Outubro 2014 Número 130 Ano XI Tiragem 3.000 exemplares
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Tripulantes do barco Siviero II vão ao mar em busca do polvo. Págs. 4 e 5
José Adelson de Souza, colunista do BoqNews, fala de sua admiração pela cultura japonesa. Pág. 7
Tripulantes da traineira Mar de Cortez 3 falam sobre a pesca da sardinha. Págs 4 e 5
Christina Amorim (centro) com Murilo Netto e Catharina Apolinário no lançamento de seu livro Café com Peixe no Sesc-Santos. Págs. 4 e 5
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Conhecendo a Laje de Santos
Pesquisadores iniciam projeto para estudar a biodiversidade de peixes no local Um levantamento das diferentes espécies de peixes presentes no Parque Estadual Marinho da Laje de SantosPEMLS e no setor Itaguaçu teve início no mês de setembro. O projeto é desenvolvido nos estudos de mestrado dos biólogos Cristiano Borges Muriana e Alexandre Rodrigues sob a orientação do professor Alberto Amorim do Instituto de Pesca de Santos (IP) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A pesquisa está inserida no programa de mestrado da Capes do IP, com a aprovação do Sisbio-Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Ibama) e Cotec-Comissão Técnico-Científica (Instituto Florestal). A duração prevista é de cerca de dois anos, até fevereiro de 2016. O projeto, por enquanto, não conta com apoio de agencias de pesquisa e sobrevive com doações de particulares, com a coordenação da Ong Vivamar. Para os cruzeiros de pesquisa são utilizadas embarcações de pescadores esportivos que cooperam nos estudos. Para o gestor do PEMLS, José Edmilson de Araujo Mello Jr., o apoio da pesca esportiva é importante para concretizar a importância da unidade de conservação. Detalhes sobre o projeto foram apresentados durante a
reunião da Câmara de Planejamento e Pesquisa do Conselho Consultivo do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos em 9 de outubro. A apresentação foi feita pelos biólogos Cristiano e Alexandre, com a presença do professor Amorim. Os objetivos são identificar as espécies de peixes existentes na região e determinar sua interação ambiental e distribuição espacial. A ideia é contribuir com informações sobre a importância das áreas de proteção marinha para a resiliência dos peixes. Estão programados 20 cruzeiros de pesquisa em cinco diferentes pontos, quatro no entorno do PELMS e um dentro do parque, na área de Calhaus. O procedimento é o marque e solte. Os peixes são fisgados e trazidos a bordo da embarcação para serem fotografados, medidos e pesados. Numa operação de cerca de 1 minuto e meio, recebem uma pequena marca numerada (tag) e em seguida são devolvidos ao mar. “Visando o mínimo impacto sobre os animais são usados anzóis circulares, explica o biólogo. “A retirada do peixe da água é feita através de um puçá, e com peixes com mais de 40 cm usamos uma padiola com base de lona”, acrescenta. Com o peixe a bordo, são anotados o número da marca (tag), data e hora de captura, espécie, local,
O biólogo Alexandre Rodrigues apresenta o projeto
peso, comprimento, tipo de isca usada. Na marca está escrito o endereço e telefone para contato, caso o peixe seja recapturado. Nesse caso é necessário reportar quando, onde e como o peixe foi recapturado, seu peso e tamanho, e se possível enviar também uma foto. Desta maneira é possível determinar para onde o peixe se deslocou e sua taxa de crescimento. Foram adquiridas 2 mil marcas, pois a taxa de recuperação é baixa, em torno de 2% a 6% dos peixes marcados. Uma intensa divulgação em mídia impressa e eletrônica deve ser feita para que o encontro das marcas seja reportado. Os pescadores que enviarem as informações de recaptura receberão prêmios simbólicos como camisetas e bonés como incentivo pela cooperação. Durante a reunião, representantes da Associação
de Operadores de MergulhoAOM deram sugestões para que a avaliação das espécies fosse feita por senso fotográfico e visual, menos impactante que o marque e solte. O biólogo Alexandre justificou explicando que o marque e solte é mais completa, pois permite avaliar o crescimento e a migração dos peixes. Outra sugestão dada pelos mergulhadores é que as saídas sejam comunicadas com antecedência, para que não haja conflito com os mergulhadores. Também foi requisitado que a relação dos peixes marcados seja comunicada, para que os mergulhadores tentem avistar e acompanhar a movimentação após a soltura. Segundo o mergulhador Claudio Roberto Dal Poggtto operador de mergulho da Orion Diver e conselheiro pela Oceano Brasil, é possível avistar o peixe que está marcado. “A gente consegue ver uma
Conselho Gestor se reúne em setembro A 34a reunião ordinária do Conselho Gestor da APA Marinha Litoral Centro aconteceu dia 30 de setembro no auditório da UNIFESP, no Campus Ponta da Praia em Santo. Na ocasião foi apresentada a Análise do Estudo Ambiental para o Sistema de Fundeio por Mono Bóias Marítimas Destinadas à Movimentação de Etanol e Água por Operações de Transbordo. Outros trabalhos apresentados foram o Resultado da análise do EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
EIA-RIMA da Atividade de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos – Etapa II, e Sistema de Gerenciamento de Informação do Tráfego de Embarcações do Porto de Santos- VTMIS, da Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP. A próxima reunião acontece dia 23 de outubro às 9h na Unifesp. Na ocasião será apresentado o Plano de Metas 2015 – APAMLC.
linha de pesca no peixe de 15 a 20 metros de distância em dias de visibilidade”, explica Cláudio. No caso da marca, que tem cor vermelha escura, pode ser visualizada. João Paulo Scola, da embarcação Pé de Pato, operador de mergulho representante da AOM afirmou a necessidade de maior divulgação do projeto, pois pode causar estranheza um barco praticando a pesca numa área de preservação ambiental. Segundo Alexandre, a comunicação tem sido feita com antecedência e a lista de peixes marcados será ser divulgada. Em relação à sobrevivência do peixe à marcação, o professor Amorim citou vários exemplos de peixes reencontrados após vários anos da soltura. Citou como exemplo um swordfish, também conhecido como espadarte ou meca, liberado pela pesca comercial em frente a Florianópolis-SC em 1982 com cerca de 70 cm e 14 kg. Após 11 anos e três meses foi
reencontrado em águas internacionais uruguaias e argentinas por uma embarcação uruguaia, com 220 cm e 175 kg. Amorim acrescentou que no período de 1993 a 2010 cerca de 500 marcas foram colocadas nos torneios de pesca esportivas do Yacht Clube de Ilhabela, Costa Azul Iate Clube, Iate Clube do Rio de Janeiro, Iate Clube do Espírito Santo e Iate Clube da Barra do Una, incluindo a pesca atuneira sediada em Santos. Ao final da reunião o biólogo Alexandre Rodrigues enfatizou a importância da cooperação da pesca esportiva no projeto e acrescentou que toda parceria é bem-vinda.
As marcas colocadas nos peixes contêm as seguintes informações: PRÊMIO N001, Instituto Pesca, F.13.32611900, pesca@sp.gov.br IP, Av.Bartolomeu Gusmão,192,Santos-SP,Brasil, PRÊMIO N0001 Informar: ONDE, QUANDO e COMO o peixe foi encontrado. Também uma foto, comprimento e/ou peso do peixe.
Defesos
Caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10/2014 a 31/03/2014 Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 01/10/2014 a 30/11/2014 (machos e fêmeas) 01/12/2014 a 31/12/2014 (somente fêmeas) Mexilhão (Perna perna) 01/09/2014 a 31/12/2014 Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06/14 a 31/07/14 e 1/11/14 a 15/02/15 Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) de 1/11/2012 a 28/02/2013 Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) de 1/11/12 a 28/02/13
Moratórias
Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015 Mero (Epinephelus itajara) 17/10/2012 a 17/10/2015 Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul (agulhão-negro) – Makaira nigricans- captura e comercialização proibida (se vivo soltar, se morto doar) Marlim-branco (agulhão-branco) - Tetrapturus albidus –Captura e comercialização proibida (se vivo soltar, se morto doar)
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - belacarrari@hotmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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Polícia Ambiental participa de curso de capacitação De 13 a 16 de outubro policiais ambientais participaram do curso “Tópicos de Pesca Marinha com Foco na Fiscalização” em parceria com o Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Especialistas em animais marinhos deram aulas que auxiliam a identificação das espécies para a fiscalização. A equipe de professores era composta por Roberto da Graça Lopes, Pedro Mestre, Alberto Amorim, Evandro Rodrigues, Gastão Bastos, Carolina Bertozzi e Luiz Miguel Casarini. INFORME – DRAGAGEM
Início da dragagem no TIPLAM O Terminal Ultrafertil S/A (TIPLAM) está em expansão. Este projeto iniciou-se após a emissão da Licença de Instalação nº 2215 de 30/07/2013 concedida pela CETESB. A VLI, empresa especializada em ferrovias, portos e terminais, é a responsável pela operação do TIPLAM. Este mês está planejado iniciar a atividade de dragagem para instalação de novos berços de atracação, na linha lateral da Ilha do Cardoso, após o berço atual, próximo à foz do Rio Quilombo. A dragagem acontecerá durante um período de 10 meses e terá duas etapas: -Na primeira etapa, a draga será estacionária, e irá operar apenas na região próxima aos berços, retirando o material que será colocado no TIPLAM; - Já na segunda etapa, prevista para iniciar em
janeiro/2015, a draga irá transitar pelo Canal de Piaçaguera para dispor o material dragado no PDO - Polígono de Disposição Oceânica. Pede-se aos pescadores, por questões de segurança, que evitem transitar nestes locais. Devem ser observadas informações e sinalizações da área para a pesca. A VLI está realizando atividades de apoio aos pescadores durante o período de dragagem. Para mais Informações, procure o líder de sua colônia.
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Coluna
Embraport promove curso de capacitação para moradores da Ilha Diana Com o objetivo de qualificar os moradores para atuarem como monitores de turismo, iniciativa contribui para a profissionalização e geração de renda da comunidade
A Embraport iniciou, no dia 14 de outubro, um curso de capacitação para os moradores da comunidade da Ilha Diana, com foco nos monitores que participam do Projeto Vida Caiçara – Educação Ambiental e Turismo de Base Comunitária, lançado oficialmente em junho deste ano. Realizada em parceria com a Prefeitura Municipal de Santos, a iniciativa integra o Programa de Educação Ambiental (PEA), realizado pelo Terminal, e faz parte da agenda de trabalho do Projeto Vida Caiçara, que abre as portas da comunidade para receber visitas agendadas de grupos que tenham interesse em conhecer a cultura caiçara. Até dezembro, serão oferecidas 15 aulas para os moradores da Ilha, com carga horária de 48 horas. A empresa responsável pela execução do curso é a Caiçara Expedições, especializada em roteiros e projetos de turismo na cidade de Santos. A capacitação de monitores de turismo receptivo tem como objetivo preparar o monitor para o acompanhamento, orientação e transmissão de informações ao público, oferecendo a oportunidade de conhecerem e colocarem em prática as técnicas necessárias na execução do roteiro.
Pescando
“A vida no mar é boa, mas é muito sofrida”, afirma Naurilson Nabor Gomes, 56 anos, pescador do barco sardinheiro Mar de Cortez 3. Nascido em Santa Catarina, Florianópolis, começou sua vida como pescador artesanal e lavrador, e depois entrou na pesca industrial. Está há 33 anos na pesca da sardinha. Conta que as viagens às vezes são curtas. “Tem dia que a gente chega lá no pesqueiro e volta”, diz. Às vezes fica três dias.
Projeto Vida Caiçara – Educação Ambiental e Turismo de Base Comunitária O Projeto Vida Caiçara – Educação Ambiental e Turismo de Base Comunitária é apoiado pela Embraport na Ilha Diana e abre aos turistas as portas da comunidade para um mergulho nos costumes e sabores da vida caiçara. Voltadas para grupos de 15 a 30 pessoas, as visitas podem ser agendadas em todos os dias da semana. Pelo pacote, os visitantes têm direito a ir e voltar da ilha de barco, e fazer um passeio pelo estuário. A programação contempla, ainda, café da manhã, almoço e monitoria. São previstas condições especiais para grupos maiores, como escolas e outras instituições da região, além da possibilidade de montar outros tipos de pacotes.
Ouvidoria Embraport: 0800 779-1000 faleconosco@terminalembraport.com.br www.terminalembraport.com.br
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nas traineiras
O barco Mar de Cortez 3 tem um mestre, um contra-mestre, um motorista e 14 pescadores. Para Naurilson o que desanima às vezes é o preço do produto. A última vez que chegaram em terra o preço da sardinha atingiu apenas R$1,00 o quilo. O pescador Henrique Zigler é caiqueiro e gelador. Diz que quando tem lua cheia eles param. Era hábito dos antigos não pescar nesse período, quando era difícil avistar o brilho do plâncton, alimento da sardinha, que indicava a presença dos cardumes. O hábito permanece, embora hoje o peixe seja detectado com sonar.
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Em busca do polvo
O barco Siviero II tem 16 metros e trabalha com seis tripulantes. Muitas vezes ficam 28 dias no mar, navegam de São Paulo até Cabo Frio ou Macaé. Cristiano Vinicius é mestre do barco desde 2003 na pesca de polvo. Chegam a pegar cerca de 3 toneladas
por viagem. Os covos ficam amarrados por um cabo são lançados por mais de 100 milhas. Depois o pescador volta para buscar os covos, que são espécies de armadilhas onde os polvos entram e ficam presos.
Christina Amorim lança livro de culinária caiçara O livro Café com Peixe da jornalista e fotógrafa Christina Amorim foi lançado no Sesc-Santos dia 17 de outubro. A obra é resultado de 11 anos de pesquisa sobre a evolução da culinária de pescadores artesanais do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. A primeira edição foi lançada em 2010 e foi finalista do 53o Prêmio Jabuti na categoria Gastronomia. Dia 29 de outubro às 19h30 a autora irá participar da mesa redonda Resgatando a Culinária Caiçara com Andre Ahn (Guaiaó) e convidados na Unimonte, Campus Vila Mathias, na rua Comendador Martins, nº 52, Santos.
Luciana Cyrillo, Christina Amorim e Maria Aparecida Nobre
Christina Amorim e Sérgio Willians
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Como agendar visitas à Ilha Diana Ilha Diana, localizada na Área Continental de Santos, é uma comunidade pesqueira a apenas 20 minutos do Centro. A visita ao local é organizada por monitores da própria comunidade que irão falar sobre a história e hábitos e características do meio ambiente da ilha. Os moradores também recebem os visitantes para um café da manhã e almoço com comidas típicas. O Programa Vida Caiçara atenderá grupos de 15 a 30 pessoas todos os dias da semana. Os passeios devem ser agendados com, no mínimo, três dias de antecedência, pelo telefone: (13)
98132-8372 (Graziela ou Elisa). O ingresso tem o valor de R$ 63 por pessoa (pacote completo) e os visitantes têm direito e ir e voltar da ilha em um passeio de barco pelo estuário. O valor contempla, ainda, café da manhã, almoço e monitoria. A iniciativa prevê condições especiais para grupos maiores, como escolas e outras instituições da região, além da possibilidade de montar outros tipos de pacotes. O ponto de encontro é no atracadouro ao lado do embarque da Dersa, localizado atrás do Prédio da Alfândega, no centro de Santos.
Presidentes de Associações de Bairros de Santos visitaram Ilha Diana dia 27 de setembro. A data coincidiu com a Festa de São Cosme e Damião, o que tornou o passeio mais divertido.
Moradores da Ilha Diana passarão por capacitação para promover o Turismo de Base Comunitária
Com o objetivo de qualificar os moradores para atuarem como monitores de turismo receptivo, iniciativa contribui para a profissionalização e geração de renda da comunidade Teve início dia 14 de outubro o curso de capacitação monitor de turismo receptivo para os moradores da comunidade da Ilha Diana, na cidade de Santos, com foco nos monitores que atuam no Projeto Vida Caiçara – Educação Ambiental e Turismo de Base Comunitária, lançado oficialmente em junho deste ano. O curso é uma iniciativa da Embraport, um dos maiores e mais modernos terminais portuários privados do país, instalado na margem esquerda do Porto de Santos. E a empresa responsável pela execução do curso é a
Caiçara Expedições, especializada em roteiros e projetos de turismo. O Turismo de Base Comunitária diz respeito a atividades e serviços ligados a comunidades que recebem visitantes. Muito mais que um segmento de turismo, o turismo de base comunitária é visto como uma ferramenta ou um instrumento de organização das comunidades, que exige que as famílias se envolvam de forma ativa em todas as etapas do trabalho: no planejamento, na execução, na avaliação e no monitoramento das atividades.
A capacitação de monitores de turismo receptivo tem por objetivo preparar o morador para o acompanhamento, orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos, durante percurso, adotando todas as atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias à fiel execução de um roteiro. No total, 15 vagas serão disponibilizadas para os moradores entre os meses de outubro e dezembro, com carga horária de 48 horas. Segundo Renato Marchesini, Gestor de Projetos da Caiçara Expedições, perante os visitantes, os monitores
são os representantes da idoneidade e qualidade do Atrativo Turístico, cabendo a eles portanto, zelar pelo nome do mesmo, pois na condição de representantes, qualquer mau serviço será de imediato atribuído ao atrativo turístico, que obviamente não partilhará da culpa. Por outro lado, todo o reconhecimento favorável ao trabalho do condutor, refletirá sobre o atrativo turístico de maneira muito positiva. Portanto o objetivo é assegurar que o visitante fique satisfeito, ou melhor, supere suas expectativas.
Cadeiras de rodas em banco Foi aprovado dia 9 de setembro, o Projeto de Lei de autoria do vereador Sandoval Soares que exige das agências bancárias uma cadeira de rodas para o transporte de idosos, pessoas com deficiências físicas, ou que apresentem mobilidade reduzida, ainda que temporária. “A cadeira servirá para os idosos e para qualquer pessoa que esteja sofrendo com dificuldade de locomoção. Tem vezes que é necessário ir ao banco, independente da condição que a pessoas esteja. Ás vezes apenas para atualização cadastral”, afirmou o vereador, que recebeu o apoio de idosos para apresentar a proposta. A lei prevê que as agências terão 6 meses após publicação para adequarem-se, esgotado o prazo, quem descumprir a medida poderá tomar multa. “Não creio que esta iniciativa vá levar prejuízo para as agências bancárias, pelo contrário, ganharão tempo no atendimento destas pessoas e dos demais clientes”, explicou. Ainda de acordo com o projeto, as cadeiras deverão ser retiradas, utilizadas de forma gratuita nas dependências da agência bancária e devolvidas. Arcarão com a manutenção das cadeiras as próprias agências, que devem tê-las em plenas condições de uso. O projeto foi aprovado na Câmara de Santos e seguirá para sanção do Prefeito Municipal.
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José Adelson, o japonês
Jornalista da Coluna Sol Nascente no BoqNews conta como nasceu sua paixão pela cultura japonesa A infância vivida em contato com a comunidade japonesa no bairro da Ponta da Praia em Santos fez com que José Adelson de Souza criasse laços afetivos e grande admiração por essa cultura, daí o apelido japonês. Embora não seja descendente de japoneses, essa ligação está presente em sua vida e em sua coluna Sol Nascente no jornal BoqNews. Nascido em Santos em 1942, morou na rua Silva Jardim e em 1954 mudou-se para a rua rei Alberto em 1954. “Tive uma infância sadia brincando com a criançada na Ponta da Praia”, lembrase. “Eu gostava de nadar, atravessava de um lado para o outro, saía do ferry-boat em Santos ia até o lado do Guarujá a nado”, lembra-se. Junto com a meninada da rua pescava com puçá e pegava robalo com varinha de bambu. “Aprendi até a fazer rede em casa de japoneses”, detalha. As brincadeiras incluíam jogar bolinha de gude, subir
em árvore e rodar pião. Atravessando para o lado do Guarujá era quase tudo mangue, onde catavam caranguejo. Outra diversão era o futebol. Adelson jogava no Botafogo contra o Estrela de Ouro, time da comunidade japonesa. “Naquela época na Ponta da Praia só tinha barco de pesca e mato”, explica. A comunidade japonesa vivia em chalés de madeira com telha francesa. Alguns japoneses tinham chácaras na Epitácio Pessoa, onde plantavam chuchu, ou machuchu, na linguagem da época. “Os filhos de japoneses falavam um pouco de japonês, aprendi palavras isoladas”, diz mostrando como nasceu o gosto para estudar a língua milenar. Em 1988 começou a aprender japonês. Hoje, além de dar aulas particulares, também leciona na Universidade Santa Cecília e Escola Treinasse. Deu muita aula particular para descendentes
de japoneses que iam trabalhar no Japão, os dekassegui, na década de 90, e também para garotada que faz mangá. Em 1996 dava aula para brasileiros nas dependências do asilo japonês Kosei Home e doava o dinheiro ganho para a entidade. Faz também traduções de textos não oficiais. Tem verdadeira paixão pela língua japonesa e se encanta com suas curiosidades. Gosta de observar as palavras portuguesas que foram assimiladas por essa cultura oriental. Cita alguns exemplos como tempurá, que vem da palavra portuguesa temperado, e a expressão “né” querendo dizer, “não é?”. José Adelson explica que a influência veio com a visita de Francisco Xavier, que teve um forte impacto no Japão, tendo sido o primeiro jesuíta a visitar o país em missão em 1549. Por essa ligação com a cultura oriental, o jornalista
Gordurinhas? Zumba nelas!!! As mulheres de Ilha Diana encontraram uma forma agradável de manter a forma. Moradoras de uma comunidade de pescadores na área continental de Santos, elas entraram no ritmo da zumba. Criada pelo personal trainer e coreógrafo colombiano Beto Perez há mais de 10 anos, a Zumba mistura salsa, merengue, mambo e axé em seus exercícios. Segundo o professor de dança e música Sérgio Fernandes da Secretaria de Esportes de Santos (Semes) é possível um gasto de mil calorias em uma aula de uma hora, aliada à dieta. Para complementar as aulas, as nutricionistas da Prefeitura de Santos orientam as alunas para uma dieta saudável. Segundo o professor Sérgio, além de Ilha Diana, as aulas são ministradas no Parque Rebouças, Arena Santos, Centro Esportivo M. Nascimento. “Melhor qualidade de vida vem através do esporte”, conclui o professor.
ganhou o apelido de japonês. “Peço para me chamarem de sensei”, brinca, falando a tradução da palavra em japonês. “Sou sócio no 152 da Associação Japonesa de Santos”, diz com orgulho. Casado há 41 anos com Maria José, tem três filhos, Adelson
Tipos de Salga em pescado Parte II
Professor Sérgio Fernandes
A salga é um processo que tem por objetivo conservar o pescado pela penetração do sal e a saída da água. Durante o período em que o pescado é mantido em solução salina, é determinado o tempo de salga ou tempo de cura pelo sal. Na edição anterior falamos sobre a qualidade do pescado salgado, que mantém a mesma quantidade de ferro, cálcio e vitaminas do produto fresco. Agora iremos abordar o processo da salga e seus diferentes tipos. Os peixes salgados e/ou salgados secos devem ser convenientemente embalados e armazenados em temperatura não superior a +5 graus Celsius, sob a qual o produto deverá ser mantido durante o transporte, estocagem e distribuição até o momento de sua venda final. Para a obtenção de produto salgado é necessário passar por três etapas: na primeira o pescado é exposto à alta pressão osmótica que leva à penetração do sal e com isso provoca a saída de água, havendo inclusive considerável perda de peso. Na segunda etapa a quantidade de sal que penetra é semelhante à taxa de água que sai. Na terceira etapa a quantidade de sal que entra no pescado é muito pequena. Neste momento a concentração de sal na carne do peixe é igual à concentração de salmoura. Há três tipos de salga a ser considerados:
José, 39 anos, Raquel, 35, Arthur José 31 anos. Apenas o filho mais novo gosta de aprender japonês. De sua paixão pela língua, José Adelson cultiva grande amizade na comunidade japonesa e em sua coluna divulga sempre essa milenar cultura. Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
Salga seca: neste processo o sal cristalizado é depositado alternadamente com as camadas de peixes, que ao dissolver forma uma solução concentrada, que é drenada, sem entrar em contato com o produto. Este processo é indicado para peixes magros, a fim de se evitar a rancidez. Salga úmida: consiste na imersão do pescado, numa solução saturada de sal e água, denominada salmoura. Este método é indicado tanto para peixes gordurosos quanto para peixes magros. Salga mista: consiste numa combinação da salga seca e úmida, sendo que a salmoura produzida não é drenada. Este método é o mais utilizado pelas grandes indústrias pesqueiras, principalmente as sardinheiras. A salga é um método de preservação do pescado, porém só a ação do sal não constitui prevenção definitiva contra a deterioração. Para concluir este processo é necessário submeter os produtos salgados à secagem, refrigeração ou defumação. O produto final deve apresentar aparência, cor, odor, sabor, textura semelhantes aos da espécie processada.
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São Cosme e Damião em Ilha Diana Hélio e Terezinha comemoram a festa de São Cosme e Damião
Bolo, brigadeiro, empadinhas, um sem contar de delícias feitos pelas mãos arteiras de Terezinha Lima foram feitos para comemorar a festa de São Cosme e Damião, dia 27 de setembro, em Ilha Diana na área continental de Santos. “Há 40 anos eu faço a festa para cumprir uma promessa atendida”, explica Terezinha. Após um acidente com sua filha Andréa Cristhina, que fraturou a cabeça e ficou dois dias
internada, a mãe zelosa prometesse aos santos a cura da filha querida. Promessa atendida, promessa cumprida. E aí é um festival de doces e salgados nesse santo dia. Apesar da chuva, a visitação foi constante no bar e lanchonete da ilha, que a Terezinha e o Hélio dirigem. Terezinha recebeu cerca de 50 pessoas, entre crianças e adultos para a justa homenagem a São Cosme e Damião.
Thais e a culinária de pescados
Thais Moron Machado confessa que herdou a paixão pela cozinha de sua mãe Elizabeth. “O que me faz feliz é compartilhar com a família e amigos jantares com pratos onde o pescado é sempre a estrela”, acrescenta a zootecnista nascida em Sorocaba e formada pela Unesp de Botucatu. Thaís, que mora hoje em Santos, iniciou sua carreira profis-
sional numa fazenda de criação de trutas em Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro. “Atuei por três anos na Estação Experimental de Salmonicultura de Campos do Jordão - Instituto de Pesca, e depois por um ano num grande empreendimento de criação de trutas no Espírito Santo”, acrescenta. Por volta de 1998, Thais começou a se interessar por novas
tecnologias de processamento da truta, para diferenciar seu produto do que era comum no mercado: a truta congelada. Desenvolveu suas aptidões gastronômicas entre 2006 e 2007, em seu restaurante especializado em trutas, o “Bistrô da Truta”, localizado numa chácara entre Piedade e Itapiraí. Em 2007 assumiu o cargo de pesquisadora científica no Instituto de Pesca, na área de Tecnologia de Processamento de Pescado – na Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho – Santos/ SP. “Em meu mestrado, desenvolvi o produto caviar de ovas da truta arco-íris”, explica. Hoje atua em projetos nas áreas de qualidade e desenvolvimento de produtos de pescado, como saborizantes à base de camarão, defumados, embutidos, biscoito, medalhões, entre outros. Seu projeto para o próximo ano é lançar o livro “O sabor das montanhas”, onde compartilha histórias e receitas de truta. Nesta edição, Thaís compartilha uma de suas receitas favoritas, o linguado com alho-poró.
Linguado com molho de alho-poró Ingredientes: 1 kg de filés de linguado Sal Pimenta-do-reino a gosto 1 colher (sopa) de manteiga 1 alho-poró 1 lata de creme-de-leite sem soro noz-moscada batatas assadas. Preparo: Tempere os filés de linguado com sal e pimenta-do-reino. Unte uma assadeira com manteiga, arrume
os filés e coloque sobre eles pedaços de manteiga. Assar por 20 minutos. Sirva com molho de alho-poró e batatas assadas. Molho de alho-poró: Derreta 1 colher de sopa de manteiga e junte o bulbo branco do alho-poró finamente fatiado. Junte o creme-de-leite e acerte o sal. Deixe ferver um pouco para encorpar. Adicione 1 pitada de noz-moscada e sirva sobre os filés. Polvilhe gergelim negro.