Traços do mestre

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CAPA

Quarta-feira, 13/8/2014

Quarta-feira, 13/8/2014

Fotos: Divulgação

OS TRAÇOS

Casa das Canoas: beleza e leveza que impressionam até hoje

5 Divulgação/Michel Moch

Catedral de Brasília, um dos ícones arquitetônicos da capital

DO MESTRE

CAPA

Museu de Arte Contemporânea, no Mirante da Boa Viagem, em Niterói

Conjunto do Ibirapuera, outro destaque na carreira do gênio

Paço Imperial inaugura amanhã a mostra “Oscar Niemeyer: Clássicos e Inéditos”, relembrando a obra do arquiteto ANA PAULA SOARES

O arquiteto Oscar Niemeyer deixou sua marca em Niterói, cidade que tem o segundo maior conjunto arquitetônico assinado por ele, depois de Brasília. O Caminho Niemeyer é o maior exemplo das mudanças no visual urbano que o arquiteto realizou na Cidade Sorriso. Pela primeira vez após a morte de Niemeyer (dezembro de 2012), é montada uma exposição. A mostra Oscar Niemeyer: Clássicos e Inéditos, que começa amanhã e termina no dia 2 de novembro, em oito salas do Paço Imperial, no Centro do Rio. Serão cerca de 300 obras dispostas em uma área de mais de mil metros quadrados, contando a história do maior ícone da arquitetura moderna brasileira. O conjunto de obras do Caminho Niemeyer, que está presente na orla de Niterói, é composto pelo Teatro Popular Oscar Niemeyer, o Memorial Roberto Silveira, a Fundação Oscar Niemeyer, a estação das barcas do Centro, Praça JK, Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) e a estação de catamarãs de Charitas. Foram projetadas, ainda, a nova catedral da cidade e a torre panorâmica. “Oscar Niemeyer mudou a face de Niterói com a construção do Museu de Arte Contemporânea, no Mirante da Boa Viagem. Produziu uma imagem cosmopolita da cidade, tornando-a referência brasileira em arte contemporânea”, avalia o curador da exposição, Lauro Cavalcanti. A mostra, com cenografia assinada por Pedro Mendes da Rocha, oferece ao público um passeio completo por toda a obra do arquiteto, entre plantas, croquis, pranchas emolduradas, linha do tempo, fotografias, maquetes, vídeos e projetos inéditos. A edição no Rio (a exposição já passou por São Paulo) contará com uma sala especial, dedicada apenas a trabalhos do arquiteto destinados à Cidade Maravilhosa, como os desenhos “Estádio Olímpico Nacional” (Maracanã), de 1941; e “Restaurante na Lagoa”, de 1944. Dos 70 projetos apresentados na exibição, 51 nunca foram vistos ou construídos. Os inéditos estavam em cadernos descobertos nos acervos da Fundação Oscar Niemeyer, no Rio. Através da parceria com o

Divulgação/Fernanda Mayrink

postura estabelece um exemplo a ser seguido, no ofício, no exercício de cidadania e na exploração das possibilidades de inovação dentro da tecnologia possível na época e no lugar de cada um. Negev, por exemplo, era para ser percorrida a pé. Suas ruas seriam estreitinhas como nas cidades medievais”, diz Lauro Cavalcanti. O setor dedicado aos clássicos reúne fotografias e maquetes de suas obras emblemáticas e, também, traz novidades. Pela primeira vez são mostrados os originais do conjunto de 20 croquis preparados pelo arquiteto, em 1997, denominados “Aula”. Dois longa-metragens sobre o arquiteto poderão ser visualizados na exposição: Oscar Niemeyer – O Filho das Estrelas (2001, do acervo de Instituto Moreira Salles), dirigido por Henri Raillard, onde o próprio Niemeyer conta sua história; e o documentário Oscar Niemeyer – A vida é um sopro, que mostra belas imagens de suas obras, como o Palácio do Planalto, a Universidade de Constantine e o MAC Niterói, além de depoimentos de personalidades como os escritores José Saramago e Eduardo Galeano, o poeta Ferreira Gullar e o compositor Chico Buarque. Para o primeiro fi lme, Niemeyer fez uma série de desenhos em uma bobina de 12,5 metros enquanto discorria sobre cada projeto para a fi lmagem. O rolo do papel estará na mostra. De acordo com o curador, a mostra permite Niemeyer deixou marcas de entender a metodologia de Niemeyer, assim como seguir seu modo de conceber, desenhar, escrever e, sua arte em Niterói, cidade em alguns casos, acompanhar o desenvolvimento que coleciona o segundo maior dos projetos. Ideal tanto para leigos, como para especialistas interessados na obra do grande arquiteto. conjunto de suas criações “Ele colocava suas opções visuais por escrito, em textos que chamava de ‘explicações necessárias’. Itaú Cultural, foi realizada a digitalização do ma- Caso tivesse dificuldade de clareza ou síntese, volterial, patrimônio revelado que se tornou acessível. tava para prancheta para redesenhá-lo”, explica Entre eles, as casas desenhadas para Oswald de Cavalcanti. Andrade e Sérgio Buarque de Holanda, em São Paulo, e o plano da cidade de Negev, no deserto de Israel, O Paço Imperial fica na Praça XV, no Centro do Rio. Telefone: 2215-2622. criado por Niemeyer em 1964. Horário de visitação: de terça a domingo, das 12h às 18h. Abertura para “O propósito desta mostra é revelar projetos que, convidados será dia 14 e o período da mostra será de 15 de agosto a 2 de por vários motivos, permaneceram no papel. Sua novembro. Entrada franca.


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