Escola de Belas Artes-UFRJ Graduação: Artes Visuais/Escultura Professora: Marina Fraga Escultura em Pedra Aluno: Carlos Augusto T. B.
2018.
“A mente e a terra encontram-se em um processo constante de erosão: rios mentais derrubam encostas abstratas, ondas cerebrais desgastam rochedos de pensamento, e cristalizações conceituais desmoronam em resíduos arenosos de razão.” Robert Smithson, 1968.
“Pensamento” é uma escultura-processo das aulas de escultura em pedra e cerâmica 1, na qual desenvolvo o pensar interpretado de maneira poética. Apresentei a escultura no Atilier Aberto III da EBA - UFRJ, no dia 04 de julho de 2018. Dada a natureza da efemeridade formal da escultura, onde se faz possível a dissipação de sua matéria, a composição principal do trabalho é a terra em pó (um fragmento mínimo –a terra: uma idéia– do máximo –a Terra: as relações, os pensamentos). A maneira pela qual a matéria é aglutinada (levemente prensada) e seu formato (pó) permitem que se dissipe e retorne ao espaço onde existam outras terras, de modo que volte ao seu “local de origem”. A escultura está sujeita à contaminações do seu entorno, tal como a aderência de materiais do lugar de onde estiver alocada, permitindo que se impregne com as outras matérias do entorno (Comparando este fato com um pensamento guardado, relaciono esta impregnação material com a capacidade do pensamento sofrer mutações conta de influências externas devido à instabilidade da memória). O processo de obtenção da terra consistiu em desfragmentar objetos de barro moldados na oficina de cerâmica 1, onde provoquei o seguinte processo: ao invés de prosseguir com a queima, os converti a pó. Inicialmente, esses objetos eram uma matéria constituída de forma (um conjunto de pensamentos consolidados em relações, tal como uma certeza que se tem sobre algo), logo depois os objetos são desfragmentados (e as certrezas ruídas, as ideias dispersas na imaginação, sem hierarquia ou a parcialidade que antes as moldavam). Posteriormente, construí uma caixa (a prensa da escultura) de 13 cm x 13 cm, com as paredes independentes, que podem ser unidas por 4 parafusos; e em cima uma prensa manual também de madeira (esta prensa simboliza a fôrma cartesiana, que anseia por ordenar as ideias organizadamente em epaços absolutos e universais). Esta prensa não é apresentada junto ao objeto: o que aparece são os vestígios da prensa na silhueta da escultura. Também levo em conta a instância temporal marcada: a desfragmentação de sua forma decorre de maneira lenta, onde é preciso estar com o estado de contemplação disponível para ver as modificações que a escultura está predispota a passar (este desmoronamento lento é comparado à ruína das ideias conformadas em uma forma universal, por se tratar da singularidade que domina a estrutura de pensamento de cada um. Este pensamento absoluto que inside nas ideias dispersas na imaginação não se
sustenta por muito tempo, também por conta das contaminações absorvidas do o ambiente externo, que desestrutura a forma, que abala as certezas...)
Comecei a pensar em Const ruir então uma forma que fosse ... o pensamento colacado em questão, discutindo as diferenças formas que disticuto os diferentes pensamento de lado universal (cubo) cartesiano pesistente nas certezas que estamos hoje esta forma pó, onde se desmorona... ...escolhi a matéria do pó da argila, (terra) de feitio artesanal Onde escolho a materia terra (poeira), que em si mesma há infinitas possibilidade plásticas, construtivas e afetivas, não para fazer os trabalhos de terra em grande escala na paisagem: a LandArt. Meu interesse mesmo é na posibilidade de materializar o pensamento poeticamente. Usando a própria materia de processos das sobras dos objetos que fiz da argila quando lixava a memória. Do pó transformei na caracteristica material, o imaterial que é o ar... memórias ou o pensamentos de particulas tão finas e leves, que qualquer contaminação e alteração poderia assim perdê-las ou misturá-las. entropia a à pesistencia do pensamento da verdade absoluta (pensamento moderno), que se desdobrou em humano soberba frente ao planeta. O encontro de algo estranho com o ambiente desmorona --- ruinas do pensamento, ...
Escolhi para dar forma a essa matéria (poeira) o cubo Paragrafo sobre o material : Complexibilidade o cubo: Quis pensar o cubo. A materialidade é o pó, este pó, essa poeira que sobra nos cantos dos ateliês. Uma herança dos entraves da escola imperial em pó. trasformado em forma/material contaminando mais o lugar que sendo contaminado. Insuficiências do pensamento racional todo. Quero que mostre nesta primeira forma.
Registros, 2018.1