Ana Luisa Ribeiro

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ANA LUÍSA RIBEIRO


ANA LUÍSA RIBEIRO Exposições individuais More book of ours and marginalia (Galeria P-13. Pfaffengasse . Heidelberg, Alemanha Germany, 2012) Marginalia ou o Epílogo (Sala do Cinzeiro, Fundação EDP Museu da Electricidade. Lisboa Lisbon Portugal, 2012); Books of ours (Art and Museums Library of the city of Cologne at Ludwig Museum. Colónia Cologne Alemanha Germany, 2008); Spots, letters and other icons (Albert Baumgarten Gallery. Freiburg Alemanha Germany, 2007); Noch mehr Fälle und Stürze, Tauchgänge und Abstrakte Bilder (Jenaer Kunstverein. Jena Alemanha Germany, 2006); Projecto Perder o Norte (Galeria Filomena Soares. Lisboa Lisbon Portugal, 2005); Quedas, Mergulhos e Pinturas Abstractas, (Galeria Filomena Soares. Lisboa Lisbon Portugal, 2003); Pingos, Paisagens e Prosas (Galeria Módulo. Lisboa Lisbon Portugal 2001); Private Collection (Nartex & Stairwell Gallery, Nova Iorque New York, Estados Unidos United States, 2000) Exposições Colectivas Artistas Portugueses lá fora (Museu da Presidencia da República, Viana do Castelo, Lisboa, 2008); Território Oeste - Aspectos singulares del arte portugués Contemporáneo (MACUF - Museu de Arte Contemporaneo Unión Fenosa. A Coruña, Espanha Spain, 2008); Dassollkunstsein vol.4 (Baumgarten Gallery, Kunstevein Freiburg, Marienbad, Alemanha Deutschland, 2005); Portuguese Contemporary Art (European Central Bank, Frankfurt Alemanha Deutschland, 2002); Prémio E.D.P de Artes Plásticas S.N.B.A., Lisboa Lisbon Portugal Prémios VII Prémio de Pintura . Museu Amadeo de SouzaCardoso, Museu Amadeo Souza-Cardoso . Amarante, Portugal, 2009

Solo exhibitions More book of ours and marginalia (Galeria P-13. Pfaffengasse . Heidelberg, Alemanha Germany, 2012) Marginalia ou o Epílogo (Sala do Cinzeiro, Fundação EDP Museu da Electricidade. Lisboa Lisbon Portugal, 2012); Books of ours (Art and Museums Library of the city of Cologne at Ludwig Museum. Colónia Cologne Alemanha Germany, 2008); Spots, letters and other icons (Albert Baumgarten Gallery. Freiburg Alemanha Germany, 2007); Noch mehr Fälle und Stürze, Tauchgänge und Abstrakte Bilder (Jenaer Kunstverein. Jena Alemanha Germany, 2006); Projecto Perder o Norte (Galeria Filomena Soares. Lisboa Lisbon Portugal, 2005); Quedas, Mergulhos e Pinturas Abstractas, (Galeria Filomena Soares. Lisboa Lisbon Portugal, 2003); Pingos, Paisagens e Prosas (Galeria Módulo. Lisboa Lisbon Portugal 2001); Private Collection (Nartex & Stairwell Gallery, Nova Iorque New York, Estados Unidos United States, 2000) Group Exhibitions Artistas Portugueses lá fora (Museu da Presidencia da República, Viana do Castelo, Lisboa, 2008); Território Oeste - Aspectos singulares del arte portugués Contemporáneo (MACUF - Museu de Arte Contemporaneo Unión Fenosa. A Coruña, Espanha Spain, 2008); Dassollkunstsein vol.4 (Baumgarten Gallery, Kunstevein Freiburg, Marienbad, Alemanha Deutschland, 2005); Portuguese Contemporary Art (European Central Bank, Frankfurt Alemanha Deutschland, 2002); Prémio E.D.P de Artes Plásticas S.N.B.A., Lisboa Lisbon Portugal Awards VII Prémio de Pintura . Museu Amadeo de SouzaCardoso, Museu Amadeo Souza-Cardoso . Amarante, Portugal, 2009

Ana Luísa Ribeiro ,Untitled (the theme),Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas 230x190 cm


Ana Luísa Ribeiro, Untitled (ATM IV), 2007, Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas, 9(60 x 80 cm)


Ana Luísa Ribeiro, Unititled (cenas de familia), 2009, Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas, 100 x 140 cm


ANA LUÍSA RIBEIRO - SEM TÍTULO Anja Dorn Aparentemente, as imagens de Ana Luísa Ribeiro colocam-nos perante recortes de catálogos de arte. Páginas de livros extremamente ampliadas são copiadas a óleo pela artista e da alteração das relações de grandeza - e porque as imagens apenas mostram pormenores de imagens e textos - resultam alterações de sentido. Em raríssimos casos é possível identificar a proveniência da página ou mesmo o autor das ilustrações. São as pinceladas gestuais de Ana Luísa Ribeiro reconstruídas ou as suas próprias? Só a precisão fotográfica da reprodução das letras indica que se trata de uma cópia de documentos reais. Os fragmentos de texto, em tamanho de cartaz, surgem quase como lírica surrealista. As estruturas sintácticas desagregamse, exactamente como o seu sentido original. Texto surge explicitamente como imagem. Ao ser tratado da mesma forma que uma sombra, projectada pela dobra do livro reproduzido ou pelas linhas de cor no canto de uma ilustração, é jogado contra os outros níveis semânticos. Sob este prisma, as imagens surgem como análises linguísticas da pintura. Tal como John Baldessari, que nas suas obras anula a correspondência entre texto e imagem, desconstruindo assim conceptualmente a possibilidade da produção de sentido na pintura, Ribeiro - sobretudo com as suas cópias, pintadas de modo muito controlado, de imagens abstracto-expressionistas - põe em causa a pretensão de autenticidade e verdade nelas contida. Parece-me pois redutor ler os trabalhos de Ana Luísa Ribeiro tendo exclusivamente em conta as suas qualidades poéticas. A sua perspectiva crítica, conceptual, ficou expressa de forma muito concreta num trabalho que realizou para o EDP.arte Prémio de Pintura em 2002. Este prémio artístico, no valor pecuniário de €5.000, entende-se como “campo de reflexão sobre duas disciplinas tradicionais e as suas práticas, como possibilidade de convocar questões que, provindo ou dirigindose directamente às disciplinas em causa, pudessem

problematizar e lançar a discussão sobre a complexa rede de condicionalismos da produção artística contemporânea”. Ana Luísa Ribeiro apresentou aí um trabalho (Sem título, 2002) constituído por pequenas telas, que foram ordenadas numa área de 6 x 10 quadros. As imagens mostram excertos ampliados dos catálogos das duas edições precedentes do concurso e, medindo 35 x 45 cm, reproduzem aproximadamente o formato dos catálogos abertos. Podemos ver pormenores dos trabalhos reproduzidos, como por exemplo, salpicos de tinta azul sobre fundo cinzento, formas verdes amorfas ou superfícies de cor vermelho-alaranjadas. Ao lado, encontramos recortes de textos ou títulos de obras. O brilho do papel também é reproduzido na pintura. Outros quadros mostram partes do corpo humano a preto

Ana Luísa Ribeiro, Untitled (ATM IV), 2007, detalhe detail

e branco, como o olho de um homem que se inclina sobre um objecto ou uma mão que põe de lado um retalho de tecido: provêm dos retratos fotográficos que, em meia página do catálogo, precedem cada apresentação das obras expostas. Mesmo nos registos fragmentários de Ribeiro reconhece-se imediatamente uma linguagem corporal de tendência dramática conhecida da fotografia e do cinema. Na verdade, os, retratos apresentam os artistas, na maioria das vezes no atelier ou no seu apartamento, em poses exageradas. Todos os clichés sobre o artista movido pela paixão, intelectual ou abstraído se encontram aqui confirmados. Assim, no catálogo de 2002, vemos Joana Rosa, interrogando-se melancolicamente diante de uma das suas imagens-espelho, ou Vítor Pomar, sentado no seu atelier numa posição de ioga. Ana Luísa Ribeiro não deu ao fotógrafo contratado quaisquer indicações, na medida em que questiona por princípio a suposta relação, patente no catálogo, entre as personalidades artísticas representadas nos retratos e a sua arte. Nessa medida, ele fotografou-a a trabalhar, apesar de isso não ser imediatamente óbvio na imagem, que a representa sentada numa brecha entre duas estantes, numa postura frágil, acocorada sobre um livro que está no

chão. Um acaso cómico, que nos levaria a abanar a cabeça divertidos, se não limitasse radicalmente, invertesse até completamente a leitura dos seus trabalhos. Afinal de contas, trata-se aqui de criticar um entendimento do artista que o concebe como génio hipersensível de elevados valores. A parede coberta de quadros de Ana Luísa Ribeiro lembra um painel de azulejos, no seu todo de pequenas partes de matiz irónica. Diante de cada tela, começamos instintivamente a imaginar que artista português se poderia esconder por trás dela. Contudo, a sua forma de acesso ao trabalho de outros artistas não tem neste caso nada a ver com uma identificação positiva. Antes se trata aqui de analisar a forma como um catálogo funciona. O trabalho de Ribeiro aproxima-se do modo de apropriação de Louise Lawler ou Richard Phillips, ao focar a questão de como a arte eventualmente se transforma em arte apenas através dos seus sistemas específicos de representação. Tradução do alemão de Cláudia Gonçalves In http://www.anamnese.pt/?projecto=apa

Ana Luísa Ribeiro, Untitled (ATM IV), 2007, Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas, 9(60 x 80 cm)


Ana Luísa Ribeiro, Untitled, 2007, Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas, 230 x 190 cm


Ana Luísa Ribeiro, “Books of ours” series, 2008, Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas, 60x40 cm each


Ana Luísa Ribeiro, obras de série B.O. Unreleased works from B.O. Unreleased series acrylic and oil on canvas, 30 x 40 cm


ANA LUÍSA RIBEIRO - UNTITLED Anja Dorn Ana Luísa Ribeiro´s images apparently place us in the presence of cuttings from art catalogues. Extremely amplified pages from books are copied in oils by the artist, and the alterations in the relationships of greatness - and because the images show details from images and texts - result in alterations in meaning. In very rare cases it is possible to identify the origin of the page or even the author of the illustrations. Are Ana Luísa Ribeiro´s gestural brushstrokes reconstructed or are they her own? Only the photographic precision of the letters indicates that they are copies of real documents. The poster-size fragments of text stand as almost a surrealistic lyricism. The syntactic structures are degraded, exactly like their original meaning. Text appears explicitly as image. In being treated in the same manner as a shadow, projected by the fold in the book reproduced or by the lines of colour in the corner of an illustration, is played against the other semantic levels. From this view, the images stand as linguistic analyses of painting. Just like John Baldessari, who annuls the correspondence between text and image in his work, thus conceptually deconstructing the possibility of producing meaning in painting, Ribeiro above all with her very controlled painted copies of abstract-expressionist images - questions the intention of authenticity and truth contained in them. It thus seems to me to be reductive to read Ana Luísa Ribeiro´s works exclusively taking into account their poetic qualities. Her critical and conceptual perspective was expressed in a very concrete manner in a work she carried out for the EDP.arte Painting Prize in 2002. This art prize, with a pecuniary value of 􀀁5.000, is seen as a “field of reflection on two traditional disciplines and their practice as a possibility of raising questions that directly arise from or are aimed at the disciplines concerned and might problematise and open up discussion on the concept network of conditioning factors surrounding contemporary artistic production”. For the competition, Ana Luísa Ribeiro presented a work (Untitled, 2002) made up of small canvases organised into an area of 6 x 10 paintings. The images show amplified excerpts from the catalogues of two previous holdings of the competition. They measure 35 x 45 cm, and approximately reproduce the format of the open catalogues. We may see details of the works depicted, such as, for example,

spatterings of blue paint on a grey background, amorphous green shapes or surfaces of reddish orange colour. To one side we find cuttings from texts or titles of works. The shine of the paper is also reproduced in the painting. Four paintings show parts of the human body in black and white, like the eye of a man who is bending over an object, or a hand that is putting aside a cutting of cloth: these come from the photographic portraits that, on a half page from the catalogue, precede each presentation of the works exhibited. Even in Ribeiro´s fragmentary registering one can immediately recognise a body language with a dramatic tendency proper to photography and cinema. Indeed, the portraits present the artists in overblown poses, mainly in their studios or apartments. All the clichés about the intellectual or absent-minded artist driven by passion are confirmed here. Thus, in the 2002 catalogue, we see Joana Rosa in melancholy wondering in front of one of her mirror-images, or Vítor Pomar, sitting in his studio in a yoga position. Ana Luísa Ribeiro did not give any indications to the photographer contracted, in the sense that she as a principle questions the supposed relationship shown in the catalogue between the artists depicted in the portraits and their art. In that sense, he photographed her at work, although this is not immediately obvious in the image, which shows her sitting in a gap between two sets of shelves, in a fragile pose, crouching over a book on the floor. This would be a comical chance event, which would lead us to smilingly shake our heads if it did not radically limit and even completely invert the reading of her works. After all, this is a criticism of an derstanding of the artist who is held as a hypersensitive genius with higher values. Ana Luísa Ribeiro´s wall covered in paintings reminds one of a tile panel in its whole made up of small, ironic parts. In relation to each painting, we instinctively start to imagine what Portuguese artist might be hiding behind it. Yet in this case her form of access to the work of other artists has nothing to do with a positive identification. Rather it is a matter of analysing the way a catalogue works. Ribeiro´s work is close to Louise Lawler´s or Richard Phillips´s manner of appropriation, in highlighting the question of how art might possibly be transformed into art through its specific systems of representation. In http://www.anamnese.pt/?projecto=apa

Ana Luísa Ribeiro, Untitled (Exultantly), 2007, Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas 215 x 130 cm


Ana Luísa Ribeiro, Untitled (Colour Plates), 2005, Acrílico e óleo sobre tela Acrylic and oil on canvas, 150 x 130 cm


Vista da exposi巽達o no Beck & Eggeling, D端sseldorf, Alemanha, 2007 View of the exhibition at Beck & Eggeling, D端sseldorf, Alemanha, 2007


Vista da exposi巽達o no Beck & Eggeling, D端sseldorf, Alemanha, 2007 View of the exhibition at Beck & Eggeling, D端sseldorf, Alemanha, 2007


Ana Lu铆sa Ribeiro, Untitled (Always, Dreaming, Dizer), 2007, 贸leo s/ tela oil on canvas 60 x 80 cm each


CARLOS CARVALHO ARTE CONTEMPORÂNEA Rua Joly Braga Santos, Lte. F - r/c + (351) 217 261 831 + (351) 217 210 874 carloscarvalho-ac@carloscarvalho-ac.com http://www.carloscarvalho-ac.com Seg a Sex das 10h às 19h30 / Sáb das 12h às 19h30 From Mon to Fri: 10am to 7:30pm / Sat: 12:00 to 7:30pm Artistas Artists Ricardo Angélico | José Bechara | Isidro Blasco | Daniel Blaufuks Catarina Campino | Mónica Capucho | Isabel Brison | Carla Cabanas Manuel Caeiro | Alexandra do Carmo | Paulo Catrica | Sandra Cinto Roland Fischer | Javier Núñez Gasco | Susana Gaudêncio | Catarina Leitão Álvaro Negro | Luís Nobre | Ana Luísa Ribeiro | Richard Schur José Lourenço | José Batista Marques | Antía Moure | Noé Sendas Eurico Lino do Vale | Manuel Vilariño


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