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Programa Produtor de Águas da Bacia do Rio das Velhas

Comitê apresenta experiência do programa de pagamento por serviços ambientais em Itabirito

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Uma parceria profícua, liderada pelo CBH Rio das Velhas, contando com a Agência Peixe Vivo, o Subcomitê Rio Itabirito, a Prefeitura de Itabirito, a ONG internacional The Nature Conservancy (TNC) e a Coca Cola do Brasil, materializou o primeiro programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) de toda a bacia. A iniciativa foi apresentada em Seminário realizado no início de junho em Itabirito.

Com a estruturação e execução sob a coordenação da Peixe Vivo, a primeira fase do programa vai contemplar 40 produtores rurais até 2024 com recursos da ordem de R$ 800 mil. De início, 10 produtores em estágio mais avançado de aplicação das medidas de proteção e conservação receberam quantias de até R$ 20 mil.

Poliana Valgas, presidenta do CBH, destacou: “Foi um dia muito importante e uma iniciativa que tem o potencial de ser replicada em toda a bacia. O Comitê, com os recursos da cobrança pelo uso da água, não tem condições de executar todas as ações necessárias, mas pode ser o grande indutor para que a gente possa ter muitos outros programas hidroambientais no território”.

Surgido por demanda do Subcomitê Rio Itabirito, do CBH Rio das Velhas, o PSA da bacia do Ribeirão Carioca passou por um longo processo de institucionalização, como a edição de legislação e criação de fundo municipal específico. Projetos Individuais por Propriedade (PIPs) foram elaborados, orientando o plantio de mudas para recuperação das Áreas de Preservação Permanente e de cursos d’água, e o cercamento das APPs e áreas de reserva legal.

Produzindo água

Para Frederico Leite, secretário municipal de Meio Ambiente e coordenador do Subcomitê Rio Itabirito, “é muito importante criar a cultura do PSA para toda a região do Alto Velhas e organizar todo esse processo que agora está chegando na ponta, que é entregar o recurso ao produtor. Nos alegra muito e estimula a continuar o trabalho. Tem muito ainda a ser feito e temos o papel de multiplicar essa ação, que não é uma ação do governo, mas de várias mãos, e os produtores são os protagonistas”.

A região do Alto Rio das Velhas é estratégica para a segurança hídrica da Região Metropolitana de

Belo Horizonte (RMBH). Deste território sai a água que abastece quase metade dos 6 milhões de habitantes da Grande BH.

Os resultados desse primeiro programa já se fazem sentir. Maria de Fátima Santana, proprietária rural há oito anos em Itabirito, é quem demonstra: “Eu tinha quatro nascentes quando comecei aqui, e duas secaram. Enfrentamos uma seca pesada, muitos amigos diziam ‘lá em casa também secou’. Com esse programa, maravilhoso, eu consegui recuperar mais uma e já estamos tentando a quarta. Hoje tenho abundância de água. Há dois anos, quando falaram que iam fazer, nem acreditei muito, só vendo, mas foi feito e muito bem feito”.

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