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Ano 3 - n.º 44 - novembro 2018
Preço 0,01€
Mensal
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
Contacte-nos em: geral@vivadouro.org - www.vivadouro.org
Região unida contra encerramento de lojas CTT • Penedono, Armamar e Vila Real com lojas já fechadas • Tabuaço e Pesqueira tentam evitar o mesmo desfecho com ações de protesto
> Págs. 16, 17 e 18 Penedono "O Mercado Magriço a cada ano que passa torna-se mais global"
Sernancelhe "A Festa da Castanha é uma referência e o maior evento que temos aqui no concelho"
> Págs. 6 e 7
> Págs. 10 e 11
Armamar "Durante três dias foram vendidas cerca de vinte toneladas de maçã" > Págs. 22 e 23 PUB
2 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Editorial
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário
Caros leitores,
Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte
Breves Página 3 Penedono | Régua Página 4
Freixo de Espada à Cinta Página 8 Sernancelhe Páginas 10 e 11 Tabuaço | Lamego Página 12
São João da Pesqueira Página 14
NIF: 507632923
Destaque Vivadouro Páginas 16, 17 e 18
Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org
Próxima Edição 12 DEZEMBRO
"O Desenvolvimento Relativo das Regiões Portuguesas"
Especial Mercado Magriço Páginas 6 e 7
Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro
Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes.
Recentemente o número de chamadas falsas para a PSP em Vila Real, tem vindo a aumentar, uma situação que a polícia condena, desde logo por ocupar meios que podem ser necessários em outra diligência.
Vários Concelhos Páginas 5, 9, 20 e 28
Vila Real Páginas 13, 15, 19, 21 e 26
Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Fânzeres Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Sede do Editor: Travessa do Veloso - 87 4200-518 Porto Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia
NEGATIVO
Sumário:
Administrador: José Ângelo da Costa Pinto
Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. e Augusto Miguel Silva Almeida
Apesar de tardias e com algumas quebras significativas, os produtores de vinho, castanha e maçã da região falam de um ano de grande qualidade.
FOTO: DR
O abandono dos territórios chamados de baixa densidade continua. Qualquer dia teremos que criar os territórios de muito baixa densidade se o abandono continuar neste ritmo. Como se combate o abandono? Desde o 25 de Abril de 1974 e particularmente desde o final dos anos 80 que o motor do emprego foram as autarquias e as suas estruturas empregaram pessoas e que diminuíram os problemas da interioridade. Também foram as autarquias que mobilizaram a economia local, quer através do investimento direto em obras quer através do desenvolvimento de infraestruturas que de outra forma nunca conseguiriam ver a luz do dia. E foram dinamizando as regiões com eventos e com festas.
O problema é que hoje este modelo está esgotado, ou seja não é mais sustentável, pois muitos municípios não podem fazer crescer mais os seus orçamentos e não podem contratar mais pessoas. Em muitos casos nem têm mais coisas para que as pessoas façam. Resta a dinamização da economia e do investimento privado. De preferência em áreas estratégicas como o turismo e a agricultura. Mas para que haja dinamização é preciso que os funcionários das camaras e o poder politico saibam atuar de modo célere e rápido e mudar de paradigma, ou seja passarem da postura de quem faz o favor de servir para uma postura orientada para o cliente. Seja o cliente um turista seja o cliente um agricultor ou seja um empresário.
FOTO: VD
POSITIVO
Armamar Páginas 22, 23 e 24 Mesão Frio Página 25 Nacional Página 29 Opinião Página 30 Lazer Página 31
Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil
Qual foi o impacto dos Fundos Estruturais e de Coesão, depois de 1986? Será que houve correcção das assimetrias, isto é convergência, entre Portugal e a Europa? E das regiões portuguesas entre si? Eis perguntas pertinentes cuja resposta não pode ser dada em tão poucas linhas. No entanto, aqui ficam alguns comentários. Para o efeito, irei distinguir duas fases - da adesão até 2001, ano da moeda única, e de então até hoje. No primeiro período (1986/2001), usando como indicador o PIB/capita em paridade de poder de compra, as evidências são as seguintes: Portugal convergiu 15,6 pontos percentuais,
LVT (Lisboa e Vale do Tejo) 15,5 pp e o Norte 5,8 pp. Quanto aos nossos vizinhos: Espanha convergiu 14,4 pp e a Galiza, que estava quase ao nível do Norte de Portugal em 1986, convergiu 11,5 pp. Como conclusão poderíamos assegurar que: 1. Portugal convergiu; 2. Em termos internos LVT foi quem mais beneficiou da política europeia de convergência; 3. O Norte foi a NUT II portuguesa que menos se aproximou da média europeia, mantendo-se a região portuguesa mais pobre; 4. A convergência em Espanha foi mais equilibrada que em Portugal. Em resumo, neste período o centralismo reforçou-se no nosso País. Sempre rejeitei modelos de desenvolvimento que assentem no pressuposto de que deve haver regiões mais dinâmicas, motoras das regiões mais atrasadas, beneficiando estas do efeito propulsor das primeiras. Este modelo pode parecer solidário, mas não é aceitável em termos de coesão porque é de natureza assistencialista, não estimulando a contribuição das partes para o todo nacional. Foi afinal o que aconteceu naquela década e meia. Curiosamente, indicadores recentes vêm mostrar que a situação pode evoluir de forma diferente1. Desdobre-se a evolução entre 2000 a 2017, em três fases: de 2000 a 2008 (até à crise das dívidas soberanas), de 2009 a 2012 (período da troika) e de 2013 a 2017 (o período mais recente). Na 1.ª e 3.ª fases, a economia portuguesa teve crescimentos
médios anuais positivos, respectivamente de 1,1% e de 1,4%, embora num ritmo inferior à média da UE28. Nos anos críticos (2009/2012), a UE28 caiu 6 pp e Portugal cerca de 10 pp. Porém, a diferença qualitativa está na evolução do contributo que cada região portuguesa teve para o crescimento nacional. Na 1.ª fase (2001/2008), a AML (Área Metropolitana de Lisboa)2 foi responsável por 41% do crescimento, o Norte por 24% e o Centro por 15%. Na 3.ª fase (2009/2017) houve uma clara inversão: o Norte foi responsável por 42%, o Centro por 24% e a AML por 13%. Este resultado é acompanhado por outro elemento decisivo - a intensidade exportadora, em % do PIB. No período de 2001 a 2017, ela cresce em Portugal de 20,3% para 28,3%, enquanto no Norte passa de 30,0% para 39,2%. Isto merece reflexão. Mostra que com a crise a economia do Norte, e também do Centro, começa a inverter uma situação persistente: especializou-se, soube incorporar inovação e orientou-se ainda mais para o exterior. Acredito que esta mudança tem condições para ser consistente. ■ 1Rui Monteiro e Vasco Leite, "A Evolução das Regiões Portuguesas (NUT II e NUT III) ao longo dos Ciclos de Programação Comunitários", CCDRN, Outubro de 2018. 2Considera-se a AML e não a Região LVT porque houve entretanto uma alteração na base estatística territorial.
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Breves Família morre em Sabrosa vítima de monóxido de carbono Cinco pessoas, entre elas duas crianças, morreram em Sabrosa, perto de Vila Real, por intoxicação por monóxido de carbono. As vítimas são uma família: pai, mãe dois filhos e tio das crianças. A intoxicação ocorreu na rua do Comércio, na aldeia de Fermentões, no concelho de Sabrosa. De acordo com a informação da GNR de Vila Real, estava "um odor a gasolina" no local onde foram encontradas as vítimas, fruto de um gerador que tinham no interior e que é apontado como causa da tragédia.
Poesia de alunos da escola básica publicada em livro
O Plano de Atividades e Orçamento da Santa Casa da Misericórdia de Lamego que vigorará em 2019 – ano em que comemora o 500º aniversário da sua fundação - foi aprovado pelos "irmãos" presentes na Assembleia Geral, realizada a 15 de novembro. A elaboração deste documento partiu fundamentalmente do enquadramento do orçamento retificativo referente a 2018, também aprovado nesta sessão, e que, em termos de grandes investimentos e projetos, aposta na conclusão das obras de remodelação e modernização do Lar de Idosos de Arneirós, cuja "ala velha" se encontrava em estado de profunda degradação.
FOTO: DR
No passado dia 28 de outubro, na Escola Básica de Moimenta da Beira (Centro Escolar), foi lançado um livro de poesia escrito pelos alunos do 3º C (ano letivo 2016/2017). A apresentação de “Poesia na Escola” foi feita por Carlos Cravo, professor no estabelecimento de ensino, que coordenou a elaboração do livro.
Orçamento da Misericórdia de Lamego aposta na remodelação de lar de idosos
Museu de Lamego celebra fundação do Mosteiro das Chagas O Museu de Lamego associa-se às comemorações dos 430 anos da fundação do Mosteiro das Chagas de Lamego no próximo dia 25 de novembro, pelas 10h00, com uma visita orientada ao espólio remanescente, que se encontra no museu, de um dos espaços que chegou a ser considerado um dos mais ricos e opulentos do Norte de Portugal. O programa, mais vasto, prevê ainda uma missa solene, um concerto, palestra e exposição, numa iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lamego.
Iluminação LED instalada em Moimenta da Beira A EDP Distribuição concluiu recentemente a instalação de perto de 500 luminárias LED em várias freguesias do concelho de Moimenta da Beira, através do seu departamento da Área de Rede e Clientes de Viseu. Segundo a elétrica, a intervenção implicou um investimento de 48 mil euros.
Uma equipa de arqueólogos colocou a descoberto uma nova rocha com gravuras rupestres, no sítio da Penascosa, no Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), os motivos desta nova rocha apresentam um estilo que é, de facto, mais característico de fases mais recentes do Paleolítico Superior, com uma idade de 18 mil a 12 mil anos, do que os da maioria das rochas do sítio, com 25 mil a 28 mil anos.
Vinho do Porto no Guiness Book Um Porto da Niepoort de 1863, numa garrafa magnum (1,5 litros) foi vendido num leilão em Hong Kong por 127 mil dólares (cerca de 111 mil euros), ficando registado no Guiness Book. Esta garrafa foi desenhada e produzida pela cristalaria francesa Lalique.
A Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego irá dar início à 3ª edição do Curso de Escanção que irá decorrer de 26 de novembro de 2018 até 21 de maio de 2019. Este curso, que tem a duração de 300 Horas repartidas por 8 módulos, incluindo visitas de estudo, tem obtido resultados bastante positivos nas edições anteriores, contando com um quadro de formadores de elevada qualidade e experiência no sector dos vinhos, o qual tem uma importância crescente na região e no país. No final da formação, pretende-se que os formandos tenham adquirido os conhecimentos e desenvolvido as competências necessários ao desempenho das funções de Escanção.
FOTO: DR
Novas gravuras descobertas em Foz Côa
3ª edição do curso de Escanção na EHTDL
Prémio nacional da paisagem 2018 Decorre até 30 de novembro o período de candidaturas ao Prémio Nacional da Paisagem 2018. Um galardão que pretende realçar abordagens territoriais promotoras da qualidade da paisagem rural, urbana e periurbana. O Prémio Nacional da Paisagem 2018 pretende, assim, dar reconhecimento a medidas, projetos ou ações já implementadas – há pelo menos três anos, pelas regiões autónomas, pelas autarquias locais ou suas associações, pelas comunidades intermunicipais, áreas metropolitanas, outros organismos da administração do Estado ou ainda por organizações não-governamentais.
Câmara de Lamego cria Gabinete de Apoio ao Consumidor A Câmara Municipal de Lamego vai colocar à disposição dos munícipes um Gabinete de Apoio ao Consumidor que efetuará atendimento de proximidade para prestar informação e aconselhamento especializado, sobre os seus direitos e obrigações, no âmbito da proteção financeira. A funcionar no edifício dos Paços do Concelho, o novo serviço nasce de um esforço conjunto da autarquia e da DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, que assinaram ontem um protocolo de colaboração, através do qual se comprometem a cooperar entre si no domínio do apoio da educação ao consumidor.
I Encontro Nacional “Bisalhães – a louça preta” No âmbito das comemorações do Ano Europeu do Património Cultural e do 2º aniversário do Processo de Confeção do Barro Preto de Bisalhães como Património Cultural Imaterial da UNESCO, irá realizar-se no dia 29 de novembro, a partir das 9h30, no Grande Auditório do Teatro de Vila Real o I Encontro Nacional “Bisalhães – A louça Preta”. As inscrições são gratuitas, mas limitadas ao espaço disponível.
Voluntariado Médico em Tarouca
FOTO: DR
Nos dias 20 e 21 de outubro assistimos ao maior evento de voluntariado, na área da saúde, no Concelho de Tarouca. Um grupo de médicos Voluntários, vindos do Porto, deslocaram-se ao interior, Tarouca, para realizar consultas, rastreios e tratamentos. O objetivo da iniciativa é o de levar cuidados médicos a populações mais idosas e desfavorecidas que nem sempre se podem deslocar ás Unidades Hospitalares. As consultas realizaram-se principalmente no Centro de Saúde de Tarouca, no entanto alguns Médicos das diferentes especialidades, deslocaram-se a várias instituições- Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, Centros de dia do Concelho, Lares de Armamar e Moimenta da Beira e lar de Ferreirim /Lamego, para prestar cuidados a utentes com mobilidade reduzida e acamados.
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Penedono | Régua
Penedono distinguido no Festival Art & Tur
A entrada na competição foi um desafio colocado ao autarca Carlos Esteves de Carvalho que prontamente autorizou, sem que a vitoria fosse o resultado esperado. “Foi-nos apresentada a proposta de submeter o nosso vídeo promocional a este concurso internacional na área do turismo. Não vimos qualquer inconveniente nisso, aliás encaramos como mais uma forma de promover o nosso concelho e autorizei”. O autarca que a notícia da passagem do filme sobre Penedono à fase final lhe foi comunicada cerca de um mês antes da cerimónia de apresentação dos vencedores onde marcou presen-
ça com alguns dos figurantes do spot, membros da Hoste do Magriço. “Há cerca de um mês recebi uma comunicação a informar que o filme tinha já sido considerado para a fase final do concurso que seria anunciado em Leiria no âmbito do ART & TUR - International Tourism Film Festival. Tenho que ser sincero, fomos à apresentação dos prémios sem a perspetiva de vitória. Qual não foi o meu espanto quando, para a categoria de Melhor Destino – Cidades, “Penedono, Memória de uma Tempo Medieval” é anunciado vencedor. Tive um instante sem reação, quase que tive necessidade de me beliscar mas a sensação é extremamente agradável, algo de muito bom”. Para o autarca, esta vitória sublinha o trabalho que o município tem vindo a desenvolver na formação da identidade do território, acreditando que é mais uma forma de promover Penedono, as suas gentes e os seus produtos. “Para Penedono significa, pura e simplesmente, a afirmação de uma identi-
dade, algo pelo qual lutamos muito, lançar longe o nome de Penedono. É o culminar de um percurso, o alcançar do objetivo que pretendemos
ao elaborar aquele filme, sem pensar em prémios. O mais importante é mesmo a nossa identidade que sai ainda mais reforçada”. ■ FOTO: DR
O município de Penedono garantiu no final do mês de outubro, em Leiria, o primeiro lugar na categoria Destino-Cidades no Art & Tur - Internacional Tourism Film Festival.
> Troféu que premiou o Município
Régua eleita “Cidade do Vinho 2019”
Para o município de Peso da Régua "esta é uma distinção que nos diferencia como território vinhateiro em Portugal. Desta homenagem a Peso da Régua e às nossas gentes sai o compromisso de continuar a promover o vinho, as relações humanas e comerciais em torno do maior embaixador de Portugal no mundo". O presidente da Câmara Municipal, José Manuel Gonçalves, acrescenta que "pretendemos que este título seja do Douro, que todos sintam como seu e que seja mais uma marca que nos vai afirmar no
país e no mundo". O projeto “Cidade do Vinho”, promovido pela AMPV, tem como objetivo valorizar a riqueza, a diversidade e as características comuns dos territórios associados à cultura do vinho e de todas as suas influências na sociedade, na pai-
sagem, na economia, na gastronomia e no património. Atribuído pela primeira vez em 2009 a Palmela, e com três anos sem vencedor (2012, 2015 e 2018), este galardão nunca contemplou a nossa região: Palmela (2009), Beja (2010), Viana do Castelo
(2011), Vidigueira (2013), Barcelos (2014), Lagoa (2016) e Madalena do Pico (2017). Em 2018 foi atribuído aos municípios de Torres Vedras e Alenquer a distinção “Cidade Europeia do Vinho 2018”, distinção atribuída pela Rede Europeia das Cidades do Vinho – RECEVIN. ■ FOTO: DR
No passado dia 15 de novembro, em Assembleia Intermunicipal da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), no Auditório Municipal da autarquia de Torres Vedras, Peso da Régua foi eleita a “Cidade do Vinho 2019” batendo na corrida os municípios municípios de Borba (Alentejo) e Viseu (Dão).
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Vários Concelhos
Régua, Mesão Frio e Pinhão contra supressão de comboios Os autarcas da Régua, Mesão Frio e do Pinhão discordam da supressão de comboios na Linha do Douro, a CP justifica que resulta dos "naturais constrangimentos" provocados pelo encerramento para obras do troço entre Caíde e Marco de Canavezes. A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que a Linha do Douro vai ficar interrompida a partir de 26 de novembro, e durante três meses, entre Caíde e Marco de Canavezes, para proceder a obras de modernização. A CP vai garantir transbordo rodoviário aos passageiros entre aquelas duas estações e assegurar a ligação ao troço que continuará aberto, entre Marco de Canavezes, Peso da Régua e Pocinho. Fonte oficial da CP disse, à agência Lusa que, durante esse período, terá que "implementar medidas para assegurar a mobilidade possível
aos clientes no contexto dos naturais constrangimentos que esta interdição provoca". A oferta contempla a realização, em ambos os sentidos, de seis comboios regionais entre o Porto e Caíde, bem como a realização de serviço rodoviário, em autocarros, entre Caíde e Marco de Canavezes, que serão articulados com os horários dos comboios e que farão paragem em todas as estações e apeadeiros. Serão realizados, nos dois sentidos, seis comboios entre Marco de Canavezes e Régua e ainda dois comboios, em ambos os sentidos, entre Régua e Pocinho. A Câmara da Régua, presidida por José Manuel Gonçalves, disse estar "em total desacordo" com a supressão de circulações na Linha do Douro e afirmou ainda ter sido surpreendida com uma decisão que "viola o compromisso assumido com os autarcas e com a região". O autarca reguense afirmou ainda ter "ficado acordado", no ano passado, que as obras decorreriam por um período de três meses e que "não seria suprimido qualquer serviço diário". "Não temos dúvidas de que esta decisão da CP irá trazer graves constrangimentos para todos os utilizadores da linha", sublinhou. A Câmara da Régua adiantou que vai diligenciar junto dos autarcas da região para que, em
conjunto, seja solicitada, com caráter de urgência, uma reunião ao secretário de Estado das Infraestruturas para reivindicar "a revisão do processo". Sandra Moutinho, presidente da Junta de Freguesia do Pinhão, em Alijó, chamou a atenção para o isolamento da região, devido ao encerramento da linha, e para a redução "para metade" dos atuais horários. A autarca quer "garantias inequívocas" de que a CP "não só vai manter a oferta atual como reforçar o número de automotoras disponíveis nos períodos de verão". Sandra Moutinho apelou ainda ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, que tutela a IP e a CP, que "garanta a celeridade das obras". Em Mesão Frio, foi aprovada por unanimidade, em reunião ordinária do executivo, uma moção contra a supressão de comboios na linha do Douro. O presidente da Câmara de Mesão Frio considera “lamentável que depois do acordo alcançado em novembro do ano passado, os autarcas não tenham sido chamados a intervir e a colaborar” e vai fazer chegar esta moção junto dos deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real para, em conjunto, reivindicarem a revisão do processo junto do Ministro do Planeamento e das Infraestruturas.
A CP disse à Lusa que, após as obras, "tem prevista a reposição da oferta em moldes idênticos aos que atualmente estão em vigor". Perante as dúvidas levantadas pelo presidente da Câmara da Régua quanto ao material circulante que será usado na ligação a norte, a empresa salientou que se trata do mesmo que já assegura o comboio Miradouro durante o período de verão. A CP disse ser "imperativo" assegurar a ligação dos autocarros aos comboios que ligam ao Porto e à Régua, "única forma de proporcionar a mobilidade dos clientes da linha". O tempo estimado para o transbordo rodoviário Caíde-Marco é de cerca de uma hora, enquanto que o tempo atual do comboio é de cerca de 21 minutos. Deste facto, acrescentou, "decorrem ajustamentos à oferta ferroviária durante este período". A CP disse ainda que a oferta que vai assegurar tem também "naturais condicionalismos técnicos" decorrentes do isolamento da linha a norte e das "necessidades de assegurar a operação ferroviária e manutenção do material circulante durante os três meses". O troço da linha do Douro vai fechar para a realização da segunda fase da empreitada de eletrificação e renovação, uma empreitada que representa um investimento de 10 milhões de euros e faz parte do plano Ferrovia 2020. ■
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Especial Mercado Magriço
Mercado Magriço divulgou Penedono durante
Ao longo dos três dias do certame foram diversas as atividades que se realizaram, desde a caminhada “Na Rota do Azeite”, que permitiu aos participantes passear pelos olivais do concelho, até aos momentos de animação musical que este ano contaram com Paulo Gonzo e os Anjos, entre outros, e ainda diversas provas de cogumelos, doçaria e azeite entre muitos outros produtos. O VivaDouro visitou o Mercado Magriço e esteve à conversa com Cristina Ferreira, vice-presidente da Câmara Municipal que nos fez um balanço do certame.
De uma forma geral, qual o balanço que faz desta edição do Mercado Magriço? No rescaldo da nona edição Mercado Magriço e, ante as reações que fomos recolhendo junto de expositores e visitantes, concluímos que esta, à imagem das suas congéneres anteriores, tem um balanço bastante positivo. Se por um lado a força do saber ancestral se manteve promovendo os sabores e tradições concelhias foi com agrado que assistimos ao emergir de novas ideias de negócio que sujeitas a “sufrágio” comercial saíram vencedoras. O balanço será sempre positivo enquanto comerciantes e empresários sentirem esta iniciativa como necessária, não só à promoção dos seus produtos mas e, também, comercialização dos mesmos. Quando assim não acontecer o executivo municipal tirará as suas ilações e, se necessário, suspenderá o evento Mercado Magriço, pois este é um evento de, e, para os empresários e comerciantes penedonenses
FOTO: FOTO: VD VD
Entre os dias 9 e 11 de novembro, o município de Penedono organizou a 9ª edição do Mercado Magriço, uma mostra das empresas e produtos locais que recebeu a visita de milhares de pessoas.
> Um jovem empreendedor dá nota do seu projeto
e não uma qualquer festa que se vai marcando no calendário.
FOTO: CMP
Dos diferentes momentos que a edição deste ano viveu, qual ou, quais destacaria? O Mercado Magriço é um todo, um conjunto de iniciativas e ações que convergem no mesmo sentido, um sentido único que está patente no seu slogan, “Fomentar o Empreendedorismo Valorizando Iniciativas Locais.” E foram tantos tais como, “A caminhada na Rota do Azeite”… que percorre e
exulta os trilhos do azeite desde a sua apanha à sua confeção, O Concurso de Ovinos e Caprinos que vai a cada ano que passa mostrando a sua vitalidade, O Concurso de Castanha onde se celebra este fruto tendo plena consciência da sua importância no alavancar da economia concelhia, O Concurso Penedono Valoriza a Floresta que aconteceu este ano pela primeira vez mas, reflete a preocupação que o executivo tem com a gestão da floresta não só enquanto património ambiental e paisagístico mas FOTO: CMP
> Artesanato Certificado - Junça de Beselga FOTO: CMP
> Concurso de Castanha
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Especial Mercado Magriço
três dias também em oportunidade económica passível de aproveitar. Aliados a estes, muitos ficaram por referir e, que no entanto contribuíram para o acontecer deste certame. O Mercado Magriço é por si só um momento que se destaca devido ao querer e engenho dos seus participantes.
Acreditamos que descobrir o interior de Portugal é “in” não só pela qualidade do que aqui se produz mas e também pelas ações promovidas pelas autarquias que teimam em mostrar os seus territórios como excelentes destinos turísticos. Assim muito nos apraz encontrar, no cer-
Gina Andrade Padaria e Pastelaria Castelo
Desde a primeira edição do Mercado Magriço que eu participo neste evento porque acho que é importante que todos nós, empresários de Penedono, participemos quando há iniciativas deste género. Em 2014 este evento promoveu um concurso para eleger um doce que seria representativo deste concelho e nós ganhamos esse concurso com o Ouriço de Castanha que, desde então, tem sido um sucesso. Isto tem sido bom para mim mas também para o concelho que agora tem um doce que o representa, feito à base do nosso produto de excelência, a castanha.
> Ouriço da Castanha, doce típico de Penedono
FOTO: VD
Dos muitos visitantes que passaram por Penedono nos dias do evento, alguns vinham não só dos concelhos vizinhos, como até locais mais distantes. É um sinal de que o que se faz no interior é bem feito, atrai pessoas que vêm conhecer o nosso território, concorda?
Anabela Cachinho Quinta dos Carvalhais
Este projeto começou há quatro anos com as abelhas, os cogumelos shiitake e vacas limousine e castanheiros. Neste momento estamos no auge da produção. É muito importante estar aqui. Eu continuo a dizer que foi o Mercado Magriço que nos levou para outros pontos do país e mesmo para o estrangeiro, não só pelos visitantes que recebemos mas também porque quem está lá fora ouve falar de nós através dos meios de comunicação que aqui vêm.
FOTO: VD
Estando este patamar atingido, que futuro preparam para este certame? O futuro, como diz o povo na sua infinita sabedoria, a Deus pertence, no entanto, o futuro que pretendemos é o mesmo que nos trouxe até aqui, o querer e a tenacidade destes homens e mulheres que, povoando um território dito de baixa densidade, não baixaram os braços e lutaram por os seus objetivos conquistando o seu espaço. É esse futuro que desejamos na certeza de que, se o mesmo acontecer assistiremos ao perpetuar do evento Mercado Magriço enquanto espelho do que melhor se faz em Penedono. Quanto a eventuais novidades passarão por pormenores associados essencialmente ao lazer e convívio.
FOTO: VD
Dos expositores com quem falamos fica a importância que dão à sua presença no certame e a promoção que aqui conseguem para o seu negócio. Saber isso é perceber que o propósito com que o Mercado Magriço foi criado, está a ser cumprido? Como referi anteriormente esse é o retorno que nos chega por parte dos expositores, mas não só nesta edição, mas também nas 8 que se realizaram anteriormente. Sabemos que o objetivo de tornar o Mercado Magriço na montra do empreendedorismo penedonense e das atividades que alavancam a economia do concelho está a ser cumprido. O propósito a que se propôs e propõe o executivo municipal é o compromisso de caminhar ao lado dos seus empresários e comerciantes e enquanto se sentir companheiro nessa jornada permanecerá ao lado daqueles que sentem, promovem e vivem Penedono.
tame, gente oriunda dos mais diversos pontos do país bem como gente proveniente de Espanha, com maior incidência da região da Galiza. Podemos dizer sem qualquer falsa modéstia que o Mercado Magriço a cada ano que passa se torna mais global. ■
Joana Fonseca Responsável da Cooperativa dos Olivicultores do Vale do Torto
É importante estarmos aqui até pelo envolvimento que o município de Penedono teve no desenvolvimento deste projeto, ajudando com uma parte da verba para a construção do lagar porque as ajudas do PRODER só chegam até uma determinada percentagem. Por outro lado é uma oportunidade de estarmos próximos dos nossos sócios e clientes, atuais e futuros. Poder mostrar o nosso trabalho e o nosso produto é sempre importante.
José Pereira Vice-Presidente Coopenela
A Coopenela está sediada aqui no concelho de Penedono, por isso achamos que faz todo o sentido estarmos aqui representados a apresentar os nossos produtos que são essencialmente frutos secos. A campanha deste ano está a correr bem, tínhamos esperança numa maior quantidade daquela que aparentemente vamos conseguir, contudo, será melhor que o ano passado, em quantidade e qualidade e a martaínha é sempre uma castanha de excelência.
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Freixo de Espada à Cinta
Freixo de Espada à Cinta: a tradição da mesa nas Sopas & Merendas
Três espaços de restauração integrados na tenda de eventos, onde, com carta diversificada e marca Freixenista, o visitante pode degustar o melhor de uma gastronomia 100% identitária e que nem sempre se encontra nos menus da restauração do concelho. De todas as opções, as “sopas” constituem-se como a glória do evento. 20 Expositores à disposição onde se podem comprar os inigualáveis vinhos de Freixo de Espada à Cinta, cada vez mais uma referência na Região Demarcada do Douro; o azeite de qualidade superior produzido nesta corda do Douro; a doçaria à base de amêndoa, e claro está, o fumeiro. Mas quem prefere o ambiente menos informal da mesa, tem os
FOTO: DR
Edição de 2018 ultrapassou expectativas e afirma-se como evento eno-gastronómico de Inverno, que, futuramente, será sempre realizado no fim-de-semana de 1 de Novembro.
> Freixenistas a degustar as tradicionais sopas de Freixo
restaurantes que por ocasião do evento, complementam a habitual “carta” com as opções tradicionais que as Sopas e Merendas pretendem recuperar. Para Maria do Céu Quintas, Presidente do Município, “ a edição 2018 das Sopas e Merendas, manteve a essência do modelo que implementámos. Isto é: potenciar a economia local,
nomeadamente a que envolve a restauração; Divulgar a gastronomia freixenista mais tradicional, particularmente a que nem sempre consta nos menús dos restaurantes; e dinamizar a venda de produtos regionais, nomeadamente os que fazem parte da identidade gastronómica do concelho. Lembro a doçaria à base de amêndoa, os enchidos, vinhos, azeites e
produtos biológicos com a origem Freixo de Espada à Cinta”. As sopas & merendas, inserem-se na estratégia de promoção do turismo eno-gastronómico do concelho. A edição deste ano teve a reforça-la um cartaz lúdico, de onde constou um Concerto de Fados, Teatro de Comédia, Música Popular e uma Montaria ao Javali. ■ FOTO: DR
FOTO: DR
> Típica sopa de Freixo de Espada à Cinta FOTO: DR
VIVADOURO NOVEMBRO 2018
“Saber Servir, Vender Melhor” chega ao Salão Nobre do IVDP
Tawny, Ruby, Branco ou Rosé, consoante o tipo de envelhecimento, rolhas de cortiça, copos desenhados ao pormenor e cascos de carvalho. Tudo isto e muito mais numa sessão dirigida a alunos (interessados) da Licenciatura em Gestão de Restauração e Catering da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Porto. “Saber Servir, Vender Melhor”, uma ação dinamizada pelo IVDP que visa potenciar o conhecimento sobre o Vinho do Porto, aumentando a performance no serviço e, por conseguinte, o
retorno. Através deste tipo de iniciativas, dirigidas ao “futuro da restauração e da hotelaria”, pretende-se dotar os formandos de ferramentas que permitam um correto aconselhamento e um atendimento completo e criterioso. De notar que a Região Demarcada do Douro foi criada a 10 de setembro de 1756, através do alvará de instituição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Os seus três pilares fundamentais assentam numa delimitação geográfica, num copo normativo e numa entidade de controlo, fiscalização e certificação de origem e de qualidade. Desta forma, o Vinho do Porto é, bem antes do fado e do futebol, um “ex-libris” da cultura portuguesa e distingue-se dos vinhos comuns devido a uma vasta gama de características particulares. “Foi o esforço humano que transformou a Natureza, erguendo uma paisagem extraordinária, inscrita pela UNESCO, em 2001, na lista do Património Mundial, como paisagem cultural, evolutiva e viva”, algo único que se pode ler nas paredes do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto. No final da formação, estivemos à conversa com duas alunas da Escola Superior de
Hotelaria e Turismo do Porto. Carolina Brás Maia, de 19 anos, realçou que esta iniciativa foi “realmente útil para a cadeira de enologia”. A jovem acrescentou que a parte da prova dos vinhos permitiu que se passasse da teoria à prática, algo que ajudou nas suas intenções futuras: “tra-
Vários Concelhos
balhar por conta própria e na área da hotelaria”. Beatriz Maia tem a mesma idade de Carolina e já trabalha num restaurante. Contudo, admitiu que o seu calcanhar de Aquiles residia nos vinhos e, por isso, “esta formação foi uma enorme mais-valia para o meu futuro profissional”, afirmou. ■ FOTO: TSN
A ação denominada “Saber Servir, Vender Melhor” decorreu no Salão Nobre do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), durante o dia 15 de novembro. A iniciativa dirigiu-se a alunos da Licenciatura em Gestão de Restauração e Catering da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Porto.
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Município de Sernancelhe lança 4º número da Revista Literária “aquilino” Nasceu há oito anos o projeto Revista Literária “aquilino”. Tendo como propósito homenagear o escritor sernancelhense Aquilino Ribeiro, promover a sua obra de mais de cinco décadas e cativar novos leitores, um novo número está pronto e vai ser apresentado, no próximo sábado, 24 de novembro, pelas 16:00 horas, na Sala Museu do Centro de Artes.
Ao longo das últimas décadas Sernancelhe tem assumido, de forma determinada, que Aquilino Ribeiro é um dos seus símbolos. Por isso têm procurado a valorização da sua vida e obra, associando o escritor a momentos culturais, ao território, à identidade das gentes locais, e também através do apoio a publicações que versem sobre a mundividência aquiliniana. Mas um dos projetos mais importantes que o Município assumiu foi a criação de uma revista literária. A “aquilino” nasceu em 2009, reunindo então dezenas de artigos de conceituados académicos, documentos raros e grande parte deles quase desconhecidos, tendo logrado, de imediato, extraordinária aceitação. Rapidamente esgotada,
seria motivo para um segundo número, que surgiria em 2010, com o mesmo estilo gráfico, maior dimensão, tendo sido apresentada publicamente pelo senhor Eng.º Aquilino Machado, filho do escritor Aquilino Ribeiro, no Auditório Municipal de Sernancelhe. Em 2016 um novo número foi criado, concretamente uma fotobiografia de Aquilino Ribeiro, mais atual, com o propósito de apelar a novos públicos e a novos leitores da obra do escritor. O projeto viria a ser muito bem aceite, tendo conseguido ser publicação da semana da Bertrand Editora, que encontrou na “aquilino” a qualidade para poder ser vendida nas suas livrarias. Está igualmente esgotada.
O 4º número da Revista “aquilino”, que tem como temática “os prefácios de Aquilino em obra alheia”, compila mais de 30 textos que o Mestre fez para outros escritores durante as décadas de 20, 30, 40, 50 e 60 do século XX, nomeadamente para Almeida Garrett ou Boris Pasternak. São a confirmação do trabalho de Aquilino como prefaciador de obras alheias, dando sempre a mão (a sua pena) a novos autores, desvendando um escritor polivalente, dono de uma cultura imensa, onde a sua Beira, as suas gentes e a sua identidade tinham sempre lugar destacado. A edição da “aquilino” é do Município de Sernancelhe e tem como Diretor Paulo Neto. ■
10 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Sernancelhe
Festa da Castanha: a valorização de um FOTO: DR
Entre os dias 26 e 28 de outubro, Sernancelhe organizou mais uma festa da castanha, um certame que este ano contou com algumas novidades com o objetivo de valorizar o produto com maior relevância do concelho. Texto e Fotos: Carlos Almeida
A primeira mudança na edição deste ano da Festa da Castanha era logo visível à entrada do certame onde uma tenda de boas vindas recebia os visitantes num ambiente de festa e convívio. Logo no arranque do certame, a larga presença de convidados fazia antever o sucesso desta edição que foi sublinhado pelo exponencial aumento de visitantes. “O balanço deste ano é muito positivo. Ultrapassou em todos os níveis aquilo que prevíamos, por vários motivos mas o mais visível é o número de visitantes onde ultrapassamos a nossa fasquia dos 25, 30 mil visitantes, tendo atingido cerca de 50 mil. Logo na abertura notamos uma diferença relativamente a anos anteriores, foi a edição onde contamos com o maior número de convidados o que nos fez antecipar um fim de semana de excelência. Os expositores também deram um
> Freire de Sousa e Carlos Silva a inaugurar o certame
feedback muito positivo, no domingo à tarde a grande maioria deles já não tinham forma de repor os seus stocks de produto, ultrapassando todas as espectativas”, afirmou Armando Mateus, vereador da autarquia de Sernancelhe, em declarações ao nosso jornal. Essa satisfação dos expositores com o evento foi sublinhada por Luís Alves, da Frusantos, “é um evento bastante importante, é a forma mais representativa de dar a conhecer a região e o seu fruto principal que é a castanha”. Também Daniel Azevedo, da Quinta da Seara, destacou a importância dos produtores participarem desta festa, “é muito importante, o nosso produto
ter ganho este reconhecimento muito através deste tipo de eventos que aqui se realizam o que nos dá alento para o futuro”. Ao longo dos anos que este evento é organizado, a autarquia tem feito um trabalho na promoção da castanha, dando assim cada vez mais uma maior visibilidade ao produto, ao certame e, por consequência ao concelho. “A Festa da Castanha é uma referência e o maior evento que temos aqui em Sernancelhe. No total temos cerca de 100 expositores mas as inscrições para o evento são muito superiores, o que nos obriga a ser criteriosos na forma como
escolhemos quem pode participar, desde logo porque qualquer expositor tem que ter relação com a castanha, seja o produto ou seus derivados, ou ainda, por exemplo, as alfaias para trabalhar os terrenos. A marca Sernancelhe – Terra da castanha é uma marca que alavanca o concelho baseada no prestígio que a qualidade do fruto nos tem granjeado”, afirma Armando Mateus. Englobadas nesta celebração das castanha, são outras iniciativas como uma prova de BTT ou um trail – caminhada. “Antes mesmo da data do evento as inscrições já estavam cheias, contudo, no próprio dia apareceram mais atletas o que nos obrigou a, ex-
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 11
Sernancelhe
produto endógeno cecionalmente, encontrar forma de os deixar participar. Só no trail tivemos cerca de 700 participantes, quase o dobro dos habituais 400”. Num ano em que as produções atrasaram, e houve mesmo uma quebra, em Sernancelhe há uma grande satisfação
como a melhor castanha um pouco por todo o mundo. Estamos com um atraso de produção em média de 2, 3 semanas e sabemos já que vamos ter uma quebra, mas a qualidade é muito boa”. Questionado sobre o momento que identifica como ponto alto da edição
Livro “Sernancelhe, o Castanheiro e a Castanha” apresentado na abertura do certame
com a qualidade do produto. “A qualidade é boa, a castanha não tem um tamanho muito grande mas tem um calibre muito equilibrado e o fruto é brilhante o que é muito bom. Quanto à quantidade, aí as coisas já são diferentes, este ano voltamos a ter um problema com uma quebra de produção de cerca de 50/60%. Uma quebra que é pesada porque temos os mesmos gastos de um ano normal e já no ano passado tivemos um mau ano, isto para o produtor é mau”, afirma Daniel Azevedo à nossa reportagem. Para Luís Alves, apesar do atraso e da quebra, é na qualidade da castanha que está a diferença para outras regiões produtoras. “A Martaínha é reconhecida
deste ano da Festa da Castanha, o vereador Armando Mateus recua ao dia de abertura do certame. “É difícil destacar um ponto positivo deste evento, contudo eu destacaria o momento de abertura que foi antecedido do lançamento do manual Sernancelhe, o Castanheiro e a Castanha. Portanto, houve esse momento mais académico e depois a quantidade de convidados que marcaram presença, não só autarcas como diversas entidades que se quiseram associar a nós. Não foi um momento do concelho mas da região, algo que a Festa da Castanha é, não um evento local mas um evento regional”. ■
Crianças do Porto vivem S. Martinho com castanha de Sernancelhe
A edição deste ano da Festa da Castanha trouxe ainda um manual de boas práticas do Castanheiro e da Castanha. O livro “Sernancelhe, o Castanheiro e a Castanha” foi criado pelo Município em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e tem como finalidade apoiar os produtores na cultura do castanheiro, desde a compra das árvores, à enxertia, controle de qualidade, combate de pragas, mostrando, em cada estação do ano e em cada mês, o que fazer no souto e quais as melhores técnicas a adotar. “Este desafio que a autarquia lançou à UTAD não tinha como propósito final a apresentação deste livro, ainda que seja esse o resultado mais visível e que reúne em si todos os trabalhos que se desenvolveram ao longo de dois anos. Do meu ponto de vista, a mais valia deste protocolo foi, sem dúvida, trabalhar e incentivar um grupo de aproximadamente 100 produtores de castanha a melhorar o seu produto. Outra vantagem foi a possibilidade de se poder trabalhar diretamente nos soutos destes produtores, dando-lhes novas ferramentas para o trabalho que desenvolvem e que se baseava muito ainda em técnicas e práticas mais antigas. O propósito foi sem dúvida valorizar o produto e incentivar os produtores a que não desistam pelas dificuldades que esta produção apresenta. Sabendo de antemão a capacidade que a castanha tem, consideramos que era necessário dar um incentivo maior aos nossos produtores e consideramos que esse objetivo foi cumprido”, afirma Armando Mateus. Para o coordenador académico do projeto, o Professor José Laranjo, desta experiência "fica uma dinâmica nova, uma dinâmica de crescimento e de vontade de investimento na área da castanha, uma dinâmica de maior atenção para este setor e fica também um maior espírito de grupo no concelho, na fileira da castanha. Tudo conseguido com este protocolo e que culmina com este livro". Agora todos sabem aqui no concelho que o problema se resolve com uma plantação de castanheiros híbridos e eles praticamente não os conheciam, ou seja, é um tipo de castanheiro que resulta de um cruzamento de um castanheiro europeu com um japonês. É uma miscigenação e praticamente todos eles são resistentes à doença da tinta", explicou o professor. No entender de José Laranjo, a UTAD "veio trazer as soluções" e isso reflete-se na produção que "tem aumentado gradualmente e que também tem melhor qualidade", embora "não se consiga ainda sobrepor àquilo que são as alterações climáticas de cada ano".
Um grupo de cerca de 150 crianças do Centro Social da Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, na cidade do Porto, viveu este ano um S. Martinho mais animado com a oferta de castanhas que o município de Sernancelhe, em conjunto com a Quinta da Seara, fez. Para a educadora Carina Miranda, esta oferta “proporcionou às crianças um momento saboroso que lhes permitiu viver a tradição de S. Martinho, num ambiente de alegria e festa”. Para Daniel Azevedo, da Quinta da Seara, esta foi também “uma oportunidade de promover o produto e o concelho”, associando-se a esta iniciativa “em especial com crianças o que é sempre bom pois eles serão os futuros consumidores”.
12 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Tabuaço | Lamego
Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES
O Setor Cooperativo em Portugal O universo cooperativo em Portugal é constituído por mais de 2 400 cooperativas sendo que as dez maiores, em volume de negócios, integram três cooperativas do ramo da comercialização, sete do ramo agrícola e uma do ramo do ensino. A estas há que acrescer como relevantes, considerando o seu ativo líquido, as Caixas de Crédito Agrícola. A Cooperativa António Sérgio para a Economia Socia (CASES) disponibilizará muito em breve um trabalho com dados atualizados intitulado “As Cem Maiores Cooperativas”, que permitirá conhecer o panorama atual do setor cooperativo em Portugal, sem prejuízo da divulgação, em 2019, da Conta Satélite da Economia social (CSES) com dados de 2016, em curso de elaboração, em parceria com o INE. Por outro lado, a CASES, no âmbito das suas atribuições, tem vindo a promover um conjunto de ações informativas junto das Cooperativas, sensibilizando-as para o cumprimento do disposto no art.º 116.º do Código Cooperativo (Atos de comunicação obrigatória), uma vez que estas estão obrigadas a remeter à CASES: a) Cópia dos atos de constituição e de alteração dos estatutos, até 30 dias após o registo; b) Cópia dos relatórios anuais de gestão e dos documentos anuais de prestação de contas, até 30 dias após a sua aprovação; c) Cópia do balanço social, quando, nos termos legais, for obrigatória a sua elaboração, até 30 dias após a sua elaboração. Estas ações vão prosseguir através do envio de mensagens eletrónicas e de correio tradicional, com finalidade informativa e pedagógica, contribuindo para a assunção de boas práticas de organização, gestão e funcionamento, esclarecendo igualmente que constitui contraordenação (Art.º 121.º do mesmo Código), punível com coima de €250,00 (duzentos e cinquenta euros) a €2.500,00 (dois mil e quinhentos euros), a violação, pelas cooperativas, do disposto no mencionado artigo 116.º do Código Cooperativo. Ainda no presente ano a CASES enviará a todas as cooperativas, por via postal, um exemplar do Código Cooperativo estando também previsto para o dia 31 de janeiro de 2019, na Biblioteca da Assembleia da República, no âmbito do “Tributo a António Sérgio” pelo cinquentenário da sua morte, o lançamento do “Código Cooperativo anotado” obra coordenada pelas Professoras Deolinda Meira e Elisabete Ramos.
Gestão de bioresíduos debatida em Tabuaço O Salão Nobre da Câmara Municipal de Tabuaço foi palco do 1.º Encontro JUNTAr, sob o tema “Compostagem e Reciclagem Circular” resultante das candidaturas efectuadas pelas Juntas de Freguesia do concelho, em articulação com próprio município. Este Encontro, que se espera ser a primeira de outras iniciativas de âmbito ambiental, marca, acima de tudo, a apresentação pública e o arranque do projecto JUNTAr que envolve todas as Juntas de Freguesia deste Concelho no tratamento de bioresíduos através da compostagem. Carlos Carvalho, autarca tabuacense, deu o mote para a discussão no seu discurso de abertura do encontro sublinhando o “compromisso com o futuro das nossas gentes e do nosso território”, aproveitando ainda para destacar o papel das Juntas de Freguesia que
“não se ficaram pela boa vontade e deram o primeiro passo contribuindo para que o concelho de Tabuaço seja pioneiro e o primeiro aplicar a compostagem doméstica e comunitária a todo o território como ferramenta de gestão de resíduos”. Das várias intervenções que se seguiram, ficou patente que ao longo da última década registaram-se já algumas mudanças significativas nas boas práticas ambientais e de gestão dos resíduos mas há ainda um longo caminho a percorrer, sendo esta iniciativa um dos maiores e mais ambiciosos passos que se podiam ter dado no que toca ao ambiente e que pode contribuir, efectivamente, para a tal mudança de paradigma que fará a diferença no território. De um total de 55 candidaturas apresentadas por outras localidades do país, o Fundo Ambiental aprovou as 12 candidaturas submetidas pelas freguesias tabuacenses, sendo, por isso, o concelho de Tabuaço aquele que tem o maior número de candidaturas aprovadas ao programa JUNTAr. ■
Lamego Educa, um projeto para o combate ao insucesso escolar Mais de 800 crianças de Lamego vão ter à sua disposição tablets e kits de robótica para os ajudar a obterem um maior sucesso no seu percurso escolar. Trata-se de um projeto “inovador” de combate ao insucesso e abandono escolar e que envolve os dois agrupamentos do concelho, e está orientado para os alunos do pré-escolar e 1.º ciclo. Segundo a vereadora da Educação da Câmara, Ana Catarina Rocha, o projeto Lamego Educa surgiu no âmbito de uma candidatura ao Norte 2020 e representa um investimento de 610 mil euros. “Este projeto existe numa perspetiva positiva de trabalhar as crianças e a comunidade escolar para a importância do seu desempenho escolar”, sublinhou. Carla Botelho, coordenadora, realça o lado inovador do projeto que assenta nas novas tecnologias como forma de estimular a capacidade dos alunos. Neste sentido, vão ser
entregues 175 tablets e outros tantos kits de robótica. “Com estas plataformas, e em comunidade, vamos trabalhar temas como a cidadania, o ambiente, a prevenção rodoviária ou a alimentação saudável. As crianças vão usar também uma plataforma que já está a ser feita por elas e que tem como mascote o Lamecus”, explicou a coordenador, anunciando que esta plataforma já está a ser construída com conteúdos feitos pelos alunos. “Por exemplo, há textos que foram escritos pelas crianças a descrever locais de Lamego como o santuário de Nossa Senhora dos Remédios ou as Caves de Espumantes Raposeira”, disse. Aliadas a estas ações, existe uma equipa multidisciplinar constituída por professores, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas para trabalhar com a comunidade escolar e familiar. “Sempre que se justifique esta equipa multidisciplinar pode fazer acompanhamento a outros anos de ensino”, frisou Carla Botelho. O Lamego Educa contará ainda com um observatório municipal de educação, “que vai permitir que todos os munícipes acompanhem e aprofundem as políticas educativas implementadas no município”, concluiu a vereadora da Educação. ■
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 13
Vila Real
Cineasta vila-realense no Plano Nacional de Cinema O filme documental “… além da sala de espera”, da autoria de José Paulo Santos, que conta a vida de um casal eremita alemão a viver em Trás-os-Montes, passará a integrar, a partir deste ano letivo, o Plano Nacional de Cinema.
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trantes mais assíduas do conhecido Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes, em Montalegre. Em declarações ao nosso jornal, José Paulo Santos mostrou-se muito satisfeito com a notícia que lhe chegou via email. “Fiquei muito contente e motivado para continuar a contar histórias através dos meus filmes e quando li que o meu nome estava entre o do João Canijo e o da Maria de Medeiros a minha reacção foi que eles se deviam estar a questionar quem era o José Paulo Santos”, afirma com um sorriso no rosto. José Paulo Santos conheceu o casal Feliz quando trabalhava como realizador para uma estação televisiva em Vila Real, tendo feito uma reportagem sobre o casal. Interessado pela história deste peculiar casal, o realizador achou que uma reportagem não seria suficiente para contar a sua história, tendo decidido aí realizar este documentário. “Sempre achei que a história era muito interessante, e uma reportagem não seria suficiente para a relatar na íntegra, por isso pensei em voltar lá um dia para fazer um
trabalho mais aprofundado para conseguir este filme documental”, conta, acrescentando que fazia “todo o sentido mostrar às pessoas, uma vez que vivíamos em tempos de crise, que alguém conseguia viver bem sem dinheiro, de uma forma auto-sustentada”. O realizador considera ainda que o trabalho com este casal também o fez crescer enquanto pessoa, dando-lhe uma perspetiva diferente da vida. “A forma deles viverem é diferente e contagiante. São pessoas com muito conhecimento e que pensam fora da caixa, vendo o mundo com outros olhos”. ■ FOTO: DR
O documentário, filmado em 2013, que já foi selecionado para 16 festivais internacionais de cinema e arrecadou dois prémios (Menção Honrosa na categoria de Vida Humana no ART & TUR - International Tourism Film Festival no Porto, pela realização e produção e o Certificado de Excelência no 4th Delhi International Film Festival na Índia, pela realização e produção), entra assim para uma seleção restrita decidida pela Direção-Geral da Educação (DGE) que, em conjunto com o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) e a
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, classificaram o filme como fundamental para “promover a divulgação do património cinematográfico nacional e mundial aos alunos”, contribuindo, deste modo, “para a formação alargada de público e para o aumento do gosto pelo cinema junto das crianças e dos jovens portugueses”. A história deste filme é simples e mostra a vida de um casal alemão que deixou o reboliço da cidade para se estabelecer na aldeia de Torgueda, Vila Real, há cerca de 30 anos, vivendo apenas com aquilo que a natureza lhes proporciona. Feliz e Maria Feliz, nome português que o casal adotou, trabalham manualmente tudo aquilo que precisam para a sua vida, seja para cozinhar ou para tratar das lides domésticas, por exemplo, Maria trata as roupas com óleos e perfumes feitos por si. Antes de chegarem a Vila Real o casal viveu no Minho, em Vilar de Mouros onde Maria aprofundou o seu conhecimento, bem como o seu interesse pela medicina tradicional, tendo, em 1993, se tornado uma das pales-
> José Paulo Santos
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14 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
São João da Pesqueira
Câmara Municipal avança com marcação da EN222 Este processo será efetuado por fases nas EN do Concelho que careçam desta intervenção.
as atravessa nesta altura se não estiverem devidamente marcadas. Este processo será efetuado por fases nas EN
do Concelho que careçam desta intervenção. A autarquia espera que a empresa pública Infraestruturas de Portugal IP, assuma no
mínimo as suas obrigações no que toca à manutenção do estado da faixa de rodagem das vias referidas. ■ FOTO: DR
FOTO: DR
O VivaDouro esteve à conversa com o edil da Pesqueira que afirmou: Esperamos que a empresa pública Infraestruturas de Portugal IP, assuma no mínimo as suas obrigações no que toca à manutenção do estado da faixa de rodagem das vias referidas. Esta decisão surge numa altura em que com o agravar das condições climatéricas (nevoeiro) típicas desta época de Inverno, as mesmas se tornam perigosas para quem
Plano integrado e inovador de combate ao insucesso escolar (PIICIE)
Este projeto foi criado no âmbito de uma candidatura ao Norte 2020, celebrada em parceria entre a Câmara Municipal, o Agrupamento de Escolas e a Esprodouro - Escola Profissional do Alto Douro. Destina-se a todos (as) os (as) alunos (as) desde o ensino Pré- Escolar até ao
ensino Secundário e conta com três grandes ações que no seu conjunto visam promover o sucesso escolar, através de metodologias inovadoras de ensino/ aprendizagem onde está incluída uma sala de novas aprendizagens dotada de tecnologias de informação e comunicação de ponta. Os alunos serão igualmente acompanhados por uma jovem equipa multidisciplinar que os ajudará a perceberem a importância do sucesso escolar bem como a desenharem o seu projeto de vida individualizado e a traçarem estratégias para o concretizar. Com vista a comprometer também os
respetivos encarregados de educação no alcance dos indicadores previstos no projeto, serão desenvolvidos workshops e seminários de reflexão e partilha de boas práticas sobre temáticas educativas.
Pretende-se que este projeto possa contribuir para uma mudança gradual e sustentável da melhoria dos resultados escolares, bem como para tornar a escola mais aliciante. ■ FOTO: DR
São João da Pesqueira tem em desenvolvimento o projeto “Pesqueira Educa” desde o dia 1 de outubro de 2018 e ao longo dos próximos 36 meses.
Criação de equipa de intervenção permanente – BV Ervedosa do Douro Esta equipa vai atuar na área de intervenção do Corpo de Bombeiros à qual foi alocada e tem como missão assegurar o socorro e emergência à população dessa zona do Concelho podendo excecionalmente e em situações de reconhecida necessidade atuar fora dessa área, em municípios adjacentes ou fora do distrito. Os custos com esta equipa vão ser repartidos entre a Câmara Municipal e o Governo. S. João da Pesqueira continua a trabalhar para a coesão social do Concelho, conclui o autarca. ■
FOTO: DR
A Câmara Municipal de S. João da Pesqueira aprovou esta semana, a criação de uma EIP - Equipa de Intervenção Permanente para os Bombeiros Voluntários de Ervedosa do Douro, uma vez que os B.V. de S. João da Pesqueira contam já com uma equipa.
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 15
AAUTAD implementa projeto inédito na relação com os núcleos A estrutura organizativa dos estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) assenta em dois pilares: a Associação Académica, que representa todos os alunos e os Núcleos ou Associações de Estudantes que representam cada curso individualmente. Se até agora estes dois pilares não trabalhavam em conjunto, desde que António Vasconcelos chegou à presidência da Associação Académica da UTAD (AAUTAD), que as coisas se têm alterado, tendo mesmo sido iniciado um projeto que faz com que todos os representantes de estudantes se juntem. “A ideia é aproximar a associação dos núcleos. O nosso papel é defender os interesses dos estudantes mas são os núcleos que estão mais próximos dos seus alunos. Esta aproximação, e em especial a criação da Assembleia Geral de Núcleos, veio tornar esse diálogo mais fácil e mais constante. Outra vantagem que vemos é a aproximação dos núcleos entre si, nestas assembleias cada um apresenta a sua ideia para um evento que quer organizar e algumas vezes outros núcleos acabam por se juntar adicionando novas vertentes a esse evento. Cada vez mais a AAUTAD sente que o trabalho que os núcleos fazem é muito importante, todos os eventos que organizamos com envolvimento direto dos núcleos é garantido que vamos ter um largo número de participantes, com a vantagem de trazerem também algumas preocupações que nós como associação académica, não conseguimos reparar. Este projeto fez com que os núcleos se sentissem parte da associação académica, com que percebessem que a AAUTAD não está aqui apenas para criar normativas para tentar reprimir o seu trabalho, muito pelo contrário. Basicamente a AAUTAD e os núcleos só trabalhavam em conjunto nas semanas de queima das fitas, receção ao caloiro, etc”, afirma António Vasconcelos ao nosso jornal. Emanuel Oliveira é o elo de ligação entre a AAUTAD e as restantes organizações estudantis, o Dirigente de Apoio aos Núcleos e Secções sublinha a importância de ter os 27 núcleos e as 3 associações estudantis junto da AAUTAD, recorrendo ao seu próprio exemplo.
“Há dois anos atrás eu era presidente de um núcleo e a verdade é que não existia um contacto permanente com a associação. Existia o Conselho Académico, que reunia 2 vezes por ano para apresentação do relatório de contas e plano de atividades da AAUTAD. Nós idealizamos este projeto e fomos desenvolvendo contactos com os diferentes núcleos, procurando estar mais próximos dos presidentes para que percebessem que existimos para estar ao lado deles. Este projeto mostra-nos que a Associação Académica é os núcleos e os núcleos são a Associação Académica”. Esse sentimento de satisfação é também verbalizado pelos presidentes de núcleos com quem a nossa reportagem falou. “O maior problema era a distância que existia entre os núcleos e a associação e que impedia uma comunicação que pudesse ser favorável para ambas as partes. Agora é mais fácil passar as preocupações que os estudantes dos nossos cursos nos vão transmitindo para que a AAUTAD as consiga fazer chegar aos órgãos superiores”, afirma Maria João Guedes, Presidente do Núcleo de Estudantes de Bio-Engenharia. “A partir do momento que este projeto se iniciou sentimo-nos mais próximos da associação, sentimos um maior apoio e isso é importante para o trabalho que realizamos. O facto de nos reunirmos regularmente para debater ideias e apresentar as diferentes iniciativas que organizamos acaba por nos incutir um sentimento de competitividade saudável e isso é bom porque aumenta o leque de eventos que se organizam na academia, bem como a sua qualidade”, reforça André Oliveira, Presidente do Núcleo de Estudantes de Biologia. De facto, estas reuniões mensais são o ponto crucial deste projeto, é ali que as diferentes estruturas apresentam as suas preocupações e falam dos eventos que pretendem organizar. Em algumas destas reuniões já estiveram presentes alguns órgãos diretivos da academia o que aproxima os estudantes dos decisores, tornando assim o diálogo mais profícuo. “Já organizamos um total de 8 assembleias e algumas delas especiais como a segunda que se realizou aqui, nas instalações da AAUTAD ou as que tivemos oportunidade de reunir com os presidentes das Escolas ou mesmo com o reitor e o Provedor do Estudante. Na assembleia em que recebemos a visita do reitor os alunos puderam falar com ele cara a cara, apresentar as suas queixas e as suas preocupações. O que é certo que algumas coisas já vão mudando e isto dá-nos a garantia que juntos conseguimos ser mais fortes”, conclui António Vasconcelos. ■
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16 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Destaque VivaDouro
Encerramento de lojas CTT gera rev
O encerramento de lojas dos CTT um pouco por todo o país tem gerado uma onda de indignação e a região do Douro não é excepção com t São João da Pesqueira. Texto e Fotos: Carlos Almeida
O primeiro encerramento na região aconteceu ainda em janeiro deste ano, na altura a empresa decidiu encerrar a loja de Vila Real – Araucária gerando uma forte contestação quer por parte da autarquia quer por parte da população. “Tivemos oportunidade em janeiro deste ano para denunciar tudo isto. Na altura houve mesmo um programa televisivo onde ficou clara a posição dos autarcas e dos CTT e na altura acabamos por não dar importância porque nesta região apenas Vila Real iria perder uma das suas lojas”, afirma Rui Santos, Presidente da Câmara de Vila Real. Passado quase um ano desse encerramento o tema volta a debate com as mais recentes notícias que dão conta de mais lojas a fechar. Para Rui Santos este cenário não é novidade e, o autarca de Vila Real, imagina um cenário bem pior em declarações à nossa reportagem. “A perceção que eu tenho é que num futuro próximo ficará um balcão central em Vila Real e mais dois em Régua e Lamego, sendo todos os outros substituídos por lojas. Neste momento os CTT só pensam no lucro. É inacreditável que distribuam dividendos pelos seus acionistas ano após ano e depois tomarem medidas destas. Temos um serviço postal cada vez pior para os nossos cidadãos, isto resulta de um processo de privatização em que não foram assegurados determinados pressupostos e a entidade reguladora não tem feito o trabalho que deve ser feito”. Para o autarca, a experiência não tem sido positiva, apesar disso afirma que alguns dos seus colegas autarcas terão maiores problemas pois em Vila Real existe ainda a loja central que presta todos os serviços habituais. “Vila Real não é um bom exemplo porque felizmente ainda temos uma loja central onde as
pessoas se podem deslocar mas se falarmos de Penedono ou Pesqueira, por exemplo, a situação aí é mais crítica o que a nossa. O sentimento é que se perdeu qualidade de serviço, porque os postos não prestam todos os serviços que as lojas prestavam”. Penedono é outro dos municípios que já viu a loja ser desclassificada tendo agora apenas um posto, situação que o autarca, Carlos Esteves de Carvalho vê com desagrado, apontando mesmo o dedo aos CTT na forma como geriram todo o processo. “Sinto que fui pescado à linha. A atitude manhosa dos CTT foi de facto a abordagem individual que fez aos autarcas. Teria sido uma atitude mais correta marcarem presença numa reunião da CIM Douro e dizerem quais as estações que pretendiam encerrar e aí, todos os presidentes, juntos, tomariam as suas posições, mas não, vieram aqui e pescaram, foram a Armamar pescaram, na Pesqueira também andam a tentar pescar, é esta a realidade. Ao sermos abordados individualmente ficamos sem a força que uma posição conjunta pode ter. A minha expectativa era que não se consumasse até ao final do ano mas acabou mesmo por acontecer ainda em outubro. A mim surpreenderam-me pela rapidez do processo. Os CTT deram o passo que queriam dar, em benefício não sei de quê. São estratégias de uma empresa que no passado fazia um trabalho de excelência, verdadeiramente ao serviço das pessoas, no respeito pelas pessoas e na salvaguarda da confidencialidade”. O autarca de Penedono admite ainda que não disponibilizou qualquer espaço para os CTT na autarquia por não apoiar o encerramento e essa atitude poder demonstrar o contrário. “Não disponibilizei um espaço na Câmara ou qualquer funcionário porque fui sempre contra este encerramento e ao dar algum passo nesse sentido estaria a admitir que o aceitaria.
> Manifestação na Pesqueira contou com mais de 1000 participantes
Na nossa mente, apesar que me digam que o serviço será o mesmo, o sentimento é que encerrou mais uma coisa e nós estamos com esta pressão na nossa cabeça. A falta de um olhar sério e consciente para este território está-nos a pesar. Há danos que já nos fizeram, que são irreversíveis”. Em Armamar a situação vivida é ligeiramente diferente com o autarca a ver-se obrigado a encontrar uma solução porque os CTT, à sua revelia, abriram um posto numa freguesia do concelho que, ao abrigo do contrato de concessão, cumpria todos os pressupostos. “A atitude dos CTT para com os municípios não foi a mais correta. Por exemplo, aqui em Armamar abriram um posto na freguesia de Fontelo à revelia do Presidente da Câmara e do próprio Presidente da Junta daquela freguesia, o que não se compreende porque o principal parceiro dos CTT é a ANAFRE. Com a abertura deste posto o que muda é que ele passa a servir cerca de 1500 pessoas, ficando assim a loja de Armamar a servir menos de 4600 que é o número que está no contrato de concessão, podendo assim desclassificar esta loja. Esta forma de atuação, para além de ser pouco clara, prejudica as populações. Fomos confrontados, e recebemos quase um ultimato por parte dos CTT, que esta decisão seria irreversível e que já teriam identificado e feito alguns contactos com parceiros privados que tinham interesse em ficar com os serviços dos CTT”, afirma João Paulo Fonseca, autarca de Armamar, que afirma ainda que uma posição de força por parte da autarquia podia ser muito mais prejudicial. “Se tomássemos uma posição de força corríamos
um risco grande porque, segundo o contrato de concessão, consideram-se servidas pelo posto dos CTT todas as freguesias que distem menos de 11 quilómetros do mesmo ora, todas as freguesias de Armamar estão a uma distância menor do posto de Fontelo. Portanto, o risco aqui seria dos CTT considerarem esse posto suficiente e fecharem a nossa loja da sede do concelho sem abertura de um posto, o que implicaria que todos os habitantes e serviços locais tivessem de acorrer aquela freguesia para tratar dos seus assuntos, isto para nós não é viável. Há riscos que não vale a pena correr no nosso caso. Como já existia uma posição conjunta da CIM Douro e de forma a evitar que a concessão passasse para um privado, situação que não poderia depois ser revertida, de forma transitória e em conjunto com o Presidente da Junta de Armamar encontramos uma solução em que o posto agora funciona na sede da freguesia, tendo a autarquia alocado um recurso humano para esse serviço”.
Ações de protesto em Tabuaço e São João da Pesqueira
Numa tentativa de travar os encerramentos programados em Tabuaço e São João da Pesqueira, as autarquias, em conjunto com a população organizaram ações de protesto que envolveram milhares de participantes. Em Tabuaço a iniciativa nasceu de uma munícipe, Anabela Moita, que, preocupada com a situação vivida em Armamar, decidiu abordar a autarquia com o objetivo de organizar
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 17
Destaque VivaDouro
volta na região
três lojas já encerradas, Vila Real – Araucária, Penedo e Armamar e quatro com previsão de encerramento: Murça, Mesão Frio, Tabuaço e
uma vigília. “A ideia surgiu-me quando a loja de Armamar encerrou, eu estava lá nesse momento e fiquei triste ao ver as pessoas, de braços caídos a tirarem as coisas da loja num sentimento de perda total. Disse para mim mesmo que isto não poderia acontecer em Tabuaço. A ideia da vigília e das velas é para iluminar quem está em Lisboa a lembrar-se de nós. Quando surgiu a ideia falei com o Presidente da Câmara, o Presidente da Assembleia Municipal e todos os presidentes de junta e o apoio à iniciativa foi total”, afirma a promotora. Ao todo foram reunidas 2500 velas, individualmente, por cada municípe que marcou presença no protesto. Para o autarca de Tabuaço, Carlos Carvalho, os CTT são obrigados a manter todos os serviços, afirmando que a luta do município vai continuar. “Os CTT têm que manter o serviço porque são obrigados a isso pelo contrato existente e os nossos comerciantes têm-se mostrado solidários em não permitir esta desqualificação, esta degradação do serviço. Da nossa parte iremos continuar a lutar para que aquilo que os correios querem fazer na nossa região não aconteça. Em alguma altura temos que dizer basta, estamos cansados mas não desmotivados porque já estamos habituados a que o que aqui se faça tenha que custar 10 ou 20 vezes mais do que aquilo que se faz onde o centralismo bafeja essas realidades”. No município tabuacense o autarca tomou ainda outra medida, reuniu com todos os comerciantes solicitando que estes não aceitas-
sem a proposta dos CTT, obrigando assim a empresa a manter a loja em funcionamento. “Já no final de outubro tivemos, em Tabuaço, uma reunião com a maior parte dos estabelecimentos do concelho no sentido de os sensibilizar para que eles também não aceitem esta concessão dos serviços e a verdade é que, neste momento, está a decorrer, por parte dos próprios comerciantes um movimento no sentido de ninguém aceitar porque nós temos a noção de que o contrato de concessão obriga a que os CTT tenham um posto no nosso concelho, seja ele de marca própria ou concessionado, se ninguém aceitar eles têm que manter o seu posto aberto. Neste momento é esta a nossa estratégia”. A mesma medida está a ser adotada em São João da Pesqueira onde a autarquia marcou uma Assembleia Municipal extraordinária para apresentar a ideia aos seus comerciantes. “Reunimos em Assembleia Municipal extraordinária com todos os comerciantes do nosso concelho dando-lhes conta do ponto de situação e pedimos que nenhum privado aceite a concessão do posto e esse é o sentimento geral”. No município gerido por Manuel Cordeiro foi organizada, pela autarquia, uma ação de protesto que consistiu no envio de cartas pessoais à administração dos CTT, dando conta da insatisfação da população. As cartas foram assinada e colocadas num envelope por cerca de um milhar de pessoas que depois se deslocou em cortejo desde a entrada da Câmara Municipal à loja dos CTT onde a missiva foi depositada no balcão. “Esta manifestação tem que ser feita para que cada pessoa do nosso concelho faça saber da sua indignação”, afirmou o autarca à nossa reportagem. Presente neste protesto esteve também o presidente da CIM Douro, Carlos Silva, que afirmou tratar-se de um protesto do povo que reivindica um tratamento diferente ao que tem experienciado até agora. “O que vemos aqui hoje é a revolta de um povo que ainda resiste e que ainda luta para se manter aqui mesmo sendo constantemente trucidado naquilo que é o seu direito, o acesso ao serviço público”.
por isso sempre fomos contra esta solução, até porque já temos outros exemplos como é o caso dos postos da EDP que foram alvo de um processo semelhante e que acabaram por encerrar porque se verificou que os critérios que a entidade reguladora definia não estavam a ser cumpridos, essencialmente ao nível de tempo de atendimento e a perca de confidencialidade de alguns atos praticados” diz João Paulo Fonseca.
Sentimento de esquecimento por parte dos governantes
Não é novidade que em todo o interior de Portugal se vive uma sensação de esquecimento por parte das autoridades, em especial do Governo apesar da aparente preocupação que demonstram. “Toda esta região do interior tem sofrido com as atrocidades e as más políticas do litoral, do constante encerramento de serviços públicos que são um direito constitucional de todo o povo português. Tudo que seja a diminuição do serviço de proximidade para com os utentes deixa-nos tristes e deveras incomodados. Há uns 5 anos a esta parte a palavra interior tem estado na ordem do dia e com os acontecimentos do verão do ano passado ainda mais. Nos últimos tempos vimos surgir Movimento pelo Interior, recheado de personalidades de diferentes quadrantes, com o patrocínio do Senhor Primeiro Ministro e do Senhor Presidente da República, a Estrutra de Missão para Valorização do Interior e a criação da Secretaria de Estado do Interior, se estes organismos quês estão a ser criados servem para agudizar ainda mais a destruição do serviço público no interior, então, estão de parabéns. Eu acho é que as pessoas que resistem e ainda vivem nestes territórios merecem o mínimo de
Perda de confidencialidade no topo das preocupações
“Eles estão-se a borrifar para as pessoas. Dizem que continuam a prestar o mesmo serviço mas há muito mais para além disso, há valores muito superiores a esta situação, por exemplo, a questão da confidencialidade”, quem o afirma é o autarca de Penedono, contudo a mesma opinião é partilhada por outros colegas seus como Armamar. “Os CTT foram uma empresa de excelência,
> Vigília em Tabuaço reuniu 2500 velas
respeito e eu penso que deve ser cumprido, no mínimo, aquilo que são os requisitos do contrato de concessão. Se este contrato, que sabemos que em muitos pontos não defende o verdadeiro serviço público, não serve esse propósito então que se revogue e obrigue-se que o Estado tenha, em cada município deste país, pelo menos, uma estação de marca própria CTT. Está na altura de perceber que o interior tem um custo social e se não querem ter este custo, então digam-me como podem reverter a situação. O interior não pode andar constantemente a pagar para um conjunto de ações do litoral. O único instrumento que temos para sentir que está ser feito algo por nós é o Orçamento de Estado e neste não há uma única medida feita a pensar no interior e isto incomoda-me porque há tanta gente a falar do interior, está na ordem do dia mas fora da ordem de trabalhos. A CIM Douro fará o seu trabalho na defesa do território sem nunca baixar os braços”, afirma Carlos Silva. Sentimento semelhante afirma ter Carlos Carvalho, autarca de Tabuaço, para quem a diferença entre litoral e interior é incompreensível num país como Portugal. “Eu começo a ficar descrente naquilo que é a capacidade dos sucessivos governos em ter uma solução para o interior, e não é pela falta de capacidade daquilo que nós, aqui, somos capazes de fazer, nem por falta de qualidade na riqueza que aqui é gerada, muito pelo contrário, é manifestamente por falta de vontade e por falta de engenho. Eu não consigo perceber como é que um país, com a largura que o nosso tem, (que no seu ponto mais afastado da costa ao ponto mais interior dista cerca de 200 quilómetros), existe uma diferença tão grande entre o litoral e o interior”.
18 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Destaque VivaDouro Manuel Cordeiro concorda com os seus colegas neste sentimento de esquecimento que assola a região. “Este encerramento dá-nos o sentimento de um desinvestimento cada vez maior no interior. Podemos alegar que os CTT são uma empresa privada, que de facto são, mas presta um serviço publico e com regras. A lei de bases da concessão não está a ser respeitada se estes encerramentos avançarem. Os CTT estão obrigados prestar um serviço de qualidade que é medido em diversos parâmetros mas o que vemos é exatamente o contrário, cada vez menos quantidade o que resulta também numa perca da qualidade”.
Providência cautelar entreposta pela CIM Douro
Como demonstração de força e união, a CIM Douro apresentou uma providência cautelar no tribunal de Mirandela na tentativa de suspender os processos de encerramento das lojas. “Penso que a Providência Cautelar devia ter suspendido o processo mas tal não se verificou e os serviços continuam a fechar, o que muito lamentamos. Entretanto os correios foram citados mas essa citação foi mal feita, o funcionário enganou-se nos prazos e tivemos que dar mais cinco dias. Sabemos que os correios já responderam mas entretanto o tribunal deu-lhes 5 dias para entregar os documentos em falta, por isso estamos à espera que o processo chegue a um fim e esse fim nos seja favorável. Todo este tempo que se perde é um problema para o interior”, afirma o presidente do organismo, Carlos Silva.
Reuniões com administração dos CTT e ANACOM sem resultados
Um grupo de autarcas do Douro foram a Lisboa reunir com a administração dos CTT e a ANACOM, entidade reguladora, no sentido de negociar uma solução diferente para as lojas da região, contudo, os resultados obtidos não foram os desejados sobressaindo a posição intransigente da empresa postal. “Tivemos uma reunião com a administração dos CTT em outubro na qual nos foi transmitida a intransigência deles em alterar a política de mudança dos postos de marca própria por postos concessionados. Nós apresentamos algumas soluções que permitiam reduzir substancialmente os custos de funcionamento do posto, que no fundo é a razão apresentada para justificar o encerramento, no entanto não houve nenhuma abertura por parte da administração nesse sentido”, conta Carlos Carvalho ao nosso jornal. Nesta reunião também Carlos Esteves de Carvalho quis estar presente, o autarca de Penedono quis ser a voz ativa de quem já viu a loja do seu concelho fechar. “Quando os meus colegas autarcas da CIM Douro se deslocaram a Lisboa para as reuniões com a administração dos CTT e a ANACOM, eu fiz questão de os acompanhar, precisamente
para servir como exemplo do que estava a ser feito pela empresa no nosso território. Ambiciono que os meus colegas atinjam os seus objetivos. Só tinha esperança na reabertura da nossa loja se acontecesse a reversão dos CTT para uma empresa pública, se tal não acontecer não acredito, até pelo silêncio do próprio Governo que sobre isto diz nada ou quase nada”.
Sindicatos também são contra encerramentos
Para os sindicatos do setor esta é também uma situação que os preocupa, não só pela perda de serviços mas também pelo futuro incerto dos funcionários que ali trabalham. “Encerrar uma estação dos CTT neste território tem dois problemas: o primeiro são as populações que até aceitam ir ao posto fazer algumas coisas, tudo o que não possam fazer lá têm que se deslocar 10, 15, 20 quilómetros com todos os constrangimentos existentes desde a orografia do terreno, à falta de transportes públicos e a idade das populações. Outro problema é a falta de confidencialidade que o serviço praticado nestes postos não pode garantir, sejam eles públicos ou privados. OS CTT são uma empresa privada que prestam um serviço público mas isto é a realidade até 2020 mas nós sabemos que o que interessa aos acionistas é o banco e o correio expresso porque é aquilo que dá dinheiro. Apesar da quebra nas cartas o serviço de correio está a aumentar a sua receita através das encomendas e do serviço expresso e isso está já a financiar o banco CTT. A nossa preocupação são os funcionários mas se não houver serviço não há espaço para esses funcionários, daí nos batermos firmemente nesta luta de manutenção das estações. Com o seu encerramento os funcionários ou são deslocados ou são despedidos e nenhuma dessas soluções nos agrada, por isso quando nos batemos pelo serviço estamos a fazê-lo a pensar nos funcionários” afirma Vítor Narciso do SNTCT. Já José Arsénio do SINDETELCO alerta para os perigos da perca de um serviço de proximidade em prejuízo das populações, apontando como solução a reversão da privatização. “O que nos preocupa é não ter correios de proximidade, estamos a falar de um serviço público que se quer de proximidade. Não nos revemos que o serviço universal postal seja passado para privados porque não há a garantia do sigilo profissional. Temos tentado, junto dos partidos com acento na Assembleia da República, mostrar o nosso ponto de vista e temos exigido ao Governo a manutenção deste serviço público em condições. O melhor para o país seria a reversão da privatização mas tinha que ser a empresa na sua totalidade, não apenas o setor postal. Existe um contrato de concessão que não está a ser cumprido, aliás, o contrato tem alguns lapsos que permitem este tipo de situações pois não são claras no documento. O que está em causa é o cumprimento das di-
> Populares assinaram missiva que foi enviada à administração dos CTT
retivas europeias que não estão a ser cumpridas. Essas diretivas dizem que a distribuição deve ser feita em 5 dias e mesmo isso não está a ser cumprido fora dos grandes centros. Hoje, quando se envia uma carta de correio azul já não há a garantia que ela chegue ao destino em 48 horas”.
Administração dos CTT as acusações
Em resposta às questões colocadas pelo VivaDouro, a administração dos CTT refutaram as acusações de autarcas e populações que afirmar que a empresa tem uma visão demasiado economicista deste serviço, esquecendo-se de olhar para o território e as diferenças que o compõem. “Os CTT asseguram em permanência, enquanto concessionários do Serviço Postal Universal, os padrões de qualidade de serviço e cobertura de rede previstos na Lei e no Contrato de Concessão, seja através das suas lojas ou dos postos. Os CTT podem ainda garantir que estão em contacto permanente com os seus parceiros, cujos funcionários têm formação específica para atuar no setor postal, afastando assim qualquer dúvida que possa existir relativamente à privacidade e confidencialidade dos clientes. Apesar da atividade tradicional de correio ainda representar uma parte relevante da atividade, a estratégia definida, e que está a ser implementada há vários anos, passa pela diversificação do negócio, através do Expresso & Encomendas e do Banco CTT. No entanto, esta aposta na diversificação do negócio não significa que os CTT estejam a descurar a atividade tradicional de correio e a prestação do Serviço Postal Universal, cujos padrões de qualidade de serviço e cobertura de rede os CTT asseguram, cumprindo os indicadores de qualidade definidos pela ANACOM. Ainda no passado dia 18 de outubro os CTT anunciaram o Plano de Modernização e Investimento (PMI), que irá implicar um investimento de 40 milhões de euros. O PMI estará em curso nos pró-
ximos dois anos e visa a melhoria da eficiência e qualidade de serviço do negócio postal, assegurando o Serviço Postal Universal num quadro de quebra forte e continuada dos volumes de correspondência. Os CTT podem garantir que mantêm a proximidade às populações e que cumprem os objetivos de densidade da rede postal previstos no contrato de concessão do serviço postal universal, nomeadamente através de pelo menos um estabelecimento postal, ou seja através de uma Loja CTT ou de um Posto de Correios, o que se verifica em cada um de todos os 308 concelhos do nosso país. As soluções encontradas visam proporcionar sempre uma melhor qualidade global nos serviços que os CTT prestam, assegurando a prestação do serviço público e ainda o pagamento de prestações sociais, a entrega de objetos avisados e o pagamento de faturas, muitas vezes com vantagens de conveniência devido a horários mais alargados e convenientes para as populações. A rede de retalho mantém uma forte capilaridade e proximidade com as populações e, através da associação a parceiros, esta rede contribui para o desenvolvimento da economia local”. Questionada sobre o possível encerramento de mais lojas para além das já referenciadas, a administração dos CTT não dá uma resposta concreta, afirmando que a empresa avalia permanentemente a rede de retalho. “A empresa está em permanente avaliação da rede de retalho, pelo que não existe um plano fechado relativo a substituições. Esperamos ter esta fase do processo concluída até ao final do ano, podendo em 2019 e 2020 existir substituições pontuais em casos que consideremos mais vantajoso ter um posto de correio. Temos hoje 2392 Pontos CTT, por onde passam mais de 100 mil clientes por dia, estando as aberturas a ocorrer a maior ritmo do que a desativação de lojas. Desde 2014, ano da privatização, que temos mais 75 pontos de acesso às populações”. ■
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 19
Lagar de azeite Agrifiba, em Vila Real, aposta na tecnologia para produção de azeites de excelência
FOTO: DR
O Lagar, instalado no Regia Douro Park, está a funcionar em pleno, com capacidade para transformação diária de 76 toneladas. De acordo com o responsável, Ivo Borges “este ano a equipa está mais bem preparada para rentabilizar a tecnologia implementada”. Ivo Borges apresenta a Agrifiba aos olivicultores como o lagar mais bem preparado no concelho de Vila Real e na região, para garantir a produção de azeites de muita qualidade - “se compararmos ao que existia, basta fazer uma visita ao nosso espaço e desde logo dá para perceber que deve ser o escolhido”- até porque - “oferecemos condições que mais nenhum oferece, somos um lagar moderno, novo, temos maquinaria de última geração e respeitamos todas as normas de higiene e segurança exigidas por lei”. Questionado sobre o sector na região, o responsável da Agrifiba reconhece um crescimento substancial, também pelo aumento da plantação de oliveiras e sublinha que “se, há algum tempo atrás, as oliveiras existiam apenas para delimitar terrenos, hoje já se olha para a azeitona com outros olhos, as quintas que só viam o vinho, já perceberam que o azeite é um produto rentável”. Facto
esse que tem levado até ao aumento do preço do produto alimentar - “ hoje vemos garrafas de azeites da região, de meio litro, a serem vendidas a 16 e 20 euros”- sublinhou Ivo Borges. A Agrifiba, é a única que faz produção de azeites a frio na região, já tem 500 produtores inscritos, mas acredita que vai dobrar este número, até porque houve investimento, que totaliza já 1,2 milhões, e dispõe de mais capacidade para guardar azeite. Neste momento, a grande aposta é na internacionalização, com a conquista de novos canais de distribuição do produto nos mercados de Angola, Canadá, Espanha e França. No ano passado o país e também a região do Douro registaram o melhor ano de sempre na produção de azeite. Para Agrifiba, 2017 foi mesmo um ano especial, uma vez que, foi o inicio da produção deste lagar e conquistou uma medalha de ouro no Concurso Nacional dos Azeites de Portugal, com azeites próprios da marca Casa Afonso Borges. Também um cliente da Agrifiba foi agraciado com medalha de ouro em Nova Iorque, com azeite transformado naquele lagar. ■
FOTO: DR
A campanha da Azeitona 2018 arrancou há pouco mais de uma semana, e a Agrifiba, que está apenas no segundo ano de produção, tem as melhores expectativas possíveis.
Vila Real
20 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Vários Concelhos
Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
Todos juntos, somos mais fortes! Revoltemo-nos, estão a faltar ao respeito dos nossos mais velhos!
O DOURO SUL UNIDO para não deixar ninguém para trás! Se não cuidarmos dos nossos mais velhos um dia alguém se esquecerá de nós também!
A Grande Rota do Douro Internacional e Vinhateiro tem uma extensão de cerca de 200 quilómetros ao longo dos quais os visitantes atravessam seis concelhos rodeados por paisagens únicas entre a aridez das Arribas do Douro e o desenho dos socalcos do Douro Vinhateiro. Esta nova rota, que está agora concluída, será conhecida como GR36 e, ao longo da sua extensão, atravessa os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa. "O canal da Grande Rota está complexamente concluído, faltando apenas a homologação das entidades competentes, tais como a Federação Nacional de Pedestrianismo. São cerca de 200 quilómetros de pura beleza natural ", disse Nuno Gonçalves, presidente da Associação de Municípios do Douro Superior (AMDS). Para o também autarca de Torre de Moncorvo, este percurso será “um ponto marcante e um ponto-chave para o turismo e aos projetos associados que permitirão a descoberta de um território único ao longo do rio Douro". "Temos dois tipos de paisagem: a mais natural e agreste do Douro Internacional e outra já traba-
lhada pela ação do homem, como são os socalcos do Douro Vinhateiro, onde são produzidos alguns dos melhores vinhos do Mundo", reforçou Nuno Gonçalves. Na opinião dos promotores da Grande Rota, este poderá ser o primeiro de uma série de projetos ligados ao património material e imaterial da região, onde irão entroncar um conjunto de outras pequenas rotas turísticas concelhias, já em fase avançada de criação e sinalização. "A ideia passa por levar a cabo projetos de cooperação intermunicipal, através de uma rota turística e cultural que vai abranger uma extensão de 200 quilómetros ao longo do território de cinco concelhos, ficando a figurar como umas das maiores rotas turísticas em Portugal", disse o responsável pela AMDS, entidade que a quem cabe a gestão do projeto. Quem percorrer esta Grande Rota, no sentido norte-sul, começará por apreciar as paisagens planálticas dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada a Cinta situados a uma altitude que ronda os 700 metros, para depois descer até bem próximo do Rio Douro onde irá desfrutar das tranquilas e imponentes paisagens desenhadas pelos vinhedos que tornam esta região única no mundo. Nos territórios abrangidos por esta Grande Rota habitam ainda espécies únicas, animais e vegetais, algumas delas em vias de extinção e que importa preservar. O investimento neste projeto rondou os 350 mil euros, provenientes de fundos comunitários. ■ FOTO: DR
Com as louváveis iniciativas realizadas em Tabuaço e em S. João da Pesqueira e a tomada de posição da CIM Douro, a propósito do encerramento de estações dos CTT, fica claro que quando queremos somos unidos e lutamos juntos. Cidadãos e Autarcas dão as mãos para atacar de frente o problema. Sei que daqui para a frente quem se meter connosco deverá contar com atitudes firmes e sem contemplações! Há serviços que são elementares para o normal funcionamento das comunidades. Independentemente do resultado económico desses serviços não será nunca aceitável que deixem de estar ao dispor dos cidadãos. É um erro grave desvalorizar o peso das mais valias intangíveis de serviços ou outras ações humanas. Sentimentos como o da segurança e o da confiança não são de desprezar nas vivências humanas. A marca CTT é uma marca nacional que deveria ser preservada mantendo-se os serviços locais com a identidade inalterada. Os cidadãos destes territórios, em particular os mais velhos, a esta marca associam os já referidos sentimentos de segurança e confiança. Ao descaracterizarmos estes e outros serviços de interesse público estamos, cada vez mais, a matar o interior de Portugal e a colocar em causa a qualidade de vida destes cidadãos concretos. Quem não respeita os nossos mais velhos não respeita nenhum de nós! Temos a obrigação de os defender e de os ajudar a preservarem a sua qualidade de vida. Revoltemo-nos por isto. Neste tempo do digital, para os mais letrados, pouco significado terá. Mas para nós tem, porque não respeita os que amamos muito. Revoltemo-nos também pela exclusão dos nossos mais velhos do direito a cuidados de saúde adequados. São muitos os nossos mais velhos que estão desamparados e a sofrer em silêncio. É violenta a forma como são afastados do direito à dignidade quando são Excluídos do acesso a Unidades de Cuidados Continuados. Imagine-se, muitas vezes pelo facto de não terem dinheiro. Outras vezes pela frieza desumana dos “critérios”. São impedidos, muitos deles, de recuperarem qualidade de vida desinvestindo-se nos cuidados destes seres humanos. Uma vergonha a falta de cuidados em casa que noutras regiões já são de grande sofisticação. Aqui só em Tarouca e Moimenta da Beira existe essa oferta. Ficarei desiludido com muita gente se a próxima ação de revolta não tiver a ver com a FALTA de UNIDADES de CUIDADOS EM CASA! E, POR SOLUÇÕES ADEQUADAS PARA O HOSPITAL DE LAMEGO!
GR36: 200 quilómetros entre o Douro Internacional e o Douro Vinhateiro
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Vila Real
Produto inovador reduz necessidade de regas na agricultura
Desde a sua criação em 1999 que a Alto Fuste trabalha no setor agrícola, com o passar dos anos novos desafios foram surgindo e a empresa foi procurando soluções para satisfazer as necessidades dos seus clientes. Em Portugal são os únicos representantes do “Terra Cottem”, um produto que “funciona como se fosse uma bateria, no fundo a bateria acumula eletricidade, o “Terra Cottem” acumula água”, afirma Jorge Fel-
gueiras, sócio da empresa. “O produto é colocado na zona da raiz da planta, ao absorver a água, proveniente da chuva ou da rega, o granulado ganha um aspeto gelatinoso. As raízes da planta depois procuram os granulados e “bebem” a água a partir deles à medida que têm necessidade. Tem também alguns indutores de enraizamento e um adubo “starter” para ajudar a planta a fortalecer no primeiro ano ajudando a que o desenvolvimento seja muito melhor. A capacidade de absorção de cada pedra do granulado é cerca de 200 vezes o seu peso. Outra mais valia é que tem uma durabilidade de 10 anos, mantém esta função de “bateria” ao longo desse tempo. Pensando nas culturas típicas da nossa região, vinha, oliveiras, castanheiros, etc, esses primeiros anos da planta são fundamentais para o seu desenvolvimento”, explica o empresário. Alguns dos agricultores mostram ainda alguma renitência ao uso de produtos deste género contudo, os clientes que o “Terra Cottem” já tem mostram bastante satisfação com os resultados apresentados. “Os estudos feitos até ao momento mostram
que a aplicação deste produto diminui cerca de 50%, chegando mesmo aos 75% em alguns casos, a necessidade de regas”. Sendo um produto pensado para estar junto da raiz da planta, a sua aplicação é mais fácil durante a plantação, contudo, o mesmo pode ser aplicado em plantas instaladas. “Pode ser usado em culturas já instaladas, contudo, fica mais dispendioso porque requer mais tempo de mão de obra pois têm de ser feitos quatro buracos em torno da planta e aplicar o produto junto da sua raiz. Só o decréscimo do número de plantas mortas numa plantação, com este produto, já cobre o investimento”. Por agora o produto é apenas comercializado de forma direta pela Alto Fuste de forma a evitar uma má aplicação que consequentemente não produzirá os efeitos desejados. “Fazemos a venda direta porque não queremos correr o risco que seja mal aplicado. Um produto pode ser excelente mas se for mal aplicado pode não fazer efeito e é isso que queremos evitar. Já tivemos uma pessoa que chegou aqui a dizer que o produto não tenha funcionado no seu terreno, quando perguntamos como aplicou disse-nos que o tinha espalhado no rel-
vado. Ora, estando fora do alcance das raízes o produto não tem qualquer efeito. Por isso é que também ainda não fazemos venda ao público geral, sentimos necessidade de dar alguma formação a quem o aplica”. Em Espanha a aplicação de produtos desta gama é já obrigatória para os novos projetos florestais, uma realidade que Jorge Felgueiras não acredita que se reproduza em Portugal até porque, segundo afirma, “o investimento que fazemos na floresta é ainda muito reduzido”. ■ FOTO: DR
As crescentes preocupações ecológicas com o gasto abusivo de água e a procura de soluções que ajudem à rentabilização do negócio têm sido preocupações do setor agrícola. Em Vila Real, a Alto Fuste apresenta um produto que afirma diminuir a necessidade de rega em cerca de 50%.
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22 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Armamar
Maçã de Montanha deu mote para a festa em FOTO: DR
A Festa da Maçã é já um evento que faz parte do cartaz da região do Douro. Todos os anos pela altura da colheita deste fruto a autarquia celebra a sua importância no concelho, num fim de semana repleto de atividades. Texto e Fotos: Carlos Almeida
O VivaDouro foi até à Capital da Maçã de Montanha e conversou com o autarca João Paulo Fonseca sobre o evento e a sua importância para a economia local. Qual o balanço que faz da edição deste ano da Festa da Maçã? A feira foi um enorme sucesso, quer em número de expositores, que aumentou relativamente ao ano passado, quer em número de visitantes que também cresceu exponencialmente, um crescimento que até a nós nos surpreendeu. O feedback que recebemos dos expositores, foi bastante positivo e é para
> Corte de fita inaugura Festa da Maçã
eles que este evento é organizado, para que possam promover os produtos locais e o nosso concelho. Este ano a TVI marcou presença no evento, considera esta, uma aposta ganha? A aposta na TVI foi ganha por FOTO: DR
> João Paulo Fonseca e secretário de Estado em visita aos expositores
dois motivos. O primeiro pela animação que traz com seis horas de transmissão e diversos artistas em palco e que acaba por atrair também muitos visitantes e em segundo pela projeção que nos dá. Desta edição da Feira da Maçã, que momento gostaria de destacar? Este ano a novidade foi a prova de triatlo que contou para o campeonato nacional, um evento que trouxe também muita gente ao nosso concelho o que é sempre positivo. Por ser o primeiro ano que ela se organizou destaco como o momento deste ano. Numa vertente mais económica destaco o negócio que foi possível fazer na feira. Durante os três dias foram vendidas cerca de 20 toneladas de maçã, um acréscimo de 12 toneladas relativamente ao ano passado em que se venderam cerca de 8 toneladas. E um aspeto menos positivo do evento, consegue destacar? O lado menos positivo do evento acaba por estar ligado a um ponto muito positivo, o elevado número de visitantes que acorreram a Armamar durante este fim de semana. Essa afluência causou-nos alguns constrangimentos na organização,
não só nossa mas dos diversos negócios que aqui existem, só para se ter uma ideia, a certa altura havia padarias que já nem pão tinham para vender. Mas é um ponto negativo que está muito ligado a um positivo, por isso o desafio agora é que nos preparemos melhor para as próximas edições. Que razão encontra para o sucesso deste certame? A promoção que temos feito da feira ao longo destes cinco anos começa a dar frutos e o evento começa a ser uma referência, não só na região mas fora dela também. Como vê a colheita deste ano? Houve alguma quebra na produção? A qualidade da nossa maçã já é de topo, contudo, em termos de quantidade houve aqui uma quebra, em especial devido à intempérie de 29 de junho que destruiu uma parte significativa da produção. Contudo, o trabalho árduo dos nossos agricultores fez com que essa quebra não fosse tão acentuada, atingindo apenas cerca de 30%, como chegamos a temer mas o fruto perdeu alguma beleza, havia muito fruto picado pelo granizo o que acaba por lhes retirar valor de mercado. ■
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 23
Armamar
Armamar FOTO: DR
Joana Martins, João Santos Casa da Horta
FOTO: DR
A região tem muito para dar e o facto de estarmos no interior às vezes fica mais difícil darmo-nos a conhecer, por isso é importante que estes pequenos negócios se juntem em torno de um evento destes para que se possam promover. Nota-se mais gente este ano, em especial mais turistas, não só nacionais mas estrangeiros também, já passaram por aqui franceses, ingleses e chineses, por exemplo. A maçã tem imensas potencialidades, a nossa compota de maçã, por exemplo, tem quatro qualidades diferentes deste fruto e depois aproveitamos as cascas para fazer uma geleia, ou seja, aproveitamos o fruto para diferentes resultados
José Osório AFA FOTO: DR
Há menos quantidade por causa das duas intempéries com granizo que tivemos mas isso não nos fez baixar os braços e mesmo com essas dificuldades estamos num bom momento, só é preciso que as pessoas consumam a maçã apesar do aspeto que tem, está um bocado tocada, com pequenas manchas mas o sabor é o mesmo de sempre. É importante estar aquipara dar a conhecer as potencialidades da região, não só na maçã mas em outros produtos como a castanha ou o vinho, para fomentar o desenvolvimento agrícola e para potenciar o turismo no nosso concelho.
Rosalina Paiva Frutipaiva Está a correr muito bem, temos tido mais gente que no ano passado. Este ano temos uma quebra muito grande, muito por causa do granizo que caiu este ano que acabou por estragar bastante a produção, contudo a qualidade mantém-se muito boa. Esta maçã de montanha tem um sabor único que as pessoas gostam imenso.
24 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Armamar
Jornadas Sociais de Armamar discutem património humano
> João Paulo Fonseca a presidir as Jornadas Sociais FOTO: DR
O encontro contou com a presença do Presidente da Autarquia, João Paulo Fonseca e de Márcia Martins, diretora do Centro Distrital de Viseu do Instituto de Segurança Social. Num dia de comunicações e trabalhos distribuídos por dois painéis abordaram-se problemáticas em torno do “Património Humano: Utente, Família e Profissionais”, como: a ética e a deontologia profissional nos cuidados de alimentação e hidratação; coaching para cuidadores; a Lei do maior acompanhado; reflexões e práticas sobre o ato de cuidar e; a influência da demência no seio familiar. As Jornadas Sociais, integradas no plano anual de ação da Rede Social em articulação com a Autarquia, foram este ano organizadas pela Associação Social, Desportiva e Recreativa de Arícera e Santa Casa da Misericórdia de Armamar. ■
FOTO: DR
A 8ª edição das Jornadas Sociais de Armamar decorreu esta sexta-feira, dia 16, no salão nobre da Câmara Municipal.
Armamar entre os finalistas do Prémio Município do Ano 2018
A quinta edição contou com 56 candidaturas e os nomeados foram distribuídos por nove categorias e o grande prémio final. Segundo Cláudia Damião, Vereadora da Autarquia Armamarense “escolhemos o projeto Espaço Escoras por se enquadrar em pleno nos objetivos da candidatura: tem um impacto assinalável no concelho de Armamar, um território de baixa densidade onde é
difícil o acesso a respostas ao nível da inclusão de indivíduos em situação de incapacidade ou dependência; é o resultado de uma parceria ativa com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Armamar. Este é um projeto sustentável na medida em que permitiu adquirir mais produtos e ampliar a capacidade de resposta e o número de benificiários.” O Prémio Município do Ano é uma organização da Universidade do Minho, através da plataforma UM-Cidades, e do Município de Guimarães. O concurso tem os objetivos de: reconhecer boas práticas em projetos dos municípios que tenham impacto económico ou social e que promovam o crescimento, a inclusão e a sustentabilidade; a promoção do desenvolvimento integrado do território assente nas dinâmicas locais e dar visibilidade aos territórios de baixa densidade. ■
FOTO: DR
Armamar esteve entre os 35 finalistas à conquista do Prémio Município do Ano 2018. A cerimónia de entrega dos Prémios teve lugar no passado dia 16 de novembro, no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães.
> Município de Armamar
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 25
Mesão Frio
Zona industrial de Mesão Frio vai crescer A Câmara Municipal de Mesão Frio, efetuou uma escritura pública de compra e venda com os proprietários de um terreno situado no Lugar do Cabrial, com vista ao alargamento da zona industrial. O ato jurídico que estabelece a compra do prédio rústico, com uma área de mais de três hectares, vem possibilitar o prolongamento da zona industrial de Mesão Frio. A sua aquisição teve um custo total de 100 mil euros. A expansão da atual zona industrial de Mesão Frio compreende as infraestruturas necessárias à criação de vários lotes, com a construção de arruamentos, redes públicas de eletricidade, iluminação pública, média tensão, telecomunicações, gás, abastecimento de água, drenagem de
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águas residuais e pluviais, rede de recolha de resíduos sólidos urbanos, entre outros trabalhos que garantam a funcionalidade do conjunto. “O nosso objetivo é capacitar e melhorar as condições de instalação de empresas, estimular o comércio local e potenciar economias de aglomeração e de rede, com impacto na competitividade das pequenas e médias empresas. Este projeto dará primazia à regeneração industrial, enquanto polo de atratividade económica, social e turística. Com o ordenamento territorial, juntaremos, na mesma zona várias empresas, evitando o conflito com zonas residenciais e, consequentemente, melhoraremos o ambiente urbano, ao reduzir as poluições atmosférica e sonora”, afirma o autarca Alberto Pereira. Este foi mais um passo dado pelo executivo municipal, numa preocupação constante de melhorar as condições e os acessos, para atrair investidores e fixar as empresas do concelho. ■
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26 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Vila Real
245 Mil euros para melhorar consulta externa
Tiago Nogueira Jornalista / licenciado em psicologia
Ativaram o “modo avião” em Milão FOTO:DR
Milão presenteia-nos com o Duomo, o Teatro Scala, a moda e o “velhinho” Giuseppe Meazza. É, também, um paraíso de pizzas e massas. Mas os jogadores da seleção portuguesa talvez tenham abusado nas doses. É que no jogo frente à formação italiana entraram a dormir, literalmente. Ligaram o “modo avião” e defenderam. Zero. Zero remates à baliza na primeira parte. Cerca de 30% de posse de bola. 45 minutos de sentido único. É verdade que o empate chegava para nos colocar na final four da primeira edição da Liga das Nações, que, por sinal, se irá disputar em terras lusitanas, nas cidades do Porto e Guimarães. Mas não exageremos. Valeu Rui Patrício, considerado o segundo melhor reforço da época na Premier League. Ainda alguém tem dúvidas do quão precioso é este guardião?! Todavia, a segunda parte foi ligeiramente diferente. Sobretudo a partir dos 70 minutos. Os jogadores transalpinos acusaram o natural desgaste de, até então, uma prestação soberba e Portugal carregou. João Mário, que vai encantando os adeptos “nerazzurri” naquele mesmo estádio, e William Carvalho, que vinha de um passeio de classe em pleno Camp Nou, estiveram muito perto do golo que daria a vitória (injusta!) à seleção nacional. Com as balizas invioláveis no final dos 90 minutos, houve divisão de pontos e, desta forma, fizemos apenas escala diante da Polónia, já com o apuramento no porão. De realçar que Inglaterra, Suíça e Holanda completam o quadro da final four da Liga das Nações, que se realizará entre os dias 5 e 9 de junho do próximo ano. A despromoção da Alemanha à segunda divisão é, também, notícia e a prova de que existem nomes que não se substituem do dia para a noite. Joachim Löw tem uma tarefa hercúlea no horizonte. Ou será que já existe um nome na calha para a sucessão?! Em forma de contraste, o ténis germânico está de parabéns. Alexander Zverev, com apenas 21 anos, conquistou as ATP World Tour Finals e vai ascender ao quarto lugar da hierarquia mundial. Na grande final, teve pela frente nada mais, nada menos do que o número um do mundo, Novak Djokovic. O tenista sérvio atingiu a final desta prova pela sétima vez na sua carreira. Mas desta feita foi surpreendido por um irreverente e inspirado “Sascha” Zverev. Os parciais de 6-4 e 6-3, coroados com um match-point divinal – um passing shot de esquerda a duas mãos – marcaram, para sempre, o nome do jovem alemão nesta competição de elite da modalidade.
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) vai aplicar 245 mil euros para “aperfeiçoar” a área da consulta externa que “há muito necessitava de uma intervenção urgente”. Numa nota enviada à comunicação social, o CHTMAD afirma que “este projeto de intervenção, que visa simplificar o acesso dos utentes aos serviços da consulta externa, com um plano estruturado e estrategicamente definido, pretende conferir uma conduta de melhoria contínua dos cuidados de saúde prestados à população. Desta forma, será possível, através de um estudo rigoroso, a identificação das lacunas existentes, bem como a definição de novos procedimentos que possam, efetivamente, acrescentar valor no que diz respeito ao desempenho da con-
sulta externa nesta Instituição Hospitalar”. A concretização deste projeto terá diferentes etapas e inclui a “reorganização de processos, a revisão dos fluxos de utentes e profissionais, a reestruturação dos espaços físicos, o desenvolvimento de novas normas e procedimentos, a definição de novos padrões culturais e comunicacionais, a implementação de novos hábitos para fomentar a eliminação de desperdício e a rentabilização de recursos”. Segundo a mesma nota, “o Conselho de Administração do CHTMAD acredita que com esta aprovação e com este investimento, contribuir-se-á para uma maior organização, segurança e humanização dos cuidados de saúde, tendo sempre como foco principal o utente e seus profissionais”. O projeto resulta de uma candidatura ao Fundo Social Europeu (COMPETE 2020), à operação designada por SATDAP - Capacitação da Administração Pública, e conta com uma comparticipação de 85%. ■
Túnel do Marão sem veículo de assistência adequado em caso de acidente Continua a polémica sobre as questões de segurança e socorro no Túnel do Marão. Seis meses depois de ter sido criado um Plano de Prevenção e da revisão do Plano Prévio de Intervenção, pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), e do Plano de Emergência Interno, pela Infraestruturas de Portugal (IP), continua a polémica sobre as questões de segurança e socorro no Túnel do Marão. Em declarações ao VivaDouro, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Real acusa a IP de não cumprir o que está estipulado no contrato e denuncia a falta de um veiculo de assistência adequado para intervir em caso de acidente no interior da infraestrutura. "É um carro que leva água, produtos químicos, que pode funcionar com pouca visibilidade", explica Rui Santos. O autarca lamenta que a situação se mantenha desde que o túnel foi inaugurado e acusa a IP de faltar ao prometido: "É um investimento caro, que ultrapassa
meio milhão de euros mas que foi contratualizado e prometido e que nós esperamos ansiosamente." Em caso de acidente, atualmente a única opção é recorrer aos carros das corporações de bombeiros de Vila Real e de Amarante, que estão alternadamente em permanência no túnel. Rui Santos lembra, ainda assim, que estes carros têm pouca capacidade de armazenamento de agua: "O carro tem sido substituído por um carro de bombeiros de Vila Real e outro de Amarante, mas aquele que é adequado ainda não chegou." Um incêndio num autocarro de passageiros, em junho de 2017, levantou várias questões sobre a demora na assistência em caso de acidente. O episódio levou à criação do referido plano de prevenção e à revisão dos planos de emergência e intervenção mas a polémica sobre as questões de segurança e socorro no interior da infraestrutura parece estar longe do fim. O Túnel do Marão, que liga Amarante a Vila Real, abriu em maio de 2016 e tem duas galerias gémeas, cada uma com duas faixas de rodagem e com um comprimento de 5665 metros. ■
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Seminário 24 DE NOVEMBRO DE 2018 – S. JOÃO DA PESQUEIRA Museu do Vinho – S. João da Pesqueira (41º 08' 50.4' N 7º 24' 31.5' W) A Sociedade Civil, a Economia Social e as Instituições na Valorização do Interior
PROGRAMA
Apoio:
14h00 –
Receção e entrega de documentação
14h30 –
SESSÃO DE ABERTURA Dr. Manuel Cordeiro - Presidente da C. M. S. João da Pesqueira Representante da UTAD Dr. Eduardo Graça – Presidente da CASES (Cooperativa António Sérgio para a Economia Social) Prof. Doutor J. Borges Gouveia – Presidente Associação Portuguesa de Management Dr. Fernando Reis – Presidente DRN APM A. Silva Fernandes – Presidente Associação dos Amigos de Pereiros
15h00 –
A Sociedade Civil, e Economia Social e as Instituições na Valorização do Interior O Voluntariado e a Economia Social - A. Silva Fernandes – Presidente da Associação dos Amigos de Pereiros A Confederação da Economia Social – Dr. Eduardo Graça - Presidente da CASES A Casa da Economia Social - Dr. João Leite – Chefe do Departamento de Relações Institucionais, Estudos e Prospetiva - CASES
CÂMARA MUNICIPAL DE S. JOÃO DA PESQUEIRA UTAD VIDA ECONÓMICA CAPITAL DOURO VIVA DOURO COOPERATIVA AGRÍCOLA
DO TÁVORA
Debate
Organização:
Moderador: Miguel Almeida - VivaDouro
COOPERATIVA AGRÍCOLA
16h00 –
Café
16h15 -
A Sociedade Civil, a Economia Social e as Instituições na Valorização do Interior Dr. José Pinto – Presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Dr. Altamiro Claro – Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Valpaços Dr. Virgílio Lopes – Presidente Caixa de Crédito Agrícola de S. João da Pesqueira Pe. Ponciano Batista dos Santos – Centro Social e Paroquial de Freixo de Numão Eng.º Luís Almeida – Presidente da Associação Vale d’Ouro
DE CASTANHEIRO DO SUL COOPERATIVA AGRÍCOLA
DE PENELA DA BEIRA
COOPERATIVA AGRÍCOLA
DE SÃO JOÃO DA PESQUEIRA APM – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MANAGEMENT ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PEREIROS
Moderadora: Dr.ª Teresa Silveira - Vida Económica 17h00 – SESSÃO DE ENCERRAMENTO APRESENTAÇÃO DA CARTA DE COMPROMISSO DA CASA DA ECONOMIA SOCIAL Eng.º João Paulo Catarino – Secretário de Estado da Valorização do Interior * Dr. Eduardo Graça - Presidente da CASES Dr. Manuel Cordeiro - Presidente da C. M. S. João da Pesqueira Prof. Doutor Borges Gouveia - Presidente da APM Dr. Fernando Reis - Presidente DRN APM A. Silva Fernandes – Associação dos Amigos de Pereiros
* A confirmar
INSCRIÇÕES GRATUITAS MAS OBRIGATÓRIAS: Associação Portuguesa de Management apmdrn@mail.telepac.pt / direcao.apm@gmail.com
ORGANIZAÇÃO
APOIOS
PATROCÍNIOS
28 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Vários Concelhos
Murça abre concurso para ampliação de zona industrial
Trabalhos de prevenção e valorização florestal continuam em Murça
A câmara Municipal de Murça abriu um concurso com vista à execução de obras de expansão da zona industrial em terrenos pertencentes à autarquia.
De acordo com o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), o Município de Murça está a realizar ações de prevenção estrutural, para criar condições propícias para a redução progressiva dos incêndios florestais.
A ampliação da zona industrial era já um desejo antigo da autarquia que tem por objetivo criar condições para a instalação de mais empresas no concelho de Murça. Para Mário Artur Lopes, presidente da Câmara Municipal esta era uma situação que queria resolver desde o primeiro dia do seu mandato, que tem sido direcionado para a gestão e organização do concelho, de modo a dar uma resposta rápida e eficaz às várias necessidades identificadas. “Não podemos ambicionar o desenvolvimento deste concelho se não garantirmos as melhores condições para que a atividade económica se desenvolva e
prospere. Acredito fortemente que, com esta obra, teremos empresas a procurar expandir-se e outras a instalar-se”, afirmou o autarca à comunicação social. Para o executivo municipal esta é uma obra de extrema importância, em especial por considerar que, ao longo dos últimos anos, o espaço existente para a implantação de indústrias e de armazéns “ficou seriamente comprometida”, passando agora a ter forma de “dar resposta aos pedidos de instalação de novas unidades”. A expansão da Zona Industrial, cujo concurso já se encontra publicado em Diário da República, engloba diversas áreas de intervenção, tais como terraplanagens, pavimentos, redes de abastecimento de águas, combate a incêndios e drenagem de águas pluviais e residenciais. Paralelamente, estão a ser revistos aspetos que permitam uma diminuição da burocracia e alteração dos preços dos lotes por forma a tornar o investimento ainda mais interessante de se realizar. ■
Num processo liderado pela Câmara Municipal de Murça e que envolveu outras entidades como a Associação Florestal do Vale do Douro Norte, Conselhos Diretivos de Baldios, Juntas de Freguesia e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, foi feita uma avaliação das Freguesias que necessitam de uma intervenção prioritária. O Plano Municipal aponta ações concretas e persistentes numa política de aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão de risco e no desenvolvimento de sistemas de gestão e de ligação às estruturas de prevenção, deteção e combate aos
incêndios, contemplando ações em três domínios prioritários: prevenção estrutural, vigilância e combate. De forma a cumprir as metas objetivadas no Plano Municipal, a Câmara Municipal de Murça encontra-se a desenvolver diversas iniciativas incluídas na primeira fase deste programa, tais como a abertura de caminhos estratégicos, a fim de facilitar um melhor acesso e encurtar o tempo de resposta, a beneficiação de caminhos existentes, a criação de uma zona de aterragem de meios aéreos num local estratégico, fundamental para maximizar o tempo de atuação das equipas de intervenção e a abertura de pontos de água. Com a execução destes trabalhos, pretende-se reduzir o risco de incêndios, através da criação de pontos de ancoragem, facilitar o acesso aos locais, disponibilizar caminhos de fuga aos Bombeiros e à população, mas sobretudo reduzir gradualmente o tempo de resposta na primeira intervenção. Estão a ser intervencionadas áreas, essencialmente áreas baldias, nas Freguesias de Jou, Valongo de Milhais e de Murça, estando previstas ações em outras áreas do território, nomeadamente na Terra Fria, nas Freguesias de Carva Vilares e Fiolhoso. ■
Água perdida e não faturada preocupa ambientalistas
Para muito especialistas, isso acontece porque os portugueses ainda não sentiram a real dimensão do problema, muito por responsabilidade do abastecimento às habitações que, com mais ou menos esforço, ainda não sofreu um corte significativo. Contudo, segundo o “Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal”, relativo ao ano de 2016, da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), muito do desperdício de água não se faz dentro da casa de cada um mas sim até ela chegar às nossas torneiras. De acordo com o documento, a média das “perdas reais de água”, como são denominadas, se fixa, por dia e por ramal,
nos 126 litros, o que equivale à quantidade que se gasta num duche prolongado. No relatório, uma das falhas apontadas como estando na origem destas perdas, estão as tubagens que estão velhas e a precisar de renovação, há muitos litros que se perdem e que não são aproveitados para nenhuma atividade. “É uma rede que já tem alguns anos e que está a ser intervencionada em alguns pontos, mas não em número suficiente. Sabendo que o ano passado foi de seca extrema e que as perspetivas quanto às alterações climáticas não são animadoras, todas as perdas que possam existir são de lamentar”, assinala Carmen Lima, da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, que avisa ainda que “a quantidade de água potável que existe em todo o planeta é 2%. Dessa percentagem, apenas 1% está verdadeiramente disponível, porque o restante está congelado. Temos uma quantidade muito reduzida de água potável para consumo humano”. Para Carla Graça, especialista em recursos hídricos da Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, estas perdas têm ainda outra agravante, a perda de recursos financeiros, não só pela água que não é faturada mas porque muita da que se perde já foi tratada.
“A água perdida já foi tratada e tem já a máxima qualidade possível. E isso representa custos até para os próprios serviços, porque a água não é cobrada. E de um ponto de vista ambiental, a par do desperdício do recurso propriamente dito, há também outros custos, porque o tratamento envolve o uso de reagentes, produtos químicos e energia”. Contrariamente ao exemplo de Montemor-o-Velho, onde a quantidade de água desaproveitada é apenas de 7 litros por dia por ramal, na região da CIM Douro, são 2 os concelhos que estão entre os 10 com piores resultados, Peso da Régua com um total de 483 litros e Moimenta da Beira com 367. Outro indicador também presente no relatório, é a “água não faturada”. Segundo Carla Graça, “a água não faturada reflete, além das perdas ao longo da rede de abastecimento por roturas ou má manutenção, a água que é oferecida a determinadas associações ou aos bombeiros, por exemplo, por acordo com as autarquias”, e ainda a utilização ilegal deste recurso. Neste indicador, também há municípios do Douro presentes entre os piores, são os casos de Santa Marta de Penaguião que não fatura 72% da sua água, Moimenta da Beira com 71,3% e Murça com 68,4%. ■
FOTO: DR
A escassez de água ou a sua má utilização é um tema recorrente nos dias quentes, contudo, assim que o tempo fica mais frio e as chuvas regressam, o tema parece perder relevância, caindo no esquecimento até ao próximo verão.
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 29
Nacional
Concursos "desertos" podem explicar execução de 36% no Norte em junho O presidente da Comissão de Coordenação Regional do Norte disse que a taxa de execução de fundos no Norte, que até junho era de 36%, pode ser explicada, em parte, com abertura de concursos para atribuição de fundos que ficam "desertos". "A crise fez com que tivessem falido centenas de empresas de construção civil, e, portanto, abrem-se concursos para os municípios que ficam desertos. Lisboa sabe destas coisas, Bruxelas também sabe, mas até à última continuam a olhar para a taxa de execução", afirmou à Lusa aquele responsável.
Mais de metade do atual quadro comunitário de apoio estava comprometido, no primeiro semestre deste ano, mas só 36% tinha sido executado na região Norte, um valor ainda assim ligeiramente superior à média nacional (35%). Os dados foram revelados hoje pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), que lançou o primeiro número da publicação `Norte UE Dinâmicas dos Fundos Estruturais na Região do Norte`, que pretende fazer um balanço da aplicação da Política de Coesão no Norte de Portugal. Fernando Freire de Sousa questiona "como é que é possível executar alguma coisa se se abrem concursos três e quatro vezes e eles ficam desertos, ou em que é preciso que o Tribunal de Contas dê um determinado visto ou em que é preciso ter em conta indicadores de endividamento dos municípios".
Dos 14.219 milhões de euros de fundos aprovados no primeiro semestre, o Norte concentra 11.670 operações aprovadas e 5.806 milhões de euros de fundo aprovados, os quais correspondem a 40% do total de operações e 42% do total de fundo executado. Até final de junho, do montante aprovado para a região, cerca de 36% (2.065 ME) tinham sido executados, contra os 35% ao nível nacional. A análise feita pela CCDR-N, que incide sobre os dados relativos ao primeiro semestre de 2018, revela ainda que o NORTE 2020 é, dos seis programas da Política de Coesão na região, o principal instrumento, apesar de representar menos de 1/3 dos apoios nela aprovados. O NORTE 2020 é ainda o principal instrumento de financiamento no Alto Tâmega, Douro e Terras de Trás-os-Montes, a par do COMPETE 2020 (Programa Operacional Competitividade e Internacionalização), no
Alto Minho e Ave, e do POCH (Programa Operacional Capital Humano) no Tâmega e Sousa. Mais de metade do fundo aprovado na Região do Norte concentra-se no domínio da Competitividade e Internacionalização, cerca de 52%, onde se destacam os apoios atribuídos às empresas. A Política de Coesão em Portugal tem uma dotação de 21,3 mil milhões de euros. Segundo a CCDR-N, a nova publicação enquadra-se numa linha de trabalho mais ampla, em desenvolvimento no Órgão de Acompanhamento das Dinâmicas Regionais, responsável pela análise e reflexão estratégica sobre o desenvolvimento económico, social e territorial da região e pretende fomentar a difusão de informação clara e concisa sobre a aplicação da principal política de investimento da União Europeia no Norte de Portugal. ■
Governo abre concurso para gestão de combustível com pastorícia Está aberto, desde o final do mês de outubro, um concurso para a realização de ações de gestão de combustível com recurso a pastorícia, no âmbito da implementação da estratégia de Defesa da Floresta contra Incêndios.
O apoio, no montante global de 5 milhões de euros, destina-se à implementação de ações de pastoreio, à instalação de sistemas de maneio e gestão do efetivo e ao aumento do efetivo de pequenos ruminantes nas áreas de rede primária e secundária de faixas de gestão de combustível e nas áreas de mosaicos de parcela de gestão de combustível identificadas pelo ICNF. Financiada pelo Fundo Florestal Permanente, a medida visa o desenvolvimento de atividades que promovam a compartimen-
tação de espaços, através da criação de descontinuidades do coberto vegetal que irão reduzir o combustível, com o objetivo de prevenir fogos florestais. Com uma duração de cinco anos, a medida terá uma dotação anual de um milhão de euros para o território nacional, dos quais 300 mil euros se destinam a apoiar candidaturas no território abrangido pelo Programa de Revitalização do Pinhal Interior. Podem candidatar-se proprietários e enti-
dades gestoras de terrenos, proprietários ou grupos de proprietários de efetivos de pequenos ruminantes, incluindo os rebanhos comunitários, Organizações de Produtores Florestais, entidades gestoras de Zonas de Intervenção Florestal, entidades gestoras de áreas baldias, municípios e freguesias incluídos em áreas elegíveis. As candidaturas podem ser apresentadas até dia 30 de novembro, através do formulário que está disponível na página do ICNF. ■
Produtores de castanha com financiamentos em atraso para novos soutos Está atrasado o pagamento dos financiamentos de projetos para a plantação de soutos novos no Nordeste Transmontano, candidatados a fundos comunitários. Ainda que as candidaturas tenham sido aprovadas em 2017 os montantes financeiros ainda não chegaram aos agricultores, a maioria dos quais são jovens. Os atrasos foram denunciados pelo autar-
ca de Bragança, Hernâni Dias, durante a abertura da Feira Internacional do Norte, Norcaça, Norpesca e Norcastanha, que está a decorrer nesta cidade até ao próximo domingo. "Os projetos estão avaliados e não houve decisão sobre o processo de financiamento, provavelmente não haverá capacidade financeira para suportar o volume de candidaturas submetidas", deu conta o autarca. Questionado sobre estes atrasos, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, adiantou que se está a estudar a criação de um programa específico para o castanheiro
no âmbito da medida 8.1.5 do PDR 2020 para o Norte no valor de 10 milhões de euros "que pode ajudar a fazer mudanças no setor", acrescentando que em março, durante a análise das candidaturas deste ano, "se for necessário poderemos avançar com um programa específico para o setor do castanheiro". A fileira do castanheiro está em fase de crescimento e prevê-se que venha a crescer ainda mais. "Nos últimos cinco anos foram plantados cerca de 10 mil hectares de novos soutos em todo o país, o que significa um aumento de mais de 10 mil toneladas de castanha.
A tendência é que as novas plantações sejam feitas em maiores altitudes, por causa da subida das temperaturas, mas é uma cultura com futuro", referiu Albino Bento, responsável pelo Centro Nacional dos Frutos Secos. Em Trás-os-Montes a maior parte da castanha vende-se em fresco. Este ano nos campos está a ser vendida a cerca de 2 euros/quilo, mas já há empresas que estão a investir na congelação e na farinha. "Há outros produtos que podem fazer-se com castanha, como as conservas, em calda, mas faltam empreendedores", afirmou Albino Bento. ■
30 VIVADOURO NOVEMBRO 2018
Opinião
O Papel do Conhecimento no Futuro do Douro “Convenção para o Ensino Superior”, com o alto patrocínio do Presidente da República e o apoio do Primeiro Ministro, com o objetivo de perspetivar o ensino superior para a próxima década, envolvendo temas como o conhecimento e o desenvolvimento das regiões. O próximo ano será palco de eleições nacionais e europeias, bem como da preparação do novo quadro comunitário. Dito isto, é o momento para lançar no debate público temas como as políticas António Fontainhas públicas de ensino superior e da investigação, bem como do seu Fernandes impacto no desenvolvimento das regiões e do país. Reitor da UTAD Os portugueses têm a perceção de que está tudo bem no Ensino No próximo dia 7 de janeiro o Superior, o que, infelizmente, não Conselho de Reitores vai lançar a corresponde à verdade. Como
efeito, após um longo período de estagnação, “é tempo de preparar a próxima década!”; é tempo de pensar sobre o futuro do ensino superior de forma alargada a toda a sociedade. É fundamental que o país assuma um posicionamento estratégico claro, de forma a explorar as alternativas de atuação e de financiamento, que melhor garantam a sua permanente renovação e adaptação a novas coordenadas envolventes. Perspetivar uma agenda para próxima década exige também mais inclusão regional e mais integração do conhecimento nas estratégias de desenvolvimento regional, valorizando a rede atual de instituições científicas e de ensino superior. A valorização dos recursos endógenos das regiões reclama uma
estratégia de desenvolvimento que estimule uma maior interação das unidades de investigação com a economia do território, um processo que deve ser atendido no atual processo de avaliação dos centros de investigação. O alcance desta ambição recomenda o recurso a múltiplos conhecimentos disciplinares que responda de modo inteligente e eficiente a questões técnicas, económicas e societais, visando o aumento da competitividade e do bem-estar social das regiões, numa lógica de reforço da cadeia do valor. Indubitavelmente, o Futuro do Douro passa por uma maior interação da comunidade científica da UTAD com as organizações e a economia do território, aumentando a sua competitividade inter-
nacional e o potencial para transformar as comunidades, originar novos produtos, tecnologias inovadoras e novas ideias. A abertura à sociedade e ao mundo permitirá ambicionar uma Universidade mais comprometida com a coesão e a valorização do Douro. É vital que as Universidades situadas nos territórios ditos desafiantes afirmem claramente o seu papel no desenvolvimento regional, garantindo uma maior interação com o tecido económico e social, em articulação com a estratégia de especialização inteligente. A estas Universidades, como à UTAD, é exigida uma abordagem transdisciplinar e sistémica dos problemas do território em que se situam, valorizando e potenciando, criativamente, os seus recursos materiais e imateriais.
cobrem Portugal e outras geografias em ações direcionadas. O concurso “Gastronomia com Vinho do Porto” percorre o país, ao longo deste mês, incentivando os restaurantes a apresentarem as melhores harmonizações. Avaliados quanto à divulgação, à lista de vinhos e a cada uma das partes de uma refeição combinada com Vinho do Porto, este concurso envolve chefs e especialistas que premeiam criatividade e qualidade. “Saber Servir Vender Melhor” é outra iniciativa que pretende munir profissionais e estudantes de hotelaria dos conhecimentos e práticas que vão ajudá-los a melhorar o serviço e, logo, os resultados. Em novembro, há sessões marcadas no Porto e a agenda está em atualização perma-
nente. “Certified Port Educator” é a primeira certificação para educadores em Vinho do Porto, para que sejam habilitados a apresentar as suas raízes, história, processos de produção e vinificação, particularidades e potencialidades, por todo o mundo. O curso piloto realizou-se este mês e contou com especialistas, de diferentes áreas do setor, e de seis nacionalidades. Estão já formados “embaixadores” que vivenciaram no Douro, em Gaia e no Porto os percursos e os testemunhos daqueles que fazem e promovem grandes vinhos. Sabemos que só assim, com imersão e através de uma experiência intensa, se sente, se entende verdadeiramente e se pode partilhar o extraordinário mundo do Vinho do Porto.
Novembro vai a meio, tudo isto se fez, se faz e só é possível graças à equipa de profissionais competentes com que o IVDP conta nos seus quadros e que se estende às empresas, às adegas, às caves, às vinhas e, depois, às redações, ao serviço, ao mercado, à formação. Afinal, quem trabalha os vinhos do Porto e do Douro, fá-lo com dedicação, profissionalismo e orgulho que se transmitem naturalmente. Tal como as vinhas do Douro, que resistem estoicamente ao tempo e às intempéries, ao gelo do inverno e ao calor do verão para dar os melhores frutos, as pessoas que fazem do Vinho do Porto e do Douro o seu dia a dia primam pela força e pela mesma vontade de viver pelo vinho, para o vinho e com o vinho.
Terra, vinho e gentes
Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)
Incomparável na paisagem, singular nos declives e socalcos, único nas cores e nas castas, ímpar nos vinhos, inigualável nas pessoas, assim é o Douro e é isso que nos cabe transmitir e proporcionar. O mês de novembro é de dias curtos e noites longas, de tons de outono, de frio e de chuva. É altura de balanço da vindima e, sempre, de promoção do vinho. É missão do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) divulgar Porto e Douro e fazê-lo de forma a que o conhecimento das origens, dos processos e das particularidades seja fator de reconhecimento e crescente valorização. Muitos são os projetos que dão a conhecer e a provar, desafiam, formam e informam. As equipas do IVDP
Dinâmicas dos fundos europeus: informação e capacitação apoia em informação atual, factual e neutra. Mesmo quando existe informação pública com estas virtudes, muito raramente esta se encontra em formatos que sejam acessíveis, claros e concisos. Ou ajustados às particularidades dos territórios. A qualidade do debate público e, muitas vezes, das decisões públicas, é penalizada por este contexto. O tema da aplicação dos fundos da União Europeia na Região do Norte é paradigmático destes desafios. Múltiplos agentes ao nível europeu, nacional, regional e local planeiam e executam políticas, programas e proPedro Móia jetos apoiados por estes fundos, com um profundo impacto no desenvolCoordenador do Órgão de Acompanhamento das Dinâvimento dos nossos territórios. No micas Regionais do Norte, entanto, a informação publicamente CCDR-N disponível sobre como este sistema complexo evolui nem sempre se enO debate público em torno de temas contra ajustada às necessidades dos importantes para o desenvolvimen- agentes que nele atuam, das diferento dos territórios nem sempre se tes partes interessadas e do público
em geral. Visando contribuir para encontrar respostas para estes desafios, a CCDR-N lançou a coleção “Norte UE – Dinâmicas dos fundos europeus na Região do Norte”. Esta procura reunir um conjunto de trabalhos que proporcionem evidências territoriais de apoio ao debate público informado sobre um tema fulcral para o desenvolvimento da região mais pobre de Portugal. O trabalho mais recente da coleção Norte UE centra-se na dinâmica da principal política de investimento da UE na Região do Norte, a política de coesão. Esta operacionaliza-se na Região do Norte através de 6 programas enquadrados no PORTUGAL 2020, sendo que apenas um deles é exclusivo da região (o NORTE 2020). A este conjunto de instrumentos acrescem ainda vários programas de cooperação territorial europeia. Todos os programas da política de
coesão são importantes para o desenvolvimento da Região do Norte. Assim, faz sentido promover reflexões territorialmente integradas sobre a sua aplicação. Este trabalho da CCDR-N visa contribuir para esta perspetiva integradora, não se limitando à tradicional abordagem focada num único programa analisado de forma isolada. Atendendo ao âmbito geográfico deste jornal, registe-se o facto de na sub-região do Douro terem sido aprovados, desde 2014 até junho de 2018, cerca de 227 milhões de euros de fundos da política de coesão. Estas aprovações proporcionam um investimento de cerca de 308 milhões de euros, nos domínios da “competitividade e internacionalização”, do “capital humano”, da “sustentabilidade e eficiência no uso de recursos” e da “inclusão social e emprego”. A intensidade do fundo aprovado corresponde a cerca de 1.180 euros por habitante,
um valor que coloca o Douro no lote das sub-regiões menos dinâmicas do Norte, à luz deste indicador. O NORTE 2020 é o principal programa financiador de projetos no Douro, mas representa apenas 35% dos apoios aprovados neste território. Estas são apenas algumas das constatações que emergem da publicação mais recente da coleção Norte UE, que aposta na apresentação de informação de uma forma isenta, gráfica e acessível. Através deste tipo de trabalhos a CCDR-N procura responder a necessidades específicas de agentes regionais, facilitar mecanismos de comunicação e debate, garantir uma perspetiva territorial - e não apenas instrumental - dos fundos europeus e capacitar todos os envolvidos e interessados nas dinâmicas dos fundos europeus na Região do Norte. Os trabalhos Norte UE encontram-se disponíveis em http://www.ccdr-n.pt/ norteue.
VIVADOURO NOVEMBRO 2018 31
Lazer
B OA S FE ST AS
Piadas de bolso:
RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO
Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego
ARROZ DE TAMBORIL Ingredientes
1 tamboril fresco 1 cebola grande 2 dentes de alho 3 tomates Arroz agulha 1 folha de louro 1 cálice de vinho branco Coentros Azeite 1 caldo de marisco Ameijoa branca Foto: DR
“Em nome da Câmara Municipal de Tabuaço desejo um Natal Feliz e um ano de 2018 pleno de realizações pessoais e profissionais” O Presidente da Câmara
(Carlos André Teles Paulo de Carvalho)
Preparação
Cozer a cabeça do tamboril e o fígado ( muito importante, porque o fígado dá muito gosto ao arroz e também serve para ver se o tamboril é fresco, se não tiver rejeite)com água e sal. Depois de cozido, limpar de espinhas e peles e reservar. Reservar também a água da cozedura. Entretanto, partir o resto do tamboril em cubos e temperar com um pouco de sal. Fazer um refogado com a cebola, os alhos, a folha de louro, o azeite. Quando a cebola estiver translucida acrescentar os tomates partidos aos bocados, coentros picados, o vinho branco e uma pitada de pimenta, tapar e deixar apurar mexendo de vez em quando. Quando o refogado estiver apurado, retirar a folha de louro. Juntar ao preparado anterior a água da cozedura do tamboril na quantidade que ache necessária para cozer a quantidade de arroz pretendida, para que fique com caldo. Se sobrar alguma água não a deite fora pois pode vir a ser necessário acrescentar calda ao arroz. Retifique o sal. Acrescente o arroz e o tamboril, e deixe cozer. É nesta altura, que se acrescenta os bocadinhos de tamboril que se aproveitou da cabeça, e o fígado esfarelado e as ameijoas. Por fim apague o lume, não deixe o arroz cozer muito, e acrescente um molho de coentros picados. Tape o tacho e deixe apurar mais 2 ou 3 minutos antes de servir.
HORÓSCOPO
Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt
Amor: Será uma fase importante para rever o que não está bem na sua relação, compreendendo o que lhe falta e o que pode ser melhorado. Saúde: Deixe que se operem calmamente as mudanças que vierem a ocorrer na sua vida. Dinheiro: Possibilidade de ganhar algum dinheiro extra.
Diz ele para ela: - Posso não ser rico, não ter dinheiro, apartamentos e carros de luxo, ou empresas, como o meu amigo Anastácio, mas amo-te muito, adoro-te, eu sou louco por ti! Ela olhou-o com lágrimas nos olhos, abraçou-o como se o amanhã não existisse e disse baixinho ao seu ouvido: - Se me amas assim tanto de verdade, apresenta-me o Anastácio! No hospital, diz o médico: - O senhor é o dador de sangue? E responde o doente: - Não, eu sou o da dor de cabeça!
Desafio VivaDouro QUANTOS DÍGITOS É POSSÍVEL VER NA IMAGEM?
SOLUÇÕES:
RESPOSTA: 9 (O, 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9)