Suplemento do jornal Causa Operária nº 117

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CAUSA OPERÁRIA SuPLEMENTO gRATuiTO DO SEMANáRiO NACiONAL OPERáRiO E SOCiALiSTA

ANO XI • Nº 117 • 2 A

8 De AgOstO De 2015 • DIstrIbuIçãO NAcIONAl • INterNet: www.pcO.Org.br • e-mAIl: cAusAOperArIA@pcO.Org.br

Impeachment é golpe! E

m 2012, a direita armou o fraudulento julgamento do “mensalão” e prendeu dirigentes do PT de forma arbitrária e ilegal em plena eleição municipal. Já estava em marcha, na época, a preparação de um golpe de Estado para derrubar o governo do PT. Nem o próprio PT enxergou isso e, na ocasião, se absteve inclusive de defender os dirigentes condenados sem provas. Mas a ofensiva golpista foi se inten-

sificando: a direita colocou seus efetivos para atacar os partidos de esquerda nas mobilizações de junho de 2013 e desde então foi se organizando e mobilizando. Em março de 2014 comemoraram os 50 anos do golpe militar, numa “reedição” da Marcha da Família que antecedeu o golpe militar de 1964. No final do ano chamaram diversas mobilizações contra o governo Dilma e, finalmente, em 2015 convocaram duas grandes manifestações pelo impeachment,

Contra o golpe, formar comitês populares nos bairros e locais de trabalho Trabalhadores, jovens, está na ordem-do-dia a necessidade de nos organizarmos para enfrentar a ameaça da direita golpista. A tentativa de derrubar o governo de Dilma Rousseff não vai ser impedida com manobras parlamentares e discursos. A ameaça golpista só pode ser combatida por um forte movimento vindo “de baixo”, isto é, pelos trabalhadores e a juventude nas periferias das grandes cidades e em todo o País. É preciso levar o repúdio da classe trabalhadora contra a direi-

ta às ruas. Para isso, é preciso organizar nos locais de moradia e de trabalho, nos bairros e nas empresas, comitês populares contra a direita golpista. Trabalhadores, jovens, discutam essa proposta com seus companheiros. Formem comitês para discutir a situação política e organizar a luta para, no momento necessário, levar às ruas a única força capaz de resistir à investida golpista: a classe operária, os trabalhadores e a população pobre e oprimida que são a maioria no País.

pedindo também intervenção militar. A ofensiva combinada da imprensa burguesa, da Polícia Federal, do STF e agora da Câmara, sob a presidência de Eduardo Cunha, progrediu de tal modo que é impossível negar que o governo de Dilma Rousseff está seriamente ameaçado. Se antes a ideia de golpe contra o governo era encarada por alguns como um “delírio”, agora a conversa é outra: não se trata de golpe, mas de um processo perfeitamente legal e constitucional; o impeachment. Ou seja, os mesmos que negaram que houvesse uma ofensiva contra o governo, que disseram que o PT e o PSDB eram a mesma coisa ou mesmo que chegaram a afirmar que a burguesia e o governo petista era o favorito do imperialismo estrangeiro, não apenas não reconhecem que estavam errados como preferem continuar a não ver. Ou a fingir que não veem. A ideia de derrubar o governo Dilma não surgiu da noite para o dia. Há um cartel da imprensa capitalista contra o governo petista, que reproduz insistentemente a campanha elaborada pela direita de que o governo é o mais corrupto que já existiu no País, entre outros absurdos. O Supremo Tribunal Federal (STF), a serviço dessa direi-

ABAiXO o

Golpe Impeachment

Nao!

ta (que por sua vez está a serviço do imperialismo estrangeiro), passou por cima de todos os direitos dos réus do mensalão, condenou sem provas etc.; a Polícia Federal investiga o governo secretamente; o presidente da Câmara encaminhou recentemente os pedidos de impeachment de vários partidos para dar início a um processo formal; um procurador da República passou por cima da responsável oficial e determinou que deve ser aberto um inquérito contra Lula.... a lista de arbitrariedades e as evidências de que se trata de uma operação orquestrada para derrubar o governo petista é imensa. A direita perseguiu, violou direitos, organizou pessoas contra o governo, contratou a imprensa para repercutir sua política. O impeachment é resultado dessa articulação, sendo impossível considera-lo um processo democrático e legal. É preciso dizer claramente: o impeachment é um golpe, sim.


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