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Universidade Cruzeiro do Sul

Antigo e novo se vêem confrontados numa intervenção que procurou valorizar aspectos educacionais e arquitetônicos.

O edifício art-decó de planta quadrada projetado nos anos 20 para fins educacionais para população pobre de São Paulo, define em seu centro um amplo pátio aberto que articula todos os setores do conjunto: estudo, trabalho e dormitórios. Implantado sobre uma colina voltada para o vale do Rio Imbira, constitui hoje a marca central da identidade do bairro, emprestando-lhe o próprio nome: Anália Franco.

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Encontrando-se em precário estado de conservação, dispunha-se a abrigar um vasto programa de usos como prédio inaugural do novo campus universitário: auditórios, laboratórios de pesquisa, salas de aula, praça de alimentação e serviços, entre outros.

Como idéias centrais desta intervenção estão a preservação das relações entre edifício e paisagem, entre arquitetura e identidade local, com ênfase na colina original de implantação e na expressividade dos volumes e dos distintivos espaços internos, buscando a geração de um espaço contemporâneo radical em sua expressividade e técnica. Nesse sentido, a polaridade gera uma tensão construída que acaba valorizando ambos, isto é, o antigo e o novo. Para isso, a opção pela estrutura de aço unindo e enfatizando os dois momentos, e que com sua linguagem limpa e leve permitiu uma qualidade arquitetônica surpreendente.

O Pátio Central ocupa um lugar simbólico que sintetiza a idéia básica de Universidade:

Local: São Paulo - SP

Projeto: Samuel Kruchin

Data do projeto: 1999

Data de conclusão da obra: 2001

Área construída: 7.193 m2

Arquitetos colaboradores:

Flávia Mayumi Matsuoka

Luciana Bertolini

Pier Paolo B. Pizzolato

Coordenação de projetos:

Cristiane Souza Gonçalves

Cálculo da estrutura em aço:

Ernesto Tarnoczy Jr.

Fabricação e montagem da estrutura em aço:

Fortmetal

Aço empregado:

ASTM A36

Coordenação de obra:

Construcap

CCPS Engenharia

Cliente:

Universidade

Cruzeiro do Sul o lugar eleito do Conhecimento. Daí a decisão de se implantar ali a grande biblioteca em torno da qual distribuem-se todos os espaços que se impregnam de seu significado arquetípico.

Oito pórticos de aço, envolvidos por uma película de vidro em seus 1200m2, abarcam a totalidade do espaço. A eles procurou-se dar um sentido de ritmo e movimento, intrínsecos à idéia do próprio Conhecimento, rompendo o tratamento usual das estruturas metálicas para conquistar uma expressividade contemporânea. A estrutura em aço e seu desenho particular resumem todo o novo significado: são o seu elemento nuclear.

Duas ‘garras’ emergem dos pórticos, definindo a biblioteca suspensa sobre o espaço original permitindo dupla leitura: uma tensão entre o espaço original que se faz reconhecer e o novo espaço que se configura permitindo uma leitura simultânea de sua integridade física original e dos novos sentidos a ele agregados.

A presença natural da luz e do novo piso em mosaico retraduzem a idéia do espaço público, das praças tradicionais da cidade, lugar do encontro e da reflexão.

À direita, visão noturna do Pátio Central, local privilegiado destinado à biblioteca.

À esquerda, montagem dos pórticos de aço, permitindo antever uma honesta relação entre a construção preexistente e uma nova etapa universitária.

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