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Ano 3 - n.º 46 - janeiro 2019
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Mensal
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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Peso da Régua:
Cidade do Vinho 2019
Entrevista VivaDouro Luís Pedro Martins, candidato ao Turismo Porto e Norte de Portugal
> Págs. 4 e 5
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• "Isto é uma marca que queremos que seja do Douro" • "Temos de saber dizer por que é que o nosso vinho é diferente"
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Reportagem VivaDouro CIM-Douro homenageia autarcas fundadores na comemoração do décimo aniversário
> Pág. 20
> Págs. 10 e 11 PUB
2 VIVADOURO JANEIRO 2019
Editorial
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário
Caros leitores,
Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto
Num ano marcado pela nomeação de Peso da Régua como Cidade do Vinho, e pela celebração dos 500 anos da circum-navegação de Fernão Magalhães, este pode ser um ano de excelência para o Douro se promover no Mundo.
NEGATIVO Ano após ano o cenário repete-se, as mortes por intoxicação com dióxido de carbono são uma realidade difícil de habituar. Este ano são já de lamentar vítimas em São João da Pesqueira e Vila Real.
Sumário: Breves Página 3 Entrevista VivaDouro Páginas 4 e 5
Destinos turísticos residuais
Torre de Moncorvo Página 6 Vila Real Página 7 Vários Concelhos Páginas 8, 19, 21 e 22 Régua Página 9 Destaque VivaDouro Páginas 10 e 11 Lamego Página 12 Armamar Página 13 Sernancelhe Página 14
Luís Braga da Cruz
NIF: 507632923
Boletim Informação Coopenela Páginas 15, 16, 17 e 18
Engenheiro Civil
Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. e Augusto Miguel Silva Almeida
Reportagem VivaDouro Página 20
Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro
Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Fânzeres Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Sede do Editor: Travessa do Veloso - 87 4200-518 Porto Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org
Próxima Edição 13 FEVEREIRO
FOTO: DR
Começo por desejar a todos os leitores Votos de Muito Bom Ano de 2019. Nesta edição do VivaDouro, fruto da cooperação entre as duas entidades, está incluído o boletim da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, CRL, entidade de que sou o Presidente desde Setembro de 2018 depois de ter sido vice presidente durante oito anos. Este boletim ganha um novo formato, com mais espaço e uma nova forma de distribuição e vai alcançar um público-alvo muito maior do que a versão anterior que era mais limitada aos associados e que não pretendia distribuir informação ao grande público. Quem me conhece como administrador da sociedade que edita o VivaDouro pode ficar surpreendido por
saber que sou presidente da Coopenela e que aproveito o conhecimento profundo que tenho das duas organizações para as potenciar em conjunto. A verdade é que vi aqui uma oportunidade de baixar os custos da Coopenela, por um lado, e de aumentar a potenciação de leitores do boletim, pelo outro e seria estupido se não se aproveitasse a situação e não há outro jornal com a cobertura regional que pudesse ser concorrente e considerado para este trabalho. O Jornal VivaDouro também ganha, principalmente por mostrar a sua capacidade de produzir conteúdos empresariais de grande qualidade e com impactos grandes o que pode vir a ser modelo para outras situações. Estamos Juntos. Todos. Só assim podemos ser mais fortes.
FOTO: DR
POSITIVO
São João da Pesqueira Página 23 Murça | Mesão Frio Página 24 Carrazeda de Ansiães Página 25 Boticas Páginas 26 e 28 Freixo de Espada à Cinta Página 27 Nacional Página 29 Opinião Página 30 Lazer Página 31
O ano de 2001, em Portugal, foi record absoluto em matéria turística, apesar da instabilidade criada pelo terrorismo. Alcançou 12 milhões de turistas, valor que não evoluiu significativamente durante os 15 anos seguintes. No indicador de turistas por milhão de habitantes, Portugal estava ao nível dos melhores destinos do Mundo, não aproveitando todo o seu potencial. Os três destinos clássicos - Lisboa, Madeira e Algarve - eram responsáveis por cerca de 80% da demanda. Os restantes 20%, quase 2,5 milhões, eram residuais e dispersavam-se pelos outros destinos nacionais. Apesar de tudo, representavam
um valor não desprezível, em especial quando comparados com o turismo absoluto de países com grande potencial. Recordo-me que, à época, o Brasil andava apenas nos 3 milhões de turistas... Após um período de política turística incerta, nos últimos anos o turismo cresceu muito em Portugal, segmentou-se e apresenta hoje uma estrutura diferente. A saturação de alguns destinos tradicionais pode representar uma nova oportunidade para os destinos antes considerados residuais. Importa que o Douro e Trás-os-Montes se saibam adaptar a esta mudança. Em meados dos anos 90, a CCRN fez estudos para identificar os sectores de actividade que maior potencial podiam representar para acrescentar valor económico no Douro. O Turismo e o Vinho de Mesa foram os mais evidentes, o que, aliás se veio a confirmar depois. A constatação só por si valia pouco. Importante foi todo o trabalho feito para explorar os valores excepcionais do Douro Vinhateiro e actuar de forma coerente e integrada: Património Mundial, vinhos DOC, enoturismo, navegação fluvial, reabilitação urbana, turismo de habitação, etc. Qualquer recurso turístico tem de ser bem organizado para ser verdadeiramente um produto com interesse para o mercado e ser promovido em
convergência com a motivação do visitante. O turismo está hoje muito mais segmentado por tipos de interesse e há que o saber explorar. Se há turistas mais eruditos que pretendem compreender como os outros vivem e quais os seus traços culturais diferenciadores, também os há que não aprofundam as razões da escolha, pretendendo apenas uns dias de distensão. Mas, não o esqueçamos, todos, uns e outros, gostam de ser surpreendidos e estão disponíveis para experimentar novas emoções. O Douro, e também Trás-os-Montes, eram considerados destinos residuais. Porém, as suas geografias - física e humana - conferem aos seus espaços naturais e humanizados um valor verdadeiramente excepcional, que permitem uma exploração turística muito diversificada que, para se desenvolver, reclama uma visão atenta e cautelosa. A sua riqueza assenta numa paisagem evolutiva, que o homem e a motivação económica moldaram e cujo maior valor reside na sua qualidade. A maior ameaça a este valor, está na demografia e esta alimenta-se de actividade, emprego, qualidade de vida. É por isso que defendo que qualquer programa de desenvolvimento, turístico ou outro, nestas regiões residuais, tem de se centrar na dinamização da sua demografia.
VIVADOURO JANEIRO 2019
N2 é dos melhores destinos do mundo, diz 'Good Morning America'
Fundação Côa Parque vence prémio iberoamericano para a educação A Rede Ibermuseus, com sede em Brasília, anunciou em dezembro que o programa pedagógico "O Côa na Escola" foi o vencedor do Prémio Ibermuseus 2018, que contou com candidaturas de 192 projetos educativos, oriundos do espaço iberoamericano.
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Breves
No programa 'Good Morning America' o talk show matinal líder de audiências nos Estados Unidos, a renomada publicação de viagens 'Frommer’s' apresentou os melhores destinos turísticos a visitar em 2019 em todo o mundo, entre os quais deu primazia à N2, que deslumbra pelas suas paisagens magníficas de Trás-os-Montes ao Algarve. FOTO: DR
Festival do Solstício com data marcada O inverno ainda por aqui anda mas a edição do Festival do Solstício de 2019, em Torre de Moncorvo já tem data marcada, irá realizar-se entre os dias 21 e 23 de junho. Subordinado ao tema “O Mundo, o evento trará pedaços do mundo e de todos os continentes à vila transmontana. O festival do Solstício, é um festival com entrada gratuita e que engloba várias atividades, desde ações de sensibilização, a oficinas artísticas e científicas, todas elas ligadas ao fantástico, ao imaginário e à astronomia. FOTO: DR
Queima das Fitas em Vila Real em maio A Queima das Fitas 2019 da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD) já tem data marcada. Aquele que é considerado o momento alto da Semana Académica irá realizar-se a 27 de abril.
Setembro é mês de Expodemo A Câmara de Moimenta da Beira anunciou que a edição deste ano do Expodemo irá decorrer de 13 a 15 de setembro. Nos últimos anos o certame recebeu mais de 30 mil pessoas, tendo contado em 2017 com a presença de 160 expositores e mais de 100 artistas, incluindo Jorge Palma e João Pedro Pais.
Quebra nas exportações de Vinho do Porto após Brexit A quebra das exportações de Vinho do Porto para o Reino Unido após o referendo que ditou o Brexit, cifra-se em cerca de 20%. O volume de exportações deste setor para terras de Sua Majestade é de cerca de 30 milhões de euros.
A prova automobilística que se realiza no concelho de Santa Marta de Penaguião e que é organizada pelo Clube Automóvel da Régua irá realizar-se nos dias 15 e 16 de junho. Prova com créditos firmados no panorama do desporto automóvel em Portugal, a 5ª Rampa Santa Marta traz ao Douro um dos campeonatos nacionais mais prestigiados e competitivos.
Rali de Mesão Frio na estrada em Agosto A etapa do Campeonato Norte de Ralis – FPAK percorrerá as estradas do Município de Mesão Frio nos dias 25 e 26 de agosto. A prova é organizada pelo Clube Automóvel da Régua em parceria com o município de Mesão Frio, liderado por Alberto Pereira.
Governo prolonga mandato da Comissão Administrativa da Casa do Douro O Governo aprovou o prolongamento do mandato da Comissão Administrativa da Casa do Douro, criada para a regularização de dívidas e a gestão do património da instituição, cuja dimensão pública foi extinta em 2014. Criada pelo Governo PS em 2016, a comissão administrativa terminou o mandato no final de dezembro.
No dia 17 de janeiro, data em que se assinalam 24 anos do falecimento de Miguel Torga, o Espaço Miguel Torga/Município de Sabrosa tem preparada uma homenagem que marcará a efeméride. De tarde, pelas 17h00, haverá lugar a uma romagem à campa do escritor no cemitério de São Martinho de Anta, onde será depositada uma coroa de flores. Às 21h00, no Espaço Miguel Torga, terá lugar o concerto “Um Piano Afinado pelo Cinema”, com Filipe Raposo - Piano e exibição do filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin. Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, faleceu a 17 de janeiro de 1995, aos 87 anos.
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Rampa da Santa Marta já tem data para 2019
Evocação do 24.º aniversário do falecimento de Miguel Torga
Tarouca e Moimenta com candidatura aprovada no “WIFI4EU” Tarouca e Moimenta da Beira são dois dos nove municípios do distrito de Viseu que vão receber 15 mil euros, cada, de apoio no âmbito das candidaturas ao “WIFI4EU”. A iniciativa prevê a melhoria de acesso à Internet de alta qualidade a residentes e visitantes locais nos principais centros de vida da comunidade local, como parques, praças, bibliotecas ou edifícios públicos.
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Entrevista VivaDouro
Luís Pedro Martins: “Esta solução dá ao setor um sinal claro de união e promoção turística da Região”
Texto: Carlos Almeida
O que o levou a apresentar esta candidatura ao TPN? Esta candidatura surgiu de uma congregação de vontades, de um desafio que me foi lançado por um conjunto de entidades, públicas e privadas, que seguem com particular atenção o desempenho da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), entidades que vivem o dia a dia desta região, que lutam diariamente por um futuro melhor para todos os que aqui vivem e trabalham. Após a necessária reflexão, cheguei à conclusão de que posso dar o meu contributo, assim como toda a equipa que me acompanha, para potenciar a promoção turística e empreender a credibilização da entidade. Quais os principais objetivos que esta candidatura apresenta? As linhas-mestras que orientam esta candidatura são modernidade, arrojo, sensibilidade, boa gestão e transparência. Queremos aplicar uma governança e gestão assentes na credibilização da TPNP e na implementação de uma política e estratégia de desenvolvimento turístico desta região, sendo que serão as pessoas os residentes, os turistas e os profissionais de turismo – a estar no centro de toda a estratégia desta candidatura. Trabalharemos para as pessoas e pelas pessoas.
"Após a necessária reflexão, cheguei à conclusão de que posso dar o meu contributo, assim como toda a equipa que me acompanha"
Os acontecimentos mais recentes (a detenção do anterior presidente), que envolvem o organismo, tiveram algum peso na sua decisão? Nenhum. A minha motivação tem origem na convicção de que há muito a fazer pelo turismo na Região. Os acontecimentos de que fala são do foro judicial e aí devem ser tratados por quem de direito. Como é óbvio prestarei toda a colaboração com a investigação em curso, mas a minha preocupação é o futuro da TPNP e não o passado.
FOTO: DR
Luís Pedro Martins, é candidato único à presidencia da Turismo do Porto e Norte de Portugal. O ex-diretor executivo da Torre dos Clérigos, no Porto, falou em exclusivo ao VivaDouro numa entrevista onde revela a sua visão do setor e as linhas orientadoras do seu projeto.
"Restaurar plenamente essa credibilidade é um dos nossos grandes desafios, e estou certo que conseguiremos" E a credibilidade do organismo, ficou ferida? Naturalmente não é positivo ver o nome de uma instituição ser arrastado para um processo judicial com as características deste. Portanto, é um facto que a credibilidade da TPNP acaba por ser afetada. Restaurar plenamente essa credibilidade é um dos nossos grandes desafios, e estou certo que conseguiremos. Sabendo que inicialmente existiam duas candidaturas, como chegamos a esta solução que agora apresenta a votos? Fomos interpelados no sentido de nos sentarmos à mesa com a outra candidatura, numa tentativa de entendimento entre as duas listas. Sempre disse, e reitero, que considero que atos eleitorais bem disputados, com projetos distintos a submeterem-se a sufrágio, dignificam e consolidam a democracia. Por outro lado, acredito na força do diálogo e não sou de voltar as costas a nenhum tipo de conversa que contribua para a congregação de forças. Foi assim, norteado por estes dois princípios, e intransigentes relativamente ao que consideramos essencial, que participei ativamente nas conversas tidas com a outra lista candidata, das quais saiu a decisão de que a nossa seria a única lista a ir a votos. Como resultado do processo negocial, integramos na nossa lista a AHRESP uma associação de âmbito nacional que constava inicialmente na outra lista. De que forma pode o TPNP beneficiar com esta solução encontrada pelos dois candidatos? Esta solução dá ao setor do turismo um sinal claro de união e congregação de esforços entre
"A união faz a força, é um slogan antigo, que pretendemos seja na TPNP uma realidade e uma inspiração" as partes interessadas na valorização e promoção turística da Região. Sinal que podemos todos trabalhar num mesmo sentido e com uma mesma visão: o sucesso da TPNP e, portanto, o sucesso da Região. A união faz a força, é um slogan antigo, que pretendemos seja na TPNP uma realidade e uma inspiração. O TPNP terá uma verba de 2 milhões de euros para promoção externa da região. Quais os principais mercados onde essa promoção poderá ser feita?
A promoção externa do Porto e Norte de Portugal é contratualizada pelo Turismo de Portugal com a Associação de Turismo do Porto, a agência regional de promoção turística (ARPT) e obedece a uma estratégia delineada no Plano Regional e no Plano Nacional de Promoção Turística. Foram divulgados recentemente os resultados do setor em 2018. O turismo no Norte cresceu mesmo na época baixa, contudo os maiores beneficiários parecem ser o Porto e a sua área Metropolitana com o interior a passar ao lado desta dinâmica, o que pensa fazer para alterar esta situação integrando o turismo de base termal do Alto Tâmega, a região do Minho e o Nordeste Transmontano? A TPNP tem responsabilidades não só ao nível do marketing, mas também ao nível da gestão do destino Porto e Norte de Portugal. A ausência de programas neste sentido sempre foi notória, sendo que estão ainda por resolver questões essenciais para o desenvolvimento turístico da Região. Estou a falar de
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Entrevista VivaDouro
e congregação de esforços na valorização questões como o necessário alinhamento estratégico com o Porto, enquanto principal recetor dos fluxos internacionais, ou o alinhamento estratégico entre a promoção nacional, de responsabilidade desta entidade, e a promoção internacional que se encontra na esfera de atuação da Associação de Turismo do Porto (ATP). Não podemos esquecer que o aeroporto está no Porto, que a influência do Porto é determinante enquanto força motriz para o desenvolvimento da Região. Tem é que existir uma estratégia integrada para envolver toda a região de influência do TPNP.
O Douro e os seus empresários queixam-se de um menor investimento na sua promoção desde que perdeu autonomia e passou a integrar a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal. Quais as suas ideias e propostas neste domínio? O Douro é a espinha dorsal de toda esta região, desde que entra em Portugal até desa-
Ainda no Douro. Quando falamos nesta região pensamos logo no turismo ligado ao vinho e às vinhas mas a região é rica a nível gastronómico, cultural, religioso, etc. Esta diversidade será uma aposta do TPN?
"É indesmentível que o facto de o Douro ser a primeira região demarcada do mundo tem um peso enorme na notoriedade e na associação imediata que se faz ao vinho sempre que falamos do Douro" O Douro é de uma riqueza tal, nos mais diversos domínios, que continua muito por explorar em termos turísticos. O Vinho do Porto é sem dúvida um dos ex-libris e é indesmentível que o facto de o Douro ser a primeira região demarcada do mundo tem um peso enorme na notoriedade e na associação imediata que se faz ao vinho sempre que falamos do Douro. Há, no entanto, muito por
onde podemos crescer. Há quintas históricas maravilhosas, percursos selvagens, património cultural, histórico e religioso, uma gastronomia de exceção e, claro está, as gentes do Douro, um povo único, de uma hospitalidade única. É nesta diversidade, e nesta riqueza, que devemos apostar. Se lhe pedisse duas ou três medidas fulcrais para ajudar o turismo no Douro, o que me diria? Como é óbvio, não é a altura para enunciar medidas concretas a aplicar aqui ou ali. Temos que olhar para a região em que atuamos como um todo interdependente. Só trabalhando em rede conseguimos potenciar aquilo que temos de bom. É preciso olhar para o turismo no Porto e no Norte como um todo, numa estratégia integrada. Se optarmos por uma política paroquial, não me parece que cheguemos a bom porto. Importa refletir sobre o que todos nós, municípios, privados, academia, comunidade... podemos fazer pelo Douro.
"Receber como só as gentes do Norte são capazes de fazer" Para finalizarmos a questão do Douro, que mensagem quer deixar aos durienses, o que poderá Luís Pedro Martins trazer à região? O meu desejo é que no final do nosso mandado, daqui a 5 anos, seja claro para os durienses aquilo que esta candidatura fez pela região e acredito sinceramente que o balanço será positivo. Sempre enfrentei os meus desafios profissionais com enorme entrega, paixão e orientação para resultados. Sei que, com o empenho de todos os colaboradores da TPNP e a confiança e determinação dos municípios e dos empresários do Douro, seremos capazes de dar aos durienses o que eles merecem: uma paisagem cuidada e orgulhosamente preparada para receber bem quem nos quer vir conhecer. Receber como só as gentes do Norte são capazes de fazer. ■ FOTO: DR
Ouvimos recorrentemente os territórios do interior queixarem-se da falta de vias de comunicação e de investimento. O que é que a TPN pode fazer para ajudar estes municípios a terem um maior desenvolvimento turístico? À luz da atual organização regional de turismo, às entidades regionais de turismo, como é o caso da TPNP, está destinada a missão de valorizar e desenvolver as potencialidades turísticas do destino Porto e Norte de Portugal, bem como gerir de forma integrada os sub-destinos Porto, Douro, Minho e Trás-os-Montes, num mesmo quadro do desenvolvimento turístico regional. Para isso a TPNP tem ao seu dispôr as orientações emanadas pela Estratégia Nacional de Turismo (ET2027), e os planos estratégicos intermunicipais que apontam objetivos de desenvolvimento dos territórios, muitos deles já incluindo o turismo como um dos principais vetores de investimento. É desenvolvendo projetos próprios e apoiando iniciativas públicas e privadas, que se comprometem com este alinhamento estratégico nacional-regional-local, que pretendemos ajudar os municípios a atingirem maiores quotas de mercado, ou a encontraram os seus segmentos alvo, ou ainda a explorarem nichos rentáveis de mercado. Podem contar connosco para unir esforços e ganhar escala para competir. Não contem connosco para dispersar investimento e apoiar ações desgarradas que não ambicionem a coesão territorial, a satisfação dos nossos clientes - os visitantes e turistas, e o bem-estar da comunidade.
guar no Atlântico. O desenvolvimento turístico que é possível explorar a partir do Rio Douro é uma realidade indesmentível. O facto de estarmos perante um território que é, em parte, Património da Humanidade, obriga-nos a olhar para o Douro como absolutamente estratégico para a promoção turística. Há, portanto, muito ainda a fazer pelo Turismo no Douro. Para já estamos empenhados em ouvir as partes interessadas e desenhar projetos e iniciativas que vão de encontro às suas necessidades e que casem com as expectativas da procura turística. Queremos envolver de forma mais ativa os Municípios, porque são estes que detêm as competências de gestão do território. Queremos chamar as associações empresariais no sentido de estimular a dinâmica empresarial e a orientação ao mercado. Queremos colaborar com a Academia que gera o conhecimento e a inovação essenciais à estratégia. Fundamental também é o envolvimento da comunidade local e a relevância sociocultural, conferida pelo compromisso para com o bem-estar da comunidade. Há um longo trabalho pela frente, mas não falta vontade para o empreender.
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Torre de Moncorvo
Mostra do Espólio de Abade Tavares patente no Museu do Ferro e da Região de Moncorvo
Em exposição estão algumas peças que Abade Tavares colecionou em vida e que foram doadas, após a sua morte, ao Seminário Diocesano de S. José, em Bragança, destacando-se objetos antigos, tanto arqueológicos como etnográficos, do concelho de
Torre de Moncorvo, entre outros. O Município de Torre de Moncorvo faz regressar à sua terra natal, o espólio deste ilustre moncorvense que tanto ambicionou a criação de um Museu Arqueológico de Moncorvo, mas que nunca conseguiu concretizar. A iniciativa insere-se na comemoração dos 150 anos do Nascimento do Padre José Augusto Tavares, que teve início no dia 23 de novembro com atividades na Lousa, freguesia onde nasceu, Carviçais, freguesia onde viveu e veio a falecer e em Torre de Moncorvo. ■
FOTO: CMTM
Está patente no Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, desde dia 29 de dezembro de 2018, uma mostra do espólio de Abade Tavares.
Município de Torre de Moncorvo viu aprovados 125000€ para regularização fluvial O Município de Torre de Moncorvo é assim contemplado com 125000€ para regularização fluvial. Na cerimónia presidida pelo vice-presidente da APA, Pimenta Machado, e que contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, foram ainda assinadas as adendas aos protocolos de colaboração com os restantes municípios da ARH Norte afetados pelos fogos florestais de 2017. ■
FOTO: CMTM
O Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, participou no dia 20 de dezembro, na cerimónia de assinatura de adenda ao protocolo de colaboração entre o Município de Torre de Moncorvo e a Agência Portuguesa do Ambiente no auditório da APA, em Lisboa.
Torre de Moncorvo recebe nos dias 30 e 31 de janeiro, no Largo da Corredoura, e no dia 1 de fevereiro, na Praça Francisco Meireles, o projeto itinerante creactivity, dirigido principalmente às escolas e às famílias.
Das 08h00 às 20h00, as crianças dos 6 anos aos 16 anos têm acesso a um contexto inovador de aprendizagem que consiste em desenhar e desenvolver soluções originais para problemas simples, utilizando diversos recursos em sessões gratuitas de 90 minutos.
Aqui, os mais novos irão aplicar o seu engenho, destreza e criatividade colaborando uns com os outros, para construir o seu próprio projeto. O projeto itinerante creactivity faz parte do programa EduCaixa do BPI e da Fundação “La Caixa”. ■
FOTO: DR
Projeto Itinerante Creactivity passa por Torre de Moncorvo
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Vila Real PUB
UTAD promove concurso para identificar produtos alimentares inovadores Está a decorrer o concurso FoodValorization, tendo já sido selecionadas 16 candidaturas para passarem à etapa seguinte. As propostas selecionadas apresentam como traço comum os cuidados com a saúde e bem-estar, substituindo ingredientes ou criando produtos que refletem as novas tendências de mercado e valorizam os produtos locais.
O Concurso FoodValorization visa incentivar a inovação alimentar e apoiar a criação de novos produtos, dinamizando a utilização dos recursos endógenos, promovendo e dando visibilidade a produtos com potencial para acrescentar valor para o setor agroalimentar, em particular para produtos transformados. Esta iniciativa, promovida pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, encontra-se integrada no projeto NewFood que é financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do NORTE2020- Programa Operacional Regional do Norte. Este concurso estrutura-se em 3 etapas, sendo que a primeira decorreu de novembro a dezembro de 2018, tendo sido
submetidas a concurso 25 candidaturas. O júri de seleção, composto por representantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego, Fundação da Casa de Mateus, Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares e da PortugalFoods, determinou o apuramento das 16 candidaturas que passam agora à segunda etapa do concurso. As propostas de inovação submetidas vão desde a utilização do mel nas mais diversas formas até à utilização do caroço de azeitona, passando pela uva moscatel, maçã, mirtilo, castanha, melão, queijo, cereja, cogumelos, trigo, ervas aromáticas, grão-de-bico até à castanha.
As opções de transformação são as mais variadas e contam com aplicação em infusões, sumos, farinhas, compotas, queijos, licores, patês e bebidas energéticas. Destaque também para os alimentos funcionais, com preocupações ligadas à promoção da saúde e do bem-estar. As 16 candidaturas selecionadas irão receber um voucher de 2.000€ para desenvolvimento do produto e ainda consultoria na elaboração do Modelo de Negócios. Esta segunda etapa irá decorrer até ao início do mês de março, sendo depois escolhidos os 8 finalistas (etapa 3 e final). Os vencedores serão conhecidos em abril, e os prémios finais terão um valor global de 7.500,00 € e serão atribuídos aos 4 finalistas mais votados. ■
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Vários Concelhos
Dez municípios da região cobram taxa mínima de IMI em 2019
No topo dos municípios com a taxa mais elevada aparece Freixo de Espada à Cinta, o município transmontano é mesmo o único da região a atingir o valor máximo, 4,5%. Logo em seguida aparece Mesão Frio com 4,3%, e um conjunto de quatro concelhos que aplica a taxa de 4% (Alijó, Peso da Régua, Tabuaço e Torre de Moncorvo). De acordo com o panorama nacional, também na nossa região a maioria dos municípios cobra a taxa mínima deste imposto (3%), num total de 10 autarquias: Armamar, Carrazeda de Ansiães, Murça, Pene-
dono, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tarouca e Vila Nova de Foz Côa. O município liderado por João Paulo Fonseca, Armamar, foi mesmo o único a alterar a taxa relativamente ao ano de 2018, baixando em 0,5% o seu valor para os 3%. Algumas autarquias dão ainda, aos agregados com filhos, um benefício fiscal, o designado IMI familiar. Os descontos na fatura são de 20 euros no caso de a família ter um filho, de 40 euros quando são dois e de 70 euros quando existem três ou mais filhos. Esta redução é calculada de forma automática pelas Finanças em função do número de dependentes inscritos na declaração anual de IRS (assim, para o IMI de 2018, a pagar em 2019, conta o número de filhos declarados na declaração entregue no ano passado). Recorde-se que o Orçamento do Estado para 2019, introduziu mudanças no pagamento do IMI. Quem tiver uma conta entre €100 e €500 poderá pagá-la em duas prestações, em maio e novembro. Se o valor for superior a €500, mantêm-se as três prestações, em maio, agosto e setembro. Até €100
o imposto passa a ser pago em maio. O IMI incide sobre o Valor Patrimonial Tributário dos Imóveis, que é definido pelo fisco mediante uma avaliação, a qual tem em conta vários critérios (como as condi-
ções de conforto, a localização ou idade do prédio). ■ *Os dados referidos nesta notícia são retirados do site da Autoridade Tributária FOTO: DR
O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), é uma das principais fontes de receita autárquica. Em 2019 esta taxa não sofrerá qualquer alteração na maioria da região, com exceção do concelho de Armamar onde terá uma descida de 0,5%.
CLDS 4G contempla toda a região
Os três despachos agora publicados apresentam listas com o total de 232 concelhos do Continente que podem candidatar-se à 4.ª geração do Programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS-4G), 206 dos quais do Norte, Centro e Alentejo, 11 da Área Metropolitana de Lisboa e 15 do Algarve. Na região do Douro, os 19 municípios da Comunidade Intermunicipal foram incluídos no programa. A identificação das vulnerabilidades sociais teve em conta "fatores tradicionalmente muito penalizadores do tecido social", no-
meadamente "níveis do desemprego, do envelhecimento e da pobreza, especialmente da pobreza infantil", com base em indicadores propostos pelo Instituto da Segurança Social e pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento. Os critérios de ponderação do financiamento das candidaturas têm em conta a população residente em cada concelho. Foram instituídos valores que vão desde os 250 mil euros, para os concelhos com menos de seis mil habitantes, ao máximo de 1.250 mil euros para os concelhos com pelo menos 200 mil habitantes. Centrado na promoção da inclusão social de grupos populacionais que revelem maiores níveis de fragilidade social num determinado território, mobilizando para o efeito a ação integrada de diferentes agentes e recursos localmente disponíveis, o Programa CLDS-4G tem como objetivos: - Aumentar os níveis de coesão social dos concelhos objeto de intervenção dinamizando a alteração da sua situação socioterritorial; - Concentrar a intervenção nos grupos populacionais que em cada território evidenciam fragilidades mais significativas, promovendo a mudança na situação das pessoas tendo em conta os seus fatores de vulnerabilidade; - Potenciar a congregação de esforços entre
o setor público e o privado na promoção e execução dos projetos através da mobilização de atores locais com diferentes proveniências; - Fortalecer a ligação entre as intervenções a desenvolver e os diferentes instrumentos de planeamento existentes de dimensão municipal. As ações a desenvolver pelos programas locais CLDS-4G integram os seguintes qua-
tro eixos de intervenção: - Eixo 1: Emprego, formação e qualificação; - Eixo 2: Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil; - Eixo 3: Promoção do envelhecimento ativo e apoio à população idosa; - Eixo 4: Auxílio e intervenção emergencial às populações inseridas em territórios afetados por calamidades e/ou capacitação e desenvolvimento comunitários. ■
FOTO: DR
Os diplomas que estabelecem os concelhos do Continente a intervencionar pelo Programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social, destinado a projetos de inclusão com base em indicadores de fragilidade social, foram publicados no início deste mês de janeiro no Diário da República.
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Régua
IP garante que ponte rodoviária entre Régua e Lamego é segura
O comunicado, divulgado no dia 12 de janeiro, refere que há um ano que a autarquia tem vindo a alertar a IP para o "estado de degradação da ponte rodoviária, nomeadamente nas zonas de tabuleiro e pilares de vedação, considerando que as mesmas poderão pôr em causa, tanto a circulação
pedonal como a circulação automóvel". A mesma situação tinha já sido abordada ao VivaDouro, pelo autarca reguense, José Manuel Gonçalves, no contexto da reportagem sobre as estradas da região que fizemos no passado mês de dezembro. Na semana passada, começaram também a circular nas redes sociais fotografias da ponte inserida na Estrada Nacional 2 (EN2), sobre o rio Douro, revelando alguns danos na estrutura. Contactada pela agência Lusa, a IP disse ter "conhecimento desta situação" e que "tem vindo a acompanhar a sua evolução", afirmando ainda que "os danos existentes são superficiais e resultam, na sua maioria, de embates por parte de veículos pesados". "Da monitorização que tem sido feita confirma-se que não foram identificados danos estruturais, sendo por isso segura a utilização da ponte e razão pela qual não foram implementados condicionamentos de tráfego", frisou fonte do organismo. Não obstante, a IP garantiu que irá "promover a reparação dos danos existentes". Segundo a empresa, está programada a
realização de trabalhos até final do mês, nomeadamente a reparação de superfícies de betão e na área de influência das juntas de dilatação e passeios. No comunicado, a Câmara da Régua disse que "a situação de perigo se poderá agravar pelo facto de se tratar de uma via de circulação estreita e ocorrerem frequentemente galgamentos dos passeios por parte de viaturas". O município referiu ainda ter apresentado uma proposta à IP "para a eliminação dos passeios e aproveitamento desse espaço para o alargamento da faixa de rodagem". A autarquia liderada por José Manuel Gon-
çalves defendeu tratar-se de uma intervenção de "extrema importância, uma vez que esta via mantém imenso tráfego, onde se inclui uma elevada circulação de veículos pesados, o que causa, sistematicamente, constrangimentos de trânsito em todas as vias envolventes, afetando, por consequência, a cidade". A Câmara de Peso da Régua sublinhou que vai continuar a "estar atenta e a acompanhar muito de perto a forma como este processo será tratado pela Infraestruturas de Portugal, por forma a poder acautelar a segurança de todos os que utilizam esta via". ■ FOTO: DR
Na sequência de um comunicado emitido pela Câmara Municipal de Peso da Régua, a Infraestruturas de Portugal (IP) afirmou, à agência Lusa, que os danos existentes na ponte rodoviária de ligação Peso da Régua-Lamego "são superficiais" e que "vão ser reparados", considerando ser "segura a utilização" desta travessia sobre o Douro.
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10 VIVADOURO JANEIRO 2019
Destaque VivaDouro
José Manuel Gonçalves: “Isto é uma marca, um galardão, que não só de Peso da Régua, queremos que seja Promovido pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), desde 2009, este projeto tem como objetivo valorizar a riqueza, a diversidade e as características comuns dos territórios associados à cultura do vinho e de todas as suas influências na sociedade, na paisagem, na economia, na gastronomia e no património. Texto e Fotos: Carlos Almeida
Pela primeira vez uma cidade duriense foi nomeada e Peso da Régua, que já tinha sido em 1987 Cidade Internacional da Vinha e do Vinho, foi agraciada com esta nova distinção que reforça a sua imagem como representante histórica da Região do Douro. Numa entrevista exclusiva ao VivaDouro, José Manuel Gonçalves, autarca reguense, fala das razões que motivaram esta candidatura e dos objetivos traçados para este projeto tendo em vista o vinho, o concelho e a região. Como é que surge esta candidatura da Régua a Cidade do Vinho? Esta candidatura surge, desde logo, como um compromisso eleitoral. Na altura do meu discurso de tomada de posse surgiu a oportunidade de sermos Cidade Europeia do Vinho de 2018, avançamos nesse sentido mas infelizmente acabamos por ficar em segundo lugar, numa disputa que teve lugar em Bruxelas. Apesar disso mantivemos a nossa vontade em nos associarmos e promovermos cada vez mais este produto que é o vinho. O nosso concelho passou os últimos doze anos centrado naquilo que era a criação de infraestruturas e na melhoria da qualidade de vida dos reguenses, tínhamos várias falhas ao nível do abastecimento de água e saneamento, equipamentos, requalificação urbana. Neste mandato, nesta transição acentuamos sempre que aquilo que pretendiamos, até numa vertente económica, era trazer estas mais valias porque agora sinto que estamos preparados para isso. O vinho é de facto a essência que temos aqui. A paisagem, o património e o vinho é no fundo a base da nossa região e também local. Peso da Régua sempre foi, nesta dinâmica comercial do
vinho, o epicentro da região, nomeadamente no que diz respeito aos serviços relacionados com o setor vitivinícola, portanto, faz sentido que nós possamos trazer esta marca para o Douro.
"O vinho é de facto a essência que temos aqui" Isto é uma marca, um galardão, que não pretendemos que seja só de Peso da Régua, queremos que seja igualmente do Douro. É a primeira vez que o Douro tem esta distinção, portanto aquilo que pretendemos é que o Douro em si se promova, e que se valorize, com esta distinção. É esta a nossa motivação é que, agora que somos, que possamos abrir também a toda a região esta dinâmica de promovermos aquilo que é a nossa maior valia, o vinho. Ao contrário do que acontece com muitos dos produtos transacionados diariamente, nós temos um produto que está em valorização permanente. Por um lado temos o Vinho do Porto que mantém uma dinâmica bastante forte em termos comerciais, por outro os vinhos DOC que têm ganho inúmeros prémios ao longo dos últimos anos. Portanto, em função desta dinâmica que é uma dinâmica que nunca decresceu, faz sentido que nós aproveitemos o momento e cada vez mais façamos esta associação à região. Nesse âmbito, que tipo de iniciativas estão a ser planeadas ou pensadas para a promoção da cidade e do território? Nós começamos logo no dia 1 de janeiro com a colocação de uma série de cartazes promocionais. Aquilo que se pretende é que o vinho tenha uma relação direta com a diversidade de eventos que o concelho realiza, bem como com aquelas que são as nossas mais valias, como a gastronomia e a cultura. O importante é criar essa lógica de que o vinho é a base da nossa região e que pode ser um fator promocional excelente.
"Queremos ser Cidade do Vinho do Douro, e a CIM Douro, como parceira estratégica tem aqui um papel fundamental para sermos a Cidade do Vinho da região"
Nós não vamos mudar muito daquilo que tem sido a nossa lógica de funcionamento e de dinâmica, ou da nossa estratégia, até porque já tínhamos o vinho presente em todo o tipo de eventos que promovemos. O que queremos agora é acentuar, cada vez mais, essa marca de Cidade do Vinho, de região do vinho, potenciando cada vez mais essa marca no nosso concelho na região. Queremos ser Cidade do Vinho do Douro, e a CIM Douro, como parceira estratégica tem aqui um papel fundamental para sermos a Cidade do Vinho da região. Um evento de grande dimensão que pretendemos organizar, é uma grande feira de vinhos do Douro que queremos que seja uma feira da região. Será um evento a iniciar este ano mas que pretendemos que se mantenha no futuro como referência de lançamento de vinhos, de provas, de concursos e de comercialização. O papel principal será sempre o da autarquia, apesar disso, considera relevante a participação dos eventos organizados por privados nesta promoção? Os privados, e já tive oportunidade de dizer isto diversas vezes, têm sempre o vinho como uma presença frequente. É evidente que eles estão entre os principais interessados, não só aqueles que organizam eventos, mas também aqueles que o produzem e comercializam, e esses também estão cada vez mais motivados. Temos já agendadas, com os privados, um conjunto de reuniões preparatórias para afinarmos ainda mais a estratégia para que o produto seja cada vez mais valorizado. Há também uma marca importante que queremos deixar com esta distinção de Cidade do Vinho que é capacitarmos o nosso concelho, as nossas populações, para esta questão do vinho. É importante que interiorizemos aquilo que é a
história do vinho para que cada um de nós, no seu dia a dia, possa ser um verdadeiro embaixador para aqueles que nos visitam. Temos que saber dizer porque é que o nosso vinho é diferente de todos os outros no Mundo, temos um vinho único que é o Vinho do Porto, que envelhece com a idade e que tem uma cultura por trás dele que é importante que possamos cada vez mais conhecimento a todos esses que nos visitam. Óbvio que queremos também que os nossos produtores mostrem os nossos vinhos ao Mundo, e que abram novos mercados, dessa forma também estamos a valorizar o produto. No final deste processo é isso que queremos, um produto mais promovido e mais valorizado para que comecemos a ter algo que neste momento não existe, que é que todo o vinho que seja vendido na região, o seja por um preço justo para todos. Um problema que temos é que o custo da produção muitas vezes não é absorvido pela comercialização e isso pode colocar em causa a sustentabilidade da região.
"Nós temos que ter a ambição de que os vinhos produzidos no Douro não podem ser vinhos baratos" E esta marca “Cidade do Vinho”, pode ajudar nessa alavancagem económica do setor? É isso que nós pretendemos, é que este selo seja mais um selo de qualidade e que nos ajude a valorizar cada vez mais o nosso produto. Nós temos que ter a ambição de que os vinhos produzidos no Douro não podem ser vinhos baratos, temos custos de produção bastante elevados, temos uma especificidade muito
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Destaque VivaDouro
pretendemos que seja igualmente do Douro” própria e temos toda uma história por trás do vinho, portanto, tudo isto tem que ser vendido no mesmo pacote, no sentido em que o preço de venda consiga sustentar o custo de produção e dê sustentabilidade ao setor e a todos que a ele se dedicam. Se continuarmos a desvalorizar o nosso produto a determinada altura não vamos ter forma de dar essa sustentabilidade à região. E isto é importante porque para além do produto em si, o vinho, temos todo o movimento turístico que circula em volta dele. Quem nos visita vem ver uma paisagem que é Património da Humanidade mas para que isso aconteça há aqui uma tarefa permanente de muita gente que trabalha a vinha e que mantém isto como um autêntico jardim. Portanto, se a região não tiver sustentabilidade as pessoas não ficam e a paisagem acaba por se perder. Esta tem que ser, cada vez mais, uma preocupação de toda a região.
"Cada vez mais a CIM Douro trabalha como um todo, como uma região" Mencionou que esta não é uma marca apenas da cidade de Peso da Régua, é uma marca da região. Sente isto também por parte dos seus colegas autarcas? Cada vez mais a CIM Douro trabalha como um todo, como uma região. Obviamente que não é fácil, de um momento para o outro mudar de uma lógica municipal para uma intermunicipal, não se faz de um dia para o outro mas estamos a dar passos significativos nesse sentido e ano após ano verificamos que, cada vez mais, a CIM Douro pensa como um todo. E cada vez mais pensa que qualquer evento ou qualquer distinção que um concelho receba, ela tem reflexo
para toda a região. Num país como o que temos hoje em que sentimos que cada vez mais as coisas estão centralizadas nos grandes centros, temos a perceção que a única forma de combatermos isto é nós trabalharmos em rede e criarmos sinergias. E isso no âmbito da CIM Douro é um trabalho que tem sido feito. Nós queremos que muitos dos eventos que são organizados na nossa região, mesmo fora do nosso concelho, usem esta marca, há essa ambição que todos participem. O Porto, cidade, como é que se enquadra neste contexto? Eu não diria que é apenas o Porto mas também Vila Nova de Gaia. Acima de tudo temos de ver que as duas cidades estão umbilicalmente ligadas à região, se na história eles são os pontos de comercialização, é aqui que está a produção, por isso temos que olhar para o rio como um fator de ligação. Pretendemos, e já fizemos algumas abordagens nesse sentido, que esta distinção de “Cidade do Vinho” possa permitir que hoje, aquela capacidade que o Porto tem em receber gente, também possa proporcionar a que muita dessa gente se desloque à origem e venha até aqui. Hoje já sentimos esse fenómeno, daí também estarmos tão empenhados na questão da ferrovia que numa lógica futura nos coloque a uma hora do Porto. Hoje a ligação entre o rio e a ferrovia já é uma realidade. A maioria dos nossos turistas chega de barco e parte de comboio ou vice-versa, portanto esta interligação é cada vez mais uma realidade, aquilo que pretendemos é que se acentue ainda mais para podermos também usufruir cá daquilo que é o crescimento que o Porto regista. E Porto e Gaia têm essa mesma visão? Olham para esta região, e para esta distinção com essa importância? Eu isso não o posso afirmar peremptoriamente. Eu acho que a sensibilidade tem que ser a mesma porque este negócio do vinho também lhes interessa.
Todo o trabalho de capacitação e valorização do vinho que se possa aqui fazer terá os seus reflexos em todo o setor e nessa perspetiva, Porto e Gaia irão beneficiar com isso, desta forma é natural que os vejamos como parceiros. Uma mensagem que pretende deixar em especial à população da Régua e a toda a população da CIM Douro? A mensagem que eu deixo, a quem cá está, é que aproveitemos todas as oportunidades que vão surgir durante este ano, que aproveitemos as muitas ações de promoção e de formação sobre esta temática do vinho. Isso é cada vez mais importante para que sejamos todos nós embaixadores da região, e essa é uma responsabilidade individual. Assumindo esta responsabilidade individual estamos a contribuir para o conjunto e para aquilo que será o sucesso desta iniciativa, que se irá refletir na valorização do nosso produto.
Vamos aproveitar este ano não como algo que começa e acaba mas como uma oportunidade de iniciarmos este processo e que ele se prolongue no futuro. O grande desafio que esta região tem, e tem tido nos últimos 20 anos, é que durante muitos anos tivemos fechados na produção, deixando a comercialização para outros. Com o passar dos anos foram surgindo oportunidades que foram alterando este funcionamento e agora é preciso capacitar toda uma região para um conjunto de serviços mais aptos à nova realidade, ao turismo e isto é algo que demora o seu tempo. Há novas gerações que estão a surgir e que já têm outra visão e isso é preciso que seja mais abrangente a toda a região, que as pessoas estejam mais capacitadas para o fenómeno do turismo, associando todas as nuances da região ao vinho. ■
12 VIVADOURO JANEIRO 2019
Lamego
Museu de Lamego e Ephemera apresentam exposição sobre censura A maior coleção sobre censura em Portugal está, até ao próximo dia 10 de fevereiro, em exposição no Museu de Lamego.
direcionadas para as escolas e público em geral. A colaboração entre o museu e o arquivo de José Pacheco Pereira arrancou em setembro de 2018, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, com a assinatura de um protocolo de colaboração mútua que permite que o Museu de Lamego
seja um ponto de recolha de materiais para o arquivo e biblioteca de José Pacheco Pereira, comprometendo-se a Associação Cultural Ephemera a apoiar as iniciativas do museu. O Museu de Lamego une-se assim ao Ephemera na missão de, como refere Pacheco Pereira, “salvar tudo o que é possível”, salvaguardando a memória coletiva. ■
FOTO: DR
Documentos todos originais, produzidos ao longo de 48 anos, mostram como a censura foi “global” e como “gerações inteiras nasceram e morreram sem ler um jornal em liberdade”. As palavras são de José Pacheco Pereira, presente na cerimónia de inauguração da exposição, em mais uma iniciativa desenvolvida ao abrigo da colaboração entre o Museu de Lamego e o Ephemera - Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira. Livros, jornais, revistas, programas de rádio e filmes, todos censurados, fazem parte desta coleção de origens distintas: grande parte foi resgatada de espólios em risco de desaparecimento, outra adquirida para evitar a sua saída de Portugal para arquivos estrangeiros e outra ainda oferecida ao Ephemera. Agora, uma seleção de
testemunhos que ilustram o Portugal da censura. Os documentos expostos contrariam, como assinalou José Pacheco Pereira, a ideia de um Portugal pacífico durante o Estado Novo, quando se analisam os cortes da censura que negavam tudo o que poderia colocar em causa a hierarquia instituída ou pudesse causar qualquer perturbação no cidadão e, consequentemente, da ordem pública. Notícias de suicídios, acidentes violentos ou fraudes eram censuradas, ao abrigo da mais poderosa e duradoura instituição do Estado Novo que era a única, como lembrou Pacheco Pereira, nas palavras de Oliveira Salazar, “que podia ler tudo”. E, por isso, “só existe aquilo que o público sabe que existe” (Salazar), mote da exposição, distribuída ao longo de diversos núcleos, que ilustram a censura e as formas de resistência clandestina, que passava, por exemplo, pela distribuição de panfletos, datilografados, mão a mão. Tudo para descobrir no Museu de Lamego, que a partir do dia 19 de janeiro terá disponível um conjunto de visitas orientadas,
Congresso mundial debate temática dos Direitos Humanos
Robótica e atividades de alimentação saudável para crianças do primeiro ciclo em Lamego
A cidade de Lamego foi o local escolhido para acolher um grande encontro académico internacional que quer refletir e debater a temática dos direitos humanos, "fomentando novas construções de ideias e o desenvolvimento científico a partir de uma perspetiva multidisciplinar".
A Câmara de Lamego está a desenvolver um projeto que considera inovador junto dos alunos do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo do concelho, abordando as temáticas da robótica e da alimentação saudável.
Durante quatro dias, de 16 a 19 de janeiro, centenas de professores, pesquisadores, estudantes, bem como membros da sociedade civil interessados nesta área, vão participar no "I Congresso Global de Direitos Humanos: Novas políticas de cidadania e de desenvolvimento sustentável", um fó-
rum de discussão que as entidades organizadoras consideram "urgente e necessário para o futuro de todos". Mais de 45 palestrantes, sobretudo portugueses, espanhóis e brasileiros, vão despertar o debate sobre as metas de desenvolvimento sustentável listadas pela ONU, em 2015, que visam acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar dos povos, proteger o meio ambiente e combater as alterações climáticas. Com o apoio institucional da Câmara Municipal de Lamego, o "I Congresso Global de Direitos Humanos" conta ainda com a cooperação de um vasto leque de instituições e entidades, nomeadamente o Ministério Público do Estado do Maranhão (Brasil), o Centro de Investigação em Justiça e Governação, o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul (Brasil) e a Asociación de los Alumnos Brasilenos de la Universidad de Salamanca (Espanha). ■
Segundo a autarquia, a iniciativa tem como objetivo “melhorar o sucesso educativo e reduzir o abandono escolar precoce” no âmbito do projeto Lamego Educa, que se foca desde o início deste ano letivo na implementação de ações estruturantes de promoção de igualdade de oportunidades no acesso ao ensino. A iniciativa arrancou nas férias de Natal com a participação de crianças nas ati-
vidades de ocupação de tempos livres. Para demonstrar que os mais novos recusam provar muitas vezes alguns alimentos sem conhecerem os seus sabores, os alunos participaram numa prova cega de sabores no Centro Escolar Nº1 e confecionaram bolachas saudáveis na Escola de Hotelaria e Turismo do Douro. Além disso, as crianças também aderiram à robótica, experimentando robôs e outras ferramentas como impressoras a 3D e laser, permitindo a criação de pequenos objetos que os participantes personalizaram. O Lamego Educa é o plano de combate ao insucesso escolar promovido pela Câmara local, que está a ser implementado em parceria com os agrupamentos de escolas Latino Coelho e da Sé num investimento superior a 610 mil euros, apoiado pelos fundos comunitários. ■
VIVADOURO JANEIRO 2019 13
Armamar
António dos Santos Monteiro 1925 – 2018
Em 1976 é eleito para aquele que seria o seu primeiro mandato à frente da Autarquia. Em 1979 é reeleito para segundo mandato. A partir de 1983 desempenhou as funções de vereador e em março de 1989 regressa ao lugar de Presidente, na sequência da suspensão do mandato do Presidente em Exercício, o Dr. Amâncio de Carvalho, por motivo de doença. Em 1990 venceu novamente as eleições e
exerce o seu último mandato à frente da Câmara Municipal de Armamar até junho de 1993, altura em que se afastou da vida pública e política para se dedicar à sua atividade de empresário agrícola. Durante quase 20 anos, António dos Santos Monteiro fica ligado a muito do que se fez para melhorar as condições de vida dos habitantes do município de Armamar. Conduziu importantes investimentos nas áreas do abastecimento de água, saneamento básico e rede viária em grande parte das Freguesias. Ao nível dos serviços foi construído o novo quartel dos Bombeiros Voluntários, o novo edifício do Tribunal que albergou ainda as Conservatórias e Notariado Público. Na educação promoveu a construção de escolas e foi no seu tempo que se deram os primeiros passos para a implementação da Escola C+S. Para além da vida política foi ainda Presidente da Adega Cooperativa de Armamar, integrou a direção da Caixa de Crédito Agrícola e o Conselho Fiscal da Santa Casa
da Misericórdia. António dos Santos Monteiro foi um ilustre Armamarense. Por tudo o que fez em prol do desenvolvimento do município, Armamar reconhece o valor da sua vida e obra.
O Presidente da Câmara Municipal de Armamar expressa publicamente pesar, em seu nome pessoal e dos Armamarenses, pelo falecimento do Sr. António dos Santos Monteiro. ■ FOTO: CMA
António dos Santos Monteiro exerceu vários cargos públicos ao longo da sua vida em Armamar. Regressado das Ex-Colónias em 1975, após a revolução do 25 de Abril, Santos Monteiro integrou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal.
Autarquia de Armamar atribui reduções ao IMI
Assim as reduções, variáveis em função do número de dependentes por família, são: 20 euros no caso de um dependente; 40 euros para dois dependentes e; 70
euros quando sejam três ou mais dependentes. A Assembleia Municipal, em sessão de 28 de setembro de 2018, aprovou a proposta por maioria, com 28 votos a favor e uma abstenção. A redução de 0,35 para o valor mínimo de 0,30 da taxa de IMI foi sugerida pelo Presidente da Câmara Municipal, para dar uma resposta solidária aos munícipes de um território agrícola que nos últimos dois anos sofreu graves prejuízos resultado de intempéries. A Câmara Municipal recorda ainda que prescinde de 4 dos 5% a que tem direito na participação variável no IRS.
FOTO: VD
A Câmara Municipal de Armamar votou e submeteu em reunião de 14 de setembro de 2018 à Assembleia Municipal a proposta de fixar no valor mínimo a taxa de IMI e aplicar a redução prevista no n.º 1 do art.º 112 - A do CIMI.
Quinze mil euros para rede pública wi-fi em Armamar
“No total candidataram-se a nível europeu 13 mil municípios, tendo sido atribuídos 2800 vales – no valor de 15 mil euros cada – o que significa que 21,5 por cento dos candidatos foi contemplado com vales.
Portugal teve um resultado superior, com quase 50 por cento dos municípios que se candidataram a receberem apoios”, refere a Anacom. No inicio de 2019 haverá a segunda convocatória e os municípios que não conseguiram os vales poderão candidatar-se nessa altura. A iniciativa prevê a melhoria de acesso à Internet de alta qualidade a residentes e visitantes locais nos principais centros de vida da comunidade local, como parques, praças, bibliotecas ou edifícios públicos. ■
FOTO: DR
Armamar é um dos nove municípios do distrito de Viseu que vai receber 15 mil euros de apoio no âmbito das candidaturas ao “WIFI4EU”.
14 VIVADOURO JANEIRO 2019
Sernancelhe
Moinho da Lapa: o paraíso nascido do sonho
Maria Frias é a responsável por este projeto que nasceu depois de uma tragédia familiar que a fez repensar no sentido da vida. “As minhas raízes são daqui, apesar disso sempre vivi em Lisboa e eram poucas as vezes que vinha cá. Tudo mudou quando um dos meus irmãos adoeceu, e faleceu, não podendo cumprir o seu sonho que era vir viver para aqui. Esta situação afetou-me e faz-me refletir sobre o que queria para o futuro. Acabei por passar a vir mais vezes ao norte até porque as cinzas dele vieram para o jazigo de família e, a verdade é que as palavras dele me fizeram pensar. Depois compramos esta propriedade e quando começamos a limpar o terreno e a trabalhar o projeto achei que seria um espaço demasiado bonito para não partilhar com outros, foi assim que nas-
ceu este projeto, como uma homenagem ao meu irmão”. O sorriso no rosto de Maria enquanto nos conta esta história é expressivo, no olhar um misto de saudade e alegria por estar a criar um legado familiar num espaço acolhedor, elegante e relaxante. “Já fazia umas brincadeiras de turismo em Lisboa no âmbito do alojamento local que vendi para investir aqui, a rentabilidade é completamente diferente mas a vida não é feita apenas de dinheiro e também feita de ideais, por isso faz sentido. Ganhei qualidade de vida, paz de espírito, momentos de tranquilidade, tempo para ler um livro ou passear com os meus cães. Nestes dois últimos anos já tive mais vida social aqui do que em Lisboa, aqui falamos com as pessoas, convivemos com elas, temos tempo, lá as coisas não são assim, a vida da cidade nem sempre nos permite ter esse tempo e essa disponibilidade mental”. A mudança de vida e os momentos que se ganham são mesmo o aspeto mais referido por Maria Frias para justificar a sua alegria. “Este ano tive um Natal como nunca tinha tido na minha vida, viemos todos para aqui e vivemos o verdadeiro espírito todos juntos, foi isso que ganhei”. A vida no interior é diferente da vida em Lisboa. Apesar da ambição de fazer a mudança definitiva para Sernancelhe, Maria ainda divide a sua vida entre este projeto e a sua vida profissional em Lisboa. “Insistiram para continuar a acompanhar
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> Espaço exterior do Moinho da Lapa
FOTO: DR
Junto à Aldeia da Lapa, em Sernancelhe, surgiu um projeto inovador que se apresenta como acessível, inclusivo, dinâmico, interativo e saudável. Dá pelo nome de Moinho da Lapa e visa apoiar o investimento em iniciativas de interesse turístico que promovam a coesão económica e social do território.
> Maria Frias, proprietária do Moinho da Lapa
um projeto que tinha em mãos e eu aceitei mas deixei logo o aviso que seria uma função com termo certo, o objetivo é ficar em Sernancelhe de forma permanente daqui a dois anos”. Esta vontade da empresária está intimamente relacionada com um estilo de vida diferente em que as pessoas interagem entre si de forma tranquila e onde o acesso a serviços e produtos tem que ser pensado e planeado de forma distinta do reboliço citadino. “Aqui a abordagem é outra, quando vamos às compras temos que programar muito bem a nossa vida, se me esquecer de algo tenho que pensar que estou isolada, por isso tudo tem que ser bem programado mas, depois disso, são muitas as vantagens em estar aqui. Este projeto também se tem construído com experiências positivas, quando a primeira casa ficou pronta viemos cá passar uns dias durante o mês de agosto, a certa altura aparece aqui uma senhora de trator que nos deixou ficar diversas coisas da sua horta porque sabia que vinha para cá viver e ainda não tinha a minha própria horta, isto é algo que não se paga e que torna tudo isto ainda mais mágico, em Lisboa não conhecemos sequer o vizinho da porta ao lado. A própria relação com os órgãos de poder é diferente, em Lisboa mesmo que quisesse acho que o autarca não teria tempo para me receber, aqui o presidente Carlos Silva fez questão de estar comigo, de conhecer o projeto e a autarquia tem sido mesmo uma ótima parceira deste projeto, apoiando em tudo o que tem sido necessário e só tenho a agradecer por isso”. No Moinho da Lapa, num terreno com mais
de 45 mil metros quadrados de área atravessado pelo rio Vouga, o alojamento em casas tradicionais (neste momento com capacidade para doze camas duplas e o objetivo de poder mais tarde receber até 44 pessoas) alia-se à interpretação, contemplação e usufruto da natureza nas suas mais variadas vertentes. “Quisemos dar um conceito rural com a envolvente da natureza, apostando no requinte no interior das casas e nos pormenores. Os nossos hóspedes não o são, são como família, daí a mesa grande para todos podermos fazer uma refeição juntos, queremos que se sintam confortáveis, em paz, que desfrutem do silêncio e da natureza, e isso só se consegue neste meio. É bom vermos as famílias a desfrutarem do tempo que têm para si, de as ver felizes aqui neste espaço”. Além disso, este projeto valoriza ainda os recursos endógenos da região e assim nasceu a primeira unidade de alojamento desta aldeia com mais de cinco séculos de história, impondo-se no contexto do turismo cultural e de natureza. São inúmeras as atividades que os clientes podem experimentar, desde passeios pedestres ou de bicicleta, a observação de aves, canoagem, Ioga ou meditação. A cultura também é valorizada com a sugestão de atividades como visita à serra da Lapa, ao património religioso e cultural da aldeia, nomeadamente a Rota de Aquilino Ribeiro. Os clientes podem ainda desfrutar de uma piscina exterior na propriedade, bem como de um moinho de água recuperado e de um forno em pedra. ■
INFORMAÇ O Boletim Informativo da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Nº 26 - Janeiro de 2019
Trimestral
Ficha Técnica
José Ângelo Pinto Presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira
EDITORIAL Caros Cooperantes, Quero iniciar este artigo como editor do Boletim da Coopenela agradecendo ao Prof. Mario Lourenço e á sua equipa o trabalho e esforço desenvolvidos ao longo de 8 anos e que tornou possível a manutenção de um instrumento de comunicação essencial da instituição com os seus associados e expressar os meus votos de que possamos continuar a erguer bem alto o nome da Coopenela também neste boletim. Este boletim tem um novo formato, uma nova forma de distribuição e vai alcançar um público alvo muito maior do que a versão anterior que era mais limitada aos associados e que não pretendia distribuir informação ao grande público. Hoje a Coopenela é uma organização de âmbito nacional e por isso é preciso que a sua comunicação seja ouvida e percecionada pelo público em geral. Quem me conhece como presidente da Coopenela pode ficar surpreendido por saber que sou administrador da sociedade que edita o VivaDouro e que vi aqui uma oportunidade de baixar os custos da Coopenela por um lado e pelo outro lado aumentar a potenciação de leitores do nosso boletim. Obviamente que tenho um conflito de interesses e por isso encarreguei o nosso vice presidente José Fernando Pereira e o meu colega Miguel Almeida do VivaDouro de negociarem
o acordo que hoje serve de suporte à edição deste boletim no VivaDouro com as vantagens que já referi. Não vou hoje escrever muito até porque a qualidade dos artigos escritos pelos colaboradores da cooperativa já é suficiente para se perceber a dinãmica e a motivação com que estamos a trabalhar. Vou apenas lembrar a visão, missão, valores e objetivos aprovados e que estão em vigor e que são os seguintes: Missão: A Coopenela tem a missão de desenvolver e melhorar a rentabilidade para os produtores de frutos secos das suas explorações e promover a valorização da comercialização e transformação destes produtos através do estabelecimento de unidades de recolha, tratamento, agregação, transformação e da sua colocação nos mercados mais rentáveis, baseada nas estruturas físicas e nos recursos humanos adequados para estes fins. Visão: Levar a Coopenela, no espaço de oito anos, a ser a instituição nacional mais forte e de referência na área da produção e comercialização de frutos secos. Valores: A Coopenela estabelece relações de confiança com todos os intervenientes na área dos frutos secos, nomeadamente fornecedores, clientes, cooperadores, instituições de ensino e
de investigação, procurando a inteira satisfação destes e apostando em pessoas que aportem os valores em que acreditamos para o sucesso: o conhecimento, a experiência, a confiança, a qualidade, o rigor, a inovação e a investigação permanente. Principais Objetivos Estratégicos: a) Acrescentar maior valor líquido aos cooperantes, através de uma política de retribuição competitiva, eficiente e atrativa. b) Continuar a estratégia de crescimento por aquisições / fusões e orgânica. c) Promover o desenvolvimento e implementação da Martaínha® como marca representativa de uma variedade de castanha na qual a Coopenela é já um dos principais operadores bem como a valorização das Denominações de Origem Controlada. d) Desenvolver ou apoiar o desenvolvimento de projetos de implementação de unidades de transformação que possam vir a aumentar o valor dos frutos. e) Prosseguir o trabalho com todas as instituições públicas e privadas, nomeadamente no combate a doenças e pragas. f) Manter e aumentar a presença em instituições relevantes para a Coopenela e para os produtos e serviços que representamos, como o CNCFS, a RefCast, a Confraria da Castanha, a Fenafrutas, a Confagri e a CAP; entre outras. Estamos Juntos. Todos.
Ana Dias Ana Santos Igor Nora José Angelo Pinto Margarida Rodrigues Rui Droga Tânia Amaral
Ana Santos A área comercial da Coopenela, está a trabalhar no sentido de criar mais e melhores condições para que os produtos da loja, cheguem a todos os cooperantes e clientes da Coopenela nas melhores condições de mercado. É exemplo deste trabalho, a entrega de Árvores (Castanheiros, Nogueira, Amendoeiras...) que ocorreu nos últimos dias de Dezembro, e em que a reforçada preocupação com todo o processo, desde a encomenda, recepção e separação das árvores por cliente permitiu uma entrega rápida e eficaz das mesmas, sem qualquer perda de qualidade. A Coopenela tem também à sua disposição uma gama completa dos melhores produtos do mercado para dar resposta as necessidades nutricionais de todas as culturas. Procuramos sempre, com a colaboração e apoio técnico de todos os elementos da cooperativa, prestar sempre todos os esclarecimentos necessários para a correta aplicação destes produtos pelos agricultores. Na Coopenela encontra disponíveis rações com recurso a matérias-primas seleccionadas com todo o rigor e que permitem a satisfação das necessidades alimentares dos seus animais. Prevemos durante o ano corrente alargar o leque das nossas ofertas, dos quais lhe daremos a conhecer num futuro próximo. Temos a certeza que em 2019 iremos poder servi-lo ainda melhor. Desejos de um BOM ANO
ORGANIZAÇÕES DE PRODUTORES VANTAGEM EM SER MEMBRO
Rui Droga A Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, CRL (Coopenela), desde a constituição da sua comissão instaladora, teve sempre a preocupação de organizar e concentrar a oferta e melhorar a comercialização, princípios básicos para se ser verdadeiramente uma organização de produtores. Desde 1997, ano da fundação, até 1999 preparou o caminho para entrar com um pedido de reconhecimento junto da Direção Regional de Agricultura e demais entidades oficiais. Primeiramente, em 1999, obteve o pré reconhecimento como Organização de Produtores para o Sector Frutas e Produtos Hortícolas e em 2005 obteve o Reconhecimento efetivo como organização de produtores. O esforço da Cooperativa foi contínuo, pois a par de manter e melhorar o reconhecimento como organização de produtores veio fazendo investimentos e aumentando a sua capacidade de concentração de Oferta e também aumentando o número de associados, bem como as áreas de produção. Inicialmente a cooperativa foi criada para satisfazer as necessidades de um conjunto restrito de produtores de castanha, essencialmente de Penela da Beira, Penedono, mas, com o alargamento a outros concelhos e outras regiões, houve a necessidade de trabalhar outros produtos, nomeadamente a Amêndoa, Noz e Avelã, o que ocorreu em 2007. Em 2008 já contava com 1000 hectares de produção, no conjunto dos seus associados, entre as diferentes culturas, Amêndoa, Noz, Avela, Cogumelos, e a mais representativa a Castanha, principalmente da Variedade Martaínha®. Em 2009 revalidou novamente o reconhecimento para o Sector de Frutas e Hortícolas e o número de associados continuou a aumentar. Nesta altura também decorreu no PRODER a aprovação de um projeto estruturante e fundamental para o crescimento da Cooperativa, com um investimento que viria a duplicar a capacidade de concentração da oferta, a melhorara a qualidade, a melhorar o planeamento, a permitir uma forte otimização de custos e também a melhorar a comercialização, no fundo os pilares que a Coopenela e a OP nunca esqueceram e sempre tiveram presentes. A Organização de Produtores, através dos membros dos seus órgãos sociais e dos seus colaboradores sempre transmitiu os valores que regem a organização de produtores junto dos seus associados e do público em geral. Em 2012 a Organização de Produtores teve, com muita pena, que convidar alguns associados a sair da OP, pois não estavam a cumprir com os deveres de associado e com os requisitos neces-
sários para permanecer numa organização de produtores que tem regras e legislação a cumprir para também cumprir com um outro pilar essencial que é a igualdade entre pares. É importante que quem pertence a uma cooperativa (ou outra organização como por exemplo uma associação) tem que se identificar com essa entidade e contribuir para a fazer crescer. No caso da organização de produtores, isto faz-se quer através da entrega da produção, quer sendo um participante ativo, quer nas reuniões e demais ações quer estando presente no quotidiano da Organização de Produtores. Em 2013 a Cooperativa altera os estatutos e a área social passa a ser Portugal Continental, o que passou a permitir associados de todo país pertencerem á Organização de Produtores. Em 2015, com a mudança de legislação e também com a mudança de governo, as regras de reconhecimento das Organizações de Produtores mudaram. Apesar desta mudança a Coopenela manteve o reconhecimento como Organização de Produtores, realizando um ajustamento ao sector que verdadeiramente é o núcleo do trabalho da Coopenela, ou seja o sector dos frutos de casca rija. Assim, em conformidade com o disposto na Portaria n.º 169/2015, alterada pela Portaria n.º25/2016, de 12 de Fevereiro é atribuído a 24 de Agosto o Título de Reconhecimento de Organização de Produtores n. 610 para os seguintes Frutos: Amêndoas; Avelãs; Castanhas; Noz de Macadâmia; nozes Pécan; nozes; Pinhoes; e Pistacios. Esta é resenha da cronologia do reconhecimento, ajuda a perceber melhor a evolução da nossa organização de produtores. O trabalho árduo da Coopenela, para manter o reconhecimento, só continua a fazer sentido se os seus associados tirarem o melhor proveito, e usufruírem do que esta cooperativa foi conquistando ao longo destes 21 anos. Muitos dos associados são bem conhecedores desta realidade, mas mesmo assim iremos referir aqui algumas das vantagens de ser membro de uma OP reconhecida. A organização de produtores tem como objetivos gerais nomeadamente a concentração da oferta, a melhoria da comercialização, o planeamento e ajustamento da produção à procura, a otimização dos custos de produção e estabilização dos preços no produtor, a investigação, ou a promoção das melhores práticas e o fornecimento de assistência técnica, reforçando deste modo a posição dos produtores na cadeia alimentar. Podemos detalhar e exemplificar cada um destes objetivos que tem vindo a ser concretizados na OP da Coopenela. Assim a concentração
da Oferta: desde 1997 a coopenela tem vindo aumentar a produção e a sua capacidade para tratar os produtos, nomeadamente na seleção, calibração e embalamento, dando possibilidade de o produtor associado entregar logo após a recolha ou colheita sem ter perdas de peso, etc. este trabalho depois facilita o outro objetivo que é o da Melhoria da Comercialização: havendo um produto bem selecionado e bem calibrado com melhor aspeto e ainda em quantidades satisfatórias o comercial tem mais poder para procurar novos mercados e discutir abertamente os preços, de forma a garantir um maior rendimento ao produtor associado. No que diz respeito ao planeamento e ajustamento da produção á procura: não é somente o agendamento de campanha mas sim desde o aconselhamento das culturas e variedades que irão anos mais tarde satisfazer a procura. A Estabilização de preços: acontece claramente porque, em regiões onde a Coopenela é fortemente ativa, os preços no produtor não baixam, mantendo o nível concorrencial alto. Ao nível da investigação a Coopenela e consequentemente a OP está envolvida em vários projetos de investigação, entre eles o Biochestnuts (doenças do castanheiro, Amendoeira, etc.); o Biopest (pragas da Amendoeira, castanheiro, etc); o Valnuts (qualidade dos produtos desde a colheita até ao consumidor final); o Egis (Estratégias de gestão integrada do Solo); o Valorcast (valorização da Castanha); o ClimCast (Estudos Climaticos e adaptação das variedades de castanha á diferentes regiões do país). Estas e outras investigações onde a Coopenela
participa dão a possibilidade de os técnicos da OP promoverem as melhores práticas e fornecerem assistência técnica de qualidade aos associados, a maior parte das vezes de forma gratuita e reforçando a capacidade produtiva dos produtores e consequentemente o seu rendimento. Mas além destas vantagens que decorrem dos objetivos das OP existem também um conjunto de benefícios que o Associado pode obter: Acesso rápido e facilitado á realização de candidaturas aos apoios aos rendimentos (Pedido Unico2019), Realização junto da Coopenela de candidaturas aos apoios ao investimento (PDR2020) e como membro da OP obter majorações nos projetos que podem ser de 10 pontos percentuais. Por vezes a diferença entre o projeto ser aprovado ou não está no facto de ser ou não membro da OP. Os produtores tem também vantagens nas candidaturas às Medidas Agroambientais, com uma “Majoração de 5% no nível de apoio base para os beneficiários associados de uma AP/ OP” É certo que, para ser membro de uma Organização de Produtores também tem que obedecer às regras e a maior de todas é o facto de ter de comercializar através da OP toda a produção da sua exploração, mas isso também poderá ser visto como uma vantagem pois o produtor não precisa de ter a preocupação e o desgaste mental e financeiro de procurar clientes e ter de armazenar nas suas instalações, por vezes sem condições, o seu produto.
BALANÇO DA CAMPANHA DA CASTANHA 2018
Margarida Rodrigues Terminou mais uma campanha da castanha na Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, CRL! Em jeito de balanço, importa referir que sem a cooperação de todos os envolvidos, não seria possível realizar a campanha de forma correta e eficaz, tal como se verificou. A Coopenela, os seus colaboradores, diretores e membros dos órgãos sociais trabalham arduamente todos os anos, não só no período da campanha propriamente dita, mas durante todo o ano para que, chegada a altura da campanha, possamos obter os melhores resultados e para que todos fiquem satisfeitos. Os últimos anos não tem sido fáceis para os produtores que, a cada ano que passa, veem as suas explorações expostas às inconstantes alterações climatéricas e à emergência de novas pragas e doenças que têm afetado as suas produções. No entanto, o esforço, a dedicação e a perseverança de todos os produtores, nossos associados, têm sido recompensados pela valorização no mercado dos seus produtos, que se mostra ascendente a cada ano que passa. À semelhança de anos anteriores, a cooperativa tem como um dos principais objetivos a união dos seus cooperantes e a valorização dos seus produtos. Assim sendo, está empenhada em estar cada vez mais próxima dos que realmente merecem e querem ver o nosso crescimento que, por conseguinte, será o crescimento dos produtores e da região. Esta foi a primeira campanha da castanha com a nova administração da Coopenela desde que assumiu o seu mandato em setembro de 2018. Desde logo, foi prometido aos associados que aqueles que pretendessem estar a 100% com a cooperativa seriam recompensados e valorizados. Acima de tudo, pretendemos que os produtores vejam o seu trabalho anual recompensado
na altura de entrega do seu produto. A Coopenela prioriza a qualidade dos seus produtos para que os seus clientes fiquem satisfeitos e a nossa região possa ser reconhecida pela qualidade inegável dos produtos de excelência que aqui se produzem e que possa chegar a outros mercados que ainda possam estar por alcançar. Pretendemos ser uma equipa forte e, quando falamos em equipa, estamos a falar da equipa técnica, da direção, dos associados, dos membros dos órgãos sociais, dos colaborares que nos prestam serviço, principalmente na altura da campanha, e todos aqueles que colaboram connosco diariamente das mais diversas formas. Esta campanha, que se esperava não ser das melhores, acabou por nos surpreender pela sua qualidade e excelência de produto. Desde cedo, o nosso foco foi fazer com que a preparação/organização interna fosse eficaz para estarmos devidamente prontos aquando a chegada dos produtos ao nosso armazém. Assim, a sua receção/processamento foram feitos de forma a preservar sempre, e na sua totalidade, as caraterísticas dos produtos e a sua qualidade. A visão pessimista dos nossos produtores em relação à colheita da castanha depressa foi declinada, pois foram surpreendidos, na altura da queda dos ouriços, pelo produto de excelência que estavam a colher nos seus soutos. Em geral, o fruto teve um bom tamanho, bom peso e acima de tudo foi fraca a contaminação de bichado comparativamente a anos anteriores. Com a entrada de novos colaboradores, tentámos estar mais próximos dos que se deslocavam até à cooperativa para entregar os seus produtos. Com uma equipa cada vez mais dinâmica, a nossa missão é estar disponível e prestar apoio técnico aos nossos produtores. Durante a
campanha e, principalmente durante a receção dos produtos, o nosso objetivo foi estar presente, ouvir, acompanhar e explicar aos associados todo o processo e, acima de tudo, as mais-valias em ser nosso associado e em entregar a totalidade da sua produção na cooperativa. Só assim, os produtos serão cada vez mais valorizados no mercado e, consequentemente serão melhor pagos aos nossos produtores. O maior volume de castanha começou a ser rececionado a partir da segunda semana de novembro, o qual exigiu um grande empenho de toda a equipa para que todos os processos internos de receção, calibração, embalamento e expedição da castanha pudessem ser feitos num curto espaço de tempo e, para que a cooperativa pudesse cumprir com todos os prazos de entrega dos seus clientes, respeitando acima de tudo o produto e a sua qualidade. Toda a equipa que colaborou na campanha da castanha esteve de parabéns, pois houve empenho, esforço e dedicação de todos para que, unidos, o seu trabalho fosse de excelência. Prova disso, foi a generosidade e reconhecimento desse trabalho de alguns dos nossos associados que, quando se dirigiam à cooperativa para fazer a entrega do seu produto, muitas das vezes traziam produtos alimentares para que a equipa partilhasse entre si. A boa comunicação foi o ponto fulcral de praticamente dois meses de trabalho intenso em que todos estiveram sempre disponíveis para colaborar. Em suma, entraram na nossa cooperativa muitas toneladas de castanha na campanha de 2018. Foi um bom ano. No entanto, pretendemos dar mais a conhecer da nossa região, dos nossos produtos e daqueles que todos os dias trabalham no campo, faça frio, chuva ou
sol para obterem as melhores produções anuais. Para isso, é preciso mudar mentalidades e, acima de tudo, perceber que só com a união de todos é possível chegar mais longe. Sem a cooperativa muitos os produtores não poderiam obter os rendimentos dos frutos secos que retiram hoje em dia. É preciso perceber isso, e acima de tudo dar valor ao trabalho realizado diariamente por esta entidade. Queremos ir mais além, queremos que a próxima campanha seja melhor ainda, queremos a cada ano valorizar mais os nossos produtos locais (frutos secos), queremos que os nossos associados sejam melhor recompensados pelo seu esforço e trabalho. Tudo isto só é possível com o empenho de todos os envolvidos! É preciso agora refletir e perceber que, nesta campanha a castanha foi paga, por parte da cooperativa ao seu associado, a um preço médio superior ao do restante mercado. Valorizar aquilo que é nosso é uma virtude que nem todos conseguem ainda perceber, mas que acreditamos que com a união e colaboração de todos, lá chegaremos. Desejamos que a próxima campanha seja ainda melhor que a deste ano. Trabalhamos todos os dias para fazer com que o próximo ano seja sempre melhor que o anterior. Queremos ser uma entidade de referência não só nacional como internacional no setor dos frutos secos. Um obrigado especial a toda a equipa que fez parte da campanha e ao seu empenho e dedicação. Bem-haja a todos os que nos têm apoiado e colaboram ou possam vir a colaborar connosco num futuro próximo.
Tânia Amaral Neste novo formato do Boletim Trimestral da Coopenela, quero antes de mais desejar um Bom Ano de 2019 a todos os leitores e em especial aos sócios da Coopenela. O novo ano será sem dúvida um ano de mudanças para a Coopenela e a Organização de Produtores Florestais não será esquecida. A solicitação de serviços da equipa de Sapadores Florestais, tem sido cada vez maior, fruto das necessidades da população, mas também da consciencialização das obrigações legais de limpeza ao redor das habitações. Temos a obrigação de cumprir com um plano de atividades rigoroso respondendo ao protocolado com o ICNF, sendo que os dias de vigilância e/ou deteção de incêndios são sempre uma incerteza mas continuamos a cumprir ativamente com os protocolos com o Município e com algumas Freguesias. É intensão da Coopenela estar mais próximo dos produtores florestais, conseguir dar resposta às suas necessidades e acima de tudo cuidar da floresta. Todos temos que mudar mentalidades, todos temos que olhar para a floresta com outros olhos. Cabe-nos cuidar dela no inverno para a protegermos no verão, é essa a nossa intensão.
Para colmatar necessidades dos nossos produtores, é intenção da Coopenela criar uma nova equipa de prestação de serviços, polivalente, que irá não só dar resposta a trabalhos agrícolas como florestais. Queremos com isto estar mais próximos dos produtores e apoiar a população cada vez mais envelhecida e debilitada. Esta equipa ainda está em fase de constituição, não tendo previsão para o início dos trabalhos e contará com os elementos que sejam necessários para uma adequada prestação de serviços. Em breve iremos proceder à fase de recrutamento e seleção dos elementos, que será anunciada oportunamente. Pretendemos, nesta fase, que todos os que estejam interessados em solicitar os nossos serviços nos contactem e manifestem essa intenção. Á parte isso, não posso deixar de relembrar que segundo o estipulado no artigo 163.º da Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro, com a epigrafe “Regime excecional das redes de faixas de gestão de combustível”, estabelece um prazo mais apertado para a realização dos trabalhos das redes de faixas de gestão de combustível.
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 163.º, “Os trabalhos definidos nos n.ºs 2, 10 e 13 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, na sua redação atual, devem decorrer até 15 de março” que são nos termos deste Decreto-Lei: “2 - Os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos confinantes a edifícios inseridos em espaços rurais, são obrigados a proceder à gestão de combustível, de acordo com as normas constantes no anexo do presente decreto-lei e que dele faz parte integrante, numa faixa com as seguintes dimensões: a) Largura não inferior a 50 m, medida a partir da alvenaria exterior do edifício, sempre que esta faixa abranja terrenos ocupados com floresta, matos ou pastagens naturais; b) Largura definida no PMDFCI, com o mínimo de 10 m e o máximo de 50 m, medida a partir da alvenaria exterior do edifício, quando a faixa abranja exclusivamente terrenos ocupados com outras ocupações.” Não deixem de nos contactar para prestarmos apoio nestas e noutras operações, dispomos, de um corpo técnico capaz.
Ana Dias e Igor Nora O mercado da noz em Portugal Cada vez mais existem intensas mudanças competitivas no que toca ao comércio de produtos alimentares. A investigação aplicada à área da produção alimentar tem tido avanços significativos no que diz respeito a produzir mais rápido, em maior quantidade e com menos recursos. A cultura da nogueira para exploração de fruto tem vindo a aumentar a nível mundial, encontrando-se praticamente em todos os continentes, onde os principais produtores são a China, os Estados Unidos da América, o Irão e a Turquia. No caso concreto de Portugal, a produção deste fruto seco tem vindo a aumentar significativamente graças aos programas de apoio ao desenvolvimento rural, que permitem um maior investimento tanto ao nível das explorações agrícolas, como das estruturas que são essenciais ao seu funcionamento e tecnologias agroalimentares. A implementação do regadio do Alqueva é um desses casos, tendo permitido a instalação de novas plantações de nogueiras em regime intensivo, em solos que até há alguns anos estavam destinados a culturas pouco exigentes e pouco produtivas. Desta forma, com os novos investimentos efetuados, Portugal segue o fluxo da produção mundial de noz, tendo vindo a aumentar nos últimos anos, tendo atingido em 2017 a produção de 4585 toneladas, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) em 2017. De acordo com o International Trade Center (ITC), no ano de 2015,
as transações de frutos secos sem casca terão atingido 13 milhões de toneladas, enquanto que os frutos secos com casca atingiram cerca de 39 milhões de toneladas. Balança comercial No que diz respeito à balança comercial da noz, esta é deficitária, produzindo Portugal apenas cerca de 10% do que consome, sendo uma parte dessa produção destinada aos mercados da exportação. Ao observar os gráficos podemos ver uma ligeira tendência de aumento da quantidade exportada o que se pode dever ao aumento da produção a nível nacional. Quanto à importação, observamos que houve um grande decréscimo desde 2009, o que se pode dever a uma diminuição no consumo. Em relação às importações de 2017, os países dos quais recebemos maior quantidade são a França, com cerca de 6.900.000kg transacionadas, o Chile, tendo-se registado quase 5.500.000kg, seguido da Alemanha, com cerca de 3.600.000kg de noz, sendo que neste valor se enquadram 3.600.00kg de noz sem casca, em que uma parte é proveniente de outros países e entra nas unidades de transformação para proceder ao descasque. Quanto às exportações, em 2017 exportámos cerca de 300.000kg de noz, dos quais cerca de 220.000kg eram noz em casca e os restantes eram de noz sem casca. Como mercados de exportação mais representativos temos a Espanha com cerca de 60.000kg, seguida dos PALOP com cerca de 29.000kg e com uma menor expressão temos a Alemanha que não ultrapassa os 12.000kg de transações. Apesar de se verificar um aumento gradual das
exportações a partir de 2012, bem destacado no ano de 2016, continua a ser necessário investir no sector dos frutos secos também a nível dos meios de comunicação, alertando para os seus benefícios para a saúde. A noz na Coopenela Atendendo ao mercado nos últimos anos a Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, CRL tem vindo a aumentar a entrega de nozes por parte dos associados, especialmente com a fusão com a COFRAL que permitiu uma maior expansão de sócios no Alentejo, o que permitiu que no ano de 2018 se expandisse o trabalho com este fruto. Processo da Noz na Cooperativa Temos diversos processos estabelecidos no âmbito do BRC para realizar quando a noz entra na cooperativa. A Receção consiste em colocar o produto em palotes, pesar e fazer o controle de qualidade, onde dependendo do peso, fazemos diversas amostras para saber qual o rendimento, número de frutos e não conformidades da mesma para dar entrada, sendo gerado um lote para cada produto homogéneo. Muitas vezes as nozes vêm misturadas em diversos tamanhos, em função disso procedemos à calibragem para conseguir lotes mais homogéneos, separando-se em calibres correspondentes aos da norma de comercialização, seguindo depois o produto para o armazenamento em palotes. Novos produtos Com as novas tendências de consumo de produtos alimentares começamos a ver,
cada vez mais, a incorporação de frutos secos noutro tipo de alimentos como é o caso das bebidas de frutos secos como substituição do leite para pessoas intolerantes à lactose, ou apenas para pessoas que não apreciem o sabor do leite. Há também aplicações em barras energéticas, muesli e granola. As nozes fazem parte da Dieta Mediterrânica e têm vindo também a ser recomendados como parte de um estilo de vida saudável. Observa-se também uma maior tendência para o enriquecimento de produtos alimentares tradicionais com a adição de farinha de frutos secos, melhorando a sua digestibilidade ao mesmo tempo que se obtém produtos mais saudáveis. Assim, é necessário que os produtores agrícolas e toda a massa crítica da agricultura esteja consciente das características nutricionais dos alimentos que produz, podendo utilizar isso como um aliado na sua comercialização. Aplicar o conhecimento técnico-científico a estes mercados, o que tem vindo a ser incentivado pela Food and Agriculture Organization (FAO), pode tornar-se uma vantagem competitiva, no que diz respeito à investigação a nível de novas utilizações para estes produtos, procurando obter um aumento na procura. Também a criação de doses individuais de frutos secos, em embalagens de 25g a 30g que mantenham inalterado o aspeto, sabor e valor nutricional destes produtos, revela ser uma boa estratégia, podendo ser facilmente transportado e consumido com um snack. Em suma é preciso estar perto das tendências para podermos rentabilizar melhor os produtos dos associados!
VIVADOURO JANEIRO 2019 19
Penedono é o município do Norte com menor número de desempregados Dados revelados recentemente pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional indicam que a região Norte, incluindo os concelhos do distrito de Aveiro, tem cerca de 146 000 desempregados inscritos, ou seja, menos 36 mil do que há um ano. Vila Nova de Gaia continua a ser o concelho do Norte do país com maior número de inscritos nos centros de emprego. Os números mais recentes indicam que o concelho tinha, no final de novembro, 17 090 cidadãos à procura de emprego.
Na região do Douro, as três maiores cidades da região são as que apresentam igualmente um maior número de inscritos: Vila Real (2251), Lamego (1774) e Peso da Régua (1069). É também neste território que se encontra o município do Norte com o menor número de inscritos, Penedono tem apenas 101 desempregados inscritos nas listas do IEFP. Da lista dos melhores representantes na região destaca-se ainda Freixo de Espada à Cinta, que mantém um valor abaixo dos 200, num total de 197 inscritos. A esmagadora maioria dos inscritos nos centros de emprego do Norte tem 35 ou mais anos. Mais de 60 por cento dos desempregados têm como nível de formação apenas o Ensino Básico. Conheça a lista completa do número de desempregados por município:
Desempregados por município 2251 - Vila Real 1774 - Lamego 1069 - Peso da Régua 642 - Moimenta da Beira 563 - Alijó 540 - Tarouca 459 - Santa Marta de Penaguião 386 - Tabuaço 358 - Torre de Moncorvo 357- Murça 301 - Mesão Frio 270 - Armamar 269 - Sabrosa 224 - Sernancelhe 221 - Carrazeda de Ansiães 217 - São João da Pesqueira 207 - Vila Nova de Foz Côa 197 - Freixo de Espada à Cinta 101 - Penedono
Fonte: IEFP
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20 VIVADOURO JANEIRO 2019
Reportagem VivaDouro
Uma década de CIM-Douro FOTO: DR
Esta terça-feira, o Museu do Douro, em Peso da Régua, abraçou as comemorações do décimo aniversário da CIM-Douro e, curiosamente, a centésima reunião do Conselho Intermunicipal. Texto e Fotos: Tiago Santos Nogueira
15 de janeiro de 2019, o dia em que se assinalou dez anos de existência da CIM-Douro. E para comemorar a efeméride, nada melhor do que o Museu do Douro e a sua vista deslumbrante para que Carlos Silva, presidente da CIM-Douro, desse o mote e iniciasse a sessão evocativa. Rui Santos, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, seguiu-lhe no discurso e falou da importância de uma complementaridade futura entre o interior e o litoral, vendo o país como um todo. Já José Manuel Marques, presidente da Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação, comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães, alertou para o facto de a cooperação estratégica em rede entre múltiplos atores locais ter que assumir uma dimensão regional, nacional e internacional, permitindo, dessa forma, desenvolver a região num território sustentável, eficiente, inovador e empreendedor. O VivaDouro esteve à conversa com Carlos Silva, presidente da CIM-Douro, que nos revelou que a CIM está numa fase de
> Grupo de autarcas fundadores da CIM-Douro
maturidade, os objetivos têm sido cumpridos e os territórios têm estado cada vez mais unidos em termos de região. Ainda assim, “é necessário um olhar atento por parte do governo, nomeadamente no plano de investimentos e na redução do IRC para as empresas que estão sediadas aqui e as que se poderiam fixar”, evidenciou Carlos Silva, que ainda foi mais longe, dizendo que “estas questões ficam sempre muito perto da boca, mas longe do coração”. Tendo como tema central o progresso, o presidente comparou a via navegável do Douro a uma alavanca fantástica para o território, assim como o IC26, que atravessa todo o Douro Sul. “Por uma questão de competitividade seria fundamental e nunca será por culpa da CIM-Douro, já que tudo tem feito para que a linha do Douro seja uma realidade. Infelizmente, o poder
está na mão de quem é nomeado e não de quem é eleito”, concluiu Carlos Silva. Depois da homenagem aos autarcas fundadores da CIM-Douro, o piano e o violino também quiseram marcar presença nas comemorações e antecederam os discursos de Fernando Freire de Sousa, presidente da CCDR Norte, e João Paulo Catarino, Secretário de Estado da Valorização do Interior. À conversa com João Paulo Catarino, percebemos que o seu balanço a propósito destes dez anos da CIM é francamente positivo. “O processo das comunidades intermunicipais e da sua consolidação é um processo importante para o país. A CIM-Douro tem sido determinante na perspetiva de termos um poder intermédio, até porque existem muitas decisões que não fazem sentido serem tratadas no âmbito
municipal, mas sim em termos intermunicipais”, afirmou o Secretário de Estado da Valorização do Interior, abrindo, também, as portas do governo para ajustes em possíveis aspetos a melhorar. “O governo assume a importância de um órgão de decisão intermédio entre o poder local e o poder central”, rematou João Paulo Catarino. Por sua vez, Fernando Freire de Sousa destacou o entrosamento e a concertação entre os vários autarcas, algo que “significa uma entidade mais forte e isso é um lado muito importante num país que tem como principal fragilidade a questão institucional”. A homenagem aos anteriores autarcas e responsáveis da CIM-Douro não foi esquecida pelo presidente da CCDR Norte, apelidando-a de “muito bonita, fazendo alusão à importância da memória”. ■ FOTO: DR
FOTO: DR
> Carlos Silva, presidente da CIM-Douro
> Freire de Sousa, João Paulo Catarino e Carlos Silva
VIVADOURO JANEIRO 2019 21
Vários Concelhos
Concelho de Penedono com reforço elétrico
Evento de networking junta mulheres no Douro
A EDP Distribuição concluiu recentemente a construção de um troço de linha de média tensão de eletricidade em Ponte da Veiga, no concelho de Penedono. Em comunicado, a empresa elétrica refere que realizou a obra depois de ter identificado a existência de várias situações de queda de tensão.
Quando os negócios se misturam com o prazer, o resultado é um fim-de-semana de mulheres em pleno Douro a estabelecer contactos.
novos apoios. “A EDP Distribuição, com mais esta obra, assegura um importante contributo para a consolidação do serviço de excelência por si prestado ao concelho de Penedono, garantindo, em consequência, uma travessia para uma Veiga ainda mais fértil e produtiva”, pode ler-se na nota da empresa. ■ FOTO: EDP
Nos próximos dias 19 e 20, a Quinta Vale D. Maria vai organizar a sua primeira edição do evento de networking “Girls Just Wanna Have Fun”, que até agora apenas acontecia em Lisboa. Trata-se de um encontro de mulheres em-
preendedoras que atinge um novo nível ao incluir experiências de luxo. Na Quinta Vale D. Maria, junto ao Rio Torto, as participantes terão oportunidade de visitar as vinhas na companhia da enóloga Francisca van Zeller, almoçar e realizar uma prova de vinhos. Estão previstos também workshops de fotografia e storytelling, jantar e pequeno-almoço no Six Senses Douro Valley, hotel onde também será passada a noite. No domingo, para terminar o evento com uma nota mais doce, haverá um pequeno-almoço especial Girls Just Wanna Have Fun. Patrícia Fontes, Brand manager de Casal Garcia, é a convidada de honra. ■ FOTO: VD
Com um orçamento no valor de 41 mil euros, a intervenção compreendeu a construção de um troço de linha, com uma extensão aproximada de 1.200 metros, bem como um novo posto de transformação com a potência de 100 quilovolt-ampere (kVA) e uma rede de baixa tensão com 300 metros e consequente implantação de dez
Próximo verão marca arranque do Plano de Mobilidade do Tua O comboio tem regresso assegurado à região, a ele juntam-se barcos para passeios na nova albufeira da barragem, entre a Brunheda e o Tua.
Confrontado com a demora no arranque do plano de mobilidade, previsto para avançar há mais de dois anos, José Paredes admite que foi prematuro o anúncio do arranque das obras. “Trabalhar com instituições que são verdadeiros impérios, como a IP e o IMT, não é fácil. Só sentando-nos todos à mesa é que nos conseguimos entender. A fase de arranque das obras foi anunciada prematuramente, mas, agora, garanto que vai acontecer”, observa. A Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua (ADRVT), constituída pelos municípios de Alijó, Carrazeda de Ansiães,
Mirandela, Vila Flor e Murça e pela EDP é responsável por projetos considerados estruturantes para o desenvolvimento destes cinco concelhos da área de influência da barragem e é a concessionária do plano de mobilidade que foi subconcessionado ao operador dos barcos do Douro, Mário Ferreira. O plano envolve também a Infraestruturas de Portugal (IP), proprietária da linha, e o Instituto de Mobilidade Terrestre (IMT) e todas estão agora articuladas num comité constituído, em novembro, e supervisionado pela secretaria de Estado dos Transportes. ■
FOTO: DR
Após dois anos de avanços e recuos, o próximo verão é a data apontada para o arranque do Plano de Mobilidade Turística e Quotidiana do vale do Tua. A implementação deste plano de mobilidade foi uma das principais contrapartidas pela construção do empreendimento hidroelétrico de Foz Tua contemplando um investimento na ordem dos 15 milhões de euros, com vista à criação de uma oferta turística de qualidade garantindo, ao mesmo tempo, a mobilidade quotidiana das populações. O plano, que agora entrará em vigor, é composto pelos percursos que estabelecem a ligação entre a Estação Ferroviária do Tua e Mirandela-Carvalhais, combinando o troço rodoviário entre a Estação Ferroviária do Tua e a barragem, num percurso de cerca de 4 km, o troço fluvial entre o cais da barragem e o cais da Brunheda, num percurso de 19,1 km e o troço ferroviário entre
Brunheda e Mirandela, numa extensão de 39,2 km. Os equipamentos turísticos, como um comboio e os barcos, estão prontos para começar a operar, mas há quase dois anos que se aguarda pela autorização oficial. “Foram dados passos muito importantes nestes últimos tempos, no que toca ao plano de mobilidade do Vale do Tua. Os estudos e os projetos de execução estão concluídos e foi constituído, no início de novembro, um comité de seguimento de acompanhamento que é coordenado pela Secretaria de Estado das Infraestruturas, para congregar e juntar vontades de todos os intervenientes para ver se o processo não derrapa mais e finalmente avança”, afirma o presidente da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, José Paredes. “As obras deverão arrancar até ao início do ano. O plano de mobilidade, tudo faremos para que inicie no início do próximo verão”, acrescenta. Na linha do Tua já foram feitas diversas intervenções contudo à ainda algumas em desenvolvimento com vista à remodelação da linha e consolidados taludes e sustentação de blocos. As obras vão custar cerca de 3,6 milhões de euros, tendo já sido investidos 11 milhões no sistema multimodal de mobilidade.
22 VIVADOURO JANEIRO 2019
Vários Concelhos
Três projetos da região nomeados para o Prémio Mies van der Rohe Mies van der Rohe é o mais importante galardão da arquitetura europeia outorgado pela Fundação Mies van der Rohe, entidade com sede em Barcelona e criada em 1983 pela junta daquela cidade, com o objetivo de recuperar o pavilhão alemão desenhado pelo arquiteto Ludwig Mies van der Rohe
para a exposição internacional de 1929. Instituído em 1988, o Prémio Mies van der Rohe foi ganho na sua primeira edição pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira, com o edifício Borges & Irmão, em Vila do Conde. O prémio é atribuído de dois em dois anos, e distingue projetos de
arquitetura construídos nos dois anos que precedem a sua atribuição. As propostas apresentadas incidiram nas áreas da habitação, cultura, escritórios, desporto, comércio, edifícios governamentais, transporte e tipologias urbanas. A área da cultura foi a que se destacou este ano. ■ FOTO: DR
No total o concurso conta com 383 projetos, de 38 países, sendo que Portugal é representado por 20 projetos, três dos quais da região do Douro: Centro Interpretativo do Vale do Tua e o Aproveitamento Hidroelétrico do Vale do Tua, ambos localizados na Foz do Tua e ainda o Hotel Rural Casa do Rio, em Vila Nova de Foz Côa. Na primeira fase do concurso o jurí escolherá apenas 40 que passarão a uma segunda fase onde serão apurados os cinco projetos finalistas. Concluída a seleção, os finalistas vão ser visitados pelo júri, em abril, e todo o processo irá culminar com a entrega do prémio no dia 7 de maio, em Barcelona, Espanha. Ao vencedor vão ser entregues 60 mil euros. O Prémio de Arquitetura Contemporânea
CLUB de Vila Real celebrou 124 anos No passado dia 12 de Janeiro o CLUB de Vila Real realizou um jantar de comemoração do 124º aniversário, no Complexo NaturWater Park, juntando uma centena de participantes, entre atletas, familiares e convidados. Este clube centenário foi fundado em 23 de Dezembro de 1884, no entanto, há vários anos que a comemoração passou a realizar-se no mês de janeiro, para fugir aos tradicionais jantares de natal. Este ano o crescimento do clube, sobretudo na vertente desportiva, foi o assunto mais abordado por todos, o número de atletas a praticar ténis de mesa, modalidade de eleição do CLUB quase duplicou. É também a modalidade que mais alegrias deu ao CLUB, com 11 títulos de Campeão Nacional nos últimos 10 anos, um dos quais de Campeão Nacional por Equipas, único nos clubes vilarealenses. Esta modalidade conta com
uma equipa técnica de qualidade, que é o motor do crescimento desta modalidade, que conta com projetos nas Escolas da Araucária, na Escola de Mouçós e recentemente celebrou protocolo para desenvolver o ténis de mesa adaptado, com a APPACDM de Sabrosa, uma parceria que surge anos depois do CLUB ter apoiado o inicio de um outro projeto para ténis de mesa adaptado que ainda decorre em Vila Real. Com uma academia de ténis de mesa a funcionar na Escola da Araucária, todos os dias das 17:30 às 20 horas, aberta para qualquer pessoa poder experimentar a modalidade, o CLUB de VILA REAL tem agora de procurar melhorar as condições para poder expandir ainda mais o número de atletas, que atualmente chega aos 50, sendo o maior clube desta modalidade em Vila Real. Mas este clube vive também de outras modalidades, tendo esta época iniciado a competição de bilhar, disputando o Campeonato Regional de Bilhar pela primeira vez. Uma prova que conta com 10 equipas, sendo o CLUB de VILA REAL constituído exclusi-
vamente por sócios. Prepara-se também para lançar ainda esta época mais modalidades. O jantar de comemoração, para além da confraternização entre os participantes, teve como momento alto a entrega dos prémios CLUB, que procuram homenagear aqueles que mais se distinguiram na divulgação do nome do CLUB. Este ano o espírito de equipa esteve em destaque, mostrando que o CLUB é um verdadeiro grupo, não vivendo do sucesso momentâneo de um ou dois atletas, assim a Equipa de Iniciados Masculinos, composta João Morais, Vasco Carvalhais, Diogo Catarino, Guilherme Alvadia, Bruno Barros, Luís Monteiro e Miguel Gonçalves, foi distinguida pelas inúmeras vitórias alcançadas na época passada, assim como o 3º lugar obtido nos Campeonatos Nacionais. A equipa técnica das classes de formação, de iniciados a juniores, Helena Pinto e Pedro Honrado obtiveram também o reconhecimento pela divulgação do CLUB, sendo os grandes responsáveis pelo aumento do número de atletas. Por fim, foi distinguida a Sra Assunção Catarino pelos serviços e pelo apoio que presta há vários anos ao CLUB de VILA REAL.
Ausentes no jantar estiveram vários membros da Direção pois o CLUB não fechou portas e a sede manteve a atividade cultural que tem também marcado esta associação, sendo o trabalho desenvolvido pela Direção, não puderam estar presentes, o que aumentaria ainda mais o número de participantes. Na memória estão os vários concertos que decorrem na sede do CLUB, mas também os inúmeros workshops, de pintura, de fotografia, etc, bem como os debates, tendo o debate sobre a intervenção que a Câmara Municipal prepara para a Avenida Carvalho Araújo, como o mais participado e de maior destaque. Também no ano passado o CLUB foi responsável pelo “Nosso Torneio de Ténis de Mesa” que decorreu no Shopping de Vila Real e que trouxe à cidade quase duas centenas de praticantes de mesa, numa organização singular de um torneio dentro de um centro comercial. As entidades públicas presentes, para além da constatação do aumento “exponencial” do numero de atletas e sócios ficaram agradados pelo sucesso do CLUB de VILA REAL que leva o nome de Vila Real a ser cada vez mais reconhecido, por esta instituição centenária. ■
VIVADOURO JANEIRO 2019 23
São João da Pesqueira
Balanço provisório do primeiro orçamento do mandato
FOTO: CMSJP
Terminado o ano financeiro de 2018 e tendo sido executado o primeiro orçamento deste executivo municipal a autarquia apresentou o resumo relevante da sua execução em três pontos: 1 - Maior execução dos últimos 4 anos. Grau de Execução Orçamental da Receita e da Despesa (2018) = 86% 2 - Pagamento, pela primeira vez desde 2010, da totalidade das faturas respeitantes ao abastecimento de água e saneamento. 3 - Diminuição da dívida em relação a 2017 (dados provisórios) em 800.000€ ■
Exposição “Histórias e Vivências judaicas em Portugal”
Ao todo, 55 painéis com referências a nomes conceituados como Bento Espinosa ou Garcia de Horta - e grandes vitrinas, que exibem símbolos, objetos e ma-
nuscritos, para contar a história da presença judaica em Portugal. A Câmara Municipal e a Rede de Judiarias de Portugal convida-o a descobrir o passado e a herança judaica e cristã-nova do concelho de São João da Pesqueira. De 13 de janeiro a 30 de abril, a Sala de Exposições Temporárias do Museu do Vinho, abre, assim, portas a “Histórias e Vivências Judaicas em Portugal”, numa organização conjunta entre a Câmara Municipal de S. João da Pesqueira e a Rede de Judiarias de Portugal. ■
FOTO: CMSJP
A exposição “Histórias e Vivências Judaicas em Portugal” dá a conhecer o judaísmo sefardita no País, da antiguidade até aos dias de hoje. Uma mostra itinerante que apresenta objetos e documentos inéditos datados de 1938, da Segunda Guerra Mundial.
Janeiras cantaram-se na Pesqueira
O Encontro realizou-se pelas 15h30 no Cineteatro João Costa, onde estiveram presentes diversos grupos e coletividades do Concelho de S. João da Pesqueira, que apresentaram um excelente espetáculo musical, desejando no final de cada atuação os votos de um Feliz Ano Novo a todos os Munícipes. ■
FOTO: CMSJP
O Município de S. João da Pesqueira, organizou no dia 13 de janeiro, o “VI Cantares de Janeiras”.
24 VIVADOURO JANEIRO 2019
Murça | Mesão Frio
Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
O Grande Douro faz caminho! A CIM Douro afirma-se!
A Câmara Municipal de Murça instalou recentemente um sistema informático de gestão documental que permite a desmaterialização de toda a documentação constante dos processos internos, que passam a tramitar em formato digital, o que permite uma gestão global e eficaz com o rápido acesso eletrónico a todos os conteúdos, além de uma redução anual significativa de custos com papel e consumíveis. A autarquia murcense prepara-se para deixar de utilizar papel nos circuitos internos, apostando na implementação de uma solução de gestão documental. A medida assume-se como um passo essencial na modernização administrativa, permitindo aos vários serviços municipalizados atuar com maior eficiência, otimização de pro-
cessos e economia de recursos humanos e financeiros e, portanto, uma melhoria notória nos serviços prestados aos munícipes. A implementação de circuitos na Câmara Municipal de Murça permite, nomeadamente, a definição e implementação de mecanismos automáticos de encaminhamento dos pedidos e de informação, devidamente integrados no sistema de informação da autarquia, dando uma resposta adequada às reais necessidades do munícipe. Permite ainda desmaterializar toda a documentação, possibilitando a gestão global e eficaz dos processos, com o rápido acesso eletrónico a todos os conteúdos documentais e reduzindo custos com a desmaterialização dos suportes físicos tradicionais. Com a implementação deste novo sistema, está dado mais um passo na modernização administrativa da autarquia murcense, um salto tecnológico que permitirá a consequente melhoria da qualidade dos serviços prestados aos murcenses. A medida pretende melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos serviços municipais, sendo ainda uma âncora para o site autárquico do Munícipe, serviço que ainda no ano 2019 permitirá a todos os murcenses consultar em linha processos que tenham a decorrer na Câmara Municipal. ■
Juntas apoiam manutenção de centro escolar A Câmara Municipal de Mesão Frio celebrou um protocolo de colaboração com as Juntas de freguesia do concelho, no sentido de conjuntamente financiarem o fornecimento de material de expediente e de produtos de limpeza, para a manutenção do centro escolar do Agrupamento de Escolas Prof. António da Natividade. O acordo produz efeitos no presente ano letivo 2018/2019 e foi assinado no dia 17 de dezembro.
A infraestrutura escolar congrega as crianças provenientes de todas as freguesias. Com a regulamentação do apoio, as Juntas de freguesia passaram a assumir as responsabilidades no âmbito da educação, na exata medida das necessidades que venham a verificar-se e de forma proporcional ao número de alunos inscritos. De forma a facilitar, a agilizar e a controlar o processo de aquisição do material de limpeza e de expediente, o município assume esta responsabilidade, sendo que as Juntas comprometem-se a ressarcir os respetivos encargos. À imagem de anos anteriores, os custos resultantes serão contabilizados no final de cada período escolar e apresentados às Juntas de freguesia, na proporção dos respetivos alunos.
FOTO: DR
Todos conhecem a minha visão da organização do Douro. Para mim o Douro, este grande Douro, é um grande território de três territórios irmãos - O Douro Sul, o Douro Norte e o Douro Superior. Esta forma simplória de falar do Douro, penso, ajuda a que se dê importância à localização geográfica nas opções de governação. É possível a definição de políticas estratégicas comuns para este Grande Douro em algumas áreas do desenvolvimento. Mas não é exequível a operacionalização de muitos dos projetos. Há áreas que só numa escala mais baixa serão verdadeiramente eficientes. Por isso, considero, para o Douro Sul, ser fundamental a concretização da Cidade conceptual que agregue estes concelhos. Em coerência, defendo o mesmo para os outros dois Douros, o Norte e o Superior. Três grandes Cidades conceptuais neste Grande Douro. A Cidade Douro Sul, a Cidade Douro Norte e a Cidade Douro Superior. Este conceito de cidade territorial permitiria a adoção de políticas operacionais comuns em cada um dos concelhos e a definição de propósitos de desenvolvimento mais facilmente concretizáveis, percebíveis e defensáveis pelos cidadãos, pelas empresas, pelas instituições e pelas autarquias. No topo da ligação destas grandes, lindas, extraordinárias e inovadoras Cidades, estará a CIM Douro que agrega 19 concelhos. Esta Comunidade Intermunicipal representa um território imenso com grande diversidade. Felizmente, a sua atual liderança implementou um novo modelo de atuação institucional que tem dado maior sentido de comunidade aos cidadãos, às empresas, às instituições e às autarquias deste território. Carlos Silva Santiago tem sido bem mais que um Presidente do Conselho Intermunicipal. Tem feito a afirmação da sua liderança com o envolvimento de todos. Reconhecidamente é já uma personalidade central neste Grande Douro, fazendo, com excelente sensibilidade e respeito pelas diferenças, a ligação destes três irmãos. Juntos têm muito mais força! Mas, precisamos ir ainda mais longe, alargando o caráter institucional da CIM. O Presidente do Conselho Intermunicipal deverá ser uma entidade relevante para as instituições e para os cidadãos de todos os 19 municípios. O protocolo Municipal e o protocolo das instituições deverá começar a incluir, sempre, o Presidente da CIM Douro. Com a comemoração do décimo aniversário desta organização supramunicipal, a mensagem é certamente de união. A minha mensagem é de evolução. Aproveitar a liderança empenhada, que não se resigna e que afirma este Grande Douro, para valorizarmos as diferenças. Promovendo o tal modelo de organização em cidades conceptuais que venham a dar em estruturas intermédias para melhor operacionalização das políticas e dos projetos. “Todos somos Douro”
Câmara de Murça avança com a desmaterialização documental
VIVADOURO JANEIRO 2019 25
Carrazeda de Ansiães
Carrazeda de Ansiães integra Associação de Municípios do Douro Superior O município de Carrazeda de Ansiães passou a integrar a Associação de Municípios do Douro Superior (AMDS), mantendo-se, ao mesmo tempo, na Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana (AMTQ). “Decidimos aderir também a esta associação de municípios pois achamos que é uma mais valia”, afirmou João Gonçalves, presidente da Câmara de Carrazeda, em declarações à imprensa. “Há valências que esta Associação do Douro Superior tem que, por uma questão de continuidade de território, podem ser úteis. Por outro lado, decidimos juntarmo-nos a eles de forma a ganhar escala na área do Douro, sobretudo na área do Turismo. Pertencemos à CIM Douro e já tínhamos alguma afinidade com Moncorvo e Freixo. Agora poderemos fazer candidaturas conjuntas, por exemplo”, explicou ainda João Gonçalves. Para Nuno Gonçalves, presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, e da AMDS, o objetivo é
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mesmo, “unir” os territórios do Parque do Douro Internacional e do Alto Douro Vinhateiro. "Trata-se de uma estrutura que integra sete municípios dos distritos de Bragança e da Guarda que se complementam fazendo a ligação entre o Alto Douro Vinhateiro (ADV) e o Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) e, com a entrada do concelho Carrazeda de Ansiães, a AMDS ganha mais coesão territorial, aumentando a sua oferta turista e economia", afirmou Nuno Gonçalves. Com a entrada de Carrazeda de Ansiães, passa para sete o número de concelhos que integram aquela estrutura que tem o rio Douro como elemento natural comum. "Temos de aproveitar todo o potencial turístico do Douro como via navegável, turística, vinícola e patrimonial, classificado duplamente pela UNESCO no vale do Côa e no ADV", enfatizou o presidente da associação. A AMDS passa assim ser constituída pelos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, bem como de Vila Nova de Foz Côa e de Figueira de Castelo Rodrigo. Já a AMTQ é constituída pelos municípios de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Mirandela e Macedo de Cavaleiros. ■ PUB
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26 VIVADOURO JANEIRO 2019
Boticas
Boticas testa Plano de Prevenção e Emergência em simulacros
Tiago Nogueira Jornalista / licenciado em psicologia
A contenda ainda só vai a meio FOTO:DR
Por outro lado, a turma de Bruno Lage (o tal “rapaz” de 42 anos) está a jogar mais futebol. Isso é certo. Mas também não era difícil. Até porque os últimos tempos de Rui Vitória na Luz foram sofríveis e a sua saída acabou por ser um desfecho inevitável. Desfecho inevitável era, também, a inclusão de João Félix no onze inicial encarnado. Como às vezes ouço (e gosto da expressão), “joga muito à bola”. O miúdo, de apenas 19 anos, é muito talentoso, tecnicamente está bem acima da média, tem pormenores deliciosos e finaliza muito bem. É, seguramente, difícil de entender um treinador que não queira um jogador de tamanha categoria na sua equipa. Já o Sporting de Marcel Keizer, que frente ao FC Porto provou ser um estratega, vive muito daquilo que Bruno Fernandes e Bas Dost conseguem produzir. Contudo, falar dos leões e não mencionar Jérémy Mathieu seria uma injustiça tremenda. E aqui não há lugar para isso. O defesa-central francês é um senhor dentro do relvado, está em grande forma e equilibra a equipa de forma magistral.
Os simulacros, levados a cabo pela autarquia em conjunto com o Agrupamento de Escolas Gomes Monteiro e com os Bombeiros Voluntários de Boticas, decorreram no âmbito do Plano de Prevenção e Emergência para Estabelecimentos de Ensino e teve como objetivo ensinar às crianças, educadores, professores e auxiliares de ação educativa os comportamentos e procedimentos de autoproteção a ter em conta em caso de catástrofe – incêndio, inundação ou sismo, informa na sua página oficial a autarquia.
Melhores alunos de Boticas premiados Os estudantes do Agrupamento de Escolas Gomes Monteiro, em Boticas, com melhor desempenho no ano letivo 2017/2018 foram premiados durante a festa de Natal do agrupamento, que decorreu no dia 14 de dezembro, no pavilhão Multiusos. O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, a vereadora da Educação, Maria do Céu Fernandes, e o diretor do agrupamento, Américo Barroso, foram os responsáveis por entregar os prémios alunos que obtiveram as melhores classificações, informou o município. Os alunos premiados foram Duarte Garcia Rua (5º A), Francisco Braz Adegas (6º B), Catarina Alexandra Ferreira Silva (7º A), Ricardo André Vieira Domingues (8º B), Mariana Rodrigo Queiroga (9º A) e Diogo Francisco Carvalho Cadime (CEF). O presidente da câmara salientou que “estes prémios têm como objetivo não apenas distinguir
os alunos que se destacaram em termos de resultados escolares, mas também servir de incentivo a todos os outros os alunos”. Fernando Queiroga sublinhou ainda que “estes jovens são um exemplo para todos os colegas de turma e de escola e a sua dedicação e empenho devem ser destacados e premiados”. Durante o encontro foram ainda entregues os diplomas e os prémios às turmas vencedoras do Concurso de Abóboras de Halloween, que decorreu no passado mês de outubro, no âmbito da iniciativa “Magia das Abóboras”. ■
FOTO: DR
Passando a batuta para as bolas amarelas, é hora de dizer que arrancou o Australian Open e Maria Sharapova, à boleia de uma bicicleta, foi a primeira a entrar na mítica Rod Laver Arena. Apesar das sete duplas faltas, a tenista russa e antiga número um do mundo arrasou na primeira ronda do Grand Slam australiano, derrotando a jovem qualifier britânica Harriet Dart, de apenas 18 anos, com uma bicicleta: 6-0 e 6-0. Brilhante. Por último (mas de grande importância), Andy Murray, a contas com uma grave lesão na anca e depois de anunciar que vai terminar a sua carreira ainda este ano, despediu-se do público australiano. Logo na primeira ronda e após ter perdido os dois primeiros sets, o tenista britânico foi buscar forças onde já muitos achavam não ser possível e igualou o marcador, vencendo dois tie-breaks. No entanto, não aguentou a exigência natural de um quinto set e Roberto Bautista-Agut levou a melhor, por 6-2. Vais deixar saudades, Andy.
Os exercícios tiveram uma avaliação geral positiva, uma vez que toda a comunidade escolar envolvida nas atividades cumpriu as regras estabelecidas no Plano de Prevenção e Emergência.■
FOTO: DR
A primeira volta do Campeonato terminou e o FC Porto segue na liderança, com mais cinco pontos do que o segundo classificado, SL Benfica. A consistência defensiva e o comprometimento dos dragões são a base de um sucesso cimentado numa liderança irrepreensível de Sérgio Conceição. Por falar em irrepreensível, as 18 vitórias consecutivas interrompidas pelo nulo em Alvalade – igualando o recorde nacional de Jorge Jesus, em 2010/2011 – metem respeito. Ou pelo menos deviam. Todavia, continuo a achar que falta criatividade à formação portista e, por isso, as dificuldades em ataque posicional adensam-se. Falta, sobretudo, alguém que decida melhor por dentro. Será que o clube azul e branco comprará algum “perfume” de Inverno?!
Realizaram-se em de dezembro, nos Jardins de Infância de Beça e Boticas e no Agrupamento de Escolas Gomes Monteiro, simulacros de incêndio onde foram testados e avaliados os procedimentos de segurança e evacuação dos edifícios.
VIVADOURO JANEIRO 2019 27
Freixo de Espada à Cinta
Cartão do Idoso do concelho de Freixo de Espada à Cinta Município de Freixo de Espada à Cinta implementa Cartão do Idoso. Mais e melhor Acção Social fundamenta este reforço nas políticas da área e que estão no epicentro da gestão autárquica. Atento a uma realidade social associada ao envelhecimento da população e
a focos de solidão, no âmbito da política social implementada pelo Governo Autárquico, o Cartão do Idoso vai permitir rastrear, de forma mais fidedigna, os Munícipes com mais de 65 anos susceptíveis de beneficiarem de serviços de saúde e accão social. Das vantagens que o Cartão do Idoso confere, destacam-se, em sede de consultas e apoio médico, a comparticipação financeira do Município ao transporte diário (dentro do conce-
lho) para o Centro de Saúde, para além de outros benefícios integrados nos serviços de cuidados paliativos domiciliários geridos pela Unidade Local de Saúde do Nordeste. Para a Presidente da Autarquia, Maria do Céu Quintas, esta iniciativa “ complementa outras acções que têm vindo a ser desenvolvidas pelo actual Governo Autárquico na área social. Estamos atentos às particularidades socio-económicas do Concelho, buscando
sempre uma atitude pró-activa para solucionar. Só assim se garante um melhor bem-estar de um extracto etário que é mais sensível e carente de uma atenção mais vincada sob o ponto de vista do assistencialismo”, frisou a Presidente de Freixo de Espada à Cinta. Para se poder usufruir do Cartão do Idoso torna-se necessária a inscrição junto da Divisão de Acção Social do Município. ■
Amendoeiras em Flor 2019
De 8 a 10 de Março, coincidente com a realização da Feira do Mês, Freixo de Espada à Cinta acolhe a XIXª edição da Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e Águeda. O mesmo espaço físico, mas com novidades na estruturação do evento, nomeadamente mais espectáculos, que
decorrerão no palco a instalar no Pavilhão Gimnodesportivo, e novos horários compatíveis com a hora da realização dos espectáculos do período da noite, são as nuances a registar no primeiro evento com que o Município do Douro Superior abre a temporada. Apesar de a programação ainda não estar fechada, f icam, para já, as confirmações do Humorista Aldo Lima, Tuna Universitária de Direito de Valladolid, e dos Gaiteiros de Urrós. ■
FOTO: CMFEC
Mais espectáculos e novos horários são as novidades da edição 2019
Recorde alguns momentos das edições anteriores... FOTO: CMFEC
FOTO: CMFEC
FOTO: CMFEC
28 VIVADOURO JANEIRO 2019
Boticas
Feira Gastronómica do porco leva milhares de pessoas a Boticas
Ao chegarmos ao recinto do evento os aromas que pairam no ar não deixam ninguém ao engano, são toneladas de fumeiro em exposição para o agrado dos palatos mais exigentes. Os sorrisos nos rostos de quem está atrás de cada banca e a simpatia com que são oferecidas provas dos diferentes produtos a quem por ali passa são já uma marca neste evento que, apesar de se realizar na época mais fria do ano, nos faz sentir o calor humano das gentes de Boticas. No encerramento do certame a reportagem do VivaDouro falou com o autarca de Boticas, Fernando Queiroga, que nos fez um balanço da edição deste ano. Qual o balanço que faz do evento? O balanço é positivo, naturalmente. Esta
FOTO: VD
Boticas marca o arranque das feiras do fumeiro no distrito de Vila Real. O tempo frio e seco deste inverno tem ajudado na conservação das carnes e na qualidade dos produtos. O trabalho nestes meses é intenso, desde a matança dos porcos até à produção das alheiras, salpicões e chouriças, ou à cura do presunto.
> Fernando Queiroga, Presidente do município de Boticas
feira já atingiu um patamar de excelência tão elevado que só pode correr bem. A preparação deste evento demora um ano, aliás, a partir de amanhã vamos já começar a trabalhar na feira do próximo ano, começando pela inscrição dos produtores que querem estar presentes, o acompanhamento da marcação dos próprios animais e as habituais visitas dos nossos médicos veterinários para ver como os animais estão guardados e que alimentação lhe é dada e depois acompanhamos também a elaboração do fumeiro. É desta forma que conseguimos garantir a qualidade que queremos para os nossos produtos e essa é a razão que faz com que, de ano para ano, venha mais gente. Esta é a melhor publicidade que podemos fazer, as pessoas vêm, gostam, compram alguns produtos e acabam
por passar a palavra. Esta feira, tem algo que a distingue das restantes da região e que nós queremos fomentar gerando uma maior dinâmica no concelho, que é a vertente gastronómica. Na própria feira há quatro restaurantes locais que servem pratos previamente estabelecidos com a organização e com um preço tabelado. Para quem quiser sair do recinto para fazer a sua refeição pode também encontrar estas iguarias nos vários restaurantes do nosso concelho. Portanto, temos excelentes condições para receber todos os que nos visitam e que levam daqui uma imagem positiva do nosso concelho. Algo que nos satisfaz é não só o sucesso do evento mas verificar que, a seguir, ao longo do ano as pessoas regressam a Boticas trazendo assim uma mais valia e uma maior dinâmica económica.
FOTO: VD
Que ponto alto destaca do evento? Fundamentalmente é a qualidade dos produtos que aqui são vendidos. Este é o primeiro evento do ano deste género na nossa região, somos nós que damos o mote para os restantes eventos, temos essa responsabilidade. Se esta corresse mal as outras também teriam o reflexo disso, desta forma, a nossa responsabilidade é maior porque queremos que todos tenham sucesso. A afluência, corresponde ao que a autarquia esperava? Nota-se um acréscimo de pessoas a vieram ao certame e certamente que as condições climatéricas que se registam ajudam a esse movimento. Óbvio que a animação musical e mesmo o programa de televisão que aqui se realizou ajudam a este crescimento. ■
Sebastião Fernandes Um evento bom para o concelho e para toda esta zona do Alto Tâmega e Barroso, bem como para os agricultores que aqui marcam presença. O movimento tem sido bom, temos vendido bem, só não vendemos mais porque alguns dos produtos já esgotaram, se mais tivesse mais vendia.
Domingos Fernandes O balanço que faço é bastante positivo. Este evento já se realiza há vários anos e eu tenho participado desde o início e nota-se uma melhoria ao longo deste tempo. O movimento também tem sido muito positivo, nota-se muita gente a passear pela feira e a comprar os nossos produtos
Dona Rosa Este é um evento muito bom, temos vendido bastante produto por isso fazemos uma avaliação positiva. O movimento também tem sido muito bom e nota-se que as pessoas não vêm só para ver mas para comprar o nosso produto.
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Nacional
Alfândega da Fé apresenta estratégia para se tornar um destino gastronómico No próximo dia 22 de janeiro vai realizar-se o lançamento do projecto “Alfândega da Fé à Mesa”. Uma iniciativa do Município que pretende tornar Alfândega da Fé num destino gastronómico de excelência e atrair mais visitantes a este concelho de Trás-os-Montes.
A ideia foi testada no ano passado, durante a Festa da Cereja. Nos dias do certame, foi apresentada uma imagem uniformizada das tasquinhas e com menus a incluírem alguns dos pratos típicos obrigatórios para os restaurantes aderentes. Os pratos à base de produtos regionais, como o cabrito, o borrego, as Sopas das Segadas os enchidos e os azeites de Alfândega da Fé vão ser obrigatórios, entre outros que fazem parte da cozinha regional e local. A novidade é que os menus vão ter que ter uma opção para vegetarianos, confeccionada também com produtos locais. A pensar nesta estratégia de dinamização e qualificação da restauração e da gastro-
nomia do concelho, a autarquia elaborou um regulamento que contem as diretrizes do projeto e que será apresentado durante o seu lançamento. O objectivo é definir as regras para a utilização da logomarca “Alfândega da Fé à Mesa”, apostando na qualificação, promoção e divulgação da restauração local. Os restaurantes que aderirem ao projeto vão beneficiar de um incentivo financeiro e da possibilidade de participarem em eventos que autarquia organizar, nomeadamente os fins de semana gastronómicos, que regressam a Alfândega da Fé já este ano, assim como, em todos os principais eventos e festas promovidas pelo Município.
O projeto “Alfândega da Fé à Mesa” conta com a colaboração e parceria do chef Marco Gomes. Este reputado cozinheiro é natural do concelho e está a acompanhar toda a implementação do projeto. O próximo passo vai ser a formação e a definição da estratégia empresarial junto dos restaurantes no cumprimento das regras da adesão e sua dinamização. A iniciativa de lançamento tem lugar às 16h00, do dia 22 de janeiro, no Auditório da Biblioteca Municipal, onde será feita uma sugestão do mise-en-place para as mesas dos restaurantes aderentes e degustar alguns dos produtos dos menus “Alfândega da Fé à Mesa”. ■
Exportação de vinho cresce 6,5% e atinge os €830 milhões em 2018 É um novo recorde de um setor que tem estado, esta década, em modo de crescimento sustentado. A ambição do sector “é atingir a barreira simbólica dos mil milhões de exportações em 2022", diz Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal. Mas, o gestor adverte que a evolução, além da "dinâmica do sector" depende também do "comportamento da economia internacional". A articulação "entre empresas, comissões vitivinícolas regionais e a ViniPortugal" e "ações de promoção concertadas" suportam " a forte convicção, que o objectivo dos 1000 milhões será alcançado", diz Jorge Monteiro. Perfil em mudança O desempenho favorável das exportações de vi-
nho regista-se, sobretudo, nos vinhos de mesa sendo impulsionado por mercados não tradicionais. O vinho do Porto, por exemplo, estagnou. Nos mercados, regista-se uma mudança de perfil. A proximidade cultural (países de expressão portuguesa) e geográfica (mercados europeus) combina agora com as vendas em grandes mercados, como os Estados Unidos, Canadá, China ou o Japão. "São os vinhos de mesas certificados, como os de Denominação de Origem ou Indicação Geográfica, nos mercados fora da União Europeia que se perfilam como as locomotivas do crescimento das exportações"; nota Jorge Monteiro. Angola perdeu importância por causa da crise dos últimos anos, mas permanece como o nono principal destino, em valor. A queda verifica-se nos vinhos certificados, com maior preço médio.
Preço médio em alta Em 2018, a tendência de subida do preço médio manteve-se, cumprindo a pedalada anual de mais três ou quatro cêntimos. A evolução favorável foi mais evidente fora da Europa. Entre 2010 e 2017, o preço médio global, entrando com todas as categorias de vinho, evoluiu de 2,30 euros para 2,61 por litro. A lista de mercados com melhores desempenhos nas vendas até ao fim de outubro conta à cabeça com Estados Unidos, Brasil Canadá e mercados de menor dimensão como a Suíça, Noruega ou Japão. Uma das virtudes do negócio do vinho de mesa é a diversidade de mercados, evitando a dependência excessiva de núcleo restrito de países, como sucede com o vinho do Porto. Jorge Monteiro aponta como principais méritos dos vinhos portugueses a relação qualidade/preço, a diversidade de castas autóctones evitando a
banalização e a notoriedade e reconhecimento internacional do próprio país no exterior. Dinamarca e México entre os prioritários Para 2019, o escrutínio dos operadores portugueses combina mercados maduros e tradicionais com emergentes. A prioridade de promoção centra-se na Dinamarca, México, Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Suíça, mercados que têm em comum um desempenho favorável nos últimos anos. A nova agenda leva a ViniPortugal a sacrificar o mercado da Alemanha, mercado maduro em que o preço é determinante e reduzir o investimento no Japão, focando as energias apenas na capital. Portugal é o oitavo maior exportador mundial de vinho, num ranking liderado pela França, detendo 1% das exportações mundiais de vinho. ■
Quem trabalha no Norte ganha menos 64 euros O salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem na região do Norte atingiu os 827 euros no terceiro trimestre deste ano, enquanto a média, a nível nacional, fixou-se em 891 euros, informa o “Norte Conjuntura”, da CCDRN. No terceiro trimestre deste ano, o salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem da região do Norte atingiu o valor de 827 euros, o que repre-
senta um crescimento real de 2,5% face ao mesmo período do ano passado, mas bastante abaixo do aumento homólogo de 4,5% registado no trimestre anterior. Uma performance que "traduz o efeito combinado de uma variação homóloga de 3,5% em termos nominais, combinada com uma inflação homóloga de 1%", explica o relatório trimestral "Norte Conjuntura", elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN). Já a nível nacional, o salário médio mensal líquido fixou-se em 891 euros no terceiro trimestre, o que significa um ganho real de 2,1%, também em desaceleração face ao resultado do trimestre anterior. Contas feitas, o salário líquido mensal na
região do Norte é inferior em 64 euros à média nacional. O "Norte Conjuntura" dá também conta que o emprego nesta região continua a crescer acima da média nacional - aumentou 2,6% em termos homólogos, impulsionado sobretudo pela construção, pelas indústrias transformadoras e pelo emprego na administração pública. A taxa de desemprego mantém-se nos 7,2% No domínio do investimento, o valor das importações de máquinas e outros bens cresceu 1,3% neste período. Este resultado, ainda que modesto, marca uma inversão de tendência face às variações negativas registadas durante a primeira metade do ano (menos 5,2% no segundo trimestre). Numa nota menos favorável, o "Norte
Conjuntura" refere o comportamento das exportações de mercadorias por parte de empresas da região do Norte, com uma variação homóloga nominal praticamente nula (mais 0,7%) - resultado que compara com 5,8% no trimestre anterior e que "é o crescimento mais fraco desde há mais de cinco anos", sublinha o documento da CCDRN. O abrandamento foi motivado sobretudo pela evolução das exportações de produtos tradicionais, como o vestuário de malha, o mobiliário e o calçado, bem como de máquinas, aparelhos e materiais eléctricos. A nível nacional, ainda que também tenha sofrido uma desaceleração, mas menos acentuada, as exportações aumentaram 6% no terceiro trimestre. ■
30 VIVADOURO JANEIRO 2019
Opinião
O Futuro do Douro passa pelo Conhecimento
António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD
Um dos eventos que marcou a agenda politica nacional foi o início da Convenção do Ensino Superior que visa preparar uma agenda do conhecimento para próxima década. Que interesse pode ter esta agenda para o futuro das regiões e do Douro em particular? O início da convenção foi marcado pela questão das propinas; contudo, esta iniciativa tem objetivos mais abrangentes, como a qualificação da sociedade, a produção e disseminação de conhecimento para perspetivar o posicionamento das regiões e de
Portugal na Europa e no Mundo. Se o futuro requer uma aposta no conhecimento, não há conhecimento sem um sistema de Ensino Superior forte e dinâmico. Na realidade, diversos países da OCDE têm vindo a apostar na valorização política e social do Ensino Superior, tendo dinamizado programas de desenvolvimento de longo prazo. Portugal não pode ficar fora deste movimento! Portugal tem de delinear uma estratégia coletiva que se traduza em mais jovens a frequentar o ensino superior, na atração e fi-
xação de talento e dinâmicas de internacionalização. Exige ainda pensar temas atuais como as novas dinâmicas de transformação digital, de abertura à sociedade e ao Mundo, bem como aspetos estruturantes como a criação de oportunidades de mobilidade socioeconómica e a diminuição de assimetrias que conduzam a uma maior coesão territorial. Na realidade, as questões da desigualdade territorial e a necessidade de tratamento diferenciado nos territórios de menor pressão demográfica devem ser perspetivadas. A educação e o conhe-
cimento são vitais para se atingir um crescimento económico sustentável das regiões. O país deve delinear novos caminhos para o conhecimento e inovação, tanto em termos agregados como regionais, visando construir um Portugal mais qualificado, mais atrativo, mas essencialmente mais coeso. Indubitavelmente, é vital uma trajetória estrutural, não apenas cíclica, de recuperação económica e social. A aposta no conhecimento é determinante nesta visão para as regiões e para o Douro em particular.
Tributo a António Sérgio (1883/09/03 – 1969/01/24)
Eduardo Graça Presidente da direção da CASES
Passam no próximo dia 24 de janeiro 50 anos sobre o falecimento de António Sérgio. A CASES, que sucedeu ao INSCOOP, ostenta na sua designação, à semelhança da entidade à qual sucedeu, o nome de António Sérgio. É mais do que uma homenagem, o reconhecimento da uma vasta obra e ação persistente de um intelectual que dedicou a sua vida ao desenvolvimento, teórico e prático, de modelos pedagógicos fundados na cooperação e ao próprio ideal cooperativista. Envolveu-se, a partir da queda
da 1ª República, em 1926, após um exilio de 7 anos, a um combate persistente de teor humanista contra a ditadura a cuja queda, em 25 de abril de 1974, já não pôde assistir. Sérgio foi um cosmopolita nascido na antiga Índia portuguesa, filho e neto de militares da marinha, carreira para a qual estava destinado e que cedo abandonou para se dedicar, sem os constrangimentos da carreira militar, à defesa da democracia e da liberdade. Na época em que vivemos, prenhe de severas ameaças aos ideais
pelos quais Sérgio se bateu, é ainda mais relevante lembrar a sua personalidade e a obra, tão esquecidas, pelo que se realização, no decurso de 2019, um conjunto de iniciativas das quais destacamos, de forma sintética, as que são diretamente promovidas pela CASES: - Dia 23 janeiro, pelas 18h., inauguração de uma exposição documental na Assembleia da República, à qual presidirá o seu Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues; - Dia 24 janeiro, pelas 16,30h.,
realização da cerimónia de entrega do Prémio António Sérgio/2018, na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), presidida pelo Senhor Ministro Vieira da Silva; - Dia 6 de fevereiro, pelas 18,30h., é apresentado o Código Cooperativo comentado, obra de fôlego coordenada pela Professoras Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos, na Biblioteca da Assembleia da República, à qual presidirá o seu Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues. Todas as informações podem ser obtidas em www.cases.pt
Agradecimento aos jovens durienses
Freire de Sousa Presidente da CCDR-N
Por ocasião dos 17 anos da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial, a CCDR-N identificou a oportunidade de auscultar os jovens dos 19 concelhos da sub-região do Douro para compreender quais são as suas expetativas em relação ao futuro. A principal motivação foi entender o que pode levar estes jovens a permanecerem na sua região ou o que os pode porventura levar ao objetivo de se fixarem noutro destino. De entre os elementos obtidos com esta sondagem – disponíveis em www.ccdr-n.pt –, realce-se o reconhecimento da elevada qualidade de vida que a população jovem identifica
no território classificado pela UNESCO. Com efeito, 94% dos inquiridos reportam uma qualidade de vida boa ou muito boa, sendo 82% os que opinam que a sua qualidade de vida é melhor ou muito melhor quando comparada com outras regiões. Este reconhecimento, aliado também ao notório sentimento de pertença dos jovens ao Douro, aumenta a responsabilidade das políticas públicas no sentido de manterem a fasquia elevada em matéria de atratividade do território. Acresce que, enquanto Presidente da CCDR-N e Gestor do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial, registei com agrado que a maioria do grupo em estudo (73%) encontre
motivos para continuar a residir no Douro nos próximos três anos. Num momento em que são crescentes os movimentos de jovens que se sentem forçados a sair do País ou da sua zona de origem à procura de estabilidade noutros locais, não deixa de ser reconfortante saber que os jovens durienses permanecem agarrados às suas raízes e motivados para aí estabelecerem as suas vidas e, assim, darem o seu contributo para o robustecimento da economia local. A entidade gestora do Bem classificado pela UNESCO não está, contudo, alheada das fraquezas identificadas nas conclusões da sondagem. Sabe-se que há ainda falta de oportunidades
profissionais e um número aquém de iniciativas culturais dirigidas a jovens, bem assim como que o ganho médio mensal inferior a outras zonas da Região Norte constitui um dos principais fatores estimuladores de quem ainda sai para procurar outro modo de vida. Não obstante essas e outras fraquezas, a mais degradante é o desequilíbrio populacional e o peso do envelhecimento, o que só poderá ser mitigado ou invertido com um Douro mais competitivo e um enfrentamento sério dos estrangulamentos associados ao seu cada vez mais esgotado modelo económico. Faremos tudo o que esteja ao nosso alcance para agir nesta direção.
VIVADOURO JANEIRO 2019 31
Lazer
B OA S FE ST AS
Piadas de bolso:
RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO
Dou aula de química e física, duas disciplinas pelas quais a maioria dos alunos tem aversão. Um dia comentei, numa das minhas aulas: – Eu ganho pouco, mas divirto-me com vocês. E um deles, para não perder a oportunidade, respondeu: – Nós também, não aprendemos nada, mas divertimos-nos muito.
Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego
Arroz de pato no forno
Ingredientes 4 peitos de pato 2 chávenas almoçadeiras de arroz 1 chouriço de carne 150 gr de toucinho fumado 1 cebola média 3 dentes de alho 1 colher de sopa de polpa de tomate ½ dl de azeite 2 folhas de louro Colorau q.b. Sal q.b Pimenta q.b. “Em nome da Câmara Municipal de Tabuaço desejo um Natal Feliz e Noz moscada q.b. FOTO: DR
um ano de 2018 pleno de realizações pessoais e profissionais” O Presidente da Câmara
(Carlos André Teles Paulo de Carvalho)
Preparação
Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt
Depois de um mês do nascimento do seu filho, Manel voltou na maternidade, com o bebê no colo: – Doutor… O que está a aconteceu? Meu filho já nasceu faz um mês e nada de abrir o olho! Depois de olhar para o garoto, que tinha cara de japonês, o médico diz: – Seu Manel… Eu acho que quem tem que abrir os olhos é o senhor!
Amor: Não exija tanto dos outros, dê mais de si próprio. Saúde: Tenha a serenidade suficiente para deixar as coisas correrem, não se exalte nem proteste muito. Dinheiro: Invista neste momento em algo que planeia há muito. Sentirá necessidade de se isolar para concluir o seu trabalho, mas poderão ocorrer mudanças.
Desafio VivaDouro
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FOTO: DR
Num tacho, coza os peitos de pato com bastante água, ½ do chouriço, as folhas de louro e ½ de toucinho fumado, cerca de 40-50 minutos. Entretanto, faça um refogado com o azeite, a cebola e os alhos picados, deixe alourar e acrescente a polpa de tomate, deixe refogar uns minutos. Depois do pato cozido, coe e reserve o caldo, deixe arrefecer os peitos. Desfie os peitos, corte o chouriço às rodelas e o toucinho aos bocados e acrescente tudo ao refogado. Adicione um pouco do caldo, para não queimar, e deixe os sabores se misturarem, acrescente um pouco de colorau e deixe ferver. De seguida, junte o arroz, envolva e deixe fritar uns minutos, em lume brando. Adicione o caldo, em quantidade o dobro da medida do arroz, tempere de sal, pimenta e noz moscada, deixe levantar fervura, depois reduza o lume e deixe cozer mais 10 minutos. Num tabuleiro de ir ao forno, unte-o com um pouco de margarina, coloque todo o preparado e enfeite por cima com a outra metade do chouriço às rodelas e a outra metade do toucinho às fatias. Leve ao forno até ficar douradinho, cerca de 15-20 minutos.
HORÓSCOPO
Diz ele para ela: - Posso não ser rico, não ter dinheiro, apartamentos e carros de luxo, ou empresas, como o meu amigo Anastácio, mas amo-te muito, adoro-te, eu sou louco por ti! Ela olhou-o com lágrimas nos olhos, abraçou-o como se o amanhã não existisse e disse baixinho ao seu ouvido: - Se me amas assim tanto de verdade, apresenta-me o Anastácio!
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