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Neutralidade e introspecção

FECHAMENTOS EM AÇO VIABILIZAM A CRIAÇÃO DE LINGUAGEM ARQUITETÔNICA MINIMALISTA PARA ESCOLA

PÚBLICA EM CAMPINAS

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As telhas de aço que compõem o fechamento da escola configuram um volume único e aparentemente fechado, criado em função de um partido arquitetônico que buscava a introspecção e neutralidade

À PRIMEIRA VISTA, a Escola de Ensino Fundamental da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), de Campinas (SP), poderia ser descrita como uma construção fechada e compacta. O partido arquitetônico “introspectivo”, criado pelos arquitetos Vinicius de Andrade e Marcelo Morettin, faz de um envoltório industrializado – composto por telhas de aço galvanizado e venezianas de PVC – um abrigo para espaços fluidos e integrados. A aparente solidez transmitida pelo envelope do edifício se desfaz, principalmente, no interior da edificação, onde a permeabilidade visual é percebida com intensidade.

O fechamento da escola é composto por telhas de aço pré-pintado e de seção trapezoidal, com 0,65 mm de espessura, e por venezianas de PVC rígido, que permitem a entrada de luz e ventilação naturais ao edifício. Ambos os componentes de vedação estão fixados numa subestrutura composta por perfis "U" de aço (de 60 mm x 120 mm), dispostos verticalmente a cada 1,80 m.

O Edificio dispõe de estrutura mista, sendo a estrutura pré-fabricada em concreto – no caso, os pilares, vigas e lajes – e os demais elementos fabricados em aço em função da leveza e da capacidade de vencer grandes vãos, como o da cobertura. O aço está presente em elementos importantes da obra, como nos fechamentos, cobertura, escadas, passarelas, caixilhos e elevador.

A estrutura da cobertura é composta por treliças em aço com 1,50 m de altura, dispostas a cada 7,20 m, que vencem um vão de 21,60 m. Para garantir um bom isolamento térmico da construção, foram utilizadas telhas de aço pré-pin- tadas do tipo sanduíche, com miolo de poliuretano expandido com 30 mm de espessura. Os autores do projeto explicam que foi feita uma análise dos possíveis elementos de fechamento e a escolha de telhas de aço e venezianas de PVC foi feita em função do desempenho técnico e da adequação dos custos destes componentes em relação aos tradicionalmente adotados pela FDE.

O maior desafio do projeto foi criar um conceito arquitetônico apropriado para o contexto da obra, implantada na periferia de Campinas. “Além de referência e marco urbano para uma paisagem tão heterogênea e sem hie- rarquias, queríamos um edifício introspectivo, que atuasse como ‘território neutro’ para acolher a comunidade local. Daí surgiu a ideia de criar uma grande envoltória que configurasse um volume único”, finaliza a dupla. (V.F.) M

> Projeto arquitetônico: Vinicius Andrade e Marcelo Morettin (Andrade Morettin Arquitetos Associados)

> Colaboradores: Thiago Natal Duarte, Renata Azevedo e Marina Mermelstein

> Área construída: 3.660 m²

> Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão e aço ASTM A572 (estrutura), aço pré-pintado (fechamento lateral e cobertura)

> Projeto estrutural: Kurkdjian Fruchtengarten Engenheiros Associados e Haddad & Cunha Engenharia de Projeto

> Fornecimento das telhas pré-pintadas e telhas sanduíche: Perfilor

> Fornecimento da estrutura metálica: Duaço

> Execução da obra: Duaço

> Local: Campinas, SP

> Data do projeto: 2003

> Conclusão da obra: 2004

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