Jornal VivaDouro ed48 março 2019

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A sua solução de transporte no Douro Ano 4 - n.º 48 - março 2019

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Região unida marca presença na BTL

Reportagem

> Págs. 16 e 17

Transferência de competências • Saiba o que muda nesta descentralização • O que passa a ser da competência das CIM's, das autarquias e das freguesias • Quais as competências já aceites e em que concelhos

> Págs. 6 e 7

Pesqueira

Foz Côa

Sernancelhe

Peso da Régua

Festival dos Saberes e Sabores recebe milhares de visitantes

Amendoeiras em Flor encerram com cortejo etnográfico

Milhares provam sabores tradicionais no Festival das Sopas

Gala marca arranque de Cidade do Vinho 2019

> Pág. 8

> Pág. 14

> Págs. 22 e 23

> Pág. 26

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2 VIVADOURO MARÇO 2019

Editorial Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto

a ser um momento único no panorama dos eventos que existem em Portugal, e irá certamente continuar a sê-lo no futuro. Um momento de partilha e de gratidão por tudo aquilo que a nossa região, e as restantes, são capazes de fazer. Foi com enorme prazer que o VivaDouro marcou presença em mais uma edição da BTL, podendo presenciar ao vivo e a cores tudo aquilo que ali acontece. A organização de toda a feira esteve num excelente nível, com uma menção especial para o TPNP que demonstrou a capacidade organizativa, uma adaptação às circunstâncias e uma capacidade de mobilização de toda a região Norte, verdadeiramente exemplar.

A empresa CroisiEurope inaugurou um novo navio, o Amália Rodrigues, aumentando assim a sua oferta, sinal do crescimento da procura que se sente pela região.

NEGATIVO Os atrasos na obra da Linho do Douro levaram já ao adiamento da reabertura da ligação ferroviária para o próximo dia 1 de abril.

Sumário: Breves Página 4 São João da Pesqueira Páginas 5, 8, 11 e 12

Os 50 Anos das CCDR

Destaque Páginas 6 e 7 Penedono | Carrazeda de Ansiães Página 9 Vila Real Páginas 10 e 24 Armamar Página 13 Foz Côa Página 14 Reportagem VivaDouro Páginas 16 e 17 Lamego | Tarouca Página 18 Vários Concelhos Páginas 19 e 28

Luís Braga da Cruz

NIF: 507632923

Carrazeda de Ansiães Página 20

Engenheiro Civil

Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. e Augusto Miguel Silva Almeida

Sabrosa Página 21

Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro

Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Fânzeres Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Sede do Editor: Travessa do Veloso - 87 4200-518 Porto Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 10 ABRIL

FOTO: DR

Decorreu mais uma edição da BTL em Lisboa. O VivaDouro esteve presente à semelhança do que faz desde a sua fundação. Mais uma vez a nossa região mostrou a sua força, a força das suas tradições, dos seus costumes, dos seus autarcas, das gentes do Douro e mostrou aquilo que melhor temos. A BTL é um momento em que se reúnem velhos amigos, as personalidades e os responsáveis políticos locais, estabelecendo ligações, fortalecendo amizades, ficando para o futuro um conjunto de boas relações e boas práticas, sendo por isso uma feira extraordinariamente positiva, na qual o turismo sai engrandecido e, nesta edição, também o Douro saiu engrandecido. É por isso que a BTL continuará

FOTO: DR

POSITIVO

Sernancelhe Páginas 22 e 23 Freixo de Espada à Cinta Página 25 Peso da Régua Página 26 Lamego Página 27 Nacional Página 29 Opinião Página 30 Lazer Página 31

As "preocupações pelos problemas institucionais de planeamento regional", no âmbito da execução do III Plano de Fomento, levaram à instituição das Comissões de Planeamento Regional, pelo DL 48.905, publicado justamente há 50 anos, em 11 de Março de 1969. Ao longo deste meio século a designações destas comissões foi mudando e as suas atribuições também. Começaram por ser órgãos consultivos para: coordenar a expressão dos representantes da região; colaborar na preparação dos planos de desenvolvimento; e promover a coordenação dos meios para a acção regional.

Depois, houve ajustamentos. Em 1979, passaram a Comissões de Planeamento Regional, uma por cada uma das cinco regiões-plano, sendo as suas competências alargadas com o apoio técnico ao Poder Local. Em 1986, saíram da órbita da Administração Interna para serem os órgãos desconcentrados do Ministério do Plano e da Administração do Território, integrando as valências de Ambiente e Recursos Naturais, bem como de Ordenamento do Território. Assumiram também responsabilidades na gestão do FEDER para o desenvolvimento regional. Finalmente em 2003, a designação alterou-se para as actuais CCDR. Esta efeméride foi celebrada há dias numa cerimónia evocativa em que se juntaram muitos dos que passaram pela CCRN e a ela dedicaram o seu esforço, quer nela trabalhando, quer por com ela terem interagido. Recordo-me de ter presidido à comemoração do 20.º aniversário da CCRN, há 30 anos. Na altura convidei o escultor José Rodrigues para conceber uma medalha, em bronze. No entanto, o artista quis ter uma conversa prévia para compreender melhor o que é que afinal a CCRN tinha feito nesses primeiros 20 anos. Procurei explicá-lo pacientemente, mas notei nele alguma impaciência, que o levou a disparar bruscamente: -"Tudo bem, mas resuma-me isso

de forma simbólica para eu poder gravar no metal!" Escolhi os "3 D Desenvolvimento, Descentralização e Democracia" e justifiquei-me. De facto, a CCRN sempre foi o mais importante agente do Desenvolvimento da região. Foi laboratório de políticas públicas de território para problemas específicos, cujos acrónimos ainda hoje são conhecidos: PDRITM, OID do Vale do Ave, PIDR do Alto Minho, o PRODOURO, a AIBT do Vale do Sousa, o PROZED, etc. Acreditámos que a regionalização seria a Descentralização para um nível territorial mais estratégico como: forma de criar mais racionalidade económica; factor de modernização e de progresso; meio de alcançar maior equidade e oportunidade entre portugueses; um veículo para o reforço da diversidade identitária nacional. Independentemente da regionalização não se ter concretizado, a CCRN ajudou de facto a preparar um Estado mais descentralizado. Mas também contribuiu para o prestígio e o reforço da actuação das autarquias municipais. Desta forma ajudou à consolidação da Democracia em Portugal, regime que tem de ser fonte de inestimável progresso, coesão e justiça social. Infelizmente o centralismo não tem contribuído para alcançar estes desígnios constitucionais. Valerá a pena manter ainda essa expectativa?


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A Cidade do Vinho - Peso da Régua está apostada com um percurso de futuro e inovação, sendo um território central na atividade turística, a aposta numa aplicação mobile de âmbito turístico veio fornecer uma ferramenta de enorme utilidade ao sector. A aplicação Visit Peso da Régua é gratuita e está disponível para os sistemas operativos IOS e Android nas lojas Apple e Google. Esta ferramenta permite ao turista saber o que fazer, onde comer, onde dormir e o que ver, colocando assim os agentes turísticos e os próprios turistas conectados em rede. Descarregue o futuro no seu telemóvel, seja um embaixador digital do seu território.

“Esta aplicação pretende sobretudo facilitar a vida a todos os que nos pretendem visitar. Numa única aplicação conseguimos ter um conjunto de informações relativamente ao nosso concelho, seja ao nível do alojamento, restauração, pontos de interesse a visitar, eventos, entre outros”. José Manuel Gonçalves Presidente da Câmara Municipal de Peso da Régua em declarações na apresentação da APP na BTL


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Breves Docente da UTAD é o novo presidente da AVTM Paulo Vicente João, docente no Departamento de Desporto Exercício e Saúde da UTAD, é o novo presidente da Direção da Associação de Voleibol de Trás-os-Montes (AVTM). A nomeação surgiu de um convite do Presidente da Federação Portuguesa de Voleibol, pelo “reconhecimento do trabalho desenvolvido nos últimos anos na Academia, no treino e na vertente da investigação que tem sido realizado junto das seleções portuguesas de voleibol”.

Um dos novos melhores hotéis do mundo está em Tabuaço A Quinta da Côrte, em Valença do Douro, Tabuaço, foi escolhida pela Travel + Leisure como um dos novos melhores hotéis do mundo. Todos os anos a revista faz uma análise baseada em contactos com profissionais da área, escritores e “viciados” em hotéis que procuram das melhores propriedades em todo mundo.

ESCOPAL em primeiro lugar no ranking das escolas do ensino profissional 2018 De acordo com o ranking das escolas portuguesas do ensino básico, secundário e profissional, divulgado pelo Ministério da Educação e elaborado de acordo com os critérios definidos pelo Jornal de Notícias, a Escola Profissional de Lamego – ESCOPAL - ficou entre as seis melhores do país, com um sucesso de 100%.

Gala do desporto em Moimenta da Beira O Pavilhão Municipal de Moimenta da Beira vai acolher no próximo dia 23 de março a quinta edição da Gala do Desporto, organizada pela autarquia. O evento visa homenagear atletas, associações e clubes que se consagraram no município na época 2017/2018, nos desportos coletivos, individuais, escolar e adaptado.

“Apadrinhe um Focinho” “Apadrinhe um Focinho” é o mote lançado pelo Canil Municipal de Tarouca tendo em vista a sensibilização para o apadrinhamento animal. A partir de agora, todos aqueles que gostam animais mas não dispõem das condições ideais para ter um a seu cargo, poderão apadrinhar um dos canídeos residentes no Canil Municipal de Tarouca, contribuindo desta forma para o bem-estar dos animais abandonados que permanecem naquele espaço aguardando por uma família.

Programa de Apoio aos Agentes Culturais 2019 A Direção Regional de Cultura do Norte associa-se à Celebração Nacional do Quinto Centenário da Primeira Viagem de Circum-navegação, liderada por Fernão de Magalhães, definindo este como tema preferencial para os projetos e iniciativas a apoiar durante 2019, no âmbito do Programa de Apoio aos Agentes Culturais (PAAC). O período de entrega das candidaturas ao PAAC decorre entre 1 e 31 de março.

Avaliação física e nutricional para utentes das atividades desportivas municipais em Moimenta No âmbito da estratégia desportiva do Município de Moimenta da Beira estão disponíveis, desde o dia 11 de março, duas novas ofertas de apoio técnico especializado: a avaliação física e nutricional. Este apoio especializado decorrerá no Gabinete Médico do Pavilhão Municipal de Moimenta da Beira.

Eco@UTAD regressa em março A segunda edição do Eco@UTAD realiza-se já no próximo dia 23 de março. Uma vez mais estão prometidas 24 horas de atividades no Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real.

Porto e Norte é o destino turístico que mais cresceu em 2018 O Turismo do Porto e Norte de Portugal fechou o ano de 2018 em alta, registando uma subida acima dos 5%. Este resultado coloca a região como o destino nacional com maior crescimento e o que consegue mais dormidas de residentes em dezembro, mês em que alcança, no total, o segundo lugar em proveitos e o terceiro em termos de taxa de ocupação cama.

Vinho do Douro eleito Melhor do Ano na Essência do Vinho O Quinta da Touriga-Chã 2016, do Douro, foi eleito, pela Revista de Vinhos, o melhor vinho tinto deste ano. A eleição decorreu no Porto, no âmbito da 16.ª edição Essência do Vinho e esteve a cargo de um júri de 50 especialistas de 11 nacionalidades que avaliou mais de 60 rótulos pré-selecionados pelo painel de provas.

USF Nuno Grande, em Vila Real, com novas instalações A Unidade de Saúde Familiar (USF) Nuno Grande, em Vila Real, começou a funcionar em novas instalações a 12 de março, depois de um investimento de 790 mil euros em obras de recuperação de um edifício inacabado. Esta unidade serve 12.016 utentes e é atualmente composta por oito médicos, oito enfermeiros, cinco secretários clínicos e quatro internos.

Em Murça e Sabrosa as mulheres ganham mais do que os homens Segundo dados do INE, Murça e Sabrosa são dois dos cinco concelhos a nível nacional onde as mulheres têm um salário médio mensal superior ao dos homens. O concelho de Sabrosa é ainda um dos três, no panorama nacional, que registou um maior aumento percentual do ganho médio mensal das mulheres.


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São João da Pesqueira

Aromas e Sabores à prova na Esprodouro Durante os dias 18, 19 e 20 de março tiveram lugar na Esprodouro e no Museu do Vinho, as apresentações das Provas de Aptidão Profissional (PAP) dos alunos finalistas da escola profissional dos cursos de Cozinha e Pastelaria e do curso de Restaurante/Bar. Cerca de 20 alunos apresentaram pratos, sabores e aromas trabalhados ao longo dos vários meses, demonstrando todo o seu crescimento, competências e atitudes adquiridas. “É um momento importante para estes alunos, que demonstraram vontade e persistên-

cia ao longo destes meses. Cresceram na cozinha a nível profissional, e também como seres humanos, o que deixa a Esprodouro com um enorme orgulho deles”, afirmou o professor Carlos Sousa, gestor do curso de Cozinha e Pastelaria. As criações dos jovens profissionais foram apresentadas face a um júri, que avaliou a criatividade, a harmonia, os sabores e os aromas das criações dos seus alunos, bem como postura, simpatia e capacidade de organização. Estas apresentações foram motivadas pelo compromisso que a escola assume com todos os seus alunos “O Teu Sonho é o nosso Desafio”. O sonho de completar um ciclo na Esprodouro estará perto para estes alunos, que terão o desafio de entrar no mercado de trabalho em breve.

A comunidade escolar estará focada nestes dias em proporcionar um ambiente confortável e realista aos seus alunos, permitindo a todos que se sintam em casa e possam dar vida às suas criações da melhor forma.

Em relação a estas provas, o diretor da Esprodouro refere ainda que “só com um serviço de excelência, focado na prática com conhecimento teórico, conseguimos o sucesso futuro dos nossos alunos”. ■

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Destaque

Transferência de competências aceite Aprovada em julho de 2018, a lei-quadro da descentralização de competências para as autarquias locais e entidades intermunicipais estabelece os princípios gerais da transferência de competências do Estado central para estas entidades. O processo de transferência de competências iniciou-se em janeiro deste ano e será progressivo, implicando a transferência de "recursos humanos, patrimoniais e financeiros", prevendo-se que esteja completo até 2021, de forma a acompanhar o atual ciclo autárquico. Contudo a assunção destas responsabilidades está dependente da aprovação, pelas autarquias e CIM’s, dos diplomas sectoriais referentes às diversas áreas a transferir e também de alterações à Lei das Finanças Locais. Estes diplomas irão identificar cada área e a forma de afetação dos respetivos recursos, mas também, quando necessário, os mecanismos e termos da transição dos recursos humanos afetos ao exercício de cada competência. Primeiros Decretos-Lei já publicados Na sequência dos princípios consagrados na

referida Lei-quadro, o Governo publicou vários Decretos-Lei, um por cada área a descentralizar, em que concretiza os diferentes aspetos a considerar na transferência de competências para os órgãos municipais, para órgãos das entidades intermunicipais e ainda das freguesias. Assim, em novembro de 2018 foram publicados 11 Decretos-Lei sobre esta matéria, versando sobre as 7 competências a transferir para os órgãos municipais, 2 para os órgãos das entidades intermunicipais, 1 para os órgãos municipais e das entidades intermunicipais, caso da justiça, e 1 para os órgãos municipais e das freguesias, relativamente à instalação e gestão de estruturas de atendimento ao cidadão. Em 2019 foram publicados mais 4 diplomas legais, reportando-se 3 a competências a transferir para os órgãos municipais e 1 para os órgãos municipais e para as entidades intermunicipais, no domínio da educação. Como já se referiu estas transferências produzem efeitos a 1 de janeiro do ano em curso e têm carácter universal, sem prejuízo de se efetuarem de forma gradual até 1 de janeiro de 2021. No entanto, os diplomas legais setoriais fixaram o prazo de 60 dias, após as respetivas entradas em vigor, para as entidades comunicarem à Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) que não pretendem exercer, em 2019, alguma das competências, cuja transferência já se concretizou. O que equivale a mencionar que a transferên-

cia das novas competências para as autarquias locais e entidades intermunicipais considera-se efetuada em 2019, admitindo-se que a mesma não se verifique nas seguintes condições: - Os municípios que não pretendam a transferência de alguma ou da totalidade das competências previstas nos respetivos diplomas legais de âmbito sectorial comunicam esse facto à DGAL, após prévia deliberação dos seus órgãos deliberativos, mediante proposta da câmara municipal, até 60 dias corridos após a entrada em vigor dos mesmos; - A comunicação apenas é devida se a assembleia municipal deliberar que a entidade não tem condições para aceitar uma ou mais competências, no ano de 2019; - A concretização das competências em 2019 não carece de aceitação da assembleia municipal, ou seja, caso a câmara municipal entenda que tem condições para essa transferência se concretize em 2019, não é exigível a deliberação da assembleia municipal. Naturalmente que um dos aspetos que neste domínio assume importância primordial é o que diz respeito ao mecanismo de financiamento dessas competências, uma vez que estas entidades vão ter custos acrescidos, por força do exercício de atividades em novos domínios. Por não estar devidamente tratada esta matéria, entendeu a Assembleia da República recomendar ao Governo que lhe apresente os montantes do Fundo de Financiamento da Descentralização em 2019.

Algumas destas competências já são desempenhadas pelas autarquias ao abrigo de contratos interadministrativos, assim como de acordos de execução, que caducam no momento em que municípios, freguesias e entidades intermunicipais assumam, no âmbito desta nova lei, as competências previstas. Os Orçamentos do Estado de 2019, 2020 e 2021 terão inscritos os montantes do novo Fundo de Financiamento da Descentralização, com os valores a transferir para as autarquias locais e entidades intermunicipais para financiar as novas competências. Maioria das autarquias aceita competências Olhando às competências que deviam ser aceites ou recusadas até ao momento, verifica-se que na região do Douro a maioria das autarquias, 12, aceitou a medida, contudo, apenas 9 disseram sim à totalidade das competências. Das 12 autarquias que a partir deste ano assumem as competências delegadas, Vila Nova de Foz Côa é aquela que aceita menos competências ficando apenas com responsabilidade na “Gestão das praias” e na “Exploração das modalidades afins de jogos de fortuna ou azar”. A competência de explorar os jogos de fortuna e azar foi mesmo a única, das 9 competências agora delegadas, a ter aceitação de todos os municípios. Em contraponto, as competências nas áreas da “Habitação” e “Estacionamento Público”, foram as que tiveram menos aceitação com apenas 9 municípios a darem o seu “sim”. ■

Municípios que em 2019 exercem as competências transferidas Município Freixo de Espada à Cinta Lamego Mesão Frio Moimenta da Beira Murça Peso da Régua Sabrosa Santa Marta de Penaguião São João da Pesqueira Tarouca Vila Nova de Foz Côa Vila Real

Praias X X X X X X X X X X X

Exploração das modalidades afins de jogos de fortuna ou azar X X X X X X X X X X X X

Vias de comunicação

Justiça

X X X X X X X X

X X X X X X X X

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Associações de Bombeiros

Estruturas de Atendimento ao Cidadão

Habitação

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Património imobiliário público sem utilização

Estacionamento público X X X X X X X

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Áreas onde as CIM terão competências próprias: O exercício de novas competências de âmbito intermunicipal depende de prévio acordo dos municípios que as integram. Entre as possibilidades de competências destas entidades estão o planeamento intermunicipal da rede de transporte escolar e da oferta educativa de nível supramunicipal, de acordo com os critérios definidos pelos departamentos governamentais. As Comunidades Intermunicipais (CIM) poderão fazer o planeamento de respostas e equipamentos sociais ao nível supraconcelhio, exercendo as competências das plataformas supraconcelhias, e elaboração de Cartas Sociais Supramunicipais. Participar na definição da rede de unidades de cuidados de saúde primários e de unidades de cuidados continuados de âmbito intermunicipal e emitir parecer sobre acordos em matéria de cuidados de saúde primários e de cuidados continuados, são outras competências que os municípios podem atribuir às CIM. As CIM podem participar na definição da rede dos quartéis de bombeiros voluntários, elaborar propostas para a definição da rede de julgados de paz e participar em projetos de combate à violência doméstica, apoio às vítimas de crimes e reinserção social de delinquentes. Podem ainda colaborar no desenvolvimento da promoção turística interna sub-regional, participar na gestão dos portos de âmbito regional, gerir projetos financiados com fundos europeus e participar na gestão das áreas protegidas.


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Destaque

pela maioria das autarquias Áreas onde as autarquias terão competências próprias:

Habitação

Os municípios farão a gestão de programas de apoio ao arrendamento urbano e à reabilitação urbana. Deverá ser aprovado futuramente um diploma que transfere para os municípios a titularidade e gestão dos bens imóveis, destinados a habitação social, que integram o parque habitacional da administração direta e indireta do Estado, com exceção de casas de função em utilização. Cadastro rústico e gestão florestal Caberá aos municípios coordenar as operações de elaboração e recolha de informação cadastral, participar no ordenamento, gestão e intervenção de âmbito florestal e participar na gestão das áreas protegidas. Delegação de competências nos órgãos das freguesias Através de contratos interadministrativos, os municípios podem delegar competências nos órgãos das freguesias em todos os domínios dos interesses próprios das populações das freguesias. A delegação de competências entre os municípios e as freguesias não pode determinar um aumento da despesa pública global prevista no ano da concretização e abarca todo o mandato autárquico.

Saúde

Os municípios devem participar no planeamento, na gestão e na realização de investimentos relativos a novas unidades de prestação de cuidados de saúde primários, nomeadamente na sua construção, equipamento e manutenção. Devem gerir e conservar outros equipamentos afetos aos cuidados de saúde primários e gerir os trabalhadores, inseridos na carreira de assistentes operacionais, das unidades funcionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) que integram o Serviço Nacional de Saúde. As autarquias devem também participar nos programas de promoção de saúde pública, comunitária e vida saudável e de envelhecimento ativo. De acordo com um documento preparatório do Governo, prevê-se, nesta área, a transferência de 1.847 funcionários para as autarquias.

Cultura

A lei-quadro atribui aos municípios a gestão, valorização e conservação do património cultural que, sendo classificado, se considere de âmbito local, assim como os museus que não sejam nacionais. As câmaras vão autorizar e fiscalizar espetáculos de natureza artística e conceder autorização para a realização de espetáculos tauromáquicos. Os municípios passam a recrutar, selecionar e gerir os trabalhadores afetos ao património cultural de âmbito local e museus que não sejam nacionais.

Educação

Os municípios deverão participar no planeamento, gestão e realização de investimentos nos estabelecimentos públicos de educação e de ensino integrados na rede pública dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, secundário, incluindo o profissional. Na rede pública de educação pré-escolar e de ensino básico e secundário, deverão assegurar o transporte escolar, as refeições escolares e a gestão dos refeitórios. Deverão ainda apoiar beneficiários da ação social escolar e recrutar e gerir o pessoal não docente. Um documento preparatório do Governo estima que as autarquias assumam a responsabilidade por 43.262 funcionários, 996 estabelecimentos e 3.552 edifícios.

Ação social

Assegurar o serviço de atendimento e de acompanhamento social, elaborar as Cartas Sociais Municipais, incluindo o mapeamento de respostas existentes ao nível dos equipamentos sociais, em articulação com as prioridades definidas a nível nacional e regional. Os municípios devem implementar atividades de animação e apoio à família para crianças que frequentem o ensino pré-escolar, elaborar relatórios de diagnóstico e acompanhamento de atribuição de prestações pecuniárias de caráter eventual para situações de carência económica e de risco social, celebrar e acompanhar contratos de inserção dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção, desenvolver programas nas áreas de conforto habitacional para pessoas idosas e coordenar a execução de Programas de Contratos Locais de Desenvolvimento Social.

Áreas onde as freguesias terão competências próprias: Proteção civil

Caberá aos municípios aprovar os planos municipais de emergência de Proteção Civil e apoiar equipas de intervenção permanente das associações de bombeiros voluntários. Participar na gestão dos sistemas de videovigilância e de vigilância móvel no âmbito da defesa da floresta contra incêndios e assegurar o funcionamento do centro de coordenação operacional municipal são outras das competências nesta área.

Instalação e gestão dos Espaços de Cidadão, em articulação com a rede nacional de Lojas de Cidadão e com os municípios, gestão e manutenção de espaços verdes, limpeza das vias e espaços públicos e reparação e substituição do mobiliário urbano instalado no espaço público, com exceção daquele que seja objeto de concessão, são competências próprias das freguesias. Às freguesias cabe ainda fazer a gestão e manutenção corrente de feiras e mercados, a "realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico", e a autorização da "atividade de exploração de máquinas de diversão". Autorizar a "colocação de recintos improvisados", a "realização de espetáculos desportivos e divertimentos na via pública, jardins e outros lugares públicos ao ar livre", na sua área de jurisdição, "acampamentos ocasionais" e "fogueiras, queimadas, lançamento e queima de artigos pirotécnicos" são outras competências próprias destas autarquias.


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São João da Pesqueira

Saberes e Sabores contam história do concelho Durante três fins de semana, em São João das Pesqueira, os saberes e sabores locais ajudaram todos quantos visitaram aquele concelho duriense, a conhecer as suas tradições e os seus costumes. Não sendo este certame a principal aposta da autarquia, como nos confirma o autarca Manuel Cordeiro, é uma aposta para ser mantida pela importância, cada vez maior, que tem junto dos agentes económicos locais e de particulares que ali mostram os produtos que fazem. “Não desvalorizando esta festa, a principal aposta do município neste tipo de eventos é na Vindouro. De qualquer forma a Festa dos Saberes e Sabores é para manter até porque ela envolve muitos agentes económicos e particulares com os seus produtos regionais”.

Jorge Batista Produtor particular A nossa presença aqui é importante para darmos a conhecer os nossos produtos, acho mesmo que é um evento essencial nessa promoção. Sim, recebemos aqui muita gente de fora, e em especial os mais velhos acabam sempre por comprar alguma coisa e isso é sempre importante. > Manuel Cordeiro na abertura do certame dos Saberes e Sabores

Não mexendo no formato do evento, o objetivo da autarquia para este ano era o de “aumentar o número de expositores”, tendo esse objetivo sido atingido em larga escala como confirmou o autarca à nossa reportagem, fazendo por isso um balanço positivo da edição

deste ano do certame. “O propósito para este ano não foi alterado, mantivemos o que já tinha sido feito no ano passado, contudo quisemos aumentar o número de expositores, um objetivo que foi conseguido contabilizando mais de 90 expositores e havia mais interessados. O balanço que faço é positivo. Das conversas que fui tendo com os expositores o feedback que estes me deram foi bastante positivo quer pela parte da organização quer pela parte económica que é aqui também muito importante. Algumas pessoas queriam que a festa se prolongasse por mais um fim de semana mas nós consideramos que essa não seria uma mais valia, preferimos manter este formato e atrair muita gente nestes três fins de semana do que aumentar mais um e o evento começar a perder algum interesse”. Não sendo alheia a esta organização, a realização da Festa das Amendoeiras em Flor em Vila Nova de Foz Côa é vista pelo autarca pesqueirense com o uma mais valia, não só para o seu concelho como para o município liderado por Gustavo Duarte. “A Festa da Amendoeiras em Flor é a maior festa de Foz Côa e esta nossa festa acontece nas mesmas datas o que eu considero que seja uma mais valia para ambos os concelhos. Se durante a tarde temos muitos visitantes locais e dos municípios mais próximos, da parte da manhã recebemos muita gente de fora que continua a usar esta ligação para chegar a Foz Côa, aproveitando para passar pelo nosso certame onde acabam sempre por comprar alguma coisa. Já é uma tradição”. ■

José João Andrade produtor (Doce Negro) É uma forma de mostrarmos o nosso produto e levar o nome da nossa terra mais longe, em especial nos casos como o meu que tenho produtos rotulados que levam todos o nome de São João da Pesqueira. Não é o nosso mercado local que tem capacidade para consumir todos os nossos produtos, por isso os turistas que aqui passam e compram são importantes para nós.

Lídia Sobral Restaurante Ernestus É muito importante esta divulgação para nos darmos a conhecer, tanto a nível local como lá para fora com todos aqueles que nos visitam. Os turistas que aqui vêm provam o nosso produto e gostam dele, depois acabam por regressar para comprar mais e acabam por ficar a dormir, ou pelo menos almoçam ou jantam por aqui, e isso é muito importante.


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Penedono

Viagem aos tempos medievais marca BTL A presença do município de Penedono na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), é caracterizada pela forte vertente temática, dedicada aos tempos medievais, impulsionada pelo castelo erguido bem no alto da vila beirã. Qual é a principal razão de manter a aposta num espaço exterior? O nosso Castelo tem uma vertente temática muito importante. Este ano não o trouxemos mas temos o burgo que é a área envolvente ao castelo, um cenário muito interessante. Esta viagem no tempo, no imaginário das raízes perdidas nesse tempo, são a memória dos nossos tempos medievais. A promoção que aqui se faz da Feira Medieval é também um lado importante? Evidente que sim. A nossa Feira Medieval é comunicada publicamente, para o país e para o mundo, precisamente aqui, na BTL. No sábado, dia 16, realizamos aqui a apre-

sentação oficial do evento. Depois ainda participamos na FIT (Feira Internacional de Turismo, na Guarda), a partir daí está na rua e resta-nos preocupar em melhorar o planeamento que já está feito, para que, chegados a julho, seja mais uma realização de sucesso, que leva tanta e tanta gente a Penedono.

terísticas únicas e, se quem nos visita não encontra alojamento em Penedono, nos concelhos limítrofes encontrará certamen-

te onde pernoitar. Nós também recebemos pessoas que vêm ao território para realizações em outros concelhos. ■

Ao fim destes anos todos podemos afirmar que continuar a valer a pena participar neste certame? Sim, vale muito a pena. Há muita gente que diz que vem para aqui de férias, esses são os totós, aqueles que vêm aqui sem objetivos. Se tivermos objetivos bem definidos como nós vale muito a pena estar aqui. O único problema que temos é a falta de capacidade em receber todos aqueles que vão até nós ao longo do ano e que nos diz que nos viram aqui. Temos no município uma unidade hoteleira que foi um investimento da autarquia e que está entregue à gestão privada,. Foi um investimento de 1,5 milhões de euros que não foram apoiados por qualquer fundo porque afirmavam que o destino seria a iniciativa privada mas a verdade é que ninguém se iria dispor a investir este valor no nosso território. Felizmente o nosso território tem carac-

Carrazeda de Ansiães

CIVT recebe mais de cinco mil turistas no primeiro ano Um ano após a inauguração do Centro Interpretativo do Vale do Tua (CIVT), um espaço interpretativo que nasce das contrapartidas resultantes da Declaração de Impacto Ambiental realizada no âmbito do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua, o balanço efetuado à afluência de visitantes, pelo autarca de Carrazeda de Ansiães, João Gonçalves, é muito positivo. Este espaço museológico resulta da recuperação de dois armazéns devolutos que se encontravam localizados junto à Estação do Tua. Este projeto preserva através de conteúdos temáticos e interativos a memória do Vale do Tua. Os conteúdos museográficos do CIVT estão divididos em 3 temas que evocam o Vale, a Linha do Tua e a Barragem e pretendem estabelecer a

ligação entre o visitante e as gentes locais, funcionando como uma porta de entrada na área do Parque Natural do Vale do Tua. Entre 21 de Fevereiro de 2018 e 21 de fevereiro de 2019 visitaram este espaço museológico mais de 5300 visitantes. “Quando iniciamos funções, consideramos o setor do turismo como fundamental no desenvolvimento de outros setores no concelho. Temos boas potencialidades para esse desenvolvimento turístico e o CIVT está inserido nessa estratégia, até porque está implementado numa localidade que consideramos não só uma porta de entrada no Vale do Tua mas também no concelho de Carrazeda de Ansiães. Este projeto tem excedido largamente as nossas expectativas neste primeiro ano, estamos a falar de um concelho com cerca de seis mil habitantes, portanto, ter um número de visitantes superior a cinco mil é bastante significativo”. Uma análise ao perfil do visitante do CIVT permite-nos constatar que 25% dos visitantes do CIVT chega ao Tua através dos comboios que circulam na linha de caminho-de-ferro do Douro. Para potenciar e impulsionar ainda mais a visitação deste espaço foi assinado no dia 1 de junho de 2018 um protocolo entre a

CP Comboios de Portugal e o Município de Carrazeda de Ansiães, entidade gestora do CIVT, no sentido de proporcionar aos utilizadores da Linha do Douro descontos para a entrada neste espaço de interpretação do Vale do Tua. Por via deste protocolo, os passageiros que viajarem na oferta regular e no comboio histórico da CP podem usufruir de uma redução de 50% no preço do bilhete de entrada no CIVT. Este espaço museológico resulta da recu-

peração de dois armazéns devolutos que se encontravam localizados junto à Estação do Tua. Este projeto preserva através de conteúdos temáticos e interativos a memória do Vale do Tua. Os conteúdos museográficos do CIVT estão divididos em 3 temas que evocam o Vale, a Linha do Tua e a Barragem e pretendem estabelecer a ligação entre o visitante e as gentes locais, funcionando como uma porta de entrada na área do Parque Natural do Vale do Tua. ■


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Vila Real

Mercado Criativo assinala fim do Douro Creative Hub Nascido da vontade da sociedade civil em 2015, o Douro Creative Hub tinha como objetivo criar na região um polo de industrias criativas dando uma maior visibilidade a este setor. Texto e Foto: Carlos Almeida

A pouco dias de encerrar o projeto o VivaDouro falou com o seu responsável, João Calejo, para fazer um balanço do trabalho realizado e antecipar o Mercado Criativo, que terá lugar nos próximos dias 29, 30 e 31 de março, no Mercado Municipal de Vila Real. O projeto está agora na sua reta final, mas voltemos ao início: Como surge a ideia da criação do projeto Douro Creative Hub? Este projeto começou em 2015 como uma ideia da sociedade civil da região com o objetivo de criar um polo de indústrias criativas. A ideia de criar este polo surgiu da necessidade de dar visibilidade à economia criativa que muitas vezes se confunde com as artes do espetáculo, mas vai muito mais para além disso, as áreas que a incorporam são tão grandes que ás vezes já não sabemos o que é criativo e o que não é criativo (risos), na realidade, não existe um consenso daquilo que é ou não criativo. A criação deste projeto aconteceu num momento do pico da crise, e foi numa época em que estavam a chegar ao nosso território jovens com elevadas formações em teatro, cinema, design industrial… estes jovens foram

tirar os seus cursos fora do nosso território mas regressaram com elevados know-how e skills, sentindo também a necessidade de se agregarem e construírem massa critica. Houve uma primeira reunião para a qual nós fomos convidados por esse conjunto de pessoas, criativos que estão aqui no território a trabalhar, e acho que a agregação da UTAD foi crucial, pelo seu reconhecimento a nível regional e nacional. Acha que a participação da Universidade foi realmente uma alavanca para a realização deste projeto? A UTAD aceitou o desafio no sentido também de agregar vontades e acho que foi importante haver uma instituição que apoiasse e que aceitasse o desafio. Na fase inicial foi importante para nós percebermos quem eram os criativos que havia no Douro, onde estavam, quantos eram, e o que faziam. A partir daí aquilo que a UTAD tentou fazer foi compilar um conjunto de informações, liberar um plano estratégico e dar visibilidade. Nessa primeira reunião detetamos ainda que, quando falamos de industrias criativas, os próprios criativos não se sentiram como industria “ah, nós não somos nenhuma fábrica” (risos), viam mesmo o conceito de atividade económica da indústria como “não fábrica” portanto os próprios criativos não se identificavam como tal, por isso hoje o termo mais consensual é economia criativa. Seguiu-se uma segunda reunião e entretanto surgiu, por parte do Norte 2020 a possibilidade de uma candidatura para ações coletivas na área do empreendedorismo criativo em territórios de baixa densidade e a UTAD propôs-se também a preparar

essa candidatura e a mobilizar este projeto do Douro Creative Hub como a base, uma sustentação para criar algo mais na região. Desde o inicio até agora, houve aqui todo um grande processo, cerca de dois anos. O que foi feito ao longo desses dois anos e como chegamos hoje ao Mercado? O projeto foi idealizado em três grandes vertentes: identificação, promoção e uma vertente de capacitação. Na vertente da identificação o que nós temos vindo a fazer é o levantamento dos criativos do Douro, que é uma base de dados que tem várias informações sobre os mesmos. Este levantamento está a ser feito em vários municípios porque este é um projeto da NUT III Douro, ou seja, temos feito várias atividades das industrias de produção criativas. Na vertente da promoção, atribuímos um prémio aquele que teve mais visibilidade, pela primeira vez demos um prémio direcionado só para as industrias criativas, nas suas mais diversas vertentes, onde tivemos mais de 79 concorrentes e na altura o valor que conseguimos estimar foi um milhão de euros de investimento no território. Por fim, no terceiro ponto, o objetivo é passar ferramentas relacionadas com o Creative Camp que tem a ver com um conjunto de dez ações, sobre vários tópicos daqueles criativos que querem criar um negócio. Como é que o podem constituir, que bases é que têm que ter, que financiamentos é que existem e por fim, que ferramentas é que podem utilizar para melhorar as suas próprias ideias. Projetos como estes tornam-se essenciais para dar força a quem tem essas ideias? Um projeto destes dá maior visibilidade a estas pessoas, que estavam muito ao nível do seu município a trabalhar, o que se pretende é que estes projetos saiam também um bocadinho para fora desses municípios, das suas regiões, porque surgiram estruturas que agregaram, deram capacitação, deram formação, portanto, o objetivo é pegar nas capacidades que já existem e dar-lhes visibilidade. É em co-working, em cocriação que bons projetos podem acontecer. Eu gosto muito daquela frase que é “sozinho vou mais rápido, acompanhado vou mais longe”, e é portanto esta questão do ir mais longe que nos interesse, não é o ir mais rápido, é chegar mais longe, ir mais longe e continuar mais longe.

Para um criativo que comece a trabalhar no Porto, a grande dificuldade dele será superar o impacto das grandes marcas e empresas. Aqui neste caso o impacto é aparecer, mostrar-se, é por aí que o projeto culmina com o mercado criativo? Sim, exatamente, mostrar que a região tem praticamente tudo e que tudo é funcional. Aqui há uns tempos, participei no plano estratégico da UTAD e uma coisa que os alunos me diziam, de Viseu era: “Vai para Vila Real? Para Trás-os-Montes?” como se fosse do outro lado do mundo e eu acho que nós temos muito de vencer estes estigmas das palavras, ou da região porque várias empresas das industrias criativas só têm vantagens em aqui estar porque os custos são muito mais baratos, existem condições melhores no interior do que no litoral. Pedia-lhe que me falasse do mercado criativo. Qual é o plano de atividades? O mercado vai ser multi-espacial e vai começar no dia 29 à noite com um dos premiados que é o “Lago dos Caretos” no teatro de Vila Real, a entrada é livre mas é necessário bilhete. Vamos começar aí porque nós só temos o mercado disponível à tarde, e vamos ter que montar uma logística doida, portanto vai ser trabalhar tarde e noite, até aí vamos ter de ser criativos (risos…). Decidimos criar o mercado porque é uma coisa diferente, montar uma tenda na avenida, era mais uma, ir para um pavilhão, era mais uma feira. As pessoas que lá vão, vão ver que é um mercado num edifício muito bonito, vamos ter 30 expositores, e cerca de 6 espaços dedicados à gastronomia, onde as pessoas possam estar porque o objetivo é que as pessoas possam passar lá o dia. Vamos ter também vários workshops temáticos, animação durante as refeições, e um espetáculo à noite. Sábado dia 29 o mercado abre às 10h com os expositores e vamos logo ter uma palestra participativa sobre arquitetura e outra sobre design, depois vai haver um intervalo para as refeições e vamos ter musica ambulante, animação e até um espaço para crianças, temos também apresentações de várias empresas criativas. Domingo de manhã vamos ter um showcooking, o almoço, e à tarde vamos ter também alguns premiados nomeadamente os “Sons do Douro”, e encerrámos por volta das cinco. No entanto, vamos ainda fazer um encerramento do projeto, que acontecerá no dia 12 ou 13 de abril e que contará com um dos premiados que é a Orquestra Sinfónica do Douro, com um grupo de 60 pessoas, fazendo um resumo de tudo aquilo que fizemos durante estes dois anos. ■


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São João da Pesqueira

S. João da Pesqueira conta com novo espaço

Vindouro: Festa Pombalina já mexe

O Município de S. João da Pesqueira conta com um novo espaço batizado como Praça do Marquês, um recinto multifuncional que permitirá acolher com maior conforto a realização de eventos e concertos dispondo de

A 16.º Edição da Vindouro | Wine and History | Festa Pombalina já "mexe" com a organização a confirmar a presença de Pedro Abrunhosa e os Amor Electro no maior evento de promoção de vinhos da região e que concilia com uma componente de recriação pombalina como homena-

capacidade para maior número de pessoas. A Feira Quinzenal também passou a realizar-se neste espaço concentrando os feirantes neste novo e moderno espaço para maior comodidade de todos. ■

gem ao Marquês de Pombal pela criação da mais antiga Região Demarcada de Vinho do Mundo (1756) e pelo impacto que teve no Concelho de S. João da Pesqueira que é hoje o maior produtor de vinho do Porto e DOC Douro. Marque na sua agenda, um evento a não perder. ■

Município marca presença no SISAB Com o objetivo de promover e internacionalizar os produtos de reconhecida qualidade, bem como potenciar e dinamizar a economia do concelho, o Município de S. João da Pesqueira marcou mais uma vez presença no SISAB - Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas. Considerado como o maior evento de promoção das fileiras do setor alimentar e bebidas nacionais, o SISAB decorreu entre os passados dias 25 e 27 de fevereiro, no Altice Arena. Numa estratégia ligeiramente diferente das participações anteriores, o Município de S. João da Pesqueira entrou em contacto, durante as últimas semanas, com a grande maioria dos importadores internacionais registados pela organização. Durante o SISAB, e após esse primeiro contacto onde se apresentaram as várias mais-valias dos produtores pesqueirenses - principalmente no setor dos vinhos, azeite, frutos secos e mel -, realizaram-se dezenas de encontros com esses mesmos importadores internacionais, bem como com empresas exportadoras nacio-

nais. Compreensivelmente, os produtos com mais procura continuam a ser os vinhos e o azeite, seguidos pelos frutos secos e mel. Os representantes estrangeiros começam a reconhecer a reputação de S. João da Pesqueira como Coração do Douro, como resultado da sua centralidade na Região Demarcada e do forte contributo e vitalidade nos 4 vetores principais: Vinho, Vinha, Cultura e Património. S. João da Pesqueira tem a responsabilidade - e o orgulho - de

ser o município maior produtor de Vinho do Porto e do Douro e o concelho que detém a maior área classificada como Património Mundial da UNESCO. Todas estas realidades são mais-valias no processo negocial e a divulgação e promoção realizada no SISAB e que foi possível constatar. Presença habitual no stand de S. João da Pesqueira começa a ser a presença do Sr. Presidente da República. O professor Marcelo Rebelo de Sousa brindou ao sucesso da parti-

cipação no evento e lembrou a passagem pelo concelho de S. João da Pesqueira aquando da VINDOURO, em setembro passado. O executivo da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, deslocou-se ao evento onde teve oportunidade de contactar pessoalmente com diversos importadores e distribuidores de forma a reforçar o empenho da Câmara Municipal na aposta na divulgação do destino S. João da Pesqueira para quem procura produtos de excelência. ■


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São João da Pesqueira

Grande implementação de um processo de qualidade na “nova” Esprodouro Foi na celebração do dia de São Valentim, dia 13 de fevereiro, que a escola profissional Esprodouro evidenciou as grandes diferenças entre o passado e o presente na estratégia pedagógica da nova equipa, que apresenta já um índice de produtividade de 126%. A escola profissional Esprodouro abriu uma nova etapa na sua história e é de salientar que, há um ano atrás, esta instituição estaria a passar por um período difícil que resultou em salários em atraso e um saldo negativo. Fernando Rodrigues, diretor da escola, revela com entusiasmo ao nosso jornal que hoje existe uma “nova” Esprodouro, uma escola renovada e em que no presente “todos os salários estão pagos, assim como os fornecedores, toda a gente tem as suas contas saldadas. Conseguimos reduzir a nossa divida e temos um índice de produtividade de 126%.” O professor afirmou ainda que todos os docentes da instituição estão focados em “transferir o modelo pedagógico de aulas tradicionais, para um modelo prático” e que estão a preparar-se para que no próximo ano letivo seja aberta “uma formação na área da enologia porque a escola se quer afirmar como uma escola do Alto Douro Vinhateiro que é”, sendo importante referir que os alunos desta escola têm acesso direto à universidade devido a um protocolo assinado entre a instituição e o Instituto Politécnico da Guarda.

> Grupo de alunos responsável pela confeção e serviço de almoço

Foi neste evento dedicado à celebração do Dia dos Namorados, onde a temática escolhida foram os deuses gregos, que a escola profissional da Pesqueira mostrou que se rege pela alta qualidade de ensino e condições que oferece aos seus estudantes, com a participação ativa dos diversos cursos como por exemplo o curso de restaurante/bar, cozinha/pastelaria, que trataram de toda a organização e logística do almoço, o curso de desporto que ficou encarregue de medir o índice corporal de pessoas idosas que habitam a região, o curso de geriatria responsável pela gestão destas pessoas e o de turismo onde prepararam a temática de todo o almoço. Esta parte prática realizada pelos alunos foi avaliada individualmente não só pela realização do almoço destinado a professores, funcionários e convidados,

mas também pelas várias atividades que foram acontecendo ao longo do evento. Helena Coutinho, presidente da associação de estudantes admite que “o grau de exigência e qualidade do nosso trabalho é cada vez maior, no geral, tudo mudou para melhor” o que demonstra a felicidade e a motivação dos alunos. A UVA, Universidade Sénior da Pesqueira foi uma das convidadas para estar presente no evento, assim como a diretora da escola e o autarca pesqueirense, com o objetivo de fazer ver que esta escola não funciona como uma concorrência ao concelho, “é algo que vem agregar, algo novo”, afirma Fernando Rodrigues. No futuro o objetivo principal desta escola, que está em plena evolução, é “ter projetos da internacionalização da escola e pensar mais longe, numa escola de

excelência”, o Presidente da Pesqueira admite que são projetos como estes que fazem sentido “com uma equipa que trabalha toda para o mesmo rumo”. Relembra-se que, a escola Esprodouro foi aberta há 23 anos e sempre foi uma escola profissional, conforme o professor João Guedes nos relatou, esta escola “sempre esteve intrinsecamente ligada ao meio local” no entanto no presente conta com uma parceria com o centro Qualifica que se centra no ensino profissional e de formação de adultos, mas hoje, mais do que fixar os alunos que já lá se encontram, segundo o autarca Manuel Cordeiro, o objetivo é aliciar novos alunos que venham de fora da região e que “aqui façam aquilo que melhor sabem como ficou demonstrado neste evento onde participaram diversas entidades locais”. ■

> Helena Coutinho, presidente da Associação de Estudantes


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Armamar

Município promove Feira da Maçã na BTL Armamar desceu até Lisboa e, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), mostrou o melhor que o concelho tem para todos aqueles que o visitam. A Feira da Maçã foi um dos destaques da presença armamarense no maior certame nacional dedicado ao turismo. Entre a comitiva municipal, liderada pelo autarca João Paulo Fonseca, esteve também presente a vereadora Cláudia Damião, responsável pela participação no certame e com quem o VivaDouro falou em exclusivo. “Desde que assumi funções neste cargo empreendemos um conjunto de ações promocionais do município que passam por mostrar o que de melhor temos, fora de portas”, afirma a vereadora que assume a importância de alguns parceiros estratégicos como o Turismo do Porto e Norte de Portugal nesta estratégia. “Obviamente que temos aqui alguns parceiros estratégicos, a começar pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal, com os quais participamos em todas as ações para que somos convidados e desta feita, a BTL, foi a que demos logo mais atenção”. A participação neste certame é vista pelo município como muito importante pela exposição que consegue, refletindo-se num crescimento do fluxo turístico. “Começamos a perceber que esta nossa participação é um ativo promocional muito grande e isso obrigava-nos a ser criativos, tornando a nossa presença

> Cláudia Damião, Luís Pedro Martins, Sónia Borges e João Paulo Fonseca na BTL

interessante com a realização de diversos showcookings e provas de vinhos, distribuição da nossa maçã, sorteio de vouchers, entre tantos outros. Por aqui já fizemos um bocadinho de tudo e reconhecemos que há retorno. Não conseguimos contabilizar esse impacto em número de visitantes ao concelho de Armamar mas a verdade é que vemos a nossa hotelaria e a nossa restauração a acusarem esse crescimento do fluxo turístico”, afirma Cláudia Damião. No entendimento da vereadora a mudança de estratégia iniciada no ano passado, passando a integrar um espaço dedicado aos municípios da CIM Douro, é acertada e deve manter-se em futuras edições. “Participamos na BTL há oito anos, nos últimos dois a estratégia tem sido mais concertada com a CIM Douro apresen-

tando um espaço próprio da região que nos abre portas a outras estratégias de promoção. Penso que esta é uma estra-

tégia de sucesso porque ganhamos mais espaço e mais tempo para as nossas ações, portanto o balanço é positivo”. A presença de Armamar neste certame foi ainda oportunidade para o município promover um dos seus maiores eventos, a Feira da Maçã, que este ano se realiza entre os dias 18 e 20 de outubro. “Fidelizamos a data do evento associando-a à época de colheita do fruto”, sublinha Cláudia Damião que, sem ter ainda um programa fechado, afirma que será um fim de semana com muita animação onde não só a maçã mas também outros produtos característicos da região, marcarão presença. “Vamos ter a habitual mostra dos nossos empresários do setor agrícola, com maior expressão na maçã, mas onde também mostramos outros produtos como os vinhos, os queijos ou os enchidos, por exemplo. A presença do setor do turismo, que tem vindo a aumentar, tornamos este certame uma verdadeira montra do concelho de Armamar, que se completa com os momentos de animação sempre muito especiais”. ■

OPTA - Oportunidade, Promoção e Transformação na Ação A Câmara Municipal de Armamar viu aprovada a candidatura ao Programa Escolhas com o “Projeto OPTA - Oportunidade, Promoção e Transformação na Ação”. O OPTA entrou em funcionamento no passado dia 1 de março e tem a duração de dois anos. Tem na Autarquia a entidade promotora e a Santa Casa da Misericórdia de Armamar como entidade gestora. O objetivo das ações a desenvolver procuram dar resposta a questões relacionadas com o insucesso escolar, o desemprego jovem e a desigualdade no acesso a respostas

de ocupação saudável dos tempos livres. Criado em 2001, o Programa Escolhas tem a missão de promover a inclusão social de crianças e jovens provenientes de contextos mais vulneráveis, particularmente de descendentes de migrantes e de crianças e jovens ciganos, a igualdade, a não discriminação e o reforço da coesão social. O programa é promovido pela República Portuguesa em parceria com o Alto Comissariado para as Migrações e é cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE), Portugal 2020 e Fundo Social Europeu. ■


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Foz Côa

Milhares de turistas na Festa das Amendoeiras em Flor Ano após ano, e já lá vão 38, milhares de turistas acorrem a Vila Nova de Foz Côa onde a Festa das Amendoeiras em Flor celebra as paisagens floridas neste início de primavera. Sendo esta celebração realizada em três fins de semana, com dezenas de eventos no seu cartaz, o ponto alto fica guardado para o último domingo, com o cortejo etnográfico a encher as ruas de cor e animação enquanto se recriam tradições e costumes locais. Foi aí, no meio do cortejo, que a nossa reportagem encontrou João Paulo Sousa, vereador autárquico e responsável pelo evento. Entre o olhar atento ao que se passa com o cortejo, o vereador adianta-nos que “está a correr muito bem até porque a experiência ajuda sempre”. Num rápido balanço João Paulo Sousa mostra-se satisfeito com a realização deste ano que levou milhares de turistas a Foz Côa. “No balanço destes três fins de semana podemos dizer que as coisas não correram mal mas este, sem dúvida que é o ponto alto. Temos aqui muita gente espalhada pelas ruas da vila, não conseguimos contabilizar mas são certamente milhares de pessoas que temos hoje aqui”. Enquanto a conversa decorre com a nossa reportagem, o vereador não deixa de dar uma ou outra indicação, cumprimentar quem assiste ao cortejo e garantir que tudo corre como planeado até ao final. “Enquanto não os levar a todos até ao fim o sistema nervoso não acalma mas está tudo a correr bem”.

Foi por entre a assistência do cortejo que encontramos Gustavo Duarte, o autarca foz-coense falou, à nossa reportagem, num momento de orgulho com milhares de turista a encherem as ruas da sua vila. “Esta é um a festa com raízes consolidadas já na sua 38ª edição, com um público muito fiel e que aproveita sempre este início de primavera para vir ver as amendoeiras em flor que nos dão uma panorâmica fantástica com as encostas floridas de branco e rosa. Todos os anos, em especial neste dia, temos sempre aqui uma multidão, o que me leva a dizer que este é um evento não só regional, mas sim nacional e transfronteiriço pelo número de espanhóis que visitam Foz Côa nesta altura, e este ano o tempo também ajudou com dias de sol e boas temperaturas”. Apesar do otimismo Gustavo Duarte não deixa de notar que este ano se contabilizam umas centenas a menos de visitantes, situação que para o autarca pode ser reflexo dos problemas que este ano afetam a Linha do Douro, meio pelo qual centenas de visitantes chegavam a Foz Côa. “Ao longo dos três fins de semana recebemos muita gente, quer de forma particular, quer em excursões organizadas, que vêm em busca destas paisagens floridas que são realmente encantadoras. É evidente que, se não fosse o problema que neste momento se regista na Linha do Douro, certamente teríamos aqui mais algumas centenas de pessoas, até porque todos os anos a CP organiza diversos comboios especiais nesta época. Os constrangimentos e alterações que se verificam este ano com mudança para autocarros acabam por afastar algumas pessoas. No meio de todos estes milhares de pessoas o impacto é pequeno mas sempre teríamos mais gente, com todas as vantagens que isso implica. Espero que no

próximo ano já tudo esteja normalizado”. Para o autarca, este evento tem um cariz mais popular e é aquele que mais gente atrai até Foz Côa, contudo, o município organiza outros eventos que são igualmente importantes na promoção do concelho fora de portas. “Temos vários eventos ao longo do ano que nos dão uma grande projeção. Este é o maior em termos de cariz popular, aque-

le que traz mais gente, mas já estamos a trabalhar nos restantes que vamos organizar ao longo do ano como o Festival do Vinho do Douro Superior ou o Côa Summer Fest, por exemplo. Todos eles ajudam a trazer gente a este concelho que, como eu não me canso de dizer, é o único com dois patrimónios mundiais que terão um papel relevante no desenvolvimento da região do Douro”. ■

Liberta Rodrigues Causas e Contextos, Associação Cultural e Recreativa Representamos a freguesia de Seixas, um grupo composto de jovens e não jovens. O nosso objetivo aqui é promover a cultura da nossa aldeia a todos os que vêm a Foz Côa ver este cortejo. Na nossa aldeia as pessoas vivem muito a religião, vão à missa regularmente, participam nas procissões, isto é também um ato social que nós quisemos retratar com a nossa presença, com um pouco de sátira. Esta é uma oportunidade de mostrar a quem nos visita que no interior não há só pessoas idosas, há também gente que se interessa por se manter aqui, revitalizando a cultura e as tradições locais.

João Afonso Presidente da Junta de Freguesia de Almendra Participamos neste cortejo com dois carros, um que representa a ceifa, um trabalho típico da nossa região, e um segundo que é o dentista, um carro mais para a brincadeira, para a animação. O carro da ceifa é uma recriação o mais exata possível de como se fazia este trabalho, quer nos utensílios, quer no vestuário dos figurantes, por exemplo. Isto acaba por despertar algum interesse dos mais jovens porque ouvem os seus pais e avós falar de como era no seu tempo e aqui têm a oportunidade de realmente ver como era e participar. Esta é a estratégia da nossa Junta de Freguesia, trazer sempre um carro mais tradicional que conte um pouco da nossa história e da nossa cultura.


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16 VIVADOURO MARÇO 2019

Reportagem VivaDouro

Coesão territorial é imagem do A presença dos municípios durienses no maior certame nacional dedicado ao setor do turismo, a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), resultou num balanço positivo feito pelos autarcas que destacam ainda a coesão demonstrada pela presença num espaço único dedicado à região do Douro. Texto e Fotos: Carlos Almeida

O VivaDouro acompanhou os primeiros dois dias do certame, em Lisboa, registando desde logo a forte afluência que se fez notar no espaço da CIM Douro onde, alternadamente, cada município se ia apresentando bem como a alguns dos seus produtos endógenos. Entre os autarcas era evidente a coesão tantas vezes ouvida nos discursos, marcando presença massiva em cada momento, de cada município, reforçando ainda mais a promoção do território como um todo. Visitas em destaque São já habituais as visitas de diferentes políticos a eventos desta dimensão e a BTL não foi exceção tendo todos eles passado pelo espaço da região do Douro, aproveitando para brindar com os vinhos da região e para provar alguns dos sabores durienses.

A inauguração foi marcada pela visita do Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. O Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, foi outra das presenças notadas assim como o atual candidato às eleições europeias pelo PS, Pedro Marques. O espaço da CIM Douro foi ainda visitado por diversas outras personalidades da vida pública e artística nacional como a ex-campeã olímpica Rosa Mota, o músico David Fonseca, os Dead Combo, o campeão paralímpico Lenine Cunha, entre tantos outros. Prémio Nobel da Paz fala, sobre ambiente De entre todas as visitas, aquela que talvez tenha despertado maior curiosidade e interesse terá sido a do Professor Mohan Munasinghe, Prémio Nobel da Paz 2007 que deu uma pequena palestra sobre alterações climáticas à qual assistiram os diversos autarcas e empresários da região, bem como um grupo de estudantes da Escola Profissional de Sernancelhe. No final da palestra, o VivaDouro falou com o Professor Mohan que destacou três razões pelas quais é importante falar para um público mais jovem como aquele que encontrou: “Primeiro, este é o planeta deles, o futuro deles, por isso eles têm direito a saber o que esse futuro lhes reserva. Em segundo, eles ainda têm oportunidade de fazer algo, já que nós, na nossa geração, não deixamos o melhor legado. E por último o facto de eles terem novas ideias, têm ao seu alcance ferramentas que lhes permitem chegar mais longe, fazer mais. Os jovens são quem pode garantir a sustentabilidade do futuro do nosso planeta”.

> Secretária de Estado do Turismo a brindar com os autarcas do Douro

Também o Diretor pedagógico da escola profissional de Sernancelhe, Jorge Figueiredo, que acompanhou o grupo de alunos, sublinha a importância de se abordar estes temas com os mais jovens, lembrando que, pela sua origem, os jovens durienses estão mais despertos para a situação que o planeta vive. “Primeiro temos que interiorizar, cada um de nós, este problema, depois devemos fazer o que está ao nosso alcance no sentido de criarmos um melhor ambiente para nós e para as gerações futuras. Faz todo o sentido estes alunos estarem presentes, nomeadamente para ouvirem esta mensagem, que eu quero acreditar vai ter algum eco neles, ajudando a mudar alguns hábitos. Estes jovens acabam por estar muito mais despertos para esta problemática até porque a sentem diariamente, tendo em conta a região de onde somos. Música, provas gastronómicas e de vinhos A animação no espaço da CIM Douro foi constante ao longo de todo o certame com cada município a mostrar um pouco do melhor que tem no seu território. Para além de uma apresentação individual que cada autarca ou representante teve oportunidade de fazer do seu município, todos os concelhos dispunham de alguns minutos no balcão central do espaço, que era aproveitado para dar a provar aos visitantes os melhores produtos da região, fossem eles vinhos, queijos, enchidos, fruta ou doçaria. Também constante foi a presença de diversos grupos folclóricos, de cantares e bandas que foram passando pelo espaço Douro, levando até aos visitantes um pouco da cultura e tradições durienses. No decorrer do certame cada município

> Turismo Porto e Norte, CIM Douro e Prémio Nobel da Paz

teve ainda oportunidade de apresentar alguns dos seus eventos de maior destaque como a Feira da Maçã da Armamar, as Feiras Medievais de Penedono e Moncorvo, as comemorações do V Centenário da Circum-Navegação por Fernão Magalhães em Sabrosa, a Cidade do Vinho em Peso da Régua, entre tantos outros. Também aqui os privados tiveram um papel de destaque com a apresentação de diversos projetos e produtos como o Gin Cobalto de Tabuaço, o Festival Douro Rock na Régua ou o novo Wine Music Valley, um festival a acontecer em Setembro, em Lamego. Carlos Silva – Presidente CIM Douro Penso que esta nossa participação é a afirmação da nossa região tal como ela deve ser. Nos últimos anos temos feito esse trabalho, unir a região num só. Considero que esse objetivo está, mais ou menos, concretizado, é preciso agora limar ainda algumas arestas e resolver alguns pormenores. Mas este é o resultado que deve ser o Douro e a nossa Comunidade Intermunicipal. Independentemente da opinião de cada um, nos momentos certos devemos todos rumar no mesmo sentido. O Douro é hoje uma grande imagem de marca no Mundo. A marca Douro é muito importante, se há uma região, no meio destas todas, que se distingue, é a nossa. Estar aqui o Douro, no seu todo, serviu sem dúvida para engrandecer este certame. José Manuel Gonçalves – Presidente CM Régua A importância de estar na BTL é a importância do Douro estar coeso na sua representação neste certame. Cada vez mais, e o entendimento da Régua também é esse, devemos estar unidos para promover a nossa região em conjunto. Para a Régua em particular, e este ano em especial porque somos Cidade do Vinho, queremos que seja um ano de arranque, para capacitar


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Reportagem VivaDouro

Douro na BTL

em foto de família

cada vez mais o nosso território para todas estas dinâmicas Do vinho. Têm passado pelo nosso stand as principais figuras que passam pela BTL, que têm aproveitado para brindar com o nosso vinho, por isso consideramos que a nossa presença aqui é uma promoção que certamente dará os seus frutos, a curto, médio e longo prazo. José Damião – Vice-Presidente CM Tarouca Somos um município do território CIM Douro, somos um município do Douro e é com ele que nos identificamos, daí estarmos presentes neste espaço conjunto da região. Para Tarouca é importante estar presente neste certame porque é sempre importante promover o nosso território. Desta vez optamos por não promover apenas o território e o nosso património edificado, trouxemos também os nossos produtos endógenos, trouxemos os nossos empreendedores ligados ao setor do turismo, para que aqui estabeleçam contactos e ajudem a alavancar o número de visitantes que vão até ao nosso concelho. Manuel Natário Cordeiro – Presidente CM Pesqueira São João da Pesqueira marca presença na BTL, e em outros eventos semelhantes, desde há muitos anos. Esta é a principal feira de turismo do país e para nós é importante estar aqui. Desde o ano passado que estamos integrados neste espaço da CIM Douro porque consideramos que a união faz a força e, promovendo o Douro estamos também a promover o nosso concelho. Há algumas arestas a limar e algumas mudanças a serem feitas mas isso é um trabalho de análise que certamente faremos no seio da Comunidade Intermunicipal para

que nos próximos anos possamos melhorar esta nossa presença. Sónia Borges – Vereadora CM Alijó A BTL é uma das maiores feiras do setor do turismo a nível nacional e internacional. Para Alijó, participar neste certame é marcar presença em mercados nacionais e internacionais, acima de tudo. O nosso maior foco aqui é o programa “Hosted Buyers”, que permite aos nossos operadores locais alcançar bons negócios, daí também os apoiarmos na vinda ao certame onde hoje, por exemplo, tiveram oportunidade de contactar com mercados como Canadá e Noruega. Carlos Carvalho – Presidente CM Tabuaço É fundamental estar aqui, até porque Tabuaço se tem vindo a afirmar cada vez mais no panorama turístico da nossa região, que por sua vez ganha mais importância no total nacional. Cada vez há mais gente a vir ao Douro. Temos já participado neste certame há alguns anos dentro da estrutura do TPNP. Felizmente, desde o ano passado, a Comunidade Intermunicipal propôs que a nossa participação fosse conjunta, enquanto região. Isto tem sido fundamental, desde logo porque ganhamos escala ao nível da divulgação e da complementaridade da oferta que apresentamos. Cada um de nós tem algo que o caracteriza, com diferentes tipos de turismo para oferecer a quem nos visita. Carlos Esteves de Carvalho – Presidente CM Penedono A nossa presença este ano é igual há que tem sido nos últimos anos, baseada naquela que é a estratégia que há uns anos atrás criamos para este evento. Não estamos aqui só por estar, temos obje-

tivos bem delineados que passam por mostrar o concelho, o seu património, e não é um património qualquer, falamos do nosso Castelo de Penedono, com todo um potencial inerente ao imóvel que é, neste espaço mais institucional, vendendo o concelho do ponto de vista turístico. Depois temos um espaço temático onde continuamos a firmar a nossa estratégia política que é uma viagem até aos tempos medievais. Este ano não trouxemos o castelo, deixando esta ideia de combate, de luta, um pouco de lado apostando mais na vertente do burgo, das artes da época. É isso que este ano temos representado naquilo a que chamamos a Praça dos Ofícios. Finalmente temos ainda uma presença no espaço da CIM Douro, comunidade onde nos inserimos apesar de termos uma particularidade comparativamente aos restantes municípios que é o facto de não me identificar com os socalcos, as vinhas ou o rio. Penedono não é identificado através dessas características, estamos na região de forma consciente, de alma e coração e numa perspetiva de unidade e solidariedade entre todos mas, quem me identifica é, permita-me a expressão, esta monstruosidade arquitetónica, que é o nosso castelo. João Gonçalves – Presidente CM Carrazeda de Ansiães Para nós, marcar presença na maior montra de turismo nacional que é a BTL, é muito importante para podermos divulgar todas as potencialidades do nosso concelho. Uma das grandes apostas que nós fazemos é atrair visitantes e obviamente que um certame como a BTL é um espaço privilegiado para atingir esse objetivo. Aqui podemos promover os nossos produtos endógenos, nomeadamente os agroalimentares, que são de excelência, as nossas paisagens e o nosso património. Pode dar a impressão que esta participação conjunta acaba por esbater cada município de forma individual, mas eu penso de forma diferente. Com uma participação como região, com a marca Douro, ganhamos escala. Promovendo o território como um todo acabamos todos por ganhar com isso. Gustavo Duarte – Foz Côa Para nós é muito importante estar neste cer-

> Visitantes internacionais no espaço da CIM Douro

tame, a promoção que aqui podemos fazer é essencial para aposta que temos no turismo. Nesta nossa presença na BTL o nosso foco é a divulgação do Museu do Côa e dos nossos produtos endógenos, sublinhando sempre que somos o único concelho englobado em dois patrimónios mundiais. Luís Pedro Martins – Presidente do TPNP Desde a minha tomada de posse temos estado presentes em diversos eventos mas a BTL é o maior deles. Até ao momento fazemos um balanço extremamente positivo. Foi um desafio, com apenas um mês de mandato, ter a maior participação de sempre do TPNP aqui na BTL. Podemos afirmar que é uma prova superada, temos 600 eventos a acontecer nestes dias, só neste stand, com uma grande participação das CIM’s e dos municípios. São cerca de 70 mil visitantes que passam por aqui e o nosso objetivo é muito claro, mostrarmos aquilo que temos para oferecer e isso, felizmente, é muito. Por isso não impressiona a quantidade de vezes que eu já subi a este palco para fazer o lançamento de novos produtos e novos projetos de empresas que estão a atuar na região. Tenho recebido um feedback muito positivo por parte de autarcas, quer por parte de alguns parceiros privados que aqui vêm, em especial pela participação que todos os nossos eventos têm registado. Tento estar em todo o lado, falando com todos e tentando ajudar com qualquer situação que possa surgir, é o meu feitio, já era assim antes, não vou mudar só porque agora ocupo este lugar. Esta BTL já tem algumas diferenças, desde logo a dimensão do espaço, depois pelo facto de o presidente e vice-presidente da Entidade, estarem aqui, rigorosamente do primeiro ao último minuto de cada dia, e sendo prestáveis para tudo quanto necessário. A próxima BTL terá certamente algumas diferenças, sobretudo no design e na distribuição do espaço mas não vou aqui revelar detalhes para já. Queremos que seja uma presença mais interativa e funcional, que permita ao visitante o contacto e o conhecimento com o que aqui se apresenta. ■


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Lamego

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Um Douro de valores Maiores! Há um Douro em crescimento. Há um Douro que se agiganta. Um Douro de oportunidades. A CiM Douro tem uma liderança que contagia, envolve e está presente. Na BTL, esse grande encontro de vontades, dos operadores e dos territórios, fez-se da promoção turística um lugar de encontro, de partilha e de ação. Quem por lá passou não ficou indiferente ao empenho e à atitude da generalidade dos nossos autarcas. Uma grande e notável promoção das coisas boas das nossas terras. Este Douro unido é uma potência económica e social à escala internacional. Estes autarcas unidos são uma força imensa no contexto político nacional. São líderes numa das regiões mais diferenciadas do mundo. Reunidas as forças, as vontades e a atitude, este Douro é cada vez maior e mais promotor de oportunidades. Agora importa captar investimento impactante, que crie emprego e fixe pessoas. Certamente no âmbito da CIM teremos uma equipa só dedicada aos investimentos transmunicipais. E isso só é possível se mapearmos, com coragem, os locais estratégicos para o tal investimento de grande magnitude. E, depois, precisamos criar a mobilidade intermunicipal. Para que tudo funcione melhor, os três Douros que fazem este Grande Douro, deviam organizar-se, cada um deles, num modelo de cidade conceptual! Independentemente da forma de organização, estamos, felizmente, a caminho de um Douro assente em valores. Da solidariedade territorial, da partilha de recursos e de ambições conjuntas. Para melhor qualidade de vida e para a reversão do processo de desertificação humana. Para um Douro Maior!

Albufeira de Pretarouca será aumentada em 30% Situada no rio Balsemão, em Lamego, a Barragem de Pretarouca assegura atualmente o abastecimento urbano aos concelhos de Tarouca, Lamego e Resende, pertencentes à área de intervenção da empresa Águas do Norte, do Grupo Águas de Portugal. Segundo informação da empresa à comunicação social, "o concurso público para a obra acaba de ser lançado e tem previsto um investimento total de 1,5 milhões de euros". O objetivo é atingir a capacidade de suportar 4.160.000 metros cúbicos, atingindo assim os 30%, para isso, revela a Águas do Norte, irão ser instaladas “duas comportas com dois metros de altura útil no descarregador de cheias da barragem", criando assim "uma reserva para apoio regional em situações de seca prolongada". A empresa refere ainda que a obra tem um prazo de execução de meio ano e prevê duas opções alternativas.

Uma das opções é a "instalação de comportas de charneira do tipo Obermeyer, cuja manobra é realizada por insuflação/desinsuflação de almofadas de borracha colocadas sob as comportas através do uso de ar comprimido". A outra opção consiste na "instalação de comportas de segmento, que são constituídas por um tabuleiro semicircular, correspondente a um segmento de um cilindro, sustentado por braços radiais que transmitem a pressão hidráulica a maciços de betão fixos", explica. Dado que, "as obras a realizar são feitas sobre o descarregador de cheias da barragem, estas deverão decorrer num período em que a probabilidade de ocorrência de uma cheia seja baixa, idealmente no período estival", justifica. Em ambas as opções "a instalação das novas comportas implicará adaptação da construção civil existente", diz a Águas do Norte. ■

Tarouca

Ponte Fortificada de Ucanha alvo de requalificação A Ponte Fortificada de Ucanha, no concelho de Tarouca, está a ser requalificada com o objetivo de melhorar as condições e a qualidade da visita, anunciou o Museu de Lamego, responsável pela gestão do projeto Vale do Varosa. A ponte, edificada durante os séculos XIV e XV e classificada monumento nacional, está ser requalificada ao abrigo da segunda fase do projeto Vale do Varosa, promovido pela Direção Regional de Cultura do Norte e cofinanciado pelo programa Norte 2020. Segundo o Museu de Lamego, este projeto "levou à criação e abertura ao público da rede de monumentos Vale do Varosa e incluiu a recuperação parcial e abertura ao público do Mosteiro de São João de Tarouca, do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e do Convento de Santo António de Ferreirim". Em abril de 2014 essa rede foi ampliada passando também a integrar Ponte Fortificada de Ucanha e da Capela de São Pedro de Balsemão. "O alargamento dos trabalhos de reabilitação a novos monumentos é materializado nesta segunda fase na Ponte Fortificada de Ucanha, que, durante os trabalhos, permanece visitável pelo exterior", explica o museu, em comunicado. A segunda fase do projeto Vale do Varosa prevê "um conjunto de ações que visam a ampliação das áreas

de visita já abertas ao público, a integração de novos elementos patrimoniais nos percursos de visita, o aumento da diversidade de elementos e temáticas de visita e o reforço da comunicação do projeto". A intervenção na Ponte Fortificada de Ucanha decorre em paralelo com as obras no Centro Interpretativo do Mosteiro de São João de Tarouca, ambas nesta segunda fase do projeto que se iniciou com a obra de conservação e restauro do teto da antiga botica do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas. ■


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Vários Concelhos

Vai nascer a Rede Nacional de Arte Rupestre Fundação Côa Parque e os municípios durienses de Alijó, Vila Nova de Foz Côa, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo são membros fundadores. O objetivo da Rede Nacional de Arte Rupestre é promover, valorizar e capacitar os recursos patrimoniais e humanos das entidades da rede, potenciar o impacto e a missão dos sítios detentores de arte rupestre e instituir mecanismos de partilha de recursos físicos e humanos. Com esta rede, pretende-se também criar canais de comunicação apropriados ao desenvolvimento de projetos colaborativos, promover a cooperação com redes internacionais congéneres e expandir e diversificar os recursos das entidades gestoras dos sítios de arte rupestre e a sustentabilidade financeira

dos projetos de valorização. A rede quer assim “identificar e valorizar todos os locais de arte rupestre em Portugal, educar o público para a sua importância, criar sinalização e documentação de apoio ao turista, fazer um roteiro e um produto editorial para os jovens e criar um portal na internet”. A arte rupestre pré-histórica é um testemunho arqueológico comum em Portugal, em particular nas regiões do interior. Alguns desses vestígios têm uma importância cientifica de âmbito mundial e podem permitir a sua fruição pelo público. Do grupo fundador fazem ainda parte a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e os municípios de Reguengos de Monsaraz, Vila Velha de Ródão, Alandroal, Viseu, Bragança, Caminha, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Oliveira de Frades, Montemor-o-Novo, Fundão, Meda, Mação, Macedo de Cavaleiros e Mirandela. ■ PUB

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Carrazeda de Ansiães

Parque Empresarial começa a ganhar forma A autarquia de Carrazeda de Ansiães tem em marcha um projeto para duplicar o espaço da zona industrial, transformando este espaço num Parque Empresarial com 56 novos lotes com o objetivo de atrair mais investimento ao concelho. Em declarações exclusivas ao VivaDouro, João Gonçalves, autarca de Carrazeda de Ansiães su-

blinha a importância deste projeto no crescimento do concelho. “Este projeto tem uma importância alta e estratégica para o nosso município, é essencial para que possamos atrair mais investimento, fixar tecido empresarial e consequentemente criar novos postos de trabalho, que é o que precisamos urgentemente em territórios como o nosso. Com trabalho e com emprego consegue-se fixar população e é dessa forma que olhamos para este investimento”. Ainda segundo o autarca, este aumento deve-se à procura que o município tem verificado por parte de diferentes empresários. “Temos uma zona industrial que está completa e os empresários têm mostrado interesse em ter mais lotes para adquirir, é no decurso dessas solicitações que arrancamos com este projeto que se

designará de Parque Industrial, duplicando o número de lotes existente”. Neste momento está já aprovado o Plano Pormenor para aquela zona estando o mesmo agora em

discussão pública. Entretanto, afirma o autarca, o município está já “a trabalhar no projeto de execução deste investimento que consideramos que será essencial a médio prazo”. ■

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Sabrosa

Sabrosa comemora em 2019 o V centenário da volta ao mundo de Fernão de Magalhães com programa diversificado O município de Sabrosa associa-se este ano às comemorações do V centenário da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães com um programa municipal de comemorações próprio, que contempla um conjunto de atividades diversificado e transversal às várias áreas da sua intervenção. Com uma estratégia que passa por enaltecer o feito do navegador responsável pela primeira de circum-navegação, estas comemorações iniciaram-se no mês passado com o lançamento da imagem e campanha oficial do município de Sabrosa relativas às comemorações do V Centenário da 1ª viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães e com a realização do Seminário Internacional sobre Metodologias, Abordagens e Práticas de Inventário do Património Cultural, Material e Imaterial Associado à Rota de Magalhães. Este evento aconteceu nos dias 16 e 17 de fevereiro, e contou com as presenças de José Manuel Nuñez de la Fuente, Antropólogo e Historiador espanhol; Gonçalo Cadilhe, autor do livro “Nos Passos de Magalhães” e Juan Marchena Fernandez, Professor Catedrático da Universidade Pablo de Olavide, Sevilha. O evento ficou também marcado pela realização de dois concertos, que contemplaram as atuações de Luísa Amaro, com o espetáculo Mar de Magalhães, e do Octeto de Sopros da Banda da Armada. Também o desfile de carnaval escolar, realizado no passado dia 1, teve como mote as Comemorações do V Centenário da viagem de Fernão de Magalhães. O mar de Magalhães, os pinguins da Patagónia, marinheiros e piratas, naus e culturas tocadas pela viagem do navegador português desfilaram pelas ruas de Sabrosa para todos os curiosos que vieram assistir a este evento. Até ao fim do ano, estão já confirmados outros eventos, que vão do âmbito cultural ao educacional, com o envolvimento da comunidade local. Destaca-se a realização do FLiD – Festival Literário Douro, nos dias 2,3 e 4 de maio, com abordagem ao tema da litera-

tura de viagem e com a presença de escritores dos países tocados pela viagem de circum-navegação. Em junho está prevista a inauguração de um Mural alusivo à figura de Fernão de Magalhães e um concerto pela Banda da Armada. Para setembro está programada a Inauguração da Exposição museológico-interativa “Magalhães” - Locais e Culturas, alusiva a Fernão de Magalhães, à viagem e às culturas tocadas, e que virá acompanhada de uma publicação Institucional alusiva à figura de Fernão de Magalhães. Durante o ano, a programação cultural anual do município de Sabrosa e do Espaço Miguel Torga será direcionada para a temática das comemorações do V Centenário da Viagem de Circum-navegação, com festivais como o Sabrosa Summer Fest a assumir este carater, realizando, por exemplo, um Concerto temático sobre “O melhor dos Descobrimentos”. No âmbito da educação, através do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar, o município está a desenvolver diversos projetos de âmbito pedagógico, entre eles está o apoio na divulgação da figura de Fernão de Magalhães. Para além disso, outras atividades educativas com a temática da viagem de Fernão de Magalhães foram e serão realizadas. As comemorações do dia do Agrupamento Escolar serão direcionadas para os 500 anos da viagem e as Marchas Populares escolares acontecerão com o tema das comemorações a ser o mote para as apresentações deste ano. Estão ainda previstos Intercâmbios juvenis com cidades da Rota Magalhânica. Propostas não faltam para visitar Sabrosa em 2019 sob o mote das comemorações V centenário da volta ao mundo de Fernão de Magalhães. ■

Município de Sabrosa comemorou o Dia Internacional da Mulher O Dia Internacional da Mulher foi assinalado pelo município de Sabrosa com a realização de uma mega-aula de hidroginástica, gratuita para todas as mulheres que decidiram juntar-se a esta iniciativa, que tiveram também direito à oferta de uma lembrança simbólica. Também para comemorar a efeméride, no período da manhã, o executivo municipal, liderado pelo Presidente Domingos Carvas, distribuiu uma pequena lembrança a todas as funcionárias do município, desejando um feliz dia a todas elas.


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Sernancelhe

Sopas à prova na terra da O balanço do Festival das Sopas, em Sernancelhe, é feito na casa dos milhares. São mais de 5 mil litros de sopa que são consumidos por cerca de 3 mil visitantes, durante os três dias do evento. Logo no arranque do certame eram centenas as pessoas que já se aglomeravam na entrada do recinto onde se realizava mais uma edição do Festival das Sopas e Encontro de Ranchos Folclóricos, deixando antecipar mais uma organização de sucesso neste concelho, berço de Aquilino Ribeiro. O VivaDouro também marcou presença no evento e, para além das sopas provadas, regista-se o ambiente festivo que se viveu no Exposalão com vários autarcas da região a marcarem presença ao lado de Carlos Silva, autarca sernancelhense, e que não deixaram de dar um testemunho à nossa redação. Carlos Carvalho – Tabuaço É mais uma prova da vitalidade que o território vai tendo, em especial neste caso no concelho de Sernancelhe, em diferentes vertentes, seja na promoção dos produtos endógenos que são a génese deste evento, seja na promoção da dinâmica associativa que desempenha um papel muito importante num território cada vez com menos gente e mais envelhecido, ajudando a colmatar a falta de investimento que se verifica nos nossos concelhos. Há aqui também uma forte vertente turística. Este evento acontece numa altura em que a sa-

> Autarcas conviveram durante o certame

> Carlos Silva, acompanhado de vários colegas autarcas na inauguração do Festival das Sopas

zonalidade deste setor se faz sentir, no inverno, ajudando a atrair gente para a nossa região. Sernancelhe está uma vez mais de parabéns pelo evento, por promover os seus produtos, as suas gentes e as suas tradições. Também a região está de parabéns por uma vez mais mostrar a união que cada vez mais nos caracteriza. Joaquim Bonifácio - Aguiar da Beira Como foi dito na abertura, são iniciativas como esta que mostram a quem nos governa que o interior tem vida. Estes eventos feitos com produtos da nossa região fazem com que melhor se identifique a região. Comer uma sopa aqui em Sernancelhe lembra-nos de toda aquela população aqui no interior que precisa de nós, estando com eles estamos a ajudar a nossa região. É pena falar-se tanto do interior mas nada se fazer por ele, nós, os autarcas es-

tamos cientes que só com muito trabalho conseguimos valorizar a nossa região, através dos nossos produtos, como aqui acontece. Sernancelhe está de parabéns mais uma vez por este certame, já se nota uma grande afluência logo no início do evento e tenho a certeza que nos próximos dias será ainda mais gente, que virão um pouco de todo o país e que vão levar de volta boas recordações que as farão voltar. Carlos Esteves de Carvalho – Penedono Pensando no território, nos valores que tem e na sua própria identidade este é um certame que consegue congregar valores tradicionais e de etnografia nesta realização, juntando as sopas ao folclore. É a essência popular que está qui bem evidente. Por outro lado é a mostra da atenção real que os autarcas do interior têm na valorização dos

seus territórios. Eu não estou no meu concelho mas venho aqui com redobrado interesse, até porque, numa perspetiva de solidariedade para com o território todo, dizendo que é importante que o território mostre também todas as suas potencialidades através de ações, de atitudes, no preservar das tradições antigas. José Eduardo Ferreira - Moimenta da Beira Tudo o que puder dinamizar os nossos territórios é importante e tudo o que nos leve para a promoção dos nossos produtos tem uma importância redobrada. Para além da dinâmica criada no momento em que estes eventos acontecem, eles criam também novas dinâmicas nas comunidades o que lhes confere grande importância. Aqui em Sernancelhe, terra muito ligada à castanha e à caça, vemos a importância da

> Carlos Carvalho e Carlos Esteves de Carvalho marcaram presença no Festival das Sopas


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Sernancelhe

castanha soas que se dedica a viver nesta região, que trazem para este evento aquilo que são os produtos endógenos, a riqueza do nosso território. Se olharmos bem para aquilo que é a balança comercial deste país, verificamos que são os produtos endógenos dos territórios de baixa densidade que têm um contributo significativo para o seu balanço positivo fomentando as exportações. Não fazemos mais nem menos do que continuar a dar valor, de forma insipiente, ao interior, mostrando que esta região tem as condições, os produtos e as pessoas certas para afirmar um país que devia ser mais homogéneo, mais conectado, mais interligado e que fosse capaz de ser grande, apesar da sua dimensão, nesta europa que

tanto precisa de Portugal. Domingos Carvas – Vice-presidente CIM Douro Este é o exemplo que todos nós devemos ter, com pouco se faz muito e aqui está criado um festival que nasceu do nada mas que com muito empenho e muita dedicação se tem vindo a afirmar ano após ano. Num fim de semana são feitos aqui milhares de litros de sopa que são consumidos por outros tantos milhares de visitantes que até aqui se deslocam. Isto faz uma economia rolar, faz bem às pessoas, estimulando-as e dá-nos a nós, políticos, vontade de dizermos que o nosso território está em grande, está a crescer. ■

> Armando Mateus, na inauguração do certame

permanência destes eventos na promoção da nossa região. Júlio Sarmento – Trancoso Todas as iniciativas que visem promover o setor primário são sempre bem vindas. Como falou, quer o autarca de Sernancelhe, Carlos Silva, quer o Vice-Presidente da CIM Douro, Domingos Carvas, todos os eventos são importantes para o interior. Nós já nos acostumamos a dizer que, para obter o mesmo resultado, no interior temos que trabalhar três vezes mais do que aqueles que estão no litoral. Esta coesão que aqui ficou bastante patenteada, entre os diferentes autarcas de duas Comunidades Intermunicipais, a CIM Douro e a

Viseu Dão Lafões, mostra bem a importância que têm estes eventos para os nossos territórios. O Carlos Santiago está de parabéns, bem como todos os autarcas que promovem o interior. Saio daqui muito satisfeito, não só pela amizade que me move com o Presidente da Câmara de Sernancelhe, mas também por ver tudo de bom que se faz pelo interior. Carlos Silva – Sernancelhe O Festival das Sopas não é, nem mais nem menos do que a identidade de um povo. Esta é uma identidade, uma genuinidade, a interioridade que tanto caracteriza o nosso país. Esta é a nossa identidade. Este festival é feito por um conjunto de pes> Domingos Carvas, vice-presidente da CIM-Douro

Paula Ferreira – Associação Manta Verde É muito importante estar aqui porque podemos mostrar aquilo que a nossa associação faz. Este ano fizemos uma sopa de gasalhos (um tipo de cogumelo) que se encontra em abundância na nossa terra.

João Aguiar - ACIS – Associação Comercial e Industrial de Sernancelhe É muito importante porque recebemos aqui muitos empresários e turistas que podem sempre regressar em outras épocas fazendo assim mexer a nossa economia local. Este evento pode não ser virado para os empresários, tem um cariz mais associativo, mas a médio e longo prazo todos acabam por beneficiar com a promoção feita neste tipo de iniciativas.


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Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira

Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária

“A Arte de Bem Envelhecer” A nossa perceção diz-nos que Portugal está a envelhecer, cada vez há menos crianças e jovens, as aldeias estão cada vez mais despidas de gente, embora a idade média da população continue a aumentar. Os números dizem-nos também isso mesmo, Portugal é o sexto país mais envelhecido do mundo (WHO, 2018). A velhice tem uma valorização por parte da sociedade que vai variando de acordo com o tempo e com as ocasiões. Não há duvida que nos últimos anos a tendência para olhar de uma forma economicista tende a transformar os idosos num problema, vistos como pessoas que criam pressões no setor da segurança social, regime de pensões, entre outros. O desafio não é tanto a questão do envelhecimento da população por si só, mas o facto da idade avançada se associar a maior probabilidade de pior estado de saúde devido à existência de doenças crónicas, síndrome de fragilidade e vulnerabilidade e inatividade. Num estudo promovido a nível nacional, “Saúde. Come”, foi observado que mais de 66% os idosos portugueses são sedentários, 80% não utilizam computador, mas são 60% os que veem mais de três horas de televisão por dia (Programa Iniciativas de Saúde Pública, EEA-Grants). Faz parte do processo de envelhecimento a aquisição progressiva de doenças crónicas (por exemplo, hipertensão arterial, diabetes, doença reumática) que, se bem controladas, não limitam, quer o bom funcionamento orgânico quer as funções necessárias para o indivíduo se considerar saudável. Qualquer pessoa pelo simples facto de envelhecer vai progressivamente apresentar várias limitações, sejam elas a nível visual, auditivo, respiratório, cardíaco, cognitivo (atenção, memória…), entre outros. Estas limitações podem prejudicar a capacidade de relação e a realização de esforços físicos e mentais, e fragilizam o indivíduo que assim fica mais vulnerável. Devemos considerar novas formas de pensar a saúde: devemos apostar na promoção e/ou manutenção da saúde e prevenção da doença. Consideramos que a promoção da saúde tem pouco a ver com a doença, pois a saúde é uma construção social, mais do que uma questão médica. A perceção da saúde do idoso é individual e depende de várias características, nomeadamente a expetativa que cada um tem desta experiência singular. Assim sendo, mais do que considerar a construção de novas instituições, será necessário reorganizar os serviços, fazer um ajustamento entre os responsáveis políticos e as entidades prestadoras de serviços, considerando as realidades locais, numa lógica regional, percecionada pelo indivíduo no seu contexto e tendo em conta a interpretação do seu processo de saúde/doença. Os fatores que influenciam o bem-estar de todos nós, que estamos a envelhecer, podem ser intrínsecos ao indivíduo – personalidade, hábitos, educação, doenças, idade, género, capacidade funcional – ou extrínsecos – habitação, família, cuidadores, capacidade económica, mas depende sobretudo da sua autonomia, que resulta da capacidade funcional, que corresponde às nossas condições físicas e mentais. Além dos estilos de vida saudáveis que cada indivíduo deve manter ao longo da vida (por exemplo, abstenção tabágica, moderação alcoólica, manutenção do peso normal) nas idades mais avançadas, devem ser adotados alguns cuidados com a manutenção da saúde, como seja por exemplo, manter-se ativo, fazer as suas próprias atividades, na medida das suas possibilidades e capacidades, para que possa viver mais anos com melhor qualidade de vida. Os resultados do maior estudo Europeu sobre envelhecimento (DO-HEALTH), que procura formas de melhorar a saúde dos idosos com mais de 70 anos, concluem que, "à primeira visita clínica, 51% dos idosos são considerados saudáveis na Suíça, na Áustria, 58%, na Alemanha, 38%, em França, 37%, e, em Portugal, apenas 9%". Sendo que a população desses países não é humanamente muito diferente da nossa, deveremos seguir o seu exemplo e manter um alto grau de comprometimento social e manter-nos ativos quer física quer mentalmente, adotando uma posição de hábitos de vida saudáveis, nomeadamente a nível alimentar, comportamental, atividade física e autonomia.

Vila Real

Mercado Municipal vai ser requalificado Na passada Assembleia Municipal, foi aprovado, com os votos favoráveis do PS e do PSD, e a abstenção do CDS, o pedido de financiamento em 580 mil euros para a requalificação do Mercado Municipal de Vila Real. Anteriormente, a autarquia pretendeu recorrer a fundos comunitários, no entanto, o projeto não foi comtemplado, optando agora pelo recurso à banca, para realizar as alterações. Vasco Amorim, porta-voz do PSD, salientou que, apesar de considerar o mercado municipal um local muito relevante para a cidade, as obras que estão previstas não parecem suficientes. “Na decla-

ração de voto, nós realçámos que precisávamos de um novo mercado e não de uma pequena requalificação”. Segundo o porta-voz do PSD, o investimento deveria contemplar as necessidades dos comerciantes relativamente ao espaço de exposição, e facultar uma maior capacidade de estacionamentos para os clientes. “Isso é que é dinamizar bem o centro/coração da cidade”, afirmou, acrescentando que “o investimento é pequeno” tal como a ambição, o que resulta, segundo o mesmo, numa “oportunidade perdida (…) que vai dificultar mais a vida dos comerciantes”. ■

Polícias aprendem "a guiar" turistas pelo património Quarenta polícias de Vila Real receberam formação para orientarem os turistas pelos principais pontos de atração do concelho, desde o património, gastronomia ou paisagens, no âmbito de uma parceria entre o município e a PSP divulgada esta semana. A capital distrital recebe cada vez mais turistas, muitos dos quais procuram informações sobre o concelho junto dos agentes da PSP ou na própria esquadra, que fica localizada no centro da cidade. "Os agentes são os primeiros a terem contacto com os turistas porque eles confiam na Polícia", afirmou o comissário João Martins, durante uma conferência de imprensa para apresentação do projeto. As ações de formação e sensibilização realizaram-se neste mês de março e, segundo João Martins, os agentes foram divididos em dois grupos de 20. Nas formações, os polícias foram sensibilizados,

por exemplo, para o património de Vila Real, como as várias igrejas, com destaque para a Sé Catedral, os museus, a estátua de Carvalho Araújo, o santuário de Panóias, a Casa de Mateus, a Torre de Quintela ou o jardim botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). "O objetivo desta ação foi precisamente potenciar o conhecimento dos agentes, para nós também sermos uma fonte de informação para os nossos turistas", frisou o comissário. No âmbito do projeto foi desenvolvido um mapa da cidade, onde estão assinalados os pontos turísticos, e que contém ainda contactos e conselhos de segurança para os visitantes para evitar, por exemplo, furtos. Os conselhos estão escritos em português, inglês, francês e espanhol e o mapa é para ser fornecido pelos polícias aos turistas. ■


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Freixo de Espada à Cinta

Freixo Transfronteiriço Freixo de Espada à Cinta acolheu, entre os dias 8 e 10 de Março, a XIXª edição da Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e Águeda, em que estiveram presentes 60 expositores, 20 dos quais dedicados à eno-gastronomia e doçaria regional. A presente edição teve como novidade a realização dos espectáculos de animação (Aldo Lima, Tuna de Derecho da Universidade de Valladolid, Charras de Lumbrales e Banda de Música de Freixo de Espada à Cinta) no interior do recinto do certame. Uma novidade de onde resultou uma maior dinâmica para a feira em si. Ainda integrado no programa das Amendoeiras em Flor 2019, destaque para a realização dos Jogos Tradicionais. ■

Workshop Internacional Intercâmbio de Informação e Partilha de Boas Práticas Entre Projectos Relevantes Life Freixo de Espada à Cinta abriu Workshop que reuniu técnicos do projecto Life Rupis, e outros especialistas associados ao estudo e conservação do Abutre do Egipto e Águia Bonelli. Na sessão de abertura, Fernando Rodrigues, Vice-Presidente da Câmara Municipal, enalteceu o trabalho do projecto Rupis, e lembrou que " Somos cuidadores de um território, e

devemos promovê-lo na sua diversidade, autenticidade e singularidade". Acrescentando ainda que "Para que esta prática subsista, todos são importantes: instituições e cidadãos", conclui. Na sessão estiveram mais de 50 participantes, oriundos de vários países, designadamente Espanha, França, Itália e Reino Unido. ■

Freixo Manuelino Freixo de Espada à Cinta prepara-se para a realização do Mercado Manuelino (presente edição dedicada ao Rei D. Manuel I), que se realizará no fim-de-semana do Corpo de Deus. Brevemente, disponibilizaremos o programa detalhado, que incluirá, para além de outras acções: Torneio a Cavalo e Espectáculos de Fogo e Dança O período de candidaturas para as Expositores & Tabernas do Mercado Manuelino decorre de 13 a 24 de Maio.


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Peso da Régua

Gala marca arranque oficial da Cidade do Vinho 2019 O Auditório Municipal de Peso da Régua (AUDIR), foi o palco da Gala Cidade do Vinho 2019, cerimónia que marca oficialmente o arranque das comemorações da Cidade do Vinho, galardão que o município liderado por José Manuel Gonçalves ostentará ao longo do ano. Presentes no evento estiveram diversas entidades locais, regionais e nacionais que destacaram, nos seus discursos oficiais, a importância desta distinção, para a cidade e para a região. No seu discurso oficial, Pedro Magalhães Ribeiro, Presidente da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, num tom mais descontraído, disse mesmo que esta é a primeira eleição “completamente democrática, com todos os municípios associados a terem direito a voto, até aqui apenas os elementos da direção tinham direito a voto”. Ao longo da noite, intercalando com os discursos oficiais, foram sendo apresentados diversos momentos musicais, como o grupo Sons do Douro, que transmite a identidade cultural da região, e a projeção de um vídeo contextualizador da cidade, ao nível histórico e de futuro. À nossa reportagem, o autarca reguense, José Manuel Gonçalves, sublinhou, uma vez mais, a importância deste galardão, para a cidade, para a região e para o setor do vinho. “Este galardão significa mais uma oportunidade para nos mobilizarmos em torno daquilo que é o maior valor que temos na região, o vinho e a vinha. Aquilo que pretendemos quando nos candidatamos foi permitir que a região usufrua dele, sensibilizar as populações para a importância que o vinho e a vinha têm na economia da região, e capacitar cada vez mais todos os agentes da região para esta temática.

Sabemos que este é um setor que está a crescer em simbiose com o turismo e tudo aquilo que é património e paisagem. Temos cá todos os ingredientes que, conjugados, são uma mistura explosiva para fazer crescer ainda mais esta região, trazendo cada vez mais gente de fora e levando o Douro além fronteiras. Esta é uma responsabilidade de todos nós, de todos que habitam este território, e deve sensibilizar-nos a ser embaixadores desta região estejamos, ou não, ligados ao setor. Temos que estar preparados para todos os dias podermos vender o nosso vinho, a nossa paisagem, a nossa cultura e a nossa identidade”. O autarca reguense afirmava-se ainda um homem feliz pela demonstração de união que a região tem dado em torno deste projeto. “Como homem apaixonado pelo Douro, um sentimento que nos atravessa a todos, tenho que me sentir feliz por sentir tanta gente em volta deste projeto que, como digo de forma repetida, não é apenas de Peso da Régua, é de toda a região do Douro. Este galardão simboliza o início, em 2019 somos Cidade do Vinho e isso tem que ser um início, nunca pode ser um fim, esse não existirá. Temos que ter esta distinção como um arranque para uma nova dinâmica de captação permanente de gente. Pedro Magalhães Ribeiro - AMPV Na perspetiva da AMPV ficamos muito contentes por vermos a cidade de Peso da Régua e o Douro apresentarem uma candidatura tão forte, que mereceu a confiança e o voto da maioria de cada um dos nossos associados. Conheço bastante bem esta região e a força que o município teve nesta candidatura, juntando a ele uma série de parceiros, empresários e associações, num forte envolvimento em torno deste projeto. O Douro é uma das regiões mais fortes que temos e é ele que nos dá muita da visibilidade e da confiança que o mercado internacional tem no nosso país. Gilberto Igrejas - IVDP Eu penso que este evento pode constituir uma mais valia para a Região Demarcada do Dou-

ro, uma vez que capacita ainda mais a dinâmica empresarial da promoção dos Vinhos Douro e Porto. Estou certo que, com a ajuda de todos, poderemos promover ainda mais esta região, trazer mais visitantes e alargar o espólio da riqueza desta região, sendo também um polo de atração para que mais gente decida vir viver para a Região Demarcada Douro e em particular para o Peso da Régua.

Carlos Silva - CIM Douro É mais uma oportunidade que a região tem, com este galardão, de se promover. Se o vinho é, sem dúvida, a grande riqueza deste “excesso da natureza”, como lhe chamou Miguel Torga, então devemos aproveitá-lo para valorizarmos a nossa terra, em termos económicos, turísticos, para, com isto, colocarmos o Douro como uma atenção especial para este ano. ■

Biscoito Generoso celebra Cidade do Vinho No final da cerimónia, para acompanhar o cálice de Vinho do Porto servido aos convidados, a Escola Profissional da Régua apresentou ainda o “Biscoito Generoso”, uma criação especialmente pensada para celebrar a Cidade do Vinho 2019. “Sendo este ano a Régua Cidade do Vinho, nós na escola achamos por bem criar um biscoito que mostra-se um pouco daquilo que somos. Como na escola também produzimos vinho generoso a nossa opção recaiu então sobre um biscoito que pudesse combinar com este néctar”, afirma Manuela Lopes, diretora da escola do Rodo. António Trindade, professor de pastelaria conta-nos ainda que “depois de alguma pesquisa optamos por um biscoito saudável que apresenta na sua composição este vinho, aos quais se juntam a avelã e o cacau, entre outros”.


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Lamego

Município aposta em nova estratégia na BTL Na edição deste ano da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), Lamego inovou e, para além da presença no espaço conjunto da CIM Douro, mostrou-se num stand próprio, como explica o Vice-Presidente António Alves da Silva à nossa reportagem. “Fundamentalmente Lamego estar presente na BTL é mostrar-se e mostrar aquilo que tem de melhor, tal como fazem todos os municípios aqui representados. Este ano temos oportunidade de nos mostrar com um stand próprio, além de estarmos inseridos no espaço da CIM Douro, porque quisemos marcar este momento em que estamos a apresentar e divulgar uma nova identidade”. Para a autarquia, esta presença permite aprofundar os laços com os agentes econó-

micos da região, apoiando-os e divulgando-os neste espaço. “Lamego tem a real vontade de juntar e agregar uma série de parceiros que trazemos até aqui. Temos a clara noção que são eles quem nos pode ajudar a fazer de Lamego uma cidade maior e mais conhecido”. António Alves da Silva explica-nos ainda que esta presença serve não só para mostrar os produtos locais como os eventos de maior dimensão do município. “Aqui estamos a promover, além dos nossos produtos endógenos, a Festa de Nossa Senhora dos Remédios, uma romaria que leva o nome de Lamego mais longe e ainda o Entrudo de Lazarim, tão único e genuíno e que tanto nos caracteriza”. ■

Autarquia investe 2,3 milhões de euros em saneamento Nos últimos meses a rede de saneamento tem sido uma das grandes preocupações da autarquia lamecense, investindo cerca de 2,3 milhões na melhoria dessa resposta aos seus munícipes. Para António Alves da Silva, Vice-Presidente da autarquia estes projetos não são mais do que “dar às pessoas aquilo a que têm direito, o saneamento” “Estamos a chegar ao fim de dois grande projetos, o de Souto Covo e o de Vila Nova de Penude, cada um com certa de 500 mil euros de investimento”. A somar a este milhão de euros, na freguesia da Penajóia haverá um outro, de 1,3 milhões, com o objetivo de melhorar as condições de vida de quem ali permanece.

“A Penajóia é um caso mais grave ainda, é uma freguesia onde a rede de saneamento é ainda escassa e onde falta implementar cerca de 90% da rede. O projeto que vamos anunciar agora e que é totalmente da nossa responsabilidade tem um custo total de cerca de 1,3 milhões de euros. Neste momento temos uma cobertura na ordem dos 85 a 90% na totalidade do concelho o que torna o caso da Penajóia um caso ainda mais gritante e que queremos resolver no menor espaço de tempo possível”. Este projeto será apresentado em breve mas para já fica a certeza de que a rede de saneamento do município continua a crescer, olhando à melhoria de vida das suas populações. ■

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28 VIVADOURO MARÇO 2019

Vários Concelhos

Tiago Nogueira

Prémios Vinduero-Vindouro regressam em Agosto

Jornalista / licenciado em psicologia

Vêm aí as grandes decisões FOTO:DR

O futebol português está ao rubro. A emoção está no limite e desejo, acima de tudo, que o bom senso esteja presente. Porque o futebol merece. Na Primeira Liga, SL Benfica e FC Porto estão empatados em pontos na liderança do Campeonato, com vantagem para as águias, uma vez que venceram o grande rival na Luz e no Dragão. A luta pelo terceiro lugar está igualmente acesa, com apenas três pontos a separar Sporting de Braga e Sporting CP. A disputa pela manutenção está, também, bastante animada. Bem como a luta pela subida de Divisão. E era a esta Segunda Liga que eu queria chegar. O Paços de Ferreira, orientado por Vítor Oliveira (o mestre das subidas), vai passeando durante a presente temporada. A questão que se coloca é a seguinte: Quem será a outra equipa que se juntará a Paços de Ferreira e Gil Vicente? Famalicão, Académica e Estoril estão na "pole position". Todavia, só há lugar para um e a margem da equipa famalicense já foi bem maior do que é agora, pois a turma de Coimbra está apenas a dois pontos do segundo lugar. E, por isso, Sérgio Vieira foi despedido do comando técnico do Famalicão. Dá para acreditar? Infelizmente, em alguns clubes de futebol vive-se de resultados imediatos (!) e sem margem para potenciais erros. As decisões são pouco ponderadas e é o "momento" que define tudo. Em forma de contraste, João Alves pegou na histórica Académica de Coimbra em outubro, quando a equipa estava a um simples ponto dos lugares de despromoção. Atualmente, vive tempos de muita alegria e a subida de divisão está logo ali, somente a dois pontos de distância e, em breve, teremos um Famalicão vs Académica. Vêm aí as grandes decisões. Por outro lado, e com bolas amarelas espalhadas por toda a parte, foi bonito ver o ténis a ser escrito de forma diferente. A jovem canadiana Bianca Andreescu, que recebeu um convite da organização, teve uma semana de sonho. Jogou muito ténis, deu espetáculo e somou o seu primeiro título da carreira (e logo um Masters 1000), derrotando a alemã Angelique Kerber, na final de Indian Wells. Por outro lado, no quadro masculino, Dominic Thiem venceu a lenda Roger Federer na final do torneio, conquistando o 12.º título da carreira - o seu primeiro (!) Masters 1000. Desta forma, garantiu, também, a subida ao quarto lugar do ranking ATP. No meu último artigo para o VivaDouro não podia terminar sem antes agradecer. Agradecer a si que me está a ler. Por ter acompanhado o meu trabalho. E espero, sobretudo, que a paixão que tenho pelo desporto tenha falado sempre mais alto.

Os Prémios VinDuero-VinDouro (PVV), o maior concurso de vinhos de Portugal e Espanha, abriram a sua plataforma de inscrições para a XV edição PVV e a III edição PVV em Feminino. Este concurso tem sido apoiado ao longo do seu percurso, por um Comité de Provadores de reconhecido prestígio internacional, composto por provadores e provadoras de alto nível que certifica a qualidade dos vinhos apresentados a concurso. Para participar nesta XV edição, os produtores podem efetuar a inscrição através da página www.premiosvinduero.com, onde devem preencher os seus dados, e de cada um dos vinhos que pretendem apresentar no concurso, em qualquer categoria: vinhos Espumantes, Brancos (com ou sem envelhecimento), Rosés, Tintos (com ou sem envelhecimento), Generosos, e pela segunda vez, Vinhos de Autor ou Grande Expressão. Mais uma vez, o Concurso PVV reunirá os melhores vinhos de Espanha e de Portugal na localidade salmantina de Trabanca, em Espanha, nos dias 1, 2 e 3 de agosto, naquela que será a sua XV Edição. Os provadores presentes avaliarão todos os vinhos participantes para, posteriormente, atribuir os seguintes prémios: o Gran Arribe de Oro, para o vinho com maior pontuação, se igual ou superior a 94 pontos; Arribe de Oro para os vinhos com pontuação igual ou superior a 90, e Arribe de Plata aos vinhos com uma pontuação entre 85 e 89 pontos. Os vinhos premiados serão ainda publicados no Guia dos Melhores Vinhos de Portugal e Espanha. Pelo terceiro ano consecutivo, serão igualmente entregues os Arribe de Oro en Femenino. Estes prémios, que somente se destinam aos vinhos com uma pontuação total igual ou superior a 90

pontos (Gran Arribe de Oro en Femenino e Arribe de Oro en Femenino), são atribuidos tendo em conta únicamente a votação das mulheres, membros do Comité de Provadores, e dar-se-ão a conhecer no Guia dos Melhores Vinhos de Portugal e Espanha segundo as Mulheres. Como novidade nesta edição, uma votação online decidirá a quem cabe o Prémio Especial do Melhor Desenho e Imagem Corporativa. Depois de finalizadas as provas de vinhos, será apresentado para votação nas redes sociais, um conjunto de garrafas seleccionadas pelo juri, para apreciação e votação do grande público, ao nível da imagem. O resultado desta votação apenas será revelado na Gala de Entrega de Prémios VinDuero-VinDouro 2019. Esta Gala, que habitualmente se realiza no mês de novembro na localidade de Pinhel, Portugal, reúne representantes de todos os produtores premiados, oriundos dos mais diversos cantos da Península Ibérica e Ilhas, para desfrutar de todos os vinhos premiados e receber os seus galardões num agradável e animado serão. Os Prémios VinDuero-VinDouro são uma oportunidade extraordinária para a valorização e reconhecimento do trabalho levado a cabo pelos nossos produtores, graças à excelente qualidade dos vinhos participantes, que nos chegam de diferentes DO e Menções Geográficas de Portugal e Espanha; graças ao grande prestígio dos profissionais que compõem o Júri, oriundos de diversos países (Portugal, Espanha, França, Italia, Hungria, Uruguay, China, etc), assim como ao rigor e profissionalismo que toda a equipa técnica dedica a este importante concurso. Para José Luis Pascual, Presidente deste Concurso, ”são 15 anos de esforço e dedicação a um projeto único. Um sonho que se tornou realidade, e em poucos anos, os Prémios VinDuero-VinDouro, que se realizam numa pequena localidade, interior e na região de fronteira, afirmam-se hoje em dia, como uma referência no panorama internacional, reunindo os melhores produtores e provadores do excecional mundo dos vinhos”. Ao longo das anteriores catorze edições, os Prémios VinDuero-VinDouro têm conseguido projetar os produtores e os vinhos vencedores em ambos os países, bem como no exterior, através de diferentes iniciativas e eventos que a Associação Vinduero-Vindouro, leva a cabo ao longo do ano. ■


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Nacional

Município de Alfândega da Fé quer ajudar Produtores de Castanha do concelho Pragas e doenças dos castanheiros vão ter acompanhamento especializado No passado dia 12 de Fevereiro, realizou-se uma ação preventiva de recolha para analisar a presença da vespa das galhas do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus) no concelho de Alfândega da Fé, com o objectivo de se estimar o avanço desta praga no concelho para que a luta biológica, através de largadas de Torymus sinensis, inseto que elimina o parasita, se inicie logo que existam focos desta praga no território. Relembramos que esta praga foi identificada no verão de 2018, entre as aldeias da Burga, concelho de Macedo de Cavaleiros, e Colmeais no concelho de Alfândega da Fé. Para despistar e antecipar a luta biológica foram monitorizados soutos nas

aldeias de Colmeais e Covelas, sendo que esta última, está isenta de ataque. A autarquia entende que é necessário trabalhar junto dos agricultores de forma a prevenir o alastramento deste parasita que diminui drasticamente a produção dos castanheiros e que pode causar um grande prejuízo económico no setor. Para além disso, o Município de Alfândega da Fé quer continuar a trabalhar no plano de combate às principais pragas e doenças que atacam os soutos e que é necessário continuar a combater, como o cancro e a tinta do castanheiro, em conjunto com a Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé e o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos. Assim, atenta a estas problemáticas, a autarquia de Alfândega da Fé a vai disponibilizar em breve mais um serviço de apoio aos produtores. ■

Festa das Cavacas de Resende nos dias 30 e 31 de março O Município de Resende realiza a Festa das Cavacas nos dias 30 e 31 de março, no Largo da Feira, na Vila de Resende Nesta 13.ª edição, pela primeira vez, a festa realiza-se durante 2 dias e terá lugar no centro da Vila de Resende. O programa inicia-se no sábado, pelas 15h00, com a habitual visita aos postos de venda, onde mais de 20 produtores disponibilizam o delicioso doce, encerrando nesse dia às 23h00. No domingo, a abertura está marcada para as 10h00, sendo que a festa termina pelas 19h00. Mas, não só de provas de cavacas se faz a festa, durante os dois dias terá oportunidade de apreciar os licores e vinhos da região, bem como diverso artesanato. Para além da gastronomia e artesanato, grupos tradicionais do concelho animarão o espaço, aliando o doce tão afamado do concelho à animação musical. Como já é habitual realiza-se o concurso “Melhores Cavacas da Festa das Cavacas”, que visa premiar os três produtores que se distinguirem com as melhores cavacas do certame.

Sobre a origem deste precioso doce não há registos, mas como se encontra referido num jornal da época, no séc. XIX, nas feiras e festas da região “Logo de manhã as doceiras estendiam sobre a toalha, toda franjada de rendas, vários doces muito cobertos de açúcar que despertavam a gulodice dos romeiros” e apregoavam “Ò freguesinho, não vai meio arrátele? Olhe que são de Resende!” Não havia quem resistisse àquele pregão e muito menos às Cavacas! Na Páscoa, este doce era oferecido como folar e no Natal, havia a tradição dos caseiros oferecerem cavacas aos patrões, colocadas em “condessas” (pequenas cestas), épocas do ano em que a procura aumentava e as doceiras “não tinham mãos a medir”, muitas vezes trabalhando dia e noite. Hoje, as Cavacas encontram-se à venda durante todo o ano em quase todos os cafés, pastelarias e restaurantes do concelho e, como a sua confeção é aparentemente fácil, há muitas pessoas que as sabem confecionar, não correndo o risco de esta tradição acabar. Juntar as cavacas de Resende, confecionadas de acordo com a receita tradicional, o

Douro no seu melhor e usufruir das paisagens magníficas das cerejeiras em flor, que nesta altura do ano cobrem as encostas da

região, fazem de Resende o destino turístico de excelência, no norte do país, no último fim de semana de março. ■


30 VIVADOURO MARÇO 2019

Opinião

O Futuro do Douro exige inovação e criatividade

António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD

A Europa e as suas regiões deparam-se com conhecidos desafios económicos, tecnológicos, sociais, ambientais e culturais, os quais exigem soluções inovadoras e criativas. As valências de ensino, de investigação e de inovação das Universidades podem contribuir para as regiões encontrarem soluções para estes desafios. Indubitavelmente, a centralidade do conhecimento na economia e no desenvolvimento das regiões tem reforçado o papel das Universidades. É neste contexto que a Europa tem discutido a criação de ecossistemas regionais de inovação. Entre os fatores de sucesso para imple-

mentar esta estratégia de inovação nas regiões, destaca-se a necessidade de promover a atração e retenção de talentos. Para tal, é fundamental criar sinergias entre os diversos atores regionais, envolvendo as instituições de ensino superior, os decisores políticos, o sistema empresarial, bem como os agentes sociais, culturais e a sociedade. Esta nova centralidade das instituições de ensino superior enquanto motor impulsionador de redes, nacionais e internacionais, deve ser articulada com a estratégia europeia de especialização inteligente das regiões, que tem mostrado bons resultados em alguns países. Foi neste contexto, que a Universidade

de Trás-os-Montes e Alto Douro dinamizou a criação de uma rede de agentes criativos e culturais no Douro, no âmbito do projeto “Douro Creative Hub”. Dois anos após o início deste projeto, o balanço é claramente positivo. Entre as múltiplas atividades sublinham-se o desenvolvimento de ações de incubação e de mentoria, após um período de levantamento de criativos, a criação de espaços de colaboração entre criativos e de divulgação do seu trabalho, caso da atividade “Douro Mercado Criativo”, que se realiza no Teatro de Vila Real (dia 29 de março) e Mercado Municipal de Vila Real (dias 30 e 31 de março).

É fundamental dar a conhecer “em quê” e “quem” trabalha no Douro em atividades criativas, enquanto montra do que a região é capaz de produzir ao nível das indústrias criativas, e enquanto rede regional que ambiciona novas dinâmicas de inovação e de criatividade. O contributo das indústrias criativas na economia dos países desenvolvidos tem sido crescente e é clara a sua importância na criação de valor acrescentado em diversos setores da região, incluindo os tradicionais. O Futuro exige dos principais atores regionais uma aposta na consolidação desta rede e na criação de um polo de indústrias criativas.

nuidade a essa tradição, que contrariou, viajante por gosto do conhecimento e exilado como resultado da sua obstinada oposição ao cerceamento das liberdades. A sua obra e ação mais relevante foi realizada e publicada na primeira metade do século XX. Em breves palavras, Sérgio foi um insigne “pedagogista” (como se intitulava), sempre focado na questão da educação, de que foi ministro em 1923. Ensaísta prolixo e polemista implacável; mentor e figura maior do cooperativismo português moderno; humanista de corpo inteiro e democrata libérrimo por convicção. Político sem partido, com influência

marcante na oposição ao Estado Novo tendo, desde cedo, a perceção de que a ditadura só cairia “por dentro”, apoiou as candidaturas presidenciais do Almirante Quintão Meireles, culminando na do General Humberto Delgado que o próprio Sérgio “inventou”. O que mais me aproxima dele é a sua recusa em aderir a ideários, causas ou programas por outras razões que não fossem a da busca da verdade, da defesa estrénua da cooperação, democracia e liberdade. Por todas as razões aduzidas, e outras que não cabem neste breve texto, temos vindo a prestar-lhe homenagem, e assim continuaremos ao longo do presente ano de 2019.

Um Tributo a António Sérgio

Eduardo Graça Presidente da direção da CASES

António Sérgio de Sousa (Damão, 3 de setembro de 1883 — Lisboa, 24 de janeiro de 1969), ao qual temos vindo a prestar tributo, pelo cinquentenário da sua morte, merece ser lembrado pela sua obra e militância cívica em prol da defesa dos valores da cooperação, da democracia e da liberdade. A Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), herdeira do INSCOOP, ostenta no seu título o nome de António Sérgio o que muito se deve, certamente, a um seu discípulo direto, Prof. Henrique de Barros, Presidente da Assembleia Constituinte. A Exposição que tem estado patente na

Assembleia da República, e que a partir do final do presente mês de março será apresentada no Colégio Militar no qual foi aluno brilhante, é um repositório documental do arquivo pessoal de António Sérgio que compete à CASES preservar, tratar e disponibilizar. É o que temos feito nos últimos anos cujos resultados podem ser acedidos, por via eletrónica, ou presencialmente, na vivenda da Lapa, que foi sua residência desde 1923. António Sérgio foi uma personalidade complexa. Homem do mundo, cosmopolita, nascido em Damão, filho e neto, pela ascendência paterna, de militares da Marinha, educado para dar conti-

A dinâmica da viticultura e a manutenção da Paisagem Património Mundial do Alto Douro Vinhateiro nhateiro como Património da Humanidade pela UNESCO revelam a importância da vitivinicultura na construção de uma Paisagem Cultural, Evolutiva e Viva, porque profundamente humanizada, rica em património natural e cultural. Se a fisionomia do território duriense resulta do trabalho manual do homem, que desde sempre se viu obrigado a conquistar solo às encostas pedregosas para aí construir socalcos e plantar as suas vinhas, nas úlHelena Teles timas décadas, os apoios financeiros à reconversão e plantação de vinha, Chefe da Estrutura Subregional de Vila Real dos quais se destacam o Regime de da CCDR-N Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha (VITIS), representam Os critérios que, em 2001, levaram fatores de mudança e novas dinâmià classificação do Alto Douro Vi- cas produtivas.

Neste contexto importa ter em conta as tendências demográficas que afetam todo o interior norte do país, nomeadamente o despovoamento e envelhecimento da população, causas incontornáveis na escassez de mão-de-obra necessária para a manutenção de uma cultura tradicional, cuja sustentabilidade requer a introdução de soluções de mecanização. Dos 250 mil hectares da Região Demarcada do Douro, a área de vinha corresponde a 42 mil, sendo que, na última década, os apoios financeiros para esta cultura, no montante de mais de 227 milhões de euros, permitiram reconverter cerca de 12.534 hectares de vinha, distribuídos da seguinte forma: Este processo de modernização trou-

xe grandes desafios aos principais agentes da região, face à importância de se assegurar o equilíbrio entre modernização e preservação. Com efeito, a sustentabilidade socioeconómica de região passa não só por um setor vitivinícola mais moderno e competitivo, mas também pela salvaguarda da paisagem, no seu mosaico heterogéneo e polícromo, atributos que conferem ao Alto Douro Vinhateiro um Valor Universal e Excecional. Resultado de um esforço conjunto, que tem envolvido as entidades com responsabilidade na gestão do território e os vitivinicultores tem sido possível encontrar um ponto de equilíbrio nesta dinâmica, nomeadamente pela adoção de boas práticas agrícolas, ambientais e paisagísticas

que se refletem na manutenção e reconstrução dos muros de pedra posta de xisto e bordaduras, preservação de manchas de mortórios e matos mediterrânicos, recuperação de património vernacular associado à cultura da vinha, preservação da riqueza e variedade de castas, elementos distintivos deste Património Universal. Estes apoios financeiros têm sido determinantes para um percurso de excelência onde, a par do tradicional e único Vinho do Porto, surgem novos vinhos DOC de qualidade reconhecida, ocupando já uma área de 10 mil hectares. A chancela UNESCO tem sido uma mais-valia determinante na promoção destes produtos e na afirmação nacional e internacional deste destino.


VIVADOURO MARÇO 2019 31

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RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

No hospital, diz o médico: - O senhor é o dador de sangue? E responde o doente: - Não, eu sou o da dor de cabeça!

Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego Pão-de-ló com Noz

INGREDIENTES 5 Ovos 15 Gemas 250 gr açúcar 190 gr farinha 100 gr miolo de Noz

FOTO: DR

HORÓSCOPO

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt

PREPARAÇÃO Bater as gemas com os ovos juntamente com o açúcar até duplicar a quantidade. De seguida juntar a farinha envolvendo com cuidado. Juntar o miolo de Noz. Numa forma de barro própria forrar com papel de almaço. Verter o preparado e levar ao forno a cozer durante 40 minutos a 220º

Amor: Predisposição para namoriscar ou reavivar um amor, através do qual irá exprimir os seus sentimentos de uma forma muito sincera. Saúde: Poderá passar por uns dias de grande nervosismo sem que consiga definir muito bem a sua origem. Dinheiro: Será um bom período para fazer algumas alterações profundas na sua vida.

Diz ele para ela: - Posso não ser rico, não ter dinheiro, apartamentos e carros de luxo, ou empresas, como o meu amigo Anastácio, mas amo-te muito, adoro-te, eu sou louco por ti! Ela olhou-o com lágrimas nos olhos, abraçou-o como se o amanhã não existisse e disse baixinho ao seu ouvido: - Se me amas assim tanto de verdade, apresenta-me o Anastácio!

Desafio VivaDouro

SOLUÇÕES:

Resposta: 14


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