Catálogo de la exposición "Belleza amenazada"

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EXPOSICIÓN

FOTOGRAFÍAS DE TONY GENÉRICO

Catálogo de la exposición “Belleza amenazada”, organizada por el Centro de Estudios Brasileños de la Universidad de Salamanca (España).

“Belleza amenazada”

El catálogo se encuentra bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercialCompartirIgual 4.0 Internacional.

Esta obra ha sido elaborada con motivo de la exposición “Belleza amenazada”, inaugurada el 11 de septiembre de 2024, en la Universidad de Salamanca (España).

ISSN: 2531-0577

Fotógrafo Tony Genérico

Diseño y composición Thais Longaray

Salamanca, 11 de septiembre de 2024.

Fundación Cultural Hispano Brasileña Palacio de Maldonado, Plaza de San Benito, 1 37002, Salamanca.

Web: www.cebusal.es

Tel.: +34 923 294 825

Email: portalceb@usal.es

Imagen de portada:
Colibrí colirrojo Beija-flor-rubi Heliodoxa rubricauda

DISPARA E BOOM! UMA EXPLOSÃO DE CORES EM BELEZA AMEAÇADA, DE TONY GENÉRICO

Elisa Tavares Duarte

Centro de Estudos Brasileiros/USAL

Conheci a obra de Tony Genérico através do programa de Residência Artística de Fotografia1 do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca (CEB).

Era o ano de 2018 e, para comemorar o Oitavo Centenário da Universidade, o CEB organizava uma edição especial da sua programação cultural, especificamente, as exposições fotográficas. O projeto selecionado se intitulava Beleza ameaçada (Genérico, 2021a), e sua estreia na Espanha reunia fotografias de aves brasileiras em risco de extinção. Em 2020, um segundo projeto de Tony Genérico, Beleza ameaçada silvestre. São Paulo, foi selecionado no programa de Residência Artística do CEB.

Agora, em 2024, e graças à iniciativa da Fundação Cultura Hispano-Brasileira,

Salamanca recebe a terceira série assinada pelo fotógrafo brasileiro, Beleza ameaçada Beija-flores. Assim, este catálogo reúne uma seleção de fotografias das três séries do projeto Beleza ameaçada, que fizeram parte da exposição Belleza amenazada.

Em 2021, tive a oportunidade de entrevistar Tony Genérico para uma pesquisa que tratava da relação entre a arte e a ciência tendo como objeto a fotografia2 . Este texto reúne algumas das reflexões propostas na referida pesquisa, assim como fragmentos da entrevista realizada naquela ocasião, além de alguns aspectos biográficos mais relevantes na trajetória de Tony Genérico como precursor do splash, técnica fotográfica de alta velocidade, no Brasil.

Veremos também como a sua biografia se entrecruza com a história que conhecemos, a da fotografia no Brasil na segunda metade do século XX. Nesse momento, nascia no Brasil o fotojornalismo e as primeiras agências de fotografia, apesar de que ainda não havia no país uma oferta formativa adequada a esses profissionais3. Já no último quarto do século XX, poderíamos falar de uma fotografia (e linguagem fotográfica) mais enraizada no contexto brasileiro:

Embora as agências brasileiras tenham sido inspiradas no modelo das agências internacionais, notadamente, as francesas

Dephot e Magnun, receberam a marca do olhar engajado do período do final dos anos 1970 e início dos anos 1980 (Brum Lopes, Mauad & Muaze, 2017, p. 169).

Essa fotografia “engajada” retratava o momento de redemocratização no país depois de quase duas décadas de ditadura. Por outro lado, e como era de se esperar, a influência estrangeira também se deu na técnica e recursos tecnológicos para produzir uma imagem. Os fotógrafos que publicavam na revista americana Life eram importantes referências para o nascente fotojornalismo brasileiro. Ainda assim, veremos mais

adiante, a experimentação com a fotografia de alta velocidade saída dos laboratórios de física e engenharia ganhava espaço na arte e na publicidade. Por isso, a obra do fotógrafo brasileiro Tony Genérico retrata não somente a beleza do figurativo, mas também a experiência de uma vida inteira dedicada a, em suas próprias palavras, “tornar permanente uma coisa que era efêmera”.

O homem detrás da câmera

Tony Genérico nasceu em 1940 numa pequena cidade do interior do estado de Minas Gerais (Brasil). O interesse pela fotografia surgiu ainda na infância, quando percebeu que “com a fotografia eu podia registrar aqueles momentos, que eu nunca podia mostrar para ninguém” (entrevista a Tony Genérico).

Entre as décadas de 1960 e 1970, consolidava-se no Brasil o gênero do fotojornalismo e as agências de fotografia, essas últimas, em grande parte responsáveis por imprimir uma “brasilidade” na produção da imagem fotográfica (De Brum Lopes, Mauad, & Muaze, 2017). Nessa época, o nosso jovem fotógrafo ainda amador, lia a revista Life, mas ainda não havia tido a

oportunidade de se formar em fotografia: “No Brasil, naquela época, não havia nenhuma escola de fotografia. Não havia livros, não havia nada praticamente” (entrevista Tony Genérico).

Para tentar se formar e escapar da ditadura no Brasil – “era o ano de 1964, e começava a ditadura. E eu percebi que não teria futuro no Brasil” (entrevista Tony Genérico) –, Tony Genérico foi para a Alemanha. Ao longo de quatro anos, Tony trabalhou na companhia Holiday on ice, reparando os cenários para os espetáculos. Assim, a fotografia havia ficado em segundo plano. Por isso, Tony Genérico decidiu voltar para o Brasil. No entanto, o regresso durou pouco tempo: era 1969, um período conhecido na História do Brasil como os “Anos de chumbo”, os anos mais duros da ditadura brasileira. Alguns de seus amigos foram perseguidos e torturados, “naquele momento, eu soube que não aguentaria ficar no Brasil. E foi aí que eu consegui ir para os Estados Unidos para estudar fotografia” (entrevista Tony Genérico).

Tony Genérico viveu duas décadas em Nova York (Estados Unidos), com uma temporada de sete anos no Brasil

entre esses anos. Em Nova York, uma das primeiras oportunidades de formação foi em um curso ministrado pelo fotógrafo americano Philippe Halsman, autor do livro Jump Book (https://www.magnumphotos. com/arts-culture/philippe-halsmanjump-book/). A partir daí, Tony Genérico conseguiu se introduzir no mercado profissional da fotografia, e até mesmo participou da fundação da Soho Gallery, em 1972. Pouco tempo depois, também teve a oportunidade de estudar no International Center of Photography, fundado pelo fotógrafo Cornell Capa.

Quando Tony Genérico decidiu voltar ao Brasil, já tinha uma ampla formação e experiência profissional em fotografia. Foi nessa época, que despertou o seu interesse pela fotografia publicitária.

Quando cheguei aqui, eu vi que não dava para sobreviver, para ter a vida que eu tinha em Nova York. Em fotojornalismo pagavam muito pouco. Foi quando eu entrei em publicidade, a única área em que eu podia ganhar um pouco melhor. Como eu vinha de fora, eu trazia muitas novidades, e isso me ajudou muito. E aí, eu descobri que eu realmente gostava de publicidade, que o

fotojornalismo não era muito a minha área, não. Até então, eu não sabia disso (entrevista Tony Genérico).

De volta a Nova York, Tony Genérico se consolida como professional na área: quase um ano depois, montou seu estúdio de fotografia perto da Quinta Avenida; tinha clientes como a American Express, ATT e outras empresas da área de design e publicidade. Apesar da boa situação profissional, em 1990, havia chegado o momento de voltar definitivamente para o Brasil, e o destino escolhido foi a cidade de São Paulo.

Tony Genérico dedicou grande parte da sua carreira profissional à fotografia publicitária. Os anos nos Estados Unidos lhe proporcionaram contatos com grandes nomes da fotografia mundial, além da formação e experiência professional necessária para voltar ao Brasil e desenvolver no país o que hoje é o seu trabalho mais importante. Desde 2014, o fotógrafo brasileiro se dedica ao projeto Beleza ameaçada. Tony Genérico é um dos grandes nomes da fotografia brasileira, reconhecido como um dos maiores especialistas na fotografia de splash no país.

Dispara rápido!

Tony Genérico sempre teve grande interesse pela técnica de fotografia de alta velocidade. As fotografias produzidas em Beleza ameaçada combinam duas complexas técnicas fotográficas: o disparo de alta velocidade e o splash4 para produzir uma imagem do voo de algumas aves e pássaros em risco de extinção no Brasil.

Com relação ao emprego dessa técnica para fotografar aves e pássaros, Tony Genérico se afirma tributário ao fotógrafo britânico Eadweard Muybridge. Especificamente, refere-se à fotografia

Transverse -Gallop. One stride in twenty-one phases, de 1887, e publicada no livro Animals in motion. Autores dedicados ao estudo da fotografia, como Buccini (2017), destacam a importância dessa fotografia por permitir por primeira vez, ao olho humano, visualizar detalhes dos movimentos de animais. Ao comparar seu trabalho com o de Muybridge, Tony afirma:

o que ele fez para pegar o cavalo saltando com as quatro patas no ar é a mesma técnica que eu emprego para fotografar o pássaro voando. Só que o Muybridge fez

uma sequência muito grande, e eu luto por um único momento da sequência (entrevista Tony Genérico).

A segunda técnica de disparo de alta velocidade utilizada por Tony Genérico nas séries de Beleza ameaçada é o splash. A sua primeira tentativa de utilizar o splash em publicidade no Brasil aconteceu em 1998, com motivo da Copa do Mundo: “se eu jogasse uma bola azul em cima de uma tinta amarela com o fundo verde, eu faria a bandeira brasileira com a bola de futebol” (entrevista Tony Genérico). As agências de publicidades gostaram muito do resultado, porém como o Brasil perdeu o campeonato, a fotografia não foi utilizada.

Imagem 1. Brazilian Soccer, de Tony Genérico. Fonte: Cedida pelo autor.

Para a Copa do Mundo de 2014, Tony Genérico fez uma segunda tentativa de splash, dessa vez colidindo tintas no ar. A imagem produzida com o experimento lhe fez imaginar

um farfalhar de asas em poças coloridas de tintas. Foi exatamente essa a minha ideia: de passarinhos tomando banho em poças d’água, em poças coloridas. Surgiu essa ideia de que a natureza coloriu os pássaros dessa maneira. Entenda a minha analogia (entrevista Tony Genérico).

Nesse momento, nascia Beleza ameaçada.

Imagem 2. Pollock’s Tribute, de Tony Genérico. Fonte: Cedida pelo autor.

As três “Belezas”

Para a composição das fotografias de Beleza ameaçada, Tony Genérico incluiu os splashes para acompanhar a dinâmica do voo e suscitar no expectador a ideia de que o pássaro voando havia provocado a explosão de cores: “Eu fotografo o pássaro e a tinta na mesma luz, na mesma qualidade de luz, na mesma direção de luz; é exatamente igual para que as duas não se incompatibilizem” (entrevista Tony Genérico). Todas as fotografias de Beleza ameaçada foram produzidas em um fundo negro para que as cores dos pássaros e dos splashes não fossem contaminadas. Portanto, para produzir a imagem final, Tony Genérico combina as fotografias dos pássaros voando e a do splash.

O processo realizado pelo fotógrafo implica controlar de forma mecânica os dispositivos para poder repetir a imagem “como se fosse uma sequência, apesar de as colisões de tinta serem provocadas uma de cada vez” (entrevista Tony Genérico). Ou seja, analiso e preparo porções de tinta correspondentes às cores da ave, que são

colocadas em uma traquitana que, uma vez acionada, provoca as colisões. Nesse exemplo [Imagem 3], usei uma porção de tinta da cor verde, outra de roxa, e uma pequena quantidade de tinta amarela. O resultado, eu diria, é uma analogia e um paradoxo. Como se estivesse desconstruído as cores da ave ou colorindo-a com o impacto da colisão. Seria como um ataque ou uma fuga, dependendo de cada expectador (entrevista Tony Genérico).

Imagem 3. Papagaio-de-peito-roxo III, Vinaceous-breasted Parrot (Amazona vinacea), de Tony Genérico. Fonte: Cedida pelo autor.

Na primeira série, Beleza ameaçada, além do desafio técnico, havia que encontrar uma

maneira de fotografar as aves silvestre, já que no Brasil é proibido por lei fotografá-las fora de seu habitat natural, exceto as aves domesticadas ou nascidas em cativeiro e devidamente certificadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A solução para o que parecia impedir a realização do projeto veio através da colaboração entre o fotógrafo e equipes de biólogos e veterinários do Zoológico do Balneário de Camboriú (Santa Caratina, Brasil).

Para poder fotografar as aves, Tony Genérico criou em seu estúdio uma infraestrutura que permitia registrar a dinâmica do voo dessas aves, desde o momento que alçavam voo até que pousavam novamente, através de um sistema de laser, captando a imagem das aves em pleno voo.

Para limitar o voo das aves pelo estúdio afora, construí uma tenda preta, para confiná-los com segurança. Dentro dela, num ambiente de penumbra, montei um sensor de movimento, para disparar o flash, exatamente no momento em que o pássaro cruzava o facho do laser. Um poleiro foi posicionado fora do quadro da câmera, iluminado por um

facho de luz contínua, para que o pássaro pudesse ter uma referência de pouso no final de sua trajetória de voo. Desta forma, era possível capturar, a cada tentativa, imagens surpreendentes do pássaro em pleno voo (Genérico, 2021a, p. 20).

Beleza ameaçada silvestre. São Paulo foi exibida entre os meses de março e abril de 2021 na sala de exposições do CEB. A exposição estava formada por fotografias de 26 espécies de pássaros silvestres típicos da cidade de São Paulo (São Paulo, Brasil). Para a produção dessa série, Tony Genérico acompanhou a equipe da Divisão de Fauna Silvestre da Secretaria Verde e Meio Ambiente da cidade, liderada pela bióloga Letícia Zimback, que atuava nos parques Ibirapuera e Anhanguera, lugar onde as fotografias foram tomadas (Genérico, 2021b). Diferente da primeira série do projeto, esta segunda etapa significou um grande desafio técnico, porque o fotógrafo teve que deslocar seu equipamento pelos parques da cidade. In situ, a equipe de biólogos fazia a identificação dos pássaros que, posteriormente, eram entregues a Tony Genérico, que devia devolvêlos à natureza5. Com somente uma oportunidade, Tony soltava os pássaros

diante de sua câmera fotográfica com a esperança de poder conseguir um único momento do pássaro voando.

A terceira série é Beleza ameaçada Beija-flores. Este último projeto reúne as experiências acumuladas nas séries anteriores, potenciadas pela criatividade e engenho do fotógrafo. Aos 80 anos, Tony Genérico afirma não ter mais o vigor para se deslocar com tanto equipamento, porém havia ainda o desejo de realizar um novo ensaio. Ao observar o comportamento dos beija-flores se alimentando, o fotógrafo notou que esses pássaros dão ainda no ar uma “paradinha” bem previsível à frente do comedouro. Foi aí que surgiu a ideia de fotografá-los em foco.

Tony Genérico pesquisou localizações especializadas em bird-watching. Depois de algumas tentativas bem-sucedidas, o ensaio foi realizado no Sítio Macuquinho, em São Paulo. Tony Genérico preparou uma maquete com um dispositivo específico de um pássaro se alimentado em um bebedouro. O passo seguinte era focar bem de perto no olho do suposto pássaro, para logo retirá-lo para dar lugar ao beija-flor. Com isso, o fotógrafo obtinha a distância

até o bebedouro regulada e fixa no foco manual. Retirava o pássaro da maquete e deixava espaço livre para que o verdadeiro beija-flor se aproximasse sem nenhum obstáculo que impedisse uma boa foto.

Imagem 4. Maquete construída por Tony Genérico. Fonte: Cedida pelo autor.

Logo no segundo dia de ensaio, um beijaflor rubi passou a se alimentar em um vai e vem durante toda a tarde na maquete: “Foi incrível poder fotografá-lo seguidamente tão de perto, a uma distância de cerca de 25 centímetros, com o foco em seus olhos. Foi uma sensação indescritível ser capaz de fazer, com um mesmo beija flor, um ensaio de um bichinho tão pequeno e rápido em uma só tarde” (Tony Genérico).

Imagem 5. Exemplo no Sítio Macuquinho. Fonte: Cedida pelo autor.

A diferença das séries anteriores, quando Tony Genérico buscava um único momento do voo de aves e pássaros, dessa vez o fotógrafo consegue produzir uma sequência – em estilo Muybridge –, que nos permite conhecer a dinâmica do voo do beija-flor. Ainda assim, se nas séries anteriores o fotógrafo pôde contar com a colaboração de cientistas, dessa vez, se permite “voar sozinho” e acercar-se a um pássaro que, se não está ameaçado, por suas características – tamanho e delicadeza – é difícil de fotografar.

Para terminar, reproduzo aqui umas palavras de Tony Genérico ao refletir sobre o projeto Beleza ameaçada:

uma das minhas preocupações, inquietações, com o trabalho publicitário é que ele é efêmero. E eu queria contribuir com o meu trabalho para a natureza, eu queria deixar alguma coisa, daí a minha obsessão com esses pássaros, com esse projeto [Beleza ameaçada]. Eu quero deixar alguma coisa registrada que possa ajudar na proteção desses pássaros, na proteção do meio ambiente. É uma maneira de chamar atenção para que as pessoas se engajem nessa área, que para mim é fundamental. O resto é desafio técnico (entrevista Tony Genérico).

Em raras ocasiões encontramos uma obra fotográfica tão completa, que reúne beleza, técnica e compromisso. A obra de Tony Genérico nos permite disfrutar da estética do figurativo e da surpresa por trás da sua elaboração. Mas, vai além disso, Tony nos convoca a refletir sobre a necessidade de preservação ambiental através da fragilidade e beleza de aves e pássaros, expressadas por meio de uma explosão silenciosa de cores, que impregnam nossa retina e se fixam na memória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Buccini, M. (2017). O instante e o movimento: a influência da fotografia de Muybridge e Marey. Cartema. Revista do Programa de Pósgraduação em Artes Visuais UFPE-UFPB, 6(6), pp. 60-73. DOI: https://doi.org/10.52583/ cartema.v6i6.234555.

De Brum Lopes, M. F., Mauad, A. M., & Muaze, M. (2017). Retratos do Brasil Contemporâneo: práticas fotográficas nos séculos XIX e XX. Revista de Estudios Brasileños, 4(8), pp. 160-175. DOI: https:// doi.org/10.14201/reb201748160175.

Genérico, T. (2021a). Presentación/ Apresentação. In E. Duarte & E. Gambi (Coords.). Beleza ameaçada. Catálogo de la exposición fotográfica, nº 1, pp. 18-22. Recuperado de < https:// cebusal.es/publicacion_ceb/belezaameacada/?lang=pt-br>.

Genérico, T. (2021b). Presentación/ Apresentação. In E. Duarte & E. Gambi (Coords.). Beleza ameaçada silvestre. São Paulo. Catálogo de la exposición fotográfica, nº 4, pp. 6-7. Recuperado de < https://cebusal. es/publicacion_ceb/beleza-ameacadasilvestre-sao-paulo/?lang=pt-br>.

Tavares Duarte, El. (2021). ¿Quién limpia los pájados despúes? La obra del fotógrafo brasileño Tony Genérico entre el arte y la ciência. Fonseca, Journal of Communication, (23), 151–171. https://doi.org/10.14201/ fjc202123151171.

NOTAS:

1 Desde 2014, o programa de Residência Artística de Fotografia seleciona, por meio de edital público, projetos expositivos fotográficos que tenham relação temática com o Brasil [https://cebusal.es/residenciaartistica/?lang=pt-br].

2 O resultado da pesquisa foi publicado no artigo “¿Quién limpia los pájaros después? La obra do fotógrafo brasileño Tony Genérico entre el arte y la ciencia” (Tavares Duarte, 2021).

3 De Brum Lopes, Mauad & Muaze falam de uma geração de fotógrafos sem formação universitária até a década de 1980 (2017, p. 169).

4 De forma resumida, trata-se de uma técnica fotográfica de disparo de alta velocidade, lançada em 1985 pelo físico inglês Arthur Manson Worthington, em “The splash of a drop”, que registrava o comportamento de substâncias líquidas.

5 O vídeo que registra este processo está disponível no link <https://www.youtube. com/watch?v=DVacu6YKJDA>.

DISPARA Y ¡BOOM! UNA EXPLOSIÓN DE COLORES EN BELEZA AMEAÇADA DE TONY GENÉRICO1

Elisa Tavares Duarte

Centro de Estudios Brasileños/USAL

Conocí la obra de Tony Genérico a través del programa de Residencia Artística de Fotografía2 del Centro de Estudios Brasileños de la Universidad de Salamanca (CEB). Era el año 2018 y para conmemorar el Octavo Centenario de la Universidad, el CEB organizaba una edición especial de su programación cultural, específicamente exposiciones fotográficas. El proyecto seleccionado se titulaba Belleza amenazada (Genérico 2021a) y su estreno en España, reunía fotografías de aves brasileñas en peligro de extinción. En 2020, se seleccionó un segundo proyecto de Tony Genérico, Belleza amenazada silvestre. São Paulo, en el programa de Residencia Artística del CEB. Ahora, en 2024, y gracias a la iniciativa de la Fundación Cultura Hispano-

Brasileña, Salamanca recibe la tercera serie firmada por el fotógrafo brasileño, Belleza amenazada Colibrí. Así, este catálogo reúne una selección de fotografías de las tres series del proyecto Beleza ameaçada que formaron parte de la exposición Belleza amenazada.

En 2021 tuve la oportunidad de entrevistar a Tony Genérico para una investigación que trataba sobre la relación entre el arte y la ciencia, y que tenía como objeto la fotografía3. Este texto reúne algunas de las reflexiones resultantes de dicha investigación, así como fragmentos de la entrevista4 realizada entonces, además de algunos aspectos biográficos relevantes de la trayectoria de Tony Genérico como

precursor de la técnica fotográfica de alta velocidad, splash, en Brasil.

También veremos cómo su biografía se entrelaza con la historia que conocemos: la de la fotografía brasileña de la segunda mitad del siglo XX. En ese momento, nacía en Brasil el fotoperiodismo y las primeras agencias de fotografía, a pesar de que aún no había en el país una oferta formativa adecuada para estos profesionales5. Ya en el último cuarto del siglo XX, podemos hablar de una fotografía y un lenguaje fotográfico más enraizados en el contexto brasileño:

Embora as agências brasileiras tenham sido inspiradas no modelo das agências internacionais, notadamente, as francesas Dephot e Magnun, receberam a marca do olhar engajado do período do final dos anos 1970 e início dos anos 1980 (Brum Lopes, Mauad & Muaze, 2017, p. 169).

Esta fotografía «comprometida» retrataba la redemocratización del país, después de casi dos décadas de dictadura. Por otro lado, y como era de esperar, la influencia extranjera también tuvo su reflejo en la técnica y en los recursos tecnológicos para producir imágenes. Los fotógrafos que

publicaban en la revista americana Life eran referencias importantes para el naciente fotoperiodismo brasileño. Aun así, veremos más adelante que la experimentación con la fotografía de alta velocidad, salida de los laboratorios de física e ingeniería, ganaba espacio en el arte y en la publicidad. Por eso, la obra del fotógrafo brasileño Tony Genérico retrata no solamente la belleza de lo figurativo, sino también la experiencia de una vida entera dedicada, según sus propias palabras, a «hacer permanente algo que era efímero».

El hombre detrás de la cámara

Tony Genérico nació en 1940 en una pequeña ciudad del interior del estado de Minas Gerais (Brasil). El interés por la fotografía nació en su infancia cuando se dio cuenta de que «con la fotografía podía registrar esos momentos que nunca podía mostrar a nadie» (entrevista a Tony Genérico).

Entre las décadas de 1960 y 1970, se consolidaron en Brasil el género del fotoperiodismo y las agencias fotográficas, estas últimas en gran parte responsables de imprimir una «brasilidad» en la producción de la imagen fotográfica (De Brum Lopes,

Mauad & Muaze 2017). En esa época, nuestro joven fotógrafo, aún aficionado, leía la revista Life, pero no había tenido la oportunidad de formarse en fotografía: «En Brasil, en esa época no había ninguna escuela de fotografía. No había libros, no había nada prácticamente» (entrevista Tony Genérico).

Para intentar instruirse y escapar de la dictadura en Brasil –«era el año de 1964 y comenzaba la dictadura. Y me di cuenta de que no tendría futuro en Brasil» (entrevista Tony Genérico)– Tony Genérico se fue a Alemania. A lo largo de cuatro años, trabajó en la compañía Holiday on Ice, reparando los escenarios para los espectáculos, y la fotografía quedó relegada a segundo plano. Por eso, Tony Genérico decidió volver a Brasil. Sin embargo, el regreso duró poco: era 1969, un período conocido en como los «Años de Plomo», los años más duros de la dictadura brasileña. Algunos de sus amigos fueron perseguidos y torturados. «En ese momento supe que no aguantaría quedarme en Brasil. Y fue entonces cuando conseguí ir a Estados Unidos para estudiar fotografía» (entrevista Tony Genérico).

Tony Genérico vivió dos décadas en Nueva York (Estados Unidos), con una

temporada de siete años en Brasil entre esos años. En Nueva York, una de las primeras oportunidades de formación que se le presentó fue en un curso impartido por el fotógrafo americano Philippe Halsman, autor del libro Jump Book (https:// www.magnumphotos.com/arts-culture/ philippe-halsman-jump-book/). A partir de ahí, Tony Genérico consiguió introducirse en el mercado profesional de la fotografía e incluso participó en la fundación de la Soho Gallery en 1972. Poco tiempo después, también tuvo la oportunidad de estudiar en el International Center of Photography fundado por el fotógrafo Cornell Capa.

Cuando decidió volver a Brasil, ya tenía una amplia formación y experiencia profesional en fotografía. Fue en esa época cuando se despertó su interés por la fotografía publicitaria.

Cuando llegué aquí, vi que no me daba para sobrevivir, para tener la vida que tenía en Nueva York. En el fotoperiodismo pagaban muy poco. Fue cuando entré en publicidad, el único campo en el que podía ganar algo más. Como venía de fuera, traía muchas novedades y eso me ayudó mucho. Y ahí descubrí que realmente me gustaba

la publicidad, que el fotoperiodismo no era mi terreno. Hasta entonces no lo sabía (entrevista Tony Genérico).

De vuelta en Nueva York, Tony Genérico se consolidó como profesional en el área: casi un año después montó su estudio de fotografía cerca de la Quinta Avenida; tenía clientes como American Express, AT&T y otras empresas del ámbito del diseño y la publicidad. A pesar de su buena situación profesional, en 1990 llegó el momento de volver definitivamente a Brasil, y el destino elegido fue la ciudad de São Paulo.

Tony Genérico dedicó gran parte de su carrera profesional a la fotografía publicitaria. Los años en Estados Unidos le proporcionaron contactos con grandes nombres de la fotografía mundial, además de la formación y experiencia profesional necesaria para volver a Brasil y desarrollar allí lo que hoy es su trabajo más importante. Desde 2014, el fotógrafo brasileño se dedica al proyecto Beleza ameaçada. Tony Genérico es uno de los grandes nombres de la fotografía brasileña, reconocido como uno de los mayores especialistas en la fotografía de splash en el país.

¡Dispara rápido!

Tony Genérico siempre tuvo gran interés por la técnica de fotografía de alta velocidad. Las fotografías de Beleza ameaçada combinan dos complejas técnicas fotográficas: la alta velocidad y el splash6 para obtener una imagen del vuelo de aves y pájaros en peligro de extinción en Brasil.

Con respecto al uso de esta técnica para fotografiar aves y pájaros, Tony Genérico se declara deudor del fotógrafo británico Eadweard Muybridge. Específicamente, se refiere a la fotografía TransverseGallop. One stride in twenty-one phases, de 1887, publicada en el libro Animals in Motion. Autores dedicados al estudio de la fotografía, como Buccini (2017), destacan la importancia de esta fotografía por permitir visualizar por primera vez al ojo humano detalles del movimiento de los animales. Al comparar su trabajo con el de Muybridge, Tony afirma:

lo que él hizo para captar el caballo saltando con las cuatro patas en el aire es la misma técnica que yo empleo para fotografiar al pájaro volando. Solo que Muybridge hizo una secuencia muy grande y yo lucho por un

único momento de la secuencia (entrevista Tony Genérico).

La segunda técnica de disparo de alta velocidad utilizada por Tony Genérico en las series de Beleza ameaçada es el splash. Su primer intento de utilizar el splash en publicidad en Brasil tuvo lugar en 1998, con motivo de la Copa del Mundo: «si lanzaba una pelota azul sobre una tinta amarilla con el fondo verde, haría la bandera brasileña con la pelota de fútbol» (entrevista Tony Genérico). A las agencias de publicidad les gustó mucho el resultado, pero como Brasil perdió el campeonato, la fotografía no llegó a utilizarse.

Imagen 1. Brazilian Soccer de Tony Genérico. Fuente: Cedida por el autor.

Para la Copa del Mundo de 2014, Tony Genérico hizo un segundo intento de splash, esta vez con tintas colisionando en el aire. La imagen resultante del experimento le hizo imaginar

un revoloteo de alas en charcos de tintas de colores. Esa fue exactamente mi idea: pájaros bañándose en charcos de agua, en charcos de colores. Surgió esta idea de que la naturaleza pintó a los pájaros de esta manera. Entiende mi analogía (entrevista Tony Genérico).

En ese momento nacía Beleza ameaçada.

Imagen 2. Pollock’s Tribute de Tony Genérico. Fuente: Cedida por el autor.

Las tres «Belezas»

Para la composición de las fotografías de Beleza ameaçada, Tony Genérico incluyó los splashes para acompañar la dinámica del vuelo y suscitar en el espectador la idea de que el pájaro volando había provocado la explosión de colores: «Fotografío el pájaro y la tinta bajo la misma luz, la misma calidad de luz, la misma dirección de luz; es exactamente igual para que las dos no sean incompatibles» (entrevista Tony Genérico).

Todas las fotografías de Beleza ameaçada se realizaron con un fondo negro para que los colores de los pájaros y de los splashes no quedaran contaminados. Así, para producir la imagen final, Tony Genérico combina las fotografías de los pájaros volando y las del splash.

El proceso realizado por el fotógrafo implica controlar de forma mecánica los dispositivos para poder repetir la imagen «como si fuera una secuencia, aunque las colisiones de tinta se hagan una por una» (entrevista Tony Genérico). Es decir:

Analizo y preparo porciones de tinta correspondientes a los colores del ave que son colocadas en un artilugio que, una vez

accionado, provoca las colisiones. En este ejemplo [Imagen 3] usé una porción de tinta de color verde, otra morada y una pequeña cantidad de tinta amarilla. El resultado, diría, es una analogía y una paradoja. Como si estuviera deconstruyendo los colores del ave o pintándola con el impacto de la colisión. Sería como un ataque o una huida, dependiendo de cada espectador (entrevista Tony Genérico).

Imagen 3. Papagaio-de-peito-roxo III Vinaceousbreasted Parrot (Amazona vinacea) de Tony Genérico. Fuente: Cedida por el autor.

En la primera serie Beleza ameaçada, además del desafío técnico, había que encontrar una manera de fotografiar a las aves silvestres, ya que en Brasil está prohibido

por ley fotografiarlas fuera de su hábitat natural, excepto las aves domesticadas o nacidas en cautiverio y debidamente certificadas por el Instituto Brasileño del Medio Ambiente y de los Recursos Naturales Renovables (IBAMA). La solución para lo que parecía impedir la realización del proyecto vino de la colaboración entre el fotógrafo y el equipo de biólogos y veterinarios del Zoológico del Balneario de Camboriú (Santa Catarina, Brasil).

Para poder fotografiar a las aves, Tony Genérico creó en su estudio una infraestructura que permitía registrar su dinámica de vuelo desde el momento en lo que alzaban hasta que volvían a posarse nuevamente, a través de un sistema de láser que captaba la imagen de las aves en pleno vuelo.

Para limitar el vuelo de las aves por el estudio, construí una tienda negra para confinarlas con seguridad. Dentro de ella, en un ambiente en penumbra, monté un sensor de movimiento para disparar el flas exactamente en el momento en que el pájaro cruzaba el haz del láser. Se ubicó una zona de posado fuera del cuadro de la cámara, iluminado por un haz de luz continua para

que el pájaro pudiera tener una referencia de aterrizaje al final de su trayectoria de vuelo. De esta forma, era posible capturar en cada intento imágenes sorprendentes del pájaro en pleno vuelo (Genérico 2021a, p. 20).

Belleza amenazada silvestre. São Paulo se exhibió entre los meses de marzo y abril de 2021 en la sala de exposiciones del CEB. La exposición estaba formada por fotografías de 26 especies de pájaros silvestres típicos de la ciudad de São Paulo (São Paulo, Brasil). Para producir esta serie, Tony Genérico acompañó al equipo de la División de Fauna Silvestre de la Secretaría Verde y de Medio Ambiente de la ciudad, liderada por la bióloga Letícia Zimback, que actuaba en los parques Ibirapuera y Anhanguera, lugares donde se tomaron las fotografías (Genérico 2021b). A diferencia de la primera serie del proyecto, esta segunda etapa supuso un gran desafío técnico porque el fotógrafo tuvo que trasladar su equipo a los parques de la ciudad. In situ, los biólogos identificaban a los pájaros que posteriormente se entregaban a Tony Genérico, quien debía devolverlos a la naturaleza7. Con solo una oportunidad, Tony soltaba a los pájaros frente a su cámara con la esperanza de poder captar un único momento del pájaro volando.

La tercera serie es Beleza ameaçada Beija-flores. Este último proyecto reúne las experiencias acumuladas en las series anteriores, potenciadas por la creatividad e ingenio del fotógrafo. A sus 80 años, Tony Genérico afirma ya no tener el vigor para desplazarse con tanto equipo a cuestas, sin embargo, aún sentía el deseo de realizar un nuevo ensayo. Al observar el comportamiento de los colibríes alimentándose, el fotógrafo notó que estos pájaros hacen, en el aire, una «paradita» muy previsible frente al comedero. Fue entonces cuando surgió la idea de fotografiarlos con ese momento.

Tony Genérico investigó localizaciones especializadas en bird-watching. Después de algunos intentos exitosos, el ensayo se realizó en la finca Macuquinho en São Paulo. Tony Genérico preparó una maqueta con un dispositivo específico de un pájaro alimentándose en un bebedero. El siguiente paso era enfocar muy de cerca el ojo del supuesto pájaro para luego retirarlo y dejar el sitio al colibrí. Con esto, el fotógrafo conseguía regular la distancia hasta el bebedero y fijar el enfoque manual. Retiraba el pájaro de la maqueta y dejaba espacio libre para que el verdadero colibrí

se acercara sin ningún obstáculo que impidiera hacer una buena foto.

Imagen 4. Maqueta construida por Tony Genérico. Fuente: Cedida por el autor.

Ya en el segundo día del ensayo, un colibrí rubí comenzó a alimentarse en un ir y venir constante de la maqueta durante toda la tarde: «Fue increíble poder fotografiarlo repetidamente tan de cerca, a una distancia de unos 25 centímetros, con el foco en sus ojos. Fue una sensación indescriptible ser capaz de hacer, con un mismo colibrí, un ensayo de un animalito tan pequeño y rápido en una sola tarde» (Tony Genérico).

Imagen 5. Ejemplo en la finca Macuquinho. Fuente: Cedida por el autor.

A diferencia de las series anteriores, cuando Tony Genérico buscaba un único momento del vuelo de aves y pájaros, esta vez el fotógrafo consigue producir una secuencia - al estilo Muybridge - que nos permite conocer la dinámica del vuelo del colibrí. Aun así, si en las series anteriores el fotógrafo pudo contar con la colaboración de científicos, esta vez se permite «volar solo» y acercarse a un pájaro que, aunque no está amenazado, por sus características -tamaño y delicadeza- es difícil de fotografiar.

Para finalizar, reproduzco aquí unas palabras de Tony Genérico que reflexiona sobre el proyecto Beleza ameaçada:

una de mis preocupaciones, inquietudes, con el trabajo publicitario es que es efímero. Y quería contribuir con mi trabajo a la naturaleza, quería dejar algo, de ahí mi obsesión con estos pájaros, con este proyecto [Beleza ameaçada]. Quiero dejar algo registrado que pueda ayudar a la protección de estos pájaros, a la protección del medio ambiente. Es una manera de llamar la atención, para que las personas se comprometan en esta área, que para mí es fundamental. El resto es desafío técnico (entrevista Tony Genérico).

En raras ocasiones encontramos una obra fotográfica tan completa que reúna belleza técnica y compromiso. La obra de Tony Genérico nos permite disfrutar de la estética de lo figurativo y de la sorpresa oculta tras su elaboración. Pero va más allá: Tony nos invita a reflexionar sobre la preservación ambiental a través de la fragilidad y belleza de aves y pájaros expresadas por medio de una explosión silenciosa de colores que impregnan nuestra retina y se fijan en la memoria.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Buccini, M. (2017). O instante e o movimento: a influência da fotografia de Muybridge e Marey. Cartema. Revista do Programa de Pósgraduação em Artes Visuais UFPE-UFPB, 6(6), pp. 60-73. DOI: https://doi.org/10.52583/ cartema.v6i6.234555.

De Brum Lopes, M. F., Mauad, A. M., & Muaze, M. (2017). Retratos do Brasil Contemporâneo: práticas fotográficas nos séculos XIX e XX. Revista de Estudios Brasileños, 4(8), pp. 160-175. DOI: https:// doi.org/10.14201/reb201748160175.

Genérico, T. (2021a). Presentación/ Apresentação. In E. Duarte & E. Gambi (Coords.). Beleza ameaçada. Catálogo de la exposición fotográfica, nº 1, pp. 18-22. Recuperado de < https:// cebusal.es/publicacion_ceb/belezaameacada/?lang=pt-br>.

Genérico, T. (2021b). Presentación/ Apresentação. In E. Duarte & E. Gambi (Coords.). Beleza ameaçada silvestre. São Paulo. Catálogo de la exposición fotográfica, nº 4, pp. 6-7. Recuperado de < https://cebusal. es/publicacion_ceb/beleza-ameacadasilvestre-sao-paulo/?lang=pt-br>. Tavares Duarte, El. (2021). ¿Quién limpia los pájados despúes? La obra del fotógrafo brasileño Tony Genérico entre el arte y la ciência. Fonseca, Journal of Communication, (23), 151–171. https://doi.org/10.14201/ fjc202123151171.

NOTAS:

1 Traducción al español de Elisa Duarte.

2 Desde 2014, el programa de Residencia Artística de Fotografía selecciona, a través de convocatoria, proyectos expositivos fotográficos que tengan relación temática con Brasil [https://cebusal.es/residenciaartistica/].

3 El resultado de la investigación se publicó en en el artículo “¿Quién limpia los pájaros después? La obra do fotógrafo brasileño Tony Genérico entre el arte y la ciencia” (Tavares Duarte, 2021).

4 En este texto, se opta por la traducción al español de los fragmentos de la entrevista original en portugués.

5 De Brum Lopes, Mauad & Muaze hablan de una generación de fotógrafos sin formación universitaria hasta la década de 1980 (2017, p. 169).

6 De forma resumida, se trata de una técnica fotográfica de disparo de alta velocidad, lanzada en 1985 por el físico inglés Arthur Manson Worthington, en “The splash of a drop”, que registraba el comportamiento de sustancias líquidas.

7 El vídeo que registra ese proceso está disponible en el enlace <https://www. youtube.com/watch?v=DVacu6YKJDA>.

BIOGRAFÍA / BIOGRAFIA

Tony Genérico nació en Esmeraldas (Minas Gerais, Brasil), en marzo de 1940. Vivió veinte años en Nueva York, donde estudió con varios maestros de los años 1970, entre ellos el mítico Philippe Halsman, considerado el retratista más importante del siglo XX. Estableció su estudio profesional en el Manhattan’s Photo District y trabajó con grandes agencias de publicidad y diseño, hasta su traslado a São Paulo a finales de los años 1990. De vuelta en Brasil, se consolidó en la especialidad de los splashes, o sea, fotografía de líquidos congelados a alta velocidad, pudiendo destacar entre sus clientes a grandes marcas nacionales e internacionales.

Tony Genérico nasceu em Esmeraldas (Minas Gerais, Brasil), em março de 1940. Viveu vinte anos em Nova York, onde estudou com vários mestres dos anos 1970, entre eles o icônico Philippe Halsman, considerado o retratista mais importante do século XX. Estabeleceu o seu estúdio profissional no Manhattan’s Photo District e lá atendeu grandes agências de publicidade e desenho, até a sua mudança a São Paulo a finais dos anos 1990. De volta ao Brasil, se consolidou na especialidade dos splashes , fotografia de líquidos congelados em alta velocidade, novamente atendendo relevantes clientes.

Guacamayo guaruba o cotorra dorada
Ararajuba
Guaruba guarouba
Loro frentiazul
Papagaio verdadeiro
Amazona aestiva
Arasarí chico Araçi-poca
Selenidera maculirostris
Cotorra jandaya
Jandaia-verdadeira
Aratinga jandaya
Tucán de pico verde Tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus
Loro cacique
Anacã
Deroptyus accipitrinus
Lechuza común americana
Suindara
Tyto furcata
Zorzal colorado o tordo de vientre rufo
Sabiá laranjeira
Turdus rufiventris
Mosquero de Euler
Enferrujado
Lathrotriccus euleri
Chochín
Corruíra
Trogodytes musculus
Catita tirica
Periquito-rico
Brotogeris tirica
Frutero coronado
Tiê preto
Tachyphonus coronatus
Picolezna rojizo o manchado Bico-virado-carijó Xenops rutilans
Colibrí colirrojo
Beija-flor-rubi
Heliodoxa rubricauda
Colibrí colirrojo
Beija-flor-rubi
Heliodoxa rubricauda
Colibrí colirrojo
Beija-flor-rubi
Heliodoxa rubricauda
Colibrí colirrojo
Beija-flor-rubi
Heliodoxa rubricauda
Colibrí colirrojo
Beija-flor-rubi
Heliodoxa rubricauda
Colibrí colirrojo
Beija-flor-rubi
Heliodoxa rubricauda

EXPOSICIÓN

FOTOGRAFÍAS DE TONY GENÉRICO

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