Comitê elege novos membros e Diretoria
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Entrevista: Rodrigo Belo (IEF) e as ações de prevenção e combate a incêndios
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Comitê elege novos membros e Diretoria
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Entrevista: Rodrigo Belo (IEF) e as ações de prevenção e combate a incêndios
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Ações realizadas do Alto ao Baixo Velhas mobilizam população para a necessidade de preservação do rio e de seus afluentes
Lançado Projeto de Recomposição
Florestal dos Ribeirões
Caeté-Sabará
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Chegamos ao fim de mais um processo eleitoral democrático e participativo no âmbito do CBH Rio das Velhas. Processo esse que gerou uma recomposição importante do Plenário – órgão máximo de deliberação do Comitê – para os próximos quatro anos e definiu a nova Diretoria desse colegiado para o biênio 2023/2025.
No que diz respeito à Diretoria, conforme Plano de Trabalho apresentado a todos os conselheiros previamente, o objetivo do CBH Rio das Velhas é, fundamentalmente, água em quantidade e qualidade em toda a bacia. Para tanto, a proposta é termos um olhar voltado à produção de água, com foco principal na região do Alto Velhas, pensando na segurança hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas sem esquecermos da garantia dos usos múltiplos em todo o território.
Para isso, pretendemos trabalhar com ações estratégicas em todas as regiões, pensando no fortalecimento institucional do Comitê, na mobilização e participação social – que é o grande DNA desse colegiado – e também no saneamento, que é ainda um desafio para o CBH e para a bacia do Velhas, já que sua ausência compromete grande parte da qualidade da água do território.
A gente espera, também, dar condições para os municípios elaborarem projetos de sistemas de esgotamento sanitário, particularmente saneamento rural, especialmente na região do Médio e Baixo Rio das Velhas.
Assim, esperamos um rio melhor e mais resiliente com o desenvolvimento dessas ações, combinando realmente água em maior oferta e de maior qualidade ao longo da bacia.
Pretendemos, também, fortalecer os Subcomitês, esse espaço local de discussão que propicia a participação de todos os segmentos e onde são apontadas as demandas de cada região. O objetivo é empoderar continuamente o Subcomitê, os Encontros de Subcomitês, para que a gente tenha uma gestão cada vez mais descentralizada e participativa ao longo de toda a bacia.
Vida longa ao CBH Rio das Velhas!
Em 13 de setembro, uma nova diretoria e conselheiros do CBH Rio das Velhas tomaram posse em uma solenidade sediada na Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte.
A chapa “Comprometimento, experiência e renovação”, composta por Poliana Valgas (presidenta), Ronald de Carvalho Guerra (vice-presidente), Renato Constâncio (secretário) e Heloisa França (secretáriaadjunta), foi eleita por aclamação pelos presentes e exercerá o mandato de dois anos, até 2025. Entre os segmentos presentes no Comitê, Poliana representa o Poder Público Municipal (Prefeitura de Jequitibá), Ronald representa a Sociedade Civil (Associação Quadrilátero das ÁguasAQUA), e Renato (CEMIG) e Heloisa (SAAE Itabirito) representam os usuários de água.
A reunião contou também com a presença de membros que foram convocados para compor vagas no Plenário do CBH Rio das Velhas. Os presentes assinaram o termo para o mandato de quatro anos, até 2027.
O agora novo secretário Renato Constâncio explicou que, embora a chapa não contemple representantes do Poder Público Estadual, o segmento terá vez e voz na Diretoria. “Isso não quer dizer que o poder público estadual vai deixar de participar das decisões. A nossa intenção é trazêlos para a Diretoria Ampliada e, efetivamente, intensificar a participação em câmaras técnicas nas várias instâncias que nós temos”.
Heloisa França, nova secretária-adjunta do CBH Rio das Velhas, afirma que a gestão irá trabalhar para haver uma aproximação de todos os representantes, independente da titularidade, para, assim, realizar um bom trabalho. “Assim, (...) teremos um acompanhamento das metas nos planos na aplicação dos recursos e no desenvolvimento das ações, o que é um grande objetivo dessa nova Diretoria”, afirmou.
Para a nova gestão (2023-2025), a Diretoria propõe, especialmente:
Poliana ValgasA presidenta, Poliana Valgas, afirmou que a nova gestão irá trabalhar na melhora da quantidade e qualidade da água na bacia do Rio das Velhas. “Para isso, é necessário ter uma proposta, um olhar muito voltado para a produção de água ao longo da bacia, mas, neste primeiro momento, focar a princípio no Alto Velhas, pensando na segurança hídrica como um todo. Mas claro, também sem esquecer a garantia dos usos múltiplos ao longo da bacia”, explicou Poliana.
1. A conservação e produção de água na bacia em consonância com o Protocolo de Intenções pela Segurança Hídrica do Alto Velhas e o Plano de Segurança Hídrica de Minas Gerais;
2. A implementação de ações de saneamento rural e a elaboração de projetos de sistemas de esgotamento sanitário;
3. A recuperação de nascentes urbanas e de fundos de vale;
4. A ampliação
Presidenta do CBH Rio das Velhas do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais em parceria com a SEMAD.Pouca (ou nenhuma) chuva, capins secos, calor. O período que compreende as últimas chuvas do outono até seu retorno na primavera culmina também com a época mais quente em Minas Gerais. Temos aí alguns dos ingredientes para as queimadas. Quando ocorre naturalmente, o fogo faz parte do ciclo do Cerrado, fertilizando a terra e acelerando a germinação das sementes. Quando é provocado pela ação humana, no entanto, pode ameaçar espécies de animais e de plantas, alterando todo o bioma e contribuindo para a poluição atmosférica. E, em tempos de mudanças climáticas, em que o ciclo das chuvas é mais imprevisível e concentrado, as queimadas podem se espalhar rapidamente pelos campos secos e dificultar seu combate.
Conversamos com Rodrigo Belo, Gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) do Instituto Estadual de Florestas (IEF) sobre as ações de prevenção a incêndio em Unidades de Conservação (UC) e como a população pode ajudar a evitar que grandes incêndios ameacem a vida na Mata Atlântica e no Cerrado.
Rodrigo Belo é Gerente do Previncêndio, pelo IEF.
Como a atual conjuntura climática e eventos como La Niña e El Niño influenciam nas queimadas?
Parece que temos acompanhado um deslocamento do período crítico, que vem se ampliando para dentro da primavera. Então, o que é péssimo é que a primavera tem as temperaturas mais altas do ano – mais altas, inclusive, do que no verão – e ela coincide com os dias secos. O que temos visto ultimamente são as chuvas retornarem na primavera, quando antes elas voltavam já no inicinho ou até antes da primavera, e isso pode ser sim uma consequência dessas alterações climáticas. Quando vêm fenômenos como La Niña, acontece um ano como 2021, por exemplo, em que registramos a pior seca em Minas Gerais em quase 100 anos. E isso teve consequências, como incêndios florestais em áreas muito significativas em UCs.
Agora entramos no período do El Niño, em que as chuvas se intensificam. Mas isso não quer dizer que elas fiquem bem distribuídas ao longo do período, que é o que mais nos importa. Mais do que chover muito no verão e nada no inverno, nos interessa que haja chuvas de tempos em tempos, ainda que elas sejam pouco significativas, porque elas aumentam a umidade do ar e quebram aquele intervalo de secura que vem se agravando dia após dia. Além disso, o El Niño traz uma promessa de aumento de temperatura. Então, a gente espera um 2023 um pouco mais severo. Em 2015, por exemplo, que tinha sido um ano bastante intenso para nós, as chuvas retornaram só em novembro. Se isso acontecer este ano, certamente vamos colher um outubro bastante
intenso de incêndios. Setembro é o mês que a gente mais tem fogo, outubro é o mês que a gente mais perde área, mesmo tendo menos incêndios do que em setembro na série histórica entre 2013 e 2022 – e isso por conta da gravidade dos incêndios. É uma incógnita ainda, a perspectiva é de piora.
Quais são as principais intervenções humanas que causam grandes incêndios?
Vão desde a limpeza de pastagem, controle de pragas, para matar carrapatos ou uma determinada espécie de vegetação, e outras, como pessoas que colocam fogo na beira da estrada para trafegar com mais segurança pelo acostamento. Muitas vezes, o fogo é atribuído ao cigarro, mas ele pode ser ocasionado por foguete, às vezes por uma falha na rede elétrica, por causa de sapata de freio de trem, descarga de caminhão… O que é muito triste são os incêndios dolosos. As pessoas têm intenção de provocar fogo, e isso não é raro. E são os motivos mais diversos.
Quais são as principais ações de prevenção contra incêndios praticadas pela Previncêndio?
Previncêndio é uma gerência. Ela tem por competência prevenir e combater incêndios em UCs estaduais. Atuamos em parceria com Polícia Militar, Polícia Civil, Defesa Civil, ICMBio, Ibama, coordenados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Trabalhamos com campanhas e com orientação técnica. Além disso, também com ações de prevenção através de manejo
integrado do fogo, que tem sua função ecológica para os incêndios florestais do bioma Cerrado, por exemplo. Se feito de forma adequada e no momento correto, o fogo é benéfico, porque o acúmulo de combustível muitas vezes acaba sendo responsável por agravar o incêndio. Quando a gente consegue diminuir esse acúmulo de combustível, certamente temos uma condição melhor de combate, que muitas vezes é menor e de menos dias. Por fim, trabalhamos também na formação de brigadistas.
O que a população em geral pode fazer para ajudar a prevenir incêndios?
Precisamos pensar que, quando eu uso o fogo porque é um meio mais econômico para mim, esse custo vai para toda a sociedade, já que o fogo terá de ser combatido com avião, helicóptero, brigadista, bombeiro... enfim, com uma série de outros recursos que vêm do Estado. Melhor do que termos uma robusta capacidade de combate é evitar que esse combate aconteça. É muito importante fazermos um uso mais consciente do fogo. Além disso, quando avistar um incêndio, ligue para o 193 e informe. Às vezes as pessoas pensam “Ah, não vou ligar, alguém já deve ter ligado”. É preferível que tenhamos 30 denúncias de um mesmo incêndio do que nenhuma.
Quer saber mais sobre o tema? Assista ao webinário ‘Fogo: Ecologia, prevenção e combate’, promovido pelo CBH Rio das Velhas, que contou também com a Participação de Rodrigo Belo: bit.ly/3Zlh72r
junho é reconhecido como o Dia do Rio das Velhas. Em torno dessa data, anualmente, o CBH Rio das Velhas promove a Semana Rio das Velhas, com uma extensa programação de eventos, debates e integração.
Em 2023, a ação celebrou os 25 anos de atuação do Comitê. E a abertura da Semana não poderia ter acontecido em lugar melhor: na nascente do Rio das Velhas, no Parque das Andorinhas, em Ouro Preto. Uma visita de campo ao primeiro olho d’água do rio marcou o início das atividades, em 26 de junho.
Ao longo de toda a Semana, Exposições Itinerantes sobre a bacia hidrográfica e a campanha ‘Rio das Velhas, Eu Faço Parte: Saneamento Já’ percorreram os quatro cantos do território e mobilizaram escolas, coletivos, poder público e demais moradores para o contexto de proteção do rio, de suas águas e da biodiversidade. A Exposição esteve em Ouro Preto, Belo Horizonte, Confins, Curvelo e Várzea da Palma.
Com o objetivo de promover maior integração entre os Subcomitês e parceiros, com vistas ao fortalecimento da governança, do diálogo e da gestão, foram realizados também os Diálogos Regionais da Bacia do Rio das Velhas. Durante os encontros, em Ouro Preto, Confins e Curvelo, os representantes dos Subcomitês puderam compartilhar experiências para o fortalecimento das redes já existentes e promoção de possíveis parcerias intersetoriais.
Presente no encontro que reuniu lideranças dos colegiados do Médio-Baixo e Baixo Rio das Velhas, Carolina Noronha, coordenadora do Subcomitê Rio Cipó, disse estar extremamente feliz e contemplada com a oportunidade de debater e dividir experiências. “Tivemos a oportunidade de pensar a bacia em diferentes escalas. Esse pensamento nos ajuda a entender o território, planejar ações e priorizar demandas. O encontro
foi muito produtivo, já que além de discutir, demos continuidade ao planejamento iniciado no primeiro encontro de coordenadores dos Subcomitês”, explicou a coordenadora.
O ponto alto da Semana foi em 29 de junho, Dia do Rio das Velhas, quando o Comitê completou 25 anos de atuação. Uma plenária comemorativa, com a presença de várias pessoas que ajudaram a construir a história deste CBH singular, marcou a celebração.
Ex-presidente e, hoje, secretário do Comitê, Marcus Vinícius Polignano, relembrou a trajetória e a sabedoria herdada das águas para lidar com os desafios do dia a dia. “Construímos um Comitê sólido. Isso é difícil porque as tratativas que às vezes tentam fazer as cisões são muito fortes. Mas tivemos na sabedoria das águas a unidade para entendê-las, que elas eram o bem maior a ser preservado. E que se esse rio foi construído ao longo de uma história geológica, esse Comitê também tinha que ter sabedoria para saber tomar as decisões certas na hora correta”, refletiu Polignano.
O encerramento também não poderia ter ocorrido em lugar melhor: na foz do Rio das Velhas, no distrito de Barra do Guaicuí, em Várzea da Palma. Uma barqueata percorreu o encontro das águas entre o Velhas e o Rio São Francisco. Celebrações ocorreram também na centenária Igreja de pedras de Bom Jesus de Matozinhos.
Moradora da Barra do Guaicuí e presidente da Colônia de Pescadores e Aquicultores Z34, Vilma Martins falou sobre a emoção de fechar a Semana. “Hoje foi um dia importante para nós. Tivemos diversos eventos que contribuíram para a conscientização da população e é um privilégio encerrar aqui. O Rio das Velhas é muito importante, pois é ele que é o berçário do Rio São Francisco. Então, temos que cuidar dele, temos que fazer parte. Eu faço parte!”.
Em julho, o Subcomitê Rio Itabirito, a prefeitura de Itabirito e a Gerdau oficializaram oficializaram, conjuntamente, a conclusão do Projeto de Recuperação de Nascentes da Bacia do Rio Itabirito. A iniciativa, começada em março de 2022, atendeu à sugestão da Câmara Técnica de Outorga e Cobrança (CTOC) do CBH. Ao todo, o projeto contemplou um total de 14 nascentes, todas as quais passaram por ações de revitalização, cercamento e plantio de mudas. A iniciativa contou também com ações de educação ambiental nas escolas da região.
O secretário municipal de Meio Ambiente e coordenador do Subcomitê Rio Itabirito, Frederico Leite, ressaltou a importância do trabalho em prol da recuperação das nascentes. “Esperamos fomentar novas parcerias com a iniciativa privada que tragam resultados positivos para a preservação dos nossos mananciais”.
Em julho, a coordenadora geral do Subcomitê Ribeirão Arrudas e a mobilizadora Fernanda Costa se reuniram com a Gerência de Recursos Hídricos (GERHI) da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para solicitar apoio visando a obtenção de anuência para o projeto hidroambiental do Cercadinho, uma vez que ele envolve áreas públicas do município. Já em agosto, a coordenadora e a mobilizadora reuniram-se com a Secretaria de Política Urbana, também da PBH, para dar continuidade às discussões visando a obtenção da anuência para execução do projeto.
No último dia 19 de julho, membros dos Subcomitês Carste e Ribeirão da Mata participaram de uma visita técnica ao parque aquático Aquabeat, empreendimento localizado no município de São José da Lapa. A visita foi uma oportunidade de os membros conhecerem o local, que já está em fase de operação. O grupo pôde conhecer as instalações do parque e acompanhar apresentações a respeito do funcionamento da estrutura, principalmente no que tange ao reuso da água e sobre a triagem de resíduos.
No início de agosto, membros da CTOC e de Subcomitês do Alto Velhas, com destaque para o Subcomitê Águas do Gandarela, realizaram visita técnica à mineradora de areia e ouro, Rio Preserv, em Rio Acima. A visita surgiu após a empresa solicitar retificação de portaria de outorga. A mineradora quer realizar as suas operações em todo o trecho do leito do Rio das Velhas, localizado dentro dos limites da poligonal do direito minerário concedido pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
A conselheira do Subcomitê Águas do Gandarela, Maria Teresa Corujo, a Teca, acompanhou toda a visita e levantou perguntas e questionamentos. “Não estou muito segura. Estou saindo com mais dúvidas e preocupações do que estava quando li a documentação que foi apresentada pelo empreendedor à CTOC. Sinto que essa visita técnica nos trouxe um sinal da importância de ter muita atenção a isso, ao empreendimento e à outorga”.
Após a visita, o IGAM solicitou o sobrestamento imediato da análise do processo de retificação de outorga por tempo indeterminado.
No último dia 07 de junho, os membros dos Subcomitês Rio Cipó e Rio Paraúna se reuniram em Congonhas do Norte em homenagem à memória do conselheiro Cloves Isaias, membro histórico e ativo de ambos os Subcomitês, que faleceu neste ano de 2023. A reunião contou com a presença da família do conselheiro, incluindo sua esposa e filha. José Silvério, o Zezinho, poeta e membro dos Subcomitês, participou da solenidade e também homenageou o colega.
Parceiros celebraram projeto que nasceu em atendimento à sugestão da CTOC do CBH Rio das Velhas. Visita de campo da CTOC foi acompanhada por representantes do Subcomitê Águas do Gandarela; processo foi sobrestado por tempo indeterminado.Após a realização de oficinas fotográficas e visitas a campo, o projeto “Mergulho na paisagem da subbacia do Rio Curimataí” chegou a mais uma etapa. Os registros feitos pelos jovens dos municípios de Augusto de Lima, Joaquim Felício e de Buenópolis ganharam uma exposição itinerante inédita que tem percorrido os três municípios durante as suas principais festas.
A exposição conta com 27 fotografias, todas com informações históricas sobre os locais nas quais foram tiradas. A primeira parada da mostra foi realizada no final de julho durante a 37ª Semana do Fazendeiro em Buenópolis.
Em julho, o CBH Rio das Velhas e o Subcomitê Rio Taquaraçu promoveram o Seminário Final do “Projeto de Requalificação Ambiental na UTE Taquaraçu”, nos municípios de Caeté e Taquaraçu de Minas. A iniciativa buscou promover ações de recuperação hidroambiental através da produção de água nas sub-bacias do Ribeirão Ribeiro Bonito e Córrego Engenho Velho por meio de intervenções em áreas identificadas como prioritárias. Ao todo, foram construídas 42 bacias de contenção de água da chuva, plantio de mudas de árvores nativas, cercamento de mais de 2.700 metros, instalação de 14 placas educativas e indicativas de preservação, além de ações de mobilização social e educação ambiental.
Para o coordenador do Subcomitê Rio Taquaraçu, João Paulo Sarmento, a realização do projeto é fruto de uma união entre a população local e o Comitê. “Foi um projeto no qual as pessoas que moram no território demandaram, então vemos que a mobilização está tendo resultados. O produtor rural está empenhado em ajudar e é claro que vamos buscar mais projetos dessa natureza”, afirmou.
No dia 16 de junho, o Grupo de Trabalho (GT) Drenagem do Capão, uma iniciativa do Subcomitê Ribeirão Onça e do Núcleo do Capão, realizou sua primeira reunião ordinária. Na ocasião, atendendo a uma solicitação dos integrantes do GT, a engenheira da Diretoria de Gestão de Águas Urbanas (DGAU) da PBH, Ana Paula Furtado, deu mais detalhes acerca da proposta de drenagem para o córrego, que foi apresentada para conselheiros e interessados já no final de 2022.
A reunião também contou com apresentações sobre a gestão de águas urbanas, do professor Roberto Costa, da Escola de Arquitetura da UFMG, e da componente do GT, Núria Manresa. Após a reunião, os integrantes do GT encaminharam uma visita técnica, realizada em julho, ao Morar de outras Maneiras (MoM), da Escola de Arquitetura, para conhecer as ferramentas e maquetes que explicam sobre a dinâmica da água.
Também em agosto, em reunião ordinária virtual, o Subcomitê Águas da Moeda ouviu da Copasa qual é a situação atual do esgotamento sanitário do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, questão que vem se arrastando ao longo dos anos. Segundo representantes da empresa, ainda há moradores e empresas que não aderiram à rede da Copasa, o que tem causado impactos na qualidade da água. Nesse caso, quem teria o poder de compelir quem ainda não trata seus efluentes seria a Prefeitura de Nova Lima.
Uma queixa compartilhada na reunião por membros da sociedade civil foi o cheiro de esgoto e a presença de espuma no Córrego de Fechos. Camila Althertum, conselheira do Subcomitê, ressaltou a necessidade de que a sociedade civil seja recebida pelo poder público para discutir a qualidade dos cursos d’água da região.
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a prefeitura de Santo Hipólito, em parceria com o Subcomitê Rio Pardo, realizou um Concurso Fotográfico nas escolas, com o objetivo de chamar a atenção dos alunos para as belezas naturais existentes no município e fazê-los refletir sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Cerca de 90 estudantes participaram do concurso enviando suas fotos e, a partir da avaliação da comissão do projeto, 20 imagens foram selecionadas e impressas. Em 05 de junho, uma votação popular elegeu as três melhores fotos, que receberam prêmios.
Nos dias 22 e 23 de junho deste ano, a Feira Ambiental de Curvelo contou com um stand do CBH Rio das Velhas. Na ocasião, foram realizadas apresentações envolvendo a importância da participação da população na gestão dos recursos hídricos. Além disso, foram distribuídos materiais gráficos do Comitê. A Feira integrou a programação da Semana Verde, projeto idealizado pela Prefeitura de Curvelo. O evento consistiu na promoção de uma mostra dos projetos ambientais, desenvolvidos no município, durante três dias, com o objetivo de fortalecer a consciência ambiental e disseminar as campanhas de sustentabilidade e preservação promovidas pelos parceiros do projeto.
O Subcomitê Ribeirões Caeté-Sabará tem acompanhado de perto as discussões relacionadas ao Aterro Sanitário de Macaúbas, localizado em Sabará. Atualmente, o local – com capacidade de armazenagem final de 50 milhões de toneladas –recebe cerca de 4 mil toneladas/dia de resíduos sólidos domiciliares não perigosos de 24 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Embora o empreendimento promova a destinação adequada dos resíduos, ele gera impactos para os recursos hídricos do entorno, em especial à bacia do Sobradinho, afluente direto do Rio das Velhas. Em função disso, a empresa Vital Engenharia, que opera o aterro, firmou um Termo de Compromisso com o Ministério Público, que dispõe sobre a realização de um projeto de desassoreamento, monitoramento da vazão e qualidade das águas e recuperação das áreas de APP do córrego, além de atestar a estabilidade de um dique de contenção de sedimentos, que se rompeu nas chuvas de 2016 e 2017.
Em agosto, em mais uma etapa, o Subcomitê marcou presença na Reunião Pública que discutiu o assunto.
Exposição com fotos de alunos tem percorrido os municípios de Augusto de Lima, Buenópolis e Joaquim Felício.Em agosto, foi apresentado em Sabará o Projeto de Recomposição Florestal dos Ribeirões CaetéSabará durante um fórum especial sobre o tema. O evento contou com a presença de autoridades, mobilizadores, técnicos e sociedade civil. O CBH Rio das Velhas, o Subcomitê Ribeirões Caeté-Sabará, a Probiomas, a Prefeitura de Sabará, o CAOMA, Plataforma Semente e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) são parceiros no projeto. A realização será do Instituto Plantando.
A etapa de lançamento ocorreu após a Promotoria de Justiça de Sabará e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) firmarem um termo de repasse de R$ 3 milhões, proveniente de medidas compensatórias ambientais, para a viabilização da iniciativa.
O projeto terá a duração de 36 meses, sendo que sua realização será executada em três etapas de 12 meses. O projeto realizará estudos, pesquisas, reuniões, mobilizações, planejamento e levantamento de dados e de campo para execução das atividades de diagnóstico socioambiental e de qualidade das águas dos principais afluentes e dos Ribeirões Caeté-Sabará. A mobilização e a capacitação de produtores rurais e colaboradores também estão previstas no projeto.
A presidenta do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, comemora o lançamento e destaca a colaboração e empenho das instituições em
garantir a realização do programa. “É uma ação conjunta feita a várias mãos e que vem preservar esse território importante para o Alto Rio das Velhas, aumentar a produção de água, mobilizar e conectar pessoas em torno desses projetos.”
O conselheiro do Subcomitê Ribeirões CaetéSabará e representante da Probiomas, Fernando Madeira, ressalta a importância de se realizar ações nas mais de 20 microbacias presentes na região. “As microbacias, muitas delas, estão degradadas e assoreadas. Muitas nascentes precisam ser recompostas e cuidadas. Por isso a importância desse projeto para a região e as pessoas, pois muitas delas, que vivem em zona rural, não possuem outra fonte de água e fornecimento. Além disso, a restauração florestal irá melhorar a qualidade da água, prevenir acidentes florestais e melhorar a qualidade de vida da população. Com as microbacias recuperadas, elas serão fonte de alimentos, medicamentos e materiais que proporcionarão negócios bioeconômicos” afirmou Fernando.
A primeira etapa do projeto já está em andamento. Os realizadores estão elaborando o Plano Diretor Executivo para Recomposição Florestal de Área Ciliares, processo que durará seis meses, implementando o Laboratório para Monitoramento da Qualidade das Águas dos principais afluentes dos Ribeirões Caeté-Sabará, processo que ocorrerá ao longo de 12 meses, e capacitando sitiantes e produtores rurais.
INFORMATIVO CBH Rio das Velhas. Mais informações, fotos, mapas, apresentações e áudios no portal www.cbhvelhas.org.br
Diretoria CBH Rio das Velhas
Presidenta: Poliana Valgas
Vice: Ronald de Carvalho Guerra
Secretário: Renato Júnio Constâncio
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