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O que obras Espíritas pós-codificação nos ensinam?
Ainda no Livro dos Espíritos encontramos um conjunto de orientações importantes:
Questão 716: “A Natureza traçou o limite de suas necessidades em sua organização, mas os vícios alteraram sua constituição e ele criou para si necessidades que não são reais” . Questão 719: “O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso, porque o abuso é contrário a conservação” . Questão 734: “Esse direito [ilimitado sobre os animais] é regulado pela necessidade de prover a sua nutrição e à sua segurança. O abuso jamais foi um direito” . Questão 735: “Toda destruição que ultrapasse os limites da necessidade, é uma violação da lei de Deus” . Questão 752: “[...] se a destruição, algumas vezes, é necessária, a crueldade não é o jamais. Ela é sempre o resultado de uma natureza má” .
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No Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XXV, item 2, há uma clara explicação sobre o propósito da busca por uma alimentação mais depurada como caminho evolutivo:
"Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe depura. [...] Às necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. É assim que o homem passa da selvageria à civilização "
O que obras Espíritas pós-codificação nos ensinam?
Várias e importantes obras Espíritas trouxeram luz à questão do vegetarianismo após o advento da Codificação de Kardec. Vejamos alguns recortes:
Emmanuel, em O Consolador (Chico Xavier 1941). Resposta a Questão 129: “A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos. ”
André Luiz, em Missionários da Luz (Chico Xavier - 1943) “(…) esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte. ”
André Luiz, em Missionários da Luz, 3ª parte (Chico Xavier - 1943) "Que diz o instrutor Alexandre a respeito do uso da carne? R.: Alexandre deplora o uso da carne e afirma que tempos virão para a Humanidade terrestre em que o estábulo, como o lar, será também sagrado e o homem compreenderá que em todos os setores da Criação Deus, nosso Pai, colocou os superiores e os inferiores para o trabalho de evolução, através da colaboração e do amor, da administração e da obediência. "
Emmanuel, em A Caminho da Luz (Chico Xavier - 1938) “Quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente, examinadas as condições de atraso moral da Terra, onde o homem se reconforta com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras pré-históricas de sua existência [...] desconhecendo os mais comezinhos princípios de fraternidade e pouco realizando em favor da extinção do egoísmo, da vaidade, do seu infeliz orgulho” .
Irmão X (Humberto de Campos), em Cartas e Crônicas (Chico Xavier - 1967) “[...] como deveria ser levado a efeito o treinamento de um homem para as surpresas da morte [...] Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros” . André Luiz, em Nosso Lar, Capítulo 9 (Chico Xavier - 1943) “A colônia, há um século, lutava com extremas dificuldades para adaptar os habitantes às leis da simplicidade. Muitos recém-chegados ao “Nosso Lar” duplicavam exigências. Queriam mesas lautas, bebidas excitantes, dilatando velhos vícios terrenos. [...] Disseram-me que, a pedido da Governadoria, vieram duzentos instrutores de uma esfera muito elevada, a fim de espalharem novos conhecimentos, relativos à ciência da respiração e da absorção de princípios vitais da atmosfera [...] Alguns colaboradores técnicos de Nosso Lar manifestavam-se contrários, alegando que a cidade é de transição e que não seria justo, nem possível, desambientar imediatamente os homens desencarnados [...] O Governador, contudo, não desanimou [...] Depois de vinte e um anos de perseverantes demonstrações, por parte da Governadoria, aderiu o Ministério da Elevação, passando a abastecer-se apenas do indispensável. "