Diagnóstico Projeto de Urbanismo 1

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Contextualização geral


Principais informações da proposta do projeto Célula 2. anat.zoo: área localizada na membrana da asa dos insetos, parcial ou complementarmente circundada por nervuras. Na biologia, os insetos passam por um processo de metamorfose, dividido em fases em que eles crescem e evoluem, transformando completamente seu físico e seus objetivos como seres vivos. Os seres humanos passam pelo mesmo processo, cada fase da nossa vida (criança, jovem, adulta, idosa) nos transforma e nos aprimora, de forma a acumularmos experiências ao longo da vida, sem esquecermos de nossas origens. Fazendo uma ligação com o conceito Metamorfose (utilizado no Projeto de Paisagismo 1), o conjunto habitacional elaborado nesse diagnóstico será inspirado no conceito Célula. Como visto no significado retirado do dicionário da palavra Célula, as asas dos insetos têm “núcleos” de onde partem nervuras, interligando as asas como um todo, criando uma malha radial. Nosso projeto tem essa mesma ideia: núcleos urbanos que, a partir de uma malha urbana radial/nervurada, conecta o conjunto habitacional formando uma única unidade. Além disso, o projeto terá passeios aéreos que elevaram seus pedestres, assim como as asas de um inseto. O projeto terá pátios/praças/áreas verdes elevados, em formato de anéis, que serão conectados com o térreo por meio de corredores verdes (com escadas e rampas para dar acessibilidade a todos os pedestres). As vias automobilísticas e ciclovias serão implantadas no nível do terreno e os lotes acima desse nível, para evitar poluição sonora, poluição aérea e acidentes entre carros e pedestres. Os comércios locais (padarias, farmácias, restaurantes, lojas etc) ficarão localizados no nível do terreno, juntamente com os equipamentos urbanos (escolas, postos de saúde etc). As habitações serão módulos pré-definidos em que, conforme a demanda do(s) morador(es), serão adicionados ou retirados de cada lote. O partido, portanto, será uma malha urbana radial, com dois núcleos centrais (um no terreno maior e outro, em menor escala, no terreno menor) interligados tanto por vias e ciclovias quanto por passeios suspensos.


Situação do terreno na metrópole e na região administrativa Mapas de localização



Contextualização geral da problemática de estudo


Crescimento periférico •

A ocupação inicial efetiva-se a partir da premissa básica que irá determinar a atuação estatal no processo de ocupação territorial: a preservação do núcleo central, formado pelo Plano Piloto.

Como resposta às tentativas de controle do poder público, ao mesmo tempo em que se implantava o Plano Piloto, a pressão populacional exercida principalmente pelos operários que construíam a nova capital, obrigava o Estado a reconhecer a força dos movimentos sociais. Formava-se a periferia, constituída pelas cidades-satélites implantadas a partir da oferta de lotes com o objetivo de abrigar não só o contingente de população operária migrante, mas também parte dos funcionários públicos com posições mais baixas na hierarquia funcional, sem acesso às terras localizadas no Plano Piloto.

No processo de ocupação periférica surgem inicialmente as Regiões Administrativas - RA de Taguatinga (1958), Sobradinho (1960), Gama (1960), Guará (1966) e Ceilândia (1970), inaugurando, assim, o polinucleamento característico da estruturação urbana inicial da região.

Núcleos, denominados cidades-satélites, foram previstos no projeto urbanístico para serem implementados a partir da saturação do limite populacional estabelecido para o Plano Piloto. A antecipação de sua implantação em áreas distantes do núcleo principal gerou grandes vazios urbanos e deu início ao processo de ocupação gerenciado pela atuação pública com clara divisão social do espaço urbano.

A configuração socioespacial resultante desse processo concentra a população de renda mais elevada e maior poder político em áreas mais centrais e privilegiadas em termos de empregos, infra-estrutura básica e serviços sociais. Ao mesmo tempo, redistribui a população menos favorecida quanto a esses aspectos, constituindo uma ocupação periférica que se estende até os municípios limítrofes.


Crescimento periférico

Principais informações A questãoda urbana-metropolitana proposta do projeto

A configuração socioespacial resultante deste processo de estruturação espacial, marcada pela formação de extensas periferias desassistidas social e economicamente, são agravadas pela intensificação dos deslocamentos populacionais intra-urbanos, representados pelos fluxos migratórios intrametropolitanos em direção à periferia regional. Além disso, elas revelam a existência de uma relação de causalidade entre esses fluxos e a intensificação dos movimentos pendulares.

No decorrer de seu processo de construção e consolidação, Brasília tornou visíveis as contradições inerentes à organização social brasileira: passou de cidade que pretendia ser socializante na distribuição de pessoas e atividades para uma estrutura intra-urbana fortemente marcada pelo processo de segregação socioespacial da população. Ao invés de constituir-se em um instrumento distributivo, a propriedade pública da terra urbana passa a funcionar como instrumento de ocupação seletiva, instituindo a "segregação planejada" e transformando Brasília na "capital do controle e da segregação social"

Outra especificidade da estrutura intra-urbana na região é a ausência da conurbação entre as localidades periféricas. Este fato deu origem a uma estrutura fragmentada, composta por vários núcleos de ocupação urbana, separados por grandes glebas sem ocupação - o que torna ainda mais distantes as localidades periféricas, e mais difíceis as condições de deslocamento da população residente nesse segmento espacial.

Evidentemente, apesar das especificidades, o processo de estruturação urbana e distribuição populacional do Distrito Federal e entorno não pode ser dissociado dos processos de urbanização e desenvolvimento nacional. A configuração socioespacial resultante do processo de urbanização não poderia ser muito diferente daquelas encontradas nas demais metrópoles nacionais, uma vez que está submetida ao mesmo processo econômico (regime de acumulação) e à mesma formação social.


Taguatinga


A questĂŁo urbana-metropolitana

Ă guas Claras


Crescimento tentacular por meio de cidades satélites •

O modelo de crescimento extensivo tentacular caracteriza-se pela ocupação das terras em função do sistema viário. A ocupação do espaço urbano acompanha as principais vias de acesso da cidade, que constituem verdadeiros vetores do crescimento territorial urbano (BRITO; SOUZA, 2005, p.54).

O crescimento desmedido da mancha urbana se deu a partir do desenvolvimento da cidade capitalista que oferecia oportunidades de emprego e melhora na qualidade de vida, propiciando assim a imigração contínua e massiva das zonas rurais do país.A expansão urbana no Distrito Federal acompanha, em várias situações, 05 principais eixos rodoviários da região, constituindo eixos polarizadores de urbanização e um processo de crescimento do tipo tentacular.

O desenvolvimento periférico, que surge a partir do Plano Piloto, cresce horizontalmente ao longo das vias de comunicação mais importantes. A ocupação urbana ocorreu de maneira dispersa em núcleos distantes do centro principal, com grandes vazios entre eles, estruturando-se de forma tentacular, axial e dependente do Plano piloto.

Em função da configuração urbana de dispersão das cidades satélites, o modelo de expansão urbana tentacular é gerador dos principais problemas da metrópole, quanto mobilidade e acesso aos equipamentos e serviços de qualidade do centro de Brasília, garantido pelas oportunidades distribuídas neste núcleo de desenvolvimento.


Dispersão e fragmentação do território

A questão urbana-metropolitana

• Entende-se como dispersão urbana ou urban sprawl, na sua designação original em inglês, a expansão horizontalizada e não compacta do tecido urbano criando o que alguns pesquisadores costumam chamar de cidade difusa ou dispersa. • A tradição da cidade compacta deu lugar a uma tendência cada vez mais acentuada de expansão horizontalizada das cidades, típica do modelo de urbanização policêntrica do Distrito Federal, com altos custos ambientais, de fluxos circulatórios (principalmente transporte público) e de provisão de infra-estruturas e de serviços urbanos. • A partir da forma de dispersão urbana no Distrito Federal, tem se perdido os valores sociais da urbanidade e se eliminando as bases coletivas e coesionadoras da cidade. A cidade difusa/dispersa é ambientalmente insustentável e economicamente perdulária. • O tombamento de Brasília foi um fator determinante para a dispersão das cidades satélites, que a cada vez mais se consolidava através das migrações rural-urbanas, gerando conseqüentemente ao crescimento das densidades, ao aumento dos preços imobiliários e à predisposição do campo para urbanizar-se progressivamente, criando um círculo vicioso que transformou o território de uma forma irreversível. • Nas cidades satélites, quanto mais distante do núcleo polarizador dos equipamentos e serviços é possível observar que a vida urbana e a riqueza dos espaços públicos vão escasseando e o tecido urbano vai perdendo coesão.


Dispersão e fragmentação do território •

No Distrito Federal incentivou-se o modelo de ocupação extensiva do solo, como solução à frágil estrutura ambiental e também em função da adoção do modelo da cidade-jardim, incorporado ao planejamento urbano de Brasília na forma de cidade-parque.

Visto que a estrutura urbana do Distrito Federal, determina a conformação de novos espaços territoriais ao longo das rodovias que ligam o centro (Plano Piloto) aos pólos urbanos dispersos no território (cidades satélites).

O modelo de cidade-parque adotado em Brasília no intuito de desafogar o centro e melhorar a qualidade de vida urbana, redundou em uma “urbanização progressiva do território de forma contínua ao longo das infra-estruturas de conexão e dos pontos de intersecção entre áreas suburbanas, cada vez mais dissociadas dos núcleos urbanos consolidados

A cidade difusa resultante, além de frustrar as expectativas de uma cidade-parque, gerou uma estrutura urbana pouco coesa, problemática para o transporte e dispendiosa quanto à implantação e manutenção de infra-estruturas.

A Aglomeração Urbana de Brasília, que engloba o DF e cidades do Entorno, classificou-se em 6º lugar no índice sintético de dispersão urbana, mas foi a primeira no indicador de fragmentação, o indicador de fragmentação é destacado como o fator mais característico da dispersão urbana depois da densidade urbana.

Brasília, portanto, considerado este critério, é a cidade mais fragmentada dentre as aglomerações selecionadas, apresentando aquilo que se convencionou chamar de uma urbanização em saltos (leapfrog development), que está associada à separação física dos núcleos urbanos em uma mesma aglomeração e “pode ser entendida como parte de um processo de desconexão dos espaços de vida cotidianos dentro das aglomerações.


A questĂŁo urbana-metropolitana


Tentativas de preenchimento dos vazios por meio de um crescimento compacto • O Plano Piloto e as cidades adjacentes conformaram soluções espaciais apartadas por grandes vazios, desarticuladas umas das outras e significativamente distantes entre si. Brasília inverte uma premissa recorrente em assentamentos urbanos de que quanto mais próximo do centro, maior a densidade construída e habitacional. • Especificamente dentro do Distrito Federal, existem zonas de elevada densidade, enquanto áreas próximas ao Plano Piloto apresentam-se espaçamente ocupadas, ainda que corresponda ao CCS, onde há maior oferta de transportes públicos. • O Plano Piloto, considerado o centro da cidade por conter 44,46% da população do Distrito Federal (DF) trabalhando nele, não tem Regiões Administrativas (RAs) tão próximas. As elevadas distâncias do DF dificultam a mobilidade dos habitantes de uma RA para outra. • Além da distância entre as RAs, a baixa densidade na divisão entre elas faz com que longas distâncias precisem ser percorridas, com uma pequena quantidade de linhas dos transportes públicos. • Os vazios urbanos com fins especulativos criaram residuais com crescimento descontinuo, em uma lógica que reestrutura espaçamentos na mancha urbana, diferentemente de uma cidade condensada, contribuindo para elevação do valor da terra ociosa ou vazia, dificultando e encarecendo tanto a implantação quanto a manutenção de serviços públicos, e elevando o valor do solo urbano nas áreas centrais e estratégicas.


A questão urbana-metropolitana Tentativas de preenchimento dos vazios por meio de um crescimento compacto •

Observa-se que houve um crescimento disperso e difuso, com espaços vazios na malha urbana e áreas com fins de especulação imobiliária. Essa situação por sua vez trouxe reflexo no meio ambiente e nos espaços urbanizados, com uma paisagem que retrata deficiência no ordenamento territorial.

Os vazios não so são encontrados nas áreas periféricas como também nas mais centrais, interferindo nas formas de crescimento da cidade. De acordo com Sabbag (2008), com a incorporação dos princípios das cidades jardim ou cidades-parque, há uma inversão na figura-fundo, onde o plano principal é o vazio, e não mais os edifícios; estes devem ser dispostos livremente no solo, agora liberado e tratado como público. Portanto, na cidade moderna, é composto por grandes vazios como objetos dispostos isoladamente, definindo o caso específico da cidade de Brasília e suas demais aglomerações dispersas.

A otimização dos vazios urbanos no Distrito Federal, tornariam as cidades satélites mais sustentáveis, contudo essa não é uma tarefa rápida ou fácil, e precisa ser amplamente discutida, analisada sob diferentes perspectivas, para que as possibilidades de utilização desses vazios seja em benefícios do bem estar social de todos os cidadãos. Seguramente o primeiro passo a ser dado é conhecer e delimitar o que são e onde estão esses vazios, dentro da realidade de cada município.



A questĂŁo urbana-metropolitana


Evolução urbana


A questĂŁo urbana-metropolitana


Características do déficit habitacional •

Na região Centro-Oeste, em termos absolutos o déficit total de 420 mil domicílios (que representa 8% do déficit brasileiro em 2012) concentra-se no estado de Goiás e no Distrito Federal, com respectivamente 38% e 28% deste total. Em termos relativos (Tabela 5 e Figura 3), o déficit no DF atinge aproximadamente 14% do total dos domicílios em 2012, enquanto nos demais estados este valor é em média de 7,6%.

O déficit habitacional é dividido em quatro condicionantes, a primeira e a precariedade, quando os habitantes vivem sem mínima infraestrutura urbana. O segundo e a coabitação, quando parentes e amigos dividem o mesmo imóvel, por questões financeiras, isto reflete também no adensamento excessivo de moradias alugadas onde há mais de três pessoas vivendo em uma mesma moradia. Por ultimo, o ônus demasiado do aluguel, quando a locação compromete mais de 30% dos vencimentos das famílias que possuem de três salários mínimos. Se levado em conta este estudo na região de Águas Claras Vertical não se enquadra nesse modelo, porem ao verifica as condições das famílias que vivem em Arniqueiras a situação inverte. No Distrito Federal o déficit habitacional atinge 125 mil brasilienses, apesar da queda do ritmo de crescimento populacional nas ultimas décadas, segundo o IPEA o numero de habitantes do Df ainda aumenta, em média 2,3% a cada ano.

Proporção de domicílios com déficit habitacional sobre o total de domicílios


Principais assentamentos precários na mancha urbana

A questão habitacional

Parcelamentos Irregulares: Áreas de Regularização do Plano de Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT 2009. Fonte: Sistema de Informação Territorial e Urbana do Distrito Federal SITURB



Anรกlise multidimensional da รกrea de estudo


Formação do tecido urbano de Taguatinga •

O desenho da cidade de Taguatinga assim como sua expansão urbana foram condicionados por barreiras físico-ambientais e por um sistema viário estruturador formado pelas rodovias DF-001 e BR-060.

A cidade se expandiu ao longo da EPCT(DF-001) inicialmente de maneira simultânea no sentido norte e sul. A expansão da cidade aconteceu de forma mais intensa no Setor Norte devido às limitações físico-ambientais existentes no Setor Sul, tais como, a proximidade com a ARIE JK e a barreira formada pela EPNB (BR-060) que delimitou a expansão deste setor.

O traçado original da cidade utilizou o princípio do cruzamento dos eixos, conforme já usado por Lúcio Costa no projeto do Plano Piloto de Brasília. Este cruzamento, formado pelas avenidas Comercial e Central, dividiu a cidade nos três setores que estruturam Taguatinga até hoje: setores norte, sul e central.

Taguatinga segue o mesmo princípio de setorização das cidades planejadas do Distrito Federal. Entretanto, ao se proceder a uma análise de seus atributos morfológicos, verifica-se que seu traçado em ruas e quarteirões, a contigüidade dos lotes e a diversidade de uso que ocorre em seu tecido urbano, lhe conferem uma estrutura mais adequada, que a do Plano Piloto de Brasília, a convivência cotidiana e a apropriação dos espaços públicos.

Seu tecido urbano se aproxima mais da configuração da maioria das cidades tradicionais.


Formação do tecido urbano de Taguatinga

Análise da morfologia urbana

Taguatinga agregou em seu tecido urbano, diferentes tipos de malha representando as diversas etapas de seu crescimento. Portanto, apresenta atributos morfológicos comuns às demais cidades do Distrito Federal, mas também possui características de desenho próprias.

Existe uma proporção maior de espaços fechados em relação a de espaços abertos, o que caracteriza uma configuração mais tradicional.

Garante uma setorização menos rígida que a existente no Plano Piloto com as atividades comerciais distribuindo-se, em sua grande maioria, pelas ruas da cidade.

Seu centro urbano cujo gabarito elevado, até 15 pavimentos, contrasta com a horizontalidade das áreas habitacionais, tornando-o perceptível mesmo a distância e realizando uma correspondência perfeita entre sua silhueta e as atividades que nele existem, transformando desta maneira esta área num espaço simbólico representativo do lugar que Taguatinga ocupa no Distrito Federal de segundo pólo comercial e de serviços.


Formação do tecido urbano de Águas Claras •

A maioria das cidades-satélites do Distrito Federal existentes surgiu a partir de ocupações irregulares sem iniciativa por parte do governo que, posteriormente, acabou legalizando essas áreas. No caso de Águas Claras difere em algumas questões, pois foi concebida como um espaço pré-definido pelo Governo do Distrito Federal.

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Localizada em dois grandes complexos pré-existentes – Plano Piloto/ Cruzeiro/ Guará e Taguatinga/ Ceilândia/ Samambaia – a região configura um hiato territorial, um ponto crítico gerador de altos custos para a expansão de serviços urbanos.

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Águas Claras representava uma área de potencial crescimento, com tendência de ser ocupada irregularmente pela sua ociosidade. Este fato seria agravado ainda mais após a implantação da malha metroviária que cortaria a região.

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Em 1983, a partir do Projeto Águas Claras, aprovado pelo então Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU, foram identificadas áreas para ocupação urbana, áreas propícias para atividade rural e projetos de proteção ambiental e de recuperação.

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A região administrativa XX – Águas Claras, engloba além da área original do bairro, o Areal e Arniqueiras, que são regiões contíguas, porém a poligonal oficial da área não foi regulamentada, aguardando aprovação.


Formação do tecido urbano de Águas Claras

De acordo com o último Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, o PDOT de 2009, atualmente Águas Claras está inserida na Zona Urbana Consolidada, configurando uma área predominante residencial. O plano elaborado para a implantação do bairro não está se materializando conforme sua proposta conceitual. Analisando o projeto original direcionado para a área e a situação atual, pode-se perceber as discrepâncias encontradas no levantamento. Percebe-se a linha do metrô como elemento estruturador do espaço urbano de Águas Claras.Atualmente a cidade vem sofrendo grandes alterações em seu tecido urbano, que descaracteriza a intenção original do projeto, as quais foram ocorrendo gradualmente com sua evolução da malha. O centro existente é dado por uma configuração linear, acompanhando as avenidas principais. O comércio existente hoje é mais forte na região onde as primeiras edificações foram construídas, área que não corresponde a região prevista para o centro principal no projeto. A região atenderia uma população de 160.000 moradores e a expectativa para a densidade populacional bruta com a conclusão da cidade seriam 320 habitantes por hectares. A densidade final, porém, será maior que o previsto, já que o gabarito da região era originalmente de 12 andares nas áreas residenciais e 15 nas áreas comerciais, entretanto podem-se encontrar edificações de até 35 pavimentos em algumas áreas, mesmo as residenciais.

Análise da morfologia urbana


Evolução do tecido urbano de Águas Claras. Fonte: infobrasilia.com.br, 2007


O crescimento de Taguatinga e Águas Claras Taguatinga e Águas Claras possuem seus limites de cristalização os eixos que circundam o território já edificado, porém ainda existem áreas não densificadas nas extremidades dessas satélites. Águas Claras cresce em contorno da margem da via EPTG, afirmando um fator de crescimento da dispersão urbana. Areal e Arniqueiras crescem no sentido das vias que limitam suas áreas, no sentido horizontal. Apesar do crescimento em função dos eixos viários, as próprias vias garantem os limites de seus perímetros territoriais.

Análise da morfologia urbana


Estrutura Fundiária de Taguatinga e Águas Claras •

Em Taguatinga, apesar de ter sido uma cidade planejada, encontramos dois tipos de configuração. As quadras implantadas no início da construção da cidade apresentam um tecido com características tradicionais, enquanto que as quadras implantadas numa etapa posterior de crescimento da cidade incorporam alguns princípios do urbanismo funcionalista.

O princípio do cruzamento dos eixos estrutura o traçado da malha urbana de Taguatinga. Este cruzamento, definido pelas avenidas Comercial e Central, organiza a cidade em três setores: norte, sul e central.

Identifica-se uma estrutura de traçado em ruas e quarteirões, a contigüidade dos lotes e a diversidade dos tipos de uso em seu tecido estruturado, garantindo uma malha ortogonal que configura as quadras-lotes.

Assumindo o modelo, de organização da cidade por quadras, a expansão da cidade de Taguatinga se deu a partir do acréscimo de novas áreas com diferentes padrões espaciais que refletem contribuição de diferentes períodos históricos de desenvolvimento da malha urbana.

Em Águas Claras, as quadras estão dispostas aos pares, contíguas, fechadas, sem permeabilidade entre elas, como condomínios fechados, parceladas em lotes internos voltados para uma praça e externos, geralmente de uso misto. O Setores Habitacionais Areal e Arniqueiras, configuram uma malha horizontal, organizada em quadras-lotes, com forma tradicional.


Análise da morfologia urbana Estrutura Fundiária de Taguatinga e Águas Claras •

A quadra aberta, vista em Águas Claras, é formada por várias tipologias de benfeitorias: prédios residenciais multifamiliares de 12, 15 e mais pisos voltados para a Praça das Araras; residências unifamiliares, com até dois pisos, com empena cega voltada para a praça; na Alameda Flamboyant prédios de uso misto e institucionais

O remembramento de lotes residenciais unifamiliares em Águas Claras, proporciona lotes de maior dimensão, promovem a construção de edifícios residenciais multifamiliares, transformando o uso do solo e a estrutura das quadras. Com isso houve um incremento na densidade em quadras específicas, com edifícios de até 12 andares, mesclando com habitações unifamiliares de até dois pavimentos. A previsão é que estas casas, em um curto espaço de tempo, pela pressão imobiliária, darão lugar a prédios com mais de 12 pisos.

Existem quadras fechadas, com um único acesso através de uma via interna, e os lotes voltados para uma praça central, tornado a estrutura fundiária de Águas Claras dinâmica quanto a variedade de desenho urbano.


Hierarquia viária em Taguatinga e Águas Claras Quanto ao sistema viário, pouco hierarquizado de Taguatinga, o mesmo é formado por duas vias principais – avenidas Comercial e Samdu, e por vias que são simultaneamente coletoras e locais. Estas últimas possuem em torno de 6,00m de largura com calçadas de 4,00m aproximadamente. O sistema viário de Taguatinga, apesar dos problemas resultantes das diversas etapas de crescimento da cidade, conforme observamos mais adiante, possui uma hierarquia razoavelmente bem definida cuja classificação definida pelo PDL é a seguinte: Encontram-se pistas duplas que se ligam com pistas simples, sendo que a na maioria dos casos, não há um alinhamento dos eixos e os raios de giro são insuficientes para as manobras de veículos longos, problemas mais vistos no Setor Sul. No Setor Norte, onde a malha mais regular proporciona a estas a estas avenidas uma maior continuidade, o sistema consegue integrar as diversas quadras da cidade. As avenidas neste setor da cidade possuem uma caixa que varia de 30 a 70m e conseguem manter com segurança o fluxo nos dois sentidos. As vias coletoras e locais possuem dimensões entre seis e sete metros de largura, sempre com fluxo nos dois sentidos. As vias coletoras, atualmente garantem apenas um sentido de fluxo, fazendo ligação entre as vias principais ou arteriais. As vias locais atendem com folga o fluxo de veículos, tendo em vista a baixa densidade existente nas quadras residenciais da cidade em função da maioria esmagadora de residências unifamiliares.


Análise da morfologia urbana

Vias Arteriais: EPCT(DF-001), EPNB(DF-075), EPTG(DF-085) e EPCL(DF-095) Vias Principais: Av. Comercial, Av. Central, Av. Samdu e Av. Hélio Prates Vias Secundárias ou Coletoras: todas as vias que recebem o fluxo de tráfego das vias principais e distribuem para as vias locais. Vias Locais: todas as vias que acessam aos lotes residenciais.


Plantas Urbanas – Águas Claras, detalhe. Fonte: Base SICAD/GDF, 1997, sem escala. Detalhe das quadras 101 e 102. Fonte: Google Earth, 2016.

Plantas Urbanas – Águas Claras, detalhe. Fonte: Base SICAD/GDF, 1997. Detalhe das quadras 104 e 105. Fonte: Google Maps, 2016.


Análise da morfologia urbana

Plantas Urbanas – Águas Claras, detalhe. Fonte: Base SICAD/GDF, 1997, sem escala. Google Earth, 2016.

Plantas Urbanas – Águas Claras, detalhe. Fonte: Base SICAD/GDF, 1997, sem escala. Detalhe das quadras 201 a 203.

Detalhe da quadra 301. Fonte:


Mapa de hierarquia viária do entorno Assim com em Taguatinga, as vias de circulação, que estruturam a malha urbana da cidade de Águas Claras, possuem sentidos únicos para a garantia de um fluxo mais permeável e prático para os moradores da região. O sistema viário de Águas Claras não garante complexidades quanto hierarquia, foram definidas assim como Taguatinga, vias de conexão entre seus distintos setores, de forma contínua. Entretanto, a grande densidade demográfica e a intensa dependência do automóvel acaba tornando as vias problemáticas e um verdadeiro caos durante os horários de pico.


Tipos de lotes do entorno A morfologia de Taguatinga garante um traçado ortogonal predominante, que define as quadras-lotes organizadas racionalmente e funcionalmente. Águas Claras Vertical garante uma tipologia de quadras-blocos, que insere no contexto da cidade uma escala diferente de seu entorno e ordenamento funcional urbano. Arniqueiras possui uma malha fechada, que configura-se em quadra-lote, apesar de suas grandes interrupções e dispersões territoriais. Finalizando, o Areal possui uma malha semelhante a Taguatinga, com quadras-lotes.

Análise da morfologia urbana


Tipologias

Taguatinga

Ă guas Claras


Anรกlise da morfologia urbana Arniqueiras Areal


Ă reas verdes no entorno


Anรกlise da morfologia urbana


Centralidades


Figura e fundo

Anรกlise da morfologia urbana


Complexo Comercial e polo industrial.

Complexo Residencial de Águas Claras Vertical Loteamento em processo de regularização Arniqueiras Zona Residencial e Comercial Arniqueiras


Anรกlise da morfologia urbana


Permeabilidade e Uso do Solo A maioria dos edifícios garantem jardins permeáveis em seu contorno, atribuindo valor estético as áreas de passagem dos pedestres e permeando a água acumulada, além de outros espaços públicos como centro de ensino superior tendo espaços amplos destinam o uso para estacionamento O perímetro de área analisada, garante uma quantidade significativa de solo impermeável, ainda se tratando de áreas que concentram adensamento maior de lotes por espaço. Através do uso de asfalto nas pistas e concreto nas áreas públicas adjacentes pode-se constatar pouca permeabilidade, devido a declividade local existem riscos das bacias locais não suportarem a demasia das precipitações.

Legenda Área verde Área edificada Área permeável

Apesar de uma grande área considerada permeável, estas atingem um nível de saturação de absorção, o que pode dificultar a capacidade de infiltração da água, aumentando o nível de escoamento superficial. Nesta área concentra os rios que seguem fluxo para Lago Paranoá.

Legenda Edificação Piso Impermeável Área ajardinadas sobre solo (permeável)


Análise da morfologia urbana No limite da análise em que abrange o entorno do Terreno, se encontra entre a setorização de Águas Claras Vertical, Arniqueiras e Areal. Se comparado a dimensão da análise e ao do terreno distribui exatamente no centro da região. Destaca-se também o variados tipos de loteamento do entorno. N


1

3

4

2 1

Gabarito O gabarito da área adjacente ao terreno varia conforme as tipologias arquitetônicas e usos. Dos originalmente 12 a 15 pavimentos estipulados no projeto como gabarito máximo, hoje se encontram edificacoes com ate 35, ou seja, prédios ocupando a mesma área prevista para abrigar edificações com menos da metade da altura, de usuários e carros.

2

Coeficiente de Aproveitamento A taxa de construção máxima é de 170%.

3

Afastamentos Nas divisas com outro lote, far-se-á recuo mínimo de 1,5m para abertura de acessos e vãos de iluminação e ventilação. Os afastamentos mudam conforme a quantidade de área construída e a destinação de usos. Muitos prédios residenciais, garantem em seus próprios recuos laterais, áreas destinadas ao lazer e de fruição paisagística limitados aos seus usuários, sem nenhuma contribuição coletiva.

4

Taxa de ocupação (TO) A taxa de ocupação máxima é de 85% (oitenta e cinco por cento). A taxa de ocupação do subsolo pode totalizar 100% (cem por cento), desde que asseguradas as áreas de ventilação e de iluminação constantes do Código de Obras e Edificações. Muitos edifícios residenciais, garantem em seu térreo o uso misto de comércios, atribuindo atividades e usos em uma mesma área.


Densidades demográficas do entorno

Análise da morfologia urbana

Legenda Raio de Concentração 650 500 250 100 50


Comportamento por Gênero Análise do entorno Segundo os dados da PDAD 2016, a população urbana estimada de Águas Claras é de 148.940 habitantes.

Durante a visita ao terreno pode se constatar o comportamento do fluxo entre gêneros no entorno, a predominância era entre o gênero feminino.

População Segundo o Gênero PDAD 2016 A maioria da população é constituída por pessoas do sexo feminino, 52,93%.

52,9% 47,1%

Legenda Masculino Feminino Fonte: PDAD Águas Claras 2016 Tabela 1.1

População segundo os grupos de idade e Gênero por porcentagem. anos 0-4 5-6 7-9 10-14 15-18 19-24 25-39 40-59 60-69 65 > Legenda Masculino Feminino

anos 0-4 5-6 7-9 10-14 15-18 19-24 25-39 40-59 60-69 65 >

Do total de habitantes 56% encontram-se na faixa etária de 25 a 59 anos. Crianças, na faixa de zero a 14 anos, somam 17%, e os idosos representam 12%.


Análise da morfologia urbana Distribuição dos Domicílios ocupados segundo as Classes de Renda Domiciliar Até 1 salários mínimos

Renda Domiciliar Média Mensal

Mais de 1 a 2 salários mínimos

Mais de 20 salários mínimos

14,03%

4,04% 5,83% Mais de 2 a 5 salários mínimos

19,10%

30,66%

Águas Claras (Média Total)

Fonte: PDAD Águas Claras 2016 Tabela 5.7

Águas Claras Vertical

Arniqueiras

Areal

Mais de 10 a 20 salários mínimos

Fonte: PDAD Águas Claras 2016 Tabela 5.8

26,35%

Mais de 5 a 10 salários mínimos


População segundo o nível de escolaridade análise macro

Superior completo

População segundo o nível de escolaridade

Nível superior completo, especializado, mestrado e doutorado

18,16%

40,99% Curso de especialização

Doutorado

16,27%

Mestrado

Superior incompleto

Médio Completo

Fonte: PDAD Águas Claras 2016 Tabela 3.2 com alterações

Médio incompleto

Fundamental Completo

Jardim pré escola

Maternal e creche

Educação especial

Analfabeto

Fundamental Incompleto

Nível Médio completo

Nível fundamental Incompleto

Fonte: PDAD Águas Claras 2016


Qualidade e tipologias edilícias existentes no entorno

Análise da morfologia urbana

No entorno do Terreno, as edificações assumem diversas volumetrias e gabaritos, a noroeste os polos comerciais e o centro de ensino chegam em média 4 andares com grande grandes espaços ao redor, as fachadas são pouco trabalhadas. Já a sudeste as edificações são menores o uso é considerado misto, envolve tanto comercial como residencial, mas ao adentrar pelas vias são apenas de uso residencial, as testadas dos lotes são menores e variadas.

Edificação de uso Misto

Edificações de uso comercial


Qualidade e tipologias edilícias existentes no entorno Edificação de uso Misto

Espaços livres


Análise da morfologia urbana

Zona aberta

Edificação de uso Misto

Segundo acesso a Arniqueiras

Espaço de uso comercial

Espaços uso misto

Espaço Livre

Residencial

Terreno


Mapa pedológico do DF Como pode ser visto pelo mapa pedológico, a área analisada está inserida entre as manchas vermelha e laranja da legenda. Isso significa que o tipo de solo do terreno é o latossolo vermelho/latossolo vermelho amarelo. Esse tipo de solo é poroso; tem baixo potencial nutricional (limitações químicas) para as plantas; apresenta baixa quantidade de fósforo; é propício para ocorrer erosão e é um dos solos mais adequados para produção de grãos, pois ocorre em relevos planos e com poucas ondulações. Porém, na área estudada, o solo não é utilizado para fins rurais, por ser uma zona urbanizada.

Fonte: Embrapa


Mapa geolรณgico do DF Como pode ser visto no mapa, a รกrea urbana estรก localizada na mancha vermelha (Unidade Ardรณsia).

Fonte: Embrapa

Anรกlise da sustentabilidade ambiental


Mapa numérico do DF Como é observado no mapa numérico do terreno, a região do terreno estudado está localizada na mancha alaranjada. O que significa que o terreno está inserido em uma área de dissecação intermediária (esse tipo de área ocupa 31% do terreno do DF e corresponde às áreas fracamente dissecadas, drenadas por pequenos córregos).

Fonte: Embrapa + alteração no photoshop


Mapa geomorfológico do DF 3D O DF situa-se em uma das porções mais elevadas do Planalto Central. Como pode ser analisado no mapa, as transições dos perfis topográficos no DF são bruscas ou intermediárias, ou seja, a mudança de um perfil topográfico para outro é bem demarcada. E, como visto no mapa anterior, a região estudada está em um dos níveis mais altos do DF.

Fonte: PDOT

Análise da sustentabilidade ambiental


Mapa geomorfológico do DF No mapa, é possível observar que a região analisada encontra-se em um pediplano de 950m a 1200m. Isso significa que o solo passou por processos de erosão, causando o aplainamento da área.

Fonte: Embrapa


Mapa de declividades do DF O relevo do Distrito Federal possui altitude mĂŠdia de 1,1 mil metros. O terreno, situado no Planalto Central Brasileiro, ĂŠ marcado por um planalto de topografias suaves.

AnĂĄlise da sustentabilidade ambiental


Mapa de declividades do terreno A declividade do terreno não varia muito ao longo de sua extensão, o que facilita a construção de um conjunto habitacional na área. Além disso, a declividade predominantes do terreno é entre 2,5% e 10%, o que significa que é o nivelamento ideal para a execução de infraestrutura urbana no local sem muitos obstáculos, como a de um sistema viário adequado para o escoamento das águas pluviais, entre outras vantagens.

Legenda 2,5% 2,5 - 5% 5 - 10% 10 - 20% >20%


Análise da sustentabilidade ambiental

Águas Claras com terreno de baixa declividade topográfica.

Conformação topográfica do terreno em Aguas Claras.


Impermeabilidade do solo do DF O terreno analisado está inserido em uma área com alta impermeabilidade do solo, o que significa que a drenagem natural é ruim e insuficiente para evitar enchentes e alagamentos da região.


Linhas de drenagem naturais da região

Análise da sustentabilidade ambiental

Pode-se perceber pelo mapa que há muitas áreas construídas e de desmatamento próximas às linhas de drenagem naturais, provavelmente não obedecendo às normas do Plano Diretor de Drenagem Urbana, que instrui o urbanista a não densificar demais a áreas de drenagem natural, o que acaba tornando o solo impermeável e causando enchentes, inundações etc.

Córrego Vicente Pires (sub-bacia)

Córrego Arniqueira (microbacia)

Fonte: Google maps + alterações no photoshop

Pode-se perceber pelo mapa que há muitas áreas construídas e de desmatamento próximas às linhas de drenagem naturais, provavelmente não obedecendo às normas do Plano Diretor de Drenagem Urbana, que instrui o urbanista a não densificar demais a áreas de drenagem natural, o que acaba tornando o solo impermeável e causando enchentes, inundações etc.


Risco de perda de solo por erosão Na escala do terreno, o risco de perda de solo por erosão é baixo, porém os terrenos do entorno têm um risco muito alto. O que significa que, ao passar dos anos e dependendo de como será consolidada a ocupação do terreno estudado, o risco de perda de solo por erosão poderá ser alto.

Fonte: ZEE


Risco natural de contaminação de solos O mapa indica que o terreno tem um alto risco natural de contaminação de solo.

Fonte: ZEE

Análise da sustentabilidade ambiental


Bacias hidrogrรกficas do DF


Situação das bacias do DF

Análise da sustentabilidade ambiental

Os dados apresentados pelo sistema de monitoramento da Adasa de 2012 apontam que a qualidade das águas dos rios do DF está entre "média e boa". As bacias que apresentam pior qualidade da água são as do Ribeirão Sobradinho, Rio Melchior, Ribeirão Ponte Alta e o Córrego da Papuda.


Microbacia da região analisada O terreno está inserido na Bacia do Paranoá, área mais densamente ocupada dentro do Distrito Federal, fruto do próprio planejamento de Brasília, a situação dos tributários e o próprio lago se prestam a excelentes indicadores da qualidade ambiental da parte mais significativa deste sítio urbano. Em que pese favoravelmente a existência de duas estações de tratamento de esgotos, ETE Sul e Norte, problemas de ligações clandestinas de esgoto e de drenagem pluvial têm provocado a redução da qualidade das águas de modo significativo em algumas partes do lago.

Fonte: SciELO


Análise da sustentabilidade ambiental Mapeamento dos cursos d’água da área em análise

Fonte: Geo Portal SEGETH


Análise da poluição dos cursos d’água Observando o mesmo mapa usado para analisar a drenagem natural, ratifica-se que, devido à densidade edilícia próxima aos cursos d’água, estes não estão em boas condições, pois é o homem que gera o lixo que polui as águas. Logo, o ideal seria o afastamento desses edifícios em relação aos cursos d’água, aumentando a preservação das linhas da sub-bacia.

Córrego Vicente Pires (sub-bacia)

Córrego Arniqueira (microbacia)

Fonte: Google maps + alterações no photoshop


Risco ecológico de perda de área de recarga de aquífero Observa-se que a região analisada está inserida na mancha alaranjada, o que significa que o risco ecológico de perda de área de recarga de aquífero é médio. Um aspecto prejudicial ao terreno.

Análise da sustentabilidade ambiental


Mapa de bioma do DF Como visto anteriormente, no sítio físico do terreno, o tipo de solo da área analisada é o latossolo vermelho, o que significa que, por serem profundos e porosos, apresentam condições adequadas para um bom desenvolvimento radicular em profundidade e baixa quantidade de água disponível às plantas e a susceptibilidade à compactação. O cerrado é o principal bioma do Distrito Federal. Sua vegetação é marcada por pequenos arbustos e árvores com troncos retorcidos, raízes profundas, cascas grossas e folhas recobertas de pelugem. Existem, ainda, regiões de gramíneas e de árvores de grande porte (cerradão).

Fonte: http://mapas.mma.gov.br


Situação atual da cobertura vegetal DF e do terreno

Análise da sustentabilidade ambiental

Como pode ser observado no mapa à esquerda, há duas grandes massas de cobertura vegetal próximas à área analisada. Já no mapa da esquerda, são demarcados todos os parques próximos ao local. Estes parques trazem benefícios ao terreno, como maior fluxo de ventos, umidificação do ar etc.

Fonte: SEDUMA

Fonte: Geo Portal SEGETH


Situação atual da cobertura vegetal do terreno Há mais áreas descampadas do que áreas de massa vegetal. A falta de massa vegetal gera maior espaço para o vento passar do que se tivesse bastante árvores no local. Ao mesmo tempo, a falta de árvores resulta em poucas sombras para áreas de convívio entre os moradores e aumenta o perigo em áreas não ocupadas.

APP ÁREAS DESCAMPADAS ÁREAS DE MASSA VEGETAL Fonte: Google maps + alterações

Terreno


Mapa ambiental do DF O Parque Areal está próximo ao terreno e o Parque Ecológico de Águas Claras está um pouco mais distante.

Fonte: IBRAM

Análise da sustentabilidade ambiental


Mapa evolução da cobertura vegetal do DF


Risco ecológico de perda de áreas remanescente de Cerrado Nativo de Águas Claras Como é apontado no mapa, o terreno está em uma área com baixo risco de perda de remanescente de cerrado nativo. E localizado bem acima do terreno, indicado pelo ponto vermelho, está um ponto de captação de águas subterrâneas.

Fonte: ZEE

Análise da sustentabilidade ambiental


Mapa de zoneamento do PDOT-DF 2011

Mapa de áreas acrescidas à poligonal do SH Arniqueira pelo presente projeto URB-RP 055/11 do PDOT-DF 2011


A contradição entre o PDOT-DF e as DIUR-SHA No mapa DIUR-SHA, o terreno analisado no diagnóstico foi acrescentado como área de preservação devido suas fragilidades (localizado próximo à microbacia etc), o que significa que ele será projetado para ser um parque (de aproximadamente 18 hectares). Porém, no PDOT-DF, essa informação não foi atualizada e o terreno, no mapa, está como Zona Urbana Consolidada. Ou seja, como a ocupação da área está em processo de regularização, pretende-se transformar o terreno em um parque, sendo que a área iniciou como ocupação irregular de residências. Não é muito promissor criar um parque na área estudada, pois, pela demanda do local, necessitaria mais habitações em vez de um enorme parque na região. Essa demanda pode ser comprovada a partir da tabela abaixo, retirada dos arquivos da SEGETH DF, em que Taguatinga (onde se encontra também Águas Claras, tem uma demanda de 7,82% - uma das maiores demandas de todo o DF, e no ano atual (2017) essa demanda é, provavelmente, ainda maior. Se nas cidades tradicionais, altas densidades costumam ser observadas próximas ao principal centro de emprego e serviços, otimizando a utilização de terras de grande valor e grande acessibilidade, no caso do DF, o perfil da distribuição espacial da população contraria o padrão clássico da maioria das cidades. Isto significa dizer que a variação percentual da densidade pela distância em relação ao centro é negativa, indicando densidades mais altas na periferia do que no centro. Outro aspecto da estrutura urbana refere-se à presença de obstáculos físicos que impedem a articulação urbana, como infraestrutura de saneamento e de transporte (redes adutoras, linhas de transmissão, a ferrovia, o metrô, entre outros).

Demanda habitacional dos domicílios particulares permanentes e improvisados por classe de renda domiciliar nas RA e DF - 2010

Análise da sustentabilidade ambiental


Carta solar de Brasília No Distrito Federal predomina o clima tropical de altitude, com duas estações bem definidas: uma seca (de maio a setembro) e outra chuvosa (de outubro a abril). Durante o período de estiagem, a umidade relativa do ar pode atingir menos de 20%, fato que provoca várias doenças respiratórias, sobretudo nas crianças. A temperatura média anual é de 21 °C.

Fonte: SOL-AR


Rosa dos ventos de BrasĂ­lia

AnĂĄlise da sustentabilidade ambiental

Fonte: SOL-AR


Incidência solar nas fachadas da área de estudo

Considerando que não há uma cor padrão para as massas edilícias em torno do terreno e que a orientação delas também varia, pode-se dizer que as edificações não estão nas melhores condições em relação ao conforto térmico ambiental, necessitando de técnicas alternativas para obter esse conforto, como refrigeração artificial. Além disso, em Águas Claras vertical, ocorre com bastante frequência o fenômeno chamado “sombra de vento”, que, devido à altura dos edifícios, os ventos são impedidos de circular e ter um fluxo contínuo dentro da malha urbana. Dessa forma, pretende-se orientar e criar as formas do conjunto habitacional de modo a considerar as fachadas críticas analisadas abaixo, os ventos predominantes e o microclima local para se obter uma maior eficiência energética, sem gastos desnecessários. Fachada Sul No verão recebe sol durante o dia todo, porém no inverno não existe incidência na fachada sul.

Fachada Norte Recebe incidência durante todo o inverno e garante sobra durante o verão.

Fonte: SOL-AR

Fachada Oeste No inverno garante pouca incidência de sol na fachada. No verão, a fachada fica mais propícia a incidência solar.

Fachada Leste Recebe incidência durante todo o inverno e garante sobra durante o verão.

Fachada Sudoeste No inverno garante pouca incidência de sol na fachada. No verão, a fachada fica mais propícia a incidência solar.


Análise da sustentabilidade ambiental Áreas ruidosas

O mapa ao lado mostra as principais vias ao redor do terreno, logo, essas vias são as maiores fontes geradoras de poluição sonora na área, devido ao grande volume de veículos que percorrem por ela, tanto de dia quanto de noite. Essas vias são: Avenida Sibipiruna, Avenida Areal, DF-001, Avenida Vereda da Cruz, Avenida Águas Claras e Avenida Pau Brasil.


Estratégias bioclimáticas segundo a NBR 15220-3 Necessidade de conforto (estação inverno: fria e seca): Zona de aquecimento solar da edificação; Zona de massa térmica para aquecimento. Necessidade de conforto (estação verão: quente e chuvosa): Zona de massa térmica de refrigeração; Zona de resfriamento evaporativo. Necessidade de conforto: Zona de umidificação do ar; Zona de ventilação seletiva. Pré-requisito da zona 4: B) A forma, a orientação e a implantação da edificação, além da correta orientação de superfícies envidraçadas, podem contribuir para otimizar o seu aquecimento no período frio através da incidência de radiação solar. (...) Para o verão: H) Resfriamento evaporativo e massa térmica para resfriamento. J) Ventilação seletiva (nos períodos quentes em que a temperatura interna seja superior à externa) Para o Inverno: B) Aquecimento solar da edificação C) Vedações internas pesadas (inércia térmica)

VEDAÇÕES EXTERNAS ABERTURA PARA VENTILAÇÃO

SOMBREAMENTO DAS ABERTURAS

PAREDE: PESADA

MÉDIAS

SOMBREAR ABERTURAS

COBERTURA: LEVE ISOLADA


Ventilação seletiva

Aquecimento solar da edificação

Resfriamento evaporativo

Utilização seletiva da radiação solar

Inércia térmica

Utilização seletiva de vedações

Imagens retiradas do livro Eficiência Energética na Arquitetura

Análise da sustentabilidade ambiental


Abastecimento de água

Imagem: Barrage do Rio Descoberto

O índice de Atendimento do DF é de 97,82%. O sistema de abastecimento de água é composto por cinco sistemas produtores: Descoberto, Torto - Santa Maria, Sobradinho Planaltina, Brazlândia e São Sebastião. Águas Claras e abastecida pelo Descoberto. Legenda Estação de Tratamento de Água Captação superficial Ativa Rede de Abastecimento de Água Estação e Distribuição para Águas Claras Águas Claras Fonte: Adasa | Cobertura de Abastecimento de Água no DF PDAD 2013.


Análise da infraestrutura urbana

Pela comparação dos resultados por Região Administrativa da PDAD 2013/2014 com os valores de referência do Manual de Avaliação de Desempenho estabelecido pela Resolução ADASA/SAE n. 08/2016, Águas Claras é considerada Excelente com cobertura de (99,38%). Da rede geral de distribuição do Distrito federal a região administrativa abrange 38.037 de abastecimento, déficit 0,62%.

Ao observar a região administrativa, entre as regiões de Águas Claras vertical e Areal a cobertura de abastecimento abrange 100%, entretanto Arniqueiras mesmo apresentando bom índice, o abastecimento de água ainda se dá por poços artesianos, cisternas e outros, isto é levando em conta que esta região é predominante de áreas chacareras além de está em processo de regularização. Fonte: Adasa | Cobertura de Abastecimento de Água no DF PDAD 2013.


Esgotamento Sanitário

Imagem: Estação de Tratamento de Esgoto Brasília Sul

Pela comparação dos resultados por Região Administrativa da PDAD 2013/2014 com os valores de referência do Manual de Avaliação de Desempenho estabelecido pela Resolução ADASA/SAE n.08/2016, Águas Claras (82,45%) é considerada mediana em cobertura de esgotamento sanitário. Os efluentes são direcionados para ETE Brasília Sul. Legenda Estação de Tratamento que abrange Águas Claras Estação de Tratamento de Esgoto Rede Coletora de Esgoto Áreas Urbanizadas Águas Claras


Anรกlise da infraestrutura urbana


Drenagem Rede de escoamento

Fluxo de drenagem


Análise da morfologia urbana Manejo de Resíduos Sólidos

Mesmo Aguas Claras estando contemplada com coleta seletiva e de lixo. O adensamento das edificações influência proporcionalmente na quantidade de resíduos, o que causa saturação nos locais de despejo para coleta.


Manejo de Resíduos Sólidos

Entre os residenciais de uso misto e centros comerciais, onde há um número elevado de produção de resíduos, aproveitam dos espaços livres para alocação de locais de despejos para que assim os caminhões façam o manejo para o aterro Sanitário.


Análise da infraestrutura urbana Depósitos de Resíduos Sólidos

Legenda Locais de disposição irregular de resíduos no DF Local de Aterro Sanitário Terreno Aguas Claras Águas Claras Proximidade

2km


Macroacessibilidade Na escala macro de acessibilidade, grandes fluxos diários acontecem das áreas dispersas do Distrito Federal até o polo centralizador de oportunidades e atividades (Plano Piloto). Observa-se atraves do mapa analitico de intensidade dos fluxos, que a grande densidade de pessoas necessitam do Plano Piloto para a inserção social, através de um movimento pendular exaustivo e de longa duração.

Locais de emprego Locais de residência Deslocamento


Anรกlise da mobilidade urbana


Legenda metrô ceilândia metrô samambaia eixo de alto fluxo eixo de ônibus vias de conexão

As vias em destaque apresentam intenso fluxo e trazem flexibilidade entre os meios de transporte público e privado. Ao observar Taguatinga a vias são mais definidas, Águas Claras assume um aspecto mais orgânico e funcional o eixo metroviário, enquanto que Arniqueiras a uma variação conforme a declividade do terreno. As vias em geral trazem a dinamização dos processos de translado, mas inferem em características distintas o que leva-se em conta a contextualização histórica de crescimento, o planejamento, as direções de expansão e/ou a pela falta de uniformidade do loteamento.


Nível de escolaridade segundo modo de transporte para o trabalho 2016 Fonte: PDAD Águas Claras 2016

Análise da mobilidade urbana Legenda ônibus automóvel

Verifica-se que quanto maior o nível de instrução maior é a dependência de automóvel para se locomover, apenas no ensino fundamental incompleto nota-se a disparidade do uso do transporte coletivo. Apesar da urbanização de Águas Claras desenvolver em torno do metrô, este não é o meio de transporte mais utilizado em relação aos demais.

utilitário metro motocicleta bicicletta a pé outros

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Fundamental Incompleto


Metrô

Legenda Linhas de metrô Estação de metrô Limite do Terreno

A área de alcance do pedestre significa as principais áreas acessíveis e de maior utilização. Um exemplo marcante são as estações de metrô, onde o fluxo de pedestres é grande. As pessoas geralmente se deslocam através do uso da calçada, que conectam aos diferentes pontos da cidade.


Análise da mobilidade urbana

Transporte

Legenda Vias de circulação de transporte Pontos de Parada de Ônibus

Existem muitos pontos de ônibus dispersos em Águas Claras e no perímetro da via Pistão Sul. Muitos usuários de transporte público dependem desses pontos para garantirem acesso as demais centralidades do entorno, além do deslocamento para as satélites e o Plano Piloto.


Transporte

Legenda Linha 099.1 Linha 154.7 Linha 0.951/959.1

As linhas 0.951 e 959.1 são atendidas pela Viação Marechal, com micro-ônibus com capacidade para 30 passageiros cada. O trajeto se dá através das duas principais avenidas da cidade (Castanheiras e Araucárias). A linha 959.1, atende aos moradores de Arniqueira e Areal, além das principais avenidas, no caso Castanheiras e Araucárias. A Viação Marechal disponibiliza, em tempo real, a localização dos ônibus que circulam nessas regiões.


Análise da mobilidade urbana

Ciclofaixa

Legenda ciclofaixas previstas ciclofaixa concluída calçada compartilhada

Apesar da problemática urbanística de Águas Claras, diretrizes por uma cidade mais sustentável vem sendo discutida e implantada, como as ciclofaixas que contornam o perímetro da cidade e conectam as estações do metrô, tornando a circulação com bicicletas autônomas e eficientes.


Pedestre

Legenda Raio de Concentrado e Dispersão

Muitos moradores de Águas Claras utilizam o sistema metroviário para o deslocamento pendular até o centro. Os horários de pico costumam ser concentrados e o que poderia ser um deslocamento eficaz e de qualidade sustentável, as vezes torna-se frustrante e até mesmo impossível pela grande demanda de uso.


Análise da mobilidade urbana

Sentido As linhas de metrô inseridas na área de estudo garantem a conexão de sentidos duplos na metrópole brasiliense, articulando Águas Claras e seu entorno com as demais satélites. Grande fluxo de pessoas que dependem do metrô, usufruem para o acesso pendular ao Plano Piloto, principal núcleo gerador de fluxo nos horários de pico do sistema metroviário. Nas vias de acesso que ligam o centro de Águas Claras a extremidades da cidade o fluxo é determinado por vias de mão dupla, esses eixos são considerados de malha fechada, entretanto ao observar Arniqueiras nota-se entre os loteamentos na região a malha aberta de traçado aberto.

Legenda metrô ceilândia metrô samambaia sentidos opostos sentido duplo


Análise da acessibilidade ao pedestre

A calçada do entorno do terreno apresenta bastante irregularidade, alguns trajetos não estão concluídos, não existem sinalizados para deficientes visuais e acessibilidade a cadeirantes. No mapa satélite as trilhas formadas pelos moradores da redondeza não acompanha aos caminhos de passeio concluídos.

Legenda Calçadas Trilhas Local do terreno


Vias com maior saturação

Análise da mobilidade urbana

Legenda

Local do terreno


Anรกlise do sistema viรกrio do entorno


Análise da mobilidade urbana Via de tráfego intenso

Via de tráfego com faixa exclusiva de Ônibus

Via de tráfego Coletora

Via de tráfego com Ciclofaixa

Via de tráfego com cruzamento sinalização

Via de tráfego Local

Via de tráfego com mão dupla


Percurso do pedestre para a inserção às demais cidades

Percurso do pedestre diariamente

Acesso pelos calçadas

principal

local

Utilização do metrô para pequenos, médios e grandes deslocamentos. Uso do transporte público

Atinge a macroacessibilidade

coletora


Análise da mobilidade urbana

Áreas com mais acidentes Fluxo com alto índice de acidente Maior concentração de acidente Terreno

Fluxo de pessoas Pontos com maiores concentrações de pessoas e principais locais destino ao deslocamento



Anรกlise visual, expressiva e simbรณlica do espaรงo urbano


Análise serial das quadras ao redor do terreno Mapa mental feito por um pedestre para chegar até a quadra poliesportiva Segundo Kohlsdorf (1996) a dimensão de análise visual e expressiva interessa-se pelo impacto da forma física, como característica estética passível de ser apreendida pela contemplação. Exploram o espaço urbano de “baixo para cima”, ou seja, a cidade vista, percebida e vivida pelo observador que nela se desloca a baixa velocidade. Segundo Cullen (1984) o ambiente provoca uma reação emocional no homem por três vias:ótica, lugar e conteúdo. A análise serial feita próxima ao terreno mostra como horizontalidade das edificações valoriza o céu e aumenta a sensação de espaço aberto do pedestre. Existem muitas ruelas e ruas sem caminho (como pode ser observado no mapa ao lado) no entorno do terreno, o que causa sensação de quebra e dificulta as pessoas a criarem trajetos mentais para se deslocar pela região. Todos esses aspectos mostram como cada lugar tem sua própria identidade, como por exemplo a diferença de identidade entre Águas Claras vertical e o Setor Habitacional de Arniqueiras. São essas diferenças que compõem a paisagem da cidade e elas devem ser levadas em conta na hora da elaboração de um projeto para determinado local.

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Sensações visuais ao pedestre

Mapeamento das ruas sem saída do entorno do terreno.


Pontos focais, edifícios-barreira, “aqui e além”, silhuetas

Os pontos focais da região do terreno são os altos edifícios de Águas Claras vertical, que se Ao mesmo tempo, esses edifícios verticais são também elementos estruturadores da sobressaem em meio à horizontalidade das habitações térreas. Eles servem como “guias” imagem como edifícios-barreira, pois tampam a visão dos pedestres para além da rua, para os pedestres se orientarem enquanto andam na rua, ajudando a encontrar o destino impedindo a contemplação das paisagens ao caminhar pelo entorno do terreno. desejado.


Elementos estruturadores da imagem

O efeito de “aqui e além” na paisagem analisada está nas árvores, postes e até mesmo A silhueta predominante no entorno do terreno é a formada pelos edifícios verticais ao edificações, que se estendem ao longo das largas vias que rodeiam o terreno. Ao mesmo tempo Norte dele. Os edifícios tomam conta da paisagem na escala do pedestre, formando um que um poste está próximo ao pedestre, há muitos outros postes que estão bem distantes, desenho ao nível do céu. Característica marcante de Águas Claras como um todo. dando a sensação de infinito para a pessoa que caminha por ali.


Mapa mental Lynch (1997) buscou compreender o efeito da cidade na imagem individual e coletiva. Para tanto, ele aplicou mapas mentais em usuários de modo a analisar não a forma física em si, mas a qualidade da imagem da cidade inscrita na mente do usuário. Ele identificou que os elementos que as pessoas utilizam para estruturar sua imagem da cidade podem ser agrupados em cinco tipos: caminhos, limites, bairros, pontos nodais e marcos. Quanto mais fácil de ser formada a imagem na mente das pessoas (no campo da memória e no campo sensorial), mais bem elaborado é o espaço urbano. A partir disso, por meio de visitas ao terreno, foi aplicada essa técnica de construção de mapa mental aos moradores do entorno. Porém, apenas um mapa conseguiu ser feito (imagem ao lado direito), justamente pelo fato de o espaço urbano analisado não estar em boas condições de legibilidade e orientabilidade.


Percepção do espaço urbano

Instituto de Cardiologia

Balão

Colégio Objetivo Universidade Católica

Mapa mental realizado por um pedestre Carol, 20 anos



Anรกlise da dimensรฃo social do espaรงo urbano


Atributos que geram comportamentos O terreno, por estar em meio a outros conjuntos habitacionais, tem diversidade de serviços, tais como escolas e faculdades, quadras poliesportivas, academia, hospitais, mercados e hipermercado, restaurantes, lojas, igrejas, playgrounds, estação de metrô e shoppings. Porém, a distância desses equipamentos em relação ao terreno é um pouco longa, necessitando, então, da ampliação de transporte público interno na região ou da criação de novos equipamentos mais próximos ao terreno. Além disso, a região tem um grande movimento de carros e pedestres, por ser uma região de residências com comércio local. Porém, à noite, o movimento diminui - por falta de atividades noturnas e segurança, tornando o local perigoso.

Pontos de ônibus nas proximidades do terreno


Como as pessoas se comportam individual e coletivamente


Pontos geradores de conflitos sociais Locais violentos/perigosos A mancha vermelha no mapa ao lado mostra as regiões de possíveis ocupações irregulares e grilagem. Isso significa que essas áreas estão sem proteção e qualquer um pode fazer uso dela, sendo que não há nenhum instrumento de segurança para evitar crimes, como assalto. Dessa forma, é uma região de perigo próxima ao terreno. Além disso, após a aplicação do questionário com os os pedestres, foi constatado que o terreno não é um local seguro durante à noite, sendo onde moradores de rua dormem e vivem. Ademais, existem assentamentos precários em algumas áreas da mancha vermelha no mapa, o que pode significar habitações perigosas e insalubres para as pessoas que estão morando lá, além de gerarem resíduos sólidos e esgoto que não são coletados corretamente.

Pontos de assentamentos precários nas proximidades do terreno


Como as pessoas se comportam individual e coletivamente



Percursos


Perfil: senhora 1-Com qual frequência você utiliza o espaço? Quase nunca. Às vezes para cortar caminho. 2-Como as pessoas utilizam o espaço? Existem muitos carroceiros que depositam entulhos e lixos. Já vi pessoas fumando e até mesmo jogando bola. 3-Quais serviços e equipamentos você gostaria na área? Praças e padaria. Não tem essas coisas aqui perto. 4-Qual a atual situação de iluminação pública na área? Boa, porém é perigoso durante o dia e à noite pelo vazio de pessoas. 5-Você utiliza a área para depósito de lixo? Não. Deposito nos containers da rua para coleta. 6-Qual o potencial que você acha importante no terreno? Aproveitar o verde e criar algumas praças, quadras e etc. 7-Como a área é vista pelo entorno? Perigosa. 8-Como você gostaria de ver o vazio? Com meus filhos brincando em parquinhos e com segurança, porque trabalho o dia todo e eles vivem andando de bicicleta por aqui.


Questionários Perfil: jovem, recente em Águas Claras. 1-Com qual frequência você utiliza o espaço? Nunca entrei 2-Como as pessoas utilizam o espaço? Já vi pessoas andando e fumando. Tem uns animais soltos, mas não sei de quem são. 3-Quais serviços e equipamentos você gostaria na área? Academia e pista para correr e andar de bicicleta, como o parque de Águas Claras. 4-Qual a atual situação de iluminação pública na área? Ruim. 5-Você utiliza a área para depósito de lixo? Não, mas já vi um pessoal catando lixo. 6-Qual o potencial que você acha importante no terreno? Tem muito espaço, dá para fazer uns prédios também. 7-Como a área é vista pelo entorno? Deserto e perigoso. 8-Como você gostaria de ver o vazio? Parque e edifícios.


Perfil: moradora de Arniqueiras 1-Com qual frequência você utiliza o espaço? Passo às vezes para cortar caminho até o meu trabalho, no Carrefour. 2-Como as pessoas utilizam o espaço? Colocar lixo. 3-Quais serviços e equipamentos você gostaria na área? Uma escola pública para meus filhos seria a melhor coisa. 4-Qual a atual situação de iluminação pública na área? Tem iluminação nas ruas, mas no meio do vazio não existe. Já teve muito assalto e coisas piores nesse lugar. 5-Você utiliza a área para depósito de lixo? Não. 6-Qual o potencial que você acha importante no terreno? Utilizar o espaço para coisas que possam trazer mais movimento para a área. Seria muito bom ter mais supermercados, praças etc. 7-Como a área é vista pelo entorno? Sem nada. 8-Como você gostaria de ver o vazio? Com gente e mais segurança, principalmente.


Questionários Perfil: criança que mora na divisa entre Areal e Taguatinga 1-Com qual frequência você utiliza o espaço? Eu gosto de soltar pipa, porque não tem carro. 2-Como as pessoas utilizam o espaço? Para soltar pipa e jogar lixo. 3-Quais serviços e equipamentos você gostaria na área? Pista de skate e umas árvores seria bom. 4-Qual a atual situação de iluminação pública na área? Tem poste nas quadras, mas não existe nessa área vazia. 5-Você utiliza a área para depósito de lixo? Não. 6-Qual o potencial que você acha importante no terreno? Tem muito espaço vazio. Eu acho legal para brincar com meus amigos e também soltar meu cachorro no meio, para ele correr. 7-Como a área é vista pelo entorno? Sem ninguém e uns cavalos. 8-Como você gostaria de ver o vazio? Queria que fosse igual ao skateparque de Águas Claras, que tivesse McDonald’s igual o centro de Águas Claras e poderia ter um parque bem grande.



Anรกlise do mobiliรกrio urbano, da infraestrutura e da acessibilidade ao pedestre


A interação da cidade com seus habitantes: a rua é para os pedestres? A demanda para mobiliário e equipamentos urbanos é alta na região do terreno, tendo em vista que há muitos conjuntos habitacionais ao redor. Porém, após a realização de visitas no local, notou-se que a quantidade de mobiliário urbano é insuficiente para a quantidade de pessoas que vivem ali, sendo praticamente nula. Não há nenhuma praça no entorno, apenas projetos que ainda não saíram do papel, por exemplo a Praça Sabiá, que não foi finalizada. O Plano Diretor exige que no mínimo 10% da área de um conjunto habitacional deve ser destinada à equipamentos públicos, porém muitos condomínios e conjuntos não obedecem a essa norma, uma realidade que aumenta a precarização e carência de espaço público no Brasil. Não há bancos, áreas sombreadas nem pontos de encontro de longa permanência próximo ao terreno, o que aumenta a demanda de um conjunto habitacional que foque nos equipamentos urbanos e espaços públicos de lazer e convivência para seus moradores e que incentivem a permanência de pedestres na rua, para acabar com o anonimato da metrópole (Jacobs, 2007). Além disso, a região carece de arte urbana, arte pública, que faça a cidade interagir com os seus habitantes.


Mobiliário urbano

Segregação entre classes sociais e a diferença de acessibilidade a recursos como infraestrutura urbana Muitas áreas descampadas em desuso, que poderiam servir para espaço público Conjuntos habitacionais densos, sem praças nem equipamentos ou mobiliários urbanos


A questão da acessibilidade a redes de infraestrutura no local O mapa ao lado, retirado do site Geo Portal SEGETH, mostra as obras públicas construídas e em progresso relacionadas à infraestrutura urbana, como calçadas, drenagem, pavimentação etc. Pode-se observar que, pelo fato de o Setor Habitacional Arniqueiras estar em processo de regularização, não há, ainda, projetos de infraestrutura urbana realizados no local - com exceção do básico, como abastecimento de água, energia elétrica, iluminação pública, coleta de esgoto e resíduos sólidos etc - forçando os habitantes a criarem suas próprias técnicas compensatórias, como uma vala escavada pelos próprios moradores para drenar as águas pluviais. Após a realização de levantamentos de dados, pode-se detectar, por meio de registros fotográficos, áreas que mostram a atual situação da rede de infraestrutura próxima ao terreno. Como pode ser observado pelo registro de fotos, existe uma grande diferença em relação ao acesso à infraestrutura urbana nos diferentes lados que rodeiam o terreno. O lado Leste, por exemplo, é o que mais carece de pavimentação, bueiros, bocas de lobo, calçadas, passeios, guias, sarjetas, postes de iluminação pública, coleta de lixo etc. Já o lado Oeste tem um maior planejamento de infraestrutura, assim como o lado Norte ao terreno, que é onde estão localizados os condomínios residenciais de Águas Claras e já estão inseridos na mancha colorida do mapa ao lado, ou seja, já tem algum projeto de obra pública, investimento e valorização. Isso demonstra a segregação que existe entre os condomínios fechados de média e alta renda de Águas Claras e os conjuntos habitacionais de Arniqueiras e Areal, que estão em processo de regularização.

Fonte: Geo Portal SEGETH 2016


Redes de infraestrutura no entorno

Lado Oeste e Norte ao terreno: presença de bueiro, pavimentação em boa condição, calçadas, guias, aparamento de grama, acessibilidade, manutenção.

Lado Leste ao terreno: mato alto, falta de lixeiras e de coleta de lixo, pavimentação precária, ausência de calçada, boca de lobo, bueiro, guia.



Mapa sĂ­ntese


Potencialidades e fragilidades da área Mapa síntese Solucionar os problemas de uma área é um desafio, principalmente quando a mesma é inserida em contextos diferentes. Com o levantamento e estudo adquirido através deste diagnóstico das áreas de Águas Claras e Taguatinga, foi possível identificar potencialidades e fragilidades que podem ser implementadas no processo projetual, tornando o desenho urbano articulado com seu contexto.


Zoneamento das รกreas previstas no programa



Diretrizes gerais de intervenção


Malha radial com nĂşcleos urbanos


Propostas

Malha radial


UniĂŁo das propostas


Estudo preliminar do partido Zoneamento -

Vias e estacionamentos no nível do terreno Comércio local nos dois núcleos urbanos anelares Pátios (área verde) em formato de anéis em cima dos núcleos urbanos Passeios suspensos que dão acessibilidade aos pátios e ao resto do terreno Habitações no nível do terreno, formadas por módulos que podem ser adicionados ou retirados Espaços verdes não apenas em cima dos núcleos urbanos, mas no nível do terreno também Transporte público interno que circunda os dois núcleos urbanos Malha urbana radial que conecta todas as partes do terreno Calçadas largas circundando o terreno para o afastamento do conjunto habitacional em relação às vias já existentes Prioridade de espaços públicos em relação aos espaços privados


Croquis 2 escolas públicas (uma delas sendo creche infantil) 3 postos de saúde 2 postos policiais (um mais próximo à Arniqueiras e outro mais próximo à Águas Claras vertical) 1 centro cultural 3 academia de velhinhos 2 praças grandes (uma em cima de cada núcleo urbano) 1 pista de skate


Estudo preliminar do partido GRUPO

A

B

C

D

USOS

COMPARTIMENTOS

DIMENSÕES

MÓDULOS QUE PODEM SER ACRESCENTADOS OU RETIRADOS CONFORME A DEMANDA DO MORADOR

SOCIAL: 120 M² CLASSE MÉDIA: 170M²

SEGURANÇA (POSTO POLICIAL) SAÚDE (POSTO DE SAÚDE) EDUCAÇÃO (ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL/MÉDIO E CRECHE INFANTIL)

795M² 900M² 2255M²

ÁREA COMERCIAL TOTAL : 12.840 m²

COMÉRCIO

MERCADOS PADARIAS FARMÁCIAS FEIRAS LOJAS

16717M²

ÁREA LIVRE

PÁTIOS PRAÇAS CORREDORES VERDES MOBILIÁRIO URBANO (ACADEMIA, BANCOS, LIXEIRAS, BICICLETÁRIO, PISTA SKATE, ETC)

HABITAÇÃO

EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

A ESPECIFICAR



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