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EXPEDIÇÃO CIENTÍFICA BAIXO SÃO

FRANCISCO CHEGA À SUA 5a EDIÇÃO

E Traz Dados Importantes

Texto: Deisy Nascimento / Fotos: Edson Oliveira

Ciência, educação e saúde. A tríade da Expedição Científica do Baixo São Francisco chega à quinta edição ainda mais fortalecida e embasando as ações dos 66 pesquisadores voluntários de todo o Brasil, que, de 3 a 12 de novembro, fizeram das barcas-laboratório o seu lar.

Este ano, a Expedição passou por sete municípios alagoanos e três sergipanos, contemplando, assim, toda a região do Baixo São Francisco. Os pesquisadores participantes desenvolveram várias ações, como coleta de amostras e análise da água, do solo, da ictiofauna, da flora, do pescado nas feiras livres, da situação de saúde da população ribeirinha, de indígenas e quilombolas e muito mais. Ao todo, foram 35 áreas de pesquisa, cujos resultados serão disponibilizados em livro, à semelhança dos anos anteriores.

Para o professor da Universidade Federal de Alagoas e coordenador da Expedição, Emerson Soares, o apoio das diversas instituições que patrocinaram a pesquisa, dentre as quais o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, foi fundamental para o sucesso da jornada. “Mais uma vez agradeço ao Comitê e aos seus membros, e também à Agência Peixe Vivo, que desde a primeira edição nos apoiam. Agradeço a todas as prefeituras, instituições, ao reitor e à vice-reitora da UFAL. Esse apoio foi essencial para a concretização de mais essa etapa. Ficamos felizes com a expedição e a sua conclusão”, falou.

A educação ambiental é outro aspecto que tem se fortalecido por meio de palestras de conscientização e sensibilização nas escolas públicas e nas comunidades, de instalação de Pontos de Entrega Voluntária

(PEV), de plantio de árvores nativas para reflorestamento das matas ciliares e de trabalho com as colônias de pescadores da região, já que restos de materiais de pesca também são uma grande fonte de poluição nos rios e oceanos.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira, ressaltou que o investimento em ciência traz, por consequência, ferramentas para a construção de políticas públicas em favor do rio, além de embasamento para a tomada de decisões no colegiado. “É uma multiplicação de conhecimento, experiências, vivências e a solução de conflitos com base nas análises e pesquisas feitas pelos expedicionários.

É importante afirmar que a expedição não acaba com a conclusão dessa etapa, pois o relatório trará ainda mais colaborações necessárias para o cuidado com o Rio São Francisco. Ano que vem iremos, com o relatório em mãos, fazer uma peregrinação em Brasília a fim de mostrar os resultados da expedição. A Expedição Científica transforma vidas e trará pontos que irão ajudar na solução de questões ligadas à qualidade da água”, explicou.

O membro do CBHSF, Antônio Jackson, que participa da Expedição desde a sua segunda edição, foi homenageado e presenteado com um cocar da etnia Aconã, que fica em Traipu (AL). “Eu não imaginava que aos 76 anos eu iria participar de uma expedição e que estava ganhando uma família, filhos e filhas. Deus é generoso comigo e todos têm participação nesse processo. Estamos nessa luta pelo Rio São Francisco e agradeço demais as homenagens”, disse.

O reitor da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo, fala sobre a promoção da ciência fora dos muros da universidade. Segundo ele, “a expedição impacta todos que participam, direta ou indiretamente, como universidades, prefeituras, governo, comitê, ribeirinhos, o próprio Rio São Francisco, comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas. Os estudos técnicos são um grande benefício para a população, bem como o fato de reunir competências institucionais para o resgate de um pouco do que era o Velho Chico, tudo de forma científica e com dados precisos”.

Dados prévios

Foram colhidos, durante a expedição, os seguintes dados:

• Chipagem de 300 peixes, entre xiras e piaus;

• 60 amostras de TOG e pesticidas;

• peixamento de 100 mil peixes, de seis espécies;

• 60 amostras de água;

• 66 amostras de microplástico;

• histopatologia de 120 peixes;

• 500 amostras de enzimas;

• 360 lâminas de genotoxicidade;

• 264 amostras de fitoplâncton.

Na área de saúde foram realizados:

• 6 mil exames;

• triagem de 500 pacientes;

• 110 consultas médicas;

• 45 encaminhamentos de complexidades para o Hospital Universitário;

• 500 exames de saúde bucal;

• entrega de 700 kits de saúde bucal.

Educação:

• 15 escolas visitadas;

• Doação de 14 computadores, 1 impressora e 4 projetores multimídia;

• 2 mil visitas de estudantes ao Oceanário do Sesc.

Assista ao vídeo da V Expedição: bit.ly/3C3Y6Y1

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