A TORAH, A LEI, E A INSTRUÇÃO PARA ISRAELITAS NATURAIS E NÃO NATURAIS

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_______________________________________________________________________Por Carlos Coléct

A Torah, a Lei e a instrução para israelitas naturais e não naturais (ex-gentios) _____________________________________________________________________________________ Bom, o primeiro ponto a ser entendido, é que precisamos notar que o gentio deixa de ser gentio(no sentido de estrangeiro - estranho) ao entrar no povo do Eterno.No povo do Eterno não há gentios, há NÃO NATURAIS, mas não existem mais estrangeiros ou gentios, pois passam a ser concidadãos. Eu vejo algo muito simples. Conforme diz em Ef 2.11-22 11

Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, 12 naquele tempo, estáveis sem Messias , separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Elohim no mundo. 13 Mas, agora, no Messias Yeshua, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados (Comunidade de Israel) pelo sangue do Messias. 14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, 15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de dogmas, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, 16 e reconciliasse ambos em um só corpo com Elohim, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. 17 E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; 18 porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. 19 Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Elohim, 20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Messias Yeshua, a pedra angular; 21 no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, 22 no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Elohim no Espírito. Acima, temos Paulo(Shaul) falando daqueles que eram considerados gentios pelos judeus.Esse gentios aqui referidos são aqueles israelitas das 10 tribos do Reino do Norte de Israel, os quais se misturaram com os costumes do povos e foram considerados como gentios, porém, entendo que também cabe a todo aquele considerado um estrangeiro ou não natural de Israel, ou seja, quem for considerado gentio. No verso 11 em diante, nos declara que os gentios eram gentios na carne, afastados na COMUNIDADE DE ISRAEL e estranhos as alianças das promessas, não tendo esperança e sem D’us no mundo, e que pelo sangue de Yeshua os gentios foram aproximados, e se assim pensamos, os gentios de um certo modo passam a viver não mais como gentios, de do conceito do “caminho das gentes”.


“Mas, agora, em Yeshua o Messias, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue do Messias”Ef 2.13 Portanto, fica claro que os “não naturais” no Messias , se tornam ex-gentios , e são enxertados na comunidade de Israel, e tornam-se participantes das alianças, da esperança e do D’us(Elohim) de Israel. A palavra usada aqui no grego para “aproximados” é “eggus” que tem o sentido de um “aperto como de um abraço” e também essa expressão “vir para perto” era usada pelos rabinos como equivalente a “tornar-se um prosélito”(inserido na comunidade de Israel).Sendo assim, os gentios são abraçados pela congregação de Israel através do Messias, e é isto o que precisamos viver em Yeshua. Há uma comunidade e dentro desta comunidade há israelitas naturais e os não naturais E é importante ressaltar que essa Comunidade de Israel, como assim coloquei na carta, não é uma comunidade temporal e física, mas a Comunidade composta pelos santos desde a antiguidade, dede Abraão. Pois bem, e quando aproximados dessa comunidade pelo sangue de Yeshua, aceitar a remissão por Ele realizada, torna -se então concidadão dos santos.O que significa isso? Significa ter a mesma cidadania, a mesma constituição, a qual é a Torah, os mandamentos do Eterno.O estrangeiro deixa de ser estrangeiro e passa a adquirir a mesma lei do natural.Assim como o brasileiro que vai morar na Europa, por exemplo, ele adquire a mesma cidadania e passa viver a mesma constituição de um europeu nato. Para ficar um pouco mais claro, darei um exemplo daquilo que ocorre comumente em nossos dias: a busca para se obter a cidadania européia e seus benefícios. Pois bem, se sou brasileiro e quero ir para a Europa sem a cidadania européia, eu sou desta forma considerado e tratado como um estrangeiro e inserido dentro das leis de um hóspede temporário(forasteiro), ou seja, não poderei permanecer na Europa, trabalhar permanentemente, ou receber benefícios de um cidadão europeu. Porém, se eu adquiro a cidadania européia, eu sou inserido dentro da legislação de um cidadão, podendo assim, desfrutar dos direitos civis e políticos dessa terra. Sendo desta forma, em Ef 2.19, Paulo nos diz que os não naturais de Israel agora possuem uma cidadania, eles podem participar dos direitos e deveres da comunidade de Israel, o que no caso seria a Torá. Assim os gentios participam do mesmo D’us, do mesmo culto, das mesmas alianças, da mesma Lei, e da mesma glória e promessas, do mesmo país e Messias dadas a Israel, pois deles é tudo isso de acordo com Rm 9.4. Desta forma, recapitulando , Shaul(Paulo) nos fala no verso 19 que através do madeiro, os gentios não são mais estrangeiros e nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de D’us, ou seja, daqueles que estão inseridos no Messias Yeshua.É bom compreendermos, que Paulo está falando da comunidade de Israel, portanto, se olharmos o significado da palavra “forasteiros”, o qual é “paraikos”, e tem o sentido de um “hóspede temporário”, entendemos que Paulo está falando que os gentios agora podem permanecer na comunidade de Israel, ou seja, agora eles se tornam concidadãos, e isto nos traz o esclarecimento de que os gentios agora podem participar da mesma cidadania, gozando assim dos direitos civis e “políticos” das alianças de D’us apara com o povo de Israel. E na Torah em certas ocasiões, o Eterno reafirma que há uma mesma Lei para o estrangeiro e o natural. Ex 12.49 - A mesma lei haja para o natural e para o forasteiro que peregrinar entre vós


Lv 24.22 - Uma e a mesma lei havereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o SENHOR, vosso Eterno. E isto porque o estrangeiro, embora continue como sendo um não natural de Israel, el deixa da sua posição de estrangeiro, este não natural passa a ser um morador, portanto cabe a ele as mesmas leis. Agora quanto aos costumes e tradições, nem o natural ou o não natural precisam ou tem obrigação em fazer.Costumes são costumes e não leis. Vejamos também a questão da Oliveira descrita em Rm 11: Onde nós temos uma oliveira natural, e o galhos que são enxertados.Esses galhos enxertados são os gentios, não naturais da Oliveira, ou também como anteriormente falado, podem ser os Israelitas que perderam a identidade no meio das nações e passaram a ser considerados gentios.Mas enfim, esse galhos não naturais são enxertados e passam a receber a mesma seiva da mesma raiz, não há como receber uma seiva de uma raiz diferente.Portanto, entendo que todos os galhos, tanto naturais quanto os não naturais passam a serem iguais na essência. Mas torno a dizer que devido a algumas bençãos específicas feitas anteriormente a Abrão, Isaque e Jacó, pode haver alguma diferenciação no cumprimento de propósitos, isto é, o Israel natural, os naturais carregam alguns propósitos específicos e creio que isso se dá devido as bençãos proferidas as tribos.Um desses propósito que o judeu natural carrega, como assim creio, é o propósito de legislar a Torah e revelar o Messias, e nesses dias o despertar e o restabelecimento de Judá natural cumpre esse propósito de forma maravilhosa, e isso para alcançar os não naturais.O Israel natural tem um propósito representativo perante as nações da Terra.Lembremos que de Yeshua e seus discípulos, judeus naturais, fluiu a Palavra do Eterno até nós, e da mesma forma quando o Israel natural saiu do Egito, muitos estrangeiros entraram no propósito do Eterno e saíram do Egito também.Portanto, nesse sentido há um propósito específico para o natural, mas com relação a essência e mandamentos, creio que há uma igualdade para ambos. Geralmente quando se fala em mandamentos específicos para judeus, como esse “ministério” fala, está se tratando da circuncisão, mas eu não entendo que seja somente para o judeu.Lógico que deve se compreender o propósito da circuncisão e a razão correta para se fazer, e não deve ser feita com o objetivo de se converter a uma religião judaica. Pois bem, eu entendo que é tanto para o não natural e para o natural, porque o Eterno deu este mandamento a Abraão e Abrão não era judeu ou israelita, ele era um hebreu, portanto, o mandamento vem antes do judeu, e outro ponto é que quando o Eterno dá este mandamento, Ele diz que todo o estrangeiro que estiver na casa de Abraão deve assim passar pela circuncisão. Gn 17.11,12 - Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. 12

Gn 17.27 E também foram circuncidados todos os homens de sua casa, tanto os escravos nascidos nela como os comprados por dinheiro ao estrangeiro. Percebemos nessas palavras que aquele que não é da estirpe de Abraão, ou seja, o estrangeiro que está na casa de Abrão também passa pela circuncisão física.Porém, torno a dizer, que a circuncisão precisa ser compreendida dentro do seu propósito correto, e não dentro de um ritual da Religião do


Judaísmo.Paulo(Shaul) em suas cartas ele fala contra a circuncisão feita fora do propósito correto, e não contra a circuncisão em si.Mas este é outro assunto. As leis específicas que vejo na Torah, são aquelas referentes a classes sociais ou classes de pessoas, como por exemplo, lei para o agricultor, para a grávida, para o doente, para o estrangeiro que ainda não está dentro do povo, ou seja, para aquela pessoa que apenas está passando e não habitando no povo, e assim por diante.E não leis específicas para o natural ou para o não natural que habita no meio do Povo. E no episódio de At 15, diz respeito ao concílio de Jerusalém realizado pelos discípulos de Yeshua, devido a alguns problemas do início da comunidade do 1º séc, ou seja, alguns estavam perturbando os não naturais( gentios) que estavam entrando para a comunidade, e estes eram do grupo da circuncisão, os quais diziam que a circuncisão era obrigatória para se entrar na comunidade, e estavam forçando e perturbando os novos, e os discípulos então decidiram dar algumas leis iniciais, pois em cada Shabat eles estariam aprendendo mais da Torah , e assim saberiam gradativamente como procederem.Entendo que os novos não naturais não foram isentados dos mandamentos, ou de algum em específico, mas foram orientados a fazerem alguns iniciais e com o tempo aprenderiam os outros. Leia atos 15 e você compreender melhor. At 15.19-21 - Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem ao Eterno, 20 mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue. 21 Porque Moisés tem, em cada cidade, desde tempos antigos, os que o pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados.1 Bom então isto não isenta aqueles que eram considerados gentios a observarem a Torá( instrução e não apenas Lei- pentateuco), pois Tiago fala no verso 21 que Moisés é lido todo o sábado nas sinagogas, ou seja , eles estariam estudando as Escrituras e se aprofundando mais a respeito das instruções do Senhor.é como se alguém hoje começasse a frequentar um congregação evangélica, mas essa pessoa estivesse saindo de um contexto de espiritismo.A primeira instância não haverá uma proibição de tudo, mas algumas recomendações necessárias para o início e automaticamente quando a pessoa for ouvindo outro ensino, ela aprenderá gradativamente sobre seus “deveres” dentro do contexto evangélico. A intenção de D’us no pensamento hebraico, nas escrituras e segundo alguns rabinos sempre foi extender a Torá para a humanidade, não algo apenas para o povo de Israel, pois Israel foi constituida para levar essa revelação aos povos, e escolhida para ser um sinal para as nações. Dando continuidade, quero fazer uma observação que nos ajuda um pouco mais na compreensão do termo “hebreu” do qual vem o “hebraico”. Primeiramente, este termo vem da raiz hebraica que quer dizer “atravessar, passar”. E em segundo,vemos que em Gn 14.13 que Abraão foi o primeiro a ser chamado de Hebreu e em Ex 3.18 os seus descendentes são chamados “hebreus”.E ainda Paulo nos fala em Gl 3.29 que quem está no Messias (gentios e judeus) é chamado descendência de Abraão. Portanto os que estão em Yeshua, posicionados Nele, são “hebreus”, chamados para “atravessar” Sendo assim, entendo que precisamos retornar como Igreja e indivíduos em Cristo às raízes e ao pensamento hebraico, pois nossa origem está neste pensamento. Vejamos um exemplo: eu sou um compositor e dou a minha canção para outra pessoa regravar,e se uma terceira pessoa quiser saber algo sobre a canção?Surgem então perguntas do tipo: como ela foi composta? Qual o ambiente?Qual a condição emocional que a gerou?Qual a cidade em que foi composta? Qual a intenção? As respostas ela irá encontrar em quem? Em mim que compus a canção ou na pessoa que regravou? Com certeza em mim, ou seja, na origem da canção.Com este exemplo entendo a importância de nos voltarmos para o contexto original das escrituras. E que fique bem claro que isto nada tem a ver com judaizar, ou implantar tradições


do povo judeu entre os gentios.O corpo do messias é composto por ambos, ou seja, naturais e não naturais..(Ef 2.16). -Quero compartilhar mais um entendimento sobre Atos 1.4. “E, comendo com eles, determinou-lhes que não se separassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes” (At 1.4) É interessante pensarmos no que o Senhor Yeshua ordenou, pois creio que não temos obedecido esta ordem. Ele disse para os seus discípulos não se separarem de Jerusalém, mas que esperassem a Promessa do Pai, o Espírito, o Poder do Alto. Um dos significados para Jerusalém é “ensino pleno e completo”, pois Yerushalaim(Jerusalém) é uma junção de “‫רה‬ ‫ רה‬yarah “(ensino) e “‫שלם‬ ‫ שלם‬shalem” ( pleno, inteiro, completo), desta palavra procede “ shalom” e de “Yarah” procede “torah”.Sendo assim o Ensino Completo se encontra na Torah. Posso compreender que se nos separamos de Jerusalém, nos afastamos assim de um ensino completo. Entendo que isto tem ocorrido conosco durante os séculos. Por anos, temos recebido um ensino incompleto e deficiente. Precisamos nos conectar novamente com Jerusalém, pois a Promessa, o Espírito, o Poder do Alto, vem quando estamos em Jerusalém, e ali temos o ensino completo. Não há Poder do Espírito e nem ensino pleno fora de Jerusalém. Voltemos à Yerushalaim!! Não para a Jerusalém nascida na carne, mas para a nascida da promessa(Gl 4.25), onde não há o legalismo , não há as obras da lei e nem a corrupção, mas há a Torá(Lei) perfeita da Liberdade no Messias.( Tg 1.25) “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade(Jerusalém), até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lc 24.48 )

Shalom Carlos Coléct www.centroteshuva.blogspot.com


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