Novembro 2014 Número 131 Ano XI Tiragem 3.000 exemplares
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Pesca Artesanal Seu Mauri Martins da Silva mantém a tradição da pesca artesanal em Ilha Diana, na área continental de Santos. Pág. 8
Valmir de Souza fala sobre o trabalho de piloto na travessia de barca para Ilha Diana. Pág. 6
Integrantes do Projeto Vida Caiçara de Ilha Diana visitam o ateliê Arte nas Cotas em Cubatão. Págs. 4 e 5
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Ceia de Natal com pescado O Natal é tradicionalmente conhecido como uma festa com abundância e diversidade de pratos à mesa. Nesse momento de festividades os familiares aproveitam para se confraternizar e degustar alimentos tradicionais, como: peru, leitão, pernil, lombo, tender, chester e até mesmo uma churrascada com carnes vermelhas, como picanha, costela, cupim, cortes de aves e linguiça. Lembramos que todos estes itens citados são ricos em gorduras saturadas que fazem mal à saúde, causando problemas de colesterol, triglicerídeos que levam a doenças cardiovasculares. Mas pensando em qualidade de vida, cada vez mais a população vem introduzindo alimentos mais saudáveis ricos em ômega 3, como é o caso do pescado, que além de ter gordura boa é rico também em proteínas. É um alimento saboroso, bastante leve e atende crianças, adolescentes, adultos e idosos. A forma do peixe e a sua consistência influenciam no modo de preparo. Em casos onde a carne é muito delicada o ideal é fazer filés empanados, para que ao assar ou ao fritar ela não se desmanche. Há uma infinida-
de de espécies de peixes que se classificam em função da quantidade de gordura, em alimento gordo e magro. São considerados peixes gordos salmão, atum, robalo, linguado, congrio, corvina, merluza, tainha, sardinha, namorado, dourado e anchova e peixes de água doce como o pacu e o tambaqui. A forma ideal de servir estes alimentos é a assada, pois a carne não se resseca e mantém sua consistência e textura muito próxima ao fresco. Outro modo de preparo é grelhar peixes como robalo, linguado, badejo, peixe espada, tainha e pintado, para diminuir a gordura. O salmão pode ainda ser servido defumado, enquanto que a sardinha pode ser consumida assada, à escabeche e frita. Por outro lado, tainha, pintado, pacu e tambaqui podem ser assados apenas em brasa. A tainha assada em brasa pode ainda ser servida recheada. O linguado pode ser cozido, assado no leite de coco, ou acompanhado de molho de alcaparras e ainda pode ser servido na forma de medalhão ou assado em creme. O badejo além de ser feito ao forno, pode ser assado com
ingredientes: ao molho de alcaparras, com alho-poró, com aspargos e com erva-doce. O congrio, apesar de ser espécie rara entre nós pode ser feito na manteiga e servido com batatas a doré ou grelhado. A forma ensopada pode ser utilizada principalmente com as espécies magras como é o caso do bacalhau, e outras espécies como robalo, badejo, namorado, meca, corvina, pargo, cação, merluza, linguado, atum, anequim, peixe sapo, anchova, bagre, pacu, tambaqui, pintado e pirarucu. A meca santista é um prato típico servido acompanhado com farofa de banana e bacon. O bacalhau é um prato tradicional nos países europeus, mas já foi introduzido com sucesso no Brasil, principalmente nas festas natalinas. Em Portugal é o prato principal junto com arroz de polvo. Outra forma de preparo do bacalhau e cozido com batatas ou com legumes, ou então assado com creme. Alguns países têm o hábito de consumir pescado nessas datas. A ceia na Checoslovaquia consiste na sopa de peixes, saladas, ovos e carpa, enquanto que no Cana-
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za, robalo e bagre. O filé de pescada pode ser utilizado empanado ou recheado. As postas podem ser feitas do robalo, namorado, cação, corvina, merluza, bagre, atum e pintado. As postas do cação podem se servidas ensopadas, grelhadas e assadas, enquanto que a do atum pode ser cozida ou grelhada. O robalo grelhado pode ser acompanhado com camarão. O pintado e o pirarucu podem ser assados ao forno, e até mesmo é possível preparar um prato de escondidinho com o pirarucu. Temos ainda a culinária
oriental introduzida no Brasil, principalmente nas grandes capitais e cidades de grande porte, hábito que tem conquistado o paladar da população. Trata-se de filé de peixe cru, fatiado conhecido popularmente como sashimi. Muitas são as maneiras de preparar o pescado, o que facilita que o cardápio seja variado, trazendo prazer gastronômico na ceia de Natal, como é o caso de alguns pratos tradicionais como a moqueca, a caldeirada e a paella que sempre acabam por reunir familiares e amigos.
A peça musicada “O pescador e o albatroz” estreou dia 6 de outubro em Santos no Clube Portuários. A encenação - estrelada por atores e bonecos - é dirigida pela Cia. Teatral Arueiras do Brasil e até o dia 16 de outubro foi apresentada para mais de mil alunos do Programa Escola Total no município. A iniciativa é mais uma ação de educação ambiental do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental,
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
que já atua nas escolas da região com o Programa de Educação Ambiental Marinha ‘Albatroz na Escola’. O objetivo é sensibilizar as crianças para a importância da conservação de albatrozes e petréis, mostrando a interação destas aves oceânicas com a pesca. Para Edemilson Prado Dimas, da equipe pedagógica do Escola Total, o teatro foi bastante envolvente, uma oportunidade para as crianças aprenderem enquanto se divertem.
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - belacarrari@hotmail.com Impressão: Impressão:Diário Diáriodo do Litoral: Litoral Fone.: Fone.:(013) (013)3226-2051 3226-2051 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
Projeto Albatroz
Moratórias
Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015 Mero (Epinephelus itajara) 17/10/2012 a 17/10/2015 Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul (agulhão-negro) – Makaira nigricans- comercialização proibida Marlim-branco (agulhão-branco) - Tetrapturus albidus –comercialização proibida
Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
O Pescador e o Albatroz estreia em Santos
Defesos
Caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10/2014 a 31/03/2015 Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 01/10/2014 a 30/11/2014 (machos e fêmeas) 01/12/2014 a 31/12/2014 (somente fêmeas) Mexilhão (Perna perna) 01/09/2014 a 31/12/2014 Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) de 1/11/2014 a 28/02/2015 Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) de 1/11/14 a 28/02/15 Mexilhão (Perna perna) 01/09/2014 a 31/12/2014 Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06/14 a 31/07/14 e 1/11/14 a 15/02/15
dá, Polônia e Itália os pratos principais têm como base os de peixes, embora na Itália a massa sempre esteja presente. Na Noruega, apesar de cada região ter um costume diferente, o consumo de bacalhau está sempre presente. Na Suécia é servida uma variedade de frutos do mar, arenque, caviar, além de pães, queijos e frutas. Na Finlândia, os peixes também estão presentes. Já na Austrália a preferência é para o churrasco de camarões. Na próxima edição falaremos sobre diferentes tipos de preparo e as espécies de peixes mais adequadas. O modo de preparo através do vapor é forma que melhor preserva os constituintes da carne e pode ser usada em robalo, tainha, truta, linguado e namorado. Já a forma frita deve ser abolida, pois encharca a carne deixando-a mais gordurosa. A recomendação de uso desta prática é para peixes magros: pescada, pescadinha, pargo, namorado, manjuba, lambari e pintado, que devem ser colocados após a fritura em papel-toalha para a absorção da gordura excessiva. O preparo de filés pode ser feito com tainha, pescada, namorado, linguado, merlu-
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Legislação pesqueira defende albatrozes
Estudar raias às vezes pode trazer surpresas A colombiana Monica Morales Betancourt, 36 anos, dedica sua vida ao estudo da fauna aquática e entre estas espécies estão as raias de água doce. Bióloga do Instituto Alexander Von Humboldt na Colombia realiza um fascinante trabalho de campo que envolve visitas a regiões selvagens com intenso contato com as populações ribeirinhas e indígenas que vivem nesses locais. Para realizar sua pesquisa, Monica muitas vezes ficou em casa de colonos, ou mesmo acampada à beira do rio Putumayo na Colombia, onde as raias da família Potamotrygonidae são abundantes. Este grande rio amazônico com 1.813 quilômetros, nasce na Colombia e desemboca no rio Solimões, no Brasil. O local escolhido para a pesquisa fica próximo à cidade de Tarapaca, com 1.300 habitantes. Este projeto foi desenvolvido
de 2009 a 2010. Desde 2012, Monica desenvolve outro projeto no rio Orinoco, na reserva natural de Bojonawi, perto do povoado de Porto Carreño. “Vou ao local de pesquisa na temporada de águas baixas”, explica Mônica. Em janeiro de 2013 ao caminhar na beira do rio para seus estudos, a bióloga esbarrou numa raia comum, Potamotrygon orbignyi, e acabou levando uma ferroada no pé. “A dor é terrível”, explica contando que ficou dois meses sem poder caminhar direito. Apesar do sofrimento, Monica não desistiu da pesquisa que depois foi inserida no livro “Rayas de agua dulce (Potamotrygonidae) de Suramérica”. Como resultado do acidente, a bióloga ficou mais cuidadosa ao caminhar ao longo de rios. “Hoje eu tateio com uma varinha o chão onde vou pisar”, conta, explicando como evitar outra ferroada.
A bióloga Monica Morales Betancourt
Como evitar acidentes com raias O trabalho de campo com raias pode representar um risco para os cientistas, por isso é necessário cuidado tanto ao caminhar em locais onde elas se encontram, como ao manipular os exemplares. As raias de água doce são muito resistentes e podem ficar algum tempo fora da água, suficiente para serem fotografadas e medidas para os estudos, para depois serem devolvidas à água. Para o trabalho científico o ideal é manipular esses animais em recipientes com água. As raias possuem toxinas na espinha caudal que se combina com um muco produzido pelo
epitélio que atuam juntos produzindo edemas, dores, inflamações e necrose na região afetada. A dor pode ser atenuada mergulhando o local afetado em água morna. Fonte: “Rayas de agua dulce (Potamotrygonidae) de Suramérica. Parte I. Colombia, Venezuela, Ecuador, Perú, Brasil, Guyana, Surinam y Guayana Francesa: diversidad, bioecología, uso y conservación”. A obra foi organizada por Carlos A. Lasso, Ricardo S. Rosa, Paula Sánchez-Duarte, Mónica A. Morales-Betancourt, Edwin Agudelo-Córdoba. Carlos Lasso
60 gramas, posicionado a não mais que 3,5 m do anzol ou; 3. Contendo no mínimo 90 gramas, posicionado a não mais que 4 metros do anzol. Além disso, o Ministério da Pesca e Aquicultura permite por meio da IN n° 7 a utilização do safe lead (lumo lead ou peso seguro), que poderá reduzir consideravelmente o risco para o pescador: algumas vezes, durante a pescaria, a linha secundária com o peixe já fisgado arrebenta, lançando o peso em direção ao trabalhador, gerando risco de acidente. O peso seguro, diferentemente dos pesos fixos utilizados até o momento, escorrega pelo anzol quando a linha se parte, podendo afundar, ou, em último caso, fazendo com que a linha perca velocidade na direção do pescador evitando o risco de o profissional ser atingido pelo peso. Tal medida, já testada em outros países, entrará agora em fase de testes nas águas brasileiras beneficiando toda a comunidade pesqueira. A nova lei sinaliza avanços também em direção à pesquisa, e regulamenta o embarque de pesquisadores e observadores de bordo nas embarcações, prática fundamental para o avanço tecnológico e monitoramento das frotas. Do mesmo modo, estabelece menor intervalo para a comunicação entre embarcação e satélite que monitora velocidade e posicionamento da embarcação (no máximo a cada 20 minutos), o que certamente tornará a pescaria mais segura. O Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que há 24 anos trabalha pela preservação das aves marinhas, e que sempre teve o pescador como aliado na busca de soluções viáveis nesta agenda, participou intensamente - ao lado de outros pesquisadores - do desenvolvimento desta normativa. Seu caráter vanguardista foi resultado do diálogo entre os setores pesqueiro, científico, sociedade civil e poder público, provando que a atuação integrada dos setores é o melhor caminho para a construção de caminhos que levem à preservação da vida marinha respeitando o desenvolvimento econômico e social, de forma sustentável.
Monica, fisgada pela raia
Mónica Morales
A publicação da Instrução Normativa n°7 de 31/10/14 do Ministério da Pesca e Aquicultura estabelece práticas a serem adotadas pelas frotas pesqueiras de embarcações de pequeno, médio e grande portes cujas espécies alvo sejam, especialmente, tunídeos (atum) e espadartes (meca), que utilizam espinhel pelágico. A medida visa a preservação de albatrozes e petréis - animais extremamente relevantes para a conservação da biodiversidade marinha, e que são acidentalmente capturados durante a prática desta modalidade de pesca, quando, em busca de iscas, podem ser fisgados chegando à morte por afogamento. A IN n°7 do MPA regulamenta, em caráter transitório (em vigor durante seis meses a partir de 31 de outubro), a utilização de duas medidas mitigadoras simultaneamente; em caráter definitivo (após seis meses) das três medidas concomitantemente. São elas: Toriline ou Espantaaves– mastro portador de linha de náilon adornada com fitas coloridas que tem o efeito de espantar as aves, posicionada na popa da embarcação e portadora de dispositivo de arrasto, garantindo posicionamento adequado. Largada noturna – considerando serem albatrozes e petréis animais diurnos, a pesca citada deverá ser praticada somente no período noturno para minimizar a aproximação das aves em busca de iscas. Regime de peso – considerando que quanto mais rápido as iscas afundam, o posicionamento do peso em relação ao anzol é fundamental para minimizar a chance de albatrozes e petréis as alcançarem tais iscas, minimizando o prejuízo para o pescador e risco para as aves. A partir da publicação desta Instrução Normativa, os pescadores terão três opções para posicionamento do peso, o que lhes garante também maior segurança de acordo com a faina e características de cada frota. Assim sendo, o pescador poderá posicionar o peso da seguinte forma: 1. Contendo no mínimo 45 gramas, posicionado a não mais que 1 metro do anzol ou; 2. Contendo no mínimo
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Raia comum (Potamotrygon orbignyi)
Ferrão da raia que atingiu a bióloga
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Coluna
Embraport estimula cultura empreendora por meio de apoio ao Projeto Neorama
A Embraport renovou pelo segundo ano a sua parceria com o projeto Neorama, voltado ao incentivo da cultura empreendedora entre jovens de 12 a 18 anos residentes na cidade de Santos. A iniciativa, realizada pela Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedes), por meio do Conselho Técnico da Fundação Parque Tecnológico estimula o estudo de matemática e raciocínio lógico nos alunos, além de
incentivá-los ao exercício diário do empreendedorismo e inovação. Os participantes competiram com trabalhos nas categorias dos níveis médio, técnico e superior, além da Olimpíada de Matemática (ensino fundamental). Nesta edição foram inscritos 24 trabalhos (17 de universidades e sete de escolas técnicas), com temas voltados para tecnologia e que abrangeram informação, energia eóli-
ca, mobilidade urbana, meio ambiente, petróleo e gás, alimentos e saúde. A iniciativa ainda contou com a participação de 44 estudantes do 8º ano (ensino fundamental), que participaram da Olimpíada de Matemática, e mais 40 alunos do 3º ano (ensino médio), selecionados para jogar ‘Ludo Parque’, voltado ao empreendedorismo, com simulações de negócios simples.
OUVIDORIA EMBRAPORT: 0800 779-1000 faleconosco@terminalembraport.com.br www.terminalembraport.com.br
Arte n
Fachadas de casas c para um grupo de 17 a
Moradoras do bairro Fabril em Cubatão participam de um projeto que produz arte em diversos níveis. Fátima Maria Costa, artista plástica há quatro anos, afirma que o trabalho é uma grande realização para o grupo. “Gosto de criar imagens, fazer desenhos”, confessa. Segundo o arquiteto Marcel Marques e arte-educador, que orienta o projeto, o grupo buscou inspiração numa visita ao Parque Estadual da Serra do Mar Núcleo Itutinga Pilões. Fotografando plantas, flores e animais, as artistas foram delineando traços, cores, e toda a composição de sua arte. As fotos foram projetadas em um telão, e depois os desenhos foram passados para um acetato para depois virar estampa de camisetas, bolsas e outros objetos. “A gente não se intromete na arte delas”, afirma Marcel, mostrando que a criação é livre. Além do arquiteto há mais cinco educadoras: Fernanda Sagres, Ines Prata, Gabriela Carrasco, Natalia Girassol e Moema Torres. O projeto tem o apoio do CDHU e do BID. Maria José explica que o grupo foi contratado através do projeto para pintar a fachada das casas na Cota 200. “Assim a gente embeleza o nosso bairro”, explica. Com a boa qualidade do trabalho outras encomendas de outros parceiros, como o programa Guerreiro sem Armas (GSA) do Instituto Elos e o SESC. “Para pintar o muro com o tema da Copa, pesquisamos a cultura do país”, explica Maria José. Com a vinda do príncipe Harry Contato para age ao ateliê para conhecer o projeto em junho nas Cotas renato@ deste ano, o projeto ganhou impulso e ficou mais conhecido. As artistas contam que pessite: www.cai quisaram símbolos da Inglaterra para pintar blog caiçara: w um mural comemorativo da visita. Coisas facebook: w brasileiras, como saci-pererê, colunas de caicaraexp Brasília foram desenhada ao lado de bules twitter: de chá e pequenas torres de Londres, que tel: (13) 3466.690 depois também se transformaram num belo tecido que o príncipe levou para a Inglaterra como recordação. O exemplo do grupo é tão bom que entrou no roteiro turístico da Caiçara Expedições. Renato Marchesini, que dirige a agência de turismo, explica que o roteiro é bom para quem para quem gosta de conhecer projetos comunitários e fazer turismo ao mesmo tempo. “O Turismo com Base Comunitária do Projeto Ateliê Arte nas Cotas mostra aos visitantes o trabalho da comunidade do bairro Cota 200 no projeto Ateliê Arte nas Cotas, cujas intervenções artísticas alegraram o bairro e proporcionaram renda e autoestima à comunidade”, conta Marchesini. Dia 21 de outubro a Caiçara Expedições levou um grupo de moradoras de Ilha Diana, na área continental de Santos para conhecer o trabalho do ateliê. As moradoras desenvolvem o Programa Vida Caiçara, com o patrocínio da Embraport, para desenvolver turismo de base comunitária na ilha. Ali, além de conhecer o trabalho artístico do grupo, as visitantes arregaçaram as mangas e sob a orientação do arquiteto Marcel Marques produziram flâmulas coloridas com desenhos em acetato criado pelas artistas do ateliê Arte nas Cotas. Assim o grupo vai produzindo sua arte e deixando uma semente de boas ideias aos visitantes que vem ao ateliê buscar inspiração.
nas Cotas
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coloridas, flâmulas, camisetas, tudo é motivo artistas de Cubatão expandir sua criatividade
endar visita ao ateliê Arte @caicaraexpedicoes.com icaraexpedicoes.com www.blogcaicara.com www.facebook.com/ pedicoes.fanpage : @caicaraexp 05 - cel: (13) 9 8113.4819
Artistas mostram estamparia que foi usada na criação de um mural na Cota 200
Ana Maria Marins, coordenadora do Projeto Vida Caiçara
A artista Madalena e Madalena Panhoci da Prefeitura de Santos mostram a flâmula criada no workshop
Marcel mostra o Boi Bumba criado por Gildásio
Renato Marchesini (acima) e Renata Antunes (abaixo à direita) com as artistas do ateliê
O arquiteto Marcel Marques e o artista Gildásio Pereira Fotos: Divulgação
O princípe Harry arregaçou as mangas para pintar o mural
Como recordação o príncipe ganhou um tecido com a estampa usada no mural comemorativo
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Na travessia
Valmir pilota a barca para Ilha Diana há cinco anos
Valmir de Souza, o Mica, sempre gostou de viver em contato com o mar e com o estuário. É para ele um prazer pilotar a embarcação da CET que faz a ligação do centro de Santos com a Base Aérea em Vicente de Carvalho, Ilha Diana e Caruara. A viagem de barca que sai do centro de Santos e vai até a Ilha Diana, na área continental, dura apenas 20 minutos e depois segue seu percurso para Caruara gastando cerca do mesmo tempo. No trajeto é possível apreciar a bela paisagem do estuário com árvores do mangue e pássaros. Nascido em 1972, Mica está há cinco anos trabalhando como piloto da embarcação. Filho das famílias mais tradicionais da Ilha, Souza e Hypolito, aprendeu a arte da pesca que pratica até hoje nas horas vagas. É nesse estreito contato com o mar que Valmir encontra sua identidade.
Gelatina de mocotó
Com uma colher, retirar a gordura da superfície
Ingredientes: 1 pé de boi ½ litro de leite ou vinho do Porto 1 pau de canela e 6 cravos Preparo: Lavar bem o pé de boi em água corrente. Colocar na panela de pressão, cobrir com água. Deixar cerca de 40 minutos no fogo depois que a panela apitar. Espetar com garfo para ver se está macio. Deixar esfriar, coar e guardar o caldo na geladeira. Depois que a gelatina
endurecer, com uma colher, retirar a camada amarela de gordura que se forma na superfície. Lavar em água corrente a gelatina endurecida para retirar o restinho de resíduo da gordura. Colocar numa panela grande e levar ao fogo. Jogar ½ litro de leite em cima (ou vinho do Porto). Acrescentar um pau de canela, seis cravos e açúcar a gosto. Deixa ferver por cerca de 15 minutos, despejar numa vasilha e deixar esfriar na geladeira.
Conheça o decreto SMA número 60.133, de 7 de fevereiro de 2014, que declara as espécies da fauna silvestre ameaçada de extinção, as quase ameaçadas e as deficentes de dados para avaliação no Estado de São Paulo e das providências correlatadas. Mediante proposta da Secretaria do Meio Ambiente deverão ser atualizadas a cada quatro anos as listas que integram os anexos desse decretos. Esse decreto entrou em vigor na data de sua publicação (07/02/14), ficando revogado o decreto número 56.031, de 20 de julho de 2010. Veja o decreto na íntegra em www.jornalmartimpescador.com.br (Legislação).
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Ilha Diana, para todos os gostos A apenas 20 minutos do agitado centro de Santos, está a ilha Diana, considerada um dos últimos redutos de pescadores artesanais do município. Com a comemoração da Festa do Bom Jesus, os moradores descobriram a vocação turística da ilha, montando bares em espaços anexos a suas casas. Um programa de visita monitorada pelos próprios moradores também está sendo desenvolvido
através do Projeto Vida Caiçara através de iniciativa do Terminal Portuário Embraport. Para chegar à ilha, que fica na área continental de Santos, é só pegar a barquinha na rua de trás da Alfândega no Centro de Santos e curtir um passeio de 20 minutos com uma agradável vista do estuário. O horário das barcas está em www.cetsantos.com.br (transportes/ barca para área continental).
Bar do Chilico
Há 16 anos o bar do Chilico atende visitantes e moradores da Ilha Diana. Bem ao lado do portinho, recepciona quem quer ficar apreciando a paisagem do estuário e saborear frutos do mar e outros petiscos. “Servimos peixe frito, camarão, bebidas, almoços, porções de pescado, camarão, caranguejo, batata frita”, explica Chilico. Pão francês assado na hora também é vendido de manhã e à tarde. Almoço caseiro bem gostoso tem que ser agendado no telefone (13) 99741.8690. Chilico, Adriani da Silva Alves, nasceu em 1971, filho de tradicionais moradores da ilha, Adriano da Silva Alves e Geni Hypolito Alves. Aos 11 anos aprendeu a pescar peixes como parati, tainha e robalo na tarrafa e camarão-branco. Casado com Patrícia, tem as filhas Sabrina, 18 anos, Samantha, 16 e Adriana, 13. Como muitos outros moradores de Ilha Diana a possibilidade de aproveitar o fluxo de turistas que chegam à ilha surgiu com a comemoração da Festa do Bom Jesus, que acontece em agosto. Na década de 90, o morador
Como agendar visitas monitoradas à Ilha Diana
Tainha na brasa na Ilha Diana
O casal Terezinha e Hélio atende no bar da Ilha Chilico e o pai Adriano
Altidório Quirino, já falecido, era o organizador da festa e com sua experiência deu várias dicas para que Chilico começasse seu bar. No início vendia apenas bebidas, mas em 2001 passou também a servir comida feita com capricho pela esposa Patrícia. Hoje, o bar funciona dias de semana das 7h às 22h. Fins de semana das 7h à meia noite, horário da última barca.
Chilico e a esposa Patrícia
Ilha Diana, localizada na Área Continental de Santos, é uma comunidade pesqueira a apenas 20 minutos do Centro. A visita ao local é organizada por monitores da própria comunidade que irão falar sobre a história, hábitos e características do meio ambiente do entorno da ilha, através do Programa Vida Caiçara, iniciativa do Terminal Portuário Embraport. Os moradores recebem os visitantes para um café da manhã e almoço com comidas típicas. O programa pode atender grupos de 15 a 30 pessoas todos os dias da semana. Os passeios devem ser agendados com, no mínimo, três
O Bar e Lanchonete da Ilha Diana oferece todos os fins de semana tainha assada na brasa. Tudo é feito com especial carinho pelo casal Hélio e Terezinha, é só agendar a visita no telefone (13)3019.5418. Muitas outras especialidades podem ser pedidas, que variam da culinária caiçara à nordestina. Os pratos mais pedidos são o peixe azul-marinho, camarão na moranga, tainha assada e mui-
tos outros. Hélio França passou a maior parte de sua vida na Ilha Diana, ao lado da tia Antonia Bittencourt de Sousa, a dona Dina. Nascida no Saco da Embira, em Guarujá em 1918, foi uma das primeiras moradoras da ilha onde viveu até falecer em 2011. Terezinha prossegue com a tradição da culinária caiçara e também acrescenta outras variedades em seu cardápio.
dias de antecedência, pelo telefone: (13) 98132-8372 (Graziela ou Elisa). O passeio tem o valor de R$ 63,00 por pessoa (pacote completo) e os visitantes têm direito e ir e voltar da ilha em um passeio de barco pelo estuário. O valor contempla, ainda, café da manhã, almoço e monitoria. A iniciativa prevê condições especiais para grupos maiores, como escolas e outras instituições da região, além da possibilidade de montar outros tipos de pacotes. O ponto de encontro é no atracadouro ao lado do embarque da CET, localizado atrás do Prédio da Alfândega, no centro de Santos.
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Seu Mauri e o amigo Adriano da Silva Alves
Seu Mauri, com a pesca no sangue Pescador de Ilha Diana, em Santos, mantém a verdadeira tradição do artesanal “Trago a pesca no sangue” afirma seu Mauri Martins da Silva, morador da Ilha Diana há 53 anos. A vocação vem de família, com avô embarcadiço, pai marinheiro e tio pescador. “Aos 10 anos peguei minha tarrafinha e fui pescar na canoa do meu tio”, conta Mauri, que aos 16 anos tirou sua carteira profissional de pescador. Nascido em 1935 no bairro da Bocaina, em Guarujá, mudou-se com os tios e os avós para a ilha em frente à Ilha Diana, numa casa de madeira, típica dos pescadores da época. Ali a comida era preparada no fogão a lenha, e a avó Flora chegou a ter uma rocinha com verduras, mandioca, batata-doce e milho. Os produtos da pequena roça e da pesca eram preparados no fogão a lenha. Na época era preciso buscar água no Morro do Sandi no barco a remo. “A nascente brotava geladinha, gostosa, clarinha que era um espelho”, lembra-se. Enchiam latas com canequinha de ágata e a água era armazenada na casa num tanque grande de ferro. O tio Guilherme foi seu grande professor de pesca. Seguindo a tradição dos antigos pescadores aprendeu diversas artes: cerco fixo, rede de espera, de lance, tarrafa, caniço, ar-
rasto de camarão, e captura de ostra, siri, marisco e caranguejo. Aposentado há oito anos, seu Mauri diz que mais gosta de pescar siri, atividade que faz sem muita frequência. “Sou sirieiro”, diz. O cerco fixo era uma pesca muito apreciada na juventude. Cerca de cinco pessoas montavam um cerco. “Eu ajudava os outros e os outros me ajudavam na amizade, no carinho”, afirma seu Mauri. “Nós trabalhavamos numa comunidade, agora é cada um se vira”, comenta. Para despescar também um ajudava o outro. Em cerca de 10 dias o cerco estava montado, uma espécie de armadilha circular com pedaços de madeira fixados no fundo do estuário, onde o peixe entrava e não conseguia sair. Na época não era proibido cortar as árvores do mangue que eram usadas para montar o artefato em lugares como o canal de Bertioga, Monte Cabrão, Largo do Candinho, Pompeba, entre outros. “Tinha mais de cem cerqueiros por esta região”, afirma. Além das artes da pesca, ainda hoje seu Mauri constrói e reforma barcos, assim como sabe fazer e remendar redes. Seu Mauri conheceu a esposa, Yolanda Biscardi da Silva, ainda
menina, moradora da Ilha Diana. Seu Mauri casou-se aos 26 anos, e aos 35 anos mudou-se para a ilha, quando construiu sua casa ao lado dos sogros. Do casamento nasceram Ademir, 51 anos, Ivair, 48, Suely, 46, Edneia, 38, Mauri Jr., 35, Waldecy, 35 e Wilson, 32. Ademir e Ivair foram os únicos que aprenderam a pescar. Do tempo em que se mudou para a Ilha, seu Mauri lembra-se que havia apenas 20 casas, todas de madeira. Ali moravam Antonia Bittencourt, a dona Dina, Pedro Sousa, o Pedro Rato, Waldomiro, Pedro Quirino, Otaviano, Zé Calado, Sebastião. A primeira igrejinha foi construída em 1940, feita de tijolo, ofertada por um dono de padaria na Bocaina, um húngaro chamado Stefano. A segunda igrejinha foi construída por volta de 1980. “Lembro que na primeira festa do Bom Jesus a gente pegava tainha no cerco”, afirma. Na época já faziam procissão marítima e terrestre, e a Base Aérea fornecia a condução de barco. O capelão da Base, Pedro Baster, rezava a missa, lembra o amigo Adriano, antigo morador da ilha. “Vinha bastante gente de fora”, lembra-se. A festa começava à tarde no sábado e o
Seu Mauri construindo seu barco de pesca
pessoal dançava até o amanhecer do dia. Vinha conjunto de fora tocando samba, com sanfona, timba, violão, cavaquinho regional de cordas, pessoal todo conhecido de Vicente de Carvalho e Santos. Além das tradições locais, a vida em Ilha Diana oferece um forte contato com a natureza. Apesar de aposentado, seu Mauri não consegue ficar longe da água. “Eu amo o peixe, eu amo o mar”, afirma. “Eu
amo a pesca, tenho que remar um pouco, ligar motorzinho, sair por aí, sentir a água. Me sinto melhor numa chata, numa canoa do que em terra”, confessa. Hoje seu Mauri se diz feliz assim, e quem chegar a Ilha poderá avistar o pescador saindo com seu barco para a pesca, ou consertando sua embarcação e seu equipamento. A imagem do homem que é o símbolo do pescador artesanal de nosso litoral.