Orientação ao Viajante GUIA
PREPARANDO A VIAGEM Para uma viagem segura e sem contratempos, a preparação deve começar bem antes. Para desfrutar com tranquilidade do destino escolhido, devemos estar atentos a questões climáticas, geográficas e epidemiológicas. Pensando na segurança e comodidade da sua viagem, o Sesc Saúde São Francisco oferece o serviço de orientação e vacinação ao viajante. A unidade é credenciada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e faz parte dos postos oficiais de Minas Gerais habilitados a emitir o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia. Orientação ao viajante O Sesc Saúde São Francisco oferece orientação focada nos riscos ambientais e prejuízos à saúde aos quais o viajante pode estar exposto. Alguns exemplos: questões relacionadas a saneamento básico, cuidados com água e alimentos, vacinação, picadas de insetos, alterações climáticas, voos prolongados, entre outros. Vacinação A vacinação é uma maneira eficaz de evitar várias doenças. É importante que o viajante esteja com o calendário de imunização recomendado pelo seu país em dia e que saiba quais vacinas adicionais são importantes para cada faixa etária e destino.
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O ideal é que as doses comecem a ser aplicadas cerca de dois meses antes da data prevista para a viagem. Muitas vacinas necessitam de duas ou três doses e, de maneira geral, são necessários pelo menos 10 dias para a produção de anticorpos que garantam imunidade. O viajante que não tem comprovação de vacinação prévia deve ser imunizado novamente. Alguns países exigem o “Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia” (CIVP) contra a Febre Amarela para o ingresso no território. A lista de nações que exigem o Certificado está disponível no site da Organização Mundial de Saúde (OMS) www.who. int/ith/ith_country_list. Para a emissão do certificado, você deverá procurar os Centros de Orientação ao Viajante da Anvisa, levando o seu Cartão Nacional de Vacinação e um documento de identificação oficial com foto. Lembre-se de que o certificado internacional só será válido para ingresso no país estrangeiro após dez dias a contar da data da vacinação contra febre amarela. Para um rápido atendimento nos Centros de Orientação ao Viajante, você pode se cadastrar antecipadamente no Sistema de Informações de Portos, Aeroportos e Fronteiras, acessível no site da Anvisa (http://www.anvisa.gov.br/viajante).
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Medicamentos e receitas médicas Se você faz uso de medicamentos para doenças pré-existentes é importante garantir que não faltará medicação para todo o tempo que estará fora e levar também uma quantidade extra, caso o retorno seja adiado. Nem sempre é possível adquirir os medicamentos em alguns destinos. Para isso, é preciso contar com a orientação do seu médico, é claro. De acordo com as orientações da Anvisa, a entrada de medicamentos em outros países poderá sofrer fiscalização sanitária, portanto não esqueça a prescrição (receita) médica. Lembre-se de levar, preferivelmente na bagagem de mão, para evitar extravios. Recomenda-se que os medicamentos sejam mantidos na caixa original para melhor identificação, caso necessário.
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Fique atento ao volume individual dos recipientes, pois, pelas normas de segurança aérea, somente é permitido levar na bagagem de mão: • mamadeiras e alimentos infantis industrializados (quando bebês e crianças estiverem viajando); • medicamentos essenciais acompanhados de prescrição médica (a receita deverá possuir o nome do passageiro para ser comparado com aquele que consta no cartão de embarque); • medicamentos que não necessitam de prescrição médica: colírio, solução fisiológica para lentes de contato, etc. (desde que não excedam 120ml ou 4oz); • insulina e líquidos especiais ou gel, para passageiros diabéticos, acompanhados de prescrição médica (desde que não excedam 148 ml ou 5oz); • cosméticos sólidos (batons, protetor labial ou desodorante em bastão e etc). É aconselhável fazer kits com itens para garantir uma viagem mais tranquila:
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• soluções salinas nasais;
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• lenços antibacterianos ou álcool em gel para higiene das mãos; • preservativos; • curativos adesivos, gaze, esparadrapo, algodão, cotonetes; • antisséptico de uso tópico; • pinça, tesoura (Atenção: não podem ir na bagagem de mão!); • gel ou creme para picadas de insetos; • soro fisiológico; • termômetro. Alguns medicamentos podem ser necessários durante a viagem e a orientação correta de uso deve ser feita pelo seu médico. Para alguns a receita será exigida na hora da compra. Converse com seu médico a respeito. • medicamentos para dor ou febre; • medicamentos para náuseas ou vômitos; • antialérgicos; • antidiarreicos; • descongestionantes; • antibióticos e antiparasitários; • antimaláricos; • indutores do sono;
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• Adrenalina autoinjetável (especialmente para viajantes com história de reação alérgica grave ou anafilaxia); • insulina, agulhas ou seringas, para as pessoas com diabetes. As agulhas e seringas podem ser difíceis de adquirir em alguns lugares, de modo que o viajante deve levar quantidade maior do que seria necessária. Essa medicação exige prescrição médica detalhada. Alguns países mantêm com o Brasil acordos internacionais recíprocos, que permitem o atendimento de cidadãos brasileiros pelas redes públicas de saúde. Para saber mais sobre o Certificado de Direito à Assistência Médica, acesse http://sna.saude.gov.br/ cdam/. Considere ainda a possibilidade de contratar um seguro internacional de saúde particular.
NO DESTINO Jet lag (problemas causados pela mudança de fuso horário) A mudança rápida de fuso horário altera o relógio biológico e causa sintomas como: fadiga, sonolência diurna, déficit de concentração e raciocínio, irritabilidade, dor de cabeça e distúrbios do sono. Para minimizá-los: • tente alterar o ritmo do sono antes da viagem, adequando-se ao fuso horário do país de destino;
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• procure viajar descansado; • Nos voos noturnos, procure dormir e relaxar; • Não consuma bebida alcoólica e limite a ingestão de cafeína; • Se você tem dificuldade para dormir pode precisar de indutor do sono. Converse com o seu médico. Quando chegar ao seu destino: • acerte imediatamente seu relógio de pulso com o horário local; • faça atividades e se alimente de acordo com o horário local; • procure praticar exercícios físicos; • Tente reservar períodos curtos do dia para um “cochilo”; • Adote uma dieta leve e fracionada. Cuidados com a água e alimentos Um problema comum em viagem é a diarreia causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados. Muitos destinos apresentam condições sanitárias precárias e os cuidados com o consumo de água e alimentos devem ser redobrados. Esteja sempre atento à natureza e à qualidade daquilo que você ingere e oferece às crianças.
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Seguem abaixo cuidados essenciais: • consuma água mineral engarrafada ou bebidas industrializadas; • se não for possível, trate a água disponível com: • fervura por 1 minuto ou • Hipoclorito de sódio a 2,5%, colocando 2 gotas em 1 litro de água, deixando agir por 30 minutos. • não tome sucos preparados com água de procedência incerta; • não adicione gelo às bebidas; • as mãos estão entre os principais transmissores de vírus e bactérias. Lave-as várias vezes ao dia com água e sabão, mas quando isso não for possível, você pode usar álcool gel 70%, friccionando por 20 a 30 segundos. Se elas estiverem visivelmente sujas, faça a lavagem completa com água e sabão, pois o álcool gel não vai resolver; • evite comer saladas, vegetais crus e ingerir sucos de frutas, leite e derivados não pasteurizados; • não consuma comidas e bebidas vendidas por ambulantes nas ruas, nem mesmo sorvete; • somente consuma carnes, aves, peixes e frutos do mar bem cozidos; • informe-se também sobre os restaurantes confiáveis, indicados por habitantes da região onde estiver hospedado ou nos guias de gastronomia publicados na imprensa;
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• alimentos embalados devem conter no rótulo a identificação do produtor, data de validade e a embalagem deve estar totalmente preservada (lacrada). Prevenção de doenças transmitidas por mosquitos e carrapatos Ao falarmos de mosquitos e carrapatos pensamos em hotéis-fazendas, parques ecológicos, cachoeiras e trilhas, mas áreas urbanas também estão incluídas na transmissão de várias doenças como malária, dengue, febre amarela, febre chikungunya, febre maculosa, entre outras. Faça uma pesquisa se o seu destino é área de risco para essas doenças. Nestes casos: • utilize roupas que protejam contra picadas de insetos: camisas de mangas compridas, calças e sapatos fechados; • aplique repelente nas áreas expostas da pele. Os princípios ativos recomendados pela Organização Mundial de Saúde são: • icaridina- uso permitido na Brasil para crianças a partir de dois anos, em concentração de 25%, cujo período de proteção chega a ser de 8 a 10 horas. O produto para adultos tem concentração maior; • DEET (dietil-toluamida)- Em concentrações até 10% pode ser utilizado em crianças de dois a 12 anos, mas não deve ser aplicado mais que três vezes ao dia. Con-
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centrações maiores (até 30%) podem ser utilizadas após 12 anos; • IR 3535 30%: permitido pela Anvisa para crianças acima de 6 meses. Período de proteção de até 4 horas. • verifique atentamente no rótulo a concentração do repelente: ela define a frequência do uso; • lembre-se de que o produto deverá ser reaplicado caso a pessoa se molhe ou transpire excessivamente e deve ser utilizado depois da aplicação do protetor solar; • antes de dormir, tome um banho para remover o resíduo de todos os produtos aplicados sobre a pele; • dê preferência a hospedagens que possuam ar-condicionado, telas de proteção nas janelas ou utilize mosquiteiro sobre a cama. Doenças respiratórias Os viajantes estão mais vulneráveis às doenças respiratórias, como gripes e resfriados, por estarem sujeitos a ambientes com aglomeração de pessoas, a exemplo das salas de espera de aeroportos, filas de imigração, check-in. Estão também expostos a mudanças climáticas e ambientes não favoráveis, como aeronaves com ar seco e frio. Soma-se a isso o estresse causado por longas viagens e mudança de fuso horário.
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A vacinação contra a gripe pode ajudar, mas como os tipos de vírus em circulação mudam de um país para outro, esta não deve ser a única medida preventiva. Adotar hábitos saudáveis e higiênicos é fundamental. O principal deles é a lavagem das mãos. Para viajantes com destino às áreas com registro de pandemia de Influenza: • evitar aglomerados de pessoas; • não compartilhar alimentos, copos e objetos de uso pessoal; • evitar transporte público. Caso apresente sintomas respiratórios (tosse, coriza, congestão nasal, falta de ar e dor torácica) procure atendimento médico e
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tome medidas para evitar a transmissão: • mantenha distância de outras pessoas; • cobrir a boca e o nariz com um lenço descartável quando tossir e espirrar, ou com o antebraço, evitando usar as mãos, que são importantes transmissores de contaminação; • lavar as mãos sempre que limpar o nariz e a boca. Voos/Viagens prolongados(as) Voos com duração superior de 4 a 6 horas são considerados de longa duração e estão relacionados ao risco aumentado de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. Outros meios de
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transportes como carro, ônibus, trens também impõem risco aumentado, devido à imobilidade por longo período - e não pelas condições climáticas e de pressurização da cabine. Saiba mais: Trombose Venosa profunda é uma condição em que um coágulo se forma dentro dos vasos sanguíneos, mais comumente em membros inferiores. Quando esse trombo migra dentro da circulação e se aloja no pulmão, chamamos de Tromboembolismo Pulmonar, que pode ser fatal. Medidas preventivas podem ser tomadas para se evitar a trombose nos viajantes: • use roupas leves e sapatos confortáveis, evitando compressão da raiz da coxa por roupas justas; • faça exercícios com os membros inferiores durante o voo; • caminhe pelo corredor, se movimente. • fique atento: Assentos localizados no corredor da aeronave facilitam a mobilidade durante o voo. Medidas preventivas adicionais como uso de meias compressivas e, excepcionalmente, anticoagulantes orais devem ser reservadas para casos em que existam fatores de risco adicionais. Consulte um médico! Fatores de risco para tromboembolismo pulmonar: • obesidade (IMC >30kg/m2);
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• idade superior a 40 anos; • uso de anticoncepcionais orais ou terapia de reposição hormonal; • gestação e período pós-parto; • trombofilia ou história de trombose prévia. História familiar também conta; • câncer ou outras doenças graves.
NO RETORNO Após retornar da viagem, caso apresente febre ou outros sintomas como diarreia, problemas de pele ou respiratórios, procure imediatamente um serviço de saúde e informe quais regiões visitou.
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BIBLIOGRAFIA Guia de Saúde - Viagens e grandes eventos – SBIM 2ª edição Guia de Bolso da Saúde do Viajante - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA The Practice of Travel Medicine: Guidelines by the Infectious Diseases Society of America, 2006 CDC Health Information For International travel – The Yellow Book 2014
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SITES/ TELEFONES ÚTEIS ANVISA www.anvisa.gov.br ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE www.who.int/publications/en/ SERVIÇO DE ATENÇÃO AO VIAJANTE DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE (31) 3246-5026 DISQUE SAÚDE 0800 611 997 DISQUE-INTOXICAÇÃO 0800 722 6001 SESC SAÚDE SÃO FRANCISCO (31) 3439-8951 • 3439-8952 • 3439-8953 Rua Viana do Castelo, 490 • São Francisco • Belo Horizonte • MG
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