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VI ENCONTRO DOS COMITÊS AFLUENTES DO SÃO FRANCISCO ABORDA A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA
Com o objetivo de promover a integração e a troca de experiências entre os comitês de bacias afluentes do Velho Chico, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) promoveu, nos dias 15 e 16 de dezembro, em Penedo (AL), o VI Encontro dos Comitês Afluentes do São Francisco. O evento teve como tema a “Lei das Águas e gestão dos recursos hídricos na bacia do São Francisco” e contou com a presença de 19 presidentes de comitês afluentes, seis representantes dos Conselhos de Usuários (CONSU) e nove representantes de bacias receptoras.
Na abertura, o superintendente da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas e membro do CBHSF, Marcelo Ribeiro, reforçou, em sua fala, a parceria entre as duas instituições para a realização do evento e em prol da recuperação do Rio São Francisco. “Do ponto de vista socioambiental estamos seguindo na luta por melhorias, avanços, construção e desenvolvimento, tanto para o Velho Chico quanto para quem sobrevive dele, como é o caso dos ribeirinhos. Este é um momento chave para unir forças que trarão benefícios a este tão importante rio”.
O secretário do CBHSF, Almacks Silva, pontuou que fazer a gestão do Rio São Francisco não é fácil dada a sua imensidão. “Quando olho a responsabilidade que o Comitê possui com a gestão, entendo a necessidade de união de todos, como neste momento, para pensarmos em soluções. As inconstâncias que temos no Velho Chico são gigantes, por isso precisamos gerir com cuidado e de forma planejada”, disse. Após um minuto de silêncio em memória de Toinho Pescador, membro honorário do CBHSF que lutou durante sua vida em defesa do Velho Chico, o presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, ressaltou a necessidade de uma maior articulação política entre os CBHs. “Precisamos nos articular politicamente para defender o nosso rio de projetos como o PL nº 4.546/21, em tramitação na Câmara dos Deputados, que vem sendo chamado pelo governo de “novo marco hídrico”. Temos dificuldades em relação às vazões, por exemplo, e devemos mudar isso. O aumento e a diminuição das vazões, o que acontece de forma recorrente, é prejudicial para a biota, para os ribeirinhos. O Operador Nacional do Sistema Elétrico precisa entender que não somos um canal de água. O Rio São Francisco é uma bacia hidrográfica e necessitamos cuidar dele. É importante a união dos afluentes e bacias receptoras em prol do rio“.
Mesa-redonda
Composta por Larissa Cayres, membro do CBHSF, representante da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia e do GT do Marco Hídrico, e pelo presidente do CBHSF, a mesa debateu os 25 anos da Lei nº 9.433/97 e o PL 4.546. “Temos que buscar meios de impedir o avanço do PL 4.546 no Congresso Nacional. Esse encontro das águas do São Francisco, das águas compartilhadas, é o momento ideal para discutirmos esse tema de interesse comum a todos nós. É uma discussão ampla, a exemplo do Pacto das Águas, que é também essencial para o futuro da bacia e não apenas do território”, disse Maciel Oliveira. Larissa Cayres reforçou que o roteiro já está definido e é a Lei nº 9.433/97. “Vamos continuar na luta pela implementação dos instrumentos contidos na Lei das Águas, pelo Rio São Francisco e todos os seus afluentes”.
Troca de experiências
Seguindo o objetivo do encontro, houve a apresentação das delegações estaduais que trouxeram os desafios enfrentados em cada região. A primeira a se apresentar foi a de Minas Gerais.
De acordo com o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (SF2), José Hermano, o Encontro dos Afluentes é sempre uma grande oportunidade para a troca de experiências, como também para entender as demandas, os conflitos e os problemas da bacia. “O debate é muito importante, inclusive, para quem integra o Médio e o Baixo, conhecerem os problemas que enfrentamos lá, as regiões de áreas de conflitos onde encontramos os maiores desafios dentro da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Tem uma série de pautas a serem debatidas e nossa intenção é tornar esses momentos cada vez mais recorrentes, pois é de grande utilidade que todos tragam suas ideias para que elas sejam trocadas com os demais no intuito de dar continuidade à luta pelo São Francisco e fazer com que ela seja coesa e única”. Apresentaram-se também os representantes dos comitês de Alagoas, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. No segundo dia do Encontro foi realizada uma visita à foz do Rio São Francisco, no município de Piaçabuçu (AL)