesse um, definitivamente não escolheria um sujeito tão mal encarado quando aquele. Então a parceirada, eu incluído nesse grupo, fica surpresa ao ver aquela cena.

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A noite está agradável, talvez uns 25 graus, e eu estou fumando um cigarro na varanda do clube. Desde que o Padrinho, que é o dono do Paradiso, teve um ataque do coração e foi advertido pelo médico a parar de fumar, ele decidiu proibir cigarro dentro do clube. É claro que, segundo a lei de São Paulo, as pessoas estão proibidas de fumar dentro de qualquer estabelecimento fechado, mas como o Paradiso não é qualquer estabelecimento, pois seu dono é o Padrinho, e é ele quem decide o que é ou não lei dentro dos seus clubes, foi preciso que ele desse o pulmão para a parceirada parar de fumar lá. Meu cigarro está no fim, mas como o Eduardo Boa Pesca chega ao meu lado e acende um Marlboro, eu pego outro cigarro, pois seria extremamente deselegante da minha parte deixar um parceiro que acabou de chegar ao clube, como o Eduardo Boa Pesca, fumar sozinho. Ele me cumprimenta com um opa, ao qual eu respondo com outro opa, e apesar de eu estar curioso para saber quem é aquele sujeito mal encarado dirigindo o seu carro, não pergunto nada. Nessa cidade, um parceiro que sai por aí perguntando demais pode ficar com fama de abelhudo, algo que decerto não é lucrativo, portanto não me interessa em hipótese alguma. “O senhor está para frente ou no ferro?”, o Eduardo Boa Pesca pergunta para mim, uma questão razoável para aquela ocasião. E eu respondo dizendo que zerei, pois para variar um parceiro quebrou a


minha trinca com um flush no river. “Na verdade”, digo para ele, “estou para ir embora, pois a minha carteira está vazia mais do que um tanto”. Aí o Eduardo Boa Pesca arranca um bolo de notas do bolso da jaqueta, dá duas Garoupas para mim e diz assim: “Volta para o pano, porque nada me corta mais o coração do que um parceiro indo para casa antes da meia-noite.” Bom, é claro que estou surpreso, pois o Eduardo Boa Pesca não é do tipo que costuma dar duas Garoupas a um parceiro quebrado, então calculo que ele esteja realmente feliz por algum motivo. Agradeço, e enquanto vou guardando as Garoupas na minha carteira, que já não está mais vazia, o Eduardo Boa Pesca vira para mim e fala o seguinte: “Vou te contar uma história que aconteceu comigo”, o Eduardo Boa Pesca diz, “que nunca aconteceu com outro parceiro antes. É sexta-feira e estou saindo de um jogo ali na Barão de Monte Mór, uma rua certamente elegante, mas que é bem deserta de madrugada. O meu carro está parado a uns 40 metros do apartamento, e quando saio do portão, dou uma olhada para os lados, pois todo mundo sabe que numa rua deserta de madruga você está apto a ser tomado por algum malandro se não ficar esperto. Como não vejo nenhum, caminho até o meu carro tranquilo, e quando chego a ele, o que me acontece senão dois malandros saem da esquina apontando um berro para mim.

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“Eles pedem a chave do carro e dizem para eu sentar no banco de trás, e como não tenho peito de aço e aqueles dois malandros estão me apontando o velho equalizador, faço exatamente como eles mandam. Eles pegam a minha carteira, mas ficam decepcionados quando veem nada senão uma merreca, pois os parceiros na Barão de Monte Mór já haviam levado tudo de valor que tinha dentro dela. Os dois me passam um sermão, dizendo que não era certo um homem de classe como eu andar apenas com essa merreca na carteira, e aparecem com uma proposição de passarmos no caixa eletrônico para eu sacar algum tomate para eles. “Bom, eu não estou em posição de discutir, então digo a senha do meu cartão e vamos até um caixa eletrônico numa travessa da Marginal. Enquanto um dos malandros desce do carro para sacar o tomate, o outro fica sentado no banco de trás comigo, com o focinho do berro coçando o meu estômago, um local no qual certamente não quero levar tiro, pois tenho uma gastrite terrível e acredito que um pouco de chumbo só faria a dor piorar.


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“O primeiro malandro”, o Eduardo Boa Pesca diz, “volta do caixa eletrônico decepcionado, reclamando que só conseguiu sacar duas Garoupas, porque os bancos tiveram essa ideia de diminuir o limite dos saques entre as dez da noite e as seis da manhã, provavelmente para desencorajar gente como eles de raptarem a parceirada. Bem, o malandro decerto não está feliz com esse placar, e diz para mim que precisa de mais tomate para comprar uma joia para a sua querida namorada. Eu não quero deixar um malandro, especialmente um que tem uma J.J. Rogan na cintura, infeliz. Então sugiro que, como são quatro da manhã, a gente espere duas horinhas, e daí ele pode sacar todo o tomate que precisa para comprar a joia da sua querida namorada. “Ele parece gostar da ideia e encosta o carro num terreno abandonado, para esperarmos a hora de sacar o tomate. A companhia daqueles malandros não é muito confortável, então peço a um deles para pegar para mim um baralho que está guardado dentro do guarda luvas, pois embaralhar cartas é algo que sempre coloca os meus nervos no lugar nesses momentos de tensão. Quando o primeiro malandro abre o porta luvas, o que ele vê senão o meu fichário de poker, que sempre carrego comigo para qualquer lugar que vou, afinal nunca sei quando ou onde vai pintar um jogo.

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“O malandro pega o fichário e pergunta para mim ‘Você joga poker?’, e eu respondo ‘Ah, aqui ou ali, de vez em quando’. Aí o malandro diz que gosta de um carteado e sugere um pouco de Texas Hold’em para passar o tempo, afinal ainda faltam duas horas para o limite do saque no caixa eletrônico subir. Bom, eu não tenho nenhum compromisso então digo que sim, por que não?, e o segundo malandro, que até agora não tinha aberto a boca, diz que topa também. “Saímos do carro”, o Eduardo Boa Pesca diz, “e vamos procurar algum lugar para usar de apoio para as cartas, e logo achamos um caixote que serve direitinho para a tarefa. Fechamos o cacife em 200, pois ninguém ali era de jogar de graça, e começamos o nosso carteado no caixote de madeira, iluminado pelo farol do meu carro. Logo percebi que um dos malandros era lunático e o outro era covarde Então, qual foi a minha tática senão blefar no covarde e esperar boas mãos para cercar o lunático, como qualquer parceiro sensato faria numa situação dessas.

“Bem, logo de cara, botei os dois malandros no ferro, então eles quiseram aumentar o cacife para 500, para tentar sair do vermelho. Desde pequeno aprendi com meu pai que nesta vida há duas coisas, e somente duas, que você precisa respeitar em qualquer circunstância, sendo uma delas a senhora sua mãe e a outra um parceiro no ferro. Então quando os dois malandros quiseram fazer cacife de 500 e, depois, subir mais ainda para 1.000, eu não podia dizer não a eles, pois seria algo deselegante da minha parte. Só que, quanto mais nós aumentávamos o cacife, num ferro maior eles entravam.

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“Quando bateu seis horas da manhã, guardamos as cartas e fomos até o caixa eletrônico, onde o primeiro malandro sacou todo o tomate que precisava para comprar a joia da sua querida namorada. Chegando ao carro, o malandro disse que eu estava liberado para ir embora a pé, e ele já estava dando a partida no carro quando puxei um papel do meu bolso e falei assim para ele: ‘O senhor está se esquecendo do vale.’ Posso até deixar um malandro roubar a minha carteira ou sacar todo o tomate da minha conta sem reclamar, mas em hipótese alguma deixo um parceiro fugir com um vale meu, e todo mundo sabe disso. “O malandro pede para ver o vale e fica realmente surpreso com o número que está no papel. ‘Mas eu não tenho esse tomate todo’, ele diz para mim, e eu respondo ‘O dinheiro que você sacou cobre um pedaço’. O malandro pergunta se não dá para negociar, e eu respondo que não, então ele faz uma careta e devolve o tomate que sacou da minha conta. ‘E o resto?’, eu pergunto, aí ele me passa todo o dinheiro que tem na carteira dele, e na carteira do outro malandro, e dá para mim. Eu conto aquele tomate todo, que em hipótese alguma é pouco, mas como o ferro é grande, ainda está faltando. “Ele fala para mim que aquilo é tudo, mas ainda não estou satisfeito, porque não é nada honesto um parceiro apostar o tomate que não tem, e quando ele faz isso, precisa se virar para pagar o vale. Os dois malandros estão desesperados, porque realmente não têm aquele dinheiro, e como não gosto

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de ver parceiro desesperado, pergunto ao primeiro ‘O senhor tem carteira de motorista?’, e ele responde que sim. Aí pergunto ao segundo ‘O senhor sabe lavar louça?’, e ele também responde que sim. ‘Então os senhores farão alguns serviços para mim até quitar o vale’, eu digo. “É claro que os dois malandros”, o Eduardo Boa Pesca diz, “que estão acostumados a ganhar a vida na moleza, raptando e roubando a parceirada, não ficam muito animados com aquela proposição, mas com um vale daqueles, eles não estão em posição de discutir, então acabam concordando. Portanto não fique surpreso se, nas próximas semanas, eu aparecer por aí com um sujeito dirigindo o meu carro porque, por mais mal encarado que ele seja, aquele malandro revelou-se um motorista espetacular, ainda mais por estar fazendo esse serviço de graça. E agora, se o senhor me der licença”, o Eduardo Boa Pesca diz, “vou sentar no jogo capado porque estou sentindo que a noite hoje será de forra.”

Pedro Nogueira @pedronogueira87

Pedro Nogueira é jornalista, já disputou torneios internacionais de poker, como a WSOP Europe, e é blogueiro da revista Alfa, da Editora Abril.


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Vou ou não Vou ? por Diógenes Malaquias

A LÓGICA POR TRÁS DA SELEÇÃO DE MÃOS

Uma das dúvidas mais comuns entre os jogadores de poker diz respeito à seleção de mãos pré-flop. “Vale a pena jogar com estas cartas nesta posição?” e “como devo jogar quando receber tal mão?” são algumas das perguntas mais frequentes que os leitores me fazem. Chegou a hora de entender as razões por que se deve ou não jogar com determinada mão, e qual a melhor maneira de se fazer isso.

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ara acabar com essa dúvida de uma vez por todas, a primeira coisa que se deve ter em mente é que existem apenas três ações possíveis quando você resolve jogar com determinada mão: call, raise ou reraise. Entenda o raciocínio por trás de cada uma delas: CALL Na hora de decidir pagar uma aposta, a posição é o aspecto mais importante. Quando você estiver no small blind, deve dar call a conta-gotas, aqui e ali e olhe lá. Jogar fora de posição depois do flop é uma desvantagem complicada de se reverter.

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QUANDO VOCÊ ESTIVER NO SMALL BLIND, DEVE DAR CALL A CONTA-GOTAS, AQUI E ALI E OLHE LÁ. JOGAR FORA DE POSIÇÃO DEPOIS DO FLOP É UMA DESVANTAGEM COMPLICADA DE SE REVERTER. É importante também observar quantos jogadores faltam falar. Quanto menor o número, maior a sua gama para dar call. Traduzindo, quando alguém der raise, o jogador no button é quem deve pagar com maior frequência, seguido pelos blinds. Por outro lado, o jogador imediatamente à esquerda de quem aumentou deve entrar menos vezes na mão. A matemática para a decisão de dar ou não call é relativamente simples. Softwares como o PokerStove, FlopZilla e Equillator podem lhe mostrar com quais cartas você deve pagar um aumento de determinada posição. Por exemplo, a porcentagem de vezes que você dá call contra um raise do UTG deve ser de aproximadamente 45%, somando todas as posições da mesa.

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RAISE Para disparar um caminhão de fichas e mostrar quem é que manda na mesa, é preciso escolher cartas que acertam todo tipo de flop. Se só aumentarmos com cartas altas, será moleza para os adversários nos enfrentarem. Ficaremos previsíveis. Em sua gama de aumento pré-flop, você precisa incluir mãos como 8-7 do mesmo naipe. Se não for assim, você vai sofrer nas mesas. “Se eu quiser me dar bem no poker, preciso soltar um pouco mais meu jogo e dar mais raises”. Jamais se esqueça disso. Tatue no braço, se for preciso. Priorize mãos que possam lhe render potes grandes. Algo como J♠10♠, por exemplo, que completa flushes e sequências, vale muito mais do que A♥9♣. É verdade que estas últimas conseguem pares altos, mas não são jogos suficientemente bons para um all-in de 100 big blinds.

Em contrapartida, cartas sequenciais do mesmo naipe, ou “suited connectors”, como J♠10♠, acertarão draws muitos fortes. E quando isso acontecer, você vai lamber os beiços querendo colocar todas as fichas no pano. E novamente: posição! Não é à toa que ouvimos falar disso o tempo todo no poker. Quanto menos adversários você estiver encarando, maior a gama de mãos para aumentar a aposta. Vamos supor que sua mesa tenha seis pessoas e os caras sejam muito bons. Nesse caso, tente dar raise uma vez a cada sete mãos quando estiver no UTG. Mas se você for o button, suba esse número para três a cada cinco vezes. Por quê? Porque você terá vantagem de posição e enfrentará menos adversários depois do flop.


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RERAISE Existem três gamas básicas de mãos para o reraise antes do flop. A primeira deve ser usada contra oponentes que sempre dão call em seu reaumento. Esse é o adversário mais fácil, definitivamente. Você verá muitos calls com mãos piores e dominadas. Contra ele, utilize sempre as melhores cartas do baralho. Aqui, não é preciso se preocupar tanto em balancear a gama, pois esse oponente desavisado não presta tanta atenção aos detalhes. A segunda gama entrará em campo contra caras que nunca pagam o reraise, sujeitos que polarizam suas ações entre fold ou re-reraise, a velha 4-bet. Essa situação é típica de quando o oponente está fora de posição. Aqui, cai bem um reraise pelo valor com mãos fortes (AA, KK, AK, QQ e JJ). Ou então um raise blefando com um ás na mão, que funcionará como bloqueador. Com o número de combinações de AA e AK reduzido, o oponente terá menos resistência contra você.

Por último, contra adversários fortes, é necessário equilibrar a gama de reaumento. Uma proporção interessante é dar reraises pelo valor 40% das vezes, e 60% como blefe ou semiblefe. Com isso, eles terão dificuldade de explorar sua gama. Quando houver resistência, e o oponente forte voltar um re-reraise, você precisará se defender 40% das vezes para impedir que a jogada dele seja lucrativa. Agora que você já entende a lógica por trás da seleção de mãos, tente aplicá-la ao seu jogo. Não é preciso ser profissional de poker para jogar bem, basta bom senso e alguma dedicação. Isso já será o bastante para você virar o “shark” da galera.♠

Diógenes Malaquias @diogenes1608 diogenesmalaquias.com.br

Diógenes Malaquias é especialista em cash games online e dá aulas particulares em seu website

EM QUE SITUAÇÃO A GAMA DE MÃOS COSTUMA SER MAIS AMPLA? No poker, a situação em que as gamas são mais amplas é durante a chamada “guerra de blinds”, quando há o confronto entre small blind e big blind. Isso acontece, primeiramente, porque o small aumenta com uma gama bem ampla, levando em conta que há apenas um adversário a falar. Em um cenário ideal, ele só daria menos raises do que o button. Depois, porque o big blind também usa uma gama de mãos bastante grande para defender. Além de a briga ser apenas entre ele o small, o big blind sempre terá posição pós-flop. E como ele foi forçado a colocar uma aposta obrigatória, terá odds mais favoráveis para o ver o flop.

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POKER: O ESPORTE EM QUE HOMENS E MULHERES SÃO IGUAIS >>> por Khatlen Guse Todos sabemos que a ideia do Poker como jogo de azar ficou para trás há muito tempo. Atualmente, o jogo de cartas que tanto adoramos é considerado um esporte da mente, inclusive com reconhecimento oficial, tanto no plano nacional quanto no cenário internacional.

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ensando nessa abordagem desportiva, tive um insight curioso: percebi que Poker e Hipismo, os dois esportes que pratico, têm mais em comum do que à primeira vista pode parecer. E é sobre isso que eu gostaria de conversar com vocês aqui neste espaço do Copacabana Poker.

Coincidência ou não, esses dois esportes (os quais pratico de forma amadora) são disputados por homens e mulheres sem distinção de sexo e idade. E antes que você pergunte, eu já adianto – “Sim, o Hipismo é o único esporte olímpico em que ambos os sexos competem em igualdade”. Em ambos os casos é preciso sagacidade, determinação, coragem, rapidez na tomada de decisões e, naturalmente, preparo físico.

O Poker é um esporte fascinante, de fácil compreensão, e também uma forma maravilhosa de agregar pessoas. Além de ser acessível a todos, tanto no ambiente online quanto Live. Em qual outra competição você encontraria uma senhora na casa dos sessenta anos encarando um garoto de vinte e poucos em um confronto mano a mano? Pois bem, agora faça a sua parte e venha jogar com a gente aqui no Copacabana Poker. Certamente, você será muito bem-vindo. Ou muito bem-vinda, é claro.

>>> Khatlen Guse

É Impossível conduzir de forma veloz e se manter no controle de um animal com 600 quilos em média sem o devido condicionamento físico. Também não há como se manter numa sessão de Poker e sair vitorioso sem ter o corpo saudável e preparado para muitas horas de concentração e foco à mesa. No esporte hípico as mulheres estão em grande número, tanto no Brasil como no exterior. Elas são respeitadas e temidas, e esbanjam feminilidade. Mas não se engane, fragilidade é o que menos existe nelas, e não importa que o oponente seja mulher ou homem. Aí está a grande sacada: simplesmente não importa o sexo. No Poker, entretanto, as mulheres são minoria. Além de ainda não marcarem presença forte, muitas chegam inseguras e com sua autoestima em baixa, achando que não jogam bem como os homens. Grande equívoco, se considerarmos todo o apoio que os jogadores sempre nos dão. Apesar disso, temos casos de jogadoras que não se enquadram nesse perfil. Sejam profissionais ou amadoras, essas mulheres em hipótese alguma se depreciam ou se deixam depreciar. Como disse há pouco, não importa se o oponente é homem ou mulher, ambos estão em condições similares.

Co-fundadora do Portal Barbarella Poker, incentivadora do Poker entre o público feminino. @KhatyRS



O NOVO ÍDOLO CANADENSE Em 2010, Jonathan Duhamel deixou 7.318 jogadores para trás e se tornou o campeão do Main Event da World Series of Poker. O resultado foi uma conta bancária US$ 8,9 milhões mais gorda e uma ascensão meteórica à elite do poker mundial. Mas o que acontece com um homem depois que ele alcança a glória máxima do poker com apenas 24 anos? E como sua vida muda depois que é colocado sob os holofotes?

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er um campeão não é fácil. A pressão é grande. Seu tempo passa a ser dividido entre viagens, entrevistas e compromissos contratuais. Sob suas costas, um alvo. Cada pessoa quer um pedaço de você, dentro da mesa e fora dela – fato que Duhamel pôde comprovar da pior maneira possível. Em dezembro de 2011, o canadense viu sua casa ser invadida por assaltantes. Seu bracelete de campeão foi roubado. A experiência abalou Duhamel, mas um velho amigo lhe deu forças para superar o fato: o poker. “Eu senti que tinha que ir lá fora e fazer o que eu sabia. Esperava que isso me ajudasse esquecer tudo e seguir em frente”, revela. E em janeiro de 2012, ele provou que o título de “campeão do mundo” não era capricho do acaso: quatro mesas finais e mais de um milhão de dólares, em um espaço de duas semanas. O pior havia ficado para trás. Duhamel mostrara novamente que o topo era o seu lugar de direito, e que permaneceria por ali por muito tempo.

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RUMO AO ESTRELATO Antes de vencer o Main Event, Jonatha Duhamel era mais um dos milhares de desconhecidos buscando o sustento nos feltros virtuais. Mas, como num passe de mágica, ele foi cercado pelos principais veículos especializados em poker do mundo. O título do Main Event, além de fama e fortuna, trouxe também responsabilidades. A partir daquele ano, ele passou a representar o maior site de poker do mundo, o PokerStars. “Eu fiquei algum tempo sem jogar poker. Eram muitas entrevistas e compromissos”, conta. Passado o furor inicial, ele voltou aos feltros. O detalhe é que, agora, ele não era apenas Jonathan Duhamel, mas o campeão da World Series – e teria que se acostumar com miras apontadas para sua cabeça em quaisquer mesas que se sentasse. “Todos te veem na TV, conhecem seu jogo. Mesmo o cara que nunca jogou sabe que você ganhou a WSOP. Por causa disso, eles vão te pagar com mãos mais fracas e


tentar passar grandes blefes em você, apenas para terem uma história para contar. Então, eu tive que ajustar meu jogo. Voltei um pouco para o ABC”. Graças a Duhamel, o interesse pelo poker no Canadá também cresceu. Afinal, ele é o único canadense campeão do Main Event. “Foi um efeito parecido com o que Joe Hachem causou na Austrália. Os fãs canadenses sempre tiveram um grande jogador, Daniel Negreanu, mas agora também têm um campeão do Main Event”.

VOLTANDO AO CIRCUITO Apenas alguns meses depois de conquistar o maior título do poker mundial, Duhamel voltou a experimentar o gostinho da vitória no European Poker Tour Deauville 2011. Depois de passar por um field muito duro, ele conquistou o evento da High Roller e mais US$ 270.000. “Eu sabia que em 2011 eu viajaria para todos os cantos do mundo, jogando os principais torneios. E vencer um logo em janeiro foi um grande alívio”. Seguindo a intense rotina de um campeão mundial, Duhamel foi convidado para jogar um torneio exclusivo e muito cobiçado: o NBC National Heads-Up Poker Championship, cujo buy-in era de US$ 20.000. “Aquele foi um torneio muito especial para mim. Eu assistia àquele evento todos os anos na TV. Pude vencer Antonio Esfandiari no segundo round, assim como Olivier Busquet, o melhor jogador de heads-up-sitand-go da internet, acredito. Foi o duelo mais difícil que já encarei”. Nas semifinais, ele acabou derrotado por Chris Moneymaker. Segundo ele, a experiência de jogar e trocar algumas palavras com os melhores do mundo valeram mais que a premiação de US$ 125.000 consquistada.

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Eu sabia que em 2011 eu viajaria para todos os cantos do mundo, jogando os principais torneios. E vencer um logo em janeiro foi um grande alĂ­vio.


FIM DE ANO TERRÍVEL Mas o que deveria ter sido um final de ano razoavelmente bom – sete ITMs, um título e quase US$ 600.000 em prêmios –, terminou com um tremendo susto. Duhamel foi espancado por quatro bandido até fornecer a combinação do cofre de sua casa. As consequências foram sérias: muitos machucados, algumas noites no hospital e vários bens roubados. Os assaltantes levaram US$ 160.000 em dinheiro, o bracelete de campeão da WSOP e um Rolex com o nome de Duhamell gravado, presente do PokerStars pelo título do Main Event. Alguns dias depois, Anthony Bourque, John Clark, André-Robert Perron e Bianca Rojas, ex-namorada de Duhamel, foram presos e acusados por formação de quadrilha, assalto, sequestro e invasão de domícilio. De acordo com a polícia, pouco mais da metade do dinheiro foi recuperado. O bracelete foi achado por um lixeiro, bastante avariado e com o nome do canadense apagado. “Eles foram pegos, e espero que paguem pelo que fizeram. Quanto a mim, tenho sorte de estar vivo. Passei a valorizar mais a vida e quero aproveitá-la ao máximo”, revela.

NO CARIBE, A VOLTA POR CIMA EM GRANDE ESTILO Depois do ocorrido em dezembro, a expecativa era que Duhamel passasse um tempo longe do pano verde. Mas não foi o que aconteceu. O incidente serviu de motivação, e ele voltou com tudo em janeiro, embolsando mais de um milhão de dólares no PokerStars Caribbean Adventure 2012. Já de cara, um quarto lugar no Super High Roller de US$ 100.000 lhe rendeu US$ 313.600. “O field estava incrível. Na minha primeira mesa, estavam Jason Mercier, Bertrand “Elky” Grospellier e Viktor “Isildur1” Blom. Depois de duas horas, acabei sendo o primeiro eliminado do torneio. Eu tinha A-K contra Q-Q de Isaac Haxton. Tive que fazer a reentrada, mas eu tinha confiança que poderia ganhar”. Na mesa final, um fato curioso para profissionais do seu calibre: o medo da bolha. “Não havia como não sentir a pressão. Você não quer ficar na sexta colocação e ser o bolha, sendo que o quinto lugar já pagava US$ 250.000”, fala. E ele não parou por ali. Na sequência, jogou dois torneios turbos de US$ 5.000. Ambos na sua especialidade: no-limit hold’em. Um título, uma quinta posição e mais US$ 240.000 em dinheiro. Para encerrar com chave de ouro, Duhamel fez o heads up no evento High Roller de US$ 25.000. O título não veio, mas a premiação de US$ 634.550 definitivamente o deixou satisfeito.


JOGADOR DO ANO DA CARD PLAYER Com o mês de abril chegando ao final, Jonathan Duhamel já acumula cerca de US$ 1.300.000 em premiações em 2012. Os bons resultados o colocam em quarto lugar na briga pelo título de Jogador do Ano. “Conquistar a World Series foi muito especial, mas o prêmio da Card Player é um reconhecimento por todo um ano de trabalho, então isso é ainda mais importante para mim. Neste ano, vencer o a corrida do Jogador do Ano é o objetivo”, diz. Duhamel já anunciou que vai jogar todos os torneios possível mundo afora. Em sua programação estão, inclusive, torneios com buy-ins mais caros, caso do Poker Player Championship da WSOP, cuja entrada é US$ 50.000. O caminho até o topo será árduo para o jovem canadense. Ainda estamos no início de 2012, mas pelos seus resultados recentes, principalmente nos últimos meses, alguém ousaria duvidar do que ele pode conseguir?♠

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EX-CAMPEÕES DO MAIN EVENT CONTINUAM PROVANDO SEU VALOR

O Main Event da World Series of Poker é de longe o maior torneio de poker do mundo. A título de curiosidade, os sete jogadores que mais ganharam dinheiro na WSOP são os sete últimos campeões do torneio. Para vencer uma competição desse porte, que não reúne menos que seis mil jogadores, é preciso habilidade, condicionamento físico e, claro, sorte. Mas quais dos últimos campeões provaram seu valor no decorrer dos anos? A resposta, vocês conferem agora:

1º Joe Hachem (2005 – US$ 7.500.000) O primeiro australiano campeão do Main Event segue entre os principais nomes do poker mundial. Desde 2005, foram 38 ITMs e mais de US$ 4 milhões ganhos em grandes torneios. Em 2006, ele conquistou o WPT Five Diamond World Poker Classic, que lhe rendeu US$ 2.2 milhões. Hachem é o sétimo jogador que mais ganhou dinheiro em torneios da história do poker: US$ 11.610.755.

2º Greg Raymer (2004 – US$ 5.000.000) Desde sua vitória em 2004, O “Homem Fóssil” acumulou quase US$ 2 milhões em prêmios e 32 ITMs. Em toda sua carreira, Raymer já ganhou US$ 7.134.804.

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3º Jonathan Duhamel (2010 – US$ 8.944.310) Depois de colocar a bandeira do Canadá no topo da WSOP, ele conseguiu 12 ITMs e mais US$ 1.7 milhões em eventos ao redor do mundo. Com US$ 10.839.538 em ganhos, Duhamel é o 11º jogador no ranking daqueles que ganharam mais dinheiro em torneios.

4º Peter Eastgate (2008 – US$ 9.119.517) Ele foi o primeiro jogador a vencer o November Nine, que estreava em 2008. A partir daí, foram 17 ITMs e uma conta bancária US$ 1.5 milhões mais gorda. Em 2009, ele terminou na segunda colocação do EPT de Londres. Com US$ 10.974.892 em premiações na carreira, ele aparece logo a frente de Duhamel no ranking daqueles que mais ganharam dinheiro em torneios.

5º Chris Moneymaker (2003 – US$ 2.500.000) Dizem que sua vitória foi o divisor de águas do poker moderno. Desde então, foram 20 ITMs e quase US$ 900 mil em prêmios. Em 2011, ele voltou às manchetes com o segundo lugar no NBC National Heads-Up Poker Championship. Em sua carreira, já ganhou US$ 3.790.280.

6º Joe Cada (2009 – US$ 8.547.042) O norte-americano é o jogador mais jovem a vencer o Main Event. Nos últimos três anos, ele premiou em seis eventos e ganhou cerca de US$ 300.000. Durante sua carreira, Cada acumulou US$ 9.482.184 em premiações.


7º Robert Varkonyi (2002 – US$ 2.000.000) Quando ganhou o Main Event, Robert era um amador. Além do título, ele ganhou a um aposta do falastrão Phil Hellmuth, que teve o cabelo raspado pelo próprio Robert. Mas as coisas não seguiram bem para ele. Em 10 anos, ele só conseguiu 12 ITMs e pouco mais de US$ 200.000 em premiações. Na carreira, seus ganhos chegaram a US$ 2.242.438.

8º Jamie Gold (2006 – US$ 12.000.000) Até hoje, ninguém ganhou tanto dinheiro em um único torneio quanto Jamie Gold. Mas de lá para cá seus resultados não foram tão satisfatórios: 11 ITMs e US$ 138.941 ganhos. Com US$ 12.231.699, ele é o quinto jogador que mais ganhou dinheiro em torneios.

9º Jerry Yang (2007 – US$ 8.250.000) Último campeão antes de ser instaurado o November Nine, Yang prefere o aconchego da família aos feltros. Em suas poucas aparições nos últimos anos, ele conseguiu oito ITMs e US$ 124.167 em prêmios. Como jogador de poker, acumulou US$ 8.386.236.

10º Pius Heinz (2011 – US$ 8.715.638) Como a vitória do alemão ainda é recente, é normal que ele ocupe a última posição no ranking. Pouco meses depois do título, Heinz já ficou ITM por duas vezes e ganhou US$ 52.237. Ao todo, ele soma US$ 9.037.617 em prêmios na sua carreira.♠

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EVOLUIR PARA

CONQUISTAR por Thiago Deca no

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Fala galera. É com enorme satisfação que anuncio meu retorno ao time de colunistas da Card Player Brasil. Já estava com saudades de escrever para vocês. E não voltei só com os artigos. Em breve, estará no ar meu novo website: www.thedecano.com, que ficará hospedado na página da Card Player. Já a partir de junho, vocês poderão acompanhar meu desempenho na World Series of Poker 2012. Postarei fotos e vídeos de tudo que rolar – os bastidores da festa que a brasucada costuma fazer, curiosidades e a torcida quando algum brasileiro estiver na reta final para alcançar o tão sonhado bracelete. Mas agora vamos ao que interessa. Neste artigo, falarei de um assunto pelo qual sou bastante procurado. Ele abrange não só os jogadores novatos e recreativos, mas também os profissionais: o coaching e outros métodos de aprendizagem. É natural que todos os amantes do poker queiram evoluir, virar profissionais ou até mesmo ídolos. E isso requer dedicação, disciplina, uma dose de talento e investimento – tanto financeiro quanto de tempo. Já parou para pensar quanto um médico de sucesso teve que se sacrificar e investir para atingir seus objetivos, adquirir conhecimentos e construir uma carreira vitoriosa? Utilizo essa analogia para ressaltar a importância desses elementos no nosso esporte. Assim como nas demais áreas, o poker é mutante. Um jogo essencialmente de pessoas, com a aplicação correta da matemática.

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Até pouco tempo, especialistas e estudiosos abordaram temas como “apostar com espaço para fold tendo um stack de 20 big blinds (BB)” ou “ir all-in com quaisquer duas cartas no duelo entre small blind e big blind, também com 20 BBs”. Eles queriam provar matematicamente que tais estratégias eram positivas no longo prazo. Logicamente, com a velocidade da informação atual, muitos jogadores se adaptaram e mudaram de tática. E quem não se adaptou, ficou para trás.

Vejo com bons olhos as pessoas buscando informações em sites especializados, vídeos, palestras e coaching. Afinal, quem não quer fazer o que ama e ainda ser recompensado financeiramente por isso? Não há milagres. A não ser que você seja um gênio autodidata, terá que estudar muito e investir uma boa quantia para evoluir seu jogo. E os valores são diversos, assim como os tipos de aprendizado. O método mais prático e eficaz é o coaching – e também o mais caro.

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Uma aula de uma hora via Skype pode custar entre US$ 300 e US$ 1500. Isso depende do currículo do coach (instrutor), da sua demanda e de quanto ele costuma ganhar quando está jogando no mesmo período de tempo. É um valor relativamente alto para o jogador recreativo, mas considero muito baixo para aquele que deseja ser profissional e que precisará evoluir. Um médico, para ser bem sucedido, deve gastar em torno de R$ 350.000 na sua formação completa. Ele terá que se manter sempre atualizado, fará cursos, investirá em materiais, livros e talvez em um consultório. Seu salário tem a maior média do país, algo em torno de R$ 8.000 por mês. Ou seja, caso dê tudo certo, ele vai recuperar seu investimento por volta do quarto ano de profissão. No poker, creio que, sendo um jogador disciplinado, razoavelmente inteligente e talentoso, se fizer um coaching de 20 horas individuais, com um ótimo profissional,

Thiago Decano @TheDecano thedecano.com

Thiago Decano é considerado um dos melhores jogadores do Brasil, live e online. Ele foi mesafinalista do WPT em 2008 e da WSOP em 2010.

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Evidentemente, nem tudo são flores na vida de um jogador profissional. E mesmo sendo inteligente, dedicado e disciplinado, talvez você descubra que nasceu para ser médico, e que é melhor encarar o jogo como lazer e recreação. gastará por volta de US$ 8 mil a US$ 10 mil, seu jogo mudará da água para o vinho e conseguirá estabelecer um bankroll confortável para iniciar sua carreira. Evidentemente, nem tudo são flores na vida de um jogador profissional. E mesmo sendo inteligente, dedicado e disciplinado, talvez você descubra que nasceu para ser médico, e que é melhor encarar o jogo como lazer e recreação. Óbvio que também poderá descobrir que é um novo talento e que poderá sim ser um ídolo do nosso esporte. Os ganhos? Bem, o céu é o limite. É isso, galera. Acompanhem as novidades da minha parceria com a Card PlayerBrasil e da minha jornada em Vegas também através do meu twitter . Meu contato para coaching e palestras é contato@thedecano.com. Na próxima edição, o foco será Vegas! Muita sorte e braceletes a todos os brasucas na WSOP 2012. Vamoooo!!!


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SOBRE TURISTAS,

CARAS FECHADAS

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PARA GANHAR DINHEIRO


H

á algumas semanas, observei uma mão em uma mesa de $2-$5 em Las Vegas. Um turista saído de um congresso entrou de limp do UTG. E um jogador sério – identificado por causa do capuz, do iPod, da cara fechada e do stack de $2.000 – deu raise de $30, duas posições antes do button. O turista pagou, deu check em seguida, e pagou uma continuation bet de $50 no flop. O turn e o river rodaram em check, e o sujeito do congresso ganhou com 6-2 de naipes diferentes, acertando um par de seis no flop. O jogador sério fechou ainda mais a cara. Algumas mãos depois, o turista entrou de limp e deu fold diante de um raise de $30 do mesmo jogador. Pouco tempo depois, ele deu fold pré-flop sem entrar de limp. Qual você acha que é a estratégia pré-flop desse turista? Ou melhor, se ele entra de limp do UTG com uma das piores mãos, e paga um raise com ela, com quais mãos ele estaria dando fold? A resposta é simples. Ele não tem nenhuma estratégia pré-flop consistente. Está inventando, jogando de acordo com o que sente. Por que ele entrou de limp com 6-2? Ele queria jogar uma mão. Talvez estivesse entediado. Talvez houvesse acabado de perder um pote e estivesse ansioso para recuperar seu dinheiro. Ou então havia acabado de ganhar uma mão e estava jogando no embalo. Não é porque ele acha que 6-2 de naipes diferentes seja uma boa mão. Naquele momento, ele simplesmente queria jogar, e para ele, qualquer mão serviria. Mais tarde, ele parou de fazer isso. Dar fold combinava mais com seu estado emocional.

Qual é a moral dessa história? O turista não é o único que joga “no instinto”. De fato, a maioria de jogadores faz a maior parte de suas jogadas de acordo com o seu estado emocional. Se você pudesse entrar na mente do seu oponente para ver o que ele estava pensando ao fazer determinada jogada, raramente encontraria um raciocínio puramente lógico. A tomada de decisão de quase todo mundo é influenciada, se não ditada completamente, por seu estado emocional. Para ser um vencedor em jogos ao vivo, você precisa tentar entender o estado emocional dos seus oponentes.

Ed Miller edmillerauthor notedpokerauthority.com

Ed Miller é uma das maiores autoridades mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com @cardplayerbr

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Se essa é uma ideia nova para você, respire fundo e deixe a ficha cair. Pois é assim que se ganha dinheiro. Pense em quantas vezes você já viu alguém fazer uma aposta no river e tomar um raise. O cara que apostou primeiro suspira. Ele sabe o que um raise significa. Está derrotado. Tudo bem, talvez não tenha 100% de certeza disso, mas sabe que é muito provável. Em questão de segundos, ele passa da gloriosa sensação de puxar um belo pote para o desgosto de ver as suas esperanças perdidas. Então, o que ele faz? Ele paga. Mesmo sabendo que está derrotado. Ele sabe disso porque já pagou centenas de vezes antes em situações similares e quase sempre se deu mal. Ele sabe. Mas paga do mesmo jeito. Ele tem uma compulsão a pagar. Precisa ver. É uma necessidade emocional, cuja única forma de satisfação é desperdiçar alguns trocados em um call sem esperanças.

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Nem preciso dizer que, se você tomar decisões dessa forma no poker – e, se você for um ser humano, quase certamente o faz – é preciso se esforçar ao máximo para mudar isso. Mas esse papo fica para outro artigo. Quero mesmo é falar de estilo. Não estilo de jogo, mas de moda mesmo. Dizem que você nunca tem uma segunda chance de causar uma primeira impressão. No poker live, a primeira impressão deixada nos oponentes pode ser o que determinará a sua vantagem do dia. Veja o caso do jogador sério. Você já o viu antes. Ele joga em todos os limites, de $0,25-$0,50 a $100-$200. Ele está ali para tomar o seu dinheiro, e vê todos os outros na mesa como pequenas pedras no sapato, que precisam ser retiradas para as coisas continuarem andando. Ele sempre acha que é o melhor da mesa, e não está nem perto da verdade. O que você acha desse cara? Você gosta dele? Quer disputar potes com ele? Ao enfrentá-lo, você se sente relaxado ou tenso? Digamos que você aposte no flop e ele dê raise. Você pensa, “Mas que p****! É tudo $60. Vamos ver o turn!”. Ou então algo como, “Não vou ser feito de trouxa por esse cara. Só vou colocar esses $60 se achar que é a melhor jogada para mim”. O fato é que a maioria das pessoas não gosta do jogador sério. Elas não querem perder para ele, porque isso fará com se sintam o mais idiota dos trouxas. Ninguém gosta da sensação de jogar pior do que alguém. E o jogador sério, quer queira, quer não, sempre parece estar fazendo isso. Então, o que acontece? As pessoas tentam dar o seu melhor contra ele. Elas dão menos calls estúpidos. Arriscam uns blefes aqui e ali.


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Por que isso acontece? Basicamente, por causa da aparência do jogador sério, da forma como ele se apresenta. E se ele deixasse o capuz e o iPod de lado? E se, em vez disso, viesse de terno? O que você pensaria dele? Se você for como praticamente todo mundo, gostaria um pouco mais dele. E também lhe daria menos crédito por ser bom de poker. Você estaria até mais propenso a pagar as apostas dele no river, pois sujeitos que usam terno costumam ter grana, e caras com grana gostam de blefar. A maior parte disso é inconsciente. Nada disso é racional. É tudo baseado em primeiras impressões. Já vi bons jogadores aparecerem com chapéus engraçados e perucas. Você estaria mais ou menos disposto a entrar em um pote com um cara desses? E pagar uma aposta no river? Você estaria mais ou menos propenso a suspeitar de um blefe? Digamos que você veja dois tiozões na casa dos 60 anos. Ambos com boa aparência. Um deles está usando um boné de beisebol com a logo de um cassino local, uma camisa desbotada, calças cáqui e chinelos. O outro está vestindo um terno caro, e tem um relógio Rolex. Qual jogador você presumiria que joga mais tight? Não estou dizendo que você deva se vestir dessa ou daquela maneira. Mas perceba que o que você usa na hora de jogar influencia demais a forma como as pessoas lhe percebem, afetando a forma como as pessoas jogam contra você. Se você quiser ação, não se vista como o jogador sério. Use um terno. Ou vista-se como se estivesse indo para a balada. Ou para um torneio de beer-pong. Ou use um chapéu engraçado. São muitas as opções. Só não pareça sério demais. Ou tight demais. Não ignore isso. É importante. Vista-se para ganhar dinheiro. ♠

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Não estou dizendo que você deva se vestir dessa ou daquela maneira. Mas perceba que o que você usa na hora de jogar influencia demais a forma como as pessoas lhe percebem, afetando a forma como as pessoas jogam contra você.


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s a u Dzes ele ve , o n g a s s e P o Cai

O ano era 2006. No ainda inóspito ambiente do poker online, alguns jogadores brasileiros já se destacavam. Um deles, entretanto, lá com seus 19 anos, ainda dava seus primeiros passos. Jogando em limites baratos, ele começava a construir o que seria a base de uma sólida carreira, e, alguns anos mais tarde, viraria referência no poker mundial. Estamos falando de ninguém menos que Caio Pessagno, que, pelo segundo ano consecutivo, conquistou com folga o troféu de “Jogador do Ano Card Player Brasil”.

O interesse pelo esporte surgiu logo que ele conheceu o poker online. Na primeira cravada, uma certeza: iria jogar poker pelo resto da vida. “Não foi só pela empolgação do dinheiro, mas pelo desafio vencido. Aquela sensação da vitória... só quem pratica esse esporte sabe do que estou falando”, revela. Inspirado por nomes como Christian Kruel e Raul Oliveira, Pessagno começou a dedicar-se aos Sit and Goes (SNGs). Graças à disciplina, uma de suas marcas registradas, os resultados não demoraram a aparecer. Com gráficos impressionantes, os torneios multi-table foram lentamente sendo incorporados à sua rotina de trabalho. E, em 2010, finalmente, ele começou a se dedicar 100% à modalidade – e não se arrependeu...

Viver do poker não é fácil. Do que você abriu mão na busca do seu sonho? Abri mão de ter uma vida comum. Ser profissional exige muito mais do que as pessoas pensam. Meu trabalho exige dedicação e comprometimento como qualquer outro, às vezes, mais. Há dias que trabalho 15 horas. Felizmente, meus horários são alternativos, trabalho em casa, não tenho chefes etc. Na sua entrevista do ano passado, você disse que seu pai é uma pessoa tradicional. Como é a relação com ele hoje? Minha profissão é essa desde 2008. Mas minha família e amigos demoraram quase dois anos para entender isso. Desde o início, meu pai sempre foi contra. Mas, hoje, ele tem orgulho de dizer que o filho é jogador profissional de poker.

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Você disse que não consegue ler livros porque discorda de muitos conceitos que são ensinados. Então, é verdade que seu desenvolvimento foi puramente na prática? Muitas pessoas não acreditam, mas eu nunca li um livro sobre poker. Eu me dedicava bastante aos SNGs, que, em minha opinião, é a melhor escola para se aprender. Nos SNGs, você passa por todas as situações de um torneio, porém, em uma proporção menor. Na minha época, não havia tanta informação como hoje. Eu acompanhava alguns blogs, fóruns, mas a qualidade também não era a mesma, e não existiam coaches. Hoje está mais rápido e fácil de aprender, mas a experiência é um fator fundamental no poker. Muito se comenta sobre o seu estilo de jogo ser pouco ortodoxo. Por exemplo, você não se prende ao conceito que com 10 big blinds é preciso empurrar all-in. Fale um pouco sobre isso.

Desenvolvi esse tipo de técnica jogando SNG Turbo. Com os blinds apertando rapidamente, era preciso encontrar saídas. Eu encontrei as minhas. Essa estratégia, especificamente, eu adotei por me salvar de muitas situações. Tudo depende do adversário, e confundi-lo faz parte do jogo. O objetivo é fazer diferente. Não se tornar previsível. Esse estilo diferenciado já chamou a atenção de grandes estrelas do poker, como do campeão do Main Event da WSOP, Pius Heinz. Outros jogadores consagrados já vieram atrás de você querendo compartilhar mãos? A rotina do online faz com que você jogue diariamente com diversos profissionais. Às vezes, eles me questionam no chat, fazem comentários, piadas. Mesmo sem conhecer esses jogadores pessoalmente, eu mantenho contato com alguns através do Skype ou facebook. E sempre que possível, trocamos informações. Com o Pius Heinz, aconteceu no PokerStars. Estávamos na mesma mesa, quando ele me questionou sobre meu programa de treinamento. Ele revelou que admira e respeita muito o meu jogo, assim como seus amigos alemães, e queria mais informações a respeito. Não satisfeito, ele ainda pediu desconto (risos). Mesmo sendo um dos maiores vencedores do online, você ainda não era regular nos torneios mais caros, como o 109+R, 215+R, Sunday 500 e Super Tuesday. Não jogá-los envolvia outras questões além do gerenciamento de bankroll? Eu trabalho muito meu controle de bankroll. Jogar regularmente todos os torneios grandes da internet não é barato, e o nível dos jogadores também aumenta. Com isso, o risco do investimento é muito maior, e a variância, muito mais alta. Então, sou cauteloso e esses torneios acabam sendo coadjuvantes na minha reta.

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Muitas pessoas não acreditam, mas eu nunca li um livro sobre poker. Eu me dedicava bastante aos SNGs, que, em minha opinião, é a melhor escola para se aprender.

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Por que você não joga com mais frequência ao vivo? É complicado manter uma rotina jogando online e ao vivo. Como hoje eu respiro poker online, tenho me dedicado menos ao circuito nacional. Jogar ao vivo requer muito tempo. Você sempre tem que viajar, e os torneios duram pelo menos três dias. Mais um ou dois dias de deslocamento... e no final do mês terei perdido uma semana de grind online. Para nós, profissionais, uma semana no mês é muito. Quais a principais diferenças entre o poker online e ao vivo? Você acha que ainda terá que se adaptar para conseguir o sucesso que te consagrou na internet? Pra mim, a grande diferença é o timing do jogo. Estou acostumado a jogar muitas mesas simultâneas. Jogar apenas uma é bem diferente. Você tem mais tempo para analisar seus adversários e a velocidade do jogo é muito menor. Mas, no final das contas, poker é poker. A fórmula para chegar ao resultado final é sempre a mesma: dedicação e disciplina. Então, tenho que me dedicar tanto quanto me dediquei na internet. Quando vamos ver o Pessagno jogando eventos como WSOP, PCA ou WPT? Jogar esses torneios, além de um objetivo, é um grande sonho. Mas, para este ano, apenas a WSOP pode ser um realidade. Vamos ver.

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E sobre os patrocínios? É algo que você projeta? Patrocinadores são sempre bem-vindos em qualquer esporte. No poker, não seria diferente. No momento estou muito feliz por ser patrocinado pela grife River Poker Life Style. E, um dia, ainda quero ser profissional de algum grande site. Em quem você se espelhou no início da carreira? Sem dúvidas, Christian Kruel, Raul Oliveira, Igor Federal, André Akkari, Thiago Decano, Leandro Brasa e Leo Bello. Eles foram os precursores, e os primeiros grandes jogadores que o País conheceu. No online, Grayson “spacegravy” Physioc e “The_venetian”. Eles foram determinantes para eu optar pelos SNGs e, consequentemente, a “obrigação” de fazer volume. Quais os três jogadores de MTT que você mais admira? No Brasil, vou citar quatro: Thiago Decano, por ser um jogador completo e vencedor online e ao vivo, há anos. André Akkari, não só por sua técnica diferenciada, mas também pelo trabalho a favor do esporte no Brasil. Christian Kruel, o primeiro que vi jogar. Dispensa apresentações. E, por fim, o Ariel Bahia. Assim como o Decano, ele tem destruído tanto no live quanto no online.

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O poker com certeza será um dos esportes de maior destaque num futuro próximo. [...] A história do poker está apenas começando [...] Daqui a cinco ou seis anos, o poker será febre nacional. @cardplayerbr

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E na internet, os três primeiro que me vêm à cabeça, por conseguirem manter um volume alto, um ROI (retorno sobre investimento) excepcional e a variância baixa, são: Dean “dean23price” Price, Brian “bfizz11” Fite e “inheritance”. Qual sua visão sobre o futuro do poker? O poker com certeza será um dos esportes de maior destaque num futuro próximo. Em 2006, quando comecei, tudo era bem menor. As salas online operavam com um número muito menor de jogadores. No Brasil, podíamos contar nos dedos o número de profissionais. Agora, veja hoje. A história do poker está apenas começando. Neste ano, ganhamos muitas batalhas. Nosso esporte foi reconhecido no Brasil. Quantos eventos são realizados no ano? Temos o BSOP, maior evento da América Latina, e o Master Minds, único torneio conceitual do mundo. Então, eu paro. Penso. Olho o passado. O presente. Imagino futuro. Daqui a cinco ou seis anos, o poker será febre nacional.

E os planos para 2012? Será um ano intenso. Pretendo continuar com a minha rotina online, jogar alguns dos principais torneios ao vivo e ainda ministrar palestras e treinamentos. Todas as informações sobre o meu programa de treinamento estão no meu site: www.caiopessagno.com.br. Para finalizar, uma frase sobre o poker. Eu acredito no poker e vou lutar sempre para o crescimento do esporte!

E a sensação de conquistar o bicampeonato do jogador do ano da Card Player Brasil? É muito empolgante ganhar pela segunda vez o título da Card Player. É uma forma de visualizar todo esforço e dedicação empenhada nesse esporte. Tenho como objetivo sempre fazer o trabalho da melhor forma possível. O topo do ranking é sempre uma consequência. Ver minha foto na capa da revista me motiva a continuar trabalhando cada vez mais pesado.

CINCO DICAS DO PESSAGNO PARA OS INICIANTES 1.

Jogue 10.000 SNGs e analise seus números. Comece pelos buy-ins menores e vá subindo de nível conforme seus resultados estiverem melhorando.

2.

Mantenha-se 100% concentrado e focado no jogo. Qualquer desvio de atenção pode lhe causar prejuízo em longo prazo. Cuide da saúde física e mental, e tenha certeza de estar usando 100% da sua capacidade mental.

3.

Tenha um controle de bankroll impecável. Esqueça resultados imediatos. Pense no longo prazo.

4.

Seja forte. Transforme desculpas em motivação. Não ache que tudo é uma conspiração contra você. Não existe trabalho fácil para quem quer se destacar.

5.

Esteja preparado para fazer sacrifícios. Tenha a noção que os dias ruins virão com mais frequência que os bons. Que as tristezas serão mais comuns que as alegrias. Porém, o prazer da vitória irá sempre superar qualquer dificuldade.

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ADOTE UM

POTE por Diego Brunelli

J

á faz algum tempo que o poker está nivelado por cima. Desde o “boom” do poker online, após o título do Chris Moneymaker no Main Event da WSOP em 2003, o esporte cresceu muito. Fora das mesas, o poker adquiriu status de esporte e se tornou uma classe organizada e regulamentada no Brasil e em vários países da Europa. Dentro delas, houve uma grande evolução nas estratégias e habilidades de jogo. Qualquer jogador que joga nos limites intermediários e altos, e que acompanhou essa evolução, reconhece isso. Talvez, até nos jogos mais baratos seja possível perceber essas diferenças. Cabe a nós, então, manter o esforço para estar sempre à frente da curva de aprendizado. Bem, vou contribuir com os meus dois cents e falar hoje sobre os “potes órfãos”. Como o nome já sugere, eles são muitas vezes esquecidos; e “adotá-los” vai aumentar muito nossa taxa de vitória e lucratividade no longo prazo. Estar atento a eles é um diferencial.

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O primeiro passo antes de sair à caça é entender porque eles surgem. Depois, em quais cenários. E, enfim, reconhecê-los e adotá-los, ou melhor, ganhá-los.

POTES ÓRFÃOS Os potes órfãos surgem quando os jogadores envolvidos lutam pouco por eles. Uma de suas principais características é o seu tamanho. Normalmente são pequenos – por isso recebem menos atenção, e não há muito esforço despendido para conquistá-los. Jogadores de Sit ‘n Go (SNG) ou de Multi Table Tournament (MTT) sabem a diferença que dois ou três blinds podem fazer nas fases finais de um SNG ou de um MTT. Às vezes, é isso que determinará se


você terá espaço para raise ou terá que já sair empurrando all-in pré-flop. Se poderá defender seus blinds ou terá que desistir por não possuir fichas suficiente para fazê-lo. E ainda se você terá fold equity ou não. Resumindo, dois ou três blinds têm o poder de mudar tudo.

Em cash games, da mesma forma, qualquer jogador sabe da importância ou até da necessidade e da diferença que faz roubar os blinds, e de como isso influencia sua win rate. No final, puxar alguns pequenos potes extras por hora pode ser a diferença entre um jogador break-even e um vencedor.


O CENÁRIO A princípio, eles surgem em cenários passivos. Isso não quer dizer, necessariamente, que os jogadores envolvidos também sejam passivos, e sim que em determinadas situações eles se comportam dessa maneira. Atualmente, no poker online, é muito comum que os regulares adotem um estilo tight-aggressive (TAG) quando jogam muitas mesas. Contra jogadores com essas características, que são muito mais difíceis de serem explorados em potes grandes, abre-se a possibilidade de levarmos vantagem nos pequenos. Potes com limpers ou que o small blind apenas completa a aposta tendem a ser menores também. Porém, as melhores situações estão nos multi way pots, quando três ou mais jogadores pagam para ver o flop. Isso porque um TAG sempre lutará pelos potes quando estiver em heads up – com c-bets, second barrels etc. –, mas em potes com vários jogadores, ele dificilmente oferecerá resistência quando o flop for virado.

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No final, puxar alguns pequenos potes extras por hora pode ser a diferença entre um jogador break-even e um vencedor. Geralmente, quando todos dão check, e na mesa só há as apostas do pré-flop, o pote será pequeno no turn. Uma situação típica é quando o flop traz cartas baixas e médias desconectadas. Como elas não acertam o range do vilão, que estará com a atenção dividida em outras mesas, nessa situação, os potes tendem a ser deixados de lado. Claro, se lutarmos por todos esses potes, eles vão deixar de ser pequenos, e o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Então, mixar a ação e estar atento à nossa imagem é fundamental para saber o momento de tomar a iniciativa. Mas a regra é simples: enquanto ninguém reagir à sua postura de atacar os potes pequenos, continue agredindo. Com o tempo, vamos incorporando essa arma ao nosso arsenal. Utilizando-a na frequência adequada, ela começará a produzir resultados.



AÇÃO E REAÇÃO O último passo em relação a essa nova ferramenta é estar atento às consequências e efeitos do metagame. Um jogador experiente, ao perceber o que estamos fazendo, certamente vai tentar tirar proveito disso e irá dar reraises blefando nessas situações. Da mesma forma, quando identificarmos jogadores utilizando essa estratégia, não podemos deixar a oportunidade passar, já que sempre haverá uma aposta extra no pote. Claro que isso é uma variação, e esse pote já não poderá ser chamado de órfão. Mas o ideal é manter as coisas simples e não procurar esse tipo de confronto. Assim, preservamos nossa imagem e podemos continuar atacando sem que ninguém se oponha. Portanto, fique de olho, e a próxima vez que você se deparar com um pote multi way, pequeno, sem dono e com oponentes aparentemente desinteressados, seja caridoso e leve ele para casa. ♠

Ficou na dúvida? Fold Equity – É a chance de o adversário desistir de uma mão diante de uma aposta sua. Win Rate – Em cash-games, o desempenho do jogador pode ser medido por quantas big bets (equivalente a dois big blinds) ele ganha a cada 100 mãos jogadas. A isso, damos o nome de winrate. Break-Even – Quando um jogador não é ganhador nem perdedor no poker, dizemos que ele é break-even. Limper – É o jogador que não deu raise, apenas pagou o valor do big blind. C-bet – A continuation bet é uma aposta feita no flop pelo jogador que deu raise pré-flop. Second Barrel – Quando um jogador aposta no flop, a segunda aposta, no turn, é chamada de second barrel. Vilão – É o nosso adversário na mão.

Diego “vgreen22” @vgreen22 vgreen22.net

Diego “vgreen22” Brunelli é membro do Team PokerStars Online, foi o segundo brasileiro a conquistar o status de Super Nova Elite no PokerStars.

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Metagame – É um termo usado para definir qualquer estratégia ou método utilizado com base em fatores que extrapolam as informações visíveis.


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revistaflop.com.br


R

ORG.B WWW.CBTH.

ĂŠ C O V e u q a r p o d n a h l a b a Tr R E K O P e u q i t pra E D A D I L I U Q N com TRA revistaflop.com.br

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Aconteceu

em um

Daniel Negreanu

A

Patrik Antonius

8

AUD$ 250.000 Super High Roller do Aussie Millions

J

J

800.000 fichas

J

Porcentagem de Vitória Antes do Flop: 71.9% Depois do Flop: 85.7% Depois do Turn: 93.2%

J

755.000 em fichas

A 8

Porcentagem de Vitória Antes do Flop: 27.8% Depois do Flop: 14.3% Depois do Turn: 6.8%

Torneio

Pré-flop: Com os blinds 25.000/50.000-5.000, Patrik Antonius aumentou para 100.000 do button. Daniel Negreanu vai all-in do big blind. O finlandês paga.

Nota: As porcentagens de vitórias não incluem empates. As odds são fornecidas por www.cardplayer.com/poker-tools/odds-calculator/texas-holdem. Acesse www.cardplayer.com/poker-tools/hand-matchups para mais informações estratégicas.


Daniel Negreanu

7

4

4

7

Q

Q

Flop 9

9

Turn 10

10

River

Análise: Restam quatro jogadores, e o próximo eliminado será o bolha do torneio. Negreanu sabe que se, ele ameaçará a posição de Erik Seidel, o jogador que mais ganhou dinheiro em torneios na história. Com 15 big blinds, o canadense vê Patrik Antonius abrindo raise do button. Ele sabe que não pode dar call e jogar fora de posição short-stacked e com um ás fraco. Porém, seu ás está muito à frente do range de mãos que o finlandês abre do botão. Sabendo disso, ele tenta o resteal, mas encontra Antonius com o topo do range. Fim da linha para o “Kid Poker”. Antonius terminou na segunda colocação e embolsou mais de um milhão de dólares australianos .

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Porcentagem de Vitória Antes do Flop: 86,29% Depois do Flop: 95,3% Depois do Turn: 88,6%

Main Event do European Poker Tour Barcelona 2011

jOHNNY lODDEN

K

36.500 em fichas

K

31.750 em fichas

K

ANDRÉ AKKARI K

Torneio

Porcentagem de Vitória Antes do Flop: 13,4% Depois do Flop: 4,7% Depois do Turn: 11,4%

Q

J

Pré-flop: Com blinds em 100-200-25, Akkari dá raise para 525 em posição final. Lodden aumenta para 1.500 do small blind. Akkari paga.

J

em um

Q

Aconteceu

Nota: As porcentagens de vitórias não incluem empates. As odds são fornecidas por www.cardplayer.com/poker-tools/odds-calculator/texas-holdem. Acesse www.cardplayer.com/poker-tools/hand-matchups para mais informações estratégicas.


André Akkari Foto: Carlos Monti

6

6

6

6

8

8

Flop Q

Q

Turn 7

7

River Flop: Lodden aposta 2.250. Akkari paga. Turn: Lodden aposta 3.800. Akkari paga. RIVER: Lodden aposta 10.725. Akkari paga.

Análise: Akkari toma uma boa linha préflop, dando apenas call diante do raise de Lodden, que continua demonstrando força com uma c-bet no flop. Ao dar call novamente, Akkari disfarça a força do seu par de reis. No turn, Lodden acerta a dama e imagina que está apostando pelo valor. Mais uma vez, o brasileiro decide somente pagar. Quando Lodden dispara cerca de 2/3 do pote no river, Akkari acha que o oponente pode ter algo como AA, QT, um straight ou um full house, e prefere não dar raise. A decisão de não dar pistas sobre a força de sua mão acaba rendendo um belo pote para André Akkari.

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Card Pedia

Igor “Federal” Trafane

N

a casa dos 40 anos, o talento de Igor Federal vai muito além dos feltros. Se no pano verde seu desempenho já causaria inveja a profissionais do mais alto calibre, o que dizer fora dele? Quando o poker ainda dava seus primeiros passos às margens da sociedade, ele “pegou a criança” para criar e assumiu a responsabilidade de colocá-la no rumo certo. Hoje, “Federas” é a figura mais respeitada e influente dentro do cenário político do poker brasileiro. Presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), ele é responsável direto pelo nível de profissionalismo que o esporte mental atingiu no Brasil. Em seus raros momentos de folga, ele ainda embolsa alguns milhares dólares jogando na internet e ao vivo.

Especialidade: No-Limit Hold’em e Pot-Limit Omaha Ganhos na carreira: Cerca de R$ 800.000 Principais resultados: 1º no $215 Regular do PokerStars (Março/2007) – US$ 43.967 1º no $55 com rebuys do PokerStars (Janeiro/2011) – US$ 42.076 Igor “Federal” Trafane

3º no I Campeonato Mundial de Poker em Londres (Novembro/2011) – US$ 50.000

Top 10 – Resultados Brasileiros em Abril

SCOOP O Spring Championship of Online Poker é uma das principais séries de torneios promovidas pelo PokerStars. Neste ano, o SCOOP contará com 40 torneios, entre os dias 06 e 20 de maio, que distribuirão pelo menos US$ 30.000.000, sendo US$ 5.000.000 apenas no Evento Principal. Todos os eventos têm três tipos de buiy-in: low (baixo), medium (médio) e high (alto).

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Site

Data

Evento

Nome

Posição

Prêmio

01/04

Sunday Million ($215)

Diego “diegokeep” Cardoso

2º Lugar

$137.391

29/04

Sunday Million ($215)

Carlos “MaryPop_SP” dos Santos

4º Lugar

$78.185

22/04

Sunday Million ($215)

“mmoreno9”

4º Lugar

$74.242

01/04

The Bigger ($55)

“Renato76”

2º Lugar

$38.000

01/04

Sunday 2nd Chance ($215)

Raphael “RaphaCosta”

2º Lugar

$36.100

08/04

$109 1R1A ($109)

Zilkar “vonBaranow” Baranow

1º Lugar

$31.066

01/04

Sunday 500 ($530)

Rafael “LiroLa”

4º Lugar

$30.921

01/04

Sunday 2nd Chance ($215)

“REIPOKERXX”

3º Lugar

$27.407

15/04

Sunday 6-Max ($162)

Raphael “RaphaCosta”

1º Lugar

$26.775

29/04

Sunday 6-Max ($162)

Márcio “marciocid” Cid

1º Lugar

$26.290


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