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Kíssila Muzy de Souza Mello - Nova Friburgo/RJ
SEM DORMIR
Kíssila Muzy de Souza Mello - Nova Friburgo/RJ
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Pernas petrificadas Cabeça pesada Olhos ardendo Língua afoita roendo a arcada.
Pisco para não dormir Lucidez abandona Pego o lápis, autômata Escrevo pra conter a alma. Pois o corpo, esse parece que não tem mais cura.
Sinto a energia surgir E logo me consumir Não consigo dominar O sono que sonho em verso.
Há sons em meu orbe De um rio que não dorme Com música nas águas Que ninguém escuta. Invadem (somente) a (minha) noite e não fazem eco.
Dia seguinte sou fachada Simulacro de nada Não há paz que dê conta Da minha fome de cama.
Não há penumbra ou canção Comprimido ou ilusão Que permitam o descanso D’uma alma em ebulição. Essa é a fortuna dos que vivem despertos nas nuvens