Castelo de Silves - inaugurado?

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Reabilitação do Castelo de Silves Crónica de uma prematura inauguração


Placa de Honra Entramos no castelo. A primeira coisa que vemos é uma placa em plástico, ou algo parecido, provisória segundo nos disseram, situação que pode ser comprovada se lhe tocarmos. Em termos gráficos é uma verdadeira obra-prima (compare-se a área ocupada pelo texto à da placa).


Um destes dias há-de correr algo

Mas falta-lhe ainda a água e, segundo sei, todo o sistema de fornecimento energético, ecológico e de última geração.


Coisas do Tempo

Um dia antes da inauguração estava assim… Não precisou muito tempo, para agora já estar assim!


Casa de Chá - Inaugurada para um Porto de Honra Aceitam-se apostas quanto a quem a vai gerir. E também: quando servirá a primeira “bejeca”?!


Para exposição, faltam só as peças Câmara de vídeo, iluminação ligada, porta fechada. Alguém se esqueceu de musealizar esta torre (porém, não é caso único) ou, então, o pessoal está mesmo a chegar e eu é que vim adiantado.


Assim se fazem núcleos museológicos Umas vitrinas retiradas do Museu de véspera, umas legendas a pensar nos “bifes, uma segurança que brada aos céus, uma contextualização textual tão abundante que nos deixa totalmente esclarecidos quanto à profundidade do trabalho museográfico. Esta é a museografia proposta, até agora, para as torres do castelo.


A pensar nos acidentes (o Diabo seja cego, surdo e mudo)

A malta dos corrimãos e calçadas andou de orçamentos apertados!


Painel alentejano?! (sem ofensa para estes) Mouros, mouras (já que se trata do painel sobre a Cisterna da Moura Encantada) ou alentejanos, não será tudo a mesma coisa?! Para ler deitado, como esse pessoal dizem que gosta. Bifes, por aqui, só os que falam a língua de Camões.


Provis贸rio sobre provis贸rio

Arruma-me!

Segura-te!


Só um pormenor? E isto o que é? Cobra d’água? Não, caros amigos, é um super projecto de iluminação sub-aquática!

O castanho que vêem não é lama, meus amigos, são nuances da patine do Tempo!


Campanha eleitoral num monumento nacional?

O Delegado Regional da Cultura, que alguĂŠm se esqueceu de convidar, nĂŁo vai gostar, senhora Presidente!


Não, seus maldizentes…

É Silves em Evolução, histórica!


Conservação do passado

Ou alguém, de vassoura na mão, não se atreveu a varrer estes cacos!


Consolidação de estruturas arqueológicas

Era, pelo menos, o que vinha escrito nos papéis do Polis!


Mais sinalética, imperceptível e, algo, desequilibrada

Pagamos esta, a provisória, para presidente ver, e a definitiva quando vier, se vier! Já agora, não se esqueçam de legendar convenientemente as plantas. Só para a malta, portuguesa, conseguir entender!


Falta a escala, a legenda ou a rosa-dos-ventos nesta planta?


Iluminação pós-moderna


Ar (a)condicionado


Arranca-p茅s ou armadilha contra ratos arqueol贸gicos?


E eu que tanto queria ver o burrico puxar a nora, afinal d達o-me disto!


Há quem não goste do ladrilho espanhol. Más-línguas que não sabem das qualidades hidrofúgas e anti-salitre do mesmo!


Na Cisterna dos C達es, nem o paisagismo foi esquecido.


O que nasce torto, tarde se endireita!


E para que não faltasse água e esgoto à cerimónia… Abre-se e fecha-se uma vala de 2m x 80 m, de véspera, sem acompanhamento arqueológico e sem licenciamento do IGESPAR numa área de protecção de dois monumentos. É a CMS no seu melhor! E vivam as inaugurações! Pão e Circo, dizia Nero. Por aqui, só Manuel F. Castelo Ramos Vereador não permanente pela CDU, Silves, Julho 2009

Circo!


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