Arquitetura & Aço nº 45 - Aeroportos

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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA&AÇO

AEROPORTOS

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 45 março de 2016

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 45 março de 2016

ESTRuTuRAS Em AçO viAbilizAm PROjETOS

cRiATivOS E gARAnTEm RAPidEz nA ExEcuçãO

O Centro Brasileiro da Construção em Aço – CBCA, entidade sem fins lucrativos gerida pelo Instituto Aço Brasil, procura ampliar e promover a participação da construção em aço no mercado nacional por meio de ações de incentivo ao conhecimento, divulgação, normalização e apoio tecnológico. Conheça o CBCA!

Principais ações do CBCA

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Desenvolvimento de material técnico e didático, como as videoaulas e manuais da construção em aço, disponibilizados gratuitamente em seu site

Pesquisas anuais junto às principais empresas do setor, traçando um panorama da evolução e expectativas para o futuro desse sistema no país;

Promoção de palestras e Road Shows gratuitos por diversas cidades brasileiras

Realização do Concurso CBCA para Estudantes de Arquitetura, que anualmente incentiva a investigação das possibilidades da construção em aço e a manifestação criativa de alunos de arquitetura de todo o Brasil

www.cbca-acobrasil.org.br

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Aço: soluções criAtivAs e eficAzes pArA Aeroportos

Projetados Para serem verdadeiros marcos arquitetônicos e servirem de cartões-postais em algumas cidades do mundo, os projetos de aeroportos cada vez mais têm adotado soluções em aço, não apenas em função dos exíguos prazos de execução que precisam ser atendidos, mas, principalmente, pelas vantagens que o aço oferece, como a flexibilidade para integrar-se aos mais distintos materiais, facilitando reformas e ampliações; ou, ainda, seus atributos de leveza, racionalidade construtiva, sustentabilidade e estética, entre outros.

No Brasil, as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) iniciadas antes da Copa do Mundo de 2014 pelo Governo, bem como as concessões do Plano de Investimento em Logística, abriram uma oportunidade para a adoção de melhorias nos complexos aeroportuários nacionais e o aço, naturalmente, participa com destaque nesses projetos. Nos aeroportos de Recife (PE), Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Brasília (DF), Natal (RN) e Curitiba (PR), todos apresentados nesta edição da revista Arquitetura & Aço, o aço está presente, contribuindo com soluções interessantes para viabilizar estruturas, fechamentos e outros elementos, sempre aliando os aspectos técnicos, criativos e econômicos dos empreendimentos.

Também trazemos o projeto para ampliação do aeroporto de Belo Horizonte (MG), cuja obra deve ficar pronta até o fim deste ano, empregando 4,8 mil toneladas de aço em sua estrutura. Em entrevista, o engenheiro e diretor de infraestrutura da BH Airport, concessionária que administra o aeroporto, Adriano Gonçalves de Pinho, comenta o avanço no uso do aço em obras desta tipologia no Brasil e no exterior.

Entre os projetos internacionais, destacamos as monumentais estruturas do belíssimo Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Bancoc, na Tailândia. E, ainda, em uma seção especial, elaborada com a valorosa colaboração do arquiteto Marcelo Consiglio Barbosa, do Bacco Arquitetos Associados, apresentamos seis casos de aeroportos nos quais se destacam a criatividade e qualidade técnica dos projetos, sempre contando com a contribuição fundamental do aço para sua execução.

Boa leitura!

editorial
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sumário Foto da capa: Aeroporto Internacional de Natal, RN Arquitetura & Aço nº 45 março 2016 Fábio Cortez/NOVO CONtAtOS 36 eNtReVIStA 14 22. 08.
04.
Adriano Gonçalves de Pinho, engenheiro e diretor de Infraestrutura da BH Airport, fala sobre o uso do aço em aeroportos no Brasil e no exterior

04. Aeroporto Internacional de Recife, PE: ampliado e modernizado, complexo passa a contar com novo terminal com 52 mil m 2 08. Aeroporto Internacional de Guarulhos, SP: d esign diferenciado das coberturas em aço marca identidade do novo terminal internacional 10. Aeroporto Internacional de Brasília, DF: opção pelo aço confere flexibilidade para a integração dos novos espaços e velocidade às obras na ampliação do aeroporto 17. Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, MG: totalmente estruturado em aço, Terminal 2 leva 4,8 mil toneladas do material em obra que deve ficar pronta até o final do ano 20. Aeroporto Internacional de Natal, RN: arcos de aço vencem vãos de 30 m e formam a cobertura da área de desembarque 22. Aeroporto Internacional de Viracopos, Campinas, SP: grandes árvores em aço sustentam a cobertura do terminal de passageiros 24. Aeroporto Internacional de Curitiba, PR: fechamentos laterais e cobertura em aço são os destaques na reforma do aeroporto 26. Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, Bangcoc, Tailândia: e struturas em aço permitem vencer vãos de 126 m 30. Especial: arquiteto Marcelo Consiglio Barbosa, do Bacco Arquitetos Associados, seleciona e comenta alguns projetos internacionais nos quais se destaca o uso criativo do aço

10. 24. 17. 26. 20. 30.

PreParado Para o futuro

Considerado o mais moderno do Brasil, intervenção no aeroporto de Recife traz apuro estético e funcionalidade à obra, que ganha novas estruturas em aço em diversos pontos do terminal

AmpliAr o Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, de Recife, Pernambuco, de forma funcional e moderna foi o objetivo do arquiteto Ubirajara Moretti, do Moretti Arquitetura, ao projetar as novas estruturas em aço para o complexo aereonáutico.

O aeroporto, construído originalmente em 1958, já havia recebido inúmeras reformas, mas entre 2004 e 2011 passou por uma intensa reformulação arquitetônica sob o comando do escritório, que viabilizou a construção de um novo terminal, com 52 mil m2, um novo conector, quatro pontes de embarque, além de intervenções na pista de pouso e decolagem. “Tudo foi feito em aço. Queríamos deixar as estruturas metálicas aparentes e não escondê-las. Nossa intenção era mostrar ao público que frequenta o local como as mesmas são importantes, no suporte à cobertura e em outros pontos do aeroporto”, explica o arquiteto.

Conforme revela o engenheiro estrutural Jeferson Andrade, da Andrade Rezende Engenharia, o aeroporto tem piso em concreto,

Paulo t rigueiro

mas o seu conector, pontes de embarque e cobertura são em aço. “Foram usados tubos metálicos retangulares em aço patinável da classe ASTM A588 em tais elementos”, afirma o engenheiro, que explica que a escolha do aço acaba sendo a mais indicada para esse tipo de intervenção por vencer grandes vãos, por sua leveza, maleabilidade e facilidade de execução. “As estruturas utilizadas no projeto foram produzidas em fábrica, sendo somente montadas na obra por meio de um sistema de parafusamento”, complementa Andrade.

Conexão direta

Parte do projeto inaugurado em 2004, o conector responsável pelo acesso dos passageiros ao local de embarque também passou por melhorias.

Como uma espécie de grande prisma, que imita um caleidoscópio com sete faces, o conector em perfil tubular de aço e vidro ganhou, recentemente, mais 150 m de extensão. Com a expansão, a estrutura conta agora com 700 m de comprimento,

vencendo vãos de 15 m entre os pórticos e de 30 m entre os apoios.

No embarque, as quatro novas pontes que chegam ao conector, foram projetadas com estrutura de aço em seções retangulares com faces treliçadas, tubos retangulares e quadrados. Também receberam vidro nas laterais, com aço inox na parte superior e chapa metálica na face inferior. “O desenho das pontes é algo exclusivo. Não há outro igual”, declara Moretti.

A estrutura da cobertura também ocupa papel de destaque no terminal. Projetada em aço para cobrir uma área de aproximadamente 26.400 m2, equivalente ao tamanho do Terminal de passageiros, uma estrutura tubular em aço patinável foi idealizada, formada por pórticos treliçados espaçados a cada 15 m de seção retangular.

Segundo Andrade,enquanto os pórticos têm faces treliçadas em tubos quadrados e retangulares, vigas e terças correm na transversal dos mesmos, formando uma grande grelha espacial. “O sistema fica apoiado em tirantes e hastes também tubulares, em seções quadradas,

Na mais recente ampliação, o aeroporto Gilberto Freyre passou a contar com um novo terminal com 52 mil m2, além da extensão do conector e quatro novas pontes de embarque, todos feitos em aço

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Infraero/Divulgação

Conectores, pontes de embarque e cobertura receberam tubos metálicos retangulares em aço patinável da classe ASTM A588 em função da leveza, flexibilidade e facilidade de execução que o material oferece

que convergem para os pilares principais da obra”, detalha o engenheiro do projeto.

A cor predominante no aeroporto é um azul bem claro, próximo do branco, que confere leveza ao ambiente e não o sobrecarrega com tonalidades fortes. Como o projeto arquitetônico previu o uso de uma grande quantidade de vidros nos fechamentos laterais e de metal na cobertura, o isolamento acústico ganhou uma atenção especial para impedir

que o ruído das aeronaves causasse desconforto aos usuários.

Na cobertura, um sistema de telhas do tipo sanduíche com proteção termoacústica foi especificado. Segundo Moretti, o mesmo permitiu um índice de isolação acústica de 40 dB. “O aeroporto de Recife envelhecerá com dignidade”, conclui o arquiteto, que vê o projeto como um marco arquitetônico capaz de vencer a barreira do tempo. (N.l.) M

Paulo t rigueiro f otos Infraero/Divulgação

> Projeto arquitetônico: Moretti Arquitetura

> Área construída: 52 mil m²

> Aço empregado: ASTM A588

> Volume de aço: 3,5 mil t

> Projeto estrutural: Andrade Rezende

> fornecimento da estrutura de aço: Medabil Estruturas Metálicas

> Execução da obra: Construtora Norberto Odebrecht e Queiroz Galvão

> Local: Recife, PE

> Data do projeto: 2000-2011

> Conclusão da obra: 2011

IntEgrAção IntErmoDAL

em 2014, poucos dias antes de começar a Copa do Mundo, uma passarela metálica foi inaugurada para ligar o aeroporto ao metrô, e também a um dos terminais integrados de ônibus. o elemento foi criado para facilitar o tráfego e acesso dos pedestres ao aeroporto, que se encontra cercado por vias de grande

movimentação. Feita em aço e com peso superior a mil toneladas, a passarela tem 461,27m de comprimento e 9,6 m de largura, além de 15,5 m de altura. a estrutura foi instalada em frente ao portão de embarque e conta com três esteiras rolantes e um elevador, que dá acesso ao interior do terminal integrado.

Infraero/Divulgação

Terminal InternacIonal

Prazo enxuto e vãos de 18 m determinam o uso do aço na estrutura e cobertura do Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo

Em opEração dEsdE maio de 2014, o Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), exclusivo para voos internacionais, conta com 2.400 toneladas de aço apenas em sua cobertura. Com design diferenciado, ocupa aproximadamente 33 mil m2 e abriga a área de embarque em um ambiente único. O destaque no projeto arquitetônico fica por conta da fachada envidraçada e das coberturas, fragmentadas e formadas por planos inclinados – item que, segundo o arquiteto responsável pelo projeto, Andrei de Mesquita Almeida, da Divisão de Edificações e Aeroportos da Engecorps, marca a identidade do edifício e favorece a entrada de luz natural.

A estrutura da cobertura foi construída em treliças de perfis metálicos, montadas sobre insertes nos pilares de concreto que conformam as fachadas do edifício, e acomoda, em sua face superior, uma cobertura

de alto desempenho com telhas zipadas com material isolante termoacústico e placa de gesso. “O Terminal foi concebido segundo o conceito one roof. Nele, o fluxo de passageiros segue um caminho único até o edifício retilíneo, ou píer, onde se encontram as salas de espera para as posições de contato com as aeronaves”, explica Almeida.

Ainda de acordo com o arquiteto, a escolha do aço na estrutura da cobertura foi fundamentada por determinantes relacionadas ao prazo exíguo para a execução e também à existência de vãos de até 18 m no projeto. “O planejamento da ampliação foi iniciado em 2012 e a inauguração estava prevista para o primeiro semestre de 2014. Tais condicionantes fizeram com que a nova administração do aeroporto adiantasse os prazos, nos obrigando a otimizar os processos. Isso tornou a arquitetura e a engenharia um

Com cinco níveis, o edifício do Terminal 3 abriga um subsolo técnico, um piso de chegadas, um pavimento de partidas, um mezanino de conexão e outro comercial. O conjunto conta com fachadas de vidros estruturadas em aço, que favorecem a entrada de luz natural

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Helicamera Imagens a éreas

verdadeiro desafio”, diz Almeida ao lembrar da necessidade de concluir 192 mil m2 em cerca de um ano.

Assim, a eleição de todos os métodos construtivos adotados esteve em linha com a determinação de edificar o Terminal em curtíssimo prazo, permitindo a fabricação antecipada da estrutura do edifício em diversos canteiros fora do aeroporto para posterior montagem in loco. “O mesmo conceito foi aplicado na estrutura em aço da cobertura”, elucida Almeida.

O aço foi empregado largamente na estrutura de suporte da cobertura, mas aparece, também, na estruturação das fachadas envidraçadas, nas pré-passarelas de embarque, na rampa helicoidal interna e em elementos como totens das ilhas de check-in, escadas internas, elevadores panorâmicos e outros. No total, considerando a cobertura e as demais estruturas, 5.197 toneladas de aço foram usadas no novo terminal. (B.L.) M

> Projeto arquitetônico: Typsa/ Engecorps

> Área construída: 192 mil m² – a área da cobertura tem 33 mil m²

> aço empregado na cobertura: chapas e barras galvanizadas ASTM A572 GR50; perfis laminados ASTM A572 GR50; tubos de seção circular ou retangular ASTM A572 GR50; chumbadores galvanizados com porcas da classe ASTM A563 e ASTM A572 GR50; parafusos de alta resistência ASTM A325

> Volume de aço: 5.197 t

> Projeto estrutural: Typsa/ Engecorps

> Fornecimento da estrutura de aço: Brafer Construções Metálicas S/A e CPC Construções e Processos Científicos Ltda.

> execução da obra: OAS S/A

> local: Guarulhos, SP

> Data do projeto: 2013-2014

> conclusão da obra: 2014

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Fotos Helicamera Imagens a éreas

Acima, visão geral da estrutura em aço. As peças chegavam prontas ao canteiro para montagem, resultando numa obra limpa e rápida, sem impactar a operação do Terminal. Ao lado, abaixo, o conector com estrutura em aço liga o Terminal ao novo píer

Flexibilidade para CresCer rápido

Marcante nas estruturas, fechamentos e na cobertura da recente ampliação do Aeroporto de Brasília, no Distrito Federal, aço viabiliza a entrega da obra em menos de dois anos

Para que o aeroPorto de Brasília passasse da quarta para a segunda posição dentre os maiores do país em termos de movimentação de passageiros, a presença do aço em sua ampliação foi fundamental. Segundo a Inframerica, concessionária que administra o local, o material foi imbatível na obra de expansão terminada em 2014 por suas propriedades construtivas. Com o uso do aço, foi possível cumprir um cronograma mais enxuto, os processos de transporte e manuseio foram facilitados, assim como a montagem e a limpeza. Ou seja, as fases de

execução também ficaram mais organizadas. “Tínhamos 18 meses para executar o projeto. Como também precisávamos vencer grandes vãos, optamos pela solução que fazia o uso de peças mais leves e com menores dimensões.”

E não foram apenas esses fatores que guiaram a escolha do material. Conforme aponta a concessionária, a flexibilidade do aço, no que diz respeito à integração do mesmo com outros elementos construtivos, também foi essencial por não afetar as atividades operacionais do Terminal. “A estrutura metálica

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Foto cedida por CPC e STRUTUR a S
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e STRUTUR a S
Fotos cedidas por CPC
“ Tínhamos 18 meses para executar o projeto. Como também precisávamos vencer grandes vãos, optamos pela solução que fazia o uso de peças mais leves e com menores dimensões.

> Projeto arquitetônico: Corporación América e Engevix

> Área construída: 110 mil m²

> aço empregado: perfis soldados, chapas de conexão e base, barras redondas e chapa dobrada ASTM A36; perfis laminados ASTM A572 GR50; perfis tubulares de seção circular ASTM A501 GR B e perfis tubulares de seção quadrada ASTM

A500 GR B

> Volume de aço: 5.200 t

> Projeto estrutural: Engevix

> Fornecimento da estrutura de aço: CPC Estruturas Metálicas

> execução da obra: Consórcio Helvix, composto pelas empresas Infravix - controlada pelo Grupo Engevix - e Helport, construtora do Grupo Corporación América

> local: Brasília, DF

> data do projeto: 2012-2014

> Conclusão da obra: 2014

precisava de apenas quatro pontos de apoio no percurso entre os píeres e dois pontos de apoio no conector metálico, que une o píer sul ao terminal de passageiros antigo. Também optamos pelo aço nos fechamentos e na cobertura da edificação.”

Por dentro do projeto

As intervenções começaram a ser feitas pela Inframerica a partir de dezembro de 2012, com a finalidade de aumentar a área construída de 60 mil m2 para 110 mil m2. Para tanto, o Terminal 2 passou por reformas e o Terminal 1 ganhou novas salas de embarque: os píeres sul e norte, que recebem passageiros de voos domésticos. Modernas e confortáveis, as novas salas aumentaram a capacidade do Aeroporto de 13 para 29 pontes de embarque, permitindo receber até 21 milhões de passageiros por ano. No píer sul, dez pontes de embarque e cinco conjuntos de esteiras rolantes, com 11 pontos comerciais, são destaque. Já no píer norte, oito fingers e dois conjuntos de esteiras rolantes, além de outros 11 pontos comerciais, estão presentes.

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Acima, os novos píeres estruturados em aço, que acrescentaram 16 pontes de embarque ao aeroporto, ampliando a área construída de 60 mil para 110 mil m2. Abaixo e à direita, área interna com espaços comerciais. Em destaque a estrutura com hastes de aço que sustenta a cobertura, também metálica Fotos cedidas por CPC e STRUTUR a S

Ambos os píeres têm áreas de mezaninos com fundação e lajes estruturadas em concreto pré-moldado. Os fechamentos laterais e a cobertura, por sua vez, aparecem em aço pintado na cor branca ao lado de vidros duplos.

Parte das ligações entre os elementos de aço foi feita com solda e parte, parafusada. “As duas soluções foram utilizadas na obra, de acordo com definições técnicas e visando a facilidade na execução e a melhor gestão dos custos”, pontua a empresa.

As peças em aço chegaram ao canteiro já prontas para a montagem, sendo movimentadas a partir de guindastes e caminhões autoportantes. As fundações, por sua vez, foram executadas com elementos de concreto armado pré-moldado. (B.l.) M

Foto cedida por CPC e STRUTUR a S

Engenheiro civil graduado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Adriano Gonçalves de Pinho é diretor de Infraestrutura da BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, que atualmente encontra-se em fase de expansão. Atuou, ainda, em diversos projetos importantes do setor, inclusive internacionais, como é o caso dos aeroportos de Quito, no Equador; de Curaçao, no antigo arquipélago das Antilhas Holandesas, e de San José, na Costa Rica. Pós-graduado em Finanças pelo Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), responde desde 2005 pelo desenvolvimento de novos negócios do Grupo CCR, onde lida com licitações e contratos de concessão aeroportuárias do Brasil e do exterior.

AA – Do lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) pelo Governo até agora, com as novas concessões do Plano de Investimento em Logística, no qual mais quatro aeroportos serão destinados à iniciativa privada, muitas foram e são as obras aeroportuárias no Brasil. Como o senhor avalia a adoção de estruturas em aço para os empreendimentos dessa tipologia?

Adriano Gonçalves de Pinho – Quando falamos em projetos para a área de transporte público, sempre buscamos soluções que tragam segurança não só para os passageiros que circulam nos terminais, mas também para a comunidade aeroportuária, que trabalha e vive nas imediações do aeroporto. Não à toa, o aço costuma ser especificado para esse tipo de projeto, afinal, além do quesito segurança, também traz mais agilidade para a construção. A estrutura metálica, como todos sabem, é pré-fabricada, chega pronta ao local e exige

14 &ARQUITETURA AÇO Aço: Solução Efic A z p A r A A E roporto S
“ O aço apresenta um ótimo custo-benefício, atendendo, principalmente, os projetos que tenham uma arquitetura mais impactante do ponto de vista visual, nos quais a forma e a leveza sejam prioridades, e também onde seja necessário vencer grandes vãos.
Leo Drumond/ BH Airport/ Divulgação

menos mão de obra, o que traz velocidade para a construção, além de uma menor intervenção nas áreas já existentes do aeroporto. O fato dela ser fornecida de forma modular e sequencial também acaba favorecendo, e muito, o cumprimento dos prazos.

AA – Foi este o caso do projeto para ampliação do aeroporto de Belo Horizonte?

AGP – De fato, com a estrutura metálica podemos eliminar algumas etapas construtivas, e, com isso, trazer mais velocidade à obra. O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte foi projetado em aço para atender o cronograma do cliente, de 14 meses, para a entrega da obra. Para se ter uma ideia, do início dos trabalhos até o término da operação, tivemos apenas seis meses para concluir a montagem das estruturas de três níveis do local. Eliminamos o concreto dos pilares, das paredes de contenção, vigas e fizemos tudo em aço para ganhar tempo.

AA – O senhor acredita que as estruturas unicamente em aço são mais eficientes do que as demais nesse tipo de intervenção?

AGP – Cada projeto demanda uma solução e a escolha por uma ou outra estrutura dependerá de uma série de estudos e fatores. É preciso considerar a proposta arquitetônica, comercial e, claro, o desejo e a viabilidade financeira do empreendedor. O aço por si só apresenta um ótimo custo-benefício atendendo, principalmente, os projetos que tenham uma arquitetura mais impactante do ponto de vista visual, ou seja, onde a forma e a leveza sejam prioridades no projeto. Também acaba sendo mais cotado nos aeroportos quando há a necessidade de vencer grandes vãos, acima de 30 m. Já as estruturas mistas, por sua vez, são mais indicadas para garantir uma melhor estabilidade. Camisas em aço preenchidas com concreto são uma excelente combinação para pilares, afinal é preciso uma certa inércia para garantir a estabilidade das estruturas. De qualquer maneira, ainda acredito que unir

o melhor dos dois mundos em um projeto a partir de estruturas mistas, em concreto e aço, seja uma boa solução.

AA – Na construção de pequenos aeroportos o aço também é uma solução altamente recomendada?

AGP – Não necessariamente. O concreto acaba sendo mais eficiente na presença de vãos menores, o que explica a preferência de muitos empreendedores pelo uso do mesmo em pequenos aeroportos do Brasil. Claro, nada impede que os pequenos aeroportos sejam feitos em aço, mas, como disse anteriormente, isso dependerá de uma série de fatores, entre eles da viabilidade financeira e dos prazos do empreendedor. O que ocorre com os pequenos aeroportos é que muitos deles foram projetados há 30 anos e, naquela época, o concreto era mais visado para a maioria dos projetos. A forma de se enxergar a engenharia e os custos eram diferentes, mas isso mudou. Um aeroporto pequeno também pode contar com as vantagens do aço. Nestes casos, é possível optar por uma estrutura mais simples, que utilize o aço e que esteja de acordo com os interesses do empreendedor. Acredito que, em breve, teremos no Brasil muitos aeroportos de pequeno porte estruturados em aço.

AA – O senhor mencionou que a forma de se enxergar as soluções de engenharia para os projetos de aeroportos era diferente no passado. Qual era o cenário e o que mudou?

AGP – Até a década de 1960, o Brasil era apaixonado pelo concreto. Contudo, com o passar dos anos, o aço ganhou espaço, pois a engenharia evoluiu, a indústria se desenvolveu e o preço internacional das estruturas metálicas se tornou mais atrativo para o mercado. A partir daí, os profissionais passaram a olhar o aço de uma forma diferente. Perceberam que eliminar o

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canteiro de obras e deixar que os elementos estruturais fossem feitos em uma fábrica traria ganhos expressivos de valores e que as propostas arquitetônicas seriam beneficiadas com isso.

AA – Na sua opinião, os projetos de aeroportos nacionais ainda estão muito atrasados em relação aos internacionais quanto ao uso do aço nas estruturas?

AGP – Olhando os aeroportos internacionais, a presença do aço é praticamente unânime. Quase não há projetos dessa tipologia sem estrutura metálica. Contudo, é preciso observar que em outros países, os aeroportos acabam servindo, muitas vezes, de cartão de visita institucional, o que explica o investimento de companhias em projetos mais ousados do ponto de vista estrutural. No Brasil, o uso do aço ainda não é tão desenvolvido frente aos projetos internacionais, mas temos bons fornecedores do material. Por aqui, ainda vejo que a escolha do aço se deve mais ao pragmatismo de ser eficiente do que ao conceito poético que o aço pode trazer ao projeto. O custo-benefício fala mais alto. Então, muitas vezes, o arrojo da obra e a liberdade do arquiteto acabam sendo um pouco limitados em função do quanto o cliente está disposto a pagar. Em Pequim, o aeroporto Deng Xiaoping contou com um vasto recurso financeiro para favorecer o partido arquitetônico, que recebeu um design estrutural arrojado e esbelto. Isso também ocorreu em outras obras internacionais. Os aeroportos de Quito, no Equador, de Curaçao, no antigo arquipélago das Antilhas Holandesas, e de San José, na Costa Rica, todos têm em comum a presença do concreto e do aço para vencer grandes vãos e trazer amplitude e conforto aos locais. No aeroporto de Munique, na Alemanha, a estrutura metálica também trouxe destaque à obra. Então, não

se trata exatamente de uma questão do aço ou do concreto em si, mas, sim, do princípio do negócio, da intenção do investidor. Aqui no Brasil, no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, além da estrutura totalmente em aço, também abusamos dos balanços, das marquises – generosas em suas dimensões –, e optamos até pelo aço combinado ao concreto na estrutura do viaduto de acesso ao Aeroporto para atender o prazo e as necessidades do cliente com rapidez.

AA – É possível afirmar, então, que o Brasil está caminhando para a concepção de projetos mais ousados?

AGP – Melhoria é uma coisa infinita. Existem melhorias importantes tanto no processo produtivo quanto na montagem das estruturas metálicas. Não estamos na Idade da Pedra. Acredito que o Brasil de hoje tem maturidade para usar as estruturas metálicas em seus projetos aeroportuários e que essa possa ser uma oportunidade para os empreendedores, especialmente para aqueles que não buscam apenas uma solução tecnológica, mas um conjunto de benefícios, como identidade, proposta de serviço, arrojo e velocidade construtiva. É fato que ainda temos muito a desenvolver para que isso chegue ao senso comum, mas acredito que estamos no caminho certo. (E.Q.) M

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O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte foi estruturado em aço para trazer mais velocidade à obra. Nessa obra, apenas os blocos de fundação são em concreto. As lajes são do tipo steel deck , mistas de aço-concreto.

CApACiDADe DobrADA

Cronograma enxuto e a flexibilidade conferida pelas estruturas metálicas guiam a ampliação do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Minas Gerais

AliAdo nA rEformA E AmpliAção do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (MG), o aço mais uma vez ganha papel de destaque por suas propriedades construtivas. Na obra assinada pelo Bacco Arquitetos Associados, cuja entrega deve ser concluída até o fim deste ano, o material foi especificado nas novas estruturas do complexo aeroportuário em função da velocidade e flexibilidade que imprimem ao projeto.

Segundo o arquiteto Marcelo Consiglio Barbosa, 4,8 mil toneladas de aço estão sendo usadas na construção do Terminal 2. “O novo terminal terá mais de 600 m lineares – o equivalente em comprimento a seis quarteirões – e 51 mil m2 de área, além de 17 novas pontes de embarque, que se somarão às nove já existentes”, detalha o profissional.

O acesso ao Terminal 2 se dará a partir de uma escada monumental e elevadores entre os pavimentos, além de uma passarela metálica. A ligação formal entre os dois terminais,

A ampliação permitirá que o Aeroporto receba 13 milhões de passageiros por ano, mais do que o dobro da capacidade atual de apenas 5 milhões de pessoas

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Fotos BH Airport/Divulgação

> Projeto arquitetônico: Bacco Arquitetos Associados

> Área construída: 77 mil m² no Terminal 1 e 51 mil m² no Terminal 2

> Aço empregado: perfis soldados e chapas de aço estrutural com LE=350 MPa, perfis laminados ASTM A572 GR50 e cantoneiras ASTM A36

> Volume de aço: 4.800 t

> Projeto estrutural: Grupo 2 Engenharia e Codeme Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Codeme Engenharia

> Execução da obra: Dan-Hebert Engenharia e Racional Engenharia

> Local: Confins, MG

> Data do projeto: 2014-2016

> Conclusão da obra: 2016

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O novo terminal terá mais de 600 m de comprimento e se conectará ao espaço existente por meio de uma grande cobertura metálica. Pilares, vigas, lajes e coberturas, o aço está presente em toda a obra
Fotos BH Airport/Divulgação

entretanto, acontecerá de forma sutil, por meio de uma grande cobertura, formada por telhas de aço zipadas e contendo isolamento termoacústico, que parte do Terminal 2 e avança sobre o primeiro.

No terminal em construção, perfis soldados de aço estrutural com LE=350 MPa e laminados ASTM A572 GR50 estão sendo empregados nos pilares, vigas, escadas e estruturas da fachada. Nas lajes de piso, foram utilizadas formas metálicas do tipo steel deck. “A estrutura metálica do Terminal 2, que mais parece um píer aéreo em função da quantidade de aviões que ali ‘atracam’, foi criada a partir do pátio de aeronaves na diagonal e de forma integrada ao terminal para abrigar instalações comerciais. A implantação de uma praça de movimentação automatizada de bagagens também está prevista para o local”, explica Barbosa. No píer, que tem pé-direito de 9,5 m e estruturas em aço que vencem vãos de até 30 m, o processo de montagem segue sem entraves. Segundo o arquiteto, as peças fabricadas pela Codeme Engenharia chegam pré-pintadas à obra, são içadas com o auxílio de

guindastes e fixadas por meio de parafusos. “Com isso, asseguramos uma execução rápida e um controle de qualidade único, que só esse tipo de sistema construtivo pode trazer.”

O engenheiro Renato L. Pompéia Gioielli, CEO do Grupo 2 Engenharia, empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto estrutural do Aeroporto, dá mais detalhes. “O píer encontra-se apoiado sobre pilares circulares metálicos e balanços laterais que contrabalanceiam o vão principal. A solução permitiu a redução da altura das vigas e minimizou os custos do obra”, afirma Gioielli. “O uso da estrutura metálica nesse projeto foi o mais indicado por se tratar de uma ampliação. Com o aço, conseguimos vãos maiores, reduzimos o número de pilares e minimizamos interferências na área de circulação das aeronaves e demais vias operacionais. As estruturas metálicas também ajudaram nos prazos de execução.”

Com a ampliação do Aeroporto, a expectativa é que o complexo administrado pela BH Airport passe a receber 13 milhões de passageiros por ano até o fim de 2016; sua capacidade atual é de apenas 5 milhões de pessoas. (E.Q.) M

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Fotos BH Airport/Divulgação BH Airport/Divulgação
“ Com o aço, conseguimos vãos maiores, reduzimos o número de pilares e minimizamos interferências na área de circulação das aeronaves e demais vias operacionais
Eng. Renato L. Pompéia Gioielli, CEO do Grupo Dois Engenharia

Estética E funcionalidade

Cobertura arqueada em aço é destaque no saguão de embarque do Aeroporto de Natal, no Rio Grande de Norte

O AerOpOrtO de NAtAl, sediado no município vizinho de São Gonçalo do Amarante (RN), foi inaugurado em 2014, após dois anos de obras executadas pela Inframerica, que assumiu o empreendimento em regime de concessão. Por buscar uma concepção flexível e modulada, que pudesse ser facilmente expandida no futuro, a concessionária priorizou o uso do aço nas estruturas do Aeroporto, especialmente nos fechamentos e coberturas do local. “O aço tem papel relevante no projeto por proporcionar rapidez e facilidade de manuseio, logística e transporte. As estruturas metálicas foram escolhidas por reduzirem o prazo técnico da obra, por sua leveza e estética”, afirma o engenheiro José Luis Menghini, presidente da Inframerica.

A área do terminal de passageiros tem dois níveis operacionais, acrescidos de dois níveis de apoio. No térreo concentram-se as operações de desembarque e no primeiro andar, os fluxos de embarque. Os pisos intermediários contam com escritórios, áreas técnicas e circulações verticais. A cobertura, por sua vez, com telhas metálicas e vidro, propicia uma iluminação natural e contribui para a economia de energia do Terminal. E é justamente a cobertura o diferencial do projeto. Com desenho diferenciado e em forma de arco, a cobertura da área de desembarque do Aeroporto de Natal estende-se por uma das extremidades do saguão até o viaduto de acesso de automóveis, do outro lado. “Vigas em perfil do tipo I soldadas formam um arco

Arcos em aço que vencem vãos de 30 m conferem beleza e funcionalidade ao aeroporto

com raios de dimensões variadas, apoiados em pilares tubulares”, explica Giovani Toscan, gerente de engenharia da Dagnese, empresa responsável pelo projeto de ligações e fornecimento das estruturas metálicas.

Segundo o profissional, os arcos vencem um vão de 30 m e sustentam terças tubulares quadradas, além de perfis dobrados a frio. Cada segmento do arco é composto por 11 perfis metálicos, que foram parafusados para a pré-montagem in loco. Os arcos foram içados e posicionados para a conclusão do travamento da estrutura.

“No plano transversal, garante-se estabilidade com o trabalho aporticado do arco e colunas. No plano longitudinal, contraventos transmitem os esforços horizontais para os núcleos rígidos de concreto e para uma coluna metálica tubular próxima”, descreve Toscan.

A cobertura do nível superior do Terminal apoia-se em um único pilar intermediário, também metálico, a partir do saguão inferior, segundo Jonatas Favreto, coordenador de projetos da Dagnese. “No saguão inferior, há pila-

res internos, todos metálicos, sustentando as terças e treliças”, detalha o profissional.

A estrutura da cobertura do saguão é composta por terças formadas por tubos quadrados, apoiados em tesouras treliçadas, formadas por tubos de seção circular. As tesouras, por sua vez, estão apoiadas em colunas tubulares também circulares. “Cada tesoura foi montada por meio da união de três segmentos com o uso de parafusos. Após a montagem, as tesouras foram içadas e posicionadas”, lembra Favreto.

Pontes fixas, núcleos de embarque e prédios anexos, como a cobertura do estacionamento, foram inteiramente executados com estrutura metálica. “As seis pontes fixas que unem o núcleo ao saguão de embarque são tubulares, com fechamento em vidro, e apresentam piso em steel deck”, exemplifica Favreto.

A estrutura metálica começou a ser executada em abril de 2013, com o início do envio de materiais para o canteiro. Em fevereiro de 2014, a mesma já havia sido inteiramente concluída. (e.C.l.) M

> Projeto arquitetônico: Corporación America e Engevix

> Área construída: 66.538,78 m²

> aço empregado: perfis soldados, chapas planas e chumbadores ASTM A36, perfis laminados ASTM A572 GR50, perfis tubulares circulares ASTM A501 GRB, perfis tubulares retangulares ASTM A500 GRB, perfis formados a frio ASTM A570 GR33 e parafusos ASTM A325 N

> Volume de aço: 1.368 t

> Projeto estrutural: Helport SA

> fornecimento da estrutura de aço: Dagnese Soluções Metálicas

> execução da obra: Consórcio Construtor Engeport

> local: São Gonçalo do Amarante, RN

> data do projeto: 2012-2014

> conclusão da obra: 2014

f otos divulgação

ÁRVORES DE AÇO

Hastes de aço compõem estruturas semelhantes a árvores e são o grande destaque na concepção estrutural do novo terminal de passageiros do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP)

O nOvO terminal de passageirOs é uma das novidades da ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), e nele as estruturas é que chamam a atenção.

Na obra iniciada em 2012 e que ocupa 178 mil m2 de área construída, 35 “árvores” com hastes metálicas – como galhos – sobre pilares de concreto marcam o entorno e conferem identidade ao conjunto. “Trata-se de uma construção monumental, com módulos de 30 m. A solução em aço foi a opção para vencer os grandes vãos previstos no projeto”, explica Ricardo Constantino, diretor de engenharia do aeroporto.

No terminal, as copas das árvores estruturais têm quatro hastes de aço cada, estão dispostas sobre pilares de concreto em sete eixos e cumprem a função de sustentar a cobertura – também metálica e parcialmente arqueada. “Os chumbadores na cabeça de cada pilar receberam uma cruzeta em aço, que, por

sua vez, recebeu as hastes da copa”, explica Ewerton Amaral, diretor-presidente da Emtec Construções Metálicas. “Nas copas, o nosso grande desafio foi encontrar uma solução de montagem rápida para cumprir o cronograma da obra. Por isso, optamos por ligações parafusadas para a conexão das hastes, que formam um quadrado de 10 x 10 m e pesam 48,5 toneladas cada conjunto.”

Montadas no solo, as copas foram içadas e instaladas sobre os pilares de concreto. “Elas foram pré-montadas no chão, onde receberam fechamento superior em claraboia”, afirma Amaral, que reforça que as claraboias foram adotadas por permitirem a redução do consumo energético no Aeroporto.

Montagem industrializada

Na fase de montagem das estruturas, em cada linha de cinco pilares, dois guindastes atuavam simultaneamente. Enquanto um dos equipamentos, com capacidade para

> Projeto arquitetônico: Naco (Netherlands Airport Consultants)

> Área construída: 178 mil m² (novo terminal) e 150 mil m² (edifício-garagem)

> Aço empregado: ASTM A36 e ASTM A572

> Volume de aço: 11,3 mil t

> Projeto estrutural: Naco

> Fornecimento da estrutura de aço: Acciaio, Emtec e DMC

> Execução da obra: CCV (Consórcio Construtor de Viracopos) e Aeroportos Brasil Viracopos

> Local: Campinas, SP

> Data do projeto: 2012-2016

> Conclusão da obra: o píer A ficou pronto em 2014 e o píer C foi entregue em março desse ano

22 &ARQUITETURA AÇO
Viracopos EMTEC

750 toneladas, viabilizava o içamento de três copas em uma das laterais do terminal, o outro, com capacidade para 400 toneladas concluía o levantamento de outras duas copas do lado oposto. Os módulos das treliças também foram pré-montados no solo, içados e posicionados entre as árvores para garantir o travamento do conjunto.

“Cada árvore tinha altura diferente, ou seja, não havia repetitividade nas peças, e por isso tivemos de executar as hastes previamente, a partir de chapas planas em nossa fábrica”, conta Amaral. “Os perfis receberam jateamento em granalha de aço e demão de tinta epóxi poliamida. Uma demão de tinta poliuretano acrílico alifático, com espessura de 60 microns, foi utilizada no acabamento.”

Além da estrutura da cobertura, o aço foi empregado nos fechamentos laterais a partir de perfis laminados com alturas superiores a 20 m. “As colunas, engastadas na base e fixadas no topo, na estrutura da cobertura têm espaçamento de 5 m e receberam vigamento secundário”, diz Amaral, que lembra que a estrutura também contou com uma malha de tubos quadrados para apoiar os painéis de fechamento lateral. “A montagem da estrutura metálica foi feita em seis meses.”

Segundo Ricardo Constantino, o aço aparece em destaque nas lajes do Terminal e nos conectores de embarque. “Os quatro pavimentos descontínuos, incluindo lajes técnicas, foram executados em steel deck. Já os 28 gates, que saem dos píeres e constituem a estrutura de aproximação das aeronaves, têm estruturas e fechamentos metálicos.”

Desde março, todos os voos domésticos estão sendo atendidos pelo novo terminal. O píer D, destinado aos voos internacionais, será finalizado até dezembro. A expectativa de Constantino com o novo terminal é que o mesmo possa ampliar a capacidade de passageiros do Aeroporto de 10,3 milhões por ano, para 25 milhões até o final de 2016. A meta é que, até 2042, após novos ciclos de investimento, o Aeroporto possa receber 80 milhões de passageiros por ano. (e.C.l.) M

Os "galhos" em aço formam 35 árvores que sustentam a cobertura e conferem identidade marcante ao Terminal. As hastes de aço chegaram prontas ao canteiro da obra, onde foram pré-montadas em solo, aparafusadas e, a seguir, içadas sobre os pilares de concreto

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Fotos Viracopos EMTEC

Diferencial em Aço

Aço tem papel-chave na ampliação e modernização do Aeroporto de Curitiba (PR), que utilizou chapas de aço pré-pintadas no revestimento das fachadas

de Engenharia dos Estados Unidos, e passou por diversas modernizações ao longo das últimas décadas para favorecer os passageiros.

As obras da ampliação mais recente – que tiveram início em 2013 e foram concluídas neste ano – permitirão elevar o fluxo de passageiros dos atuais 8,5 milhões para 14,8 milhões de usuários, segundo projeções da Infraero.

AmpliAr e modernizAr um aeroporto em pleno funcionamento não é tarefa fácil. No projeto de ampliação do Aeroporto Internacional Afonso Pena, de Curitiba (PR), esta foi a principal condicionante no planejamento elaborado pela equipe do escritório PJJ Malucelli Arquitetura e Engenharia para realizar as obras em três anos, e a premissa que levou à escolha do aço como protagonista do projeto.

Localizado no município de São José dos Pinhais, na região da Grande Curitiba, o Aeroporto foi originalmente construído em concreto e aço durante a Segunda Guerra Mundial, em 1945, em cooperação com o Departamento

Ao comentar o projeto, o arquiteto Paulo José Malucelli, do PJJ Malucelli Arquitetura e Engenharia, reforça que a escolha do aço, que foi empregado nos fechamentos laterais, nas coberturas e nas pontes de embarque, se deu por conta da versatilidade, leveza e também resistência do material.

Perfis de aço tubulares curvos formam a estrutura de sustentação da cobertura, que recebeu telhas metálicas trapezoidais calandradas e pré-pintadas. Já os fechamentos laterais foram idealizados em perfis de aço por sua leveza plástica e facilidade de instalação.

E são justamente estes fechamentos que trazem um diferencial arquitetônico e visual ao projeto. Externamente, os mesmos conferem uma identidade particular à obra em função das cores adotadas nas chapas metálicas pré-pintadas que revestem a fachada, com-

Estruturas metálicas usadas na ampliação dialogam com a concepção original do Aeroporto e modernizam a área de embarque e desembarque. Em dezembro passado, foram inauguradas oito novas pontes de embarque, 32 balcões de check-in, cinco esteiras de bagagem, oito elevadores, oito escadas rolantes, além de uma nova estrutura de canais de inspeção e banheiros. Já em março, áreas comerciais e administrativas, bem como novas vias de acesso, foram entregues

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Consórcio IQS/PJJ
Infraero/Divulgação Infraero/Divulgação

pondo um grande mosaico. “Com esse design, viabilizamos uma leitura contemporânea do projeto, que também ganhou destaque e contraste junto às pontes de embarque, pintadas em um vermelho bem vivo”, explica Malucelli.

O Aeroporto ganhou oito novas pontes de embarque fixas, em aço, com dimensões entre 15 m e 25 m, que levam, cada uma, aproximadamente 20 toneladas de aço ASTM A588, de maior resistência à corrosão atmosférica. “os materiais foram escolhidos para manter a unicidade do projeto estrutural do Aeroporto”, complementa o arquiteto. (n l.) M

> Projeto arquitetônico: PJJ Malucelli Arquitetura e Engenharia

> Área construída: 77 mil m²

> Aço empregado: ASTM A570 e A36, aço patinável ASTM A588

> Volume de aço: 1.110 t

> Projeto estrutural: Andrade Rezende Engenharia de Estruturas

> Fornecimento da estrutura de aço: Februce Estruturas Metálicas

> execução da obra:

Sial Engenharia e JL Construtora

> Local: Curitiba, PR

> Data do projeto: 2013-2016

> Conclusão da obra: 2016

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Fechamentos laterais em aço trazem modernidade à fachada do aeroporto Consórcio IQS/PJJ Consórcio IQS/PJJ

NAVEGAR É PRECISO

Gigantescas estruturas em aço do Aeroporto Internacional de Bangcoc, na Tailândia, impressionam e parecem flutuar ao vencerem vãos de até 126 m

Ora um barcO, Ora um templO. Decifrar com precisão o design do Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Bangcoc, na Tailândia, é um desafio tão grande quanto a tarefa de entender a arquitetura multifacetada da cidade, que mistura elementos do passado, como suntuosos templos budistas banhados a ouro, a modernos arranha-céus urbanos; e no aeroporto projetado por um consórcio liderado pela JAHN Architecture em 1995, esta ambiguidade é evidente.

Tal como a cidade, a construção idealizada a partir de gigantescos elementos em aço faz, em duas frentes, alusão às grandiosas edifica-

ções e, também, às embarcações que atravessam os canais, parecendo flutuar a partir de suas estruturas em balanço.

Segundo o arquiteto Helmut Jahn, do escritório que assina o projeto, a estrutura da cobertura do Suvarnabhumi mede 567 x 210 m e é composta – em grande escala – por placas de aço soldadas, que formam oito vigas supertruss (supertreliçadas) e vencem um vão central de 126 m na face norte do Aeroporto. Nos dois extremos do complexo, 16 supercolunas – também em aço – auxiliam na sustentação das estruturas metálicas da cobertura – cada uma delas com 42 m de balanço.

Acima, estrutura da cobertura do Suvarnabhumi mede 567 x 210 m e é composta por placas de aço soldadas, que formam oito vigas supertruss (supertreliçadas)

26 &ARQUITETURA AÇO

Já nos terminais de passageiros, o aço está presente nos cabeamentos e estruturas que sustentam as superfícies em vidro. A escolha dos materiais foi motivada pela leveza que conferem às fachadas e, ainda, por questões sustentáveis, como garantir um melhor aproveitamento da iluminação natural e reduzir o consumo energético do Aeroporto. “Com o aço, minimizamos os elementos de apoio, possibilitando aumentar a transparência e garantindo, inclusive, a presença de uma iluminação natural constante”, conta Carl D’Silva, vice-presidente e arquiteto da JAHN Architecture.

Rainer Viertlböck Rainer Viertlböck Rainer Viertlböck Carl D'Silva

> Projeto arquitetônico: Murphy Jahn Architects (atual JAHN), como designer líder da joint venture MJTA

> Área construída: 563 mil m²

> Aço empregado: tubos ST 52-3, aço ASTM A36, aço inox AISI 304 e AISI 316

> Volume de aço: 60 mil t

> Projeto estrutural: Werner Sobek Stuttgart e John A. Martin e Associados

> Fornecimento da estrutura de aço: Yongnam, Mannesmann, Pfeifer, Brugg, Arcus e Kinzi Thailand

> Execução da obra: ITO Joint Venture: Italian Thai, Takenaka e Obayashi

> Local: Bangcoc, Tailândia

> Data do projeto: 1995-1999

> Conclusão da obra: 2006

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Fotos Rainer Viertlböck

Túneis de aço

Os terminais de embarque e desembarque são como grandes túneis que se estendem por todas as faces do aeroporto. Neles, um conjunto de vigas treliçadas em formato de arco dá sustentação ao sistema de revestimento, que combina vidro laminado e uma membrana de tela translúcida, instaladas de forma intercalada, favorecendo a iluminação natural e, ainda, conferindo um bonito efeito estético à noite.

Tanto para o interior quanto para o exterior do complexo, D’Silva explica que foram utilizadas ligas de aço inoxidável AISI 304 e 316, “selecionadas por sua aparência superior, durabilidade e qualidade”. Nas estruturas que precisaram receber pintura anticorrosiva, um sistema de alto desempenho com três camadas de poliuretano foi aplicado. “O Suvarnabhumi surge como um Aeroporto moderno, que serve como uma espécie de portão de entrada para a Tailândia do século 21”, conta D’Silva.

Considerado uma “obra-prima do trabalho interdisciplinar entre arquitetos e engenheiros”, o aeroporto Suvarnabhumi é fruto de uma parceria internacional entre o arquiteto e engenheiro estrutural Werner Sobek, o engenheiro mecânico Matthias Schuler e o arquiteto Helmut Jahn.

Localizado no Círculo de Fogo do Pacífico – uma das regiões geologicamente mais instáveis do mundo –, o projeto encontra-se a 24 km a leste de Bangcoc, tem 51 portões de embarque, 69 áreas para aeronaves e recebe, anualmente, mais de 45 milhões de pessoas. (m.p.) M

Ao lado, terminais de embarque e desembarque se estendem como se fossem túneis por todo o Aeroporto a partir de estruturas metálicas em formato de arco com 27 m

29 &ARQUITETURA AÇO
Carl D'Silva Rainer Viertlböck

REfERênCIAs CRIAtIvAs

PRONTOS PARA DECOLAR

Aeroportos no mundo ganham curvas e formatos emblemáticos a partir do uso do aço em suas estruturas. Conheça projetos que se tornaram, ou ainda irão se tornar, referência para o setor

Cada vez mais aeroportos em todo o mundo têm adotado soluções em aço em suas estruturas e coberturas. A ousadia dos projetos lançados, que, inspirados em formas orgânicas ou em elementos regionais, precisam de estruturas mais flexíveis e leves para atingirem o objetivo proposto pelos escritórios de arquitetura, recomenda a opção pelo aço. “Não há como negar que, hoje, a questão cultural, da regionalidade e da forma tem falado mais alto nos projetos contemporâneos, colocando as estruturas metálicas em evidência. Enquanto no Aeroporto do México temos uma cobertura em formato de águia ao lado de uma serpente, na Rússia a inspiração vem de uma catedral

bizantina”, diz o arquiteto Marcelo Consiglio Barbosa, do Bacco Arquitetos Associados, que vai além. “Estruturas metálicas em formato de árvore, para sustentar a cobertura, também têm sido comuns desde a inauguração do Aeroporto de Stuttgart, na Alemanha, criada pela parceria entre Frey Otto e Meinhard von Gerkan. Coberturas de grandes dimensões, mas com uma leveza similar à de uma membrana, também são uma constante em muitos projetos.”

A seguir, e com a ajuda de Barbosa, apresentamos alguns casos que mostram porque o aço tem conquistado tantos profissionais pelo mundo todo. (e.Q)

Aeroporto Internacional da Cidade do México – Benito Juárez

Projeto arquitetônico: Foster + Partners, FR-EE/ Fernando Romero Enterprise e Naco (Netherlands Airport Consultants) • Área construída: 470 mil m²

Local: Cidade do México, México • Data do projeto: 2014 • Conclusão da obra: 2014-2020

Ousadia e regionalidade marcam a arquitetura do novo e icônico Aeroporto Internacional da Cidade do México, apresentado em setembro de 2014. Projetado por Norman Foster, em parceria com o mexicano Fernando Romero, a obra, que deverá ficar completamente pronta em 2020, tem consultoria da Naco (Netherlands Airport Consultants) e se destaca por suas formas e apelo estético baseado na cultura local. No Aeroporto, que ocupará uma área de 470 mil m2, vãos superiores a 100 m – três vezes mais do que os encontrados em um complexo aéreo tradicional –, ditam o uso do aço não só nas estruturas, mas em toda a cobertura do Terminal. Assim, tal como uma enorme membrana, o sistema pré-fabricado que reveste o Aeroporto com vidros terá a função de garantir a eficiência energética e o conforto termoacústico local. Monumental, o projeto terá tudo para ser o – se não um dos – mais sustentáveis do mundo.

30 &ARQUITETURA AÇO EspECIAl:
Imagens divulgação

Aeroporto Internacional de shenzhen Bao'an, China

Projeto arquitetônico: Studio Fuksas • Estruturas, fachadas e projeto paramétrico: Knippers Helbig Advanced Engineering • Área construída: 500 mil m²

Local: Guangdong, China • Data do projeto: 2008-2013 • Conclusão da obra: 2013

Sexto maior da China, o Aeroporto Internacional de Shenzhen Bao'an, tal como muitos outros no mundo, também tem no seu caráter estético, regional e estrutural a sua maior força. Projetado pelo Studio Fuksas, o complexo aéreo lembra, externamente, uma grande arraia feita a partir de estruturas em aço, com aberturas zenitais em formato de colmeia na cobertura, que também se repetem no interior do Aeroporto – tudo para favorecer a iluminação natural. E se por fora a forma orgânica é valorizada, internamente o apelo futurista é o grande destaque, no qual as chapas de aço usadas nos fechamentos conferem um visual arrebatador ao Terminal 3. “Além da questão regional e da forma orgânica, temos, nesse Aeroporto, essa espécie de pele na cobertura, muito usada em outras construções no mundo, que serve não só para conferir identidade ao projeto, mas, também, resolve bem a questão termoacústica local, trazendo, ainda, luz natural para o interior do edifício”, explica Barbosa.

31 &ARQUITETURA AÇO
Imagens divulgação

Aeroporto Internacional de stuttgart, Alemanha

Projeto arquitetônico: Meinhard von Gerkan • Local: Stuttgart, Alemanha • Data do projeto: 1998 • Conclusão da obra: 2000-2004

Um dos primeiros a contar com uma estrutura de pilares de aço em formato de árvore para a sustentação da cobertura, o Aeroporto de Stuttgart, na Alemanha, foi projetado por Meinhard von Gerkan e Frey Otto em 1998 e, desde então, tem sido considerado uma referência para o setor. Na obra, 18 árvores metálicas cumprem a função de sustentar o telhado escalonado, trazendo um diferencial arquitetônico ao projeto, cujas fachadas em vidro conferem iluminação natural ao interior do edifício.

“A estrutura metálica em árvore inspirou muitos outros profissionais de arquitetura a buscarem esta solução em seus projetos. Ela é ideal para a cobertura de aeroportos que precisam vencer grandes vãos ou necessitam de um melhor aproveitamento visual do espaço para favorecer os passageiros”, pontua Barbosa.

32 &ARQUITETURA AÇO EspECIAl: REfERênCIAs CRIAtIvAs
Imagens divulgação

Aeroporto Internacional de Istambul, turquia

Projeto arquitetônico: Grimshaw Architects, Nordic Office of Architecture e Haptic Architects • Área construída: 1 milhão de m² • Local: Istambul, Turquia

Data do projeto: 2014-2019 • Conclusão da obra: 2019

Impressionante por suas dimensões e projetado para receber 150 milhões de passageiros por ano, o Aeroporto Internacional de Istambul, na Turquia, ocupará uma área de 1 milhão de m2 e deverá ser um hub internacional. O projeto arquitetônico, assinado pelo Grimshaw em parceria com o Nordic Office of Architecture e Haptic Architects, será construído na costa do Mar Negro e terá a maior cobertura já vista nesse tipo de construção. As estruturas metálicas do terminal principal, inspiradas na arquitetura local, servirão de base para a sustentação da cobertura abobadada, que viabilizará a entrada difusa da luz a partir de painéis perfurados, nos quais grandes claraboias se destacarão. “O projeto segue o mesmo conceito do Aeroporto de Stuttgart, em que pilares metálicos em formato de árvores atendem à função de sustentar a cobertura”, reforça Barbosa. Em Istambul, os pontos que receberão mais luz natural destacarão áreas importantes do terminal, como os guichês de check-in, segurança, controle de passaportes e área de comércios.

33 &ARQUITETURA AÇO
Imagens divulgação

REfERênCIAs CRIAtIvAs

Aeroporto Internacional de pulkovo, Rússia

Projeto arquitetônico: Grimshaw Architects, Ramboll, Pascall+Watson Architecture • Área construída: 110 mil m² • Projeto estrutural: Arup

Local: São Petersburgo, Rússia • Data do projeto: 2012-2014 • Conclusão da obra: 2014

Inspirado na arquitetura local, o Aeroporto de Pulkovo, na Rússia, tem nas estruturas e na cobertura metálica o seu diferencial. No interior da construção, pilares em concreto suportam uma estrutura metálica que vence grandes vãos e dá sustentação à cobertura em aço dourada do Terminal. O edifício, com um formato afunilado e multifacetado, remete à arquitetura bizantina das catedrais. “O maior destaque dessa cobertura, que se assemelha a um diamante, é, talvez, sua função de suportar condições atmosféricas rigorosas e resistir à neve, por exemplo. Os pilares do Terminal, estruturados como árvores, evidenciam como esse tipo de solução está em alta nas construções de todo o mundo”, pontua Barbosa.

34 &ARQUITETURA AÇO EspECIAl:
Imagens divulgação

Aeroporto Internacional de Kansai, Japão

Projeto arquitetônico: Renzo Piano Building Workshop e Ove Arup & Partners • Área construída: 300 mil m² • Local: Osaka, Japão

Data do projeto: 1988-1994 • Conclusão da obra: 1994

Estruturas metálicas curvas são o destaque do Aeroporto de Kansai, no Japão. Projetado por Renzo Piano, na Baía de Osaka, o complexo aéreo de 1,7 km de extensão foi construído sobre uma ilha artificial para resistir a terremotos, e conta com uma cobertura arrojada e funcional. Com um formato ondulado e feita a partir de chapas de aço, a mesma foi projetada para orientar e facilitar a distribuição de ar no complexo aéreo, e também para refletir a luz natural que adentra o interior do edifício pelas claraboias presentes no teto. Conforme relata Renzo Piano, o telhado é formado por uma série de arcos metálicos de diferentes dimensões e por vigas tridimensionais de 80 m que seguem, de forma assimétrica, o desenho da cobertura. Em sua composição, foram empregados 82 mil painéis de aço inoxidável. “A estrutura dessa obra é fantástica, pois se apoia em um embasamento de concreto, mas é praticamente inteira metálica e feita para resistir a terremotos”, pontua Barbosa.

35 &ARQUITETURA AÇO
Imagens divulgação

contatos

> Escritórios dE ArquitEturA

Bacco Arquitetos Associados www.bacco.com.br

Corporación America

www.corporacionamerica.com/ helport

Engecorps Engenharia S/A. www.engecorps.com

Engevix www.engevix.com.br

FR-EE / Fernando Romero Enterprise www.fr-ee.org

Foster + Partners www.fosterandpartners.com

Grimshaw grimshaw-architects.com

Haptic Architects hapticarchitects.com

Jahn Architects www.jahn-us.com

Meinhard von Gerkan www.gmp-architekten.com

Moretti Arquitetura www.morettiarquitetura.com.br

expediente

Naco (Netherlands Airport Consultants) www.naco.nl

Nordic Office of Architecture nordicarch.com

Ove Arup & Partners www.arup.com

Pascall+Watson Architecture www.pascalls.co.uk

PJJ Malucelli Arquitetura e Engenharia www.pjjmalucelli.com.br

Ramboll www.ramboll.com

Renzo Piano Building Workshop www.rpbw.com

Studio Fuksas www.fuksas.it

> ProJEto EstruturAL

Andrade Rezende Engenharia de Estruturas www.andraderezende.com.br

Codeme Engenharia www.codeme.com.br

Revista Arquitetura & Aço é uma publicação

trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora

CBCA: Av. Rio Branco, 108 – 29º andar 20040-001 – Rio de Janeiro/RJ

Tel.: (21) 3445-6332

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Supervisão Técnica

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números anteriores

Engecorps Engenharia S/A. www.engecorps.com

Engevix www.engevix.com.br

Grupo 2 Engenharia www.grupo2.com.br

Helport SA www.arhelport.com

John A. Martin e Associados www.johnmartin.com

Knippers Helbig Advanced Engineering www.knippershelbig.com

Werner Sobek Stuttgart www.wernersobek.de

> EstruturA MEtÁLicA

Acciaio Construções Metálicas Ltda. www.acciaio.com.br

Arcus www.arcuswire.com

Brafer Construções Civis e Montagem Ltda www.brafer.com Brugg www.bruggcables.com

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Direção

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Kinzi Thailand www.kinzi.co.th

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> EXEcuÇÃo dA oBrA

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Dan-Hebert Engenharia www.danhebert.com.br

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JL Construtora www.construtorajl.com

OAS S/A www.oas.com

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Av. Rio Branco, 108 – 29º andar 20040-001 – Rio de Janeiro/RJ

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Bruno Loturco, Eduardo Campos Lima, Eliane Quinalia, Mônica Pileggi e Nicole Lallé

Revisão

Deborah Peleias

Edição de arte

Cibele Cipola

Design

Luiz Marques

É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.

os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br

A&A nº 01 - Edifícios Educacionais

A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares

A&A nº 03 - Terminais de Passageiros

A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais

A&A nº 05 - Pontes e Passarelas

A&A nº 06 - Residências

A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas

A&A nº 08 - Indústrias

A&A nº 09 - Edificações para o Esporte

A&A nº 10 - Instalações Comerciais

A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções

A&A nº 12 - Lazer e Cultura

A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares

A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos

A&A nº 15 - Marquises e Escadas

A&A nº 16 - Coberturas

A&A nº 17 - Instituições de Ensino II

A&A nº 18 - Envelope

A&A nº 19 - Residências II

A&A nº 20 - Indústrias II

A&A Especial - Copa do Mundo 2014

A&A nº 21 - Aeroportos

A&A nº 22 - Copa 2010

A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social

A&A nº 24 - Metrô

A&A nº 25 - Instituições de Ensino III

A&A nº 26 - Mobilidade Urbana

A&A nº 27 - Soluções Rápidas

A&A nº 28 - Edifícios Corporativos

A&A Especial - Estação Intermodal de Transporte Terrestre de Passageiros

A&A nº 29 - Lazer e Cultura

A&A nº 30 - Construção Sustentável

A&A nº 31 - Construções para Olimpíadas

A&A nº 32 - Instalações Comerciais II

A&A nº 33 - Hotéis

A&A nº 34 - Shopping Centers

A&A nº 35 - Hospitais e Edificações para a Saúde

A&A nº 36 - Pontes e passarelas

A&A nº 37 - Estádios da Copa 2014

A&A nº 38 - Mobilidade Urbana

A&A nº 39 - Varandas, Mezaninos e Escadas

A&A nº 40 - Residências

A&A nº 41 - Centros de Pesquisa e Tecnologia

A&A nº 42 - Especial 10 anos

A&A nº 43 - Edifícios Multiandares

A&A nº 44 - Centros de Distribuição e Logística

36 &ARQUITETURA AÇO

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