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SEMANÁRIO NACIONAL OPERÁRIO E SOCIALISTA
WWW.PCO.ORG.BR/CAUSAOPERARIA • ANO XXXV • Nº 842 • DE 4 A 10 DE ABRIL DE 2015 • R$ 6,00
GREVE DOS PROFESSORES DE SÃO PAULO
DERROTAR ALCKMIN Todos com os
educadores em luta, no Palácio dos Bandeirantes
SEXTA, 10 DE ABRIL, ÀS 14H
D
epois de três semanas em greve e quatro grandes assembleias e multitudinárias passeatas na Avenida Paulista (que reuniram um total de mais de 100 mil pessoas), os professores paulistas aprovaram marchar, no próximo dia 10, junto com pais, alunos e todos as organizações de trabalhadores que apoiem sua luta, em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. A mobilização na base do maior sindicato do País e da América Latina
é a resposta da categoria à política de “ajustes” do governo tucano – comum a todos os governos burgueses, diante da crise – e que em São Paulo (como em muitos outros estados) tem como alvo primeiro os trabalhadores da Educação pelo fato de que os orçamentos públicos deste setor estão entre os maiores do setor público, concentrando só no estado de São Paulo, mais de R$35 bilhões. Fora, Alckmin! Leia o editorial na página A2.
PARA EVITAR BRIGAR
PT quer combater o monopólio da imprensa sem mexer nas concessões
Apenas mudar parcialmente a distribuição de verbas federais de publicidade, favorecendo grupos
ligados ao PT, não servirá para enfrentar poder de influência da imprensa monopolista B3
Morrendo pelo direito de escolher C5
ABORTO:
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Como enfrentar a direita?
Nas ruas, através da unidade e da luta dos trabalhadores e de suas organizações de luta, pelos meios que forem necessários.
editoriais
Empresários pagam e IBOPE mostra popularidade de Dilma em baixa recorde Serra prepara a privatização do pré-sal e a iquidação da Petrobras opinião Duas classes, duas juventudes Luís Carlos Valois
NESSE 1º DE MAIO, mobilizar contra o golpismo e pelas reivindicações dos trabalhadores e de todos os oprimidos Nos dirigimos aos trabalhadores da cidade e do campo, à juventude e a todas as suas organizações de luta (como a CUT, MST, MTST, UNE, sindicatos, parti-
dos e organizações de esquerda) e chamamos a cerrarmos fileiras e marcharmos juntos em defesa dos interesses dos trabalhadores contra um inimigo muito mais forte
NOTA DA CORRENTE ECETISTAS EM LUTA
É preciso combater a infiltração da direita golpista no sindicalismo dos Correios Sindicalistas da Conlutas nos Correios estão aliados com extrema-direita fascista para defender a privatização, o fim dos sindicatos, a repres-
são policial e os ajustes econômicos contra os trabalhadores, leia nota publicada e distribuída pela corrente Ecetistas em Luta na categoria C3
e perigoso do que a política de conciliação de classes do PT e que está por detrás desta política: o imperialismo e seus representantes no Brasil. A3
JAZZ 25 anos da morte de Sarah Vaughan, umas das maiores vozes do Jazz dos anos 1940 B4
OPERAÇÃO LAVA JATO
Campanha "contra corrupção" visa Direita aponta atacar liberdades democráticas suas armas para Juiz Sergio Moro pretende acabar com a presunção de inocência. B4 17 milhões de jovens Proposta aprovada na Comissão de Constituição e Justiça terá de passar por comissão especial e depois será levada para votação no Plenário da Câmara B4
ASSISTA, TODOS OS SÁBADOS, ÀS 11 HORAS
Análise Política Semanal com Rui Costa Pimenta Análise da situação política, ao vivo pela Causa Operária TV com a participação direta dos espectadores em
www.pco.org.br/blog/tv
O QUE UM GOLPE RESERVA AO BRASIL?
A censura e a repressão depois da derrubada de Lugo no Paraguai O golpe de estado no a América Latina: aumenpaís vizinho mostra a polí- tar o repasse do peso da tica do imperialismo para crise para a região. B7
CAUSA OPERÁRIA
A2
O governo que prometeu o que não podia cumprir
E
m uma entrevista para a BBC, José Manuel Barroso, ex-primeiro-ministro de Portugal e ex-presidente da Comissão Europeia (parte da famosa troika), declarou que o Syriza fez promessas aos gregos que não pode cumprir. Segundo Barroso, faltava “experiência” ao partido do primeiro-ministro grego Aléxis Tsipras. A “experiência” que faltava ao Syriza no ponto de vista de Barroso era a experiência de se curvar aos “sócios” imperialistas da União Europeia (UE). Entre as promessas que a Grécia não poderia cumprir, estava o aumento do salário mínimo e a criação de novos empregos, enquanto os credores exigem a continuação de uma política recessiva e de arrocho salarial, além da venda de tudo que pertence ao Estado. Barroso disse que as exigências gregas eram “completamente inaceitáveis”. Na quarta-feira (1), o governo grego fez uma nova proposta para os credores, prometendo combater a sonegação e fraudes, para aumentar a arrecadação. Mas o plano ainda inclui aumento do salário mínimo e de pensões, o que provavelmente será rejeitado mais uma vez. Barroso comentou que a saída da Grécia da UE nesse momento seria ruim mas não causaria tantos danos quanto antes, pois o mercado europeu estaria mais “confiante”. Com o objetivo de conter o enorme descontentamento das massas, o Syriza está tentando colocar em pé alguns programas assistenciais, englobados no chamado Programa Salônica, que inicialmente deveria ser aplicado nos primeiros 100 dias de governo,
mas que passou a ser considerado para quatro anos. O programa oferece comida de caridade e energia elétrica para as 300 mil famílias mais pobres, ao custo de 1,9 bilhões de euros, além de 750 euros mínimos mensais para aqueles que tenham convênios coletivos. Mas é um programa muito limitado, muito pouco perante a tremenda crise que tomou conta da sociedade grega. Os trabalhadores de período parcial ou por horas não têm direito a participar. As principais propostas de Syriza, que agora foram no fundamental deixadas de lado, são o fim dos planos de austeridade impostos pela troika, uma auditoria internacional sobre a legitimidade da dívida pública e uma nacionalização parcial do sistema financeiro mantendo em pé os mecanismos especulativos imperialistas. O Syriza abandonou a bandeira da ruptura com a União Europeia e o questionamento da dívida pública. A crise do regime parlamentar burguês demonstra que os trabalhadores não conseguem ser enfrentados por meio da canalização institucional dos protestos. A ala esquerda da frente popular, com o Syriza à cabeça, mas da qual também participa o KKE (o Partido Comunista grego), apesar da fraseologia pseudo-revolucionária, busca aproveitar o alto grau de descontentamento popular para aumentar sua representação no parlamento e o controle burocrático dos sindicatos, e está se transformando no mecanismo de contenção que deverá ser ultrapassado pela ascensão das massas trabalhadoras contra as políticas da burguesia grega e o imperialismo.
Empresários pagam e IBOPE mostra popularidade de Dilma em baixa recorde
O
muitas vezes questionado Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) divulgou no dia 1º de Abril uma pesquisa de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento o número de pessoas que consideram o governo ótimo ou bom teria caído de 40%, da pesquisa feita em dezembro, para apenas 12%, enquanto que o número de pessoas que consideram o governo ruim ou péssimo passou de 27% para 64%. Em relação à maneira com que a presidente está governando o Brasil, 19% responderam que aprovam, 78% reprovam e 4% não responderam à pergunta. Neste quadro, a pesquisa também apresenta uma mudança significativa em relação ao final de 2014, quando 52% dos entrevistados aprovavam o modo de governar. A imprensa burguesa divulga o resultado da pesquisa como se fosse uma verdade absoluta, impulsionando os setores golpistas que o usam como prova de que a presidente não possuiria mais nenhum apoio. A pesquisa,
DATAS de 4 a 10 de abril de 2015
no entanto, é facilmente manipulável, uma vez que conta com entrevista de apenas duas mil pessoas, dentro de um universo de mais de 140 milhões eleitores em todo o país. O próprio IBOPE é questionado por diversas pesquisas que divulga, tanto dentro de questões políticas quanto de audiência, principal pesquisa do grupo. Recentemente, o grupo SBT ganhou um processo contra o instituto de pesquisa, em que pedia a abertura da metodologia usada para calcular a audiência na televisão, por acreditar que a distribuição dos equipamentos usados seria feita de forma a favorecer a Rede Globo. Em outros países onde atua, como Argentina e México, o IBOPE chegou a ser questionado pelos próprios governos sobre a idoneidade de suas pesquisas. Diante do avanço do golpismo, pesquisas de opinião são amplamente manipuladas para criar um clima favorável à derrubada do governo. A manipulação das pesquisas pelo IBOPE já era evidente durante o período eleitoral de 2014, em que seus resultados estavam muitas vezes opostos aos de outras pesquisas e sempre favorecendo os candidatos da direita.
5 de abril 1968 Ministro da Justiça proíbe o funcionamento da Frente Ampla, criada por Carlos Lacerda, João Goulart e Juscelino Kubitschek, movimento pela volta da democracia no Brasil
NAScerAm Marguerite Duras, escritora francesa 4 de abril 1914 Andrei Tarkóvski, cineasta soviético 4 de abril de 1932 Gabriela Mistral, poetisa chilena 7 de abril 1889 Francis Ford Coppola, diretor de cinema norte-americano 7 de abril 1939
de 4 a 10 de abril de 2015
Charge da semana
opinião
Duas classes, duas juventudes Luís Carlos Valois
H
á horas em que Marx está mais vivo do que nunca, e uma delas é quando a elite, confortável em suas poltronas, resolve discutir questões criminais. Ela nunca olha para o próprio rabo, o problema é sempre o criminoso na rua, o furtador de celular, o batedor de carteira ou o traficante, que vende droga para ela mesma, a classe privilegiada. Discute-se o crime apenas como subterfúgio para se desfilar toda uma série de preconceitos e intolerâncias contra o pobre. Agora, de novo, a diminuição da idade penal. Alguém tem dúvida de que se o filho de algum desses privilegiados pudesse, ao menos na imaginação, estar nas ruas furtando ou vendendo entorpecente, que eles não estariam pedindo mais prisões e mais encarceramento? Já disse que a diminuição da idade penal será um genocídio. Pela simples razão fisiológica de que os menores de 18 anos não têm a mesma força física que os maiores, e vão morrer nas penitenciárias que possuímos. Mesmo que digam que haverá separação entre menores de dezoito e maiores, ninguém deve acreditar nisso, porque a própria Constituição Federal já prevê a separação entre menores de 21 anos e maiores e eles nunca foram separados: cumprem suas penas todos misturados na sujeira e na promiscuidade. As palavras têm mesmo vários sentidos e revelam muitas coisas. Juventude é uma delas, uma que demonstra bem a divisão de classes. A juventude de uma classe é a juventude que queremos proteger, a juventude futuro do Brasil, nossa bela, singela e, às vezes, ingênua juventude. Já a juventude da outra classe é perigosa. São monstros, violentos, e se têm, como gostam de dizer, capacidade de cometer crimes como adultos, devem ser punidos como adultos. Não merecem proteção, não são ingênuos, longe disso. Pode ser que haja efetivamente diferença entre essas duas juventudes, vez que uma delas não pode ter a mãe por perto vinte e quatro horas, não John Fante, escritor norte-americano 8 de abril 1909
Na foto Celina Guimarães Viana é a primeira mulher a votar no Brasil, na cidade de Mossoró no Rio Grande do Norte 5 de abril 1928
tem babá e às vezes nem pai. Assistência do Estado, nem pensar. Ensino, o que todos conhecem. E, assim, uma juventude que convive com a vida mais cedo, com a rua e toda a realidade cruel que a outra classe teima em não ver, mesmo vendo pelos vidros escuros de seus carros. Imaginem um policial falando mais duro com um bebezinho de 16 anos, filho de um rico, se nem a professora ou o colega podem. Seria bullying. Bullying de pobre é o ônibus lotado, é ter que ficar de cara para a parede ou para o chão enquanto a polícia o revista como marginal, mesmo que esteja fardado para ir à escola. Bullying de pobre é a fome e o esgoto que passa em frente a sua casa. Não, essa classe privilegiada não está pensando na sua juventude quando pede a diminuição da idade penal. A elite e a classe média, que nada mais é do que um arremedo da elite, vivendo na imitação do que acha que é o ideal de conforto e bem estar, não estão pensando nos seus filhinhos indo para a cadeia. Na visão das duas juventudes se cristaliza como nunca a luta de classes, com uma delas na eminência de ser massacrada. Para a outra, restam os lucros da indústria do encarceramento, da venda de armas, e o prazer de ver seus filhinhos tirando carteiras de motorista mais cedo. De minha parte, eu que decidi meu voto para presidente em oposição ao discurso punitivista de um dos candidatos, espero que o outro, com seu partido afogado em denúncias de corrupção, tenha força moral e política para se contrapor à diminuição da maioridade penal, política que, apesar de não diminuir a criminalidade, é ótima para fazer o público esquecer dos verdadeiros problemas, portanto ótima para desviar a atenção do que foi desviado. A diminuição da idade penal agora, neste momento, é mais um estelionato político. Luís Carlos Valois é juiz de Direito, mestre e doutorando em Direito Penal pela Universidade de São Paulo, membro da Associação de Juízes para Democracia - AJD e porta voz da Law Enforcement Against Prohibition (Agentes da Lei contra a Proibição) - LEAP
morrerAm Martin Luther King, ativista negro pelos direitos civis nos EUA 4 de abril 1968 Isaac Asimov, escritor russo 6 de abril 1992 Emiliano Zapata, revolucionário mexicano 10 de abril de 1919 Cora Coralina, escritora brasileira 10 de abril de 1985
B1
de 4 a 10 de abril de 2015
SEGUNDO CADERNO
internacional & política
Golpismo
Plenária da CUT e dos movimentos sociais
Quanto custa a campanha pelo impeachment? Movimentação do PSDB e grupos de extrema-direita apontam para gastos milionários na campanha golpista B2
Do dia para a noite
Vem Pra Rua assume o golpismo e pede "Fora Dilma" Grupo que negava a possibilidade de impeachment passa a defender qualquer forma de derrubar o governo que seja respaldado pela lei B2 Para evitar briga
PT quer combater o monopólio da imprensa sem mexer nas concessões Apenas mudar parcialmente a distribuição de verbas federais de publicidade, favorecendo grupos ligados ao PT, não servirá para enfrentar poder de influência da imprensa monopolista B3 Nota oficial do PCO
Sair às ruas contra o golpe Direita golpista caminha para um acordo contra os direitos democráticos da população para por fim ao governo Dilma e colocar no seu lugar um governo ainda mais submisso aos interesses do imperialismo contra a população trabalhadora. As organizações de luta dos trabalhadores e da juventude e a esquerda precisam convocar uma ampla mobilização para se opor ao golpe e derrotar os golpistas B5
Plenária reuniu centenas de organizações e milhares de ativistas do movimento operário, popular e da juventude e declaração acima, do dirigente do MST, muito aplaudida, expressou a disposição de luta crescente contra o golpismo da direita
B2
interesses do imperialismo contra a população trabalhadora”, diante do que propõe que “as organizações de luta dos trabalhadores e da juventude e a esquerda precisam convocar uma ampla mobilização para se opor ao golpe e derrotar os golpistas”. Alegando questão de tempo (que não se justifica), o representante do PCO, o companheiro Antônio Carlos Silva, da coordenação da Corrente Sindical Nacional Causa Operária, embora compondo a mesa do encontro, não pode fazer uso da palavra, assim como a maioria dos seus componentes que, no entanto, foram representados pelos dirigentes de suas organizações partidárias.
O presidente da CUT cri- que os movimentos sociais ticando os ajustes de Levy defendem o resultado das diante de Lula e do plenário urnas e condena o golpismo lotado de setores que insinuam imRealizou-se nesta terça- peachment” (Portal da CUT), feira (31), na Quadra dos mas criticou as medidas de Bancários, em São Paulo, a ajuste fiscal que restringem Plenária Nacional dos Movi- direitos dos trabalhadores, mentos Populares por Mais como as MPs 664 e 665, que Democracia, Mais Direitos alteram regras de seguroe Combate à Corrupção rea- desemprego e pensões, enlizada na noite desta terça tre outros e disparou ao la(31) em São Paulo. do de Lula, ”Não podemos O encontro repetiu-se em acreditar que o ajuste fiscal outros 24 estados e sinalizou do Levy (Joaquim Levy, miuma ampliação da mobiliza- nistro da Fazenda) vai leção que no dia 13 de março var reste País para a frenpassado reuniu mais de 100 te... não vamos aceitar tarimil manifestantes em todo faços”, afirmando que se fo- Lula encerrou o o País, em defesa de reivin- rem adotadas medidas con- encontro dicações dos trabalhadores tra os trabalhadores, “o peão diante da crise (como a de- vai ficar bravo com a gente e O ex-presidente Luís Ináfesa da Petrobrás e contra o não vai defender o governo". cio Lula da Silva, encerrou PL 4330, da terceirização) e O presidente da CUT des- o encontro, destacando que contra o golpismo da direi- tacou a necessidade de de- seu próprio governo tamta, que foi fundamental para fender o governo diante dos bém foi alvo de ataques maexpressar oposição à mani- ataques da direita mas assi- ciços e constantes da opofestação comandada pela di- nalou também que é preciso sição e da mídia, lendo trereita golpista e antioperária “tributar as grandes fortunas” chos de jornais da imprensa realizada no dia 15 de março, e adotar outras medidas que burguesa golpista (como O sob o patrocínio do governo façam os capitalistas “parar Globo, Folha, Estado de S do Estado de São Paulo (co- de mandar nossas riquezas Paulo) que atacavam claramandado pelo PSDB), pro- para fora”. mente sua gestão, segundo movida intensamente pela ele, por conta da politica em Rede Globo e todos os mo- Não vamos para favor da indústria nacional nopólios de comunicação. debaixo da cama ou (Petrobrás, indústria naval para Paris etc.) e de medidas em favor Contra o golpe e os da maioria da população. ajustes de Levy Em uma intervenção basLula assinalou que eles tante combativa e muito “estão fomentando uma luta O ato de SP, reuniu cen- bem recebida pelo plená- de classes de cima para baitenas de entidades do mo- rio, o representante do MST, xo” e pregou uma conciliavimento operário, popular Gilmar Mauro, assinalou: ção – cada vez mais impossíe estudantil. Compuseram a "não haverá tentativa de gol- vel na atual etapa de crise, ao mesa cerca de 30 organiza- pe neste País sem resistên- afirmar que “não queremos ções, entre as quais a CUT cia de massas nas ruas. Não perturbar o andar de cima... (Central Única dos Traba- iremos para debaixo da ca- mas não perturbem a gente”. lhadores), o MST (Movi- ma, nem deixar o País... nosEvitando falar de golmento do Trabalhadores so movimentos não forma- pe, impeachment etc. LuSem Terra), a UNE (União ram covardes e este é o nos- la mostrou cautela: admitiu Nacional dos Estudantes) e a so País”. equívocos do governo, proCMP (Central de MovimenGilmar também não pou- curou mostrar timidamente tos Populares), PT, PCdoB e pou os ajustes, ”nós sabe- algum otimismo, mas destaPCO. mos que precisamos de ajus- cou que “se eles querem tiFaixas e palavras de or- te, mas não sobre os direi- rar o povo do governo... vão dem gritadas pelos ativis- tos adquiridos dos trabalha- ter que esperar até 2018 para tas presentes expressavam dores. Precisamos de ajus- fazer nova tentativa” e ainda o crescimento das tendên- tes sobre o capital. Dizem conclamou as entidades e cias a uma ampla mobiliza- por aí que o mercado costu- militantes a “não abaixar a ção em defesa de reivindi- ma acorda nervoso. Pois eu cabeça” cações dos explorados dian- quero que o mercado acorde te da crise e contra o avanço nervoso pelos próximos 500 Calendário de do golpismo da direita (seja anos, porque enquanto isso mobilização pelo impeachment , seja por os trabalhadores teriam casa outros mecanismos). e emprego". O calendário apresentaAbrindo a plenária, um do no encontro, apontou no dos apresentadores, o com- A intervenção do PCO sentido de uma necessária panheiro João Paulo, do ampliação da mobilização MST, conclamou: "Não ao Único partido representa- operária e popular contra golpe. Estamos aqui pelos do no ato que não integra o o golpismo e em defesa das direitos dos trabalhadores, governo e não chamou a vo- reivindicações dos trabalhapela democracia, pelos di- tar em Dilma Rousseff e se dores. reitos dos trabalhadores e opõe à capitulação política Como pontos centrais contra corrupção e em defe- do PT no governo diante da desta mobilização foram sa da Petrobras, e em espe- ofensiva da direita, o PCO destacados os atos no prócial em defesa do povo bra- compareceu com faixas em ximo dia 7 quando todas as sileiro". defesa das reivindicações entidades presentes estão Em um plenário majo- dos trabalhadores, bandei- convocando manifestações ritariamente composto por ras e distribuiu no ato a No- em todo o País e a ocupar o apoiadores do PT e eleitores ta Oficial da direção parti- Congresso Nacional no dia da presidente Dilma Rous- dária intitulada “Sair às ruas 7 de abril, contra a aprovaseff, não faltaram cobranças contra o golpe” em que as- ção do PL 4330, que impõe a e críticas (ainda que limita- sinala que a “direita golpis- terceirização em larga escala das) à adoção pelo governo ta caminha para um acordo contra milhões de trabalhafederal de uma política de contra os direitos democrá- dores e a realização de um “ajustes “ que ataca dos tra- ticos da população para por 1o. de Maio unitário em torbalhadores. fim ao governo Dilma e co- no da reivindicações da pleO presidente da CUT, locar no seu lugar um gover- nária e das mobilizações do Vagner Freitas, deixou claro no ainda mais submisso aos ato do dia 13 de março.
O que um golpe reserva ao Brasil
Rogério Chequer
Líder das manifestações coxinhas é um parasita financeiro
"Não haverá tentativa de golpe neste País sem resistência de massas nas ruas”
A censura e a repressão depois da derrubada de Lugo no Paraguai B7
B8
INTERNACIONAL
CAUSA OPERÁRIA
de 4 a 10 de abril de 2015
Ucrânia
Líder neonazista diz que os moradores de Donbass deveriam ser deportados Recentemente, Dmitri Yarosh foi indicado pelo presidente Petro Poroshenko para um cargo no Ministério da Defesa Em uma entrevista para no. Segundo ele, em Donbass o jornal ucraniano Obosre- moram apenas "sovoks", um vatel publicada no dia 19 de termo pejorativo que derimarço, o líder do Setor Di- va da palavra ucraniana para reito, Dmitri Yarosh, decla- "soviético". rou que os moradores de Em Donbass ficam os dois Donbass devem ser priva- estados do leste da Ucrânia, dos de direitos civis e de- Donetsk e Lugansk, que se portados. declararam independentes O Setor Direito foi uma do resto do País depois que das organizações neonazistas o governo golpista tomou o que participaram do golpe poder em Kiev. Os neonazisque derrubou Viktor Yanu- tas combatem na frente conkovich em fevereiro do ano tra Donetsk e Lugansk com passado. Yarosh hoje é mem- diversos batalhões de volunbro do Parlamento ucrania- tários.
Esses estados eram os mais lenta de grupos fascistas xenóindustrializados do País, e a fobos, foi retirar o status de línresistência tinha um sentido gua oficial regional do russo. de defesa da indústria local. Por isso o ódio de Yarosh As condições do FMI para contra a resistência no leste. dar um "empréstimo" à Ucrâ- Primeiro, por preconceito, e nia estão liquidando a indús- segundo, porque a resistência tria nacional na Ucrânia. Em tem sido bem sucedida conLviv, no extremo oeste do tra o fascismo. Segundo ele, é País, sete minas foram fecha- preciso se livrar dos cidadãos das recentemente, provocan- "incontroláveis". "Se nós nos do protestos e greves de mi- livrarmos dos incontroláveis, neiros na região. tudo ficará bem, quieto e paOutro motivo para a resis- cífico. E então, claro, um protência contra os golpistas de grama carinhoso de ucraniKiev é que a maioria da popu- zação pode começar". lação no leste é etnicamente Para o neonazista Yarosh, russa. Uma das primeiras me- o exemplo a ser seguido é o didas do governo golpista, co- que aconteceu em Konstanlocado no poder pela ação vio- tinovka, cidade ocupada on-
Dmitri Yarosh, líder do Setor Direito de soldados ucranianos atro- estavam instigando a revolta, pelaram e mataram uma me- tudo acabou de uma vez. Isso nina de 8 anos. "Os eventos é ordem." em Konstantinovka são um Na semana passada, o preexemplo do que eu quero di- sidente da Ucrânia, Petro Pozer. Se tivéssemos mostrado roshenko, ofereceu para Yaum pouquinho de fraqueza... rosh um cargo no MinistéLogo no começo um bando rio da Defesa. Yarosh aceitou de 'heróis' começou a gritar, "como voluntário". Em troca, usando a tragédia para seus Poroshenko quer incorporar próprios interesses separatis- os batalhões de voluntários tas. E quando nossos caras fascistas do Setor Direito ao vieram e começaram a atirar Exército, numa tentativa de pro alto e a prender os que controlá-los.
Queda de avião na Ucrânia
Campanha permanente
Reuters mentiu sobre queda de avião da Malaysia Airlines
A americanização" das eleições na Inglaterra
Reportagem publicada pela RT nesta segunda-feira, 30 de março, mostra que a agência de notícia Reuters mentiu sobre a entrevista de um morador de Lugansk. O entrevistado, Pyotr Fedotov, de 58 anos, testemunha da queda do voo MH17, depois de dizer que um míssil teria partido das posições do exército ucraniano e derrubado o do problemas." E completou: avião, teria, segundo artigo "Tudo isso foi fantasia do jorda Reuters, contado outra nalista, ou talvez eles tirem história longe das câmeras. algum benefício disso". O voo MH17 foi um voo As potências ocidentais da Malaysia Airlines, em que acusaram a resistência em um Boeing foi abatido na re- Donetsk e Lugansk pela quegião de Lugansk. da do avião, aproveitando paA RT conversou com Fe- ra responsabilizar o presidendotov, que declarou: "Quan- te da Rússia, Vladimir Putin. do nós conversamos sobre o O conflito na Ucrânia foi Boeing na câmera, eu expli- desencadeado por um golquei tudo como aconteceu. pe contra o presidente Viktor As coisas que eu teria dito fo- Yanukovich. A população de ra das câmeras foram inven- Donetsk e Lugansk não aceita tadas pelo jornalista. É tu- o governo golpista que assudo mentira. Fora da câmera, miu depois da queda do prenós nunca discutimos sobre sidente, e por isso se separou o Boeing". do resto do País. O golpe foi Fedotov contou que o jor- impulsionado pelo imperianalista o contatou para saber lismo norte-americano, que se ele estava tendo "proble- usou os fascistas ucranianos mas". "O jornalista me ligou para precipitar a queda de e perguntou se eu estava ten- Yanukovich. do problemas. Eu estava realRecentemente, um descuimente surpreso. Por que eu do da Reuters mostrou seu estaria em perigo se eu disse alinhamento com a burguea verdade? Então meus ami- sia golpista no Brasil. No úlgos me falaram que no arti- timo dia 23, a agência de nogo estava escrito que eu disse tícias britânica Reuters publicoisas diferentes para as câ- cou matéria sobre entrevismeras e fora delas. Foi quan- ta feita com o ex-presidendo eu entendi por que ele me te Fernando Henrique Carperguntou se eu estava ten- doso (PSDB) com uma nota
indicativa do editor incluída no texto final de maneira acidental. Na entrevista, Fernando Henrique destaca que a maioria dos investigados na Operação Lava Jato foi indicada para os cargos de mando durante os mandatos de Lula. Após destacar esta fala do ex-presidente, a matéria da agência trata do caso de Pedro Barusco, ex-gerente de serviços da Petrobras, que teria começado a receber propina durante o mandato de FHC. Ao final do parágrafo sobre Barusco, o editor deixou a nota “podemos tirar, se achar melhor”, indicando a supressão desta informação. Assim como em outros países em que o imperialismo começou a atuar de forma golpista, a cartelização da imprensa sempre foi uma questão fundamental. Desta forma, a imprensa burguesa é um dos principais instrumentos para criar o clima favorável ao golpe e proteger os golpistas contra qualquer denúncia.
"
Antes do "podemos tirar, se achar melhor", Reuters inventou um testemunho que não existiu em Lugansk
Mudança nas regras das eleições são consequência da crise do bipartidarismo britânico
Falência do bipartidarismo
Até 2011, as eleições na Inglaterra eram breves. O primeiro-ministro convocava eleições, uma data era marcada e os partidos faziam suas campanhas. Isso terminou com um ato no Parlamento que fixou que a cada cinco anos serão realizadas novas eleições. A medida surgiu de um acordo entre o Partido Conservador e o Partido Liberal, que governam juntos em uma coalisão. O Partido Liberal temia que, caso os conservadores achassem que poderiam obter maioria, convocassem eleições para se livrar da coalisão e governarem sozinhos.
A situação que levou à mudança de regras, com os conservadores precisando do apoio dos liberais, expressa a crise do sistema bipartidário inglês. Todo o sistema eleitoral inglês favorece a manutenção dos dois maiores partidos no poder, os conservadores e o Partido Trabalhista. O último golpe contra o sistema partidário foi dado pelo UKIP (Partido da Independência do Reino Unido), partido de extrema-direita em crescimento eleitoral constante. Nas eleições em maio do ano passado, o UKIP foi de 17 assentos para 136 nos conselhos municipais. Um desempenho paralelo ao da Frente Nacional, liderada por Marine Le Pen, na França.
O primeiro-ministro ainda pode antecipar as eleições, mas nesse caso, agora, terá que conseguir dois terços das cadeiras do Parlamento para poder governar sem fazer alianças. A nova regra eleitoral leva ao que estão chamando na Inglaterra de "americanização" das eleições. Com uma data fixa eleitoral no horizonte, os partidos começam suas campanhas muito antes, e as campanhas estão ficando mais longas e mais caras. Isso retirou uma vantagem do partido no governo, que controlava a data das eleições e podia tentar escolher um momento favorável.
C1
de 4 a 10 de abril de 2015
TERCEIRO CADERNO
movimentos
7 de abril
Direita quer aprovar projeto de lei da terceirização Ocupar o Congresso, impedir a votação! No próximo dia 7 de abril, de defender a “democracia, a Central Única dos Trabalha- os direitos dos trabalhares, a dores (CUT), outras organiza- Petrobrás e as reforma políções sindicais e movimentos tica, agrária e da comunicapopulares, estão convocando ção”, segundo o próprio site um ato no Congresso Nacio- da CUT. nal, em Brasília, para barrar A proposta de terceirizaa votação do PL 4330/2004, ção já se arrasta no parlado ex-deputado e empresário mento nacional faz mais de Sandro Mabel (PR/GO). 10 anos, e a direita dentro e O ato deve ocorrer em ou- fora do Congresso pressiotras cidades, e tem o objetivo na, em determinadas épo-
cas, para a aprovação e sanção da proposta que visa abrir a porta, de vez, para a terceirização em todos os ramos de trabalho no Brasil. Neste momento, em que existe uma polarização política no Brasil, a direita, mais uma vez, pretende fazer andar no Congresso Nacional o PL da terceirização. Para isso, conta com o avanço da direita dentro do parlamento nas últimas eleições.
A aprovação do projeto da terceirização é parte de todo o pacote da direita para o povo brasileiro. “Privatiza Tudo”, com diz um cartaz flagrado nas manifestações do dia 15 de março. E esse projeto é parte dessa campanha. Quer dizer, para os trabalhadores não restou muita alternativa a não ser ocupar o Congresso Nacional, impedir a votação! Os capitalistas, que não largam os subsídios e isenções do es-
tado, agora querem mais! Se aprovado o projeto, as atividades principais poderão ser terceirizadas, que por sua vez poderão também contratar terceirizadas. Diferentes empresas contrataram trabalhadores para a mesma atividade, com contratos específicos, sem vínculo empregatício e sem obrigação de oferecer benefícios trabalhistas existentes na empresa contratante. É o fim da contratação e
dos acordos coletivos para bancários, jornalistas, metalúrgicos, ecetistas e outras categorias. Os trabalhadores devem comparecer em massa no dia 7 de abril, no Congresso Nacional, em Brasília, ocupar o Congresso Nacional, e mostrar que existe resistência diante dos pacotes da direita e, com isso, mostrar que será ainda mais forte a resistência contra as tentativas de golpe da direita.
Paulista, 50 mil professores
Um recado ao reacionário governo Alckmin: “não vai ter arrego” Na maior mobilização da greve, categoria provoca mais de 600 km de congestionamento, rejeita propostas que sinalizavam trégua para governo que demitiu mais de 20 mil e decretou congelamento dos salários e decide pela continuidade da greve e por novas mobilizações na próxima semana C2 Terceira semana de greve em São Paulo
Professores na vanguarda da luta contra a direita Greves da categoria em vários estados mostram o caminho da luta contra a política que a direita quer impor no país C4 Fraude
40 anos de prisão
Mulheres condenadas em El Salvador A farsa das Lá, o aborto proibida em qualquer circunstância C5 eleições para o DCE Livre da USP PSTU e Psol 25 anos da morte de Sarah Vaughan, umas Calendário eleitoral feito pela atual gestão coloca contra a greve, “semana santa”, feriado na universidade, como a contra a unidade das maiores vozes do principal semana para campanha C7 dos trabalhadores Jazz dos anos 1940 C8 e a favor da direita golpista Em luta pela garantia Professores Rio Grande do Sul
Jazz
Unifesp-Guarulhos
Em vez de lutar contra a direita no governo do estado, PSTU e Psol são contra a greve e atacam os trabalhadores desfiliando o sindicato dos professores da CUT C4 CPI diz o que não é novidade...
Jorge Boueri e Geraldo Alckmin são culpados pela contaminação da USP Leste Relatório final da CPI sobre áreas contaminadas aponta o ex-diretor da EACH como sendo o responsável pelo depósito de terras contaminadas e o governador Alckmin pelo despejo de calhas e entulho no campus da USP Leste C7
dos serviços essenciais no campus, estudantes deflagram greve C6
C1
de 4 a 10 de abril de 2015
TERCEIRO CADERNO
movimentos
7 de abril
Direita quer aprovar projeto de lei da terceirização Ocupar o Congresso, impedir a votação! No próximo dia 7 de abril, de defender a “democracia, a Central Única dos Trabalha- os direitos dos trabalhares, a dores (CUT), outras organiza- Petrobrás e as reforma políções sindicais e movimentos tica, agrária e da comunicapopulares, estão convocando ção”, segundo o próprio site um ato no Congresso Nacio- da CUT. nal, em Brasília, para barrar A proposta de terceirizaa votação do PL 4330/2004, ção já se arrasta no parlado ex-deputado e empresário mento nacional faz mais de Sandro Mabel (PR/GO). 10 anos, e a direita dentro e O ato deve ocorrer em ou- fora do Congresso pressiotras cidades, e tem o objetivo na, em determinadas épo-
cas, para a aprovação e sanção da proposta que visa abrir a porta, de vez, para a terceirização em todos os ramos de trabalho no Brasil. Neste momento, em que existe uma polarização política no Brasil, a direita, mais uma vez, pretende fazer andar no Congresso Nacional o PL da terceirização. Para isso, conta com o avanço da direita dentro do parlamento nas últimas eleições.
A aprovação do projeto da terceirização é parte de todo o pacote da direita para o povo brasileiro. “Privatiza Tudo”, com diz um cartaz flagrado nas manifestações do dia 15 de março. E esse projeto é parte dessa campanha. Quer dizer, para os trabalhadores não restou muita alternativa a não ser ocupar o Congresso Nacional, impedir a votação! Os capitalistas, que não largam os subsídios e isenções do es-
tado, agora querem mais! Se aprovado o projeto, as atividades principais poderão ser terceirizadas, que por sua vez poderão também contratar terceirizadas. Diferentes empresas contrataram trabalhadores para a mesma atividade, com contratos específicos, sem vínculo empregatício e sem obrigação de oferecer benefícios trabalhistas existentes na empresa contratante. É o fim da contratação e
dos acordos coletivos para bancários, jornalistas, metalúrgicos, ecetistas e outras categorias. Os trabalhadores devem comparecer em massa no dia 7 de abril, no Congresso Nacional, em Brasília, ocupar o Congresso Nacional, e mostrar que existe resistência diante dos pacotes da direita e, com isso, mostrar que será ainda mais forte a resistência contra as tentativas de golpe da direita.
Paulista, 50 mil professores
Um recado ao reacionário governo Alckmin: “não vai ter arrego” Na maior mobilização da greve, categoria provoca mais de 600 km de congestionamento, rejeita propostas que sinalizavam trégua para governo que demitiu mais de 20 mil e decretou congelamento dos salários e decide pela continuidade da greve e por novas mobilizações na próxima semana C2 Terceira semana de greve em São Paulo
Professores na vanguarda da luta contra a direita Greves da categoria em vários estados mostram o caminho da luta contra a política que a direita quer impor no país C4 Fraude
40 anos de prisão
Mulheres condenadas em El Salvador A farsa das Lá, o aborto proibida em qualquer circunstância C5 eleições para o DCE Livre da USP PSTU e Psol 25 anos da morte de Sarah Vaughan, umas Calendário eleitoral feito pela atual gestão coloca contra a greve, “semana santa”, feriado na universidade, como a contra a unidade das maiores vozes do principal semana para campanha C7 dos trabalhadores Jazz dos anos 1940 C8 e a favor da direita golpista Em luta pela garantia Professores Rio Grande do Sul
Jazz
Unifesp-Guarulhos
Em vez de lutar contra a direita no governo do estado, PSTU e Psol são contra a greve e atacam os trabalhadores desfiliando o sindicato dos professores da CUT C4 CPI diz o que não é novidade...
Jorge Boueri e Geraldo Alckmin são culpados pela contaminação da USP Leste Relatório final da CPI sobre áreas contaminadas aponta o ex-diretor da EACH como sendo o responsável pelo depósito de terras contaminadas e o governador Alckmin pelo despejo de calhas e entulho no campus da USP Leste C7
dos serviços essenciais no campus, estudantes deflagram greve C6
CAUSA OPERÁRIA
de 4 a 10 de abril de 2015
MOVIMENTO OPERáRIO
C3
Nota da corrente Ecetistas em Luta
É preciso combater a infiltração da direita golpista no sindicalismo dos Correios Sindicalistas da Conlutas nos Correios estão aliados com extrema-direita fascista para defender a privatização, o fim dos sindicatos, a repressão policial e os ajustes econômicos contra os trabalhadores, leia nota publicada e distribuída pela corrente Ecetistas em Luta na categoria. A situação política no Brasil é cada vez mais polarizada. A burguesia internacional está se aproveitando das debilidades do governo do PT para colocar em marcha um golpe de Estado que substitua o governo por um que seja capaz de fazer aquilo que o governo do PT não conseguiu e não pode fazer: liquidar a Petrobrás, privatizar de uma vez os Correios, acabar com a CLT e muitas outras coisas. Isso tem que ficar claro de uma vez por todas. A política do PT, burguesa e patronal, não é suficiente para suprir os interesses materiais dos banqueiros e capitalistas em crise. Os capitalistas associados com o PT, além disso, têm interesses econômicos e políticos que conflitam com o interesse do imperialismo. O PT está entregando o correio para os capitalistas, mas para esses grandes monopólios, o processo é muito lento e demasiadamente parcial. Eles querem que os Correios sejam entregues de uma vez só para o usufruto dos capitalistas. Eles querem que seja feito com os Correios o que foi feito com as empresas privatizadas na época de FHC. Entregar tudo a preço de banana para os lucros dos capitalistas, promover dezenas de milhares de demissões. Essa é a mesma política em relação à Petrobras e a toda a economia nacional. Os grandes capitalistas que estão articulando o golpe contra o PT querem colocar em prática seu plano de devastação da economia brasileira. A campanha de denúncias que estão iniciando em torno ao Postalis, aproveitando a bandalheira dos atuais diri-
pedissem a intervenção militar, que significa acabar com todos os direitos democráticos dos trabalhadores. Nas manifestações, formadas por pessoas da burguesia, isto é, patrões, e da classe média alta, era enorme a hostilidade contra tudo o que pudesse lembrar trabalhador. Faixas contra a esquerda em geral, defendendo o anticomunismo, exatamente como fazia a ditadura militar. Uma boa parte das manifestações pediam a intervenção militar. Elogios à ditadura e aplausos à PM não faltaram. Se uma pessoa desavisada passasse de vermelho por ali, corria o risco de ser espancada, como efetivamente aconteceu com pessoas que foram agredidas simplesmente por usar roupa vermelha. Não é à toa que a principal propagandista do ato do dia 15 foi a Rede Globo, que fez uma cobertura especial das manifestações, inflou de maneira absurda os números dos presentes e divulgou as palavras de ordem. Não dá para ter dúvida que a Rede Globo e toda a imprensa capitalista são as principais inimigas dos trabalhadores. O trabalhador do correio sabe muito bem que bastou entrar em greve para a imprensa abrir fogo contra a categoria, mentindo e caluniando os trabalhadores. A tarefa obrigatória de todos os trabalhadores, de todos os movimentos populares é lutar contra essa direita e contra o golpe. Se os golpistas forem vitoriosos, o que está sendo preparado é um ataque muito mais profundo às condições de vida dos trabalhadores.
gentes, nada tem a ver com a Expurgar a direita moralização ou com a defesa no sindicalismo dos interesses dos trabalha- dos Correios dores, mas é a principal arma para levar adiante a políÉ esse ataque sem precetica de privatização total dos dentes nas condições de vida Correios. dos trabalhadores o que deNesse sentido, o golpe não fendem todos aqueles que fotem como objetivo principal ram e apoiam os atos do dia derrubar o governo do PT. O 15 de março e fazem propaimpeachment, ou seja lá em ganda das posições da direique forma será derrubado o ta e extrema-direita entre os governo, é apenas uma eta- trabalhadores dos Correios. pa do golpe. O principal alÉ isso o que defendem sinvo dos golpistas são os traba- dicalistas como Hállisson Telhadores, eles precisam im- nório, secretário-geral do por sua política atacando os Sintect-PE e outros que têm direitos da população, priva- feito campanha aberta para a tizando, demitindo em massa, direita golpista como os direaumentando a repressão etc. tores do Sintect-SJO. Não por Por isso, nas manifesta- acaso, os dois sindicatos são ções da direita que acontece- filiados da Conlutas, a “cenram dia 15 de março, todas as tral” sindical nanica do PSTU. palavras de ordem levantadas Esses sindicalistas repreforam de ataques aos direitos sentam uma infiltração direidos trabalhadores e da po- tista, mais precisamente da pulação pobre em geral. Ha- extrema-direita, dentro do via quem pedisse a “privati- sindicalismo dos Correios. zação de tudo”, havia os que São cúmplices do ataque fei-
to por um grupo de direita ao Sintcom-PR, pichando com as palavras “lixo comunista” o muro do sindicato onde está o logotipo da entidade e a imagem de Che Guevara. Esse é exatamente o perfil dos que estavam nas ruas no dia 15 e estarão nas demais manifestações golpistas. Um ódio sem limites aos trabalhadores e principalmente às suas organizações e reivindicações. Não precisa ser muito inteligente para perceber qual era o programa político das manifestações do dia 15, que é o programa político de todos aqueles que pedem o golpe contra o governo do PT, seja ele disfarçado de impeachment, seja ele não tão disfarçado assim com os pedidos de intervenção militar, que Privatiza tudo ou "vamos acabar com todos os direitos da população" constituíam parte expressiva dos atos. As manifestações eram claramente patronais, não à toa que contaram com a propaganda e o apoio do monopólio da imprensa capitalista (Veja, Globo, Estado de S. Paulo) e da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que apoiou abertamente o ato, inclusive mostrando luzes verde-amarelas na faixada de sua sede na Avenida Paulista para saudar os manifestantes. Grupos que organizaram o ato, como o “Vem pra rua”, são diretamente ligados ao PSDB, outros, como o “Movimento Brasil Livre”, defendem abertamente as privatizações, o fim dos direitos sociais etc. Tudo o que foi para a rua no dia 15 era profundamente hostil aos trabalhadores e suas organizações. Os sindiTirar Dilma para a colocar os militares que protagonizaram a ditadura mais corrupta calistas da Conlutas e outros da história do País que apoiam esses atos estão fazendo uma aliança com setores antioperários e fascis- ganar com um falso discur- tão ajudando o PT a voltar a dentro da empresa. Estão a tas, nada mais do que isso. so oposicionista, porque há dominar a Fentect, divindo o serviço da privatização dos Por trás de qualquer justifica- oposição de direita e oposi- calendário unificado de lutas, Correios, da terceirização, tiva moral, que em geral são ção dos trabalhadores. Estes apoiando os divisionistas do das demissões e da política as mesmas da direita e extre- sindicalistas que apoiaram o PCdoB/CTB em São Paulo e fascista de repressão aos moma-direita, como a “corrup- 15 de março não são oposição Rio de Janeiro, participando vimentos dos trabalhadores. ção do PT”, esses sindicalis- dos trabalhadores, são oposi- da Mesa Única (SNNP) criaPor fim, é preciso deixar tas representam o que há de ção de direita. da pela empresa. bem claro e desfazer as conmais nocivo para todo o moHállisson Tenório, por fusões. É preciso expurgar vimento operário e popular, Conlutas e direita exemplo, no final do ano pas- do correio essa extrema-diem particular às condições sado, enquanto fazia campa- reita, inimiga dos trabalhade vida da população. Com Para entender o signifi- nha eleitoral para Aécio Ne- dores. De nenhuma maneira um agravante: estão infiltra- cado dessa infiltração da ex- ves (PSDB) – que defende a confundir a luta da categoria dos no movimento sindical trema-direita nos Correios, privatização total dos Cor- contra o PT, que é um particriando confusão, levando é preciso explicar uma coi- reios - com a desculpa de ser do patronal e traidor, com a os trabalhadores à paralisia sa fundamental. Não é coin- “contra o PT”, aprovava a pro- escória da extrema-direita. quando o movimento deve- cidência que os sindicalis- posta de PLR da direção da Os trabalhadores lutam ria estar em uma luta encar- tas “coxinhas” no correio se- ECT que aprofundou os ata- contra o PT com suas próniçada para extirpar a extre- jam filiados à Conlutas. Esse ques às condições de traba- prias armas, seu próprio proma-direita das ruas. é o resultado lógico da políti- lho da categoria. grama e sua organização, mas É urgente extirpar do mo- ca que o PSTU/Conlutas nos Tudo isso mostra que esses antes de qualquer coisa é previmento dos Correios essa Correios. Em vários momen- sindicalistas coxinhas estão ciso destruir a extrema-direiextrema-direita, antioperária tos está com o PT para trair mentindo para os trabalha- ta, eliminar essa escória de e fascistoide. a luta dos trabalhadores e dores de suas bases de que es- dentro do movimento sindidefender a empresa, em ou- tariam a serviço da categoria. cal e das ruas. Usando o governo do tros momentos se junta com Na realidade eles não estão Para quem tem alguma PT como pretexto a patronal Força Sindical, co- seguindo os interesses dos dúvida de tudo o que dissemo no caso das demissões trabalhadores, mas fazendo mos, basta olhar as seleções A explicação para a ade- na GM de São José dos Cam- abertamente o jogo político de fotos dos atos de todo o são desses sindicalistas à ex- pos, em outros casos se aliam da direita e extrema-direita País: absolutamente nenhutrema-direita, inimiga mortal ao PSDB. Tudo com o obje- fascista cujo principal objeti- ma reivindicação ali dizia dos trabalhadores, é a oposi- tivo de atacar os trabalhado- vo a atacar brutalmente todos respeito aos trabalhadores. ção dos trabalhadores do cor- res em troca de privilégios e os direitos dos trabalhadores. Nenhuma! Em troca, abunreio ao governo do PT. Essa regalias que cada um ofereEsses sindicalistas coxi- davam as fotos pedindo a luta contra o PT nos Cor- ce. O PSTU funciona em to- nhas provaram por A mais volta dos militares, a privareios, porém, eles nada fi- do o movimento sindical co- B que não lutam contra a di- tização “de tudo”, os ataques zeram para desenvolver. Ao mo uma espécie de pistoleiro reita, se aliando a ela, e mui- contra a esquerda, contra o contrário, sempre estiveram de aluguel. to menos lutam contra o PT movimento sindical etc. aliados à direção da empreEstamos vendo na prátisa e aos pelegos do PT e, pior, ca o resultado dessa política. continuam com essa políti- Sindicalistas de sua base de ca até hoje. Foram favoráveis influência foram empurrados aos fraudulentos acordos co- para a extrema-direita, para letivos do último ano e sabo- posições anticomunistas, antaram descaradamente a úl- tioperárias, antipovo. Hállistima greve. Querem liquidar son Tenório e a diretoria do a Fentect e agem em comum Sintect-PE e do Sintect-SJO acordo com os sindicatos de se somaram diretamente aos S. Paulo e RJ, que são instru- elementos da extrema-direimentos diretos da direção ta fascista infiltrados no sindos Correios dentro do mo- dicalismo, junto com os intevimento sindical. gralistas, a TFP (Tradição FaEsta oposição ao PT é mília e Liberdade) e outros apenas um pretexto para le- grupos fascistoides, uma esvar adiante uma política ain- cória social. da pior que a do próprio PT. É preciso deixar claro que Não é uma oposição de es- toda a conversa fiada de que querda, mas uma oposição esses sindicalistas coxinhas de direita. estão contra o PT é uma farNeste exato momento, sa. Na hora de lutar verdadeimontaram um golpe para en- ramente contra a direção do tregar a direção da Federa- correio, nenhum desses sinção dos trabalhadores ao PT, dicalistas fez a greve contra como denunciamos em nota a privatização. Na realidade oficial. eles estão favorecendo a direExatamente como na ditadura, as calúnias contra o Os trabalhadores dos Cor- ção da ECT a atacar os trabacomunismo e os trabalhadores reios não devem se deixar en- lhadores e nesse momento es-
C8
de 4 a 10 de abril de 2015
movimentos negros
Música
25 anos da morte de Sarah Vaughan, umas das maiores vozes do Jazz dos anos 1940 Cantora é uma das três mais influentes de toda a história do jazz, ao lado de Ella Fitzgerald e Billie Holiday Sarah Voughan (1924- 1930. Ou seja, uma das mais 1990), dona de uma técnica influentes vozes do jazz de vocal extremamente sofisti- todos os tempos. cada, foi a responsável por Nascida em Newark, na transportar para o canto, as Nova Jersey, em março de inovações técnicas desenvol- 1924, Vaughan começou sua vidas pelos músicos do bebop atividade musical, como tanem seus instrumentos. Deste tos outros jazzistas negros, modo, se tornaria a voz favo- cantando em uma igreja barita de músicos como Dizzy tista da comunidade onde Gillespie e a mais representa- crescera, onde aprendeu aintiva vocalista de jazz da déca- da a tocar piano e órgão. da de 1940. Manifestando rapidamenPelo grande domínio me- te um grande controle técnilódico e rítmico de sua voz, co de seu canto, aliado a uma pode-se dizer que Vaughan voz possante e melodiosa, ela se tornou para a geração de ganharia o primeiro prêmio 40, o mesmo que foi Bes- em um importante concursie Smith para a geração dos so amador, no famoso Apolanos 20, ou Billie Holiday e lo Theatre, cantando o clássiElla Fitzgerald na década de co jazz Body And Soul.
A voz de Sarah Vaughan é tida como uma das belas do século XX
No início dos anos 1940, ela foi contratada como cantora e pianista na big band de Earl Hines. Em 1944 ela passou a tocar no grupo de Billy Eckstine, e depois de uma rápida e estrondosa passagem pela orquestra de John Kirby, Vaughan partiu para carreira solo. Depois de quase três décadas de reinado absoluto das big bands de swing sobre o jazz e a música popular norte-americana, um movimento de ruptura começaria a ser gestado nas principais capitais norte-americanas durante a Segunda Guerra. Sua característica primordial era a rejeição das grandes formações de repertório típicas do swing, para valorizar, a partir daí, sobretudo o talento individual dos músicos solistas. Era o bebop que começava a tomar forma. Diante do desgaste do swing, dezenas de músicos destas orquestras, após o encerramento do expediente passaram a se reunir em pequenos bares para noites inteiras de duelos de instrumentos, onde o que contava era a qualidade de improvisador do jazzista. Aos poucos, no entanto, essas jam sessions passaram a se tornar o centro dos interesses de muitos talentosos instrumentistas. Na linha de frente deste movimento de renovação do jazz estavam o sax-altista Charlie Parker e o trompetista Dizzy Gillespie. Ambos eram grandes virtuosos do instrumento e também gênios da improvisação. Sua criatividade os levaria a des-
cobrirem uma nova manei- significativa modificação na ra de tocar que revoluciona- sensibilidade da nova geraria completamente o jazz dos ção, particularmente dos neanos seguintes. gros que impulsionariam o A eles também se junta- estilo, em uma época de exriam o pianista Thelonious pectativa e preparação das Monk, e bateristas como grandes mobilizações que seKenny Clarke e Max Roach, riam impulsionadas a parentre centenas de outros. O tir da década de 1950 na luta bebop foi um verdadeiro fe- pelo fim da segregação racial nômeno musical que influen- e a conquista de dos direitos ciou toda a jovem geração da democráticos dos negros nos década de 1950. Estados Unidos. O elemento musical que Seria nesta corrente de resofreu a maior revolução no novação completa do estilo bebop foi ritmo, com um que iria se inserir a sofistisom freneticamente sinco- cada voz de Sarah Vaughan. Sarah Lois Vaughan pado e repleto de figuras rít- Ela gravou suas primeiras micas complexas. Seu fra- canções nos anos finais da seado por sua vez, estaria re- guerra, se popularizando Outra cantora que postecheado de saltos, nervosos, com composições de Tadd riormente também aderiu ao acelerados e incrivelmente Dameron como "Tenderly", bebop e tem hoje também seu flexíveis, capazes de se adap- música que se tornaria seu nome associado ao movimentar a qualquer refrão de ja- primeiro e estrondoso su- to foi Ella Fitzgerald, habilidozz, mas destruindo-o e o tor- cesso. Vaughan em pou- sa também no uso dos sketches. nando uma música comple- co tempo tomaria conheciVaughan, na década de tamente nova. mento da nova música que 1950, estaria ainda na vanO bebop se imporia no ter- se formava nos clubes ne- guarda do movimento de rereno do jazz como uma téc- gros de Nova Iorque, ade- novação do jazz, ao se assonica musical extremamen- rindo entusiasticamente às ciar ao trompetista Miles Date sofisticada, exigindo al- inovações e passando a tocar vis – ex-parceiro de Charlie ta qualidade técnica de seus em inúmeras parcerias tan- Parker- em seu octeto visioinstrumentistas. Ele substi- to com Dizzy Gillespie com nário que lançaria as bases do tuiria por sua vez as grandes quem gravou o grande clás- cool jazz. plateias de jovens interessa- sico "A Night in Tunisia"; Nas décadas seguintes, ela dos em dançar e se divertir quanto com Charlie Parker, se tornaria mais eclética, não por um público de aprecia- que daria origem, entre ou- cantando simplesmente jazz, dores de música e iniciados tras músicas à influente "Lo- mas também estilos diversos no estilo. Relegando o jazz, ver Man". de R&B e soul. Gravaria ainpor fim, a um pequeno gueEntre 1949 e 1954, seu da com a orquestra de Duke to musical restrito, mas tam- nome seria definitivamente Ellington, com o trompetista bém o único terreno por on- consolidado como a mais in- Clifford Brown e o baterista de conseguiria se desenvol- fluente voz do jazz dos anos Roy Haynes. ver após o colapso comple- 1940, porta voz da renovaNa ocasião de sua morte, to das big bands, com o nas- ção do bebop no terreno vo- em 03 abril de 1990, Vaughan cimento do rock´n´roll e do cal. Uma das marcas registra- havia se constituído já como rithm´n´blues com seus ins- das de seu estilo pessoal seria uma das três mais influentes trumentos elétricos. a utilização dos sketches de- cantoras de toda a história O despontar do bebop em senvolvidos por Louis Arms- do jazz, ao lado de Ella Fitzsua época, representava uma trong adaptados ao bebop. gerald e Billie Holiday.
Rio de Janeiro
Policiais executam duas pessoas no Complexo do Alemão Imprensa esconde a verdade, mas vídeos na internet denunciam a ação policial Nos últimos meses, o Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, está sob fogo cerrado da polícia e das tropas de ocupação. A incursões, sob o pretexto de “combate ao tráfico”, deixaram ao menos três pessoas mortas nos últimos dois dias, além de uma criança ferida. A cobertura da imprensa burguesa quer transformar todos os moradores da favela em agentes do tráfico de drogas, criminosos, assaltantes... Assim, junto com a Polícia Militar, forjam as matérias e a cobertura dos casos. Na ação da polícia, os moradores denunciaram que simplesmente abriram fogo dentro de uma casa. Uma moça levou um tiro no pescoço e morre a caminho do hospital, levada pelos moradores. O segundo jovem assassinado pela PM morreu no local, e o socorro foi impedido pelos policiais. “Segundo a polícia, o outro baleado é um traficante que participou do confronto. O homem ainda não identificado foi atingido na cabeça e
morreu no local. Os policiais disseram que ele carregava uma pistola calibre 9 mm, munições e um rádio transmissor”, afirmou o G1. Porém, vários vídeos divulgados em seguida mostram a moça sendo socorrida por moradores. E o rapaz no chão, com um tiro de fuzil na cabeça, cercado pela polícia, sem arma, munição e muito menos “rádio transmissor”. Na gravação, os moradores vão para cima dos policiais, que reagem soltando gás de pimenta, enquanto empunham seus fuzis. Um sargento chega para controlar a situação, e afirma para os moradores em volta que aconteceu uma fatalidade, e que entende a dor do familiar que estava próximo ao corpo. A farsa da Polícia Militar e da imprensa burguesa não durou mais de um dia, graças às gravações e denúncias feitas pelos moradores. Não existe “traficante baleado em confronto”. Só existe morador que é assassinado pela polícia. Por outro lado, mesmo que se falasse em confronto,
haveria mortes dos dois lados em luta. Mas nunca há, o que mostra que existe somente covardia. Haveria de se esperar que o “traficante”, armado e conhecedor do local levasse alguma vantagem sobre a ação da polícia. Quer dizer, toda a história contada pela polícia e a imprensa não passa de uma farsa completa para encobrir os fatos. Os métodos da polícia, em casos como esse, foram bem abordados no livro do jornalista Caco Barcelos, publicado em 1992, “Rota 66: a história da polícia que mata”. Diante do teor das denúncias contidas no livro, que começa com a históMoradores do Complexo do Alemão sempre protestaram contra a ocupação ria de jovens de classe média mortos pela PM e passa pelo massacre do Caran- execuções cometidas pela litar, a Polícia Federal, o Mi- direita, e os que lutam contra diru, o repórter teve que se polícia, e necessário acabar nistério Público, integrantes este golpe e os planos de conausentar do país por um pe- com a polícia. deles todos formam uma ba- tingência, um dos resultados ríodo. Para a esquerda isso não se social de constituição des- é o aumento da repressão poO que não é bem debati- fica claro, pois ela, de fato, ses partidos e organizações. licial nas comunidades. do são as maneiras de acabar acredita que só existem criEnquanto se “debate” o O efeito “colateral” dessa com a violência policial. A minosos nas periferias. Por problema, mais e mais traba- repressão é a criação de orconfusão reina nessa questão isso a defensiva proposta de lhadores, moradores de peri- ganização de moradores, que e a esquerda pequeno-bur- “desmilitarização.” Acreditam feria e negros continuam sen- devem lutar pelos seus direiguesa, visivelmente defenso- que o policial precisa de mais do o alvo principal da inter- tos básicos e, em conjunto ra da repressão, não conse- recursos, para melhorar seu venção letal e covarde da PM. com os trabalhadores, dissolgue ir além da “desmilitariza- “trabalho”, etc. Em um momento políti- ver a polícia, de cabo a rabo, ção” da polícia militar. Por outro lado, são vários co como o atual, onde exis- como única política capaz de De forma simples, pode- os policiais que fazer parte te uma polarização clara en- acabar com o grupo de exterse dizer que para acabar com dessa esquerda. A Polícia Mi- tre os defensores do golpe da mínio que hoje é a PM.
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