Por Carlos Col éct 22/01/2016 |1
Sobre a distorção da palavra (imagem) na memória.
De acordo com a Enciclopédia de Psicologia Contemporânea, Bartlett, da Universidade de Cambridge, realizou uma pesquisa sobre a distorção provocada pela memória ao reproduzir o que reteve. Quando ela reproduz o que memorizou, tende a modificar para a representação que é convencionalmente mais aceita. Na verificação deste conceito, Bartlett deu a um sujeito um desenho (uma coruja) e depois de tirá-lo de sua frente, pediu que desenhasse a figura. Apanhou o trabalho dessa pessoa e mostrou-o
a outra, tirando-o logo em seguida da sua visão. Assim é que na décima reprodução pelo décimo sujeito, a coruja já era um gato (ver imagem). O mesmo podemos dizer, ocorre com estímulos verbais que se retém. Donde o dito popular; quem conta um conto, aumenta um ponto. Por este fato constatado na psicologia humana, é possível entender que as palavras que hoje chegam até nós por meio de reproduções não são exatamente como as originais. O que Platão um dia disse, hoje não é exatamente o que ele disse. O que Aristóteles ou Agostinho disseram já não tem o mesmo teor. O que Paulo ou Yeshua (Jesus) disseram, hoje não corresponde exatamente ao que disseram. A bíblia em
si,
pelas
muitas
reproduções, corresponde
não ao
seu
formato original, o qual é desconhecido no tempo. As palavras, ao entrarem no mundo particular de cada moldam,
indivíduo, articulam-se
se e
tomam outra forma, da mesma forma que ela se modifica
no
contexto
social de cada época.