A visão
Meu povo, meu povo Aldeia morta, anel de ouro meu amor.
Os homens de coleiras procuram minérios Destroem terras férteis ancestrais
Em uma visão, vi uma nota de cem pingando sangue Os líderes indígenas mortos E a amazônia coberta de prédios, abaixo de um clarão verde florescente que cobria o céu Desastre, é o que nos espera O futuro será desespero, pq o presente já é guerra Os índigenas yanomamis contra um exército de 20.000 garimpeiros
O caribe brasileiro fede a ferro, a sangue, a manganês e a morte Crianças estão com cólera e com fome Capitalismo homicida, genocida Não tive nenhum exemplo de neoliberalismo que deu certo
As multinacionais monopolizam e degradam o solo, o ar, a água e as pessoas Somos livres, como a livre concorrência do mercado Se sou uma nova marca de alimento fazendo sucesso e ganhando lugares na prateleira do supermercado, logo a Nestlé, Unilever ou outra grande indústria me compra e ganha o que era para ser meu.
Sou descartável quando estou vencido. Meu direito a aposentadoria é só depois dos 45 anos trabalhados e eu que assinei a CLT com 25, morrerei antes da alforria, não, da aposentadoria. O posto de saúde hoje está cheio de pessoas que convivi a vida inteira nas ruas do meu bairro. Mães jovens, avós com 36 anos, crianças pequenas correndo, pulando e algumas amoadas, acometidas por alguma enfermidade. Essas crianças inocentes como eu era, queriam só brincar e correr também. Enquanto minha mãe se preocupava em como pagaria a conta de luz, o aluguel, ou compraria comida. A minha mãe era como uma mulher que está aqui nesse posto, 25 anos e três filhos; O mais velho com oito, um com 4 e o pequenino que acabara de nascer. Quando eles forem adultos já saberemos em qual mundo irão viver.
A falta de água potável será o motivo das próximas guerras ou golpes de governos, onde o seu espaço territorial haverá água é em abundância. Como aqui no Brasil, que possuí o aquífero Guarani, os Yankees esquematizarão o golpe, e os entreguista gananciosos brasileiros irão executar. O Brasil é um moinho de gastar gente!
Janela da alma
Quarto sujo, poeira parada
Defesa civil da onde vem escorraçado colchão Civil indefeso deitado no chão.
Vento que vem do ventilador Ventila a dor das costas cansadas Pernas fatigadas Andaime suspenso Corpos sobem e descem Nesse intenso ritmo de uma obra pesada.
Porta aberta da casa calada Apagadas e acesas Luzes clareiam o escuro Equilíbrio de sombra e iluminação Deixa o ambiente perfeito pra quem dorme em chão duro
Calos nas mãos Dedos calejados Mente limpa e corpo arriado Janelas da alma Olhos fechados Vá abrir as janelas e ver se o dia já ficou clareado.
Sono de um operário que ainda sonha com a revolução Mantendo a mente sã, limpando a maldade do coração Vive na esperança de um melhor amanhã E nunca esquecer o suor que escorre por essa nação
Manhã de Quinta Aviso
Pássaros nos fios
O chão coberto de botinas rizaiadas e paleteiras vazias.
Ana Paula
Eu vou ali no colina Comprar maconha Quero dar umas bolas Não fica com raiva, se anima Só quero ficar na onda
Queria
Como eu queria tá te olhando perto dessa janela E não importa o que você tivesse vestindo Ou vestindo nada Queria tocar essa sua pele Com as pontas dos meus dedos Acariciar seus cabelos E apreciar esse fim de tarde indo embora Queria que essa maré Lhe trouxesse de volta Um contato entre olhos Uma olhada na sua boca O toque, o gosto, O sentido Escutar o mundo e dizer nada Só o toque dos nossos lábios Nossos corpos conectados pela sua vulva na minha língua Nossa mente em transe para um caminho só
Eu desacreditado Eu não te espero mais Cansado de sofrer Pela minha culpa Que levou a se afastar Meu corpo chora Lembro do seu sorriso Lembro do seu choro Lembro que tinha dito em pensar Sua decisão já é certa Você estava certa de pensar mais em si Me amar acima do que amar a si é errado Eu era tóxico Fui tóxico Me sinto isolado Me sinto desolado Nosso filho morreu hoje Essa deve ser a deixa para gente não ter mais relações Nossa página deve ter chegado ao fim Comece outro livro Outra jornada Que você no fim seja feliz
O apelo do poeta Descanse
Nossos momentos agora são memórias Queria apagar todas as que a gente brigava Fui covarde em não falar a verdade e ser honesto antes Cansado de pensar no antes Quero viver outro livro Sendo os mesmos personagens reconstruindo o romance Meu amor é teu Carregarei esse sentimento o resto da vida Frustrante foi para você as chances que me deu Tive que realmente perder para saber O como era grande o que sentia O quanto te quero em minha vida O seu sorriso só em mais um dia Seu rosto no meu peito Nossas conversas Nossos planos de futuro A fotografia
A poesia E os filhos que nem existiram Quero ver a sua mãe e seus irmãos Chamar eles de cunhados e ela de sogra Ir para cama contigo assistindo um filme Depois fazer aquela transa em transe Que é íntimo da gente Eu queria que o presente tivesse sendo diferente
Quero descansar minha alma de tanto chorar Não sei porque temos tanto de sofrer O alimento é limitado Não vejo verde no prato O que é comer bem? É todo dia ter uma refeição? O que é refeição para aqueles que não tem? É a esperança de matar fome?
Oração à Terra O poeta e o exílio
Terra faz do meu suor a sua morada.
E que os meus pés cansados alcance algum destino. Pois, estou quase na copa de uma jabuticabeira e a minha boca não cansa de comer seus frutos, oposto dos meus pés, que estão cansados de andar em Vão.
Foram expulsos de sua pátria Paulo Freire, Darcy Ribeiro Caetano e Chico Fizeram músicas Musicais palavras sonetos E mágicas O povo brasileiro é refém de uma pedagogia Não libertadora A liberdade é exclusa Escusa, reclusa Presa Presa Torturada Amarrada Morta E ocultaram o seu corpo Morto nú No escuro Sem velas Escuro trevas Geisel e Castelo Branco Apoiados por um Condor Que se disfarçava de águia do imperialismo Salvador Allende morto, Jango fugiu Covarde ou herói Exército de Juiz de fora Marchou em 64 Ordem não é progresso Militar é pra defesa
Não pra comandar Al-5 assasina
Marighela mártir Guevara ainda existe
Título do poema Galileu e Deus
Meus dedos fazem festa Nunca me viu sem inspiração Como nessa época E eles como todos trabalhadores de renda baixa Adoram ficar acomodados
Tive a noção que não sou escritor Tenho a noção que não sou poeta Tenho a noção que o mundo é somente o umbigo Odeio gente que só reclama Odeio essa gente que é tão padrão Odeio eu mesmo por falta de coragem Amo a paz que me faz escrever Amo o caos que sinto em pensar Tudo isso aqui é por causa do Big Bang Ou de um deus que criou em sete dias Teorias e teorias que dão nisso aqui Evolução ou criação Uma coisa engole a outra Sou testemunha da evolução E da criação também
Um feijãozinho temperado é tudo de bom Complementado com um arrozinho e um ovinho feito na margarina. Maior delícia da vida Olhar meu amorzinho Enquanto a parede ela pinta Focada como se tivesse uma pluma na mão Atenta a qualquer erro em que ela achar defeito Solta, leve com pinceladas a esmo Só fico reparando a sua perfeição. Livre pensamento voe E vai fique livre Arrebente o nó que lhe inibe Viva como vc é Ética e amor que soe Nesse mundo axé Que dói e você se doe Pra aqueles que não tem fé Estrofes sem regras Democrática a direito a falas de todos Até mesmos pras mais patéticas Idéias que iludem corações de tolos.
Despoesia QUEREM PLANTAR
Sou a despoesia da filosofia oriental Querendo me ocidentar tipo Kublai Khan Dois sóis que nascem em diferentes continentes da terra
Sou a liquidificação da areia do Saara No deserto a noite é fria E a lua é lâmpada Império nenhum desmorona na primavera
Outono de pandemia Cérebro frita nessa tarde desconexa
Delação do Paulo Marinho fodem o Presidente
A filosofia É modo de vida? Raso? Ou razoável?
Contesto o tudo e misturo tipo Oswaldo de Andrade Declarando o Pau Brasil Cultura, sabores, músicas e arte
Somos parte disso
Bêbados, chapados e querendo plantar maconha
Pipoca salgada na bacia gigante. Baseado apertado na seda grande. Risos largos e sorriso na cara, Pensamentos, conversas e poesias. Confrontos de ideologias, E uma única reflexão que une. Queremos plantar maconha , E não fumar mais prensado.
POETA Mano não quero ser rockstar
Olá, sou Patrick Tavares Bittencourt, Poeta, fotógrafo e filmaker do coletivo Influência Autônoma Studios. Um coletivo advindo da divisa cortada pelo Rio Paraíba do Sul, entre Carmo RJ e Além Paraíba MG, em um bairro chamado Influência, onde a arte germina do solo de antigos alunos da Escola Estadual Independência.
Minha vida vai virar um jogo Não sou o CJ que já virou Vou tacar tiros nesses porcos Nesses putos que me atrasou Matei um deles, agora tenho duas estrelas Macete de vida me dar dinheiro Pensar em disputa, em chegar primeiro Faça as missões e a quebrada te respeita Olha quantos corpos ficaram no chão. Quantas vidas tu leva nas costas?
O que eu faço com essa arma na mão? Meu deus me dá a resposta!
Por favor não fica mudo Já cansei de ficar puto Era um moleque tão puro, Inseguro quanto ao futuro Ouço noticia de genocidio Meu país matando seu próprio povo A politica e seus homicídios Polícia matando de novo Tio, as suas pernas tão tremendo! Gritando que não tá respirando! Sufocado de gás lacrimogêneo Na viatura da PRF desse estado tirano
Propaganda no Meu Poema O mesmo sítio diferente
Não quero ver propagandas para declamar um poema Tenho o direito de não ver, mas tenho direito de declamar Esse aplicativo não merece a minha voz A janela do meu quarto merece Quer me cobrar? Não lhe devo nada! Absolutamente nada! Sou contra a propaganda
Não quero vender 30 segundos do meu tempo Não sou obrigado!
A minha janela não cobra nada. Absolutamente nada Aliás, ela ainda fica atenta, toda a ouvidos Imóvel e também sem aplausos Sem comentários Um silêncio subjetivo
Um dia quis voltar para a roça onde cresci. Aqui no sítio o ar era fresco, tinha um odor de esterco de boi na estrada de terra batida, caminhava até chegar no asfalto para pegar a kombi escolar. Quinze anos se passaram. Cheguei agora. A estrada de terra também é de asfalto e o sítio em brasas, fede a fumaça.
Decorações
Não gosto mais de decorações e eu não quero ser mais uma em sua vida
Devaneios
Eu que tenho raiva de Deus Sou indignado com esse mundo Não me sinto bem Me sinto ingrato Por tudo que não foi dado A má divisão A nossa história Alienação e memória Tudo automático Programado e de olhos fechados Ligo a tv Futebol, novela e lazer Ninguém liga mais pra chuva ou frio Não lembro nem mais de quantos meninos de rua vi no Rio Interior mendigos são poucos A desigualdade é na cara Casinha simples e de frente quase uma mansão A família do ex vice-prefeito até academia tem no quintal Minha vó ainda sonha com a casa própria Eu sonho em condições de vida estabilizada pra todos Poucos fazem esse circo E a gente entra no espetáculo Assistindo e participando Sem pensamento crítico
E a vida só levando Sei lá
Quero comprar uma câmera
Já que o que faz a gente esquecer dos outros e pensar em nós mesmos É comprar Então vou comprar Esquecer a escravidão contemporânea
Esquecer de me vender pra viver e consumir Esqueço até de mim quando compro Só penso no objeto a ser comprado
Até tê-lo E enjoar dele E criar outra espectativa de consumo Pra esquecer que saio pra trabalhar na luz do dia E volto na luz do poste.