Setembro 2014 Número 129 Ano X Tiragem 3.000 exemplares
Vida no mar
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Claudemir Sousa de Menezes fala de seu trajeto de pescador artesanal a marinheiro de recreio. Página 6
O presidente da Colônia Z-23, João do Espírito Santo e o filho Rodrigo durante a Festa do Camarão na Moranga em Bertioga encerrada em setembro. Páginas 4 e 5
Abertura da 7ª Conferência Mundial de Pesca Recreativa (WRFC) na Unicamp em setembro. Páginas 2 e 3 O livro Café com Peixe, de culinária de pescadores artesanais, será lançado no SescSantos dia 17 de outubro às 20h. Página 7
O recadastramento para a carteira de pescador profissional artesanal já pode ser feito nas Colônias de Pescadores. A inscrição para pescadores artesanais principiantes também está aberta. Pág. 6
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Novos horizontes para a pes c Conferência Mundial de Pesca abre debates com vários segmentos do setor
Pescadores esportivos e cientistas pedem a inclusão do sailfish na instrução normativa nº 12
James Randall Kahn fala sobre a pesca nas populações ribeirinhas da Amazonia
Sidney, Luiz Fernando Elias, Betinho da Federação dos Pescadores Esportivos, Rubinho de Almeida Prado e James Kahn
Julian Pepperell fala sobre áreas marinhas protegidas
Claudio Baigún, Milena Ramires, Vandick Batista e Agostinho Catella
A importância da pesca esportiva no mundo foi destacada por Raymon Van Anrooy, sub-diretor de Pesca e Aquicultura da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação) para o Caribe. “Em países como Canadá, Austrália e Alemanha, a pesca esportiva é considerada mais importante que a comercial devido ao valor total gerado pela atividade e o maior número de empregos que gera”, explica Van Anrooy. No Brasil também se registra um crescimento desta prática, o que resulta em maior interesse em proteger os recursos pesqueiros. Como um bom guia para melhores práticas, Van Anrooy citou o Código de Conduta de Pesca Responsável elaborado pela FAO em 1995, considerado como uma “bíblia” que os países podem consultar na elaboração de suas diretrizes. Afirmou o desejo da FAO em estimular o aumento do consumo per capita de peixe no Brasil, de 9 quilos anuais para 12 quilos. Uma boa maneira de alcançar esse objetivo é através da aquicultura, que pode ser feita em pequena escala. Raymon Van Anrooy e professor Ezequiel Silva EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Defesos
Mexilhão (Perna perna) 01/09/2014 a 31/12/2014 Tainha (Mugil platanus e Mugil liza) 15/03/14 a 15/08/14 (proibida em todas as desembocaduras estuarino-lagunares do litoral das Regiões Sudeste e Sul). A partir de 15 de maio, a temporada anual da pesca da tainha será aberta somente no litoral, permanecendo fechada até 15 de agosto nas desembocaduras estuarino-lagunares. (veja Instrução Normativa 171 9/5/2008 em www.jornalmartimpescador.com.br/legislação) Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06/14 a 31/07/14 e 1/11/14 a 15/02/15 Emalhe de fundo >20 AB –Parada da frota de 15/05 a 15/06
Moratórias
Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015 Mero (Epinephelus itajara) 17/10/2012 a 17/10/2015 Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul (agulhão-negro) – Makaira nigricans- comercialização proibida Marlim-branco (agulhão-branco) - Tetrapturus albidus –comercialização proibida
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - belacarrari@hotmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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ca esportiva Pescadores, pesquisadores e representantes de vários segmentos da pesca esportiva se reuniram na 7ª Conferência Mundial de Pesca Recreativa (WRFC, sigla em inglês) de 1 a 4 de setembro na Unicamp-Universidade Estadual de Campinas. Cerca de 500 pessoas estiveram presentes na abertura feita com a presença do reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge. Segundo o coordenador-geral do evento, professor Ezequiel Theodoro da Silva, representantes de 27 países estiveram presentes. “A integração de todos os participantes pode trazer novos horizontes para a pesquisa brasileira”, afirmou Silva. O tema da conferência foi Mudança, Transformação e Adaptação na Pesca Esportiva. Durante os três dias de evento aconteceram diversas palestras, abordando temas atuais. O canadense Nigel Lester abriu o evento falando sobre o trabalho desenvolvido no Canadá, onde os lagos são mapeados e pesquisados. “Temos que olhar para os lagos com um olhar diferente. É preciso saber que temos que gerenciá-los e não apenas explorá-los”, explicou. Robert Arlinghaus, professor da Universidade de Humboldt na Alemanha falou sobre a pesca numa perspectiva multidisciplinar. Com a crescente urbanização os valores da sociedade mudam, com ênfase dos valores como a conservação da vida selvagem e o próprio bem-estar do peixe. Rubinho Almeida Prado, que se notabilizou na década de 90 com programa de TV divulgando a prática do catch & release (pesque e solte) falou sobre o potencial, as necessidades e os desafios da pesca esportiva no Brasil e na América Latina. O famoso pescador enfatizou que além dos atrativos da pesca e de suas belezas naturais, o Brasil tem rica cultura regional que poderia transformar o país num grande polo de pesca recreativa. “Quando as pessoas vão acordar e descobrir o potencial que têm na mão?”, questionou Rubinho. Citou também empecilhos para o desenvolvimento da atividade como atraso na legislação, falta de
estudos com informações atualizadas sobre o setor e falta de poder político da categoria. Julian Pepperel, ex-presidente da Sociedade Australiana de Biologia Marinha, falou sobre Áreas de Proteção Marinha, que na Austrália abrangem 40% das áreas protegidas no mundo. Citou também que apesar da proteção, continuam a crescer o número de espécies de peixes ameaçados. Mostrando integração da ciência com a pesca esportiva, representantes dos setores estiveram presentes para reivindicar maior proteção ao sailfish, também conhecido como agulhão-vela ou agulhão-bandeira. O pedido é para que o peixe seja incluído na IN nº 12 da SEAP de 12/07/2005 que proíbe a comercialização do marlim-azul e do marlim-branco em todo o território nacional. Para isso foi criado um abaixo-assinado que pode também a proibição de isca-viva na pesca do espinhel que usa a sardinha durante o defeso. Estiveram presentes para fazer as reivindicações Marco Ribas e Philip Greenman do Iate Clube do Rio Janeiro, Gustavo Oliva e Laurent Blaha do Yacht Club de Ilhabela, Marcos Glueck da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva-ANEPE, Eduardo Pimenta da Universidade Veiga de Almeida-campus Cabo Frio e Alberto Amorim do Instituto de Pesca de Santos, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Ao final da Conferência o local escolhido para sediar o próximo encontro em 2017 foi Victoria, no Canadá. Como fruto do entusiasmo gerado durante o evento foi sugerida a criação da 1ª Conferência Nacional de Pesca Esportiva, ainda em estudos. A 7ª Conferência Mundial de Pesca Recreativa (WRFC UNICAMP, Federação de Pesca Esportiva, Turística e Ambiental de São Paulo, FAO, Prefeitura de Campinas, Pescaventura Turismo, Sanasa, IGFA, Pescarte, www.fishtv. com, Outdoors Club, RAC.com.br, UFU, Kalua Barco Hotel, Jair Rigotti, Visitor Bureau Campinas e Região Convention.
Apresentação de posters na WRFC
Jocemar Mendonça
Alexandre Bueno, Paula Gênova e Lídia Maruyama
Magda Maluf, Lídia Maruyama, Luciana Bezerra de Menezes e Paula Gênova
Vereador quer barca de emergência para Ilha Diana O vereador Sandoval Soares (PSDB) apresentou requerimento solicitando uma embarcação de Emergência, 24 horas, para Ilha Diana. O vereador perguntou de que forma se dá o transporte de emergência médica de moradores da Ilha Diana e se existe estudo para viabilizar uma
embarcação 24 horas para tal finalidade. Caso não haja estudo nesse sentido, ele pede que seja realizado, visto a necessidade urgente de tal transporte. “É necessário que haja um veículo de mobilidade para levar os cidadãos da ilha, em caso de emergência, até a cidade. Além
Carlos Belruss
disso, muitas pessoas voltam para o repouso em suas casas, após cirurgias, e precisam de condições melhores para ser transportadas." Afirmou o vereador. Sandoval afirmou ainda que existe um caso em particular de uma criança que precisa ser internada em casa e
a prefeitura já disponibilizou o equipamento para que a família possa levá-la para o lar. O bebê não sai do hospital, bem como a família. Porém, para instalação dos equipamentos e manutenção da internação domiciliar é necessário haver um transporte de emergência.
Tainha na brasa na Ilha Diana O Bar e lanchonete da Ilha Diana oferece todos os fins de semana tainha assada na brasa. Tudo é feito com especial carinho pelo casal Hélio e Terezinha, é só agendar no telefone 3019.5418. Para chegar à ilha, que fica na área continental de Santos, é só pegar a barquinha na rua de trás da Alfândega no Centro de Santos e curtir um passeio de 20 minutos com uma agradável vista do estuário. O horário das barcas está em www.cetsantos. com.br (transportes/barca para área continental).
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Coluna
Embraport recolhe meia tonelada de lixo do Rio Diana Iniciativa ocorre pela segunda vez no ano e faz parte do programa de voluntariado da empresa A Embraport realizou no mês de setembro uma ação de voluntariado em prol da limpeza das margens do rio Diana, que fica próximo às instalações do Terminal. Chamada de “Ecoleta”, a iniciativa faz parte do programa de voluntariado e foi realizada como adesão ao Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, comemorado no dia 20. Com a participação de mais de 30 integrantes, a Ecoleta resgatou meia tonelada de lixo de locais críticos, que foi encaminhada para a reciclagem. Esta é a segunda vez neste ano que a empresa realiza este tipo de ação, que tem o objetivo de conscientizar a comunidade sobre a destinação correta de resíduos. Na primeira oportunidade, em junho, os integrantes já haviam recolhido mais de meia tonelada de lixo, descartada nas áreas de manguezal no entorno do Terminal.
Ouvidoria Embraport: 0800 779-1000 faleconosco@terminalembraport.com.br www.terminalembraport.com.br
Festa do Camarão na Moran O camarão na moranga já se tornou o prato típico de Bertioga. Sua fama surgiu com a criação da Festa do Camarão na Moranga pela Colônia de Pescadores Z-23 de Bertioga, já em sua 21ª edição. De 8 de agosto a 7 de setembro os visitantes puderam saborear não apenas o prato principal como também outras delícias com frutos do mar como iscas de peixe, camarão frito, caranguejo e ostra. Jocely dos Santos, há 10 anos na coordenação da cozinha, sabe todos os segredos para preparar um molho de tomate bem saboroso, que é a base da receita. O presidente da Colônia Z-23, João do Espírito Santo, diz que a escolha do produto também é a garantia do sucesso. “Gastamos cerca de 150 a 200 quilos de camarão por dia”, afirma. “Num sábado mais de mil pessoas vem para a festa”, explica. Os turistas são do litoral, interior, capital e de outros estados. A festividade acontece na Praça de Eventos está localizada na Avenida Thomé de Souza, ao lado do Forte São João, Na Praia da Enseada (Centro). Na festa há também outras opções, como porções de isca de peixe e de camarão sete barbas. Além de doces, bebidas, pastéis e artesanatos. A organização é da Colônia de Pescadores Z-23, com apoio da Prefeitura de Bertioga, por meio da Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura, Arroz Tio João, Brahma e APTA-Volksvagem.
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o ão anga Como agendar visitas à Ilha Diana
Ilha Diana, localizada na Área Continental de Santos, é uma comunidade pesqueira a apenas 20 minutos do Centro. A visita ao local é organizada por monitores da própria comunidade que irão falar sobre a história e hábitos e características do meio ambiente da ilha. Os moradores também recebem os visitantes para um café da manhã e almoço com comidas típicas. O Programa Vida
Caiçara atenderá grupos de 15 a 30 pessoas todos os dias da semana. Os passeios devem ser agendados com, no mínimo, três dias de antecedência, pelo telefone: (13) 98132-8372 (Graziela ou Elisa). O ingresso tem o valor de R$ 63 por pessoa (pacote completo) e os visitantes têm direito e ir e voltar da ilha em um passeio de barco pelo estuário. O valor
contempla, ainda, café da manhã, almoço e monitoria. A iniciativa prevê condições especiais para grupos maiores, como escolas e outras instituições da região, além da possibilidade de montar outros tipos de pacotes. O ponto de encontro é no atracadouro ao lado do embarque da Dersa, localizado atrás do Prédio da Alfândega, no centro de Santos.
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De artesanal a marinheiro
Sair da vida de pescador artesanal e se tornar um marinheiro de recreio é uma opção para muitos profissionais
Muitas vezes os anos de vida no mar dão uma bagagem de conhecimentos para o pescador ingressar em outras carreiras. É bastante comum a pessoa ter vivido a infância e adolescência na pesca artesanal e mais tarde optar por um emprego com salário fixo em outras carreiras ligadas ao mar. Assim aconteceu com Claudemir Sousa de Menezes, 48 anos, hoje marinheiro de barco de recreio. Sua trajetória na pesca começou aos oito anos de idade em Guarujá no litoral paulista. Nascido no município em 1965, aprendeu a conviver com pessoas que migraram de diferentes cidades para o bairro de Santo Antônio. O local foi formado por nordestinos vindos da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Piauí e também por caiçaras de São Sebastião e Ilhabela. Foi com esses migrantes que o bairro teve início. Os pais de Claudemir vieram também do nordeste, da cidade de Aracaju em Sergipe em 1958 para o Morro de São Bento em Santos e depois se mudaram para o bairro de Santo Antônio. É o segundo de seis irmãos e o único que ingressou
na pesca artesanal desde a infância. “Um vizinho, seu João, me ensinou a fazer nó e colocar anzol na linha, fazer emenda de rede e também a pescar”, conta. “Às vezes a gente ia até a Ilha de Montão de Trigo em São Sebastião”, lembra-se. Primeiro aprendeu a pescar com anzol na linhada na mão numa chatinha de madeira de sete metros com motor. “A gente ia em quatro pessoas, o único molequinho era eu”, explica. Pegavam corvina, sororoca, pescada, anchova, pampo, cerca de 120 a 150 quilos de peixes por viagem. Saiam ao mar na quinta e na sexta. No sábado vendiam o produto na feira livre de Vicente de Carvalho. Armavam a barraquinha para vender. “Eu ajudava pesando o peixe na balança”, acrescenta. Uma vez, perto do farol da Moela, o mar deu uma virada, com tempestade forte, perderam a rede, os remos, e o barco quase virou. Por isso a mãe chorava quando Claudemir ia pescar, mas não tinha jeito, o moleque embirrava e ia, era teimoso que só. Ia com boia e salva-vidas. “Eu ia de qualquer jeito”, recorda.
Adoro o mar, se pudesse, vivia aqui, diz Claudemir
Claudemir saiu da pesca aos 30 anos para abraçar a vida de caminhoneiro. Aos 38 anos optou pela carreira de marinheiro de recreio. Hoje sua função é cuidar de um barco de recreio e pesca esportiva que fica ancorado numa marina particular. “O marinheiro de recreio tem que manter o barco bem limpo,
abastecer, auxiliar na pesca”, conta. “Também pode pilotar, mas este é o hobby do dono do barco”, explica. Seu trabalho segue uma rotina, na segunda-feira manobra o barco que é retirado da água com uso do portêiner (espécie de guindaste) para guardar na vaga seca da marina. Quinta ou sexta-feira coloca a embarcação na água para uso no sábado. Para Claudemir a profissão de marinheiro ofereceu a segurança de um salário fixo e a continuidade da vida mar. Às vezes, nas horas vagas, ainda pesca um pouco de peixes, caranguejos ou mariscos, mas apenas para consumo próprio. O caranguejo ele gosta de preparar à moda sergipana, com leite de coco e azeite de dendê (veja receita ao lado). Casado desde os 20 anos de idade com Renata, tem quatro filhos, Rafaela, 26 anos, Bianca, 23, Lucas, 18, Isabela, 16. O filho Lucas gosta de mar apenas para surfar e às vezes acompanha o pai para pegar alguns mariscos. Para Claudemir, o mar é sua vida, não consegue ficar longe dele. “Adoro o mar, se pudesse vivia aqui, gosto do sossego”, afirma.
Nos dias 20 e 21 de agosto, 30 pescadores de Ilhabelada e 30 de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, receberam suas carteiras de pescador profissional após se formarem no curso POP, promovido pela Plataforma Educativa Repsol Sinopec em parceria com a Marinha. Em Ilhabela, no dia 20, estiveram presentes na cerimônia de entrega das carteiras o prefeito da cidade, Antonio Colucci, o delegado da Capitania dos Portos de São Sebastião, capitão de fragata Marcelo de Oliveira Sá, e o diretor de Comunicação e Rela-
Ingredientes: 12 caranguejos/12 tomates picados/4 pimentões verdes ou vermelhos picados/2 garrafas de leite de coco/4 cebolas picadas/pimenta-do-reino/1 colher (café) de colorau/1 colher (sopa) de azeite de dendê/ óleo de soja/salsinha picada. Preparo: Limpar os caranguejos, raspar as patas, tirar peito com uma faca e limpar com uma escova. Reservar. Refogar cebola no óleo, acrescentar tomates e pimentões. Colocar os caranguejos e um pouquinho de água. Deixar cozinhar por 15 minutos. Acrescentar leite de coco, pimenta-do-reino e colorau. Deixar por mais 5 minutos. Ao final, jogar o azeite de dendê, salsinha, mexer e desligar (o azeite de dendê não deve ferver). Outra opção de preparo é substituir uma das garrafas de leite de coco por um copo de cerveja.
Pescador, faça a manutenção de sua licença no prazo
Pescadores de Ilhabela e São Sebastião recebem carteiras POP Curso foi ministrado na Plataforma Educativa Repsol Sinopec
Caranguejo sergipano
Pescadores recebem carteiras
ções Externas da Repsol Sinopec Brasil, Alejandro Roig. No dia seguinte, em São Sebastião, além dos dois últimos, o evento contou com a participação do secretário de Maio Ambiente da cidade, Eduardo Hipólito “É um grande prazer para nós, da Repsol Sinopec, contribuir para a formação e o aprimoramento profissional dos pescadores brasileiros. A carteira POP é fundamental para que os pescadores exerçam a profissão de maneira regular. Por isso agradecemos à Marinha do Brasil,
que nos concede a honra de ser a única empresa do Brasil autorizada a realizar o curso POP”, diz Alejandro Roig. Com foco no desenvolvimento comunitário e na cidadania, a Plataforma Educativa Repsol Sinopec é um programa itinerante que leva conhecimento, qualificação e aperfeiçoamento profissional às comunidades costeiras. Todas as atividades são gratuitas, acompanhadas por material didático e ministradas em uma unidade móvel de 12 metros de comprimento, com
capacidade para 25 alunos por turma e equipada com computadores e kit multimídia. Em cinco anos de estrada, a Plataforma Educativa Repsol Sinopec já atendeu a mais de 12 mil pessoas e percorreu 68 mil quilômetros, além de ter passado por 18 cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Também fazem parte da grade os cursos de “Mecânica de motores”, “Gerenciamento de resíduos” e “Processamento de pescados”, além de diversas ações de saúde e educação ambiental.
Para a manutenção da licença de pescador profissional, o interessado deverá apresentar na Colônia de Pescadores ou unidade do MPA no prazo de até 60 (sessenta dias), contados da data de seu aniversário os seguintes documentos:Relatório de Exercício de Atividade Pesqueira na categoria de Pescador Profissional Artesanal - Cópia do Número de Inscrição de Trabalhador (NIT) inscrito como segurado especial--1 foto 3x4 recente, com foco nítido e limpo OBS: O procedimento para manutenção da licença iniciará com os aniversariantes do mês de setembro de 2014, os aniversariantes dos meses de janeiro a julho de 2014 farão a partir da data do seu aniversário em 2015. As regras do recadastramento estão contidas na Instrução Normativa MPA no 15 de 11/08/2014 (veja a IN no 15 na íntegra no site www.jornalmartimpescador.com.br emdata do seu aniversário em 2015. As regras do recadastramento estão contidas na Instrução Normativa MPA no 15 de 11/08/2014 (veja a IN no 15 na íntegra no site www.jornalmartimpescador.com.br em legislação). NOVAS INSCRIÇÕES PARA PESCADORES ARTESANAIS INICIANTES ESTÃO LIBERADAS E JÁ PODEM SER FEITAS EM SUAS RESPECTIVAS COLÔNIAS.
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Simpósio aborda qualidade de pescado A 6ª edição do SIMCOPE – Simpósio de Controle de Qualidade do Pescado aconteceu dias 10, 11 e 12 de setembro de 2014, em Santos – SP. A abertura foi realizada dia 10 de setembro na Universidade Católica de Santos- UniSantos-Campus Dom Idílio José Soares. Estiveram presentes a secretária de Agricultura e Abastecimento, Mônika Bergamaschi, o reitor da UniSantos, Marcos Medina Leite, o coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Orlando Melo de Castro, o diretor do Instituto de
Dona Ana Ramos é homenageada no Simcope
O coordenador da APTA, Orlando Melo de Castro, fala na abertura do evento
Pesca Edison Kubo, entre outros. O evento foi coordenado pela pesquisadora científica Rúbia Tomita, que contou com o trabalho da equipe formada por Cristiane Neiva, Érika Furlan, Thais Moron Machado e Agar Alexandrino Perez, da Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado (ULRTP) do Centro do Pescado Marinho do Instituto de Pesca. Na ocasião dona Ana Ramos, auxiliar de apoio à pesquisa do Instituto de Pesca, foi homenageada por sua dedicação. Nesta edição, o tema central do evento será “Segurança Alimentar do Pescado da Produção à Mesa do Consumidor: Desafios e Perspectivas”. A programação incluiu o III Workshop: Inclusão do Pescado na Alimentação Escolar, Mini-cursos,
Oficina Gastronômica, Palestras e debates e o V Encontro de Tecnólogos. Na ocasião foi lançado o livro “Polpa de Peixe-dicas e receitas”, feito em parceria com a Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado do Instituto de Pesca, Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), ambos órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a Universidade Católica de Santos. O trabalho é resultado da realização de dois concursos gastronômicos, onde alunos de Gastronomia e Nutrição da UniSantos foram apresentados à tecnologia de polpa, ou CMS (Carne Mecanicamente Separada) e criaram pratos com este produto inédito no mercado de São Paulo.
O chef Rodrigo Anunciato, um dos participantes da equipe técnica que produziu o livro Polpa de Peixe
O reitor Marcos Medina Leite e a secretária Monika Bergamaschi exibem o livro Polpa de Peixe
Sarau Caiçara acontece na Pinacoteca e no Sesc Artistas de diversas linguagens se encontram na Pinacoteca Benedicto Calixto para celebrar e debater a arte caiçara através da música, teatro, dança e literatura. Segundo Márcio Barreto, o sarau, em sua 13º edição, propõe "discutir através da arte nossa identidade cultural, nosso passado e contemporaneidade, trazer à tona nossas memórias coletivas e celebrar o encontro". O Sarau Caiçara é uma realização do Percutindo Mundos, Imaginário Coletivo de Arte, Cia Instável de Repertório e conta com a organização e apresentação de Márcio Barreto e Flávio Viegas Amoreira. O Sarau Caiçara (Mapa Literário de São Paulo e "Semana da Cultura Caiçara") contará com a participação de artistas e coletivos da região e de São Paulo. A música contará com o coletivo Percutindo Mundos, Tupiniquin's roll, Danilo Nunes, Nila Madhava Maré Mantra com Mandala Sonora e o percussionista Marquinhos Silvino. A dança contará com a criadora-intérprete Célia Faustino e do Núcleo de Pesquisa do Movimento - Imaginário Coletivo
Márcio Barreto e Flávio Viegas Amoreira organizam o sarau
Arte e Francisco Tabuada conversando sobre movimento cultural. A literatura estará representada pelos escritores Carlos Pessoa Rosa (São Paulo), Lucia Rosa (Dulcineia Catadora - São Paulo), Márcio Barreto, Flávio Viegas Amoreira, Madô Martins, Christina Amorim, Sergio Willians, Wilton Bastos, José Geraldo Neres (Santo André) e Mariela Mei (Campinas). O grupo NEPORÃ ARTELUZ , apresentará “Palavra da
Deusa” com Vanise Peixoto da Silva , Rosaine da Silva Braga, Valéria da Silva Pereira. O Sarau contará com feira de livros e CDs de produções independentes e artesanais. 13° Sarau Caiçara 27/09 | Sab | 17h Pinacoteca Benedicto Calixto Av. Bartolomeu de Gusmão, 15 Santos /SP
A discussão do binômio arte e vida caiçara a partir da frase de Ariano Suassuna: "Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver". O Sarau contará com a escritora e jornalista Christina Amorim que lançará o livro "Café com Peixe", o coletivo Percutindo Mundos unindo música e a poética de Ariano Suassuna, a dança contemporânea de Célia Faustino e a participação de escritores e pensadores do Litoral Paulista. Palco aberto ao público e feira de livros. O Sarau Caiçara é um espaço de encontro entre público, artistas e pesquisadores de diversas linguagens para celebrar e debater a cultura caiçara através da música, teatro, dança, literatura e artes visuais. Com artistas convidados, lançamento de livros e palco aberto à participação do público o Sarau integra as comemorações da "Semana da Cultura Caiçara" de Santos e propõe um diálogo de continuidade e reflexão entre o ancestral e o contemporâneo. Curadoria e apresentação de Márcio Barreto. Sarau Caiçara - O Galope do Sonho 17/10 | Sex | 20h Sesc Santos - Comedoria Rua Conselheiro Ribas, 136 - Santos /SP
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Tipos de Salga em pescado Parte 1
O mar inspira o artista Exposição no Museu de Pesca mostra fotos, ilustrações e poemas inspirados no mar
A salga é um processo que tem por objetivo conservar o pescado pela penetração do sal e a saída da água. Durante o período em que o pescado é mantido em solução salina, é determinado o tempo de salga ou tempo de cura pelo sal. É um dos métodos mais antigos para preservar alimentos de um modo geral. A sua utilização primeiramente ocorreu no antigo Egito e na Mesopotâmia há pelo menos 4 mil anos AC. Hoje, esse processo tem ampla aplicação em diferentes países, inclusive no Brasil. É importante que a matériaprima utilizada para qualquer método de conservação seja salga, congelamento ou conservas tenha qualidade boa; o que é obtido com cuidados especiais para a captura, manipulação do pescado a bordo ou em terra. Este processo de conservação permite manter a característica nutricional, pois não altera a quantidade de ferro, cálcio e vitaminas. Durante a salga, as proteínas sofrem desnaturação, resultando em peptídeos e aminoácidos importantes. Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento-MAPA, a Portaria no 52/2000, os peixes para serem submetidos ao processo de salga devem ser lavados, inspecionados, descartando-se aqueles impróprios para o consumo. A evisceração é obrigatória e a cavidade abdominal não deve conter resíduos de vísceras e sangue e deve ser bem lavada. Uma vez os peixes eviscerados e limpos devem ser misturados ao sal e permanecer em salmoura ou no próprio sal o tempo suficiente, para que a concentração de sal se distribua uniformemente pela carne e permita a cura a fim de se garantir a qualidade do produto final. Na próxima edição iremos abordar três diferentes tipos de salga.
A 1ª Festa do Caranguejo e do Camarão (Festicam) e a 1ª Exposição de Artesanato e Artes Plásticas Regional (ExpoArtes), reuniram 30 expositores no Mercado Municipal de Santos de 29 a 31 de agosto. Moradores dos bairros Caruara e Monte Cabrão na área continental de Santos prepararam uma variedade de pratos como tortas, empadas, crepes, pastel, escondidinho, tempurá e espetinho, ostras e caranguejada. Também compareceram expositores
Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
Lygia Mesquita e Vanda Goes do Grupo Caruartes apresentaram artesanato caiçara em exposição no Mercado Municipal de Santos
A 8ª Primavera dos Museus, promovida pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) foi o momento ideal para o lançamento de uma série de exposições sob o tema “O Mar inspira o artista”. A jornalista e fotógrafa Christina Amorim inicia a série com uma mostra em três olhares: fotos de pescadores que se desdobram em ilustrações e poemas. As fotos são fruto de seu trabalho como editora do jornal MartimPescador há 11 anos. A mostra vai de 24 de setembro a 26 de outubro. Segundo a representante do Museu, Mônica Doll, esta será a primeira de uma série de exposições abrangendo de arte a artesanato com inspiração no mar. O Museu de Pesca fica na av. Bartolomeu de Gusmão 192, Ponta da Praia, Santos. Telefone: (13)3261.5260. O Museu fica aberto de quarta a domingo das 10 às 18h.
Pescadores do amanhã A rede ávida se cala No final da noite O frio é açoite O peixe é regalo Qual galo Que anuncia a manhã Dos raios de luz Visitando tímidos as águas Mão afoita colhe a rede Tem sede de água salgada Quanto resistirá? Mão forte, rede ávida O homem, o barco, o peixe A vida dirá
Festa no Mercado Municipal vendendo doces, salgados, alimentos em conservas, licores, cachaça e vinho. As peças artesanais estavam expostas na 1ª ExpoArtes, com a participação do artista plástico Walter Bará e do Grupo Caruartes, entre outros. Os eventos contaram com apresentações de música e de danças ciganas e do ventre. Com entrada gratuita, o evento teve apoio da Guarda Municipal, Polícia Militar, Universidade Strong e Secretaria de Turismo.
Eliane Rebelo e a caranguejada
Oswaldo e Rosa Maria serviram tempurá