1
_______________________________________________________________________Por Carlos Coléct
Evidências Greco-Romanas-
Retorno ao Contexto Hebraico
2 1. Evidências greco-romanas _____________________________________________________________________________________ Sabemos que a cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental.Portanto a Igreja também acabou sendo influênciada pelas filosofias e pensamentos gregos. Durante os anos adquirimos muito sofismas.Paulo falou sobre os sofismas na Igreja de sua época (2Co 10.4), pois naquele tempo haviam muitas correntes filosóficas de Platão e outros.Essa palavra sofisma é o nome dado aos ensinamentos dos filosofos chamados sofistas ( “aqueles que com argumentos facciosos tentam enfraquecer o verdadeiro em favor do falso, o qual dão uma aparência de verdadeiro”).Seus ensinamentos consistiam em meias verdades, eles não acreditavam em verdades absolutas, mas sim que uma verdade era relativa a uma determinada situação.Eles também diziam que não importava o que você ensinasse, se você ensinou bem, isto então é uma verdade. Isto tem muita coerência com os nossos dias.(tinham a verdade como mutável, mas a verdade de D’us é imutável) 1.1 Renascença _____________________________________________________________________________________ Surgiu no período de transição entre a Idade Média e a Moderna no Séc XV. Deu-se este nome pelo fato de ter havido um renascimento , uma volta as referências da antiguidade clássica: Gregas e romanas.Entendo que este renascimento se estende até os dias de hoje. “Conhece –te a ti mesmo” – Inscrição gravada no templo de Delfos, na Grécia.Para Sócrates e Platão graças a esta afirmativa somos capazes de conhecer a verdade. Este pensamento da filosofia grega está focado em si, no homem como a fonte.(Para Karl Max23 “ A raiz do homem é o próprio homem” ) Mas no pensamento das Escrituras, D’us nos instrui à conhecê-lo, Pois Ele é e Nele está toda a verdade, sendo Ele mesmo a origem e a fonte de tudo. Desta forma se eu o conheço automaticamente me encontro com a verdade de quem sou, pois Nele está a minha origem. Eu me conhecerei quando O conhecer. Saberei quem sou quando souber quem Ele é. (ver o diálogo24 entre D’us e Moisés Ex 3.11)
Obra da Renascença (Verugino)
1.2 Amor platônico _____________________________________________________________________________________ O amor em Platão é falta, ou seja, o amante busca no amado a Idéia – verdade essencial- que não possui.Nisto supre a falta e se torna pleno, de modo dialético, recíproco.O outro supre em a o que me falta ( a metade da laranja, a tampa da panela). No sentido popular o amor platônico é o amor impossível de se realizar, um amor perfeito, ideal, puro, casto que só é possível no plano das idéias. Esta filosofia veio da mitologia, onde na crição do homem, houve também a criação de outra espécie chamada “Andróginos”.Seres que possuíam o masculino e o feminino em si, continham quatro pernas, quatro braços, dois rostos.Eles eram presunçosos e terríveis, e se voltaram contra os deuses, porém Zeus não queria destruí-los, e a solução para Zeus foi separá-los, dividi-los ao meio. Desde então, cada parte busca a outra parte para completar o que falta.Este é o surgimento do conceito de alma gêmea e a outra metade da laranja este é um pensamento grego e não bíblico25. 23
Karl Marx nasce em 1818, em Trier. Moisés se questiona a respeito de sua própria identidade,Porém D’us responde dizendo quem Ele é e não quem Moisés é. 25 Este texto está baseado no discurso de Aristófanes sobre o amor No Banquete com Platão – Platão. Os Pensadores.Diálogos, o banquete, Fedon, sofista, político.Ed. Abril Cultural.1979.pp 22,23) 24
3 Enquanto no pensamento Bíblico hebraico, o Senhor cria o homem do pó da terra, e da costela(lado) do homem forma a mulher para lhe ser por ajudadora - Gn 2.18 - (“ezer” que significa, dar auxilio, socorro) em seu trabalho, para ser cooperadora, conselheira.E se pararmos para pensar, o Senhor dotou a mulher com uma grande capacidade de auxilio, pois ela tem muita concenttração, tem a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, ela possui uma grande força e tudo isto é de auxilio para o homem. Mas não tem nada a ver com a mitologia grega, pois são dois seres inteiros e não metades que buscam suas metades.Não tenho que buscar na mulher o que falta em mim.Até porque quando o Senhor tirou a costela, fala as escrituras que Ele fechou a carne, ou seja, o lugar não está aberto esperando a costela novamente, eu não tenho que sair procurando uma costela.É o Senhor quem traz a mulher para o lado do homem, pois a mulher foi formada para o homem e não o homem para a mulher.(1 Co 11.8,9) “O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem defeitos, tal amor distanciase da realidade e como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia”(baseado em Platão)
1.3 Filosofia de Platão _____________________________________________________________________________________ Platão dizia que haviam os universais que era o perfeito, o plano superior e os particulares que é o físico, imitação do perfeito.Daí nasce algumas correntes filosóficas como o gnosticismo e o ascetismo trazendo uma dicotomia, uma divisão. os universais é o perfeito, o plano superior e os particulares que é o físico, imitação do perfeito
O gnosticismo começou a surgiu um pouco antes de Cristo e estava presente nos séc. I e II d.C e acabou influenciando alguns da Igreja do I séc. Segundo a doutrina, Cristo se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo material terreno, para conduzi-los ao mundo espiritual mais elevado. Segundo algumas linhas gnósticas, Cristo não veio em carne e nunca assumiu um corpo físico, nem foi sujeito à fraqueza e às emoções humanas, embora parecesse ser um homem. Alguns historiadores afirmam que o apóstolo João se refere a esse assunto quando enfatiza que "o Verbo se fez carne" (Jo l .14) e em sua primeira epístola que "todo o espírito que não confessa que Yeshua o Messias veio em carne não é de Elohim..." (l Jo 4.3).Houve um teólogo –cristão chamado Marcião26(160 d.C) que também foi influenciado, este dizia que o Deus do Velho testamento não poderia ser o mesmo do Novo Testamento, pois o do Velho é ruim e vingativo, criador das leis judaicas e por isso deveria ser rejeitado pelos cristãos.Por sua vez o do Novo é bom, portanto ele dizia e cria que só o Novo Testamento interessava aos cristãos e que nada tinha a ver com a Lei .Esta é uma influência da crença do gnosticismo. O pré-requisito essencial da filosofia gnóstica é o postulado da existência de uma "entidade imortal", que não é parte deste mundo, que pode ser chamado de Deus interno, Centelha divina, Crístico, divina essência etc, que existe em todos os homens e é a sua única parte imortal. Os gnósticos consideram que o estado do homem neste mundo é "anti-natural", pois ele está submetido a todo tipo de sofrimentos. Para eles, é necessário que o homem se liberte deste sofrimento, e isto só pode ocorrer pelo conhecimento.(wikipedia)
26
Segundo fontes históricas Marcião entendia que a criação de Javé não é uma bênção, mas uma sem-vergonhice! Pois é uma asneira criar o ser humano para depois lançá-lo à perdição com a queda e, finalmente, levá-lo à salvação....Marcião considerou, ainda, o ato de gerar e de parir uma grande indecência de Deus. Referindo-se à localização da vagina, afirmou: ?Nascemos entre as fezes e a urina? (interfaeces et urinam nascimur).
4 O ascetismo(askesis – pratica, exercício) tem como filosofia a repressão dos prazeres terreno para se alcançar uma maior espiritualidade. Vemos então que esta dicotomia em que o físico é ruim e metafísico é o bom, não está de acordo com as Escrituras, ou seja com o Eterno doador da vida.O que está no plano material é ruim, mas no pensamento de Elohim não é ruim, pois ele quem fez, o que é ruim é a corrupção do material. Por volta do Séc 3 com o surgimento do cristianismo, surgiu juntamente uma hostilidade muito intensa pela sexualidade humana e vida terrena e isto percorre a era medieval(Séc V – XV) com a ênfase na maldade humana e um foco excessivo quanto ao pecado havendo as práticas da auto –flagelação. Infelizmente a Igreja dentro do contexto protestante ainda vive um pouco para não dizer muito dessa filosofia, dizendo que a tv é pecado, o dinheiro é pecado, o sexo é pecado(fora de uma aliança é ), futebol é pecado, o corpo é pecado, etc...A maneira como essas coisas são usadas podem se tornar pecado, mas elas em si não são.No pensamento hebraico a vida terrena é um presente, uma dádiva de Elohim.( Ver Cl 2.20-23 – Paulo fala de práticas ascéticas e gnósticas) 1.4 Música _____________________________________________________________________________________ A palavra Música vem do grego musiké téchne, “a arte das musas”.Na grecia haviam nove entidades mitológicas chamadas de musas que eram consideradas “deusas inspiradoras da música” .
musiké téchne (Ap 20.8) Arte das musas
Na mitologia grega a musica também era usada pelas sereias, no sentido de encanto e sedução para com os navegantes.
Musas dançam com Apolo ( Baldassare Peruzzi)
Tenho percebido que nos meios religiosos há este tipo de pensamento, pois na maioria das vezes Se quer uma musica que inspire, que envolva, encante e seduza, para então se poder “adorar ao Senhor”.Até mesmo aqueles que ministram as vezes são levados por este desejo de seduzir. E se repararmos nos dias em que vivemos hoje, veremos esta sedução sendo usado pelo inimigo de nossas almas, essa é sua forma de agir (Ap 20.8).O Eterno de Israel não usa de sedução, pois esta forma de ação está relacionada ao engano. 1.5 Conceito grego de divisão _____________________________________________________________________________________ Dentro da filosofia grega é muito forte o conceito de dividir ou seccionar as coisas ou elementos da vida humana. Mas em um pensamento biblico hebraico não há essa divisão , tudo está interligado e funcionam juntas. Por exemplo, dentro do pensamento grego-romano, a religião se separa do Estado.E como vimos a pouco sobre a filosofia de Platão, nós temos a divisão dos universais e dos particulares, o divino e o terreno, o perfeito e o imperfeito.E dentro das Escrituras, não se dividi a vida civil do
5 compromisso com D’us, é tudo uma coisa só. Os mandamentos refletem em todas as areas da vida.Não há uma vida espiritual e uma carnal em uma só pessoa.Outro exemplo : corpo , alma e espírito, tudo está ligado, não há salvação só do corpo ou só da alma, ou só do espírito, há um homem integral. 1Tes 5:23
O mesmo Elohim da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Yeshua o Messias
Por uma questão didática pode haver uma divisão, mas não com o pensamento de independência.Um carro, por exemplo, é composto por várias partes. Nós temos, as rodas, o volante, o motor, os bancos, o câmbios, correias. E o carro depende de tudo isso para funcionar bem. Mas em uma escola de mecânica, haverá uma divisão e um ensino a respeito do motor, das rodas, do volante, das correias, porém com o objetivo de fazer com que todas estas peças funcionem de um modo eficaz juntas, trazendo assim o bom funcionamento do carro.Se nessa escola apenas se aprendesse sobre as peças independentemente,com o pensamento de que o carro é o motor, ou são as rodas, então, não haveria grande proveito dentro da unidade de peças que é o carro, pois haveria apenas uma divisão. O mesmo podemos notar no Corpo humano.O copo funciona bem com todos os órgãos juntos, não há como dividir. Mas em uma escola de medicina se estuda cada órgão separadamente, mas com o foco na unidade do Corpo. Na teoria se divide , mas na prática não pode haver divisão. 1.6 Ramificações da filosofia grega27 _____________________________________________________________________________________ Houve muitas ramificações da filosofia grega no período helenistico no sec IV a.C. Algumas dessa correntes são: *Cinismo (400 a.c) – seu pensamento era a autarquia e o desprezo pelo prazer. Diógenes de Sínope – o maior nome do cinismo, vivia em um barril. Pregava essencialmente o desapego aos bens materiais e externos.
*Ceticismo - a filosofia era “ nada pode ser conhecido, nem mesmo isto, devemos duvidar sempre”. “ As opiniões sobre as coisas, quase nunca são verdadeiras”.Dentro deste pensamento, a investigação e o questionamento nunca acabam.
27
segundo o professor José Augusto Fiorin em O Pensamento humano na história da filosofia, Agostinho e Tomás de Aquino foram os responsáveis pelo resgate cristão da filosofia de Platão e Aristóteles. * Extraido do livro História essencial da filosofia , Paulo Ghiraldelli Jr, Vol 3, Universo dos Livros
6
Sócrates autor da frase “só sei que nada sei” jamais chegava a um resultado definitivo.E ainda os céticos criam uma relativização em tudo. “tudo é relativo”.outro aspecto é que sobre uma afirmação verdadeira deve-se sempre haver uma boa justificação*.
*Hedonismo (sec IV/V) – Partia do ponto em que o bem estar fisico e o prazer movem a vida.
“ O bem estar físico era o sumo bem; e o prazer, o que de fato move a vida”.
Precisamos estar atentos quanto a isto, pois são meias verdades. Pois é verdade que por alguns prazeres deve-se ter desprezo, é verdade também que podemos duvidar e questionar e devemos fazer isto quanto aquilo que ouvimos de homens, ou seja julgar toda a profecia, mas nem sempre este questionamento chegará a um resultado quando se diz respeito a uma verdade de D’us para nós, pois D’us está além da lógica e razão humana.Todo questionamento e duvida deve ter uma base de sustentação, senão ocorre uma duvida e um pensar que nunca acabarão(como no ceticismo), mas para aqueles que teem as Escrituras como sendo esta base de sustentação, não há só um “pensar” ou um “questionar”, mas sim um “examinar” as Escrituras, pois assim o Senhor nos orienta, não para simplesmente pensarmos, mas sim examinarmos e sermos fiéis.Quando só há um “pensar e um questionar” baseado em si mesmo, isto constitui-se apenas em filosofia grega. E estes pensamentos fundados no próprio homem, estes são vãos e vazios, como assim está escrito: Sal 94:11
O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são pensamentos vãos.
Então, não só tenhamos uma mente pensante, mas tenhamos uma mente pensante dentro do contexto correto e inserida em uma base de sustentação segura e examinemos(inspecionemos) as Escrituras(a Torah) como os de Beréia. (sei que para os céticos isso será mais difícil, pois questionarão esta base de sustenção, ou seja, as Escrituras.É preciso romper com esta forma de pensar) At 17:11
Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.
João 5:39
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.
Uma outra verdade é que sim, D’us deseja o nosso bem estar físico e o nosso prazer, porém nem sempre é o que deve mover a nossa vida.E trazendo para o relacionamento com o Senhor, não posso me achegar a Ele somente para ter prazer e nem me relacionar com sua Igreja para tal. Portanto precisamos cuidar com o desiquilibrio e vigiarmos quanto a estes pensamentos para que não nos desviem de uma verdade das escrituras, cujo contexto é hebraico.
7 Bem, resumindo: nem todo prazer é ruim assim como nem toda dúvida é boa e da mesma maneira nem todo bem estar e prazer é o que move a vida, mas a Verdade do Eterno D’us Que o Senhor nos ajude a voltarmos aonde nos desviamos, para avançarmos. Vale a pena ressaltar que se ouviu muito nesses tempos sobre cura, e profundamente creio que a Igreja está sendo curada, mas isto não quer dizer necessáriamente restauração, pois posso ser curado e mesmo assim não ser restaurado.Exemplos práticos: se eu quebro um braço ele pode ser curado, o osso pode ser colado novamente e não haver mais dor.Porém ele pode não ser restaurado, isto é,ele pode ser cauterizado torto.A restauração consiste em trazer este osso ao estado original.”A lei(tora) do Senhor é perfeita e restaura a alma...”Sl 19.7”
Shalom Carlos Coléct www.centroteshuva.blogspot.com