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Aprendizagem de aquário

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A Escola ausente

A Escola ausente

Hoje uma dessas sementes mandou-me uma mensagem. Foi minha aluna de Psicologia B há 4 anos. Vicissitudes da vida, que acontecem a todos nós, levaram-na, precocemente, ao mercado de trabalho. Escreve-me dizendo que, contudo, “o bichinho “do que aprendeu na disciplina contínua a germinar em si e ela percebeu que gostaria que seu futuro passasse por este conhecimento. Faz planos para que, daqui a um ano ou dois, possa ter condições para ir para a Faculdade e pede-me orientações para continuar a aprender assuntos de psicologia de uma forma autodidata, até lá. Diz-me que este tempo, em que fez outras coisas, só reforçou a sua vontade de alimentar o tal “bichinho” …. Este “bichinho” foi gerado nos grandes debates na aula; nos trabalhos de investigação em equipa; nas quartas feiras de tarde em que nos encontrávamos, de forma informal, para discutir a vida; no trabalho de design thinking que levou a sua turma aos corredores da Universidade Católica para partilhar ideias com outros jovens, outras escolas, outras mentes…. No tempo em que foi minha aluna, pressenti o interesse pela disciplina e também alguns distratores que dificultavam que fizesse melhor, como parecia ser capaz. Fez bem. Disse-lhe que, com vontade e compromisso brilharia. Hoje, na sua mensagem, pressinto essa vontade e o compromisso para outras conquistas. O único que interessa: o que nasce fiel a essa vontade. Percebo que levou da escola a lição mais preciosa: pela aprendizagem é que vamos!! Haverá maior gratificação para um professor?

Aprendizagem de aquário

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Ana Paula Silva

Um deste dia encontrei três oportunidades formativas on line que me pareceram interessantes. Promovidas por uma editora e dois centros de formação de professores, todas focavam temas que me interpelam. Mas, ao inscrever-me, percebi que eram no

mesmo dia. Desolada por ter de escolher verifiquei depois, que poderia assistir às três numa tarde de maratona formativa … Não tinha falta (como os alunos). Estava presente motivada, curiosa, disponível. Estava ali para aprender. Voluntariamente, assumidamente consciente da importância que a formação profissional tem para o desenvolvimento e empoderamento conhecedor na vida profissional de um professor. Mas…. duas horas de alguns depoimentos e PowerPoints, comecei a desenhar borboletas!!! (este é o meu sinal de alarme de que estou a desligar …). Respiro fundo, pouso a caneta e pelo sim pelo não fecho o caderno de apontamentos, não vá a minha imaginação começar a desenhar sem instrumento. Recentro-me, foco-me e disciplino-me: “Fica atenta! isto é importante! “(ouço o meu id submergir timidamente: mas podia ser mais interessante …) Volto a estar atenta: curiosamente fala-se do ensino @ distância e como as suas ferramentas digitais são muito apelativas …, mas a aplicação não abre!!! Coisas que acontecem…voltemos ao PowerPoint. E não é que este congela? E nós com ele!!! E agora? Passa-se para outro interveniente até ser sanado o problema técnico. Lembrei-me, então, de uma formação que há anos realizei em Braga. Quando entro na sala completamente cheia, verifico em pânico que não existe computador ou qualquer equipamento de projeção. Pensando que estes recursos estivessem disponíveis o único suporte que tinha para a minha apresentação estava inviabilizado. E agora? Bom, devo dizer que foram quatro horas extraordinariamente interpelantes de procura, de partilha de aprendizagem…. Os professores usaram o seu melhor recurso: a palavra. Que incentiva, que desafia, que desperta curiosidade …. Que provoca. Voltei à realidade. Agora sim, alguém falava de forma fluída e tão interessante que não me dava tempo para “borboletas”. Segui o seu interpelante raciocínio, voltei a abrir o caderno e tomei notas. Tive vontade de ir ao “chat” colocar algumas questões. Desmobilizei, quando vi que eram em tão grande número que o feedback não era provável (na primeira formação da tarde alguém selecionava a questões que lhe pareciam ser mais interessantes para serem respondidas …. O que faz as respostas perder sentido).

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