Boletim informativo 20 - Julho 2019 - CBH Rio das Velhas

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INFORMATIVO Ano V - Nº 20

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas

Julho / 2019

Série de atividades no Alto, Médio e Baixo Rio das Velhas, e lançamento da campanha ‘Que rio queremos? Cuidar é melhor que destruir’ marcam a Semana Rio das Velhas 2019

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Michelle Parron

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Subcomitê Rio Cipó promove Expedição no Ribeirão Soberbo

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CBH investe mais de R$ 42 milhões em ações de preservação e recuperação

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Em reunião com Comitê, Vale apresenta cronograma e medidas de segurança para barragens

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Editorial

Marcus Vinícius Polignano Presidente CBH Rio das Velhas 2

Alunos da Escola Estadual Dona Francisca Josina, de Santana do Riacho, puderam conhecer mais sobre o ribeirão que corta o distrito da Serra do Cipó.

Expedição na Serra do Cipó leva alunos a refletir sobre a qualidade das águas No início do mês de julho, o Subcomitê do Rio Cipó, vinculado ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), promoveu uma expedição ao longo do Ribeirão Soberbo para levar os alunos a refletir sobre a preservação dos mananciais que correm na Serra do Cipó. A atividade fez parte da campanha ‘Que rio queremos? Cuidar é melhor que destruir’. O Ribeirão Soberbo está totalmente inserido no distrito Serra do Cipó, município de Santana do Riacho. Nasce numa região conhecida como

Mãe d`água e forma a cachoeira Véu da Noiva – ponto turístico bastante procurado por visitantes. A professora de geografia Carolina Noronha mostrou aos seus alunos da Escola Estadual Dona Francisca Josina, durante a expedição, as consequências da perda das matas ciliares: erosão, seca, assoreamento, e alertou: “Para recuperar a vegetação ciliar leva anos. É mais fácil preservar do que recuperar”. Divididos em grupos, os alunos verificaram, ao longo do percurso, a biodiversidade da Bacia do Rio Cipó, a

ocupação humana do território, além de terem promovido o monitoramento do oxigênio diluído, pH e vazão do ribeirão. No caminho, os alunos verificaram que o ribeirão, a montante da cidade, sobrevive bem, mas, à medida que descemos em direção à foz, a situação muda: o gado é criado às margens do Soberbo, compactando o solo – o que impede a infiltração da água da chuva e consequente reabastecimento do ribeirão – e pisoteando as mudas de árvores – o que atrasa e muito a recuperação da mata ciliar. Fotos: Léo Ramos

O Rio das Velhas é um sobrevivente. Por aqui já passou o Ciclo do Ouro, do Diamante, mais recentemente o minério, a urbanização, e ele continua tentando sobreviver, apesar de todos os impactos que sofre das atividades antrópicas e econômicas. Por tudo isso, a campanha ‘Que rio queremos? Cuidar é melhor que destruir’, lançada em meio à Semana Rio das Velhas 2019, visa antes de tudo celebrar a vida e agradecer ao Rio das Velhas pela sua existência e por ter a capacidade de manter quase 5 milhões de pessoas abastecidas. Há que se celebrar um rio vivo para que, futuramente, não tenhamos que tentar reconstruir um rio morto. Ao mesmo tempo, a campanha do Comitê busca refletir sobre o modelo de sociedade que desejamos ser. Nós não podemos continuar destruindo rios, como o Paraopeba e o Doce. Nenhum empreendimento econômico se justifica se ele produzir como resultado morte de pessoas, morte de rio e morte de biodiversidade. Uma sociedade tem que preservar aquilo que é essencial para sua sustentabilidade. Da mesma forma, o tratamento de esgotos continua a ser um gargalo na bacia do Velhas. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, que concentra o maior impacto, cerca de 30% dos esgotos ainda não são coletados e tratados. As Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) dos Ribeirões Arrudas e Onça também não são mais suficientes. Há que se implementar o tratamento terciário para remoção de nutrientes, em especial nitrogênio e fósforo, que contribuem significativamente para a proliferação de aguapés e posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição na água. Precisamos avançar em muito também na gestão dos resíduos na bacia. Assustadoramente, em pleno 2019, ainda temos que conviver com um número expressivo de municípios que ainda dispõem o lixo de maneira errada, contaminando as águas e, por consequência, a saúde das pessoas. Nós do CBH Rio das Velhas queremos um rio com vida, com história, com biodiversidade. Está aí o desafio que a gente tem que mostrar para a sociedade: é muito melhor cuidar do que destruir.

Expedição foi encerrada na foz do Ribeirão Soberbo, em seu encontro com o Rio Cipó.


Fernando Piancastelli

Distrito de Curimataí, em Buenópolis, recebeu o Seminário ‘Que rio queremos’, que contou com articulações para cercamento de nascentes na região.

Na Semana Rio das Velhas, a pergunta é: QUE RIO QUEREMOS? Durante coletiva de imprensa que marcou o lançamento, o presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, destacou o objetivo da campanha. “É hora de repensarmos nosso modelo de sociedade. E é essa a provocação que a Semana Rio das Velhas traz: ‘que rio queremos?’. Todos nós queremos um rio, mas não um rio cheio de esgoto, cheio de minério, cheio de rejeito industrial. Nós queremos um rio com vida, com história, com biodiversidade. Está aí o desafio que a gente tem que mostrar para a sociedade: é muito melhor cuidar do que destruir”, falou. A Semana Rio das Velhas 2019 percorreu ainda os municípios de Curvelo, Buenópolis e Lassance com uma série de atividades – como seminários, oficinas e visitas técnicas – que buscaram chamar a atenção para a necessidade de preservação da bacia.

Reunião Plenária Outro ponto de destaque na Semana Rio das Velhas foi a 105ª Reunião Plenária do Comitê, realizada em Curvelo. O encontro trouxe para o debate pautas importantes como a qualidade da água em diversos pontos da calha do Rio das Velhas, o trabalho realizado em saneamento pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) em Curvelo e pelo SAAE (Serviço Autônomo de Saneamento Básico) em Itabirito, e a situação das barragens da Vale no Alto Rio das Velhas. Ohana Padilha

29 de junho, na tradição popular, é quando se comemora o Dia de São Pedro, guardião das chuvas. Também é o dia que em, 1998, se instituiu o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas). Por conta disso, 29 de junho é considerado o Dia Oficial do Rio das Velhas. Em torno dessa data, anualmente o Comitê promove a Semana Rio das Velhas, momento de união e integração entre os povos da bacia. Em 2019, com uma programação repleta de atividades – que percorreu o Alto, Médio e Baixo Rio das Velhas – um dos pontos de destaque da Semana foi o lançamento da campanha ‘Que rio queremos? Cuidar é melhor que destruir’ e Exposição de Fotos na Estação Central do metrô de Belo Horizonte. A ideia foi apresentar, de maneira lúdica, o rio que temos, o rio que queremos e o que o CBH Rio das Velhas tem feito em ações de recuperação e preservação de área.

Michelle Parron

Bianca Aun

105ª Reunião Plenária do Comitê, realizada em Curvelo, foi um dos destaques da Semana Rio das Velhas 2019.

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CBH Rio das Velhas investe na preservação e revitalização da bacia Os resultados já alcançados com os projetos são animadores:

Fernando Piancastelli

Melhorar, em qualidade e quantidade, as águas do Rio das Velhas é um dos principais objetivos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) que realiza a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, na perspectiva de proteger seus mananciais e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável. Diante disso, por meio dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água, desde 2011 até maio de 2019, o Comitê já investiu mais de R$ 42 milhões com a contratação de 57 projetos e estudos, sendo que 37 já foram finalizados e 20 ainda estão em execução. O presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, explica que os projetos contratados possuem uma diversidade de temas e são realizados em toda a bacia. “O nosso objetivo é alcançar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade, visando garantir os múltiplos usos e a segurança hídrica da bacia do Rio das Velhas. Para isso, contratamos projetos diversos que abrangem toda a bacia”.

• Plantio de 230 mil mudas de espécies nativas na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas; • Quase 80 mil metros de cercas em áreas de proteção; • Construção de 3.300 barraginhas (bacias de contenção); • Elaboração de 21 Planos Municipais de Saneamento Básico, de um total de 51 municípios da bacia. • Mais de 140 quilômetros de terraços implantados.

Assista ao vídeo Conhecendo o Comitê – Projetos e Demandas.

Acesse o link youtu.be/YFh_ D9Ptf60, ou com seu celular escaneie o QR code ao lado.

Michelle Parron

Vale apresenta cronograma e medidas de segurança para barragens que podem afetar o Alto Rio das Velhas

Após solicitação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) para que a mineradora Vale informasse quais ações estão sendo realizadas no Alto Rio das Velhas para garantir a estabilidade das estruturas de contenção

de rejeitos e diques em risco, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) convocou uma reunião, realizada em meados de junho, em Belo Horizonte, com a participação de membros do Comitê, Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e integrantes da empresa de mineração. Na ocasião, ficou definido, segundo destacou o promotor de Justiça Francisco Generoso, coordenador regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, “o aprimoramento da interlocução e da transparência das informações prestadas pela empresa notadamente em face do CBH, diante da importância do Comitê da Bacia do Velhas nesse contexto. Em segundo lugar o encaminhamento, por parte da Vale, do detalhamento das ações já executadas, projetadas e em execução, para garantia da estabilidade das estruturas em risco que podem

repercurtir na bacia do rio das Velhas”. Para Marcus Vinicius Polignano, presidente do CBH Rio das Velhas, o documento permitirá ao Comitê acompanhar o processo e continuar cobrando soluções. “A gente tem uma preocupação muito grande com três coisas: a segurança hídrica de Belo Horizonte e de Sete Lagoas, que dependem do Velhas de forma significativa; a segurança das pessoas; e a integridade do rio. As barragens não podem romper porque seria um desastre absoluto, imensurável, tanto para bacia, quanto para segurança hídrica de Belo Horizonte, fora os prejuízos econômicos e patrimoniais e as destruições que isso provocaria em todas as cidades”. De acordo com os representantes da Vale, por volta de 35 barragens poderiam afetar o Alto Rio das Velhas. Desse número, a maior parte teria declaração de estabilidade.

INFORMATIVO CBH Rio das Velhas. Mais informações, fotos, mapas, apresentações e áudios no portal www.cbhvelhas.org.br Diretoria CBH Rio das Velhas Presidente: Marcus Vinícius Polignano Vice-presidente: Ênio Resende de Souza Secretário: Renato Júnio Constâncio Secretária-adjunta: Poliana Valgas

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Produzido pela Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas comunicacao@cbhvelhas.org.br Tiragem: 3.000 unidades. Direitos reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte.

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Comunicação: TantoExpresso (Tanto Design LTDA) Direção: Rodrigo de Angelis / Paulo Vilela / Pedro Vilela Assessoria de Comunicação: Luiz Ribeiro Redação e Reportagem: Luiz Ribeiro, Michelle Parron, Luiza Baggio e Léo Ramos Fotografia: Acervo TantoExpresso - CBH Rio das Velhas Bianca Aun, Fernando Piancastelli, Léo Boi, Léo Ramos, Michelle Parron e Ohana Padilha Design Gráfico: Sergio Freitas


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