Fct | Soares Dos Reis

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Março 2012 Trimestral

iNOVE 1

Teresa Silva Entrevista com Tesresa Silva, comportamento dos alunos do Sec.XX e XXI.

Flash Mob EASR A EASR em forma de comemoração pára a Baixa.

Ensino Superior Quis os cursos e escolas que te poderão fazer parte do seu futuro?


Comemoração dos 127 anos Ao longo de todos estes 127 anos de existência, o dia de aniversário da escola, 12 de janeiro, foi lembrado com comemorações diversas e eventos vários que procuraram ligar esta Escola Artística, que serve o país, à comunidade a que pertence. Este ano, o 127º aniversário, não foi diferente. Os festejos decorreram do dia 9 de janeiro ao dia 13, recheados de acontecimentos variados, nomeadamente conferências relacionadas com as várias áreas dos cursos artísticos, o lançamento de um Magazine online, vencedor do Cinanima, conferência do Ok student, debates, exposição de trabalhos dos alunos, um flash mob e o lançamento do livro “Impressões”, elaborado no 125º aniversário.

20th Meeting PLE O PLE, nascido em 1992, é uma ação que possibilita o intercâmbio de alunos de países diferentes. Este ano, será a nossa escola a anfitriã, possibilitando o conhecimento das nossas instalações, do tipo de aprendizagem e a troca de experiências no âmbito da joalharia/ourivesaria. O encontro realizar-se-á de 17 a 21 de maio. Haverá debates em torno de conceitos atuais sobre joalharia, como a joalharia contemporânea, sobre os novos materiais, o novo design, o (re) design de formas antigas e tradicionais; haverá ainda a divulgação de artistas ligados à joalharia contemporânea, sendo promovido um concurso, cujo tema é o (re)desenho dos brincos tradicionais do Minho.

Clube de Cinema 8 e Meio A Escola Artística Soares dos Reis, em parceria com a Escola Secundária Eça de Queirós – Póvoa de Varzim -, participou num concurso do Clube de Cinema 8 e Meio, realizado entre várias escolas. No dia 5 de novembro, foram dadas a conhecer as escolhas do júri, tendo os alunos da Escola Artística Soares dos Reis ficado em primeiro lugar. Os prémios para 1º e 2º lugares eram a quantia monetária de 500 euros e de 250 euros, respetivamente.

Ilha do Tesouro Em parceria com a Elenco Produções, com as Produções Artísticas da Hymnus e com a Câmara do Porto, a Escola Artistica Soares dos Reis participou no projeto musical “A Ilha do Tesouro”, na equipa criativa da área da cenografia, orientada pelo docente Nuno Lucena. A peça aconteceu no Rivoli Teatro Municipal no dia 26 de novembro.

Fantasporto 2012 Fantasporto 2012 decorreu no Teatro Rivoli entre 24 de fevereiro a 3 de março. A edição deste ano foi marcada pela exibição de vários filmes de alunos, nomeadamente alunos da Escola Artística Soares dos Reis, a concorrer para o prémio de Jovem Realizador. Todos os filmes portugueses exibidos, concorreram ao Prémio de Cinema Português e Prémio Jovem Realizador.


Flash Mob EASR Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas num local público, para realizar determinada ação previamente combinada; a expressão acontece com um pré-aviso, como e-mails ou outros meios de comunicação. No mundo inteiro, flash mobs vêm tendo, cada vez mais, caraterísticas políticas ou sociais, incentivando à mudança. Este ano, a Escola Artística Soares dos Reis decidiu celebrar os seus 127 anos com um flash mob, mostrando á cidade portuense o espírito unido e arrojado da nossa escola. Durante quatro minutos, numa das ruas mais movimentadas da cidade, a Rua St. Catarina, os alunos e toda a comunidade escolar – cerca de 800 pessoas - imobilizaram-se, captando a atenção dos que, àquela hora, passeavam ou atravessavam o centro portuense.


Foi aluna da Soares dos Reis? Como foram as suas experiências da sua vida de estudante, nesses tempos? Eu fui aluna da Soares dos Reis nos anos 80 (1982, 1983, 1984), na antiga escola da rua da Firmeza onde frequentei o 11º e 12º ano do Curso Geral (não sei se chamava assim na altura), era o curso destinado para prosseguimento de estudos. No 12º só tinha três disciplinas – Desenho, Geometria Descritiva, e História da Arte - portanto tinha muito tempo, acho até que nem tinha aulas todos os dias, penso que eram só três vezes por semana. A minha geração era muito dinâmica, e nesse tempo que nos era dado, aproveitávamos para conviver e discutir – no emblemático café Vicóbé em frente da escola, e também numas “tasquinhas” nas redondezas, que foram sem dúvida, espaços de grandes tertúlias. Andávamos sempre com livrinhos, partilhávamos desenhos que fazíamos e Bandas Desenhadas, tínhamos o hábito de escrever cartas/ilustradas com desenhos (mesmo morando todos na mesma cidade) numa espécie de catarse de pensamentos, e discutíamos entusiasticamente a descoberta de novos autores, pintores, cineastas, músicos, e outros diversos temas, estéticas, técnicas e questões artísticas a par das novas correntes emergentes. Nesta altura a informação era um luxo que custava caro, os catálogos eram todos caríssimos porque eram importados, os discos em vinil também eram objectos de culto e as idas a Londres ou Madrid faziam todo o sentido porque se encontrava lá fora a outros preços o

que não chegava a esta pequena cidade. Nessa Soares dos Reis as artes estavam muito fundidas, a par dos desenhos, havia sempre música no pátio – um cavaquinho a tocar, ou uma guitarra – e alguém cantava, havia quem fazia artesanato e “ Trabalhava pró boneco”(marionetas).

Qual a sua opinião sobre os alunos que frequentam esta escola na actualidade face à sua geração? Em termos de formação especifica acho que vocês estão muito melhor preparados agora, porque têm especializações que nós não tínhamos na altura. Como vos disse, só tínhamos três disciplinas, portanto não era tanto a ESCOLA que nos dava a formação, mas sim todo aquele ambiente que ela gerava, onde as coisas se passavam porque as pessoas que iam para aquela escola eram já pessoas com muita curiosidade pelas Artes e a escola funcionava muito nestas tertúlias que geravam ideias e projetos… fomos criando coisas, numa cidade do Porto que era muito provinciana e fechada ao mundo...Relativamente à vossa geração, é um abismo (e sem qualquer saudosismo do passado) considero que os tempos são diferentes, há mudanças, “ atrás de tempos vêm tempos e outros tempos hão de vir”, com coisas boas e más. Acho que a internet e todas estas novas tecnologias que permitem ter acesso a informação e a comunicação em rede em qualquer minuto e qualquer local, que a minha geração enquanto estudante, nem de longe esteve perto de ter tido. Mas se isso é um


com Teresa Silva

facto, e está ao alcance de qualquer um, também acho que talvez esteja na razão de vocês não terem tanta curiosidade sobre as coisas – vão ver poucas exposições, discutem pouco sobre os livros que leram (se é que os leram), filmes que viram (se os terão visto), música que ouvem, sobre filosofia, a sociedade, a política. É tudo mais fast-food com digestão rápida, já não se vêm filmes vai-se ao youtube, já não se lêem livros, lêem-se sinopses, já não se vai a galerias vêem-se os quadros nos sites e blogs… e de facto, perde-se muito de cada obra produzida que ao “vivo e a cores” é diferente. Considero que “é preciso ter Mundo” para produzirmos, viver, pensar nele e comunicar, e o que realmente acho nesta geração, é que sinto cada vez menos a atenção dada ao mundo e às suas pequeninas coisas.

de doutoramento em Teorias e História da Comunicação na Universidade Fernando Pessoa, com o tema “Influências da escrita e do fílmico na pintura portuguesa nas décadas de 70 e 80 em Portugal”.Procuro estar sempre curiosa, atenta e informada, para poder sustentar sempre um qualquer juízo crítico sobre as grandes e pequeninas coisas, e alimentar esse músculo que é a imaginação. Essa coisa que constrói o mundo e o reinventa nas suas múltiplas formas, tamanhos, cores, sabores e sentidos. E como vossa professora, tentar despertar a curiosidade e o trabalho em vocês e continuamente também a aprender convosco, essas múltiplas formas e sentidos de “desenhar”, construir e inventar todos os vários mundos possíveis. Em partilha e em rede com todos nós, nas especificidades de cada qual como indivíduo sujeito.

Qual a sua relação com o mundo da Arte?

Qual a razão de lecionar nesta escola?

A partir do quarto ano das Belas-Artes comecei a expôr em bares na cidade do Porto ( Meia Cave, Labirintho e outros) e inclusivamente comecei a vender, coisa que nem sequer pensava. Ganhei dois prémios que suscitaram o convite para ser artista da Galeria Trindade, à qual ainda estou ligada. A galeria tinha contactos com Espanha, e comecei a expôr em Madrid, Barcelona, Palma de Mallorca, etc, e por cá em exposições individuais e colectivas um pouco por todo o país e nas habituais presenças nas feiras de arte em Lisboa. Em termos académicos fiz o mestrado Arte e Comunicação na FBAUP e encontro-me a concluir a tese

Sempre quis ensinar nesta escola, porque era a escola vocacionada para o ensino artístico e felizmente correu-me bem o meu percurso. Mal acabei o curso de Pintura na FBAUP, fui colocada na Soares dos Reis em 1991. Depois passei por outras escolas, a memória que tenho das outras escolas é boa, mas o que de facto foi marcante foi a minha experiência na Soares e nomeadamente, nos anos entre 2000 e 2005. Foi uma época “áurea” da Soares dos Reis, em que o Curso Geral funcionava muito bem e desenvolveram-se projetos fantásticos. Existia um dinamismo diferente de todas as outras escolas minha primeira opção.


Música

Literatura

Festival Optimus Primavera Sound - decorrerá entre o dia 7 e 10 de junho, no Parque da Cidade do Porto, a destacar-se pela escolha de artistas de música independente, como: Bjork, The xx, The Drums, Washed Out, The Walkmen, Codeine, Spiritualized, Beach House e Death Cab for Cutie que serão as cabeças de cartaz; também estarão presentes: Neon Indian, Washed Out, Afghan Whigs, The Olivia Tremor…, Dirty Three, Shellac, Other Lives, Jeff Mangum, Veronica Falls, Codeine, Deadboy, Siskiyou, Spencer, Redinho, Jackmaster e Oneman. A variedade de estilos e de novas bandas são a aposta do Primavera Sound, dando continuidade a este festival, nascido em Barcelona,obtendo semelhança com o Porto.

Haruki Murakami é o autor do livro 1Q84. Nasceu em Quioto, Japão, em 1949, e é considerado um dos «grandes romancistas vivos». 1Q84 é um livro que envolve uma trama que acompanha uma jovem chamada Aomame, que segue a enigmática sugestão de um taxista e começa a notar intrigantes discrepâncias no mundo à sua volta, até que se apercebe que entrou num universo paralelo. Enquanto isso, um aspirante a escritor, chamado Tengo, aceita um trabalho suspeito e sua vida começa a mudar. As narrativas de ambos convergem ao longo daquele ano, e surgem laços misteriosos que deixam os dois ainda mais próximos. Em se tratando de Murakami, é de se esperar que o quotidiano e o fantástico se misturem.

Spiritualized

Teatro

Spiritualized é uma banda de space rock inglesa, formada em Warwickshire, Inglaterra, em 1990, por Jason Pierce (que muitas vezes usa o pseudónimo de J. Spaceman), após a ter terminado com a sua banda anterior, o Spacemen 3. As composições dos Spiritualized têm mudado de álbum para álbum, com Pierce, que escreve, compõe e canta todo o material da banda, sendo o único membro que tem permanecido ao longo dos tempos. Spiritualized lançou seis álbuns de estúdio. O mais conhecido e aclamado pela crítica é de 1997, “Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space”, que a revista NME elegeu como álbum do ano.

Um punhado de terra, estreou a 22 de setembro de 2011 e manteve-se em cena até 2 de outubro de 2011, na Sala Estúdio Latino, Teatro Sá da Bandeira, Porto. Retrata um escravo negro, trazido à força de África para uma terra de que nunca ouvira falar, Portugal; conta como lhe mataram a mulher, os filhos e os amigos, como destruíram a sua aldeia e aniquilaram o seu povo e como pede aos seus deuses a morte e a maldição dos estrangeiros e seus descendentes, responsáveis pela sua desdita e pela destruição do seu povo. Devido ao seu sucesso a obra foi ainda reposta a 6 e 7 de janeiro de 2012.


Cinema O filme Melancolia foi lançado em 2011, por Lars von Trier, cineasta dinamarquês, nascido em Copenhague a 30 de abril de 1956. Melancolia é uma ficção com suspense, que aborda a natureza humana e as suas reações, seguindo a premissa de que as pessoas depressivas tendem a reagir de um modo estranhamente calmo em situações limite, tratando o fim do mundo como alegoria da morte, da qual até hoje ninguém escapou. Mais do que um filme-catástrofe, retrata um cenário palaciano de duas irmãs - uma noiva, Justine (Kirsten Dunst) e outra, já mãe, Claire (Charlotte Gainsbourg), com John seu marido (Kiefer Sutherland). Toda a ação tem por base esta família e está dividida em em duas partes: a primeira, antes de se saber que o Mundo vai acabar e o casamento falhado de Justine; a segunda, quando o Apocalipse terrestre é já (quase) uma certeza e onde é dado destaque ao mundo pessoal de Claire.


Ensino Superior No Porto

FBAUP ensino público

ESAD ensino privado

Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto www.fba.up.pt

Escola Superior de Artes e Design www.esad.pt

Artes Plásticas

Artes

Pintura Escultura Multimédia

Artes Digitais e Multimédia Joalharia

Design

Design

Design de Comunicação Multimédia

Comunicação Interiores Moda Produto

Ficha Técnica

Editor Catarina Peixoto

Periocidade Trimestral

Conselho editorial

Tiragem 800 Exemplares

Catarina Peixoto /Maria Ferreira/ Miguel Ribeiro/ Samuel Pereira/ Sara Silva

Propriedade

Design Catarina Peixoto

Escola Artística Rua Major David Magno, 139 http://www.essr.net

Apoio gráfico Susana Queirós / Filipe Martins

Tel.: 225 371 010

Impressão Gráfica Clássica

E-mail inove@gmail.com


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