FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
-Caderno Final-
LEVANTAMENTO DE DADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO TERRITÓRIO DA BACIA DO CÓRREGO ÁGUA PODRE, SP.
AUT58262 - Sistemas de Informação Espacial 2º Semestre 2015 Professor: Marcelo Eduardo Giacaglia Aluna: Carme Machí Castañer
Sumário Introdução ............................................................................................... 3 Levantamento de Dados ........................................................................ 5 Mapa de Usos do Solo...................................................................................................... 6 Mapa de Quadras Viárias e Loteamento ....................................................................... 6 Mapa do relevo .................................................................................................................. 6 Mapa da Estrutura Hídrica ............................................................................................... 6 Zoneamento Ambiental ..................................................................................................... 7
Análise e Interpretação ........................................................................ 10 Mapeamento dos Riscos e Vulnerabilidades ao deslizamento e inundação .......... 10 Mapeamento do Grau de Impacto da Urbanização.................................................... 11 Mapeamento dos Trechos de Viário com Escoamento Atuante ............................... 13
Considerações Finais .......................................................................... 14 Anexo 1.................................................................................................. 15 Mapa do relevo ................................................................................................................ 15
Anexo 2.................................................................................................. 16 Caracterização Urbana na Bacia do Córrego Água Podre ....................................... 16
Bibliografia ............................................................................................ 17
Fig.1: Foto aérea destacando a estrutura hídrica; Fonte: I Simpósio de Revitalização de Rios Urbanos. Disponível em: http://isrru-jaguare.wix.com/isrru.
Introdução O propósito do trabalho para o Seminário da Disciplina AUT5826 é a utilização do modelo conceitual, ou linguagem computacional, para a narração da metodologia que foi posta em uso durante a fase de Levantamento de Dados e Análise e Interpretação do território da Bacia do Córrego Água Podre1, que constitui uma das áreas de estudo selecionadas no plano da Pesquisa de Doutorado. Isto permitiria ter registro em primeiro lugar dos trabalhos de coleta, discretização, categorização e superposição das informações de dados, espaciais ou não; e, em segundo lugar, do método de cruzamento para avaliação dos riscos e as vulnerabilidades ambientais provocados pelos impactos antrôpicos na região. No primeiro capítulo, Levantamento de Dados, se apresentam os vários mapeamentos de dados geográficos que foram levantados, associados aos aspectos urbanos: usos do solo, quadras viárias, loteamentos e edificação; da paisagem: relevo, estrutura hídrica e cobertura vegetal; e, por último, dos processos naturais predominantes no território: zoneamento ambiental. No segundo capítulo, Análise e Interpretação, são realizados três tipos de cruzamentos de dados geográficos os quais intersectam aspectos urbanos com aspectos da paisagem e do zoneamento ambiental para entendimento das vulnerabilidades ambientais2 que afeitam ao ecossistema na região da Bacia do Córrego Água Podre. O primeiro cruzamento prevê a distribuição espacial de áreas com fragilidade potencial ao deslizamento e/ou inundação a partir da análise conjunta das unidades de zoneamento ambiental e dos tipos de uso do solo. O segundo cruzamento, grau de impacto da urbanização, levanta um mapeamento da distribuição espacial das áreas mais impactadas pela urbanização a causa da perda de cobertura vegetal e impermeabilização e ocupação do solo. Já por último, o terceiro cruzamento, trechos de viário para tratamento específico, analisa a morfologia viária em relação ao relevo e zoneamento ambiental, e determina os trechos deste em que há ação de escoamento superficial intenso. Os dados espaciais levantados na Análise e Interpretação são fundamentais para a modelagem das hipóteses de projeto, adotando ações3 cujo objetivo principal seja o de minimizar, atenuar e/ou compensar os impactos diagnosticados. Tanto o material do Levantamento de Dados quanto o da Análise e Interpretação, têm sido apresentados mediante mapas, resumos e diagramas, que pretendem informar dos entes de caráter espacial, seus relacionamentos, atributos léxicos e/ou não léxicos, e sua representação visual. Estes diagramas foram desenhados independentes do software, aplicando os conhecimentos sobre modelos conceituais, que descrevessem as entidades e os relacionamentos existentes entre elas, e modelos lógicos, que associaram às entidades tabelas ou bancos de dados com descrições e parâmetros, e seguem o tipo de abordagem do UML-GeoFrame (LISBOA FILHO, 2001)4.
1
A Bacia Hidrográfica Urbana Água Podre é tributária da Bacia do Jaguaré, dentro da Subprefeitura do Butantã na cidade de São Paulo, e é uma das afluentes mais significativas do Rio Pinheiros.
2
Principais problemas ambientais existentes causados pela biota humana, mapeando regiões na bacia expostas a riscos como deslizamento e/ou inundação afeitados pela impermeabilização do solo, e a existência de tipos de ocupações urbanas inadequadas conforme ao zoneamento ambiental.
3
Aplicação de técnicas da Infraestrutura Verde (IEV) para a estabilização das encostas, instalação de dispositivos IEV para tratamento, retenção e infiltração das águas da chuva, e restituição da cobertura vegetal e reforestação com espécies nativas Mata Atlântica Floresta Ambrôfila Densa e espécies nativas arbustivas.
4
Em este diagrama se aplica a linguagem Unified Modeling Language, ou UML com base no GeoFrame.
Levantamento de Dados O primeiro passo foi a coleta de material na área da Bacia do Córrego Água Podre, realizada mediante visitas de campo, entrevistas, consulta de documentos oficiais e bases de dados espaciais5. O material e dados reunidos geraram diversos produtos, o aqui apresentado é a parte dos mapeamentos de dados geográficos, acompanhados por texto e diagramas. Nos mapeamentos, aparecem entes que representam elementos do mundo real que foram discretizados e simplificados para se incorporar ao sistema informatizado, e que atendem a aspectos urbanos e ambientais, derivados de dados como topografia, clima e tempo, propriedades do solo, uso da terra, e hidrografia, entre outros. A complexidade e detalhe com que os diversos objetos são representados é função das finalidades das aplicações dos dados (BORGES, 1997), em este caso foram empregados polígonos, linhas, isolinhas e pontos. Não são consideradas as mudanças no tempo, esta variável fica fixa e só é representado um elemento espacial associado ao atributo descritivo, que aparece em forma de coluna de uma tabela, correspondente no Sistema de Gestão do Banco de Dados (SGBD) (LISBOA FILHO, 2001). Os diagramas que vêm junto aos mapeamentos, têm como objetivo contribuir na sistematização das informações que são apresentadas no mapeamento e as relações entre os objetos espaciais, permitindo o entendimento do que é desenvolvido a respeito (BORGES, 1997). Estes diagramas são baseados no modelo UML-GeoFrame de Lisboa Filho 1997.
Fig.2: Imagem satélite do Recorte da Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora a partir da base do Google Earth.
5
Estes últimos dados foram importados acessando as informações no Portal da Prefeitura de São Paulo, no Mapa Digital da Cidade (MDC), Seção Técnica de Geoinformação e Produção de Bases Digitais (CESAD), DataGEO e Google Earth.
Mapa de Usos do Solo Em este mapa foram discretizados vários tipos de uso do solo, a partir da base fornecida pelo MDC, em projeção UTM, a que se acrescentaram informações6 coletadas nas visitas de campo e consultando no Google Earth.
Mapa de Quadras Viárias e Loteamento O mapa foi levantado a partir dos dados das bases do MDC, em projeção UTM. O modelo Object Relationship Model (ORM), aplicado aqui, serve para representar as relações entre os objetos mediante componentes, sendo que estes objetos podem ser tanto atômicos como moleculares, que acontece quando é resultado da agregação das partes componentes que os constituiriam. O componente de cardinalidade, descreve uma relação binária, ou seja, entre dois componentes (EMBLEY, 1992), especificando o tipo de restrição estabelecida entre estes. No caso dos loteamentos e quadras viárias, por exemplo, a restrição de cardinalidade anotada na linha conectora especifica que em cada quadra viária poderão participar até um total de n loteamentos.
Mapa do relevo O mapa de dados do relevo se compõe pelos geo-objetos representados mediante isolinhas, cada uma associada a uma altura. O arquivo original possuía todas as curvas num único layer, porem cada isolinha estava na altura do eixo z no sistema de representação espacial tridimensional. Para permitir representar a informação da altura de alguma forma no sistema bidimensional, associou-se um layer novo a cada isolinha com a indicação do atributo altura. O critério de visualização foi o uso de cores para cada altura com uma graduação de cor progressiva conforme a variação de cota7, processo que tem sido realizado no programa Autocad, e que está detalhado no Anexo 1 deste documento.
Mapa da Estrutura Hídrica A rede hídrica tem sido descrita como objeto complexo, de forma que este mapa de dados geográficos conteria vários componentes espaciais e estes representariam de forma abstrata fenômenos geográficos percebidos na visão de objetos: cursos d’água, lagoas e nascentes, sempre na visão vetorial em forma de linhas, polígonos e pontos. Para este mesmo campo geográfico, foi levantado um segundo mapa de dados espaciais. Este incorpora, à informação contida no primeiro campo, os fenômenos de escoamento superficial das águas nos eventos de chuva dentro da região da Bacia do Córrego Água Podre. Estes dados foram levantados de maneira intuitiva, isto é, a partir da observância das características morfológicas das curvas de nível que informam do caminho natural de escoamento, sendo estes mapeados mediante geo-objetos de linha. Notasse que, no desenho do Diagrama de Apresentação da figura 11, foram introduzidos novos símbolos que complementam as informações fornecidas pelos componentes de cardinalidade entre objetos. Um seria o símbolo (e), que especificaria que o objeto da generalização é constituído pela união dos objetos da especialização, e outro o (+) que significa que tal especialização é exclusiva (EMBLEY, 1992). A composição dos dois juntos simboliza a generalização constituída pela partição das especializações, que seriam mutuamente exclusivas. Por exemplo, no mapa de rede hídrica, os córregos, assim como as lagoas, são uma especialização da rede, mas não podem dar-se de forma simultânea. Em outras palavras, cada elemento da estrutura hídrica será ou córrego ou lagoa, mas nunca os dois ao mesmo tempo.
Zoneamento Ambiental O levantamento do Zoneamento Ambiental no recorte da Bacia do Córrego Água Podre surge da análise dos processos naturais predominantes dentro do recorte da bacia hidrográfica sem considerar as afeições urbanas8.
6 Como, por exemplo, a distinção dos usos residenciais de Médio-Alto Padrão com altura superior a 9m, e as de altura inferior a 9m, e os equipamentos religiosos e centros educacionais. 7 Foi emprego o Autocad Color Index, gerando um mapeamento que permitisse a melhor compreensão da topografia na bacia. 8
Esta caracterização não considera as alterações antropogênicas sobre as unidades do território, ou seja, as
Representação do Campo Geográfico Análise dos usos urbanos atuais no recorte da bacia Polígonos Adjacentes Preenchimento sólido Usos do Solo
Classificação/ Tipos de uso do Solo
<<função>> Tipos de uso do Solo
de vários tons Descrição do tipo de uso do solo
N
Fig.3. Diagrama de Apresentaçao. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.4. Mapa de Usos do Solo no recorte da Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora.
Análise dos usos urbanos atuais no recorte da bacia
Polígonos Quadras viárias 1
Cor da Linha Apresentação
Geo-objetos
N Polígono Loteamentos
N
Fig.5. Diagrama de Apresentaçao. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.6. Mapa de Quadras Viárias e Loteamento no recorte da Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora.
Isolinhas Linhas Relevo
Apresentação
N
Fig.7. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.8. Mapa do Relevo no recorte da Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora.
Isolinhas Linhas Relevo
Classificação/
em diversas
Altura de
Altitude
N
Fig.9. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.10. Mapa do Relevo no recorte da Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora.
Objeto Complexo Córrego Estr. Hídrica
Nascente
Apresentação
1
Lagoa
Linhas na cor azul claro e escuro; pontos; polígonos.
+ Arco N Geo-objetos
N Geo-obj.
Córregos
N
Lagoa Extensão
1 Geo-objetos
Polígono
Superfície
Ponto
Nascentes
Fig.11. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.12. Mapa do Estrutura Hídrica sem considerar o escoamento das águas durante o evento de chuva, no recorte da Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora.
Córrego
Linhas na cor Nascente azul claro e
Objeto Complexo
Estr. Hídrica
escuro; pontos; polígonos. Escoamento das Águas Lagoa
Apresentação
1 + Arco
Arco
N Geo-obj.
N Geo-obj.
Córregos
Lagoa Extensão
1 Geo-obj
Ponto
Nascentes
Polígono
N
N Geo-objetos Caminho Nat.Esc. Águas
Superfície 1 Geo-obj.
Ponto
Extensão
Nascentes
Fig.13. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.14. Mapa do Estrutura Hídrica considerando o escoamento das águas durante o evento de chuva, no recorte da Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora.
São definidas entidades, associadas às unidades territoriais, e processos, que operam em elas e estão relacionados principalmente aos aspectos hidrológicos9. Também se determinam parâmetros que orientam nos tipos de atuação urbana admissíveis para cada entidade. O Zoneamento Ambiental proporciona diretrizes para a regulamentação do parcelamento, uso e ocupação do solo, que permite controlar a expansão urbana para que não afeite ao equilíbrio ecossistêmico da bacia. O modelo que temos descrito de entidades, processos associados e parâmetros de atuação, tem sido construído da observância dos fenômenos e relações no mundo real e sua tradução no computador. Processo que para sua realização completa, segundo Gilberto Câmara, deve passar por quatro etapas10, que vão do mundo real até sua realização computacional.
1. Universo Ontológico. A seguinte tabela representa à primeira das etapas, a materialização em conceitos da realidade. Conforme Câmara indica, o que fazemos é criar um universo ontológico, em este caso apresentando a categorização das entidades, processos e parâmetros para o Zoneamento Ambiental da Bacia do Córrego água Podre.
Id Domínio
Descrição e localização
Processos Naturais predominantes
Parâmetros para regulamentação dos Tipos de Ocupação admissível
Área das Nascentes
Nascente é qualquer descarga realizada pelo aquífero na superfície que resulte na formação de um fluxo mais ou menos visível. Estas unidades do relevo estão na parte inferior de tais vertentes.
Em estas áreas devem ser evitadas qualquer tipo de ocupações urbanas, a fim de preservar e/ou retornar a Mata Ciliar da Mata Atlântica e manter as funções biológicas dos espaços das águas.
Cabeceiras das linhas de escoamento natural
Estas cabeceiras se encontram na origem das linhas de escoamento natural do terreno, em que pode haver também descarga realizada pelo aquífero com fluxo menos visível.
As áreas de Nascentes e Cabeceiras se comportam como anfiteatros de drenagem. O principal processo é o de escoamento superficial, de forma que pode provocar deslizamentos e processos de erosão dos canais de drenagem que acumularia assoreamento a jusante.
Áreas de fundo de vale ou de encostas abruptas das margens dos fundos
Fundo de vale é o ponto mais baixo de um relevo acidentado por onde escoam as águas das chuvas. Estas áreas compreendem na sua maior extensão o córrego e suas proximidades.
O processo predominante é o de armazenamento da água e sua função principal é a da regulação da umidade e sustentação da fauna e flora e das funções biológicas no córrego e seu entorno.
Em esta área devem ser restringidas as ocupações para permitir a conservação e/ou recomposição da Mata Ciliar Floresta Ambrôfila Densa, e para evitar o desmoronamento do terreno nas partes íngremes.
modificações da biota humana no entorno físico: como a urbanização afetaria na variabilidade de vazões, no sistema de escoamento superficial e subterrâneo, etc.; e químico: a presencia de lixo, e outras fontes de poluição que repercutem na qualidade da água, por exemplo.
9 10
Escoamento superficial e/ou subterrâneo, infiltração, evapotranspiração, etc.
O paradigma dos quatro universos, que se classificam em função do nível de abstração, e que em aplicações geográficas se constitui pelo universo ontológico, formal, estrutural e de implementação (CÂMARA, 2005).
Caminho de escoamento superficial
São as linhas de escoamento natural da água durante os eventos de chuva. A localização destas áreas é indicada por um relevo topográfico de tabularidade marcante.
Áreas Íngremes
Presentes entre as áreas altas ou em platô e fundo de vale do córrego ou fundos de vale menores que drenam suas águas até o córrego.
O processo predominante é o de escoamento superficial da água, pudendo alcançar uma velocidade considerável nas épocas de chuva se não houver algum tipo de contenção, e provocar a erosão do canal.
Aqui é necessário na hora de ocupar a área mecanismos de controle da velocidade de escoamento, evitando os problemas de concentração de vazão a jusante e o arraste de partículas sólidas e poluentes até o córrego: mecanismos de detenção e manutenção do solo permeável (SCHUTZER, 2012).
O processo predominante existente é o do escoamento superficial das águas alcançando velocidades altas se não houver nenhum sistema de contenção, o que é fator gerador de enchentes a jusante. Também, a combinação da declividade com índices pluviométricos significativos pode provocar deslizamentos.
Qualquer tipo de atuação urbana aqui deve preservar a cobertura vegetal suficiente para o controle do escoamento superficial e se houver construções estas devem ser muito controladas, preservando, quanto possível, a permeabilidade da área.
Fig.13. Tabela elaborada pela autora para determinação dos compartimentos ambientais, sua localização, seus processos naturais predominante e tipos de ocupação admissíveis. Fonte: Elaborado pela autora.
2. Universo Formal. O segundo passo seria a descrição do universo formal, aqui se determinam os relacionamentos entre as estruturas de entidades identificadas previamente. As abstrações formais aparecem representadas no seguinte diagrama. Este incorpora componentes de cardinalidade para melhor entendimento (EMBLEY, 1992).
Polígonos Adjacentes Zoneam.Ambiental 1
+
N Polígono Geo-objetos Áreas Íngremes
Superfície
N Geo-objetos
Polígono
Áreas de Fundo de Vale
Superfície
Arco N Geo-objetos Caminhos
Extensão
Fig.14. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora.
N Geo-objetos
Polígono
Áreas das Nascentes
Superfície
N Geo-objetos
Polígono
Áreas das cabeceiras das linhas de escoamento
Superfície
3. Universo Estrutural No terceiro passo se procede à construção do universo estrutural, ou seja, a associação de cada estrutura de entidades às regiões de área dentro do recorte da bacia do Córrego Água Podre. Em esta etapa são demarcadas as áreas mediante operações topológicas entre dados espaciais, fornecidos pelos mapas de dados geográficos da Estrutura Hídrica, Relevo e Declividades, e imagem Satélite Google Earth. O mapeamento resultante é constituído de polígonos, próximos entre si, correspondentes para cada subclasse e representados como campo vetorial contínuo, em que existem variáveis de tipo qualitativo para cada subclasse: áreas de fundo de vale, nascentes ou áreas íngremes, etc.11; e quantitativo representado pelas superfícies dos polígonos que caracterizam o território do ponto de vista do zoneamento ambiental.
Linhas na cor turquesa; polígonos em várias cores Caminhos Escoamento Áreas das Nascentes e Cabeceiras Áreas de Fundo de Vale
N Apresentação
Áreas Íngremes
Fig.15. Mapa do Zoneamento Ambiental. Fonte: Elaborado pela autora.
11
Mesma situação para o mapa de Usos de Solo, em que o critério de classificação é função do tipo de uso urbano existente.
Análise e Interpretação Análise Ambiental da Bacia do Córrego Água Podre e Interpretação das informações
A fase de análise da Bacia do Córrego Água Podre cruza diversas informações fornecidas pelos mapeamentos de dados espaciais levantados, o que serve como avaliação ambiental, ou seja, como estudo do impacto gerado na bacia por fatores urbanos, contrastando a ação aos critérios de proteção ambiental, e ponderando as oportunidades de melhora. Estes estudos tem um caráter sistêmico, o do conjunto de componentes que conectam formando o território parcialmente urbanizado, e partem da integração de fenômenos naturais e humanos dentro dos limites de gestão da bacia. A análise se predispõe a reconhecer riscos potenciais derivados da afetação dos recursos naturais que representam o conjunto de questões de degradação ambiental na região, e tem sido estruturado conforme a três tipos de cruzamento realizados e que detalhamos a continuação. Estes cruzamentos permitem obter o Mapeamento dos Riscos e Vulnerabilidade ao Deslizamento e/ou Inundação, Grau de Impacto da Urbanização, e, finalmente, dos Trechos de Viário com Escoamento Atuante. Isto permite a visualização das áreas mais frageis diante os processos de urbanização dentro dos limites desta bacia.
Mapeamento dos Riscos e Vulnerabilidades ao deslizamento e inundação O primeiro cruzamento pretende levantar uma avaliação dos riscos e vulnerabilidades associadas aos deslizamentos e as inundações, um problema que tem sido verificado principalmente em regiões periféricas da cidade de São Paulo (NOBRE, 2010), consultando modelos da literatura Brasileira para este tipo de avaliação (Ross 1994, e Crepaniet 1996)12. Os dados cruzados partem do mapeamento de Zoneamento Ambiental e de Uso do Solo que foram selecionados seguindo os critérios do projeto de referência ‘Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo’, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos de População (NEPO) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)13: Por um lado, o zoneamento ambiental informa de dados qualitativos para a caracterização do território que interfiram no risco potencial de desmoronamento e/ou inundação atendendo ao fator declividade e aos processos naturais predominantes. Realizou-se uma operação de reclassificação em que foram agrupadas as entidades dos campos Fundos de Vale, Áreas Íngremes, Nascentes e Cabeceiras do mapa de Zoneamento Ambiental criando uma nova categoria nomeada compartimentos ambientais vulneráveis14.
polígonos na cor vermelho escuro e linhas azuis Caminhos Escoamento Áreas das Nascentes e Cabeceiras/ Áreas de Fundo de Vale/ Áreas Íngremes
Zoneam.Ambiental
Políg.Adj.
1 +
N Áreas Vulneráveis +
N Geo-objetos
Polígono
Áreas das Nascentes
Superfície
N Polígono Geo-objetos Áreas Íngremes
Superfície
N Geo-objetos
Polígono
Áreas de Fundo de Vale
Superfície
Arco N Geo-objetos Caminhos Escoamento
Extensão
N Geo-objetos
Polígono
Áreas das cabeceiras das linhas de escoamento
Superfície
Fig.15. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.16. Tema Áreas Vulneráveis do mape do Zoneamento Ambiental conforme reclassificado. Fonte: Elaborado pela autora.
12
Ross (1994), Fragilidade Potencial Natural baseada nas Classes de Declividade e Fragilidade Potencial Natural baseada em Índices de Dissecação do Relevo, e o modelo de Crepaniet (1996), Fragilidade Potencial Natural Baseado em Unidades Territoriais Básicas.
13
No capítulo ‘Cenários de risco e vulnerabilidades associadas a deslizamentos’ se descreve a metodologia para construção da base de dados de informações dos riscos de solapamento, deslizamento e inundação. Esta parte do cruzamento dos mapas de Uso do Solo, Índice de Pluviosidade e Declividades. No nosso caso, temos analisado o cruzamento de Uso do Solo e o de Zoneamento Ambiental, sendo que este último é emprego no lugar dos mapas de índice de Pluviosidade e Declividade utilizado no projeto de referência.
14 Notasse que estas entidades estariam também contidas nos setores demarcados como Áreas de Proteção Permanente (APP) pela Resolução CONAMA n. 303/2002, e que incluiriam as áreas situadas em encostas e sopés de morros, cuja urbanização deveria ser acompanhada e controlada, a causa da alta probabilidade de ocorrência de acidentes por escorregamentos, e as áreas de risco de inundações e/ou de risco de deslizamento.
Por outro lado, o mapa de uso do solo representa um aspecto complexo que interfere significativamente nos riscos de escorregamento da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) (NOBREGA, 2010). Aqui também foi feita uma reclassificação15 que levantara uma categorização função da vulnerabilidade ao deslizamento e/ou inundação. A seguinte tabela determina as pontuações atribuídas para cada tipo de uso do solo na bacia: Categoria
Tipo de Uso do Solo
Vulnerabilidade ao Deslizamento
1
Centros Educacionais
Baixa
Residencial de Médio-Alto Padrão h<9m Locais comerciais 2
Centros Comerciais
3
Núcleos de Assentamentos Precários
Média
Edifícios Industriais Alta
Residencial de Médio-Alto Padrão h>=9m Fig.17. Tabela nível de vulnerabilidade ao desmoronamento para cada tipo de uso do solo. Fonte: Elaborado pela autora a partir dos tipos de uso do solo levantados e consulta no seguinte site: http://megacidades.ccst.inpe.br/sao_paulo/VRMSP/capitulo7.
Polígonos Adjacentes
Usos do Solo Classificação/ <<função>>
N
Tipos de uso do Solo
Tipos de uso do Solo conforme à
Análise dos níveis de vulnerabilidade ao deslizamento conforme aos tipos de usos urbanos Preenchimento sólido
+ Centros Educacionais
Residencial de Médio-Alto h<9m
Categoria 1
Locais Comerciais
Centros Ed.Industriais Comerciais
Categoria 2
Assent. Residencial de MéPrecários dio-Alto h>=9m
Categoria 3
Fig.18. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.19. Mapeamento das categorias de vulnerabilidade dos Tipos de Uso do Solo conforme reclassificado. Fonte: Elaborado pela autora.
15 Especialistas do IPT submeteram à avaliação as classes de uso do solo para o risco potencial de escorregamento se baseando em suas experiências individuais de campo.
Finalmente, é realizada a operação de cruzamento intersectando o mapeamento das áreas de ‘Vulnerabilidade ao Deslizamento e/ou Inundação’ do campo geográfico Zoneamento Ambiental com as da categoria 3 do campo geográfico Tipos de Usos do Solo. O mapa resultante mostra que há ocupações potencialmente vulneráveis localizadas ao longo da área de Fundo de Vale do Córrego, e em encostas próximas ao fundo de vale, e que todas elas são assentamentos precários; também foram detectadas algumas edificações altas, tipologia torre, esparsas no território, assentadas em solo instável com risco potencial de desmoronamento.
TIPOS DE USO DO SOLO
ZONEAMENTO AMBIENTAL Polígonos
N
IdDomínio= Áreas ÍngremesvFundos de ValevÁreas Nascentes e Cabeceiras ou IdDomínio= Áreas Vulneráveis
Polígonos
Categoria=3
Polígonos
VULNERABILIDADE AO DESLIZAMENTO E/OU INUNDAÇÃO
Fig.20. Mapa da Operação de Cruzamento. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.21. Diagrama UML-GeoFrame do Cruzamento. Fonte: Elaborado pela autora.
Mapeamento do Grau de Impacto da Urbanização O seguinte cruzamento é realizado para geração dum banco de dados espaciais que informe do Nível de Impacto da Urbanização. Cabe apontar que prévio ao cruzamento foram analisadas as características urbanas na bacia e que uma síntese deste estudo estaria mais bem explicado no Anexo 2 deste trabalho. O grau de ocupação e/ou nível de impacto da urbanização na Bacia do Córrego Água Podre, tem sido avaliado a partir da observância de vários fenômenos. Um seria a perda de cobertura vegetal e do desmatamento da floresta original, que na região da bacia corresponde ao Bioma de Mata Atlântica Floresta Ambrôfila Densa; outro a caracterização do território urbanizado, considerando a distribuição da ocupação urbana, presencia da edificação (alta e baixa), e áreas impermeáveis. Polígonos Adjacentes Classificação dos tipos de cobertura vegetal e arborização
Cobertura Vegetal e Arborização
Apresentação
Cobertura
Preenchimento sólido
Arborização <<função>> Percepção
<<função>> Presencia de espécies arbustivas e forraçoes
N
+
+
Muito vegetada
Pouco vegetada
Massas
Arb.de rua
Fig.22. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.23. Mapeamento da classificação dos tipos de cobertura vegetal e arborização. Fonte: Elaborado pela autora. Polígonos Adjacentes
Distribuição e caracterização da ocupação urbana
Classificação
Apresentação
Edificado
Preenchimento sólido
Impermeabilizado sem edificar <<função>> Grau de Impermeabilização
N
+ Viário (Asfaltado) Impermeabilizado sem asfaltar Fig.24. Diagrama de Apresentação. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.25. Mapeamento da distribuição e caracterização da ocupação urbana. Fonte: Elaborado pela autora.
Depois são cruzadas as informações de cobertura vegetal e floresta e distribuição da ocupação urbana com a subclasse ‘Áreas Vulneráveis’ do mapa de Zoneamento Ambiental. O mapa resultado permite observar as áreas potencialmente frágeis da paisagem que se vem mais ou menos afetadas pelo tipo de urbanização. As mais afetadas seriam a Área de Proteção Permanente (APP) do Fundo de Vale do Córrego Água Podre no trecho a jusante e curso médio, que foram ocupadas por edificações baixas de tipo residencial (médio e baixo padrão) e trechos de viário asfaltado. Também, em áreas de inclinação significativa, onde foram construídos loteamentos de casas de tipo unifamiliar e/ou plurifamiliar de baixa altura. O mapeamento resultante determina quatro subcategorias, em função da intersecção entre as subclasses do mapa de distribuição da ocupação e as Áreas Vulneráveis do Zoneamento Ambiental. O objetivo é dar uma pontuação para estimação do nível de impacto da urbanização. Esta discretização pode ser observada na seguinte tabela:
Categoria
Superposição
Nível de Impacto
1
Edificação / Áreas Vulneráveis
Muito Alto
2
Viário Asfaltado / Áreas Vulneráveis
Bastante Alto
3
Demais áreas impermeáveis / Áreas Vulneráveis
Alto
4
Áreas desmatadas / Áreas Vulneráveis
Moderado
N
Fig.26. Tabela nível do grau de ocupação e/ou nível de impacto da urbanização na Bacia do Córrego Água Podre. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.27. Mapa da Operação de Cruzamento. Fonte: Elaborado pela autora.
ZONEAMENTO AMBIENTAL Polígonos
IdDomínio= Áreas ÍngremesvFundos de ValevÁreas Nascentes e Cabeceiras ou IdDomínio= Áreas Vulneráveis
COBERTURA VEGETAL, DISTRIBUIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA OCUPAÇÃO URBANA Polígonos
Polígonos
GRAU DE IMPACTO DA URBANIZAÇAO
Fig.28. Diagrama UML-GeoFrame do Cruzamento. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.29. Vista perspetivada da superposição das subclasses intersectadas. Fonte: Elaborado pela autora.
Mapeamento dos Trechos de Viário com Escoamento Atuante A seguinte operação pretende identificar os trechos de viário em que há ações de escoamento superficial significativas, relacionando os elementos da subclasse caminho de escoamento superficial aos polígonos que conformam o sistema da malha viária urbana. A seguinte operação pretende identificar os trechos de viário em que há ações de escoamento superficial significativas e/ou em que condições de grande declividade podem induzir a problemas de desmoronamento provocadas pelos efeitos da erosão. Para isso se procede primeiro a intersectar a subclasse ‘Caminhos Escoamento’ do mapa de Zoneamento Ambiental com as entidades de Quadras Viárias. Isto indicaria os trechos de viário em que se dariam ações de escoamento mais agressivas durante os períodos de chuva intensa. O segundo passo consiste em intersectar a subclasse ‘Áreas Íngrimes’ do mapa de Zoneamento Ambiental com as entidades de Quadras Viárias, novamente, identificando partes do viário em que podem haver riscos derivados dos processos erosivos intensos próprios nos terrenos de declividade significativa. Os dois temas gerados nas duas operações de intersecção permitem visualizar trechos de ruas em que seria interessante propor um tipo de tratamento específico que ajude à mitigação dos problemas indicados.
N
Polígonos QUADRAS VIÁRIAS
Polígonos
Polígonos ZONEAMENTO AMBIENTAL
QUADRAS VIÁRIAS
Polígonos ZONEAMENTO AMBIENTAL
IdDom.= Áreas Íngremes
IdDom.= Caminho Escoam.
Polígonos
Polígonos TRECHOS DE VIÁRIO URB. C/ESCOAMENTO SUPERF. ATUANTE
TRECHOS DE VIÁRIO URB. C/RISCO PROCESSOS EROSIVOS
Fig.24. Vista perspetivada da superposição das subclasses intersectadas e mapa gerada após a intersecção contendo os novos temas junto as curvas de nível, áreas íngremes, quadras viárias e caminho do escoamento. Fonte: Elaborado pela autora. Fig.26. Diagramas UML-GeoFrame dos Cruzamentos. Fonte: Elaborado pela autora.
Considerações Finais
Este trabalho tem registrado o método científico para Levantamento, Análise e Interpretação do território da Bacia do Córrego Água Podre para o plano de Pesquisa de Doutorado, que envolve a coleta, discretização, classificação e intersecção dos dados geoespaciais. Os dados espaciais têm sido apresentados junto com um diagrama Geo-Frame (LISBOA FILHO, 2001), que informa dos entes e dos relacionamentos entre eles. Alguns destes mapas foram levantados de forma manual pela observância de fenômenos ambientais e urbanos, processo desenvolvido em três etapas, determinadas pelo Universo Ontológico, Formal e Estrutural conforme explica Gilberto Câmara (2005). A parte da Análise consistiu na avaliação ambiental da bacia, conectando dados urbanos e ambientais do relevo, zoneamento ambiental, tipo de uso do solo, distribuição da ocupação urbana, presencia da edificação, áreas impermeáveis e morfologia urbana. Isto permitiu visualizar áreas submetidas a diversos tipos de fragilidades ambientais. Em este sentido, foram detectados modos de ocupação urbana indevidos, principalmente a jusante e no curso médio do Fundo de Vale do Córrego Água Podre, e em algumas Áreas Íngremes de maneira esparzida. Por último, foram visualizados os trechos de viários mais afetados pelos processos erosivos. Todo este material será fundamental para determinar o tipo ações de Infraestrutura Verde (IEV) e sua localização na bacia para a fase da modelagem das hipóteses de projeto, cujo objetivo é contribuir na atenuação da erosão, intercepção das chuvas, manutenção da fauna e flora, recuperação do ciclo hidrológico, da qualidade das águas e conforto climático.
Anexo 1 Mapa do relevo O passo preliminar foi importar do Mapa Digital da Cidade (MDC) os quadrantes que contem a região da Bacia do Córrego Água Podre. Uma vez descomprimidos, estes arquivos foram juntados em uma única base, georreferenciada às coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM). Seus layers foram organizados e renomeados aplicando o critério que se julgou mais conveniente para geração dos posteriores mapeamentos de dados espaciais, apresentados no capítulo de ‘Levantamento de Dados’ deste documento, (edificações, loteamentos, quadras viárias, curvas de nível a cada metro, topografia, hidrografia, limites dos distritos, hidrografia, e textos e cotas, principalmente). O seguinte passo foi exportar o arquivo DWG por meio do comando wblock do aplicativo AutoCAD deixando todos os layers deste arquivo congelados a exceção dos associados ao desenho das curvas de nível e ao limite da Bacia do Córrego Água Podre. No novo arquivo há diversos layers cada um deles associados a uma cota na dimensão z igual à cota da curva de nível que contem. Ao alterar a vista para elevação apareceriam as curvas de nível posicionadas segundo sua cota. No obstante, o limite da Bacia do Córrego Água Podre, aparece na cota zero da dimensão z. A continuação se procede a redesenhar este limite na posição z correta. Para isso, se situam primeiro os pontos nas intersecções do contorno da bacia com cada curva de nível, sempre com o “Aparent Intersection” ativado para poder os situar na cota certa. E, uma vez finalizado, se executa o comando 3dPoly, que permite o desenho das polilíneas em três dimensões, passando por cada ponto, até o fechamento do contorno. Já com o contorno em 3d, o seguinte passo é a transferência de cada layer a um novo com o nome da cota associada. Depois da transferência trocasse a cor dos layers de maneira que exista uma proximidade de cor entre cotas vizinha usando as cores do Autocad Color Index (ACI), percorrendo tons que iriam do cyan, para cotas baixas, até o vermelho para as cotas mais elevadas, passando por variações de verde, amarelo e laranja.
Anexo 2 Caracterização Urbana na Bacia do Córrego Água Podre
Cabe apontar que o período de expansão urbana na bacia e relativamente recente, este se deu a partir dos anos 50, e que a área da Bacia do Córrego Água Podre, tem experimentado um processo de expansão da urbanização induzida principalmente pela procura de área livre para instalação de residências unifamiliares, sendo em maior medida de tipo médio e alto padrão. Este processo veio influenciado pelo crescimento da região sudoeste da Metrópole da Cidade de São Paulo. A continuação se destacam as principais características urbanas que definem o tipo de desenvolvimento urbano que há na região: Tipos e distribuição de usos urbanos: Área predominantemente residencial, em fraca verticalização. Presencia de favelas que foram se estabelecendo nos anos mais recentes e que se localizaram em sua maioria perto da área do fundo de vale do Córrego Água Podre. Outros usos de tipo misto, principalmente residencial e comercial, ou residencial e industrial, encontrados na sua grande maioria na área urbana a jusante do córrego, próxima a avenida onde passa o Córrego Jaguaré em que desemboca o Córrego Água Podre. Presencia de áreas verdes: Podem ser observadas algumas áreas remanescentes de Floresta Ambrôfila Densa do Bioma de Mata Atlântica e vegetação secundária deste mesmo bioma em estágio inicial de regeneração, ou estágios mais maduros. Configuração e distribuição espacial das áreas verdes: Podem ser observadas áreas de vegetação mais ou menos densas, embora sejam manchas menores, com uma configuração e distribuição espacial no recorte da bacia que não parece estar completamente desfragmentada ainda. Isto prove oportunidades para re-vegetação, recomposição e adensamento. Taxa de impermeabilização: Dentro do recorte da bacia a taxa média de impermeabilização parece ser moderada, com setores ocupando áreas de risco potencial para deslizamento e inundação, que pode gerar problemas em função do período do ano tais como processos de deslizamentos de massa, e/ou efeitos de erosão superficial com deposição de sedimentos a jusante e/ou inundações, conforme ao regime de chuvas registrado.
Bibliografia
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