Sobre Levítico (Vaiykrá) 11 — Lei do Kashrut: lei alimentar ou cerimonial?

Page 1

Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |1

Sobre Levítico (Vaiykrá) 11 Lei do Kashrut: lei alimentar ou cerimonial?

1.Introdução

Na Torah — instrução e constituição do D’us Eterno para o seu povo Israel (naturais e não naturais) —, como se sabe, existem muitas orientações, mandamentos, estatutos e juízos para que cumprindo-os e aprendendo-os o Homem viva saudavelmente consigo mesmo e socialmente: Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viveráa por eles. Eu sou o SENHOR. (Levítico 18.5). Entre os cincos livros mosaicos (conforme a tradição judaica), reestruturados durante o exílio babilônico (séc XI a.C), está o livro de Levitíco (gr.) que, no hebraico, recebe o nome de Vayikrá “E ele chamou” (hebr.), sendo as primeiras palavras do livro. Seu conteúdo se expande pela santidade (separação - ‫ קדש‬kodesh ) de D’us e a necessidade do povo ser participante dessa santidade; pelo sistema sacrificial: holocausto (hebr. olah), sacrifício de manjares (hebr. minchah), sacrifício pacífico (hebr. shlamim), sacrifício pelo erro (hebr. chatat), sacrifício pelo sacrilégio (hebr. asham); pelo calendário litúrgico: Shabat (descanso) semanal para o indivíduo, shabat para a terra no Ano shabático (sétimo ano), shabat para a terra e liberdade para os servos no Ano do Jubileu (ano quinquagésimo); pelas festas fixas (pessach – páscoa, chag hamatzot – pães asmos, bekurim – primícias, shavuot – semanas, yom teruah - dia do sonido – trombeta, yom kipur – dia da expiação); pelo sistema sacerdotal – deveres e direitos dos cohen (sacerdotes descendentes diretos de Arão) e Leviim (levitas1, homens da tribo de Levi separados para auxiliarem os sacerdotes cohen nos serviços sagradas); pelas orientações de saúde e higiênicas, e por outras repetições de ordenanças. Dentro desse contexto de Levítico, encontramos no capítulo 11, uma instrução sobre o que é entendido, tradicionalmente, como um cardápio kasher (comida própria para o Povo), a qual também encontramos em Deuteronômio (Devarim) 14.3-20. Neste cardápio, sugerido pela tradição judaica, há uma série de orientações sobre animais limpos e impuros, desde os quadrúpedes até os répteis:

a 1

18.5 Ne 9.29; Ez 20.13; Lc 10.28; Rm 10.5; Gl 3.12

Substitutos dos primogênitos de Israel, os quais D’us ordenou a separação e consagração após a saída do Egito por terem sido poupados na morte dos primogênitos no Egito. (Êxodo 13.1; 22.29)


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |2 1

Falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo-lhes:

2

Dizei aos filhos de Israel: São estes os

animais que comereis de todos os quadrúpedes que há sobre a terra:

3

todo o que tem unhas

fendidas, e o casco se divide em dois, e rumina, entre os animais, esse comereis. 4 Destes, porém, não comereis: dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas: o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; este vos será imundo; 5 o arganaz, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; este vos será imundo; 6 a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esta vos será imunda. 7 Também o porco, porque tem unhas fendidas e o casco dividido, mas não rumina; este vos será imundo; 8 da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver. Estes vos serão imundos.

9

De todos os animais que há nas águas comereis os seguintes: todo o que tem

barbatanas e escamas, nos mares e nos rios; esses comereis.

10

Porém todo o que não tem

barbatanas nem escamas, nos mares e nos rios, todos os que enxameiam as águas e todo ser vivente que há nas águas, estes serão para vós outros abominação.

11

Ser-vos-ão, pois, por

12

abominação; da sua carne não comereis e abominareis o seu cadáver. Todo o que nas águas não tem barbatanas ou escamas será para vós outros abominação. 13 Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, o quebrantosso e a águia marinha; falcão, segundo a sua espécie,

15

todo corvo, segundo a sua espécie,

gaivota, o gavião, segundo a sua espécie, pelicano, o abutre,

19

17

16

14

o milhano e o

o avestruz, a coruja, a

o mocho, o corvo marinho, a íbis,

18

a gralha, o

a cegonha, a garça, segundo a sua espécie, a poupa e o morcego.

20

Todo

inseto que voa, que anda sobre quatro pés será para vós outros abominação. 21 Mas de todo inseto que voa, que anda sobre quatro pés, cujas pernas traseiras são mais compridas, para saltar com elas sobre a terra, estes comereis.

22

Deles, comereis estes: a locusta, segundo a sua espécie, o

gafanhoto devorador, segundo a sua espécie, o grilo, segundo a sua espécie, e o gafanhoto, segundo a sua espécie. 23 Mas todos os outros insetos que voam, que têm quatro pés serão para vós outros abominação. 24 E por estes vos tornareis imundos; qualquer que tocar o seu cadáver imundo será até à tarde. 25 Qualquer que levar o seu cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde. 26 Todo animal que tem unhas fendidas, mas o casco não dividido em dois e não rumina vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo. 27 Todo animal quadrúpede que anda na planta dos pés vos será por imundo; qualquer que tocar o seu cadáver será imundo até à tarde. 28 E o que levar o seu cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; eles vos serão por imundos. 29 Estes vos serão imundos entre o enxame de criaturas que povoam a terra: a doninha, o rato, o lagarto, segundo a sua espécie, 30 o geco, o crocodilo da terra, a lagartixa, o lagarto da areia e o camaleão; 31 estes vos serão por imundos entre todo o enxame de criaturas; qualquer que os tocar, estando eles mortos, será imundo até à tarde. 32 E tudo aquilo sobre que cair qualquer deles, estando eles mortos, será imundo, seja vaso de madeira, ou veste, ou pele, ou pano de saco, ou qualquer instrumento com que se faz alguma obra, será metido em água e será imundo até à tarde; então, será limpo. 33 E todo vaso de barro, dentro do qual cair alguma coisa deles, tudo o que houver nele será imundo; o vaso quebrareis.

34

Todo alimento que se come, preparado com


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |3 água, será imundo; e todo líquido que se bebe, em todo vaso, será imundo. 35 E aquilo sobre o que cair alguma coisa do seu corpo morto será imundo; se for um forno ou um fogareiro de barro, serão quebrados; imundos são; portanto, vos serão por imundos. 36 Porém a fonte ou cisterna, em que se recolhem águas, será limpa; mas quem tocar no cadáver desses animais será imundo. 37 Se do seu cadáver cair alguma coisa sobre alguma semente de semear, esta será limpa;

38

mas, se

alguém deitar água sobre a semente, e, se do cadáver cair alguma coisa sobre ela, vos será imunda. 39 Se morrer algum dos animais de que vos é lícito comer, quem tocar no seu cadáver será imundo até à tarde; 40 quem do seu cadáver comer lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; e quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes e será imundo até à tarde. enxame de criaturas que povoam a terra será abominação; não se comerá.

42

41

Também todo

Tudo o que anda

sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro pés ou que tem muitos pés, entre todo enxame de criaturas que povoam a terra, não comereis, porquanto são abominação.

43

Não vos façais

abomináveis por nenhum enxame de criaturas, nem por elas vos contaminareis, para não serdes imundos. 44 Eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam sobre a terra. 45 Eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo.a46 Esta é a lei dos animais, e das aves, e de toda alma vivente que se move nas águas, e de toda criatura que povoa a terra, 47 para fazer diferença entre o imundo e o limpo e entre os animais que se podem comer e os animais que se não podem comer. (Levítico 11.1-47. Almeida revista e atualizada)

Raramente o texto acima é repensado pelo judaísmo ou cristianismo. O primeiro aceita indiscutivelmente o que lhe foi recebido por tradição, elaborando um cardápio Kashrut (comida adequada – ‫ כשר‬kasher - preparada e abençoada por rabinos ortodoxos), e o segundo também não discute, firmado sob a ideologia de que é uma lei para judeus e ignorada, segundo o dogma, pela “dispensação da graça” inaugurada com o advento de Jesus; eu, já estive nos dois lados da compreensão, entretanto, agora, observando por outro ângulo, não da teologia judaica e da teologia cristã, mas de uma teologia hebraica (Lei e Profetas), proponho uma reanálise e um questionamento: Levítico 11 comunica um cardápio, isto é, animais limpos e impuros que se devem ou não comer (ingerir), ou comunica uma orientação sobre os animais aptos e inaptos para serem consumidos (oferecidos) no sistema cerimonial e ritualístico? Para este repensar, busco o auxílio da língua hebraica, faço uso da midrash (investigação) da Torah, Profetas (neviim) e escritos do Novo Testamento cristão e de uma interpretação textual.

a

11.44-45 Lv 19.2; 1Pe 1.16


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |4

2.Pressuposto cerimonial

A investigação sugerida parte do princípio transmitido no livro de Gênesis (Bereshit). D’us, na segunda recriação do mundo, antes da formalização da Torah (Código Legal) no Sinai, fala a Noé (Noach): Pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra e sobre todas as aves dos céus; tudo (Kol hebr. – totalidade) o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar nas vossas mãos serão entregues. Tudo (Kol hebr. – totalidade) o que se move (remes hebr. – rasteja) e vive ser-vos-á para alimento (oklah hebr. – comida); como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. (Gn 9.2,3). Deduz-se, assim, conforme observado nas palavras hebraicas do texto, que D’us autoriza — ou não faz restrição — Noé a se alimentar de todos os animais e ervas, nada parece ser considerado impróprio como alimento. Vale lembrar que os relatos do dilúvio demonstram que havia, segundo o mandato divino, o conhecimento de animais limpos e impuros: De todo animal limpo levarás contigo sete pares: o macho e sua fêmea; mas dos animais imundos, um par: o macho e sua fêmea. (Gn 7.2). Mesmo havendo esse conhecimento, não houve instrução para separação quanto ao alimento, entretanto, Noé fez uma seleção de animais limpos e impuros, não para a alimentação, e sim para a oferta do holocausto após a saída da arca; o precursor da humanidade usou quadrúpedes e aves limpas no holocausto a D’us (Yhwh): Levantou Noé um altar ao SENHOR e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar. (Gn 8.20) A análise aqui proposta caminha, portanto, no pressuposto de que o contexto de Levítico 11 está num campo cerimonial dos sacrifícios, e não num cardápio de alimentação, visto que em nenhum local das Escrituras, entre a Torah e os Profetas, o D’us dos hebreus denuncia uma conduta claramente imprópria sobre a alimentação do povo concernente a animais puros e impuros, por outro lado, é delatado um sacerdócio corrompido que oferece uma oferta (animais) impura, e reafirmado pelo Santo de Israel que as ofertas limpas lhe são próprias (kasher): — diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? 7 Ofereceis sobre o meu altar pão (Lechem hebr. – ceral, alimento) imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível. 8 Quando trazeis animal cegoc para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? (Malaquias 1.6-8) [...] Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta. Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado

c

1.8 Dt 15.21


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |5

incenso e trazidas ofertas limpas, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. 12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível. 13 E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? — diz o SENHOR.

14

Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu

rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações. (Malaquias 1.10-14) Outro ponto que, dentre outros que veremos, remete-me a pensar em um contexto cerimonial, e não alimentar, é o fato de que: do capítulo 1 ao 8 do livro de Vaiykrá (Levítico), Arão e seus filhos ainda não haviam sido consagrados ao ofício sacerdotal, a palavra do Senhor é dirigida somente a Moisés e, por ele, transmitida ao povo e a Arão. A partir do capítulo 8, o Senhor (YHWH) se refere ao sacerdócio, mais especificamente a consagração de Arão e seus filhos e alguns de seus deveres no ofício; isto me leva a crer que o capítulo 11 é uma continuação dessa orientação ao serviço sacerdotal, cerimonial e ritualístico, observado que é iniciado com o Senhor não somente se dirigindo a Moisés, mas também a Arão, evidenciando ser uma instrução cerimonial importante para os “filhos de Israel”, devendo ser absorvida e transmitida pelo próprio Arão, sumo sacerdote, ao povo.

3.Palavras chaves

O texto discutido carrega algumas palavras chaves que compete uma análise mais aprofundada com o objetivo de melhorar e ampliar a compreensão de seu contexto cerimonial sacrificial. O conteúdo da instrução circunda as seguintes palavras grifadas: 

Lv 11.2 - Dizei aos filhos de Israel: São estes os animais que comereis. No texto hebraico, aqui traduzido como “comer”, temos a palavra ‫’ אכל‬akal, cujo significado passeia pelo sentido de “consumir, queimar”. Outros textos nos confirmam a ideia de que Akal pode estar se referindo a um contexto sacrificial, no sentido de consumir (comer) o holocausto (comida) sobre o altar (mesa do Senhor2): O sacerdote vestirá a sua túnica de linho e os calções de linho sobre a pele nua, e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido (Akal hebr.) o holocausto sobre o altar, e a porá junto a este. (Lv 6.10); E eis que, saindo fogo de diante do

2

Lembrando que o altar também carrega a imagem de “mesa do Senhor”, bem como o holocausto traz a imagem de comida,

assim observado em Malaquias 1.12: Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível.


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |6

SENHOR, consumiu (Akal hebr.) o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo o povo, jubilou e prostrou-se sobre o rosto. (Lv 9.24); Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu (Akal hebr.) o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. (I Reis 18.38). Há, no hebraico, outras palavras que denotam mais especificamente o ato de comer e se alimentar, sem estar relacionado ao altar de sacrifícios. Cito uma: ‫ ברה‬Barah — Então, disse Amnom a Tamar: Traze a comida (‫ בריה‬biryah ) à câmara, e comerei (‫ ברה‬barah ) da tua mão. (2 Samuel 13.10) 

Lv 11.47 - para fazer diferença entre o imundo e o limpo. Temos, acima, respectivamente, duas palavras relevantes:

‫ טמא‬tame e ‫ טהר‬tahor. Destaco o adjetivo

‫ טמא‬tame - impuro que, em uma de suas derivações, toma a forma de ‫ טמאה‬tum’ah, a qual se encontra no sentido de “imundícia”, aquilo que é “imundo”. Parece-me, entretanto, que o “imundo”, no termo referido, não se encaixa apenas naquilo que é sujo ou inadequado higienicamente, e sim em um tipo de “contaminação ou imundice cerimonial”, isto é, em uma condição imprópria para a realização de algum afazer, ato cerimonial ou ritual, seja um ritual sexual ou ritual sacrificial para com D’us, comprendendo que ambos refletem um encontro de conhecimento íntimo e mútuo. É uma impureza que não permite um ajuntamento, do contrário, promove um afastamento de uma condição e posição própria para algo; exatamente como uma “contaminação”, pois quem está “contaminado” precisa se afastar para não contaminar a outrem ou um local. A exemplo da imundícia da mulher, cuja menstruação, devido a situação nômade do povo no deserto, a tornava imunda para o cerimonial da relação sexual para com o seu marido que, neste caso, por questões de saúde pública, deveria se abster do ato sexual: Se um homem

coabitar com ela, e a sua menstruação estiver sobre ele, será imundo (‫ טמא‬tame ) por sete dias; e toda cama sobre que ele se deitar será imunda (‫ טמא‬tame). (Lv 15.24). Podemos entender que, na ocasião específica citada, tanto o homem como a cama com o fluxo de sangue da mulher estariam impuros higienicamente, e assim, inapropriados para um uso cerimonial; a cama para ser usufruida como leito para a relação e o homem para o ritual sexual. Nesta perspectiva, é compreensivo o entendimento de que a impureza dos animais, bem como a impureza adquirida pelo homem no contato com os mesmos, diga respeito à inapropriação para o consumo em um cerimonial, e não a inapropriação para a ingestão como alimento, observando que a palavra “imunda” no verso 43: ...nem por elas vos contaminareis, para não

serdes imundos., é ‫ טמה‬tamah, um derivado de ‫ טמא‬tame, cujo significado é “ser barrado”, ficando o verso da seguinte forma: ...nem por elas vos contaminareis, para não serdes barrados – impedidos. Esta afirmação sugestiona uma pergunta: “barrado do quê e para o quê?”. A resposta, de acordo com a investigação feita até o momento, pode estar num verso de Malaquias,


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |7

anteriormente citado: Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta. (Malaquias 1.10). A oferta oferecida com animais impuros (não aptos) barram os sacrifícios de serem aceitos. Existe, por parte de D’us, um desejo expresso em fechar as portas — impedir a entrada - ‫ טמה‬tamah — para aqueles que oferecem os sacrifícios com ofertas impuras (comuns). 

Lv 11.11 - Ser-vos-ão, pois, por abominação. Esta é uma palavra de extrema importância para a compreensão da posição ou condição na qual se encontra os animais imundos no ritual para com o D’us de Israel; ela indica o lugar estabelecido para esses animais na vida cerimonial do povo sacerdotal; lugar comum, ordinário e vulgar. Vejamos que “abominação”, usada em Lv 11, é ‫ שקץ‬sheqets – detestável, no entanto, com as mesmas consoantes temos o verbo ‫ שקץ‬shaqats – considerar vulgar, comum. Tal derivação nos induz a ideia de que o “detestável” é aquilo que é “ considerado comum, vulgar”, em outras palavras, é aquilo que está num contexto de normalidade, uso comum, não especial. Os animais não aptos para os sacrifícios, portanto, são colocados como detestáveis (‫ שקץ‬sheqets) como oferta e comum (‫ שקץ‬shaqats) para o uso diário do povo: Ser-vos-ão, pois, por detestável – considerem comum. Nos escritos do 1º sec d.C., temos dois relatos que contêm um animal comum.

Um é o episódio do jovem possesso da região dos gadarenos: Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de porcos. (Marcos 5.11); outro, a parábola (aggadah) do filho pródigo: Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. (Lucas 15.15). Estes versos colaboram com o entendimento de que os animais considerados imundos em Lv 11 são impróprios para o sacrifício, e não para o uso comum da vida cotidiana, pois surge a pergunta: “Por que alguém criaria porcos se não pudesse comercializálos ou não lhe servisse como alimento?”; e mesmo que a parábola do filho pródigo não seja verídica, expressa-se no pensamento a possibilidade de se criar porcos para fins comuns (‫שקץ‬ shaqats) não sacrificiais. Ressalto que existe outra palavra usada no hebraico bíblico para “abominação” - ‫ תועבה‬toebah, porém, diferentemente de ‫ שקץ‬sheqets, ela tem o sentido de repugnante, repulsa, algo que é repelível, isto é, não pode estar em nenhum contexto do Povo, mesmo no comum diário. Este termo exemplifica-se nas relações ilícitas e na fundição de imagens: Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação (‫ תועבה‬toebah – repulsivo). (Lv 18.22); As imagens de escultura de seus deuses queimarás; a prata e o ouro que


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |8

estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que te não enlaces neles; pois são abominação (‫ תועבה‬toebah – repulsivo) ao SENHOR, teu Deus.

26

Não meterás, pois, coisa

abominável (‫ תועבה‬toebah – repulsivo) em tua casa, para que não sejas amaldiçoado, semelhante a ela; de todo, a detestarás e, de todo, a abominarás, pois é amaldiçoada. (Deuteronômio 7.25.26). Sendo assim, observa-se que os animais considerados impuros em Vaikrá (Levítico), não são abomináveis no sentido de repulsivos, e sim no âmbito daquilo que pode estar no meio do povo em um contexto comum, apenas não pode ser parte do sistema cerimonial. Embora houvesse a orientação para que Israel não usasse animais comuns nos sacrifícios, isto sempre ocorreu na história do povo sacerdotal. Os profetas, como Ezequiel e Isaías, constantemente denunciam tais práticas de Israel em seus rituais e cerimoniais no Templo ou fora dele: Entrei e vi; eis toda forma de répteis e de animais abomináveis (‫ שקץ‬sheqets – detestável - comum, vulgar ) e de todos os ídolos da casa de Israel, pintados na parede em todo o redor. (Ezequiel 8.10). Os que se santificam e se purificam para entrarem nos jardins que está no meio, que comem (Akal hebr.- consomem) carne de porco, coisas abomináveis (‫ שקץ‬sheqets – detestável - comum, vulgar) e rato serão consumidos, diz o SENHOR. (Isaías 66.17)

Lv 11.44 - Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos. Na afirmação, acima descrita, está manifestado o desejo do D’us dos hebreus intrínsico em sua instrução: deve, o povo, andar de forma diferente, caminhar em separação dos costumes dos povos ao seu redor. Este anseio do Senhor de Israel, ainda no contexto dos animais imundos e limpos, é reafirmado alguns capítulos depois: Guardai, pois, todos os meus estatutos e todos os meus juízos e cumpri-os, para que vos não vomite a terra para a qual vos levo para habitardes nela. 23 Não andeis nos costumes da gente que eu lanço de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; por isso, me aborreci deles. [...] Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos.

25

Fareis, pois, distinção entre os animais limpos e os imundos e entre as aves imundas e as limpas; não vos façais abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra, as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas. 26 Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus. (Lv 20.22-26). O ato de consagração e separação, no entendimento hebreu, é ‫ קדש‬qadash, um verbo utilizado para tudo o que se refere a um ofício sacerdotal, isto é, uma separação para oficiar perante D’us: Falarás também a todos os homens hábeis a quem enchi do espírito de sabedoria, que façam vestes para Arão para consagrá-lo (‫ קדש‬qadash), para que me ministre o ofício sacerdotal.(Êxodo 28.3).


Por Carlos Coléct – Cept – 21/10/2015 |9

Deste verbo surge o adjetivo ‫ קדש‬qadosh – santo, consagrado. Este é, portanto, o juizo do mandamento de Lv 11: toda a instrução de separação dos animais para os sacrifícios devem ser aprendida e cumprida para que o povo reafirme a sua posição de consagração para um ofício sacerdotal – mediação entre D’us e as nações da terra. Seguindo a orientação, o povo Hebreu está se separando dos costumes dos povos e, assim, consagrando-se e santificando o nome (shem – identidade) do seu D’us (yhwh). Esta separação, muitas vezes, não acontece. O povo sacerdotal, em seu caminho, não cumpre a orientação divina e mistura-se com os costumes dos povos. Oferece ofertas impuras e sacrifícios comuns, contamina o santuário de D’us com práticas realizadas por outros povos: Porque adulteraram, e nas suas mãos há culpa de sangue; com seus ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que me geraram, ofereceram a eles para serem consumidos (‫’ אכל‬akal) pelo fogo. 38 Ainda isto me fizeram: no mesmo dia contaminaram (‫טמא‬ tame) o meu santuário e profanaram os meus descanso (shabat). (Ezequiel 2.37, 38); Contaminaram (‫ טמא‬tame) o meu santo nome com as suas abominações que faziam; por isso, eu os consumi na minha ira. (Ez 43.8). Estas coisas se te farão, porque te prostituíste com os gentios e te contaminaste (‫ טמא‬tame) com os seus ídolos. (Ezequiel 23.30); Fez ele o que era maua perante o SENHOR, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR expulsara de suas possessões, de diante dos filhos de Israel. (2Reis 21.2); [...] O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas não se separaram dos povos de outras terras com as suas abominações, isto é, dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus,

2

pois tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e, assim, se misturou a

linhagem santa com os povos dessas terras, e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão. (Esdras 9.1,2). Ainda, na sua indignação, o Senhor de Israel fala, por intermédio do profeta Isaías, a um povo que segue caminhos estranhos, sacrifica em jardins e oferece carne de porco e come o refugo podre do sacrifício: Estendi as mãos todo dia a um povo rebelde, que anda por caminho que não é bom, seguindo os seus próprios pensamentos;a 3 povo que de contínuo me irrita abertamente, sacrificando em jardins e queimando incenso sobre altares de tijolos; 4 que mora entre as sepulturas e passa as noites em lugares misteriosos; come (‫’ אכל‬akal - consome) carne de porco e tem no seu prato ensopado podre (‫ פגל‬piggul - refugo). (Isaías 65.2-4)

a

21.2 Jr 15.4

a

65.1-2 Rm 10.20-21


P o r C a r l o s C o l é c t – C e p t – 2 1 / 1 0 / 2 0 1 5 | 10

3.Consideração final

Tendo em vista as análises realizadas nesta investigação, exponho o meu ângulo de visão sob uma teologia hebraica, propondo a tese de que Levítico (Vaiykrá) 11 manifesta uma orientação cerimonial e sacrificial, e não alimentar, como assim é corrente na tradição judaico-cristã. Os animais restritos, considerados imundos, são separados e inapropriados para a cerimônia sacrificial, entretanto, podem ser usados num contexto comum e ordinário do dia a dia, isto é, comercializados e ingeridos como refeição. Um entendimento que me parece ser o mesmo que Yeshua, o rabino, tinha quando se reuniu para uma refeição com fariseus e escribas que, seguindo a tradição dos anciãos, o questionavam acerca da purificação dos alimentos, e assim, questionado, disse se voltando aos seus discípulos: Então, lhes disse: Assim vós também não entendeis? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar,

19

porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai para lugar escuso? E, assim,

considerou ele puros todos os alimentos.

20

E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina.

(Marcos 7.18-20). Yeshua trouxe a pureza, focada tradicionalmente na forma da refeição, para a kavaná, isto é, para a intenção e coração. Um ponto essencial que investigamos e que dificulta este olhar para o contexto cerimonial é que, infelizmente, o termo ‫’ אכל‬akal – consumir foi traduzido como “comer”, sugerindo a ideia de refeição. Entretanto, o termo Akal também está no contexto de algo que é consumido num sacrifício, e talvez seja esta a sua forma mais coerente, devido ao contexto de orientação sacerdotal e de consagração sacerdotal transmitida no texto em análise. Observemos os versos seguintes que exemplificam a má compreensão textual da palavra Akal: Todo primogênito que nascer do teu gado ou de tuas ovelhas, o machoe consagrarás (‫ קדש‬qadash) ao SENHOR, teu Deus; com o primogênito do teu gado não trabalharás, nem tosquiarás o primogênito das tuas ovelhas. 20 Comê-lo-ás (‫’ אכל‬akal - consumir) perante o SENHOR, tu e a tua casa, de ano em ano, no lugar que o SENHOR escolher. 21 Porém, havendo nele algum defeito, se for coxo, ou cego, ou tiver outro defeito grave, não o sacrificarás ao SENHOR, teu Deus. 22 Na tua cidade, o comerás (‫’ אכל‬akal - consumir); o imundo e o limpo juntos, consumidos com o corço ou veado.3

23

Somente o seu sangue não comerás (‫’ אכל‬akal - consumir); sobre a terra o derramarás como água. (Deuteronômio 15.19-23). Este texto está claramente falando de uma situação de sacrifício, em que o primogênito dos animais são consagrados (separados para serviço sacerdotal). A intenção aqui não é que

e

3

15.19 Êx 13.12 Verso 22: Bisheareychá tochalenu hatame vehatahor yachedav katseviy vechaial

‫בשעריך תאכלנו הטמא והטהור יחדו כצבי וכאיל ׃‬


P o r C a r l o s C o l é c t – C e p t – 2 1 / 1 0 / 2 0 1 5 | 11

o animal seja “comido” como refeição, e sim oferecido (consumido sacrificialmente) no lugar escolhido pelo Senhor; quando o animal tem algum tipo de defeito, ele é, então, considerado imundo, ou seja, impróprio para ser sacrificado no lugar determinado, podendo ser sacrificado na sua própria cidade, desde que seja oferecido junto com um animal limpo, no caso, o corço ou veado. A tradução de akal por “comer”, sugestiona, infelizmente, ao pensamento de ingestão como refeição, todavia, o entendimento mais coerente é consumir sacrificialmente. Para corroborar com este prisma, há um episódio em que D’us – o Eterno de Israel, fala por meio do profeta Isaías a respeito de atos sacrificiais: o que oferece uma oblação, como o que oferece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. (Isaías 66.3). É entendível que o porco, nestas palavras, não está sendo posto como animal imundo para ser ingerido, ele está sendo inserido num contexto sacrificial. Enfatizo que, sobretudo, na minha perspectiva, o cerne da orientação levítica está na consagração de um povo sacerdotal. Assim como os animais devem ser separados para a oferta diante de D’us (yhwh), o próprio povo deve ser separado (‫ קדש‬qadash) diante de/ e para D’us, não pode haver mistura com os costumes dos povos estrangeiros. Ambos, animais e povo, carregam a imagem de consagração e o mandamento de não se oferecer algo comum ao D’us de Israel. Esta é uma reflexão plausível, considerando que o Senhor dos hebreus utilizou esta orientação da Torah para transmitir uma mensagem a Pedro (Simão), narrada no NT, no que tange a entrada de gentios (estrangeiros) na promessa messiânica. No 1º séc, os gentios tinham grande dificuldade para entrar na comunidade de Israel (Ef 2.11) e usufruir das promessas (Rm 9.4). Eram considerados imundos, impróprios para estarem diante do D’us de Israel, algo que D’us nunca considerou, mas pelos dogmas dos homens se criou tal concepção. Desta forma, tendo Pedro (Simão) também este preconceito sobre os gentios (não naturais), o Senhor lhe dá uma visão enquanto estava na cidade de Jope: então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, 12 contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. come.

14

imunda.

13

E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e

Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e 15

Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum. (Atos 10.11-15).

Se entendo que Lv 11, numa linguagem hebraica, está no âmbito cerimonial, e não alimentar, o texto de Atos não está expondo algo sobre “comer – refeição”, ainda que fosse a hora do almoço e Pedro estivesse com fome; devo pensar que a mensagem divina está se referindo ao que pode ou não estar diante de D’us, pois é este, como visto a frente, entendimento que o discípulo recebe: [...] Vós bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se a alguém de outra raça; mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo; (Atos 10.28). Na situação específica, os animais imundos estão na posição dos estrangeiros (gentios), os quais eram impedidos, pela tradição judaica de se


P o r C a r l o s C o l é c t – C e p t – 2 1 / 1 0 / 2 0 1 5 | 12

aproximarem e participarem das promessas confiadas a Israel. Pedro (Simão), ao compreender a visão, muda o seu conceito absorvido pela tradição dos anciãos. A legislação de Lv 11 não está sendo mudada neste episódio, está, tão somente, sendo contextualizada a situação daquele momento peculiar. D’us não está liberando qualquer tipo de sacrifício, apenas está instruindo, dando uma halachá (modo de caminhar no mandamento) para aquela ocasião vivenciada no 1º séc.

ESTATUTO (cumprimento) Lei do Kashrut – Lv 11 (Lei do que é apropriado) - Lei cerimonial

Sacrifícios Ofertas

Lista de animais aptos ou inaptos para a cerimonial sacrificial: -quadrúpedes limpos ( vs 2 e 3): Bovinos, Caprinos (aqueles que têm unhas fendidas, casco dividido e ruminam) -quadrúpedes imundos (vs 4 a 8): porco, camelo, lebre, coelho, jumento, lagarto, cavalo... (não se encaixam nas condições anteriores) -aves limpas: galinhas, pato, pombos, peru.. -aves impuras (vs 13 a 18): avestruz, águia, corvo, falcão, gavião, abutre, coruja, morcego, e demais aves de rapina. -insetos puros (vs 21 ae 22): gafanhoto, grilo, locusta.. (todos os que têm as patas traseiras maiores que as dianteiras). Fora dessa recomendação os demais insetos são impuros. -frutos do mar puros (vs 9): os que possuem nadadeiras e escamas. -frutos do mar impuros (vs 9): tubarão, cação...(aqueles que são peixes de couro e não possuem escamas e nadadeiras), e os demais frutos como camarão, ostras, siri, lagosta, polvo, lula.. -répteis impuros: sapos, rãs, enfim, todos os répteis.

nos costumes dos povos.- animais terrestres limpos ( vo...) Caprinos (cabra, JUIZO carneiro...) (Negativo) - animais terrestres imundos (vs 4 a 8) : porco, camelo, lebre, coelho, jumento, - Se o cadáver de algum animal tocar algum objeto ou outra coisa ou pessoa, tal coisa ou pessoa será imunda (inapta ou suja), lagarto, cavalo... tanto no sentido cerimonial como no higiênico, por um tempo -específico, Aves limpas : galinhas, pato, pombos, até a sua purificação. peru.. - Quem oferecer animal imundo (impróprio – não kasher) será serviço sacrificial -barrado Avesnoimpuras ( vse 4sacerdotal. a 8) : avestruz, -... águia, corvo, falcão, gavião, abutre, coruja, morcego, e demais aves JUIZO (Positivo) de rapina. - insetos puros (vs 21 ae 22) : gafanhoto, - Há consagração e separação do povo para usufruir de um grilo, locusta., todos que(Yhwh) tem as patas das relacionamento íntimo com os D’us e desfrutar promessas demaiores um povo sacerdotal. traseiras que as - ... dianteiras. Faoa dessa recomendação os demais insetos são impuros. PRINCÍPIO - frutos do mar puros(vs 9):os que nadadeiras e escamas. -possuem Separação, consagração frutos do marnão impuros( vs 9): tubarão, -- O D’us dos hebreus aceita sacrifícios e ofertas da mesma maneira dos deuses das nações. cação...(aqueles que são peixes de couro - Não é oferecido o que o homem quer oferecer, mas o que D’us e nãoordena possuem (Yhwh) que seja escamas oferecido. nadadeiras), e os demais frutos -eNão se oferece em qualquer lugar, e sim num como lugar específica estabelecido por ordem divina, e este local não pode o mesmo camarão, ostras, siri, lagosta, polvo, ser lula.. local onde os deuses das nações recebem suas ofertas e sacrifícios. répteiseimpuros: sapos, rãs,perante enfim, -- Sacrifícios ofertas falam de um serviço D’us (Yhwh). todos osarépteis. Diz respeito tudo aquilo que lhe é oferecido, ofertado. - Não andar nos costumes dos povos estrangeiros.r


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.