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História resgatada

C ONSTRUÍDA NO SÉCULO XIX, A E STAÇÃO B ANANAL É UM MARCO IMPORTANTE DA CONSTRUÇÃO METÁLICA NO P AÍS . P OR MUITO TEMPO FECHADO E SEM MANUTENÇÃO , O PRÉDIO FOI TOTALMENTE RESTAURADO PELO ESCRITÓRIO K RUCHIN A RQUITETURA NOS ANOS 1980

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A ESTAÇÃO BANANAL, localizada na fronteira dos estados do Rio e de São Paulo, é um símbolo da época áurea do café. Inaugurado em 1889 e construído inteiramente em placas e perfis em ferro fundido, o prédio era um enorme avanço técnico em termos de pré-fabricação da construção e destoava das casas com paredes de taipa ou adobe que predominavam na época.

A Estação surgiu para facilitar o escoamento do café cultivado no alto do Vale do Paraíba – Bananal era o segundo

No alto da página, a Estação Bananal antes de ser restaurada. Iniciado em 1985, o trabalho de restauração incluiu a desmontagem e restauração dos diferentes componentes da edificação, com a recuperação da maioria das placas e perfis em ferro fundido deteriorados maior produtor da província de São

Paulo e abrigava grande parte dos fazendeiros prósperos da região. O edifício foi todo importado da Bélgica e executado no sistema danly, um sistema construtivo integralmente préfabricado, desenvolvido pela Forges D’Aiseau. Especialmente fabricado para regiões de clima mais quente, o sistema atendia a programas diversificados e teve sucesso ao ser exportado para países tropicais. No estado do Pará e no Chile há outras obras no sistema danly, contemporâneas da Estação Bananal, que ainda estão em uso. O projeto da Estação é engenhoso e, por meio de paredes duplas e de perfis vazados nas partes inferior e superior das paredes, confere ao edifício um sistema natural de ventilação permanente.

Dividido em dois pavimentos, o edifício da Estação Bananal tem paredes autoportantes, em que as placas de ferro estampadas e enrijecidas, ligadas aos perfis por parafusos, formam um conjunto estrutural de tal forma que não há pilares propriamente ditos.

Após o declínio da economia cafeeira e acompanhando o enfraquecimento econômico da região, a Estação acabou por ser desativada na década de 1960. O prédio destinado a diversos usos – a agência dos Correios da cidade chegou a funcionar ali, mas acabou por ser abandonada.

Após anos desocupado, o edifício sofreu intensa deterioração, até ser tombado pelo Condephaat. Quando, em 1984, o escritório Kruchin Arquitetura foi incumbido de restaurar o prédio, encontrou os elementos construtivos de ferro em diversos estágios de memória deterioração, desde corrosão superficial à corrosão profunda. Em um processo que durou mais de dois anos, o arquiteto Samuel Kruchin e sua equipe, com o apoio de estudos realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), levaram a termo o desafio de devolver a Bananal uma de suas principais construções históricas. O escritório recuperou totalmente a Estação, em um processo que, para a preservação do sistema construtivo, envolveu a desmontagem, o restauro de suas peças e sua remontagem. Hoje, plenamente restaurado, o prédio da Estação Bananal aguarda definição para seu uso. (J.G.) M M

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