SIM III VICENTE CECIM série Diálogos:Com
O Direito de Sonhar
Catedral Sagrada Família, de Gaudi, Barcelona.
Uma imaginação que dá vida à causa material: a imaginação material BACHELARD Jorge Luis Borges, o escritor argentino que não satisfeito com a construção de labirintos verbais ainda os faziam se refletirem em espelho, um dia foi perguntado sobre o que preferia: Fantasia ou Fábula? Respondeu: - Fábula. Entendia que as fantasias podiam ser meras irrealidades, mas que as raízes da fábula eram cravadas no Real. Quando alguém, ao seu lado, assume aquela conhecida expressão distante de quem está, por uma breve e reconstituinte pausa, ausente deste frequentemente perturbador e instável mundo, você é daqueles que dá um tapa em seu braço e lhe grita: - Acorda! Está sonhando acordado? Se for – e já deve ter sofrido a mesma agressão, mas não aprendeu a lição – está cometendo um dos mais graves crimes do homem contra o homem. Porque, se há um direito humano sagrado, é o Direito de Sonhar. Devaneios também constroem fábulas pessoais que levam a realidades humanas mais profundas do que os olhos abertos podem ver. Quem lhe deu o anti-direito de interromper o sonho alheio? A pessoa que você grosseiramente despertou bem poderia