12º ano vulcão dos capelinhos

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

APRESENTAÇÃO O Vulcão dos Capelinhos é um dos mais paradigmáticos do mundo da Vulcanologia não só pela continuidade das respetivas observações mas também pela originalidade dos seus processos evolutivos. Ou seja, Capelinhos foi o exemplo sequencial do nascimento e desenvolvimento das ilhas açorianas: iniciou-se como vulcão submarino e terminou como vulcão terrestre. Este Vulcão foi único no mundo das Ciências Vulcanológicas, por ter sido fotografado, observado, estudado e interpretado desde o início até ao adormecimento. A atividade vulcânica manteve-se por 13 meses, iniciando-se a 27 de setembro de 1957 e extinguindo-se somente a 24 de outubro de 1958, no que se supõe ter sido uma sobreposição de duas erupções distintas, ocorrendo mais de duzentos abalos sísmicos antes de o vulcão entrar em erupção. Esta apresentação em Microsoft Power Point® pode ser utilizada para motivar os alunos para o conhecimento da vulcanologia no arquipélago do Açores, despertar e incutir nos alunos a premente necessidade do contributo de todos para a mitigação do risco vulcânico. Podendo ser explorado como síntese do conteúdo da vulcanologia, pois aborda o enquadramento geoestrutural, tectónica, geomorfologia, sismicidade, vulcanoestratigrafia e atividade eruptiva do vulcão dos Capelinhos. A par das aprendizagens dos conteúdos, pretende-se proporcionar aprendizagens de processos e de atitudes que permitam aos alunos um exercício de cidadania mais consciente e responsável e, por consequência, uma vida mais segura perante desastres naturais, como são os vulcões. O aluno deve ser envolvido em situações de aprendizagem que se relacionem com as suas vivências e com o mundo real. A exploração destes diapositivos permite a discussão e a análise dos fenómenos vulcânicos ocorridos no arquipélago dos Açores, conduzindo a uma interiorização da influência que a atividade 1


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sísmica tem no quotidiano dos habitantes dos Açores ao longo da sua história. Permite, ainda, que os alunos tenham a perceção que os conteúdos científicos não são algo que existe para ser meramente registado na memória, mas que podem ter um papel fundamental nas vivências das comunidade e na promoção de ações consertadas que podem contribuir para a mitigação do risco vulcânico.

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A Erupção dos Capelinhos 1957 - 1958

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Diapositivo 1/38

O Vulcão dos Capelinhos registou intensa atividade entre 1957 e 1958. por um período de treze meses, ora aumentando através da erupção de materiais, ora recuando pela ação da água e pelo refrear da sua própria instabilidade. O aparecimento do vulcão dos Capelinhos marcou profundamente a ilha do Faial. No aspeto físico, primeiro, acrescentou território à ilha, e, depois encolheu à medida que o tempo passa. Em média o mar comeu 20 metros por ano ao cone e às lavas por ele derramadas. No aspeto humano, provocou um surto de imigração para os Estados Unidos e Canadá.

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Localização Geográfica Geologia Actividade Eruptiva Estudos Especiais Análise e Interpretação Impacto Capacidade de Resposta Recuperação Conclusão

Diapositivo 2/38 Este diapositivo apresenta a organização geral do diaporama sobre a erupção do vulcão dos Capelinhos, apresentando os conteúdos a desenvolver.

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Localização Geográfica

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w ww.multi.pt

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Adaptado de Madeira, 2004

Diapositivo 3/38 O arquipélago dos Açores situa-se no Atlântico Norte entre os paralelos 36º 55’ e 39º 44’ e os meridianos 24º 46’ e 31º 17’ W, sendo constituído por nove ilhas de origem vulcânica distribuídas em três grupos: o Grupo Oriental, que engloba Santa Maria e S. Miguel; o grupo Central, composto pelas ilhas Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico e Faial; e o grupo Ocidental, formado pelas ilhas Flores e Corvo. O Faial é a ilha mais ocidental do grupo Central, localizando-se entre as latitudes 38º 30’ 56’’ e 38º 38’ 40’’ N e as longitudes28º 35’ 55’’ e 28º 50’ 06’’ W. Possui uma área cartográfica de 173,11 km 2, um comprimento máximo próximo de 21 km ao longo da direção WNW-ESE, uma largura máxima de cerca de 14 km segundo o eixo N-S e a sua maior altitude é de 1403 m no Cabeço Gordo, situado na zona central da ilha.

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Geologia

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Contexto Geoestrutural: A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Adaptado de Nunes, 1999

Adaptado de Gaspar et al., 1999 in Faria, 2002

Diapositivo 4/38 O arquipélago dos Açores é constituído por aparelhos vulcânicos que emergem do Atlântico, na denominada Plataforma dos Açores. Esta corresponde a uma vasta superfície triangular submarina, definida pela isóbata dos 2000 m (Needham e Francheteau, 1974) e ocupa uma área aproximada de 400. 000 km 2 (Lourenço et al, 1998). Sob o ponto de vista geoestrutural, o arquipélago encontra-se numa zona tectonicamente complexa, devido ao contacto das placas litosféricas Norte Americana, Euroasiática e Africana, a qual se designa Junção Tripla dos Açores, o que explica a existência de importantes estruturas tectónicas nesta área. De entre estas destacam-se a Crista Médio-Atlântica, a Zona de Fratura Este dos Açores (EAFZ), a Falha da Glória (FG) e o Rift da Terceira (RT na figura) (Krause e Watkins, 1970; Laugton et al., 1972; Searle, 1980) A Crista Médio-Atlântica é uma estrutura sismicamente ativa. É a fronteira entre a placa Norte Americana e as placas Euroasiática e Africana. Possui uma orientação geral N10º E a Norte dos Açores, mas apresenta uma direção NE-SW ao atravessar a região (Krause e Watkins, 1970; Searle, 1980; Udías, 1980; Madeira e Ribeiro, 1990).

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A Zona de Fratura Este dos Açores (Krause, 1965) estende-se desde a Crista Médio-Atlântica até Sul da ilha de Santa Maria, com uma direção aproximada E-W. Segundo alguns autores (Feraud et al., 1980; Forjaz, 1983 in Madeira, 1998; Luís et al., 1994), corresponde à fronteira entre o bloco referente aos Açores e a placa Africana, enquanto que outros consideram-na como a antiga fronteira entre as placas Euroasiática e Africana (Searle, 1980; Luís, 1996; Madeira, 1998). A Falha da Glória localiza-se a E da ilha de Santa Maria e prolonga--se até ao Mar Mediterrâneo, com orientação N85ºE (Laughton et al., 1972). Sismicamente ativa, comporta-se como uma falha transcorrente de desligamento direito (Laughton et al., 1972; Udías, 1980; Buforn et al., 1988) e é considerada como a atual fronteira, a E dos Açores, das placas Euroasiática e Africana (Laughton et al., 1972; Feraud et al., 1980; Searle, 1980; Madeira, 1998). O Rift da Terceira (Machado, 1959), em sensus stritu, apresenta uma direção NW-SE e é definido por um alinhamento tectónico que passa pelas ilhas de S. Miguel, Terceira e Graciosa. Em sensus lato, corresponde a uma estrutura complexa que une a Falha AçoresGibraltar à Crista Médio-Atlântica através das ilhas do grupo oriental e central do arquipélago, por onde passa atualmente o troço mais ocidental da fronteira entre as placas Africana e Euroasiática (Machado, 1959; Krause e Watkins, 1970; Laughton et al., 1972; Feraud et al., 1980; Luís et al., 1994).

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Sismicidade A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

in Silveira, 2002

Diapositivo 5/38 No arquipélago dos Açores, nomeadamente nos grupos Central e Oriental, a atividade sísmica é elevada devido ao seu enquadramento geotectónico. A sismicidade apresenta-se, geralmente, sob a forma de crises sísmicas com magnitudes baixas ou moderadas, mas também têm ocorrido sismos com magnitudes elevadas. Conforme se pode verificar na carta de sismicidade dos Açores, a atividade sísmica tem uma distribuição preferencial ao longo do designado Rift da Terceira (RT), numa direção WNW-ESE, desde a Crista Média Atlântica até à falha da Glória. No entanto, ao longo desta faixa há zonas que se evidenciam pela sua elevada sismicidade, como é o caso da zona Este do Faial (crise de 1998), Fossa Oeste da Graciosa, Banco D. João de Castro e Fossa de Hirondelle. A ilha de S. Miguel, quando comparada com as restantes ilhas do arquipélago, possui os índices de sismicidade mais elevados. Os epicentros não se distribuem uniformemente, verificando-se existir uma maior sismicidade nos maciços vulcânicos das Sete Cidades, do Fogo e das Furnas, comparativamente ao que acontece no Sistema Vulcânico da Região dos Picos e no Complexo Vulcânico da Povoação e do Nordeste (Ferreira, 2000; Gomes, 2003).

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Da análise da carta de sismicidade verifica-se que a maioria dos eventos tem localização epicentral no mar, entre as ilhas. Devido ao facto destas serem relativamente alinhadas, não é possível obter uma geometria de rede ideal para uma correta localização epicentral, uma vez que as estações se localizam em terra, logo ficarão também alinhadas. Para um melhor conhecimento do comportamento sísmico da região há necessidade de aumentar a rede no que se refere a estações submarinas (OBS – Ocean Bottom Seismographs) (Senos, 2001). Sabe-se, a partir dos relatos históricos, que a ilha do Faial foi atingida por numerosos eventos sísmicos desde o seu povoamento até à atualidade. Todavia, por falta de informação suficiente ou simplesmente por corresponder à realidade, os sismos mais destrutivos parecem ter ocorrido no século XX, período em que se salientam quatro crises importantes. A crise sísmica de 1926, estendeu-se, entre abril e setembro do referido ano e foi marcada pela ocorrência de dois sismos com intensidades elevadas. A crise sísmica de 1958, começou a 12 de maio e prolongou-se até a junho do mesmo ano, parecendo estar associada à erupção dos Capelinhos, então em curso no extremo ocidental da ilha. Nos primeiros dias registaram-se 450 eventos, período em que se incluem os mais intensos da crise, e um total de 580 até junho. A crise sísmica de 1973/74, iniciou-se em Outubro de 1973 e estendeu-se até maio do ano seguinte, atingindo simultaneamente as ilhas do Pico e Faial. O sismo principal ocorreu a 23 de novembro de 1973. A mais recente foi a crise de 1998,que teve o seu começo a 9 de julho e a atividade sísmica desencadeada na região epicentral teve uma longa duração, até setembro de 2004, mais de 15800 réplicas.

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Vulcanismo

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Adaptado de Pacheco, 2001

in Silveira, 2002

Diapositivo 6/38 Este diapositivo apresenta a localização das erupções históricas ocorridas no arquipélago dos Açores após a ocupação humana das ilhas, que constam de 34 (Forjaz 1999), incluindo tanto as submarinas como as subáreas. Foram fundamentalmente de baixa a média explosividade, podendo englobar-se no tipo havaiano e estromboliano. Estes dois tipos de erupções são as menos violentas, a intensidade, magnitude e poder dispersivo são consequências da baixa viscosidade do magma erupcionado, tipicamente basáltico (erupções Havaianas) ou andesítico-basáltico (erupções Estrombolianas). Constituem exceção a esta regra as erupções de 1439, 1444, 1563 e 1630, todas focalizadas na ilha de S. Miguel nos complexos Vulcânicos das Sete Cidades, do Fogo e das Furnas, por apresentarem índices de explosividade vulcânica muito elevados, sendo por esse facto inseridas nos tipos pliniano e subpliniano. Assinala-se que a mais recente erupção vulcânica ocorreu ao largo da ilha Terceira, a cerca de 9 km do farol da Serreta. Descoberta por pescadores terceirenses no dia 18 de Maio de 1998, cuja atividade eruptiva só viria a cessar completamente em 2001. Da análise deste diapositivo, merece destaque a proporção de erupções submarinas e litorais, que ascende a 48% do total das

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erupções registadas, sendo este valor provavelmente subestimado, pois nem todas as erupções se manifestam à superfície do oceano e, mesmo de entre estas, nem todas terão sido observadas (Pacheco, 2001). Na ilha do Faial tiverem lugar 3 erupções históricas, 2 das quais se dispõem ao longo de um alinhamento de direção WNW-ESSE, coincidente com a falha do Capelo. A primeira decorreu entre 24 de abril de 1672 e fevereiro (?) de 1673 Machado, 1959d, 1962). Tratou-se de uma erupção com intensa atividade efusiva e algumas fases estrombolianas. O foco eruptivo inicial foi o Cabeço do Fogo, que produziu escoadas lávicas basálticas (s.l) que atingiram o mar nas costas Norte e Sul. Este foco manteve-se ativo até julho ou agosto de 1672. Um segundo foco eruptivo a WNW do primeiro, designado por Pincarito, entrou em atividade a 25 de abril de 1672 e manteve-se ativo por 10 meses, até Fevereiro de 1673. As escoadas produzidas por este centro fluíram para Norte até ao mar. A segunda erupção histórica da ilha do Faial foi a dos Capelinhos, que decorreu de Setembro de 1957 e 24 de outubro de 1958. Tratou-se de uma erupção litoral emergente e que será desenvolvido neste diaporama. A última erupção, também desenvolvida neste diaporama, correspondeu a uma explosão freática (ou freatomagmática), centrada na caldeira do vulcão central, a 14 de maio de 1958 (Machado, 1959a; Lobão, 1999). No presente, as manifestações vulcânicas subaéreas na ilha do faial materializam-se nas fumarolas que ainda perduram no cone dos Capelinhos (Ferreira et. al., 1993) e numa nascente de água mineral, na zona do Varadouro (Coutinho, 2000). Quanto às manifestações vulcânicas submarinas, destacam-se ainda as emanações gasosas a Este da ponta da Espalamaca.

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Tectónica A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

NNW-SSE; NE-SW; WNW-ESE ENE-WSE NW-SE

(C) – Zona da Falha do Capelo

Adaptadode deMadeira, Madeira,2004 2004 Adaptado

Adaptado de Madeira, 2004

Diapositivo 7/38 O diapositivo 7 apresenta as principais estruturas tectónicas da ilha do Faial. De entre as principais estruturas tectónicas da ilha do Faial evidenciam-se dois sistemas de falhas principais, de direções gerais WNW-ESSE e NNW-SSE a NW-SE (Agostinho, 1936; Berthois, 1953; Tazieff, 1959; Zbyszewski & Ferreira, 1959; Zbyszewski et. al., 1959;Machado, 1955,1982; Chovelon, 1982; Serralheiro et. al., 1989; Madeira & Ribeiro, 1990, 1992; Madeira, 1991a, 1991b,1998. O sistema de falhas dominante é o de orientação WNW-ESE, bem evidenciado pela série de escarpas de falha e patamares que se destacam na parte oriental da ilha, onde se distinguem as falhas da Ribeirinha, da Lomba Grande, da Ribeira do Rato, da Rocha Vermelha, da Espalamaca e de Flamengos que definem o Graben de Pedro Miguel (foto 2 no diapositivo 8) (Madeira, 1991a, 1998; Madeira & Ribeiro, 1990). Na parte ocidental da ilha, a mais importante manifestação deste sistema é traduzida pelo alinhamento de cones de escórias entre o Cabeço dos Trinta e o Vulcão dos Capelinhos (foto neste diapositivo) que se dispõem ao longo de uma série de fraturas em échelon direito, materializando a falha do Capelo (Madeira, 1998).

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Esta falha é especialmente relevante no contexto do vulcanismo recente da ilha do Faial, em particular no que se refere às erupções históricas (Cabeço do Fogo em 1672 e Capelinhos em 1957/1958), pois ambas se localizaram ao longo do seu eixo. O sistema de direção NNW-SSE a NW-SE tem uma menor expressão morfológica e as suas falhas são, geralmente, de menor extensão que as anteriores. menciona-se, de entre elas, a falha da Ribeira Funda – Joana Rosa, as falhas prováveis de Cedros – Cabouco Velho ou de Água – Cutelo – Porto do Caldeirão (Serralheiro et. al., 1989; Madeira, 1991a, 1998), apenas inferidas por fotografia aérea. Os dois principais sistemas estruturais poderão ter condicionado a instalação do atual vulcão central da ilha, segundo Madeira (1998), tais sistemas intersetam-se na região do vulcão central, potenciando as condições para o desenvolvimento de um edifício vulcânico poligenético. Há ainda uma terceira direção estrutural, com menor expressão morfológica, de orientação NE-SW, já referida por Chovelon (1982), Serralheiro et.al., (1989) e Gaspar et. al., (1998) para esta ilha. Segundo Madeira (1998) encontram-se associados ao vulcão central algumas falhas radiais e falhas de curvatura concordante com o bordo da caldeira.

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Geomorfologia A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

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Adaptado de Pacheco, 2001 ww w.geocities.com

Diapositivo 8/38 Neste diapositivo apresenta-se o modelo tridimensional, onde se distinguem, esquematicamente, quatro regiões geomorfológicas: o Vulcão Central, o Graben de Pedro Miguel, a Plataforma da Horta e a Península do Capelo. (a) – escarpa da falha da Ribeirinha; (b) – escarpa da falha da Lomba Grande; (c) – escarpa da falha da Ribeira do rato; (d) – escarpa da falha da Rocha Vermelha; (e) escarpa da falha da Espalamaca; (f) – escarpa da falha de Flamengos (Madeira, 1998). Coordenadas UTM. A região do Vulcão Central ocupa a parte central da ilha e corresponde a um maciço vulcânico formado por um vulcão central com caldeira (Foto 1), designado por Vulcão da Caldeira. O Vulcão da Caldeira é um edifício poligenético, com caldeira, formado pela acumulação dos depósitos de sucessivas erupções de diversos estilos e magnitudes, predominando os depósitos de vulcanismo efusivo na parte mais antiga de vulcão e os piroclásticos entre os mais recentes. Morfometricamente, este vulcão caracteriza-se por um diâmetro basal médio de 13,5 km, uma cota máxima de 1043 m e uma área de implantação de aproximadamente 114 km2, parcialmente coberta por produtos da Plataforma da Horta e da Península do Capelo. A sua caldeira tem 2 km de diâmetro e uma profundidade de cerca de 290 m em relação ao bordo mais baixo. Com base neste valor, 14


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estima-se um volume de aproximadamente 46 km3 para a parte emersa do vulcão (Pacheco, 2001). O declive real das vertentes do Vulcão da Caldeira varia ao longo da sua encosta, sendo suave na base do cone e mais abrupto no topo. Estas variações de declives podem resultar do equilíbrio entre as componentes construtiva e erosiva da edificação do cone ou derivar de duas fases de crescimento distinto. A produção de escoadas lávicas mais curtas ou eventos predominantemente explosivos poderão estar na origem das vertentes mais abruptas próximas do topo do vulcão, e da consequente modificação das características morfológicas do edifício, aproximando-as das do vulcão central (Pacheco, 2001). No interior da caldeira, encontram-se dois edifícios vulcânicos secundários, um domo e um diminuto cone de piroclastos com cerca de 40 m de altura. Na base das paredes da caldeira acumulam-se depósitos de vertente. Os domos são formados por magmas de composições evoluídas, muito viscosos e com muito pouca mobilidade, pelo que não se afastam do centro emissor (Walker, 1973). Atualmente, observamse no Faial dois domos, o domo do Altar, que se situa no interior da caldeira (Foto 1) encontrando-se já bastante degradado e o domo do Castelo Branco, situado na costa Sul do Vulcão da Caldeira.

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Vulcanoestratigrafia A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Adaptado de Pacheco, 2001

Diapositivo 9/38 Neste diapositivo apresenta-se a escala vulcanoestratigráfica da ilha do Faial. As quatro unidades geológicas principais Madeira (1998) que refletem a história eruptiva da ilha são: o Complexo Vulcânico da Ribeirinha, o Complexo vulcânico dos Cedros, a Formação de Almoxarife e a Formação do Capelo. Complexo Vulcânico da Ribeirinha – data de há 800 000 anos (Férraud, 1977), reúne os produtos do vulcão central da Ribeirinha e é formado maioritariamente por lavas e alguns depósitos de escórias basálticas a benmoreíticas, pelo menos uma chaminé traquítica (domo de Miragaia) e alguns depósitos pomíticos (Pacheco, 2001). Complexo Vulcânico dos Cedros – Engloba todos os produtos com origem no Vulcão da Caldeira e está dividido em dois grupos que correspondem a fases distintas da atividade do vulcão. O grupo superior com uma idade inferior a 16 000 anos e o grupo inferior com idade superior a 410 000 anos (Baubron,1981) O Grupo Inferior é o mais antigo e corresponde a uma fase em que a atividade do vulcão produziu, predominantemente, lavas de

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natureza basáltica a benmoreítica (a caracterização petrográfica e geoquímica dos produtos do Complexo Vulcânico permitiu identificar a existência de uma série magmática alcalina constituída por basaltos, havaítos, shoshonito, benmoreítos e traquitos). Esta unidade inclui dois

domos traquíticos e vários depósitos de escórias associados aos cones adventícios instalados nos flancos do vulcão central (Pacheco, 2001). O Grupo Superior com uma idade de cerca de 16 000 anos, inclui a atividade eruptiva mais recente do vulcão central, caracterizada por erupções explosivas e depósitos pomíticos. A Formação do Almoxarife – localizada do ponto de vista estratigráfico entre os grupo inferior e grupo superior do complexo Vulcânico dos Cedros, corresponde à atividade fissural da plataforma da Horta. Esta unidade é formada essencialmente por depósitos de escórias basálticas (s.l.) dos cones que constituem a Plataforma da Horta, escoadas lávicas associadas e tufos hidromagmáticos. A Formação do Capelo – a unidade mais jovem desta escala e reúne os depósitos do vulcanismo fissural predominantemente fissural ou moderadamente explosivo, desenvolvido na Península do Capelo. Inclui depósitos de escórias, escoadas lávicas e tufos hidromagmáticos. Nesta formação incluem-se as erupções históricas de 1672/73 e 1957/58. A forma atual da ilha do Faial deve-se à edificação da Península do Capelo, que é um sistema vulcânico fissural, dominado por um alinhamento de cones que forma uma dorsal com a orientação paralela à do graben de Pedro Miguel, caracterizado por erupções efusivas ou de explosividade moderada, do tipo havaiano e estromboliano, e erupções emergentes surtseianas. As erupções surtseianas (apresenta enorme explosividade, resultado da entrada franca de água na chaminé submarina, característico das erupções submarinas) é um tipo de vulcanismo muito comum nos Açores. Neste tipo de atividade, o topo da chaminé do vulcão a pequena profundidade, as escassas centenas de metros abaixo do nível do 17


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mar, assim a pressão da coluna de água é reduzida, o que permite a projeção em altura dos materiais expelidos pelo vulcão e a formação de grandes explosões com o contacto do magma quente com a água fria, formando-se colunas eruptivas de grande altura, constituídas de cinzas vulcânicas e vapor.

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Actividade Eruptiva

(Premonitórios da erupção)

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200 abalos de terra sentidos no Faial entre os dia 16 e 27 de Setembro de 1957; Intensidade não superior a V graus na escala de Mercalli; Os últimos abalos sobrepuseram-se a um tremor (Vulcânico) continuo.

Diapositivo 10/38 De 16 a 27 de setembro de 1957 foram sentidos na ilha do Faial mais de 200 abalos de terra de intensidade não superior a 5 graus Mercalli. Nos primeiros dias os epicentros estavam localizados na parte leste da ilha, a partir do dia 20 a frequência aumentou e os epicentros deslocaram-se para o extremo oeste. Estes eventos sísmicos sobrepuseram-se a um tremor vulcânico contínuo.

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Actividade Eruptiva (Início da erupção)

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Sexta Feira, 27 de Setembro de 1957, cerca das 8 horas começou uma erupção submarina ao largo da ponta Oeste do Faial junto aos ilhéus dos Capelinhos;  Começou pela simples emissão de vapor de água e outros gases; Tipo eruptivo característico era representado pela emissão de jactos de cinzas negras acompanhadas de uma nuvem branca de vapor de água ;

Diapositivo 11/38 A 27 de setembro, iniciou uma erupção submarina, ao largo da ponta oeste da ilha do Faial, junto aos Ilhéus dos Capelinhos, com aproximadamente 1km. A partir desta data os eventos sísmico praticamente não se fizeram sentir, no entanto o tremor continuo com intensidade variável prosseguiu. No inicio existiam quatro chaminés ativas formando um alinhamento WSW-ENE com a extensão de 250 m (Figura 1). A erupção começou pela simples emissão de vapor de água e outros gases, no entanto rapidamente a atividade concentrou-se na parte ocidental do alinhamento inicial e a projeção de materiais piroclásticos atingiu admiráveis proporções. Estes produtos (certamente basálticos), genericamente designados por cinzas, mas constituídos na realidade por lapilli, areia e pó. A enorme explosividade deve ter resultado da entrada de água na chaminé submarina. O tipo eruptivo caracterizou-se pela emissão de jatos pontiagudos de cinzas negras, acompanhados de uma nuvem branca de vapor de água (figura 2).

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Actividade Eruptiva

(Outubro a Dezembro de 1957)

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A 10 de Outubro já se tinha formado um cone de tufos com 880 m de diâmetro e 99m de altura ; Em fins de Outubro começou a haver pequenos afundimentos nas vertentes do cone, e durante a noite de 29 o cone submergiu quase totalmente ; Em Novembro a erupção recomeçou, edificando-se um novo cone de tufos ; A intensidade das explosões aumentou até princípios de Dezembro ;

Diapositivo 12/38 A 10 de outubro, depois de os jatos terem atingido mais de 1000 m de altura, e a emissão de cinzas ser tão abundante (figura 1) formou-se um cone de tufos com 880 m de diâmetro e 99 m de altura (figura 2), num local onde o mar tinha anteriormente uma profundidade de cerca de 70 m. A pluviosidade da zona ficou bastante aumentada, devido à poeira, impregnada de cloreto de sódio, que as explosões espalhavam no ar e que serviam de núcleos de condensação. Até ao dia 29 de outubro, a erupção continuou com violência, o vento arrastou as cinzas para o mar, mas ao virar de rumo entre NW e WSW produziu uma «chuva» de cinzas sobre a ilha do Faial, destruindo muitas culturas e provocando a evacuação das populações mais próximas dos centros eruptivos. No final de outubro começou a haver pequenos afundimentos nas vertentes do cone, durante a noite de 29 , quando a atividade parecia ter terminado, a ilhota submergiu-se quase na totalidade (figura 3).

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Em novembro a erupção recomeçou, edificando-se um novo cone de tufos (figura4), que no dia 12 estava ligado à ilha do Faial por um istmo formado pela ação do mar, com as cinzas da derrocada do fim de outubro. O istmo foi crescendo por adições sucessivas, formava-se um cordão de areia e por vezes de lapilli que fechava uma estreita lacuna ao longo da antiga linha da costa. A lacuna enchia-se com materiais trazidos pelas vagas mais fortes, nos dias de temporal, ou com areia emitida diretamente da cratera. A intensidade das explosões aumentou, atingindo um máximo nos princípios de dezembro, com jatos de cinzas que voltaram a exceder os 1000 metros (figuras 5 e 6).

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 13/29

Actividade Eruptiva

(Outubro a Dezembro de 1957)

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

No dia 16 de Dezembro a actividade pareceu novamente cessar, começando a haver afundimentos no cone vulcânico; No mesmo dia pelas 22h 30m, na parte leste do cone abriu-se uma fractura onde surgiram 7 repuxos de lava incandescente; No dia 18, uma segunda escoada lávica aa avançou junto à orla costeira;

Diapositivo 13/38 No dia 16 de dezembro a atividade pareceu novamente cessar, começou a haver afundimentos no cone vulcânico. Pelas 22h30m do mesmo dia, começou uma curta fase efusiva, anunciada por um clarão rosado que as nuvens refletiam. Na parte leste do cone abriu-se uma fratura onde surgiram repuxos de lava incandescente que subiam até 10 ou 15 m de altura. Destas fontes a lava correu para o norte, atingindo o mar e desenvolvendo nuvens de vapor. No dia 17 de dezembro a corrente de lava solidificara à superfície numa crosta fragmentada característica do tipo «aa». A atividade tinha então concentrando-se em 3 chaminés, onde as explosões estrombolianas se sucediam com intervalos de alguns segundos. Em torno destas chaminés formaram-se pequenos cones de bombas achatadas («spatter») e algumas destas chaminés emitiam uma nuvem acinzentada (vapor de água com pó) que anunciava um tipo de transição entre a atividade estromboliana e vulcaniana.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

No dia 18 de dezembro surge uma segunda corrente de lava «aa» que avançou lentamente por cima da primeira, parando junto à orla marítima.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 14/29

Actividade Eruptiva

(Outubro a Dezembro de 1957)

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Na madrugada de 19 de Dezembro recomeçaram as explosões com jactos de cinza e muitos blocos; No dia 29, a actividade, pela terceira vez parecia terminada.

Diapositivo 14/38 Na madrugada de 19 de dezembro recomeçaram as explosões com jatos de cinzas e muitos blocos de pedra. A 29 do mesmo mês, pela terceira vez, a erupção parecia terminada, depois do afundimento de grande parte do cone vulcânico, do lado oeste.

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Filomena Rebelo 15/29

Actividade Eruptiva (Janeiro a Abril de 1958)

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

As explosões do tipo submarino recomeçaram e foram progressivamente aumentando; Em Março os ilhéus dos Capelinhos desapareceram debaixo das cinzas;

Diapositivo 15/38 A partir de 29 de dezembro de 1957, as explosões do tipo submarino recomeçaram e foram progressivamente aumentando de altura. O centro eruptivo fixou-se no local por onde saíra a corrente de lava de dezembro. Mais para Leste apareceu uma fiada de fumarolas com cheiro sulfuroso, tendo desaparecido antes de finais de janeiro. A lava produzida em dezembro foi destruída pelas explosões, tendo certamente dado origem a alguns dos blocos de pedra que o vulcão lançava com frequência. Em simultâneo eram emitidos blocos mais ou menos incandescentes que resultavam da lava juvenil. A emissão dos blocos de pedra e a pulverização da lava foi resultado do poder expansivo do vapor produzido pala água do mar que tinha acesso franco à chaminé. Eram também emitidos rolos de vapor de água, arrastando em suspensão por vezes uma poeira que lhes configurava uma cor acastanhada ou amarelada. Este fumo acastanhado saía com frequência em jato contínuo que abria em cone.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Em janeiro a altura das explosões de cinzas, raramente ultrapassou os 500m. Em fevereiro e março a altura aumentou, tendo atingindo 1800 metros no dia 19 de março. As cinzas em torno da chaminé formaram um cone cuja altura do bordo foi aumentando de 50 até 150 metros. Numa só noite (9-10 de fevereiro) caiu junto do farol dos Capelinhos uma camada de areia com 1,55 m de espessura, e em março de 23 para 24 choveu 1,9 m de areia. A 1 de abril entrou em atividade uma chaminé mais a Oeste que esteve ativa até meados do mês e foi parcialmente destruída por afundimento a 16 de abril. Ocorreu atividade estromboliana fraca (31 de janeiro, 1 a 6 de fevereiro, 6 de março, 20 de abril), sem chegar a haver correntes de lava, tendo esta atividade ocorrido em simultâneo com a emissão de jatos de cinzas e muito vapor de água. A atividade efusiva tornou-se mais forte a corrido lava para SW. Estas correntes espessura de cerca de 60 m e avançaram por segundo. Esta fase correspondeu elevação da lava na chaminé.

23 e 24 de abril. tendo de lava tinham uma à velocidade de 0,03 m possivelmente a uma

O volume total de materiais emitidos desde o começo da erupção até esta data é da ordem dos 140 milhões de m3. O volume correspondente aos primeiros 3 meses foi de 60 milhões (Machado, 1958), tendo emitido portanto, desde janeiro a abril, 80 milhões de m3 de materiais piroclásticos. A energia correspondente é aproximadamente 1,6 x 1024 ergs.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 16/29

Actividade Eruptiva (Maio a Agosto de 1958)

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

No início de Maio a actividade submarina diminuiu de intensidade ; No dia 12 de Maio houve correntes de lava na parte Ocidental do cone vulcânico e iniciou-se uma crise sísmica extremamente violenta ; No dia 13 já tinha ocorrido mais de 450 abalos; No dia 14 verificou-se que tinham surgido fumarolas no fundo da Caldeira;

Diapositivo 16/38 A erupção dos Capelinhos sofreu profundas modificações a partir de maio, depois da violenta série de eventos sísmicos dos dias 12 e 13 de (450 nestes dois dias e 580 em junho). A atividade passou ao tipo estromboliano, com fortes ruídos, e no interior da antiga cratera foi edificado um cone de bombas vulcânica, que em agosto atingiu 144m de altura. Das suas vertentes saíram numerosas correntes de lava que ficaram ao redor do sopé do cone nos quadrantes Norte e Oeste. Outras correntes surgiram na base do anterior anel de areia, e houve ainda atividade efusiva em chaminés submarinas. No inicio de maio a atividade, do tipo submarino, continuou a diminuir de intensidade (figura 1). No dia 12 de maio de manhã houve correntes de lava na parte ocidental do cone vulcânico (figs. 2 e 3), dando-se início a uma crise sísmica violenta, a qual foi diminuindo até junho. No dia 14 de maio surgiram fumarolas no fundo da caldeira do Faial. As fumarolas emitiam vapor de água com cheiro sulfuroso e nos primeiros tempos havia lama em ebulição.

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Filomena Rebelo 17/29

Actividade Eruptiva (Maio a Agosto de 1958)

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Neste mesmo dia iniciou-se uma intensa actividade do tipo estromboliano, com projecção de fragmentos de lava incandescente; Da base do cone surgiram correntes de Lava que ao longo dos meses avançaram por variadas direcções ;

Diapositivo 17/38 Na manhã do dia 14 de maio começou uma intensa atividade de tipo estromboliano, com projeção de fragmentos de lava incandescentes que íam a mais de 500m de altura. A erupção passou a constituir durante a noite um espetáculo grandioso. No interior da chaminé havia um pequeno lago de lava que era revolvido pelas sucessivas explosões de gases magmáticos. Estes gases, incluíam para além de vapor de água, dióxido de enxofre e o ácido sulfídrico, reconhecíveis pelo cheiro e por depositarem cristais de enxofre. O aspeto de chama que aparecia de vez em quando devia ser resultado de partículas de lava incandescente em suspensão nos gases emitidos. As bombas vulcânicas («spatter») acumulavam-se em volta da chaminé que se localizou no centro da cratera dos meses de janeiro a abril. Progressivamente foi subindo um cone que em maio atingiu 70 m de altura e em agosto 144m.Havia também emissão de material puníceo, por vezes com cabelos vulcânicos, e duma areia muito leve que atingia grandes distâncias.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Da base do cone surgiram correntes de lava (fig.4) que avançavam primeiro para NW (maio) e mais tarde (junho) a lava forçou uma saída para o lado Norte, e em julho e agosto correu abundantemente para Oeste, Norte e SW. Atualmente existe um manto de lava quase contínuo desde NE até Sul (por Oeste). A 31 de julho surgiu a Oeste uma chaminé submarina que rapidamente formou um pequeno ilhéu de lava. Esta chaminé encontra-se sensivelmente sobre a fratura principal da erupção que se desenvolve na direção E-W. Outos centros eruptivos, incluindo chaminés submarinas que foram surgindo desde julho parecem porém localizados sobre outra fratura mais ao menos perpendicular (NNE-SSW). O facto de existirem várias fraturas radiais pode assinalar a presença de um vulcão central (Agostinho, 1936) e não de uma simples chaminé periférica. Na depressão existente a SE do cone central verificou-se desde maio uma intumescência progressiva, que passou de 66 para 82 m de altura. E, este fenómeno deveu-se a intrusão de lava no antigo anel de areia, tendo resultado no aparecimento da corrente de lava de 23 de agosto, junto à base da primitiva falésia. Ao contrário das explosões do tipo submarino que eram muito silenciosas, a atividade estromboliana produzia fortes ruídos acompanhados de ondas infra sónicas que faziam estremecer portas e janelas em toda a ilha e por vezes em ilhas vizinhas.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 18/29

Actividade Eruptiva

(Setembro a Outubro de 1958)

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Ocorreram explosões e emissões de correntes de lava; Até meados de Setembro observou-se também actividade em chaminés submarinas; A erupção ia enfraquecendo, mas a 21 de Outubro uma corrente de lava galgou por cima do bordo da antiga cratera; Na tarde de 24 de Outubro observou-se pela ultima vez a emissão de blocos incandescentes que saíram pela chaminé principal; A partir desta data continuou-se apenas a observar actividade fumarólica.

Diapositivo 18/38 A atividade final da erupção dos Capelinhos consistiu em explosões moderadas do tipo estromboliano com várias correntes de lava. A última ocorreu a 21 de outubro. No dia 24 foi observada pela última vez a emissão de fragmentos incandescentes. O vulcão entra em fase de repouso, mas existindo ainda muitas fumarolas nas vertentes do cone central e nalguns pontos das correntes de lava. A atividade que durou 13 meses corresponde possivelmente à sobreposição de duas erupções distintas, uma começada a 27 de setembro de 1957, e a segunda, a 14 de maio de 1958. As últimas manifestações da erupção dos Capelinhos foram a continuação da atividade efusiva que se vinha verificando desde maio. As explosões de tipo estromboliano prosseguiram, com emissões de correntes de lava, geralmente para os lados Oeste e Norte. As bombas vulcânicas atingiram alturas de 200 a 300 metros.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Emissões de fumos negros (tipo intermédio entre vulcaniano e estromboliano) também ocorreram. Até meados de setembro continuou a ser observada atividade em chaminés submarinas que se foram deslocando para Leste. A 21 de outubro surgiu na base do cone central uma corrente de lava que galgou por cima do bordo da antiga cratera do tempo das explosões de cinzas. A lava dirigiu-se para SW, tendo atingido rapidamente o mar. Na tarde de 24 de outubro foi observada pela última vez a emissão de blocos incandescentes que saíam pela chaminé principal. A partir desta data apenas emissão de fumos brancos, vapor de água e gases com cheiro sulfuroso, saindo pelas vertentes do cone central e por vários pontos das correntes de lava. Na chaminé principal não voltou a haver atividade. A abertura que existia no centro foi ficando progressivamente entulhada com os desmoronamentos das escarpas interiores. Na segunda quinzena de outubro cessou também a atividade das fumarolas da Caldeira, e a lagoa voltou a apresentar o aspeto primitivo.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 19/29

Estudos Especiais

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Os Eng.(s) Frederico Machado e João Nascimento foram as pessoas pioneiras na história do vulcão: Estudos meteorológicos e sísmicos a cargo do Serviço Meteorológico Nacional ; Aspectos geológicos e petrográficos estudados pelos Serviços Geológicos de Portugal ; Medições recentes efectuadas nos locais das fumarolas indicam que a sua magnitude e área têm vindo a reduzir-se ao longo do tempo;

Diapositivo 19/38 As medições recentes efetuadas nos locais das fumarolas indicam que a sua magnitude e área têm vindo a reduzir-se ao longo do tempo. O Engenheiro Frederico Machado., Diretor das Obras Públicas, auxiliado pelo Engenheiro. João do Nascimento, e o topógrafo António Denis, foram os pioneiros na sua investigação científica. O Diretor do Observatório de Angra, Tenente-coronel José Agostinho, sobrevoou a erupção. O Observatório Príncipe Alberto do Mónaco, chefiado por Bernardo Almada, emitiu diversos boletins sismológicos de grande valor. Os estudos meteorológicos e sísmicos estiveram a cargo do Serviço Meteorológico Nacional, em meados de dezembro começou a funcionar no Observatório da Horta um sismógrafo Bosch-Omori, para o registo dos eventos sísmicos e tremor contínuo relacionados com a erupção (fig. 1, sismograma, correspondente ao registo da crise de 12 e 13 de maio). A figura 2 apresenta a Carta de isossistas de MACHADO (1959), intensidades na escala MM-31,da análise da carta, conclui-se que a série sísmica ocorrida de 12 para 13 de maio não teve um epicentro comum, mas três zonas epicentrais.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

O Engenheiro Frederico Machado (autor da carta de isossistas), considerou uma zona epicentral na Praia do Norte, onde nenhuma casa ficou habitável e houve fraturas no solo com deslizamento de terra vertical e muitas derrocadas em falésias; uma segunda zona epicentral a sul da Caldeira, onde se verificaram deslizamento de terra e desmoronamentos de ravinas; e uma terceira zona epicentral na região de Espalhafatos. De acordo com os dados constantes no Anuário Sismológico de Portugal (1959, nº12), na ilha do Faial a crise sísmica atingiu intensidades máximas de VIII-IX (MCS-17) na Praia do Norte e Ribeira Funda; VII-VIII (MCS-17) no Salão, Cascalho e Norte Pequeno; V-VI (MCS-17) em Cedros, Canto, Flamengos, Feteira e Castelo Branco; V (MCS-17) na Ribeirinha e Pedro Miguel; IV-V (MCS-17) na praia do Almoxarife; e IV (MCS-17) na Horta. Nas ilhas vizinhas a crise sísmica atingiu intensidades máximas de III (MCS-17) no Pico, II-III (MCS-17) em S. Jorge e I-II (MCS-17) na Terceira. Zbyszewski & Veiga-Ferreira (1959) consideraram que a fase sísmica da erupção começou a 12 de maio, atingindo o máximo de intensidade IX no dia 13, na Ribeira Funda e Praia do Norte, VIII na Ribeira do Cabo e VII no Capelo, não ultrapassando o grau V em todo o resto da ilha. Durante esta série de sismos foram abertas diversas fraturas, tendo ocorrido fissuras no interior da Caldeira que provocaram a infiltração de água e consequentemente a ocorrência de uma violenta explosão que projetou blocos de pedra a grande altura e poeiras muito finas e esbranquiçadas sobre a área adjacente. A metade oriental do fundo da Caldeira secou e formaram-se fissuras circulares e ovais de onde eram expelidos vapores, gases sulfurosos e jatos de lama a uma altura superior a 30 metros. Tazieff (1959) verificou a abertura de fraturas na parte ocidental da ilha com direção N70W (azimute 290º), com uma largura que variava de centímetros a mais de um metro. Esta direção é paralela à dos grandes acidentes tectónicos da ilha. No entanto considerou estes eventos sísmicos de baixa magnitude, dado os danos serem 33


A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

muito confinados e não terem sido registados por nenhuma das agências internacionais. Estes factos podem ser justificados por uma zona focal muito superficial com origem na própria erupção. Madeira (1998), com base na interpretação de fotos da época, sugere a possibilidade da existência de componente de desligamento nas roturas superficiais, nomeadamente desligamento direito associado às componentes normais e de abertura. Os aspetos geológicos e petrográficos (figura 3) da erupção foram estudados pelos Serviços Geológicos de Portugal. A fração fina das cinzas era arrastada pelo vento a distâncias por vezes superiores a 50 km. O vento não teve influência apreciável nos blocos de lava com peso da ordem das dezenas de kg que eram atirados até alturas de 500 a 1000 m e chegaram a atingir distâncias da mesma ordem de grandeza. Os blocos incandescentes (rubro vermelho), emitidos juntamente com as cinzas, deviam estar à temperatura de cerca de 900º C; e na atividade estromboliana a temperatura atingiu 1100ºC (rubro alaranjado). A primeira corrente de lava deslocou-se inicialmente com uma velocidade da ordem dos 0,06 m/seg. (200 m em cerca de uma hora). A corrente de lava do dia 18 de dezembro era mais lenta, avançando em média 0,006m/seg. O volume das cinzas emitidas até fim de dezembro é da ordem dos 60 milhões de m3 o que equivale a 25 milhões de m3 de lava não vesicular e a energia dissipada terá sido de 1,2 x 1024 ergs. O volume da lava emitida de maio a agosto, incluindo os materiais do cone central, foi de cerca de 24 milhões de m3 a energia correspondente é de cerca de1,2 x 1024 ergs. 34


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Filomena Rebelo 20/29

Estudos Especiais

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Em Junho de 2003, efectuaram-se medições de concentração e fluxo de CO2; Verificou-se que os valores obtidos eram bastante mais baixos quando comparados com outros vulcões activos no arquipélago

Nas quatro décadas que decorreram desde a erupção, o mar destruiu mais de metade do edifício vulcânico; A cobertura de cinzas tem sido gradualmente reduzida: Pela erosão eólica; Pela extracção incontrolada para serem utilizadas como material de construção civil.

Diapositivo 20/38 Estudos realizados em 2003 relativos a medições de concentração e fluxo de CO2, concluíram que os valores eram bastante mais baixos comparativamente com os encontrados noutros vulcões ativos no arquipélago. Em cinco décadas a força da erosão é visível no vulcão dos Capelinhos, mais de metade do edifício vulcânico foi destruído pelo vento e pelo mar. A cobertura de cinzas tem sido gradualmente reduzida, devendo-se por um lado á erosão eólica e pela extração incontrolada para uso na construção cívil.

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Filomena Rebelo 21/29

Análise e Interpretação

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Os sismos premonitórios antecederam apenas 11 dias a erupção; Actividade eruptiva variável: 1os oito meses essencialmente hidromagmática; com cinzas e blocos projectados e emissões do tipo surge; Edificou-se um cone de tufos;

2os cinco meses essencialmente magmática,alternando fases estrombolianas e havaianas; com emissão de piroclástos subaéreos e escoadas; Formou-se um cone de escórias;

A actividade eruptiva terminou um pouco inesperadamente;

Diapositivo 21/38 A atividade do vulcão dos Capelinhos foi precedida de mais de 200 eventos sísmicos. Esta erupção teve características notáveis. Desde o inicio até abril de 1958, a atividade apresentou características semelhantes à das erupções submarinas dos Açores. A duração de 8 meses desta fase foi porém anormalmente grande porque as outras erupções duraram, quando muito, um mês (Machado, 1958c). Durante este primeiro período a atividade foi geralmente explosiva, com apenas um curto episódio com emissão de corrente de lava (16/18 de dezembro de 1957). A partir de 14 de maio de 1958 a atividade mudou bruscamente para um tipo efusivo com explosões estrombolianas fortes e sucessivas correntes de lava. O facto desta nova fase ser precedida também por uma enorme série de eventos sísmicos permite de certa forma considerar estes fenómenos como representando uma segunda erupção que se teria sobreposto à primitiva. Nesta segunda fase a atividade não parece diferir da observada nas erupções terrestres, de tipo efusivo, ocorridas no arquipélago. 36


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As correntes de lava consolidaram as camadas de areia e lapilli, tornando-se resistentes à abrasão marinha. Um aspeto notável desta erupção foi precisamente a formação de terra firme que acrescentou cerca de 2,4km2 de área à ilha do Faial.

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Impacto

Actividade Eruptiva

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Não causou vítimas; Acrescentou à ilha cerca de 240 hectares de cinzas e lavas ; A pluviosidade da zona aumentou cerca de 10 vezes no último trimestre de 1957; Grandes enxurradas arrastaram os materiais emitidos pelo vulcão

Agricultura foi prejudicada em grau variável em quase toda a ilha 

Diapositivo 22/38 Não tendo causado vitimas, esta erupção deixou marcos profundos na ilha do Faial, quer no aspeto físico da ilha, acrescentando cerca de 240 hectares de cinzas e lavas (figura 1) e no aspeto moral da sua população. Alterações na pluviosidade, aumentando cerca de 10 vezes no último trimestre de 1957, causando grandes enxurradas. A agricultura altamente prejudicada (figura 2), terrenos agrícolas estéreis, colheitas perdidas e campos de pasto inutilizados

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Filomena Rebelo 23/29

Impacto

Crise Sísmica (Maio)

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Não causou vítimas; Ruína total de 508 habitações; Cerca de 1000 habitações danificadas ; Rotura superficial em algumas zonas de falha; Nas lombas, a sul da Caldeira, ocorreram desmoronamentos importantes.

Diapositivo 23/38 A nível do edificado, ruíram na totalidade cerca de 5 centenas de habitações e um milhar de habitações danificadas (figura 1). Várias roturas superficiais em zonas de falha e ocorreram significativos deslizamentos de terra.

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Filomena Rebelo 24/29

Impacto

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Sérias perturbações na vida normal da populações; Cerca de 21% da População abandonou a ilha com carácter definitivo .

Diapositivo 24/38 A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas e materiais de projeção originaram a destruição das habitações, campos agrícolas e pastagens em algumas freguesias da ilha. Beneficiando da solidariedade demonstrada pelos EUA, milhares de sinistrados faialenses (figura 1) - aproveitaram a quota especial de emigração concedida (por persistente diligência do congressista estadual Joseph Perry Júnior e dos Senadores federais John O. Pastore, de Rhode Island, e John F. Kennedy, de Massachusetts, que pouco depois seria eleito Presidente dos EUA) e procuraram refazer as suas vidas naquele país. Foi a 2 de setembro de 1958, aprovado o "Azorean Refugee Act" autorizando a concessão de 1.500 vistos. A quebra demográfica na ordem de cerca de 50%, contribuiu para uma melhoria de vida na população residente, a nível de mais oportunidades de trabalho e melhoria dos salários.

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Capacidade de Resposta

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Durante a erupção, procedeu-se à transferência de pessoas e haveres das zonas onde a actividade vulcânica podia oferecer perigo; Executaram-se trabalhos de reparação e conservação das comunicações rodoviárias e de segurança das habitações; Ex.mo governador do distrito soube exercer sobre a população uma acção moral, comparecendo no Capelo nos momentos de maior pânico; Sr. Ministro da Obras públicas visitou a ilha para se inteirar pessoalmente da extensão dos estragos originados pelos sismos mais violentos;

Diapositivo 25/38 Durante a erupção foram evacuadas pessoas e bens das zonas onde o perigo era patente. Executaram-se trabalhos de reparação e conservação quer das vias rodoviárias como no edificado. O Governador Civil acompanhou de perto as populações exercendo sobre elas um apoio moral. O ministro das Obras Públicas visitou a ilha com a finalidade de tomar conhecer dos estragos.

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Filomena Rebelo 26/29

Recuperação

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

As casas foram reconstruídas; As cisternas foram limpas; Os caminhos desobstruídos; Procurou-se recuperar alguns terrenos de cultura;

Diapositivo 26/38 Este diapositivo apresenta os trabalhos de recuperação efetuadas na ilha do Faial, após a erupção dos Capelinhos.

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Filomena Rebelo 27/29

Conclusão

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A erupção iniciou-se a 27 de Setembro de 1957; Tratou-se de uma erupção litoral emergente; A actividade eruptiva durou pouco mais de um ano; Actividade eruptiva variável 1os oito meses - hidromagmática; 2os cinco meses - magmática;

A erupção terminou a 24 de Outubro de 1958;

Diapositivo 27/38

Filomena Rebelo 28/29

Conclusão

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Presentemente é um vulcão activo; Os efeitos mais catastróficos resultaram da crise sísmica que se desencadeou em Maio de 1958; O governo agiu rápidamente, tomando medidas de emergência em favor da ilha flagelada; A recuperação não foi totalmente conseguida porque houve abandono nas zonas onde as população emigrou .

Diapositivo 28/38 Os diapositivos 27 e 28 apresentam uma conclusão do diaporama sobre o Vulcão dos Capelinhos. Os fenómenos eruptivos são conhecidos apenas pelas manifestações que se produzem à superfície da terra. Os materiais ejetados permitem conhecer a composição do magma contido nas câmaras e impelidos, sobre o impulso de enormes pressões, através da chaminé. A cratera, apenas a mais superficial das três partes que 43


A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

constituem um aparelho eruptivo é acessível à observação. O comportamento da erupção, reside em fenómenos que ocorrem ao nível do reservatório e da chaminé. A erupção dos Capelinhos, teve, na sua maior parte um percurso tipicamente vulcaniano: explosões violentas, projeções de fragmentos sólidos, ora de magma, ora arrancando às paredes da chaminé, pulverização das escórias até dimensões de cinzas, percentagem diminuta, entre material ejetado, de substâncias incandescentes e de piroclastos (raridade de bombas e de fragmentos pastosos e esponjosos). A incandescência dos materiais poucas vezes foi observada. No comportamento geral desta erupção entroncam-se dois breves episódios lávicos, pois nas últimas semanas, a atividade efusiva ganhou maior importância. A duração da erupção, as variações de pressão e temperatura que explicam a subida de magma liquido ou pastoso na chaminé, a reativação da Caldeira, desde o povoamento da ilha, há cerca de cinco séculos, parecem ser indicativo da existência de um campo eruptivo onde se poderão esperar novas manifestações de atividade.

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Filomena Rebelo 29/29 A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

www.rtp.pt

Diapositivo 29/38 Um pequeno filme sobre o vulcão dos Capelinhos. O que distingue o vulcão dos Capelinhos é o facto de ter sido a primeira erupção submarina devidamente observada, documentada e estudada, desde o inicio da erupção até ao seu termo.

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RISCO VULCÂNICO

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Risco vulcânico (volcanic risk) define-se como a estimativa do impacte de um fenómeno vulcânico em termos de saúde pública (mortes, ferimentos ou doenças) e no que respeita aos aspetos sociais, económicos e culturais (Gaspar, 1998).

Neste contexto, adota-se a designação de perigo vulcânico (volcanic hazard) para referenciar a probabilidade de um qualquer tipo de evento ou estilo eruptivo potencialmente destruidor afetar uma determinada área num certo período de tempo (Gaspar, 1998).

Diapositivo 30/38 Risco = (Perigo x Vulnerabilidade x Valor) / Capacidade de resposta. Os perigos vulcânicos são aqueles que ocorrem com menor frequência. É de salientar que cerca de 10% da população mundial habita em áreas com vulcanismo ativo, deduz-se que os efeitos de tal perigo podem ter impacto significativo (Malheiro, 2002). É importante fazer a distinção entre perigos vulcânicos diretos e indiretos, os primeiros estão relacionados com escoadas lávicas, piroclastos de queda, escoadas piroclásticas, surges, lahars e gases vulcânicos, e os segundos com a atividade sísmica, movimentos de vertente e tsunamis. A vulnerabilidade representa o que é passível de se perder em consequência de um determinado tipo de fenómeno e o valor quantifica tais perdas. A capacidade de resposta prende-se com todo o conjunto de medidas que podem diminuir a vulnerabilidade.

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Filomena Rebelo 31/38 A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação Do Risco Vulcânico Estudo das erupções históricas.

1957 - 1958

Elaboração de mapas de risco vulcânico.

http://www.cvarg.azores.gov.pt/geologiaacores/faial/Paginas/GA-Faial-VulcanismoHistorico.aspx http://www.cvarg.azores.gov.pt/geologiaacores/graciosa/Paginas/GA-GraciosaCarta-Vulcanologica.aspx

Diapositivo 31/38 Viver numa região vulcânica ativa tem, naturalmente, os seus riscos, pelo que se torna imprescindível que a comunidade esteja preparada para encarar qualquer tipo de situação de emergência daí decorrente. No domínio da predição vulcânica os investigadores desenvolvem dois métodos de aproximação ao problema. Um, de carácter geral, baseia-se na definição da história eruptiva dos vulcões e tem por objetivo caracterizar os diferentes tipos de perigos a partir da determinação dos estilos de atividade passíveis de ocorrerem, sua frequência e magnitude; tal informação revela-se de significativa importância para o (re) ordenamento territorial e a elaboração de planos de emergência. Outro, de âmbito mais específico, prende-se com a instalação, o desenvolvimento e a gestão de redes de monitorização que permitam conhecer a linha de base correspondente ao estado normal do sistema vulcânico e, assim, detetar eventuais anomalias precursoras. Assim pretende-se reconhecer indicadores que sugiram a necessidade de se acionarem os mecanismos de emergência da Proteção Civil.

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Filomena Rebelo 32/38

Medidas de Prevenção e Mitigação Do Risco Vulcânico

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Monitorização Geodésica

Medições GPS. http://www.cvarg.azores.gov.pt/ensino/Paginas/MVRG-2000-TM-Geodesica.aspx

Diapositivo 32/38 O estudo no tempo e no espaço de determinados parâmetros para estimar o estado de atividade de um vulcão para prever eventuais erupções e prevenir ou minimizar os riscos daí resultantes, designase por: Monitorização Vulcânica. Monitorização Geodésica – estuda a variação na forma do edifício vulcânico, evidenciada por alterações no revelo, cujo estudo pertence ao domínio da geodesia. GPS (global positioning system) é um instrumento geodésico importante por permitir detetar as deformações que ocorrem no terreno.

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Filomena Rebelo 33/38

Medidas de Prevenção e Mitigação Do Risco Vulcânico

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Monitorização Geofísica

Estação sísmica.

Estação sísmica digital portátil didática (CVARG). Registo de um evento sísmico. http://www.cvarg.azores.gov.pt/ensino/Paginas/MVRG-2000-TM-Geodesica.aspx

Diapositivo 33/38 Monitorização Geofísica – estuda os movimentos vibratórios no edifício vulcânico, com a análise dos diferentes tipos de ondas sísmicas, cujo estudo pertence essencialmente à física. A estação sísmica digital portátil didática, apresentada no diapositivo, foi concebida e produzida no CVARG, permitindo à comunidade escolar observar e compreender o funcionamento de um sistema de registo sísmico e utilizar o equipamento real para auscultar sinais naturais e ruído sísmico artificial tal como acontece nos centros de monitorização.

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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 34/38

Medidas de Prevenção e Mitigação Do Risco Vulcânico

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957 - 1958

Monitorização Geoquímica

Recolha de gases de uma fumarola para análises químicas nos Açores.

Diversas ações de monitorização de gases em fumarolas nos Açores.

Amostragem de fluxo de CO2.

http://www.cvarg.azores.gov.pt/ensino/Paginas/MVRG-2000-TM-Geoquimica.aspx

Diapositivo 34/38 Monitorização Geoquímica – Estuda a quantidade e proporção das substâncias saídas do edifício vulcânico, evidenciadas nas análises de desgaseificação centrada ou difusa, cujo estudo é sobretudo químico. O início de uma erupção está sempre associado à subida de magma armazenado em locais de maior profundidade, na crosta ou no próprio manto, para zonas mais superficiais. Ascensão que pode alcançar a superfície ou não. Um aumento de quantidades de gases, indica a subida do magma, que se liberta do interior do sistema vulcânico, principalmente pela redução da pressão, o que proporciona a libertação dos voláteis dissolvidos no magma. Devido à redução da distância percorrida pelos gases até à superfície, verifica-se um aumento da proporção dos compostos estáveis dentro do magma, os quais se alteram mais facilmente no caminho por reagirem muito com os materiais que atravessam.

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Filomena Rebelo 35/38 A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação Do Risco Vulcânico

1957 - 1958

Monitorização Hidrogeoquímica

Monitorização piezométrica.

Medidores de temperatura, pH, condutividade elétrica, salinidades, potencial redox e oxigénio dissolvido.

Análise em laboratório.

http://www.cvarg.azores.gov.pt/unidades-cientificas/LST_Fotos_UC_HiGA/WLabHidro3.jpg

Diapositivo 35/38 Monitorização Hidrogeoquímica – estuda a composição química das águas subterrâneas e superficiais em regiões vulcânicas. Os processos mineralizadores e a influência da atividade vulcânica sobre o quimismo das águas. As erupções vulcânicas que ocorrem em lagos vulcânicos induzem uma variação das propriedades físico químicas das águas dos lagos numa fase pré-eruptiva (Varekamp, 2002). A Hidrogeoquímica na monitorização vulcânica é uma técnica que poderá contribuir qualitativamente para a vigilância vulcânica. Os alertas de eminência de uma erupção são lançados quando vários parâmetros dos vários tipos de monitorização coincidem com a explicação de uma progressiva subida de magma para zonas que podem futuramente atingir a superfície, no entanto, pode não ocorrer uma erupção. Presentemente, verifica-se que, por norma, nos vulcões monitorizados se detetam atempadamente os sinais necessários para que os avisos à população cheguem em tempo útil de modo a se reduzirem os danos em pessoas e bens.

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Filomena Rebelo 36/38 A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação Do Risco Vulcânico

1957 - 1958

Elaboração de planos de evacuação. Treino das populações (simulacros). Palestras de sensibilização das populações para as medidas de mitigação. Programa educativo a implementar nas escolas, permitindo criar uma consciência coletiva PARA A MITIGAÇÃO DO RISCO.

Diapositivo 36/38 Neste diapositivo referem-se outras medidas importantes para a mitigação do risco vulcânico. Um plano de evacuação de uma forma geral tem por objetivo minimizar e prevenir, o máximo possível acidentes pessoais e /ou danos materiais. Para o objetivo ser atingido é necessário um plano de evacuação eficiente e eficaz. Quanto mais preparadas estiverem as comunidades para enfrentar a situação de emergência, (daí a necessidade de simulacros), maior será o contributo das mesmas na a mitigação do risco.

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Filomena Rebelo 37/38 A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE VULCÂNICA

1957 - 1958

Transformação da energia geotérmica em energia elétrica. Aproveitamento energético na culinária. Atração turística. .

Central Geotérmica da Ribeira Grande, Açores.

Imagens :http://cn7cst.wikispaces.com/ Vulcanismo

Diapositivo 37/38

Filomena Rebelo 38/38 A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE VULCÂNICA

1957 - 1958

Solos férteis. Exploração de minerais. Saúde (termas, águas termais). Evolução do conhecimento científico.

Termas do Carapacho, Ilha Graciosa. Ilha do Pico

Águas termais, Furnas, S. Miguel.

Imagens :http://cn7cst.wikispaces.com/Vulcanismo

http://www.rtp.pt/acores/index.ph p?article=11251&visual=3&layout=10 &tm=5

Diapositivo 38/38

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http://www.ipr.pt/menu/?file=texto& codigo_menu=4180&sel_men=4180


A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

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