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A sua solução de transporte no Douro Ano 4 - n.º 49 - abril 2019
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"Cada um acha-se melhor que o outro, quando temos uma única coisa que é de todos, a marca Douro"
• Entrevista com Paulo Costa, organizador da Meia Maratona do Douro Vinhateiro
> Págs. 22 e 23
> Págs. 16, 17 e 18
Comboio Miradouro:
> Págs. 12 e 13
"CP faltou ao respeito ao Douro"
Feira Agrícola de Lamego realiza-se de 3 a 5 de maio > Pág. 32 PUB PUB
2 VIVADOURO ABRIL 2019
Editorial Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário
Caros leitores,
Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto
A chuva que tem caído na região, não sendo ainda em quantidade suficiente, traz já algum descanso aos agricultores do Douro.
NEGATIVO O edifíco da Panreal, a Panificadora de Vila Real, um dos poucos construídos pelo arquiteto e artista plástico Nadir Afonso, pode estar em risco iminente de demolição.
Sumário: Breves Página 4 Vila Real Páginas 6, 14 e 15
Serviço Nacional de Saúde: Eficiência ou preconceito?
Lamego Páginas 8 e 20 São João da Pesqueira Página 9 Torre de Moncorvo | Mesão Frio Página 10 Armamar Página 11 Reportagem VivaDouro Páginas 12 e 13 Destaque VivaDouro Páginas 16, 17 e 18 Sabrosa Página 21 Entrevista VivaDouro Páginas 22 e 23
Luís Braga da Cruz
NIF: 507632923
Moimenta da Beira Página 25
Engenheiro Civil
Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. e Augusto Miguel Silva Almeida
Carrazeda de Ansiães Página 26
Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro
Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Fânzeres Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Sede do Editor: Travessa do Veloso - 87 4200-518 Porto Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org
Próxima Edição 8 MAIO
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O investimento nos transportes públicos é essencial para o desenvolvimento da região, especialmente quando se sabe que os turistas, especialmente os estrangeiros, valorizam a possibilidade de se deslocarem por espaços como o vale do Douro sem precisarem de alugar carro, com ou sem condutor, sem se preocuparem com a condução ou com a adaptação a um país em que não estão habituados a conduzir ou com a logística de transporte de pessoas e bagagens. Claro que é preciso que a rede de transportes seja bem estruturada e eficiente, ou seja que os operadores públicos, semi públicos ou privados tenham rentabilidade nas suas operações e que sejam motivados para proporcionar um serviço de melhor qualidade aos seus utilizadores. Obviamente que não é isso que acon-
tece quando o governo se vê obrigado a subsidiar fortemente os operadores de transportes para conseguir uma redução significativa no preço para os utilizadores frequentes destes serviços e quando tal subsidiação, por opção politica, incide principalmente nas grandes cidades do país. Por isso é muito licito que a região do Douro exija um tratamento semelhante para que o estado central providencie a subsidiação que seja necessária para o restabelecimento dos comboios turísticos na linha do Douro. Se, como a CP diz, estes dão prejuízo, então nada que um pequeno subsidio não resolva e se o litoral tem direito a ser subsidiado então toda a nossa região, na qual até já foi desenvolvido o grosso do investimento pois até já há comboios que são considerados deficitários e por isso não circulam, também o merece e também o deve exigir.
FOTO: DR
POSITIVO
Vários Concelhos Página 27 Resende Página 28 Nacional Página 29 Opinião Página 30 Lazer Página 31
A Constituição sobre "direitos e deveres económicos, sociais e culturais" enuncia princípios e define as incumbências do Estado para garantir equidade de acesso aos cidadãos. Por exemplo, consagra o direito ao trabalho e incumbe o Estado de "promover a execução de políticas de pleno emprego... de formação... e a valorização profissional dos trabalhadores" (art.º 58.º). Porém, não é por enunciar um direito que ele se concretiza. O pleno emprego dependerá da "iniciativa económica exercida livremente nos quadros definidos na Constituição" (art.º 61.º). Quanto à Saúde, todos têm direi-
to à sua proteção, sendo esse direito "realizado através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito" (art.º 64.º). Vem isto a propósito de uma recente iniciativa da Universidade do Porto, que teve o patrocínio e a presença do Senhor Presidente da República, sob o tema: "O Sistema de Saúde para o Cidadão". Fui convidado a nela participar num painel sobre os "Novos modelos de financiamento para a sustentabilidade do SNS", por ter acompanhado com proximidade a experiência da parceria pública privada do Hospital de Braga, nos últimos sete anos. Fui testemunha da alteração qualitativa verificada na oferta de cuidados de saúde à população do Baixo Minho (320.000 na 1.ª linha e mais de um milhão no total). Há 25 anos, na CCRN, havia um Núcleo de Planeamento Regional de Saúde, que me revelou como aí era insatisfatório o atendimento público de saúde. Felizmente esta situação de injustiça relativa inverteu-se com a solução escolhida. A PPP do Hospital de Braga é a de maior dimensão do país. Os seus serviços clínicos foram sendo submetidos a rigorosos e muito exigentes processos de auditoria e avaliação, pela Entidade Reguladora da Saú-
de, sendo-lhe reconhecido mérito em todas as áreas clínicas e com as melhores classificações nacionais. Estudos solicitados pelo sector público para avaliação das PPP da Saúde permitiram concluir que a poupança da PPP do HB para o Estado, face aos custos padrão da gestão pública, se contabilizou entre 30 a 40 milhões de euros anuais, num custo anual da ordem dos 170 milhões. Também o Tribunal de Contas reconheceu que "o HB foi eficaz na gestão de recursos". Apesar do reconhecimento, da economia gerada e do elevado nível de satisfação por parte da população servida, o Governo entendeu reverter o modelo para a gestão pública, no final do prazo de concessão. Defende-se hoje que as contribuições dos sectores privado e social para o SNS devem ser apenas temporárias e supletivas, desvalorizando os ganhos económicos de eficiência e racionalidade, o que não é legítimo deduzir da Constituição. Não tenho qualquer ideia preconcebida contra as PPP no SNS, mas recuso-me a aceitar que, por preconceito ideológico, se comprometam soluções eficientes e de qualidade, onerando desnecessariamente o orçamento do Estado. Nem quero admitir que os utentes sofram quebra no nível de serviço a que foram habituados ao longo dos últimos 10 anos.
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Breves Mais de 16.500 pessoas passaram, em 2018, pelos museus de Arqueologia e Numismática e Vila Velha, em Vila Real No ano 2018 passaram pelo Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real e pelo Museu da Vila Velha 16.728 visitantes, naquele que foi o segundo melhor ano em termos de afluência de ambos os museus, um resultado que em muito se deve a uma programação eclética, que consegue agregar vários tipos de público.
Mais de dois mil fogos desde janeiro A Proteção Civil fez um balanço do número de incêndios rurais registados em Portugal, anunciando que desde janeiro já foram registadas mais de duas mil ocorrências. Vila Real é o segundo distrito com mais registos (260), seguido de Viseu (242), numa lista liderada pelo Porto com 266.
EHTD - Lamego premiada em concursos nacionais e internacionais Em prova no concurso Fish & Cooking, organizado pela EFTA, em Aveiro, a Escola do Douro-Lamego, representada pelos alunos Gonçalo Carvalho, de Restaurante/Bar, e Micaela Costa, de Cozinha, obteve o 1º e 2º lugar respetivamente. Por sua vez, os alunos Leandro Araújo, José Miguel Rodrigues, Ana Coutinho e João Costa, em competição em Casargo, Itália, no concurso Wellness & Zero Waste F&B Contest organizado pelo CFPA Casargo, arrecadaram os prémios de Melhor Serviço de Mesa, Melhor Equipa Internacional Talento e o 2º lugar de Melhor Equipa Bar/Restaurante.
Alunas de Moimenta da Beira representam Viseu no parlamento dos jovens O projeto de recomendação para reduzir o uso do plástico e aplicar multas às empresas poluentes apresentado pelos alunos da Escola Básica e Secundária de Moimenta da Beira foi o mais votado na final distrital do Parlamento dos Jovens. Germana Rosário, Luana Lopes e Sandra Pereira, vão agora representar o distrito de Viseu nas sessões nacionais, na Assembleia da República, nos dias 6 e 7 de maio.
Jantar de aniversário do Museu de Lamego Pelo terceiro ano consecutivo, o Jantar de Aniversário do Museu de Lamego, este ano no dia 13 de abril, assume novamente o formato de fundraising, voltando-se, nesta edição, para o restauro de duas importantes esculturas da segunda metade do século XVI. Em 2019, pela primeira vez, o museu convida uma instituição a fazer parte deste evento único. A Santa Casa da Misericórdia de Lamego aceitou o desafio, nos 500 anos da sua fundação.
Alunas da EHTD – Lamego vencem prémio A Escola de Hotelaria do Douro – Lamego arrebatou o primeiro lugar no concurso ‘Harmonizações por Aveleda’. Este concurso, cuja final teve lugar na EHT-Porto, no dia 28 de março, teve como objetivo contribuir para a legitimação e divulgação dos jovens talentos portugueses na área da cozinha e restauração, apoiando os alunos na vertente de harmonização de pratos com vinhos. Marta Costa, do curso de Gestão e Produção de Pastelaria, e Ana Cardoso, do curso de Gestão de Restauração e Bebidas foram as vencedoras.
Criminalidade violenta e grave aumenta em Vila Real em 2018
Tabuaço é o centro para arbitragem nacional
Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) aprovado no final do mês de março pelo Conselho Superior de Segurança Interna, a criminalidade violenta e grave aumentou em Vila Real durante o ano de 2018.
Tabuaço recebe nos próximos dias 13 e 14 de Abril o Fórum Nacional de Arbitragem, um evento anual que reúne os vários organismos, nacionais e regionais, ligados à arbitragem e cuja organização parte do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, com o apoio da Câmara Municipal de Tabuaço.
Misericórdia de Lamego encerra comemorações dos 500 anos a 12 de abril O Teatro Ribeiro Conceição vai receber a 12 de abril o encerramento das comemorações dos 500 anos da Misericórdia de Lamego, com um programa diversificado de atividades. Os interessados em assistir a estas intervenções devem efetuar a sua inscrição até ao dia 9 de abril, através do telefone 254 612 057 ou pelo email denisesaraiva@scmlamego.pt. A entrada é gratuita.
Vila Nova de Foz Côa debate o turismo acessível No próximo dia 13 de Abril realizar-se-á, em Vila Nova de Foz Côa, uma Mesa Redonda com o tema “Turismo Acessível – obrigação ou oportunidade de negócio”, com o intuito de sensibilizar os agentes locais para o turismo acessível. A iniciativa conta com a participação de quatro palestrantes convidados a debater a temática do turismo para todos, tendo em consideração a perspetiva ética e legal e encarando-o como uma oportunidade de negócio.
Distrito de Vila Real tem 1.680 M€ em depósitos na CGD
Encontro Europeu da castanha em Penedono
Vila Real foi a cidade escolhida para a última edição dos Encontros Fora da Caixa. No encontro, o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, revelou os valores financeiros que os clientes têm nas agências espalhadas pelos 14 concelhos do distrito de Vila Real com um total de “1680 milhões de euros em depósitos e 513 milhões cedidos em créditos”.
Penedono está a preparar-se para, em setembro, acolher o 10.º Encontro Europeu da Castanha, a par com Trancoso. Um evento que enaltece o fruto mais representativo do concelho. Vão participar representantes de entidades ligadas à castanha de Portugal e de países vizinhos.
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Vila Real
Quilos de criatividade à mostra no Mercado Municipal O Mercado Criativo, uma das ações do projeto Douro Creative Hub, promovido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), aconteceu no Mercado Municipal de Vila Real, nos dias 30 e 31 de março, reunindo mais de 30 criativos da região NUTS III Douro. O arranque deste Mercado Criativo teve lugar no Teatro de Vila Real, ainda na noite de dia 29, com a estreia do espetáculo “Lago dos Caretos – a sagração da prima Vera” de Luís Filipe Santos, uma ideia vencedora do Prémio Douro Criativo na categoria de Música e Artes Performativas. Durante os dois dias em que o projeto invadiu o Mercado Municipal de Vila Real, as bancas deixaram de ter os habituais legumes e frutas para exibir marcas e novas ideias, trazidas dos 19 municípios da região por um conjunto de mais de 30 criativos que, para lá da exposição, puderam ainda assistir a vários debates que cruzaram a arquitetura, o design e o artesanato e à apresentação de um livro que reúne 441 criativos do Douro. João Calejo, gestor do projeto, à conversa com o VivaDouro, mostrava-se bastante satisfeito pelo sucesso do evento, que se fez notar logo às primeiras horas. “Está a correr muito bem. Temos uma afluência típica nestes territórios. Se estivéssemos no Porto ou em Lisboa a zona de restauração estaria cheia, aqui não é o caso mas também é bom para pessoas como eu que gostam de comer com calma, às vezes só olhamos para o lado negativo da situa-
Marta Varela – M’Ilustra Douro ção. Numa conversa com a vereadora da Câmara Municipal de Penedono, ainda hoje, ela me dizia, “eu quero ser interior, não quero ser litoral”. Eu também não quero ser litoral, quero ter esta qualidade de vida do interior que não me obriga a estar duas horas numa fila para comer, fazer uma refeição de qualidade, estar tranquilo”. Uma das vertentes mais procuradas do certame, foram as palestras que foram acontecendo e que debateram temas de interesse para os criativos da região. “Temos tido palestras muito interessantes sobre temáticas importantes como a aplicação do design ao artesanato, transformando-o num modo de vida. Esta arte sempre foi vista um pouco como um escape para os mais pobres conseguirem fazer um pouco mais de dinheiro ou como castigo, por exemplo, quem se portava mal ia amassar barro para o barro de Bisalhães, para outros, era a tanoaria ou outra qualquer arte. Hoje a realidade é outra, eu arrisco-me a desafiá-lo para questionar os mais de 30 expositores que temos aqui e eu tenho a certeza que, se não todos, a esmagadora maioria é, no mínimo, licenciado. É claro que continuamos a ter os artesãos tradicionais, e ainda bem, mas esta gente nova que está a
> Um dos vários debates que aconteceram durante o Mercado Criativo
vir para estas artes está a elevar a fasquia, se fica correto usar esta expressão. A fasquia sociocultural, ‘socio-educacional’, da figura do artesão que, lá fora, já é uma figura respeitada e com estatuto, e este é o caminho”, afirma João Calejo. Questionado sobre a repetição deste evento já no próximo ano, o gestor do projeto não deixou ainda certezas quanto ao futuro. “As pessoas têm perguntado se vamos repetir no próximo ano. Eu gostaria de dizer que sim mas não posso afirmar isso. Eu acho que isto se faz com histórico, criando um hábito nas pessoas. O projeto visou lançar esta ideia, era importante que outras instituições estivessem agora disponíveis para “pegar” nele. Nós estaremos sempre disponíveis para passar todo este capital que tem sido desenvolvido, tudo aquilo que aqui se está a fazer neste Mercado e o acervo que resulta na publicação do livro que aqui apresentamos, porque este projeto não deve ser apenas da UTAD. Aliás, a UTAD não se quer assumir dona e senhora disto. Foi-nos lançado o desafio, mostramos que é possível fazer este tipo de feiras e agora era interessante que outras instituições se pudessem associar para podermos fazer isto mais vezes”. ■
Este projeto tem sido bastante importante porque, para além da divulgação permitiu também conhecer outros criativos, estabelecer contactos, impulsionar a marca, fazer divulgação nas redes sociais e aprender com a troca de experiências que as diferentes iniciativas do projeto proporcionaram. Neste Mercado estou a lançar um produto novo, o colar “Douro” que tem como objetivo promover o Douro e os seus socalcos com dois modelos, um todo prateado e outro em prateado e dourado. Neste momento sinto que há ainda algum entrave ao crescimento da marca por não ter um espaço físico com os meus produtos e alguma lacuna ao nível da publicidade mas, o feedback que recebo dos meus produtos tem sido bastante positivo, em especial pelas pessoas que são da região por conhecerem uma marca que ilustra o Douro.
André Marques – Gavinha Agência de Comunicação O Douro Mercado Criativo é um ponto de partida importante para criar uma rede de criativos no território Douro. Muitos dos criativos andavam, até aqui, a trabalhar isoladamente. A partir de hoje há uma ideia mais clara da criatividade do que existe no território que permitirá gerar sinergias, complementando-se uns aos outros e é esse o princípio deste encontro. Para a Gavinha, uma empresa com cerca de um ano e que se apresenta como uma empresa que comunica a profundidade do Douro, assumindo a sua proximidade com o território é importante fazer parte deste projeto para podermos mostrar o nosso trabalho. Estamos aqui a apresentar um projeto inovador, o Take me Douro. É um produto novo que preparamos para este nosso segundo ano de existência. No primeiro ano centramos a nossa atuação na comunicação digital e agora estamos a apostar na comunicação física, criando uma linha de merchandising da região que vai ser vendida numa mota Piaggio que antigamente era usada para trabalho e que transformamos num expositor com a facilidade de dar mobilidade ao negócio, indo ao encontro dos turistas que visitam o nosso território.
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Lamego
Região mostra-se na 4ª edição da Feira Agrícola “Atração ao Centro do Douro”, este é o lema da Feira Agrícola de Lamego (FAL) para a sua 4ª edição que terá lugar nos próximos dias 3, 4 e 5 de Maio, no Centro Multiusos de Lamego, numa organização conjunta entre a Apedouro – Associação Promotora de Eventos no Douro, e o Município de Lamego.
Texto: Carlos Almeida > FAL - Edição 2018
O evento, que acontece no interior e no exterior do espaço lamecense conta, este ano, com mais de 100 expositores, provas comentadas de vinhos, concurso de vinhos, jornadas técnicas, animação, demonstração de máquinas agrícolas, entre outras atividades, tudo com entrada livre ao público. Ao longo destes quatro anos a FAL tem vindo a prosseguir uma trajetória ascendente na obtenção do objetivo de se tornar um espaço crucial para a dinamização da região, não só como uma montra para produtos ou serviços, mas também como uma
plataforma de negócios para os empresários deste setor. A edição deste ano conta ainda com o apoio da Caixa Agrícola Beira Douro e no sábado, dia 4, contará ainda com a transmissão em direto do programa da RTP, Aqui Portugal. O VivaDouro falou com Hélder Lino e Francisco Santos da Apedouro que nos apresentaram a edição deste ano da Feira Agrícola de Lamego. Esta é já a quarta edição da FAL. De uma forma genérica o que podemos esperar
do evento deste ano? Esta edição vai acontecer um pouco no seguimento da edição do ano passado. Este ano podem contar com o facto de termos apostado em partes mais técnicas, vamos ter mais stands e uma área exterior maior, por norma, vai andar tudo à volta do mesmo. Esse aumento da área de exposição surge pela procura que se regista por parte dos potenciais expositores? Sim. Nós temos um diretor de comunicação que trabalha imenso nas redes sociais e conseguimos atingir mais regiões. Temos uma procura maior na parte das maquinarias, temos todas as empresas presentes no evento. Temos de dividir a parte exterior em dois, mas em termos de crescimento é extremamente notório. Ao terminar a feira no ano passado, já havia esta noção? Já dava para perceber que este ano ia haver crescimento? Sim. Todos os anos, no final do evento, temos o cuidado de falar com todos os expositores e conhecer a sua opinião. Mediante isso e a comunicação que vamos fazendo, nós ficamos sempre com a ideia de que o evento este ano podia ser maior. Depois temos ainda um grande apoio do município, o que é uma grande ajuda.
> Francisco Santos e Hélder Lino
No passado Lamego era a base de uma grande feira do setor agrícola que acabou por desaparecer. É esse espirito que se quer trazer de volta? A Expodouro era um grande evento e de repente desapareceu. O nosso objetivo sempre foi pensar em
algo melhor e numa melhor imagem para a região. No nosso território são vários os certames que se realizam e nós procuramos fazer a diferença. O nosso objetivo era ter um evento que abrangesse não só a agricultura em si mas todas as áreas que estão envolvidas com este setor. Mas não queremos aproximar-nos da Expodouro. Queremos posicionar-nos como uma feira importante, nesse sentido, sim é o espírito que pretendemos trazer de volta para Lamego, o ser uma referência no setor agrícola. Na nossa região temos uma variedade distinta de agricultura, e para além disso, este é o centro do Douro, e o objetivo é mesmo voltar a pôr Lamego no mapa. Lamego teve uns anos que parou completamente no tempo, os turistas chegam a Lamego e vão a sítios incutidos e não descobrem mais nada, era interessante fazer com que a agricultura fizesse parte do turismo. Como organizadores o que é que distinguem no programa? A parte relacionada com o vinho, vamos ter provas e workshops sobre vinhos e vai ser muito interessante, também vamos ter espetáculos, como o no encontro dos ranchos. Vamos ter corridas, saltos e dentro do pavilhão vamos ter jornadas técnicas, apesar de ter pouco impacto, porque temos excelentes oradores, onde se explora como se aplicam produtos etc.. mas não há muito afluência. E depois, os expositores, que são de facto uma parte mesmo muito interessante. Quantos expositores vão haver? Uma centena de expositores e vamos ter cobertura da RTP, no dia 4, sábado. ■
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São João da Pesqueira
Município celebra “Revolução dos Cravos” No dia em que se celebra a revolução dos Cravos, a Assembleia e Câmara Municipal de S. João da Pesqueira vão organizar as Comemorações do 25 de Abril, um dia com homenagens aos antigos combatentes do Concelho, com música de intervenção, cerimónias evocativas da data, entre outras atividades para assinalar a data que marcou Portugal e homenagear os militares que derrubaram a ditadura e devolveram a liberdade aos Portugueses. ■
Requalificação da zona envolvente ao edifício dos Paços do concelho O Município de S. João da Pesqueira vai proceder à requalificação da envolvente ao edifício dos paços do concelho, com o objetivo de criar uma praça com ligação pedonal da Câmara Municipal até ao Varandim, como uma zona de conforto para as pessoas e tornando este espaço mais seguro para a circulação. A alteração da altimetria do espaço garantirá essa ligação. Ao mesmo tempo as alterações arquitetónicas proporcionarão uma enorme qualidade estética ao local. Uma vez que o Varandim se encontra na cobertura de edifícios particulares, é necessário, ao realizar a intervenção, proceder substituição da impermeabilização dessa mesma cobertura, que atualmente permite infiltrações nos edifícios.
As casas de banho públicas serão também renovadas. Por outro lado, o Fontanário que se si-
tua no largo do edifício da Câmara Municipal regressou ao seu local de origem junto à Igreja Matriz. ■
Requalificação do Parque da Devesa O Município de S. João da Pesqueira está a renovar o Largo da Devesa através da valorização da sua imagem, sob o aspeto social, dinamizando-o e mantendo as características de polivalência funcional do Largo como Parque Urbano. Com a requalificação que agora se iniciou a Autarquia de S. João da
Pesqueira procura reconstruir o espaço público urbano de forma a potencializar a utilização diversificada ao longo do dia e por um universo de utilizadores o mais alargado possível, no sentido de voltar a tornar-se o centro cívico, identificável como tal pelos habitantes de todo o Concelho. ■
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Torre de Moncorvo
Mesão Frio
Município pede estudo para entender os sismos O Município de Torre de Moncorvo pediu um estudo para perceber as causas e os contornos dos sismos que têm abalado o concelho nos últimos dois anos, em curtos intervalos de tempo, preocupando autarquia e população. O último foi sentido no passado dia 26 de março, às 14h42, com uma magnitude de 2.7 na escala de Richter e epicentro localizado a cerca de oito quilómetros a este do centro de Torre de Moncorvo, não causando danos pessoais ou materiais. De acordo com José Menezes, responsável pela Proteção Civil Municipal, só nos últimos dois anos registaram-se, pelo menos, cinco sismos. Nenhum deles, no entanto, provocou danos. "Estes abalos costumam ser frequentes. O município já pediu um estudo para perceber melhor este fenómeno natural", referiu, acrescentando que a situação é preocupante e que a recorrência recente provocou a necessidade do estudo, pedido depois do penúltimo abalo. A autarquia está agora a aguardar as respostas. "Desta vez ouvi um barulho forte e até pensei que tivesse existido um acidente com um camião. Estava no trabalho e sentiu-se um estrondo. Toda a vila também sentiu",
concluiu o responsável pela Proteção Civil. Alguns moradores do concelho falam numa "espécie de abanão". O sismo foi sentido com intensidade máxima II/III (escala de Mercalli modificada). Antes deste, o mais recente abalo registou-se no dia 11 do mês passado, em circunstâncias semelhantes. O epicentro localizou-se a cerca de dez quilómetros a Este da vila de Torre de Moncorvo, às 21h46, de magnitude 2.2 e com intensidade máxima II. Dois dias antes, pelas 03h00, a magnitude foi maior, de 3.0, com epicentro também a cerca de 10 quilómetros a este de Torre de Moncorvo. ■
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Jornal VivaDouro 10/04/2019
Autarquia arrancou com implementação de Interface Estão em curso as obras para a construção do Interface de Mobilidade Urbana Sustentável, integrado na Zona de Lazer de Mesão Frio, que visa servir os utilizadores de transportes coletivos de passageiros, concentrando, num só local da sede de concelho, todos os transfers de transportes. Em simultâneo, a obra irá beneficiar os utentes dos espaços envolventes, nomeadamente do campo de jogos municipal, das piscinas municipais descobertas e da praia fluvial do Rio Teixeira. O projeto, que representa um investimento total próximo de 345 mil euros, privilegia a eficiência, a acessibilidade, a sustentabilidade e a promoção da mobilidade urbana, oferecendo um acesso eficaz e seguro à rede de transportes coletivos e a organização funcional das várias modalidades de transporte (autocarros, carros de aluguer e
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EXTRACTO DE JUSTIFICAÇÃO CERTIFICO que neste Cartório e no Livro de Escrituras 11-M, de folhas noventa e sete a folhas noventa e nove foi lavrada uma escritura de Rectificação de JUSTIFICAÇÃO outorgada no dia 08 de Abril, em que foram justificantes/outorgantes VINCENT BOUCHARD, titular do N.I.F. 213 774 844, e mulher KAY STEFFEY BOUCHARD, titular do N.I.F. 253 038 340, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele de França ela, dos Estados Unidos, residentes na Quinta do Tedo, em Vila Seca, Armamar. Que vieram invocar: Que, por escritura de Justificação, outorgada em Vila Real, no cartório a cargo da notária, a Dra. Maria José Gonçalves Maximino, no dia trinta de Outubro de dois mil e dezassete, lavrada a folhas 92 e ss, do competente Livro número 307-A, os justificantes vieram justificar o prédio urbano, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 209 à data omisso na Conservatória do Registo Predial de Tabuaço, mas após a realização daquela escritura de justificação, foi necessário proceder-se a um levantamento topográfico, verificando-se um erro de medição na área, do referido imóvel, em virtude de uma errada participação matricial. Assim, rectifica-se a indicada escritura no sentido de passar a constar a área correcta, passando o referido prédio urbano a ter a seguinte identificação: Prédio Urbano sito no lugar de Tedo, freguesia de Adorigo, concelho de Tabuaço, composto por casa térrea de um piso destinada a armazém e lagar, com a área total e coberta de cento e setenta e dois metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 209, descrito na referida Conservatória do Registo Predial de Tabuaço sob o número mil quatrocentos e trinta, aí registado a favor dos representados da primeira outorgante pela inscrição Ap. mil seiscentos e cinquenta e seis de dois de Janeiro de dois mil e dezoito. Cartório Notarial de Murça a cargo da Lic. Sónia do Cruzeiro Moutinho, sito na Rua Soldado Herói Milhões n.º 8, em Murça. Murça, 08 de Abril de 2019. A Notária, (Sónia do Cruzeiro Moutinho)
> Obras já decorrem para instalação de interface
bicicletas), o que se traduz numa resposta às necessidades da população e do território em causa, sendo também, um fator relevante de valorização turística para o concelho. A criação do Interface contempla a construção de uma gare exterior descoberta, de um edifício de apoio com paragem coberta, de espaços de apoio, instalações sanitárias e percursos envolventes, que irão permitir um acesso mais direto ao centro urbano da vila, bem como, embelezar toda a área confinante, tornando-a mais apelativa à sua utilização, o que resultará na diminuição da utilização de transporte individual e, consequentemente, na redução de ruído e da emissão de gases poluentes para a atmosfera. Com uma taxa de comparticipação de 85% de fundos comunitários do Programa Operacional Regional do Norte - Norte 2020, do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), a obra apresenta um investimento elegível de 319.925,88 €, suportada com fundos no valor de 271.937,00 € e apresenta-se como uma peça fundamental para a mobilidade sustentável do concelho e para o desenvolvimento local e turístico de Mesão Frio. ■
VIVADOURO ABRIL 2019 11
Armamar
Consulta pública do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios João Paulo Soares Carvalho Pereira da Fonseca, Presidente da Câmara Municipal de Armamar, torna público: Em cumprimento das disposições conjugadas da alínea t) do n.º 1 do artigo 35.º e do artigo 56.º do Anexo I da Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, na sua atual redação, que a Câmara Municipal de Armamar, por deliberação de 08 de março de 2019, determinou submeter a consulta pública o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios 2019 -2028 (PMDFCI), quanto às componentes não reservadas, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 10.º do Decreto -Lei n.º 124/2006 de 28 de junho, na sua atual redação, e nos n. 5 a 7 do artigo 4.º do Despacho n.º 443 -A/2018 de 9 de janeiro, na sua atual redação.
O PMDFCI de Armamar foi objeto de parecer favorável da Comissão Municipal de Defesa da Floresta, na sua reunião de 22 de outubro de 2018. O PMDFCI de Armamar mereceu parecer vinculativo favorável do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, conforme oficio n.º 9563/2019/DGAPPF, de 05 de fevereiro de 2019. Deste modo, informamos todos os interessados que o PMDFCI de Armamar se encontra para consulta pública, pelo prazo de 15 dias úteis, contados do dia seguinte à referida publicação, encontrando-se a documentação disponível no sítio da Câmara Municipal de Armamar na Internet e no Gabinete Técnico Florestal todos os dias úteis das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.
Os contributos deverão ser entregues ou enviados por escrito para a Câmara Municipal de Armamar ou para o endereço eletrónico gtf@cm-armamar.pt,
devendo conter, em qualquer um dos meios a utilizar, a identificação completa do seu subscritor. ■
Município na assinatura do Escolhas sétima geração O Presidente da Câmara Municipal de Armamar esteve, no final do mês de março, em Lisboa, para a assinatura do protocolo da sétima geração do programa Escolhas. João Paulo Fonseca fez-se acompanhar por Manuel Correia e Alexandra Nogueira em representação da Santa Casa da Misericórdia de Armamar, entidade gestora do projeto. A cerimónia contou com a presença da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva. “OPTA - Oportunidade, Promoção e Transformação na Ação” é o nome do projeto apresentado por Armamar. É sob esta designação
que se vão desenvolver nos próximos dois anos um conjunto de ações no âmbito do combate ao insucesso escolar, do desemprego jovem e da desigualdade no acesso às respostas de ocupação saudável dos tempos livres. Criado em 2001, o Programa Escolhas é promovido pela República Portuguesa em parceria com o Alto Comissariado para as Migrações e é cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE), Portugal 2020 e Fundo Social Europeu. O Escolhas tem a missão de promover a inclusão social de crianças e jovens provenientes de contextos mais vulneráveis. ■
Crianças e idosos dão as boas-vindas à Primavera Assinalou-se, no passado dia 21 de março, o Dia Mundial da Árvore nos jardins da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso. As crianças do jardim de infância e os idosos do lar plantaram árvores de diferentes frutos, numa ação intergeracional, com o intuito de sensibilizar para a sua importância. O momento de maior
animação deu-se com a largada de balões que no interior levavam sementes. Esta foi uma iniciativa da junta de freguesia de Armamar em colaboração com a Fundação Gaspar e Manuel Cardoso que contou com a presença do vereador António Silva, responsável pelo pelouro do Ambiente na câmara municipal de Armamar. ■
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Reportagem VivaDouro
Comboio turístico já não Mira(o)Douro A notícia chegou de surpresa à região. Numa altura em que todos (autarquias, agentes turísticos, comerciantes, etc), se preparavam para mais uma época turística, a CP informou que o comboio Miradouro não se realizará este ano e, o comboio a vapor verá reduzida para metade a sua oferta de viagens. Imediata foi também a resposta que os responsáveis políticos e institucionais deram ao serem confrontados com aquela que unanimemente consideram ser “um escândalo”. O facto da notícia chegar pelos órgãos de comunicação social é, desde logo, uma “desconsideração” para José Manuel Gonçalves, autarca reguense, que apesar disso prefere, em tom quase irónico, colocar a hipótese de uma falha grave de comunicação na empresa. “Vou olhar para isto de uma forma mais ligeira e não pensar logo numa desconsideração, senão uma falha de comunicação da empresa. Já quando foi o encerramento da linha soubemos pela comunicação social, bem como alterações de horários,
> Comboio a vapor
> Comboio Miradouro
portanto, tudo o que nós sabemos de decisões que a CP para com o nosso território é através dos jornalistas, eu considero isto inaceitável. Quero considerar que não é um desrespeito, apesar de o ser, e pensar em falhas graves da empresa, para as quais temos vindo a alertar sempre que reunimos com eles, são sempre reuniões de reação e nunca de prevenção de situações como esta e que acabam por ser revertidas ou alteradas, levando-nos a questionar porque não as discutimos antes de
se tomarem decisões”, afirma.” CP fala em falta de rentabilidade A notícia, avançada por um jornal nacional, referia uma fonte da empresa que “A CP constatou que a procura, na linha do Douro, continuou a concentrar-se nos comboios realizados com Automotoras UTD 592, indicando que o mercado não terá valorizado o Comboio Miradouro”, acrescentando ainda que, “mesmo considerando um cenário de lotação completa,
este comboio gera prejuízo para a CP, dada a logística necessária à sua produção”. Os argumentos da empresa não convencem o autarca reguense que considera a decisão inaceitável, considerando que a mesma afeta não só o setor turístico, como o desenvolvimento socioeconómico e social de toda a região. “A minha reação é de achar que é inaceitável aquilo que nos estão a fazer, mais uma vez. É inaceitável pelo argumento, porque o argumento da viabilidade económica, para mim, não é verdadeiro. Se não há rentabilidade a culpa não está na procura mas na qualidade do serviço, é preciso olhar para quem gere este serviço e analisar se tem capacidade para o fazer com qualidade. Eu tenho a convicção plena que este serviço tem procura, são 4,4 milhões de turistas que andam no norte e a região do Douro é um dos pontos mais procurados. A sensação e a experiência que este comboio proporciona é uma coisa única na região, portanto o argumento económico é inaceitável. Mesmo que esse argumento fosse justificável ele cairia logo por terra porque o que não falta no nosso país são serviços que não são rentáveis e que continuam a trabalhar, suportados pelo Orçamento de Estado e o qual, todo nós financiamos com os nossos impostos. Não deveria haver portugueses de primeira e de segunda ou de terceira, porque até parece que já nem em segunda estamos porque, sempre que se fala de rentabilidade aqui encerra-se, foi assim com a Linha do Corgo, a Linha do Tua, entre outros. O mesmo não
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Reportagem VivaDouro acontece no litoral, nos grandes centros e isso não podemos admitir e por isso devemos levantar a nossa voz contra esta discriminação que acelera o despovoamento e dificulta a fixação de pessoas” A forma como tudo isto está a ser gerido põe em causa a capacidade das pessoas que o fazem pela demonstrada falta de sensibilidade e de qualidade que deve ter quem trata deste assunto. A prova é que, enquanto estas composições estiveram aqui a trabalhar entre o Marco e o Pocinho (no transbordo obrigatório provocado pela última intervenção efetuada na linha), foram muitos os turistas que aproveitaram para fazer a viagem porque é sem dúvida uma experiência diferente e única”. CIM Douro considera “falta de respeito” Em comunicado, a Comunidade Intermunicipal do Douro, representando os 19 municípios da região considera, o cancelamento do Miradouro, uma “falta de respeito pelo Douro”. “A CIMDOURO considera infundados os argumentos como ‘falta de rentabilidade da linha’ e ‘desajustamento’ dos comboios turísticos ao Douro, quando esta região tem registado aumentos extraordinários na procura turística, decorrentes dos 4,3 milhões de turistas que anualmente visitam o Norte de Portugal e que têm no comboio Miradouro e no Comboio Histórico opções de transporte para conhecerem o Douro. A CIMDOURO não compreende que uma decisão destas seja anunciada pela CP, e suportada pelo Governo, em contraciclo com a realidade turística do Norte
de Portugal, quando, no dia 19 de fevereiro, a companhia aérea Emirates anunciou que a partir de 2 de julho vai fazer a ligação entre o Porto e Dubai quatro vezes por semana, trazendo novos turistas ao Norte e novas oportunidades para o Douro dar a conhecer os seus argumentos enquanto Património Mundial da UNESCO – e o comboio era uma extraordinária oportunidade para fazerem esta incursão pelo território”. A Comunidade Intermunicipal vai mais
longe nas críticas, falando mesmo de um contínuo abandono do interior, prejudicando o futuro dos 200 mil habitantes da região. “A CIMDOURO lamenta que, mais uma vez, o Interior de Portugal tenha de lutar pela continuidade de serviços essenciais à sua economia e à economia do País. A lógica do custo é sempre tida em conta no Interior, ao invés do que sucede no litoral, onde os prejuízos são sempre compensados com o Orçamento de Estado. Razão pela qual não é admissível que a CP, ou qualquer outra empresa que prossegue o fim público, promova retrocessos turísticos e económicos, cause prejuízos à promoção deste destino turístico, reduza ofertas aos turistas ou interfira na estratégia de uma região que representa mais de 200 mil habitantes, tem sido um exemplo no combate à sazonalidade turística em Portugal, é um dos maiores promotores do País no Mundo, e é um destino de turismo de excelência, com qualidades reconhecidas internacionalmente”, lê-se no comunicado. TPNP refere prejuízo para a região Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte, em declarações à imprensa, diz que esta é uma decisão que prejudica a região. “Nós temos um bom momento ao nível turístico na região Norte, mas ainda com uma concentração na Área Metropolitana do Porto e, obviamente, tudo o que
sejam medidas que prejudiquem a possibilidade de levar os turistas mais longe não ajudam a estratégia que pretendemos ter que é precisamente distribuir esses fluxos por toda a região”. O responsável da Entidade Regional põe ainda em causa o argumento apresentado pela CP, com análise nos números de turistas que se deslocam para o Douro. “Tenho sérias dúvidas sobre o argumento da CP de que o comboio não é rentável”, afirma Luís Pedro Martins. Pedidos de reuniões anunciados “Estou à espera de resposta do Presidente da CP para uma audiência e a própria CIM já solicitou também esclarecimentos junto do Ministro que tutela esta área, estamos a aguardar respostas de alguém que assuma estas decisões do ponto de vista técnico e político”, afirma o autarca reguense, José Manuel Gonçalves, à nossa reportagem. No comunicado da CIM Douro, enviado às redações, a estrutura confirma também que já solicitou uma reunião com o responsável pela pasta no Governo. “A CIMDOURO, que vai exigir reuniões urgentes à CP e ao Ministro das Infraestruturas e da Habitação, não aceita o fim do comboio Miradouro e não aprova a diminuição do número de viagens do Comboio Histórico no Douro, medidas que trarão graves prejuízos à região, aos operadores turísticos, às empresas e às gentes do Douro”, lê-se. ■
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Vila Real
Donativos já seguiram para Moçambique O desafio a todos quantos quiseram enviar ajuda para Moçambique foi feito por Ana Borges e a resposta foi massiva com a recolha de centenas de quilos em donativos entre roupas, bens alimentares e produtos de higiene. No total, as autoridades internacionais calculam que o ciclone Idai afetou mais de um milhão e meio de pessoas, deixando um rasto de destruição na região da Beira, epicentro da tempestade, e para onde seguiram as centenas de quilos de ajuda que Ana reuniu num curto espaço de tempo. Ao VivaDouro, momentos antes da partida de Vila Real para o Centro de Recolha da HELPO em Ermesinde, Ana mostrava-se feliz e ao mesmo tempo surpreendida com a rapidez com que a população se mobilizou para ajudar. “A resposta foi muito positiva, já esperava essa resposta por parte dos meus amigos mas o facto de termos conseguido juntar tudo isto em tão pouco tempo acabou por ser um pouco
surpreendente”. As recentes polémicas em torno de outras campanhas de ajuda em casos de catástrofe, como a que aconteceu em Pedrógão Grande, acabou por criar nas pessoas um sentimento de desconfiança relativamente a estas campanhas, contudo, a fotógrafa vila-realense acredita que as pessoas ao conhecê-la se mostraram confiantes na hora de ajudar. “Algumas pessoas têm algum receio em dar devido ao que se sabe que acontece em diversas situações semelhantes mas, como me conhecem e sabem que já estive em Moçambique, acabam por ficar mais confiantes”. No interior da carrinha conduzida por Ana os donativos contam-se na casa das centenas, sejam eles quilos ou embalagens. “Só roupa de criança (entre os 0 e os 5 anos) levamos 17 caixas”, afirma sorridente apontando para o interior do veículo. A esta roupa juntam-se ainda mais de trezentos quilos em géneros alimentícios (massa, arroz, aveia, açúcar, farinha, feijão, grão, etc), mais de 100 pacotes de bolachas, quase três centenas de enlatados e dezenas de caixas de cereais e garrafas de óleo. Entre tudo aquilo que segue para o país africano vão ainda dezenas de litros de lixívia, sabão, toalhitas infantis, sabonetes, gel de banho e pasta de dentes. Para Ana o difícil mesmo é ver as imagens da
tragédia, “custa-me ver televisão, ver aquelas imagens. Se pudesse ia já para lá ajudar”. Apesar de ter já feito a entrega dos donativos recolhidos até ao momento, Ana avisa que continuará a receber todos os bens que as pessoas queiram dar, contudo afirma que vai informar na página do Facebook que criou
para esta campanha, quais os artigos que são de maior necessidade neste momento. “Quando deixar esta entrega vou também perceber o que faz mais falta para comunicar às pessoas que ainda querem ajudar para que esses bem sejam enviados no próximo transporte”. ■
> Ana Borges e Ricardo antes da partida para a entrega dos donativos
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Vila Real
Nosso Shopping apagou as luzes para assinalar a “Hora do Planeta” ter na biodiversidade e vida do Planeta Terra. João Teixeira, Diretor do Nosso Shopping, adianta que “é obrigação do Centro Comercial fazer chegar mensagens tão importantes como esta aos nossos visitantes. Além disso, acreditamos que, num momento como aquele em que o planeta se encontra, as causas ambientais merecem todo o destaque possível”. A iniciativa “60 minutos por uma vida melhor” decorreu em todos os Centros Comerciais da CBRE, contando ainda com uma mobilização nas redes sociais a antecipar este dia. ■
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FOTO: DR
O Nosso Shopping, gerido e comercializado pela consultora imobiliária CBRE, aderiu à “Hora do Planeta 2019”, no próximo sábado, dia 30 de março, deixando “às escuras” alguns espaços do shopping. A ação deste ano tem como mote “60 minutos por uma vida melhor”, à qual se unirão os principais lojistas do Centro. Durante a hora do jantar, entre as 20h30 e as 21h30, todas as luzes não essenciais do Centro Comercial de Vila Real, como por exemplo as do seu exterior, foram apagadas, assim como as luzes das montras das lojas Inditex, entre elas a Bershka, Oysho, Pull & Bear, Stradivarius, Zara e Massimo Dutti. Ainda assim, todos os serviços mínimos do centro foram cumpridos, garantindo que todos os espaços e lojas funcionassem na sua normalidade. Com esta iniciativa pretendeu-se inspirar e sensibilizar também os visitantes a apagar todas as luzes não essenciais neste dia, de forma a aumentar a consciência coletiva para o impacto que as mudanças climáticas podem
VIVA A VIDA COM MAIS AUTONOMIA
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Destaque VivaDouro
25 de abril, 45 anos de liberdad Do momento da liberdade de todo um povo, até aos dias de hoje, passaram 45 anos com Portugal a passar por momentos de maior ou menor desenvolvimento, contudo, num ponto todas as opiniões são unânimes, sem o 25 de abril estaríamos bem pior. Texto: Carlos Almeida
A propósito desta data o VivaDouro falou com intervenientes políticos dos cinco principais partidos nacionais com representação nos diferentes órgãos autárquicos da nossa região, ouvimos ainda o único autarca independente da CIM Douro. Nuno Gonçalves Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo (PSD)
Como viveu o 25 de abril de 1974? Em 1974 eu tinha três anos mas recordo-me dos pós 25 de abril, lembro-me das primeiras eleições, eram milhares de pessoas em fila, e eu gostava que hoje, que temos taxas de abstenção tão elevadas, as pessoas recordassem essa época para participar numa posição ativa. As brigadas do exercito com o megafone a explicar o que era uma revolução, eu ficava sentado a ouvir… mas isso não me disse nada. Mas recordo-me dessa ida às urnas. As pessoas a aguardarem, para dizer “eu votei, expressei o meu voto” este é mesmo um bom momento para apelar, para ter-se a consciência de votar, votar é a vonta-
de daquilo que queremos. Quem não vota pode reclamar de tudo, mas não contribuiu para esse bem ou esse mal. Passados 45 anos como está Portugal? Passados todos estes anos gosto de ouvir aqueles que participaram no 25 de abril e eu vivi numa casa mesmo politizada, sabermos o que era a esquerda e direita, saber o que era o partido popular democrático… e isto fazia-me lembrar muito as conversas de casa e é essa social democracia que eu me revejo. Nestes 45 anos e quando fizemos aqui uma homenagem, foi muito bom porque foram essas pessoas que levaram a eletricidade, a agua onde não haviam. Hoje temos tudo. Mas há necessidade de revolução demográfica e de mentalidades, temos de pegar em armas ideológicas e não físicas. É o que existe e não conseguimos modificar certas coisas. Quando nos dizem que os comboios dão prejuízo, socialmente foram criados mesmo para isso. Vejo nestes 45 a grande revolução dos indignados por haver uma maior relevância ao interior porque as pessoas pensam que o interior é paisagem, e que cada cêntimo aqui é mal gasto e eu acho que isto é mau. Em termos de região, como vê a região do Douro hoje? Vejo um Portugal num todo que não há comparação mas temos um grande problema, temos uma massa critica muito litoralizada. Eu sou contestatário com muitas reflexões que são feitas, eu concordo quando se diz que no Douro as modificações têm de se fazer com pinças. Se queremos ter um Douro preservado não podemos fazer do Douro uma costa litoral algarvia, onde foram feitos inúmeros atentados urbanísticos. Tudo o que temos deveu-se ao suor, lágrimas e trabalho das gentes que fizeram o Douro, o que ele é hoje. Houve capacidade de tirar das pedras sustentabilidade. Hoje há uma preocupação das diversas entidades em preservar tudo o que é fauna e flora, esquecendo o Homem, influenciando negativamente o Douro. Espero desta, uma região que impulsione a economia portuguesa. O que falta para os próximos 45 anos? O douro vai ter um papel fulcral. Acre-
dito na regionalização que não seja discutida e desenhada. Não acredito numa regionalização que seja movida pela área metropolitana do Porto, não acredito que seja litoral, acredito onde houver o equilíbrio nos cargos, havendo uma competência grande que venha para a região, e para as regiões que sejam mais necessitadas. Acredito na regionalização como um todo de mudança, acredito no Douro em como ele se tem movimentado e afincado, com toda a diversidade nos seus 19 municípios visto que este é um exemplo de sucesso. Estou certo que todos estaremos a remar para o mesmo lado. Prevejo um bom futuro para esta região. Carlos Gomes Coordeador do BE de Vila Real
Como viveu o 25 de abril de 1974? Foi inesquecível porque eu estava na tropa, na força aérea em Tancos e curiosamente pensava que o 25 de abril fosse no primeiro de maio. Acabei por ter uma desilusão grande, porque ao ter este pensamento, em conversas anteriores que tive com militares que lá estavam la na altura, com quem conversávamos, sentimos uma tensão de que algo grande estaria para acontecer. Nas conversas que tínhamos, e nessa altura já eu tinha desistido, eu talvez na ingenuidade daquilo que eu lia considerava que a razão mais plausível era fazer algo no dia um de maio. Um dos militares disse-me que eu poderia ter razão mas que seria antes ou depois, até pelo seu simbolismo, acabamos de jantar e fui conversar com outras pessoas e convidaram-me para beber um copo com o capitão na sua casa em Abrantes, mas acabei por dizer que
não ia. No dia de manhã fui ao quarto ver e já não estavam lá os militares. Foi uma grande festa. Passados 45 anos como está Portugal? Eu sou europeísta, sabe bem entrar num comboio aqui e sair na Polónia. Agora, quero outra europa, uma europa mais democrática e com mais direitos para as pessoas, uma europa dos direitos dos trabalhos. Não quero que Portugal saia da Europa. Mas quero uma europa mais justa e dos cidadãos, e apoio a mensagem de Marisa Matias. Em termos de região, como vê a região do Douro hoje? Eu sou a favor e apoio esta região do alto douro. As CIM como estão hoje não estão a funcionar. Acho que há uma linha que separa o Douro de Trás-os-Montes do Douro Vinhateiro. Esta região tem 12500km quadrados por isso acho que ganhava mais força individual. É preciso combater o centralismo. O que falta para os próximos 45 anos? De ponto de vista legislativo, eu imagino um futuro sem CIM’S. Não sei se seria possível. No tempo futuro, esta região tem um potencial incrível e oferece um produto bom e com qualidade, uma bela paisagem, espaços muito bons. É preciso começar um processo que não está a acontecer com alguma massa critica. Imagino uma região que consegue por si só decidir o seu futuro. Imagino bons tempos para esta região. Domingos Carvas Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa (PS)
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Destaque VivaDouro
de Como viveu o 25 de abril de 1974? Há duas ou três situações que me marcaram. Lembro-me do meu pai ser um amante da telefonia, porque na altura não haviam televisões, e por isso lembro-me de ele estar sempre com o rádio a ouvir. Com 13 anos já andava no secundário e lembro-me de não haver aulas e de as pessoas comentarem que ia haver uma guerra. Uma marca do 25 de abril era que nós tínhamos aqui ligado em Saborosa um senhor a que chamávamos PIDE e eles vieram prender o homem, os carros militares pararam ali em cima perto do hotel e saíram os militares e eu vi que vieram prender “PIDE”. As informações demoravam muito a chegar, a rádio era o único meio de comunicação e isso fazia com que as noticias chegassem tarde. Salgueiro Maia, não nos dizia nada.. o nome mais falado era o Mário Soares, até porque o meu pai era um homem de esquerda e falava-se dele no exílio. Anos a seguir apareceram pinturas nos muros das escolas alusivas ao 25 abril e a musicalidade aparece ligada à cantoria alusiva ao dia. Passados 45 anos como está Portugal? Está muito melhor. Quem diz que não está melhor, está a mentir. Manter o público ignorante e inculto era fazer dele aquilo que queria. Hoje o Douro está melhor também. Tudo está melhor. Saudades daquele tempo? Não tenho nenhuma. Manteiga? Queijo? Não sabia o que era isso, porque as pessoas trabalhavam de sol a sol e ganhavam uma miséria. Eu trabalhei no campo, nunca deixei foi de estudar, mas na ocupação dos tempos livres, não havia nada, os meus eram numa quinta a trabalhar, ia para qualquer lado. Afirmo que de um lado estava o inferno e do outro está o paraíso, hoje estamos no paraíso. A liberdade que vivemos em 1974 foi a liberdade sem regras que serve para tudo, para dizermos o que nós queremos que assenta na livre expressão do que compramos, comemos, bebemos e publicamos, é à vontade de cada um. Democracia é uma coisa, liberdade é outra. Fazem ambas falta, mas o excesso de liberdade que a democracia nos dá, levam-nos a um mau caminho, faltas de educação, de civismo… isso não é liberdade, é uma falta de civismo, mas isto confunde-se muito. A evolu-
ção tecnológica encaminhou-nos para aqui apesar de achar que a evolução politica foi muito lenta porque os partidos não conseguiram acompanhar a evolução tecnológica e agarram-se a conceitos que são inexistentes. Em termos de região, como vê a região do Douro hoje? Quando vejo fotografias antigas, tenho saudades das pessoas. Do regime, das vivências, saudades nenhumas. Descalço nunca andei mas quantos colegas iam para a escola descalços? Se olharmos o programa “Conta-me como foi”, eu sou daquele tempo e vi e vejo lá atores que representam o antes do 25 de abril e o pós e eu não tinha nada daquilo… eles têm televisão, o senhor já tinha um carro etc… Aquilo era mais em Lisboa. Eu nunca tive na escola primária um marcador por exemplo, nem sabia o que era um esquadro. Eramos pobres, apenas algumas famílias viviam a cima da média, ou tinham um pedaço grande agrícola ou simplesmente eram ricos… quando olho para aquela gente e vejo a figura daquela moça a fumar, diria que aquilo era de Paris, e não de Lisboa, não haviam mulheres a fumar, não se ia ao café tomar café, ia ver-se televisão porque era o único sitio onde se podia ver, por exemplo a Gabriela e na rádio passava “Simplesmente Maria”. Isto foi o que mais me entristece, porque as pessoas (poucas) tinham e eu não tinha. O que falta para os próximos 45 anos? Estragamos mais do que aquilo que temos. Acho que falta unificação. Deveria pôr-se a europa a funcionar. Como os E.U.A, se caminhamos para lá, não sei, é uma utopia? Tudo o que é utópico nem sempre é irrealizável, as coisas podem ser reais. Não sei se temos personagens para liderar este filme porque é mais fácil ser populista do que realista, não sei. O populismo vai dominar a europa porque é fácil ser-se populista quando estamos na oposição. Estes movimentos estão a aparecer porque os “normais” são gatunos, corruptos basicamente. Mas mesmo que não sejam assim as coisas, eu nunca vi tanto politico corrupto, mesmo que não houvesse tanta fiscalização como agora, mas ninguém tem um ex-governante que não tenha estado envolvido em alguma situação de corrupção, isto mancha a imagem da politica.
O 25 de abril era “o povo é quem mais ordena” mas o povo é roubado e não manda nisto. Há uma péssima gestão de dinheiros, fico horrorizado quando andamos há duas semanas a discutir quem tem grau de parentesco no governo, isto são futilidades. Algum dia num pais a sério se deixaria que as pessoas trabalhassem em três sítios ao mesmo tempo? Enquanto houver este pensamento, vão haver sempre pessoas a ganhar muito e pessoas a ganhar pouco, o país vai perdendo competitividade obviamente. A justiça não é para todos, é comprada. Há sentenças que se compram… É o pais que temos. Mas, por pior que estejamos agora, estamos sempre melhor principalmente claro para aqueles que passaram mal. Depende daquilo que as pessoas viveram. Para quem comeu o pão que o diabo amaçou, não há ninguém que tenha saudades, de certeza. Avelino Gonçalves Militante do PCP
Como é que viveu o 25 de abril de 1974? Um dirigente sindical, tinha chegado a casa por volta das três horas da manha vindo da sede, onde era presidente da direçao e tinha tido há uns dias a noticia de que estaria em operação um movimento militar com apoio de setores da oposição de um movimento democrático, na altura não achei que fosse verdade mas aconteceu. Eram sete da manha, uma advogada telefonou-me e informou-me do movimento das forças armadas e para espalhar-mos noticias. Quando me fui deitar não tinha alguma noticia do que estava a aconte-
cer. Vim para a baixa, pedi boleia a um camarada e era a melhor forma de chegar rapidamente, passado minutos estava à porta dos bancos, e todos ficaram lá dentro para defenderem os interesses dos Portugueses. Ao almoço houve uma reunião com muitos sindicatos e começamos a tratar de contribuir, tinham encontro marcado para esse dia que era clandestino, eu fui ao encontro e disse-me para tratarmos das coisas. Recordo-me que estive com um outro camarada que tinha um encontro clandestino e que nos despedimos não tao seguros como isso, mas com esperança. Passados 45 anos como está Portugal? Acho que conseguimos isto muito tempo, com dificuldades no plano económico e financeiro, decorrentes da crise e dos acontecimentos que têm mexido com o nível internacional e nacional, mas apesar de ser desconfiando perante o que decidem, tenho ficado espantado com o descaramento com o que se tem revelado, vimos ações de saque, uns sobre os outros, em alternativas de explorar um clima desenfreado. Estamos longe de construir a sociedade democrática que devíamos construir mas acho que caminhamos nesse sentido e vamos continuar a avançar embora os últimos anos pareçam uma regressão. Espero que não haja uma nova guerra, o que era catastrófico. O homem tem necessidade de encontrar princípios para a correlação da sociedade. Dentro de dias vamos festejar o aniversário e foi marcado dia 6 o dia de comemoração da constituição. Tal como em 1976 a questão que se coloca é que há questões que não estão resolvidas e temos de continuar a lutar pela liberdade, democracia e fraternidade. Em termos de região, como vê a região do Douro hoje? A região cresceu muito. Um amigo contava-me que quando saia do autocarro trepava para onde morava, era uma montanha e não haviam caminhos. Hoje o Douro está coberto de muitas estradas e seguras, apesar da rede de esgotos não estar concluída e a distribuição de água também. Mas de facto está muito evoluído comparado ao que era. Beneficiamos nestes 45 anos de progresso e paz e às vezes arrepio-me em pensar se vivêssemos em situação de guerra como em outros países, amanhã há uma iniciativa reclamando contra a NATO a liberdade, e eu lá estarei
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Destaque VivaDouro porque estive sempre em todas as manifestações relativas à paz, porque acho que é necessário e não devemos desistir de participar mesmo num esforço. O que falta para os próximos 45 anos? Depois da sorte a que tivemos de ter acessos a smartphones por exemplo e depois de uma avanço das novas tecnologias, creio que se por ventura mantivermos a paz estaremos muito melhor. Mas muitas vezes lembro-me de um livro onde diz que é possível a opressão mas creio que procura não agir com demasiado medo de usar algo. Acho mal as fotografias constantes e outros pontos mas não vivo com medo. O máximo que pode existir é uma contradição. Não me preocupo muito com isso e portanto tenho esperança que seja um tempo muito mais fácil. Lembro-me de um livro de um autor que imagina pontos atravessando o atlântico, e perguntamos se é possível, e neste momento em que há problemas que surgem todos os dias, procuro perceber a dinâmica do movimento mundial, precisamos de encontrar outros meios. Hoje não consigo adivinhar o tempo os meus filhos e netos, terão de ser eles a tratar do futuro. Já não será comigo. Manuel Natário Cordeiro Presidente da Câmara Municipal de S. J. da Pesqueira (Independente)
Passados 45 anos, como olha para o dia 25 de abril de 1974? Bem, para além desse dia estar necessariamente associado a liberdade, consubstanciada mais particularmente na liberdade de expressão e de livre arbítrio, olho para o dia em si como o dia da instauração e consolidação do regime democrático, o que até aí não acontecia. No plano da politica mais local ou regional, uma das conquistas mais bem sucedidas da revolução portuguesa do 25 de Abril foi, como se sabe, a instauração do Poder Local Democrático. Poder local democrático esse constituído por municípios e freguesias que, dotados de verdadeiras competências próprias, levaram a cada um dos territórios um desenvolvimento económico e social notáveis, designadamente no que se refere à construção de infraestruturas básicas que até aí não existiam, como redes de saneamento, abastecimento de água, energia elétrica, vias de comunicação, saúde, entre tantas outras. Passados 45 anos como está Portugal? É indesmentível que Portugal evoluiu e muito a partir desta data. Porém, também é verdade que muito do que foi conquistado em Abril de 1974, tem sofrido nos últimos anos sérias ameaças, que colocam em causa o próprio regime democrático, especialmente no âmbito dos direitos sociais e das transformações estruturais da economia portuguesa, com um paulatino empobrecimento ou poder de compra generalizado da população, uma forte pressão sobre a classe média contribuinte, a concentração da riqueza em alguns, o aprofundamento das desigualdades, e, bem assim, a corrupção que atinge de forma alarmante os mais altos responsáveis, gerando a desconfiança cada vez mais crescente nos políticos, nos partidos e nas instituições. No entanto, estou certo que saberemos corrigir o que tem sido menos bom e alterar o paradigma, sem colocar em causa a própria subsistência do sistema democrático Em termos de região, como vê a região do Douro hoje? A região do Douro, embora conhecida há séculos pelo Vinho do Porto, é hoje reconhecida mundialmente como
nunca foi. Quer por produzir vinhos de elevadíssima qualidade quer pelas suas paisagens. O crescimento do turismo é enorme e a economia da região deveria refletir isso mesmo. Porém, não é bem assim. Existem atualmente problemas graves no Douro, desde logo a falta de rentabilidade dos agricultores, face ao enorme valor final do produto e ao preço de mercado do mesmo. Outro problema é a falta de investimento do Governo Central nos acessos rodoviários, nomeadamente no concelho a que presido. Estes graves desequilíbrios e distorções na Região Demarcada do Douro, têm gerado muita discussão, designadamente a nível político, sendo absolutamente necessário desenvolver um novo sistema de regulamentação face às exigências do mundo moderno, mas sem nunca perder a memória de todo o património de cultura e saber que recebemos. O que falta para os próximos 45 anos? Poderia aqui dizer que a imagino totalmente desertificada, mas não. Imagino-a, sinceramente, rica e com boas condições de vida, pois tenho a convicção de que existem e existirão homens e mulheres nos mais altos cargos políticos e institucionais capazes de perceber o valor desta região para o país e definitivamente apostar nela. Mafalda Mendes Vereadora Municipal de Alijó (CDS-PP)
Passados 45 anos, como olha para o dia 25 de abril de 1974? Factos históricos à parte, tudo o que sei sobre o 25 de abril é assente na perceção e opinião dos outros. Nasci em liberdade, e inevitavelmente tenho-a como um dado adquirido. Mas sei valorizá-la, pois ainda assistimos a assimetrias e atropelos de liberdades individuais. No entanto, hoje têm nome e são punidas, embora os nossos tribunais nem sempre funcionem como deveriam, regem-se pelas mesmas leis. Por mais que o 25 de abril de 74 se afaste das novas gerações não pode deixar de ser recordado e assinalado. A nossa Democracia é jovem e constrói-se diariamente. Passados 45 anos como está Portugal? Vejo um Portugal que se perde na agenda mediática. Formulamos rapidamente opinião, mas não queremos refletir profundamente sobre assuntos nucleares. E isso pode ser um perigo, abrindo portas ao populismo que vemos ser disseminado pela Europa e pelo Mundo. Como mulher, e após 45 anos da Revolução, preocupa-me que ainda exista um grande caminho a percorrer para alcançar a igualdade de género. Como cidadã preocupa-me que não estejamos preparados para lidar com uma nova alteração nos modelos sociais, políticos e económicos, que será sobretudo provocada pela revolução das tecnologias de informação e da biotecnologia. Em termos de região, como vê a região do Douro hoje? Vejo um Douro fragmentado. Todos os dias ouvimos e falamos do enorme potencial turístico e económico do Douro, de uma marca que é forte, que se consolida e deve ser a alavanca da Região. É claro que concordo com tudo, mas o dia-a-dia, aliás o futuro, faz-se de ações. Já sabemos que nos devemos unir, então vamos a isso. O que falta para os próximos 45 anos? Não é fácil. Depende muito do resultado dos debates sobre o Douro e das ações que vão ser desencadeadas. Mas para um futuro risonho é preciso convergir, dando sentido às palavras. ■
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20 VIVADOURO ABRIL 2019
Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
Douro Sul – Uma Centralidade Agrícola! Dez concelhos, dezenas de fatores de diferenciação. A agricultura nesta região é de excelência! Território heterogéneo, terras abençoadas, mesmo as do Demo de Aquilino Ribeiro. A melhor castanha, a melhor amêndoa, o melhor azeite. O melhor vinho do Porto, os mais extraordinários DOC! A melhor maçã, a primeira cereja da Europa! A melhor Baga do Sabugueiro, única no mundo pelas características edafoclimáticas do Vale do Varosa e do Távora! O melhor espumante, na primeira região demarcada de espumantes de Portugal, desde 1989. Sabia isto? Sim, Távora-Varosa é uma região demarcada de espumantes. E, lá para Cinfães, o vinho verde desperta! Tudo isto num território com cerca de 100.000 habitantes, com um grande rio aos pés e as montanhas de belezas únicas pelos cabelos. O Douro leva até ao Atlântico os nossos rios que marcam as serras e vales impressionantemente férteis. Parece que Deus e o Demo se entenderam para deixar ficar na Terra um lugar único para coisas únicas, inimitáveis! O Douro Sul foi esse lugar de criação concertada. Pela agricultura vamos lá. Explorações estruturadas, assentes nas tradições de monges e no vanguardismo da ação dos Sul Durienses de hoje. Fazer agricultura é um desafio superado. Agora importa, sentirmos orgulho, valorizarmos cada vez mais o que produzimos e pagarmos melhor a quem produz. Há, para tudo isto, alguns propósitos a considerar: Um plano de ação de reforço da produção e pagar melhor para motivar. Para isso o regadio é vital. A Marca umbrella é central . E acrescentar valor aos produtos é fundamental. Trazer a ciência das universidades até ao terreno. Fazer dos fundos comunitários um apoia inequívoco para a inovação Agrícola e para a dinamização comercial . Devemos traçar caminhos em objetivos claros e simples. Considerarmos as questões agrícolas como centrais e, sem preconceitos, afirmarmos o Douro Sul como uma das mais relevantes centralidades da agricultura em Portugal. Devemos criar o “Ministério da Agricultura”, num Governo da Cidade - Douro Sul! A agricultura pode ser a âncora e o grande motor de desenvolvimento económico e social, neste território de fantasias que, nos primórdios, foram convergentes, as de Deus e as do Demo! O Douro Sul tem futuro!
Lamego
Autarquia assume vice-presidência da AIMRD A Câmara Municipal de Lamego acaba de assumir a vice-presidência da Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD), um organismo hispano português, sem fins lucrativos, que representa todo o território do Douro desde a sua nascente em Duruelo da Sierra até à sua foz no Porto. Constituído por 53 autarquias ribeirinhas de ambos os países, mais a Confederação Hidrográfica do Douro, organismo é dependente do Ministério do Meio-ambiente espanhol. Presidida por Miranda do Douro, as restantes vice-presidências da AIMRD vão ser ocupadas, até 2021, pelos municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia, dando assim uma maior amplitude à vontade de implementar um projeto de desenvolvimento integral cujo centro seja o rio Douro, com as suas múltiplas potencialidades. O Presidente da Câmara de Lamego, Ângelo Moura, sublinha que é muito importante uma ligação ibérica com o rio Douro, enquanto autoestrada fluvial, sem esquecer as ligações viárias e ferroviárias:. "É essencial
que a linha do Douro continue para o território espanhol, podendo ser uma forte afirmação na área do enoturismo ou trazer mais gente para manter contactos com as populações do Douro Vinhateiro. Douro património, história, tradição, cultura e identidade", explica o autarca duriense. Fundada em 1994, a AIMRD nasceu da vontade de diversas localidades ribeirinhas do Douro de criar um órgão capaz de ocupar-se da cooperação transfronteiriça, assim como de tentar conseguir a consecução de um projeto económico e ecológico comum. Para os próximos dois anos, há uma dezena de áreas estratégicas que vão ser trabalhadas e que passam por projetos económicos, ambientais, cooperação e coesão transfronteiriça para fomentar o desenvolvendo deste território Ibérico. Este organismo pretende ainda manter um papel ativo na Rede Ibérica de Entidades de Cooperação (RIET), com especial atenção na potenciação do Atlântico sobre o Mediterrâneo e levar as propostas a futuras cimeiras ibéricas. ■
Montra da Cereja da Penajóia regressa em maio A Montra da Cereja da Penajóia, um certame onde todos os anos se reúnem os produtores desta freguesia sobranceira ao rio Douro e um dos maiores cartazes turísticos da cidade de Lamego, vai regressar no último fim de semana de maio, dias 25 e 26. Organizada pela Associação AMIJÓIA - Amigos e Produtores da Cereja da Penajóia, a nona edição promete juntar muitos produtores na "sala de visitas" da cidade de Lamego - a Av. Dr. Alfredo de Sousa -, que vão vender a cereja ao mesmo preço, numa caixa personalizada. Este ano, a AMIJÓIA aposta na renovação da imagem de promoção do certame, apresentando uma nova conceção gráfi-
ca da autoria do artista plástico e visual João Pedro Fonseca. A Montra da Cereja da Penajóia tem o apoio da Câmara Municipal de Lamego e da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Beira Douro, entre outras entidades. Recorde-se que em anteriores edições, este evento constituiu um enorme êxito comercial, chegando mesmo a esgotar todo o produto à venda. Conhecida por ser a primeira de toda a Europa a aparecer no mercado, a cereja da Penajóia destaca-se pela sua qualidade, textura e doçura, devido ao microclima e às especificidades do solo. ■
VIVADOURO ABRIL 2019 21
Sabrosa
FLID regressa ao Espaço Miguel Torga de 2 a 4 de maio A edição de 2019 do Festival Literário Douro – FLiD decorre nos dias 2,3 e 4 de maio no Espaço Miguel Torga e irá contar com um leque de escritores convidados de referência nacional e internacional. O FLiD, organizado pelo Espaço Miguel Torga, com programação de Francisco Guedes, e que se assume como o maior e mais importante festival literário da região, conta com a presença confirmada de vários escritores, assumindo também um caráter internacional com a abordagem do tema da literatura de viagem, com a presença do escritor Pablo Azócar, do Chile, um dos países tocados pela 1.ª viagem de circum-navegação, protagonizada pelo navegador Fernão de Magalhães, contribuindo desta forma para o programa municipal das comemorações do V Centenário da Volta ao Mundo. Alice Brito, Álvaro Laborinho Lúcio, António Ferreira, Amélia Muge, Clara Rocha, Cristina Carvalho, Dulce Garcia, Fernando Freire de Sousa, Filipe Homem Fonseca, Filipa Melo, Graça Morais, Hugo Mezena, Inês Fonseca Santos, Jaime Rocha, João Morales, João Rios, José Riço Direitinho, Luís Caetano, Manuel Va-
lente, Maria Manuel Viana e Sandro William Junqueira, constituem o leque de escritores do FLiD deste ano, e que proporcionarão três dias repletos de literatura. A sessão de abertura está agendada para o dia 2, pelas 18h30, no Espaço Miguel Torga, com a presença do Presidente do município de Sabrosa, Domingos Carvas, e do Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, Fernando Freire de Sousa. O programa contemplará ainda, para além das várias mesas de debate, subordinadas a vários temas relacionados com a literatura e a escrita, a inauguração da exposição “Terra Mãe”, de Graça Morais, a palestra “A Criação do Mundo”, por Clara Rocha, e ainda o concerto “Novas Canções da Montanha – concerto para uma nova viagem ao Reino Maravilhoso”, que encerrará o festival no dia 4, pelas 19h00. Para a edição deste ano está previsto um reforço do envolvimento e da participação do público escolar, através do projeto do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar de Sabrosa, Reeducar+, procurando-se uma maior participação da comunidade escolar no programa do festival. O Festival Literário Douro é organizado pelo Espaço Miguel Torga/ Município de Sabrosa e terá entrada livre. ■
Programa completo: Dia 2 Quinta-feira | Espaço Miguel Torga 18,30h - Sessão de abertura: Domingos Carvas - Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa Fernando Freire de Sousa - Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte 21,30h Inauguração da exposição Terra Mãe, de Graça Morais Palestra: A Criação do Mundo, por Clara Rocha Dia 3 Sexta-feira | Auditório Municipal de Sabrosa 10,30h João Rios e Jaime Rocha falam com alunos e professores do Agrupamento de Escolas
Miguel Torga. 18,00h – 1.ª mesa A Poesia já não se impõe, expõe-se (Paul Celan) Amélia Muge Inês Fonseca Santos Jaime Rocha João Rios Moderador: António Ferreira 21,30h – 2.ª mesa A Lenta Volúpia de Escrever Cristina Carvalho Dulce Garcia Filipa Melo Sandro William Junqueira Moderador: João Morales
Dia 4 sábado | Espaço Miguel Torga 11,00h Teatro e Literatura Conversa entre Álvaro Laborinho Lúcio e Jaime Rocha.
Álvaro Laborinho Lúcio Pablo Azócar Raquel Ochoa Moderador: Luís Caetano
15,00h – 3.ª mesa Escrever Rasga a Realidade Hugo Mezena Filipe Homem Fonseca Filipe Homem Fonseca José Riço Direitinho Maria Manuel Viana Moderador: Manuel Valente
19,00h – Encerramento com Concerto: - Novas Canções da Montanha - concerto para uma nova viagem ao Reino Maravilhoso. Sinopse: “Novos Contos da Montanha" é um dos mais emblemáticos livros de Miguel Torga. Do título, publicado em 1944, surge a inspiração para o nome do ciclo de música que se iniciou em 2016 a partir de um convite no Espaço Miguel Torga. As “Novas Canções da Montanha” tem apresentado artistas de referência da música portuguesa, que têm no poder da palavra uma das virtudes da sua música.
17,00h – 4.ª mesa Em Viagem Descobri a Literatura no Mapa Alice Brito
22 VIVADOURO ABRIL 2019
Entrevista VivaDouro
Paulo Costa: “Não há cenário no mundo que permita Homem do Douro, apaixonado pela região e crente num futuro positivo para o território que empresta o nome à prova desportiva que organiza e que este ano celebra a sua 15ª edição, a Meia Maratona do Douro Vinhateiro. Texto: Carlos Almeida
Foi a propósito desta prova que fomos conversar com o gestor cujas origens nos levam até Poiares, uma freguesia do concelho de Peso da Régua, onde a região não podia ficar esquecida. Como é que neste momento olha para a região do Douro? Olho com amor e paixão que é o que nos une a todos, e acho que é o ADN que nos identifica, é aquilo que nos mantém presos de forma umbilical a esta região, é paixão, quase que diria um enamoro eterno pela paisagem, luz, cheiros e sabores. Por mais vezes que passemos em determinados sítios, o sentimento nunca é igual, é mais intenso, mais forte e mais enigmático. Arrepio-me só de falar, e é bom falarmos da nossa terra. O Douro é único, esta simbiose de homem e natureza é única. José Armando Saraiva dizia que se houves-
> Paulo Costa com vários autarcas do Douro
se raça no mundo nós eramos anti raça por várias características, tudo isto sintetizado num Douro, criaram o Vale do Douro, um lugar muito especial. Lendo Miguel Torga percebe-se que em cada poema ele tenta explicar o porquê de se amar o Douro mas sempre de formas diversas. Existem imensos pontos fortes da região, mas também existem fracos. Qual considera que seja o ponto fraco desta região? Temos pensado no porquê de sermos uma das regiões mais pobres do país e da Europa. Talvez pela descentralização e falta de população mas também pelo
> Paulo Costa e alguns dos voluntários da Meia Maratona
centralismo onde vivemos. Marquês de Pombal era alguém muito inteligente e criou o primeiro imposto de vinho do mundo, que foi aqui no Douro. O Douro tem sido bastante trabalhado, porque esta terra é montanhosa e sempre foi tudo muito complicado. Quem produz vinho faz acontecer, no entanto cria uma riqueza muito individualizada. Éramos um território de aldeias mas cada um se fechava nos portões das suas quintas, a partir do século XVI melhorou um bocado. Mas penso que o ponto fraco neste momento continua a ser o facto dos portões das quintas continuarem a existir, como na área dos eventos por exemplo. Evoluímos no sentido de “o segredo é a alma do negócio” mas a verdade é que o ponto fraco é mesmo esse, é um território que tem multi territórios e cada um se defende a si próprio. Cada um acha-se melhor que o outro, quando temos uma única coisa que é de todos nós, a marca Douro. Tem de haver ligação, escala e dimensão no mundo em que vivemos, é mesmo muito importante, e neste momento é vital para a sustentabilidade deste território. Temos características únicas que têm de ser aproveitas. Essa divisão que refere é um dos fatores que o leva a ir residir para o Porto? O que me arrasta até aqui é o meu filho. Nasci na Régua em 1976, fiz muita coisa na Régua, estudei no Porto e regressei ao Douro, fui para Lisboa e voltei. Estou à dois anos no Porto porque o estado de saúde no território é uma desgraçada, é um problema grave. Quando uma região
está muito dividida, nós sentimos que temos uma pedra no sapato, porque não saímos do sítio e quando nos sentimos diminuídos nas nossas propostas, de forma natural vamos olhando para outros projetos que tenham essa escala e dimensão. O projeto Meia Maratona do Douro nasce da minha visão de procurar um projeto que fosse capaz de unir o Douro, capaz de criar uma dinâmica de comércio e alavancar a marca Douro. Esta visão vem de lá de trás e só fazia sentido criar algo com a marca Douro, desde que o Douro no seu todo estivesse envolvido. Quando isto não acontece, as pessoas afastam-se naturalmente. Recentemente chegou a notícia de que o comboio turístico terminou e o comboio a vapor foi reduzido a metade nas suas viagens. O que é que falta na região para que esta se una e reivindique as coisas que se vão perdendo? Isto é apenas algo de mau que nos fazem, entre outras situações, esta de facto já não é a primeira. Então, reduzem os custos dos passes e fazem isto tudo no mesmo timing? Pessoas que pagavam 140 euros de passe vão pagar 40 euros, eu gostava de saber quem vai pagar os outros 100 euros. A CIM Douro devia de estar envolvida em todos os projetos, é este peso político que o Douro não tem e que acaba por dar o direito das pessoas tomarem estas decisões que não fazem sentido nenhum. Precisamos de motivar os que estão e aqueles que querem vir, tem de haver uma voz dura e ativa perante estas várias
VIVADOURO ABRIL 2019 23
Entrevista VivaDouro
corrida mais bela que a nossa” situações. Têm de perceber as atrocidades que estão a fazer à nossa região, é quase como se nos estivessem a enterrar quando ainda respiramos, ainda por cima quando somos a região com maior potencialidade do pais, da europa e do mundo, mas depois a única coisas que vemos é este silêncio, sem constatações. Isso depende apenas da política? Qual é o papel da sociedade na construção dessa voz ativa? Tem um papel importante mas têm que nos chamar. Os empresários lutam e estão preocupados em exportar, estão preocupados em ter os hotéis cheios. É preciso que nos chamem e que nos digam que estão a ser roubados. Fecharam um colégio, e eu participei na manifestação, e fiquei estupefacto quando cheguei lá quando vi apenas um autarca e meia dúzia de pessoas à minha volta… no fechar de um colégio com mais de 100 anos que tinha uma função social crucial. Precisamos de criar dinâmicas internas, não precisamos de proteção. A sociedade não participa, ninguém reivindica nada, há falta de estrutura, sem dúvida. Está tudo interligado. O nosso território tem falta de líderes que tenham paixão e ambição, e existe muita gente corajosa no Douro, não sabemos é do que é que têm medo. Foi essa coragem que te leva a criar o evento que traz ao Douro mais de 20 000 pessoas?
É um projeto que me leva ao Douro. Tinha vários projetos mas este foi o único que se realizou. Mas essa coragem veio de um jovem de 28 anos, que sonhava que seria muito mais rápido fazer acontecer do que aquilo que é na verdade. Algumas ideias ficaram pelo caminho mas nós promovemos o evento em Paris, Madrid, etc, e essa coragem e paixão fez com que o Douro tivesse quase 20 dias de televisão com um impacto mediático bem mais importante que isso. Durante muitos anos, este foi o único projeto que houve na região e com o sucesso da EDP Meia Maratona do Douro, nasceram outros projetos de louvar, no âmbito cultural e musical também. Quando penso no que fiz, penso que este evento representa bem mais do que uma corrida. É preciso fazer bem as coisas, é preciso sonhar e fazer melhor que os outros, apesar de estarmos numa área de exclusivo recorte paisagístico e não urbana. Há cidades de 20 milhões que não conseguem ter grandes eventos internacionais por causa da segurança, portanto são vários fatores que reverteram para esta experiência, e a sorte faz naturalmente parte do processo. Tive a sorte de ter bons parceiros na construção deste projeto, como pessoas da terra do Douro, ou seja, um conjunto muito vasto de parceiros e eles foram fulcrais para a realização deste evento.
> Vista aérea do arranque da Meia Maratona do Douro Vinhateiro
Quem participar pela primeira vez este ano, o que pode esperar deste evento? O evento cresceu e ganhou estrutura de sustentabilidade e é um evento espetacular. Ano após ano prezamos por uma cadeia de valor e qualidade também em quem participa. Quem chega ao aeroporto, tem transporte especial, que é complexo, cerca de 90 autocarros, um comboio. É a nossa preocupação numero um: mobilidade, segurança e informação. Depois há exigência na extensão do nosso produto, a visitas às quintas , aos miradouros, os passeios de barcos individuais e coletivos. O nosso foco é uma corrida, uma experiência, que seja inesquecível. Este ano vamos direcionar o evento para promoção da área do turismo rural, e gostávamos que a Meia Maratona fosse um dos embaixadores de alguns projetos.
Somos uma cidade e região do vinho e temos muitas coisas que completam este sentido, queríamos que esta mostra do turismo local fosse o ponto de destaque desta edição. É mesmo o cenário mais bonito do mundo? Sim, sem dúvida. É importante perceber que visitei mais de 70 locais, alguns fazem mesmo parte da lista dos locais Património da Humanidade, em termos daquilo que é correr num cenário como este, não conheço nenhum local que o permita que desde o quilómetro zero ao 21. A moldura humana, a alegria e o silêncio, é único. Não há cenário no mundo que permita corrida mais bela que a nossa. Esta assinatura deve ser defendida por todos os Durienses, é este conjunto de experiências que o Douro oferece. ■
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VIVADOURO ABRIL 2019 25 PUB
Moimenta da Beira
Residência artística com bailarina da Companhia Nacional de Bailado Vinte e um alunos do 3º ano da Escola Básica de Moimenta da Beira estiveram envolvidos em atividades de dança artística desenvolvidas pela bailarina Paulina Santos, da Companhia Nacional de Bailado, no âmbito do Projeto Residências Artísticas 2019 que decorreu no final de março, no Centro Escolar da sede de concelho.
A ação teve por objetivo integrar as práticas artísticas no dia-a-dia dos alunos e contou com a colaboração ativa da autarquia. O trabalho final de representação artística, resultante dos ensaios, foi apresentado ao público no dia 29 de março, no palco do Auditório Municipal Padre Bento da Guia, junto aos Paços do Município. Recorde-se que este projeto de Residências Artísticas aconteceu porque Moimenta da Beira foi um dos 19 concelhos do país escolhidos para receber este programa que envolve, ao todo, 400 alunos de 19 escolas que irão ter aulas de música, teatro e bailado por iniciativa de sete instituições, no âmbito do Plano Nacional das Artes. Além da Companhia Nacional de Bailado, que esteve em Moimenta da Beira com a bailarina Paulina Santos, participam ainda neste progra-
ma a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o Coro do Teatro Nacional de S. Carlos, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional S. João, a Casa da Música e a Orquestra Clássica do Sul. Moimenta da Beira e Viseu são os dois únicos concelhos do distrito beirão abrangidos por
este programa. Os restantes 17 são: Viana do Castelo, Barcelos, Vila do Conde, Freixo de Estada à Cinta, Penela, Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Idanha-a-Nova, Torres Vedras, Loures, Sintra, Lisboa, Cascais, Almada, Sines, Moura e Loulé. ■
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26 VIVADOURO ABRIL 2019
Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira
Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária
O que precisamos para ser e permanecer saudáveis? A 7 de Abril comemorou-se o Dia Mundial da Saúde que abordou o tema “cobertura de saúde universal”. A cobertura universal tem como objetivo assegurar serviços de saúde, sem qualquer constrangimento financeiro a todos os indivíduos. Para que isso possa ocorrer, devem ser garantidos alguns pressupostos, nomeadamente: (i) um sistema de saúde robusto; (ii) um sistema de financiamento dos serviços de saúde eficaz; (iii) acesso a medicamentos e tecnologias essenciais; (iv) profissionais qualificados. Estes pressupostos devem, na nossa perspetiva, contribuir para uma mudança do sistema de saúde, nomeadamente melhorando o acesso e reduzindo as desigualdades; melhorando a eficácia do tratamento das doenças crónicas, a qualidade, segurança, desempenho e responsabilidade de todos os intervenientes no processo saúde/doença e por fim aumentando o foco na prevenção. Durante muito tempo o foco da saúde foi o tratamento da doença, hoje reconhece-se maior importância ao papel da prevenção. Esta mudança de paradigma veio valorizar de forma efetiva a vacinação. As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doenças do que qualquer tratamento médico, potenciando de forma muito eficaz a saúde universal. A vacinação salva entre 1 e 3 milhões de vidas por ano em todo o mundo. Segundo a OMS, as vacinas salvarão mais 25 milhões de vidas na próxima década. A propósito da Semana Europeia da Vacinação, e dos atuais surtos de sarampo na Europa, a Organização Mundial da Saúde recordou que o preço a pagar pela não vacinação é visível, colocando a tónica nas desigualdades na cobertura vacinal, que são portas de entrada para doenças contagiosas, permitindo que se transmitam entre indivíduos não vacinados. O Programa Nacional de Vacinação (PNV), universal, gratuito e acessível, foi implementado em 1965 e levou à mudança do panorama das doenças infeciosas. A boa aceitação e adesão por parte da população e dos profissionais de saúde explicam as elevadas coberturas vacinais (iguais ou superiores a 95%) e por essa via ao desaparecimento de algumas doenças, o que pode levar a alguma complacência em relação à vacinação. Através do PNV, foi possível erradicar a varíola e eliminar várias doenças infeciosas, como a poliomielite, a difteria, o tétano neonatal, o sarampo e a rubéola. Conseguiu-se também controlar outras doenças, de que são exemplos o tétano, a hepatite B, meningites ou tosse convulsa, prevendo-se o controlo, a médio-longo prazo, da doença pneumocócica e do cancro do colo do útero. Ao longo de 52 anos, o PNV tem sido atualizado com base na monitorização do seu impacto, na epidemiologia das doenças evitáveis pela vacinação, na evidência científica relativa às vacinas disponíveis no mercado e na sua relação custo-efetividade. Importa, pois, demonstrar a utilidade das vacinas para a saúde individual e coletiva e reforçar a importância da imunização sistemática ao longo da vida. A vacinação é um direito e um dever dos cidadãos, participando ativamente na decisão de se vacinarem, com a consciência que estão a defender a sua saúde, a Saúde Pública e a praticar a cidadania. A Direção-Geral da Saúde recomenda que se verifique o Boletim de Vacinas, que já está disponível na área do cidadão em sns.gov.pt e na App Mysns.
Peso da Régua Carrazeda de Ansiães
Município adota medidas para reduzir o consumo de plástico descartável Na caminhada realizada no passado dia 24 de março o Município de Carrazeda de Ansiães iniciou uma acção de sensibilização destinada a alertar todos os participantes para a necessidade de reduzir o consumo de plástico descartável. Esta iniciativa materializou-se na distribuição a todos os caminheiros de uma garrafa de alumínio reutilizável com a mensagem “DIZ NÃO AO PLÁSTICO”. Para o autarca, João Gonçalves, “esta é uma medida estratégica para o concelho, pensando na sustentabilidade do território”. As caminhadas de Carrazeda de Ansiães são uma iniciativa promovida pelo município e decorrem há vários anos, tendo uma grande adesão por parte de residentes e visitantes. Cada caminheiro utiliza em média cerca de 3 garrafas de 25cl por passeio, o que se traduz em centenas de garrafas de plástico utilizadas por ano. O arranque desta campanha numa caminhada não é assim despropositado, “são eventos que reúnem muita gente e os participantes, pela sua ligação ao desporto e à natureza, são pessoas com uma maior consciência ambiental por isso, para nós, fazia todo o sentido arrancar com esta campanha durante uma caminha-
> Caminhante a abastecer garrafa oferecida pelo Município
da”, afirma o autarca. Esta iniciativa tem como objectivo reduzir drasticamente a número de garrafas de plástico utilizadas, sensibilizando os caminheiros para a necessidade de adoptar medidas de redução de consumo do plástico descartável. “Vamos repetir a iniciativa em futuras caminhadas. Certamente que quem já participou nesta trará a sua garrafa, esse é o objetivo. Quem ainda não tiver então terá esta oferta”. Com esta acção o município de Carrazeda de Ansiães põe em prática as directivas nacionais que visam promover uma utilização mais sustentável dos recursos na Administração Publica através da redução do consumo de produtos de plástico estando de acordo com a estratégia Europeia para o Plástico numa Economia Circular. O fim último desta iniciativa é sensibilizar a população para a necessidade de utilizar materiais com uma maior duração e resistência para um uso continuado, por oposição aos hábitos atuais de consumo cuja descartabilidade tem causado graves problemas ambientais, nomeadamente nos oceanos. A preocupação ambiental é cada vez mais “um desígnio da autarquia”, João Gonçalves adianta mesmo à nossa reportagem que está já pensado um posto de carregamento elétrico para automóveis elétricos no concelho, dando resposta ao “número cada vez maior destes veículos que vemos a circular”. ■
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Vários Concelhos
Roteiros turísticos são a nova aposta da I Love Douro O projeto I Love Douro nasceu da vontade de mostrar o Douro a partir da partilha de imagens da região nas redes sociais, trabalhando em parceria com entidades locais tais como municípios, quintas, hotéis, restaurantes, produtores de vinhos entre outros, de modo a potenciar os seus negócios. Numa vertente empresarial, este projeto tem vindo a trabalhar para marcas e empresas existentes no Douro, prestando serviços que vão desde a criação de eventos, divulgação de uma marca, produtos ou serviços, criação de conteúdos digitais, fotografias e realização de vídeos promocionais. Recentemente o projeto tem desenvolvido um conjunto de roteiros turísticos para a região, classificada como Património da Humanidade, nomeadamente
um roteiro fotográfico, um de quintas e um cultural, já implementados, estando já em desenvolvimento outros três: gastronómico, caves de Vinho do Porto e náutico. “O objetivo dos roteiros é dar mais infor-
camos, ou o que devem visitar, então resolvemos criar os roteiros”, a afirmação é de José Lopes, CEO do I Love Douro que, ao nosso jornal se mostra ainda “bastante satisfeito” com a aceitação que este novo desafio regista. ■
Roteiro cultural O rio empresta nome a toda uma região que tem muito mais para oferecer... descubra a sua historia e cultura e embarque numa descoberta única.... é uma garantia que lhe deixamos. Roteiro das Quintas São as Quintas, as suas histórias e vivacidade que conferem ao Douro o selo de mais antiga região vinícola do Mundo. Conhece-las é um desafio que o vai surpreender. Roteiro fotográfico O Douro é Património da Humidade e nós na I Love Douro queremos que o viva, sinta e partilhe connosco os melhores momentos!
Régua
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Escola Profissional desenvolve Projeto de Promoção do Bem-Estar na Comunidade No passado dia 2 de abril, os alunos do Curso de Massagem Estética e Bem- Estar da Escola Profissional da Régua deslocaram-se ao Lar da Santa Casa da Misericórdia, no âmbito do Projeto de Articulação Curricular da turma designado de “Promoção do Bem-Estar na Comunidade”, para uma sessão de relaxamento e também para a realização de rastreios (diabetes e tensão arterial) aos funcionários do Lar. Previamente, foram preparados cremes de essências, por serem nutritivos e hidratantes, específicos à faixa etária dos utentes do Lar, proporcionando uma sensação de bem-estar. No final da massagem, os idosos acompanharam os alunos nos exercícios de mobilização, como forma de melhorar a mobilidade articular, flexibilidade muscular e coordenação.
mação a quem visita o Douro. Atualmente chegamos a mais de 250.000 pessoas por semana nos nossos canais de comunicação e, como nos estavam sempre a perguntar onde é esta ou aquela quinta, onde é o local da que fotografia de publi-
Ao longo do desenvolvimento do Projeto, os alunos vivenciaram situações reais, bastante enriquecedoras quer do ponto de vista pedagógico quer do ponto de vista cívico, permitindo-lhes não só desenvolver as competências profissionais inerentes ao curso que frequentam, mas também competências sociais e pessoais como a responsabilidade, a importância do trabalho em equipa, a criatividade e a autoconfiança. A recetividade por parte da comunidade foi muito significativa, em todos os públicos-alvo abrangidos. Os alunos sentiram-se muito bem-recebidos e puderam aplicar todos os conhecimentos que têm vindo a adquirir, tendo considerado que o Projeto contribuiu como forma de divulgação e valorização do curso que frequentam junto da comunidade. ■
28 VIVADOURO ABRIL 2019
Resende
Duas toneladas de cavacas vendidas na Festa das Cavacas de Resende Milhares de pessoas provenientes de todo o país aceitaram o convite do Município de Resende e marcaram presença na Festa das Cavacas que decorreu este fim de semana no centro da Vila. A mudança de local e o alargamento da festa para dois dias revelou-se uma aposta ganha do Município, com duas toneladas de cavacas a serem vendidas durante o certame e a esgotarem a meio da tarde de domingo, comprovando-se o sucesso do tradicional doce de Resende que já é bem conhecido não só na região, como em todo o país. Durante o certame, o Presidente do Município de Resende, Garcez Trindade, visivelmente satisfeito com o sucesso do evento, agradeceu a presença dos produtores, dos grupos de animação, e dos visitantes que se deslocaram à festa, tendo afirmado que a mesma superou todas as expetativas e que o objetivo foi cumprido com a “promoção do concelho e de um dos seus produtos de excelência que identifica a tradição e a história de Resende, atraindo cada vez mais visitantes à região e, consequentemente, contribuir para a dinamização da economia local”. Em declarações à nossa reportagem o autarca resendense falou ainda da importância deste evento. “Tem sido uma importância progressiva, fizemos alguma inovação e mudamos o local da festa e agregamos todos os produtores de cereja, este ano conseguimos pôr todos
os produtores na nossa aldeia e até outros produtores e diferentes produtos aqui de Resende.
"Em Portugal não há quem não conheça a nossa cereja e espero que o mesmo aconteça com as nossas cavacas" Isto contribui para a economia cultural e regional, vamos lançando ideias diferentes ano após ano, hoje promovemos a cereja e em Portugal não há quem não conheça a nossa cereja e espero que o mesmo aconteça com as nossas cavacas. Com esta projeção, vamos fazer chegar a todas as pessoas. Em Resende somos um município no interior com estradas ainda muito estreitas, mas temos vários cultivos de cereja e fruta,
temos produtos de fumeiro entre outros, é mesmo com isto que nós vivemos”. Para além dos 25 produtores que disponibilizaram o afamado doce, a festa contou também com diverso artesanato, licores e compotas, vinhos e enchidos. Durante os dois dias houve ainda animação para todos os gostos com a atuação de diversos grupos musicais. Pelo sexto ano consecutivo realizou-se o concurso “Melhores Cavacas da Festa das Cavacas”, que premiou os três produtores que se distinguiram com as melhores cavacas do certame. Assim, a vencedora do concurso foi Carla Silva que recebeu um prémio no valor de 1250,00 euros, a produtora Ilda Vasques conquistou o segundo lugar e arrecadou 750,00 euros, sendo que em terceiro lugar ficou Rosa Silva, com um prémio no valor de 500,00 euros. A festa das Cavacas de Resende tem atraído cada vez mais visitantes ao concelho, afirmando-se como um dos eventos gastronómicos de excelência a nível nacional. ■
Ivone
> Autarca resendense durante visita ao certame
É importante estar aqui porque mostramos o nosso produto tradicional e chama muita gente para ver as nossas paisagens que são muito belas e há mais turismo. Ontem não esteve muita gente mas hoje está a ser um grande dia.
VIVADOURO ABRIL 2019 29
Nacional
3º Passeio de Motos Clássicas em Alfândega da Fé a 19 de Abril Vai já na 3ª edição o mais belo passeio de motociclos do nordeste transmontano. O Passeio de Motos Clássicas que acontece a 19 de abril (dia de sexta feira santa), tem este ano um novo percurso pelo concelho de Alfândega da Fé, prometendo paisagens de cortar a respiração. Os amantes de duas rodas podem fazer já a sua inscrição e reservar o fim de semana da Páscoa para este passeio por terras de Al-
fândega da Fé. Organizado pela ARV - Associação Recreativa de Valpereiro, a iniciativa conta o apoio do Município de Alfândega da Fé e da União de Freguesias de Agrobom, Saldonha e Valpereiro. Também outras entidades locais quiseram associar-se a este evento, como a Junta de Freguesia de Vilarelhos, o Motoclube Alfandeguense e a ADCP - Associação Desportiva Caça e Pesca dos
Cerejais. Sem limite de idade, todos podem participar independentemente de possuírem uma mota clássica ou mais recente. O importante é que o gosto pelas duas rodas e pelo convívio seja comum a todos os participantes. O 3º Passeio de Motos Clássicas é aberto a todo o tipo de motos e vai percorrer parte do concelho de Alfândega da Fé. Este ano, o percurso irá privilegiar a zona dos Cere-
jais, Vilarelhos, Alfândega da Fé e a Serra de Bornes, com passagem pelas localidades de Soeima e Gebelim. Terminará no ponto de partida que é a aldeia de Valpereiro. A primeira edição, em 2017, juntou 50 motos clássicas e outras tantas mais recentes. O número de participantes a cada edição tem vindo a acrescer. A organização espera juntar no passeio deste ano 200 motociclistas. ■
Alfândega da Fé e o Instituto Nacional para a Reabilitação já assinaram protocolo No dia 19 de março decorreu no Salão Nobre, do Edifício de Ação Social da Câmara Municipal de Alfândega da Fé, a assinatura do protocolo que cria o Balcão de Inclusão. A sessão contou com a presença do Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional para a Reabilitação, Humberto Santos e do Vice-Presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Eduardo Tavares. Depois da assinatura do protocolo, seguiram-se a inauguração e visita às instalações do Balcão de Inclusão. Esta iniciativa resulta de um protocolo de colaboração que tem como objetivos o atendimento qualificado dos munícipes
com deficiência, assegurando-lhes informação para a resolução de problemas; proceder ao encaminhamento e desenvolver uma função de mediação junto dos serviços públicos e entidades privadas; desenvolver e valorizar as parcerias locais que permitam articular soluções de atendimento mais eficazes; divulgar junto dos serviços, instituições e outras estruturas locais a apropriação e divulgação de boas práticas no atendimento do munícipe com deficiência ou incapacidade; e recolher informação que permita produzir diagnósticos de caracterização local das pessoas com deficiência ou incapacidade.
O Balcão faz parte de uma nova geração deste serviço que possibilita um atendimento especializado a pessoas com deficiência e respetivas famílias, na temática da deficiência e incapacidade. Com este serviço é facultado o acesso a informação sobre direitos, apoios, benefícios e recursos existentes, quer sejam promovidos pela autarquia ou por outras instituições. No seguimento do protocolo, o Município de Alfândega da Fé disponibilizou as instalações para o Balcão de Inclusão, situadas no Edifício da Ação Social, piso 0 devidamente assinaladas. O serviço está disponível diariamente, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00. ■
Resende inaugura Percursos Pedestres e BTT na Serra de Montemuro No passado dia 23 de março, no Concelho de Resende, foi inaugurada a rede de percursos pedestres e de BTT do município, implementada no âmbito do projeto “Vivenciar Montemuro”, que contempla, ainda, infraestruturas de apoio à prática de atividades de turismo de natureza. O projeto “Vivenciar Montemuro” surgiu de uma parceria entre o Município de Resende, a Dolmen – Desenvolvimento Local e Regional, CRL, e o Município de Cinfães, com o objetivo de potenciar o património natural, promovendo o desenvolvimento económico sustentável, assente na promoção de atividades de turismo de natureza e desporto aventura, numa clara aposta na afirmação do território enquanto destino privilegiado deste tipo de turismo. No terreno encontra-se sinalizada uma grande rota, com 110 km, a iniciar em Nespereira (Cinfães) e a terminar no Parque Fluvial de Porto de Rei (Resende), percorrendo a cumeada da Serra de Montemuro, pelas localidades da Panchorra, Feirão, Paus, S. Martinho de Mouros e S. João de Fontoura, com desvio
para Felgueiras, Cárquere e Resende. Foram, ainda, sinalizados seis percursos pedestres, dos quais três no concelho de Resende: PR1Vale do Cabrum Superior, PR2- Encostas da Terra Fértil, em Felgueiras, e PR3- Lagoa D. João, num total de 30 km. Encontra-se, ainda, o Centro de BTT do Montemuro, que tem 3 trilhos no concelho de Resende, com porta principal, na Gralheira, em Cinfães, e duas portas em Resende, uma em Felgueiras e outra em Feirão, que serão agora inauguradas. A porta de Felgueiras encontra-se instalada na antiga Escola Primária e funciona, também, como Centro de Apoio ao Turismo Ativo no Montemuro, contemplando uma área de informação turística, salas de projeção multimédia de interpretação do espaço geofísico da unidade orográfica – Serra de Montemuro e do património arqueológico. Existem, ainda, espaços oficinais onde se fará apologia das artes e ofícios pré-históricos, para serem utilizados pela comunidade escolar e famílias. O exterior foi requalificado para zona de merendas.
Relativamente à porta de Feirão, esta funciona no edifício do Centro Interpretativo do Montemuro, espaço que permite ao visitante conhecer o património faunístico e florístico desta Serra e que foi ampliado, dotando-o de balneários, estação de serviço self-service para lavagem e oficina de apoio ao BTT. O investimento total deste projeto, no concelho de Resende, ascende a cerca de 195.000,00 euros e contou com o apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 85% do valor. Sítio de Importância Comunitária (SIC) da Rede Natura 2000, a Serra de Montemuro possui uma biodiversidade de elevada relevância, dado o bom estado de conservação em que se encontram os seus habitats e a sua vasta comunidade de vertebrados. Nas aldeias do Montemuro, as atividades agrícolas e pastorícias ainda são uma realidade e as suas gentes, que gostam de acolher quem as visita, tentam preservar as tradições locais, fazendo da Serra de Montemuro, um destino turístico genuíno a visitar. ■
30 VIVADOURO ABRIL 2019
Opinião
Atrair pessoas: um desafio para o Douro
António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD
Um dos principais problemas do Douro reside na diminuição demo-
gráfica e envelhecimento da população, tal como outras regiões do interior. Trata-se de uma situação grave e que exige uma estratégia coletiva envolvendo decisores políticos, sistema empresarial, instituições de ensino, sociais e culturais, e a sociedade. As redes colaborativas que se formam entre estes atores, proporcionam novas oportunidades de transformação para a inovação, diferenciação e atração e fixação de pessoas no território. Num mundo cada vez mais global e conectado, o Futuro das regiões exige mais conetividade digital, inserção em redes internacionais e soluções inovadoras e criativas. Foi neste contexto que a UTAD apostou na instalação de uma delegação do Instituto Fraunhofer, o principal centro
de investigação e desenvolvimento da Alemanha, com o objetivo de dinamizar novas soluções tecnológicas numa área emergente para o Douro, a agricultura de precisão. O futuro da agricultura exige soluções tecnológicas inovadoras que recorram a redes e sistemas de dados, aplicações robóticas, drones e imagens de satélite, sensores e de ferramentas de comunicação e apoio à decisão. É vital apostar em novas abordagens na previsão de doenças vegetais, em soluções inovadoras de gestão da água e de sustentabilidade energética. Temos de perspetivar o Douro enquanto ecossistema regional de inovação, tendo como epicentro a aposta no conhecimento, tal como nas regiões desenvolvidas da Europa. Nestas, as Universidades desempenham um con-
tributo crucial na atração e retenção de pessoas, um dos fatores de sucesso para atrair investimento e fixar empresas. A internacionalização das regiões e das suas Universidades exige ainda a atração e mobilidade de recursos humanos e o desenvolvimento institucional conjunto, fatores de visibilidade e notoriedade com impacto positivo na atração de estudantes e dinâmicas multiculturais nas regiões. Dito isto, o Douro deve ser pensado à luz dos modernos ecossistemas de inovação, respondendo assim aos novos desafios da agricultura, mas preservando a sua identidade enquanto Património da UNESCO. Esta estratégia de inovação e internacionalização enquadra-se nas grandes
transformações que vão reforçar o papel das universidades e das regiões do século XXI, referidas pelo comissário Carlos Moedas no recente aniversário da UTAD: a transformação do conhecimento, a transformação das instituições e a transformação dos cidadãos. O Comissário considerou que, antigamente, a proximidade às fontes de informação era essencial para aceder ao conhecimento, mas agora, a chave está na qualidade das infraestruturas e das redes por onde circula esse conhecimento. Considerou ainda que a UTAD, à semelhança de outras Universidades, foi a determinada altura condicionada pela sua geografia, mas que hoje está no centro de um ecossistema de inovação competitivo e dinâmico. A UTAD tem sabido explorar esta oportunidade.
SOU MAIS - Programa Nacional de Microcrédito
Eduardo Graça Presidente da direção da CASES
O SOU MAIS – Programa Nacional de Microcrédito (PNM), é uma medida que consiste no apoio a projetos de
criação de empresas, promovidos não só por pessoas que tenham especiais dificuldades de acesso ao mercado de trabalho, mas também por micro entidades e cooperativas até 10 trabalhadores, que apresentem projetos viáveis com criação líquida de postos de trabalho, em especial na área da Economia Social. Este Programa foi criado em 2010 e permite a facilitação do acesso ao crédito, através da tipologia MICROINVEST (para projetos com investimento e financiamento de pequeno montante - até 20.000€) e na prestação de apoio técnico à criação e consolidação de projetos. A validação prévia dos projetos de acesso ao PNM compete à CASES sendo que a gestão do Programa é realizada em articulação direta com o IEFP. Posteriormente, é de responsabilidade das
instituições financeiras analisar a viabilidade económico-financeira e decidir sobre a aprovação do crédito. Ao longo de 8 anos de execução do Programa (2011/2018) tem-se registado um aumento constante da atividade do PNM, quer em termos de candidaturas e processos validados (taxa média de crescimento de 25%), quer em termos das intenções de investimento/financiamento (taxa média de crescimento de 27% e 26% respetivamente) e de criação de postos de trabalho (taxa média de crescimento de 20%). Entre 2011 e 2018 foram validados 1.307 processos, com uma intenção de investimento global de 22 milhões de euros e de financiamento global de 21 milhões de euros. No último ano (2018) foi atingido o n.º de validações/ano mais elevado de sempre (246 processos validados): do total de processos vali-
dados, 875 processos corresponderam a projetos de promotores/as individuais para criação do próprio emprego (67%) e 432 corresponderam a projetos para expansão e/ou consolidação de micro entidades (33% - registou um aumento significativo em 2018). Relativamente aos projetos para expansão e/ou consolidação de micro entidades, apuraram-se os seguintes dados no referido período: - 75% negócios individuais, dos quais 39% eram sociedades unipessoais e 36% empresários em nome individual; - 25% negócios coletivos, dos quais 22% eram sociedades por quotas e 3% eram entidades da Economia Social (cooperativas e associações); - No que respeita à maturidade, a maioria das micro entidades são recém-constituídas (56%), sendo que 82% das mesmas não tem mais de 3 anos de atividade.
No que diz respeito aos dados gerais relativos às aprovações pela Banca, foram os seguintes: - 586 operações de crédito foram enquadradas e contratadas pela banca, correspondentes a um total de investimento de 9,9 milhões de euros, a um total de financiamento de 9,3 milhões de euros e a um total de garantia de 2,7 milhões de euros; - As referidas operações permitiram, até à data, a criação de 916 postos de trabalho; - O grau de aprovação médio pela banca é de 45% e o nível de sinistralidade está na ordem dos 5%. No ano de 2017, e considerando apenas a relação entre os projetos validados e contratados, a taxa de aprovação pela banca atingiu os 69%. O programa está ativo e acessível no seguinte endereço: https://www.cases.pt/ programas/microcredito/
Celebrar a Arquitetura do Alto Douro Vinhateiro
Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N
O Prémio Arquitetura do Douro estabelecido em 2006, a atribuir de dois em dois anos, destina-se a estimular, efetivamente, o panorama construtivo do Alto Douro, por forma a fazer da arquitetura uma componente de excelência da paisagem distintiva do território Património Mundial. Dia 18 de abril é lançada uma nova edição e as candidaturas decorrem até 30 de setembro. O Prémio tem por objetivos: distinguir trabalhos de arquitectura concluídos na região após 14 de Dezembro de 2001; incrementar linguagens arquitetónicas contemporâneas face aos valores patrimoniais e boa integração de materiais modernos; a recuperação de modos tradicionais de construção; fomentar a renovação dos espaços pú-
blicos, induzindo os proprietários à recuperação de seus edifícios e fachadas degradadas. Pretende ainda promover, através da melhor arquitectura, o Alto Douro como uma região turística de excelência numa paisagem cultural que sabe como cuidar os seus valores no campo do Património. Há ainda muito a fazer, nomeadamente em termos de reabilitação de um vasto património construído e herdado do passado. Este é um património ainda adormecido a precisar de atenção e a requerer intervenção cuidada tão breve quanto possível. Contudo, pode dizer-se que o panorama do edificado tem melhorado nos últimos anos, como se nota, por
exemplo, no desenho de arquiteturas do vinho. De facto, quando até há uns anos se construíam adegas numa perspectiva quase estritamente funcional, em que o destino de estruturas de produção e outros fatores economicistas subjugavam todos os demais critérios, encontram-se hoje pela região diversos exemplares com desenho apurado em que às soluções de funcionalidade se acrescentaram fortes preocupações estéticas e de integração paisagística. Após cinco edições, e já com cinco prémios entregues e nove menções honrosas atribuídas, o Prémio Arquitetura do Douro está palmilhando um caminho consistente, confirmando o papel fundamental da arquitetura contemporânea de qualidade na valorização dos
sítios Património Mundial. A CCDR-N é a única entidade da administração regional do Continente que detém nas suas competências a atribuição de gestão de um bem cultural Património Mundial, competindo-lhe a sua salvaguarda, nomeadamente quanto à manutenção da integridade e autenticidade, e a sua valorização territorial e social. A CCDR-N orgulha-se, por isso, de promover a organização deste Prémio, que constitui sem dúvida um excelente exemplo de boa prática em termos de cultura arquitetónica no Alto Douro Vinhateiro enquanto paisagem cultural evolutiva e viva. Saiba mais em http://www.ccdr-n.pt/ premio-arquitetura-douro .
VIVADOURO ABRIL 2019 31
Lazer RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO
Piadas de bolso:
Pudim de pão INGREDIENTES 3 pães dia anterior 250 ml de leite 5 ovos 10 colheres de sopa de açucar Caramelo líquido q/b 1 pau canela 1 casca laranja 1 colher de sopa farinha maisena 1 cálice vinho do Porto FOTO: DR
HORÓSCOPO
Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt
PREPARAÇÃO
Desafio VivaDouro Se colocar uma moeda numa garrafa e inserir uma rolha no gargalo, como pode remover a moeda sem tirar a rolha ou partir a garrafa? FOTO:DR
Em primeiro lugar ferver o leite com todos os ingredientes à exceção do pão. De seguida deixar amornar e juntar o pão desfeito. Retire pau canela , casca laranja. Coloque no liquidificador e misture bem. Caramelize uma forma para pudim, e acrescente a mistura do liquidificador Leve ao lune em banho-maria por aproximadamente, 30 a 40 minutos ou até que o pudim esteja consistente Poderá cozer em banho Maria no forno.
Amor: Encontra-se num período difícil, mas não desespere que é passageiro. Saúde: Poderá ser tempo de começar uma nova vida. Corte com tudo aquilo que achar supérfluo ou inútil. Dinheiro: Boa altura para gastar e investir no que mais gosta, mas com cuidado.
Dois bêbados estão sentados num banco num parque, quando um par de freiras se aproximava. Uma das freiras vinha de muletas e com a maior parte de sua perna engessada. Um dos bêbados pergunta: - Desculpe, mas o que aconteceu? A freira a mancar responde: - Eu escorreguei, caí na banheira e quebrei a tíbia. O médico disse que eu vou ter que ficar com o gesso por mais duas semanas. Diz o bêbado: - Deve ter sido forte… Deus a abençoe! Responde a freira: - Obrigado, meu filho E lá continuam no seu caminho. Quando elas estão fora do alcance da voz, o primeiro bêbado pergunta ao outro: - O que é uma banheira? Responde o segundo: - Como eu posso saber? Eu não sou católico…
SOLUÇÕES:
Resposta: Basta empurrar a rolha para dentro da garrafa e depois agitar a garrafa de cabeça para baixo até a moeda sair.
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