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Alma-grupo

Alma-Grupo

O conceito de “alma-grupo” foi trazido de uma tese espiritualista chamada Teosofia, que alega que os animais não são dotados de consciência de si próprios e do meio externo, logo não possuiriam individualidade e que após seu desencarne, retornariam a um grande todo até uma nova reencarnação, dirigidos por uma Inteligência Superior. Esse conceito não existe dentro do Pentateuco codificado por Allan Kardec para unificar as informações da Doutrina Espírita, se assim fosse, os animais perderiam todos os aprendizados adquiridos – inclusive o homem – pois Kardec pergunta ao Espírito da Verdade onde se inicia o primeiro estado da alma na sua primeira encarnação na questão 607 e ele responde: “Numa série de existências que precedem o período a que chamais Humanidade. ” Analisando a Doutrina Espírita sobre o tema, encontramos as seguintes informações:

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Allan Kardec, no livro “Obras Póstumas” –1a parte, item 7:

“ (...) Sua individualidade é demonstrada pelo caráter e pelas qualidades de cada um. Para distinguir as almas umas das outras temos a personalidade; se elas se confundissem num todo comum, só poderiam apresentar qualidades uniformes” .

“Se a alma (…), não conservasse a sua individualidade, quer dizer, se ela fosse se perder no reservatório comum chamado grande todo, como as gotas de água no Oceano, (…) as consequências seriam absolutamente as mesmas de que se não tivesse alma” . Allan Kardec, no “Livro dos Espíritos” –pergunta 140:

Que pensar da teoria da alma subdividida em tantas partes quantos são os músculos presidindo cada uma às diferentes funções do corpo? “Isso também depende do sentido que se atribui à palavra alma. Se por ela se entende o fluído vital, está certo, se se entende o Espírito encarnado está errado. Já dissemos que o Espírito é indivisível ele transmite o movimento aos órgãos através do fluído intermediário, sem por isso se dividir” .

Allan Kardec – no “Livro dos Espíritos” pergunta 598:

A alma dos animais conserva após a morte sua individualidade e a consciência de si mesma? “Sua individualidade sim, mas não a consciência de si mesma (…)” .

Em trecho do comentário do Espírito Miramez sobre a pergunta acima (Livro “Filosofia Espírita – João Nunes de Maia), encontramos:

“Em se falando dos animais, a sua vida inteligente permanece em estado latente como nos informa "O Livro dos Espíritos " . Há muitas filosofias espiritualistas que ensinam de modo diferente, que as almas dos animais pertencem a um todo, que ao deixar o corpo perde a sua individualidade, penetrando na massa que corresponde ao seu viver. Essa informação é enganosa; o animal não perde a sua individualidade, ele a conserva nos planos que a vida espiritual reserva para todos, sob a guarda de Entidades que trabalham com amor para a evolução de todos, voltando em outros corpos de acordo

Porco

com as suas necessidades. Não fiques pensando que o teu cão, cavalo, ou macaco se dissolveu no espaço, por informações descabidas dos invigilantes. Eles continuam a existir com mais propriedade e cada vez mais crescendo, porque a lei de Deus comanda o progresso. Tudo progride para sempre. Os animais, no amanhã, vão ter consciência de si mesmos. Esperemos. O tempo que se move pelas bênçãos de Deus vai nos mostrar, como mostrou em relação a nós outros, quando éramos animais como eles. ”

Lembremos que a Doutrina Espírita nos ensina que os dois elementos gerais são espírito e matéria e acima de tudo há Deus (questão 27). Logo, os animais “procedem do mesmo ponto de partida; que todos são criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir pelas suas atividades individuais” , e que “todos, sendo filhos do mesmo Pai, são objeto de igual solicitude; que nenhum há mais favorecido ou melhor dotado do que outros” (A Gênese - Capítulo XI, item 7).

Por fim, a alma sendo indivisível, mantém sua individualidade própria desde o início de sua criação e a medida que evolui, transfere-se para um corpo mais elaborado tal qual é a justiça divina. Unidos em um laço fraternal, devemos compreender a cada dia que juntos formamos um enorme grupo de almas em evolução, rumo à angelitude.

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