O Uso Legal da Internet

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O USO LEGAL

da internet Ética e valores para jovens da era digital Laboratório de estudos em ética nos meios eletrônicos Universidade Presbiteriana Mackenzie Organizadores: Solange Duarte Palma de Sá Barros Ubirajara Carnevale de Moraes

O livro O uso legal da Internet tem o texto direcionado aos jovens de 14 a 18 anos e apresenta de forma simples e direta, vários temas importantes que estão relacionados ao uso não ético e indiscriminado da Internet. Cada assunto é ilustrado de forma bem humorada e traz também algumas questões para reflexão que podem ser realizadas em conjunto com pais e professores.

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O trabalho O uso legal da Internet - Ética e valores para jovens da era digital de Solange Duarte Palma de Sá Barros e Ubirajara Carnevale de Moraes (orgs) foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada. Podem estar disponíveis autorizações www.mackenzie.com.br/leeme.html.

adicionais

ao

âmbito

desta

licença

em


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da Internet Ética e valores para jovens da era digital Laboratório de estudos em ética nos meios eletrônicos Universidade Presbiteriana Mackenzie Organizadores: Solange Duarte Palma de Sá Barros Ubirajara Carnevale de Moraes

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Augustus Nicodemus Gomes Lopes Chanceler Benedito Guimarães Aguiar Neto Reitor Marcel Mendes Vice Reitor Textos Solange Duarte Palma de Sá Barros Cátia Cilene Lima Rodrigues Juliana Abrusio MACKPESQUISA Josimar Henrique da Silva Presidente Ilustrações Edson Takashi Okuyama Capa, Projeto Gráfico e Diagramação Ro Comunicação www.rocomunicacao.com.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou integral sem prévia autorização dos autores. ©2011 by Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos – Universidade Presbiteriana Mackenzie

O uso legal da Internet : ética e valores para jovens da era digital / organizadores: Solange Duarte Palma de Sá Barros, Ubirajara Carnevale de Moraes. – São Paulo : 2011. 48 p. : il. ; 23 x 18 cm.

O projeto que gerou este livro foi financiado pelo MackPesquisa. Obra com tiragem 2000 cópias. Impressão e Acabamento: Gráfica Bandeirantes

1. Internet. 2. Educação. 3. Ética. 4. Valores. 5. Cibercultura. I. Barros, Solange Duarte Palma de Sá. II. Moraes, Ubirajara Carnevale de. III. Universidade Presbiteriana Mackenzie. IV. Título. CDD 303.4833

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Dedicatória

Dedicamos este livro a todos os jovens e adolescentes do novo milênio que acreditam em um mundo bem melhor.

Agradecimentos Muitas pessoas contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste projeto. Dentre estas pessoas, não podemos deixar de agradecer: Ao Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes e pelas valiosas contribuições dadas. Ao Reverendo Josué Alves Ferreira e aos professores de Ensino Religioso e Ética do Colégio Presbiteriano Mackenzie, Yon Morato Ferreira da Costa e Michelle Razuck Arci pela consolidação de pesquisa e pelas sugestões para os textos e ilustrações deste material. À Diretora do Colégio Presbiteriano Mackenzie, Profa. Débora Bueno Muniz Oliveira, por permitir a nossa entrada no Colégio para a realização da pesquisa de campo. À Diretora da Escola Estadual Romeu de Moraes, Profa. Rosangela Aparecida de Almeida Valim Gonçalves, que gentilmente nos permitiu a entrada na escola, para darmos continuidade às pesquisas. Ao Prof. Luis Henrique Fanti pela intermediação entre o grupo de pesquisa e os professores do Colégio Presbiteriano Mackenzie. À Professora Ana Cristina Azevedo Pontes de Carvalho pelas contribuições nos textos referentes às questões legais relacionadas à Internet. À Professora Ivete Irene dos Santos pelas sugestões na redação final. À Márcia Romero, da RO Comunicação, pela realização voluntária do projeto gráfico e editoração deste livro. Ao MackPesquisa, pela oportunidade da realização e concretização deste projeto. Equipe do Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos

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Apresentação Este livro é um dos resultados de um grande projeto realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie pelo LEEME (Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos), que contou com o apoio do MackPesquisa. Neste projeto, além de uma pesquisa teórica sobre a Internet, fizemos uma pesquisa com mais de 2000 alunos do Ensino Fundamental II e Médio de escolas públicas e particulares da região central de São Paulo (capital). Assim, conseguimos identificar qual tipo de uso estes jovens estão fazendo da Internet e, então, produzimos este livro para orientá-los durante seus acessos à rede. Com um texto direcionado aos jovens de 10 a 14 anos e com ilustrações bem humoradas, apresentamos de forma simples e direta, vários temas importantes e que estão relacionados com o uso não ético e indiscriminado da Internet. Ao mesmo tempo em que explicamos cada um dos problemas, sugerimos algumas questões para reflexão, que podem ser realizadas em conjunto com pais e professores. O objetivo é criar um espaço permanente de discussão entre jovens, pais e educadores sobre temas que além de estarem associados às questões éticas e morais, muitas vezes são consideradas práticas ilegais, portanto, configuram um crime. Acreditamos que a palavra chave deste livro é CONSCIENTIZAÇÃO. Os jovens precisam conhecer os perigos associados à Internet, para que saibam se defender quando necessário. Ainda, precisam prestar mais atenção nas suas atitudes na Internet, para que sempre sigam o caminho ético. Não podemos nos esquecer de que mais do que conectar máquinas, a Internet conecta pessoas e forma um espaço público, como uma praça ou um shopping center. O espaço público virtual está cheio de pessoas boas e pessoas más (exatamente como acontece no mundo real), que por trás de uma máquina conversam, compram, jogam, pesquisam, se divertem, publicam e que também roubam, enganam, mentem, caluniam e fazem muito mal à sociedade. Esperamos poder contribuir na formação ética dos jovens cidadãos do novo milênio! Equipe do Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos

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www.sumário Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3

Ética e Virtudes O que é Moral? O que é Ética? O que é cidadania?

Capítulo 11

Vício no uso da Internet Quando o equilíbrio vai embora

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Capítulo 12

Pedofilia Um crime contra a inocência

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Capítulo 13

Exposição da imagem e de dados pessoais Abrindo as portas da sua vida para qualquer um

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Capítulo 14

Boatos, mentiras e apologias A Internet propagando o mal

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Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17

Cyberbullying Agressão reais no espaço virtual

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Exposição à pornografia A deturpação da natureza humana

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Apostas on-line Jogando Dinheiro Fora

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Capítulo 18

Questões legais A voz da lei

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Capítulo 19

Questões da saúde A tecnologia interferindo na sua saúde

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Capítulo 20

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Apresentação do LEEME Laboratório de Estudos em Ética nos meios de comunicação

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Crackers Os Vândalos da era virtual 10 Peer-to-Peer (P2P) Compartilhando arquivos de desconhecidos

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Capítulo 4 Capítulo 5

Vírus O conhecimento a serviço do mal

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Phishing Quando a isca é você!

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Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8

Spam Lixo eletrônico na sua caixa de e-mail

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Capítulo 9 Capítulo 10

Preguiça virtual A Internet e suas facilidades

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Pirataria Alimentando ações criminosas

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Plágio e compra de trabalhos prontos A desonestidade intelectual

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Violência em games Enganando o nosso cérebro

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Capítulo 1: Ética e Virtudes

O que é Moral? O que é Ética? O que é cidadania?

Moral é o conjunto de regras de comportamentos considerados como bons e corretos e que são formados a partir das tradições, da cultura e dos hábitos de um determinado povo. Estas regras orientam a conduta de uma sociedade, preservando a vida e minimizando a violência no convívio entre as pessoas. A Ética é o resultado da reflexão sobre a Moral e a busca por atitudes coerentes para uma vida boa à humanidade, num esforço de encontrar valores que sirvam como referência universal e que contribuam para o diálogo e o respeito entre os seres humanos, independentemente de suas diferenças culturais. No Mackenzie, a busca dos valores éticos se pauta pela nossa confessionalidade cristã. O exercício da Ética como reflexão do comportamento e conduta pessoal, bem como as consequências destas ações para a sociedade, promovem a política e a cidadania. A cidadania é a participação de cada um na sociedade com a consciência de que todo isolamento humano é temporário, e de que estamos constantemente em contato uns com os outros. Com a finalidade de promover a vida, a cidadania é o desenvolvimento das leis e regras que determinam os limites do exercício da liberdade nas relações entre as pessoas. Nesse sentido, a constituição das leis de direitos e deveres numa sociedade é baseada nos seus valores morais e na sua

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reflexão ética, com a finalidade de promover ordem e organização, tanto nas ações pessoais quanto em seus desdobramentos coletivos, ou seja, com a finalidade de promover a vida boa e justa a cada um dos que dividem a vida no mesmo espaço público. As virtudes podem ser consideradas como os hábitos de uma pessoa na prática do bem em seu dia a dia e que são valorizados pela sociedade. Como todo hábito, uma virtude não é obtida de uma hora para outra. É a repetição de um determinado ato que o torna em hábito. Portanto, para obtê-lo, é necessária a prática constante de ações associadas a ela. Vamos conhecer um pouco mais sobre as virtudes? AMOR: O amor é um sentimento que se manifesta na atitude de reconhecimento, valorização e esforço para a manutenção da nossa vida e da vida do outro. O amor afirma a existência humana e dá sentido à vida. Assim, amar é antes de um sentimento declarado, o desejo e o empenho para que a vida perpetue, sendo a origem de todos os valores. RAZÃO: A razão é a virtude da busca e procura do conhecimento e da verdade baseada na lógica, na razão e na análise sobre os fatos da realidade. A razão é fundamental para se estabelecer critérios justos para se formar uma opinião coerente sobre os impasses e

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problemas que a vida nos apresenta. Não podemos abrir mão de ser críticos, de buscar conceitos claros sobre a vida e de nos motivar sempre para aprender e nos desenvolver como indivíduos e cidadãos.

com os outros para um benefício e propósito comum de desenvolvimento, não necessariamente para si, de modo interesseiro, mas de modo interessado na construção de uma dinâmica melhor de convívio e existência.

PRUDÊNCIA: A prudência é o zelo pela vida em toda sua expressão, prevenindo o mal e buscando corrigir danos já ocorridos. O cuidado se baseia no amor e é o pressuposto para a existência. É uma ação amorosa concreta, que presta atenção na vida, própria e do outro, numa atitude tanto preventiva quanto restauradora.

COMPAIXÃO: A compaixão é a capacidade de reconhecer e se empatizar com o sofrimento do outro e, solidariamente, acolher e compreender sua manifestação, reconhecendo seu valor e a sua condição humana. A compaixão não é uma condição de pena ou dó, mas é o desapego de si mesmo, combinado com o cuidado e o amor ao próximo, na intenção de oferecer apoio e resgate da vida em sofrimento.

RESPONSABILIDADE: Responsabilidade é a capacidade de oferecer boas soluções aos impasses com os quais nos deparamos na realidade, independente de quem seja o responsável. Responsabilidade é também a capacidade de prever as ações e as consequências delas para nós e para a humanidade procurando, portanto, agir de modo a promover o bem comum. Responsável é então, aquele indivíduo capaz de agir sem causar prejuízo à vida, à natureza e ao planeta, solucionando os problemas que ocasionalmente forem encontrados. SOLIDARIEDADE: A solidariedade é o princípio da cooperação entre os seres humanos, que se origina da consciência de que viver é antes de tudo, conviver. Assim, na soma das nossas individualidades, formamos uma unidade com a humanidade, em que todos precisam uns dos outros. Ser solidário é agir e trabalhar

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INTEGRIDADE: A integridade é a prática da ética na vida cotidiana, a experiência profunda de existir, com consciência, reconhecimento e amor à humanidade. Ser íntegro é agir deliberadamente com liberdade com o objetivo de perpetuar a vida em abundância. É ser coerente, nas intenções e na prática, com a reflexão dos valores morais, construindo o bem comum. SAÚDE: A saúde é o bem estar físico, psicológico, moral e social, que permite a uma pessoa viver longe de doenças, com a manutenção do equilíbrio e da moderação. A saúde está relacionada à percepção das necessidades do corpo, diferenciando cada necessidade dos desejos e tomando decisões que permitam uma existência plena.

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HONESTIDADE: A honestidade é a transparência das intenções nas ações tomadas, a capacidade de manter o discurso e as ações baseados na moral. Para ser honesto é necessária a autoanálise que revela a exatidão da realidade com sinceridade e coerência, lealdade e honradez. AUTOESTIMA: é o amor direcionado a si mesmo sem, com isto, desconsiderar o outro. É realizar uma avaliação detalhada e honesta de si mesmo, de modo amoroso, indicando todos os seus potenciais (virtudes) bem como os seus defeitos. Esta avaliação possibilita uma ampliação da consciência de si, valorizando seus pontos fortes e estimulando os potenciais humanos que a pessoa ainda não desenvolveu. A autoestima baseia-se no amor e na confiança pessoal que preserva o indivíduo de expor-se a riscos. AMIZADE: A amizade é uma relação afetiva entre duas ou mais pessoas. Para que este sentimento permaneça é necessária a prática de várias outras virtudes: a compreensão, a solidariedade, e lealdade e a generosidade. A amizade é um sentimento recíproco que permite que uma pessoa divida os bons e os maus momentos de sua vida, compartilhando sentimentos, emoções e experiências vividas. CORAGEM: A coragem é uma força interior capaz de superar o medo, a incerteza ou uma dor. Mais do que fortalecer, a coragem permite a uma pessoa “seguir

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em frente” e continuar seu caminho sem fraquejar ou desistir. Ser corajoso é também saber reconhecer os limites que devem ser respeitados nas diversas situações para poder proteger a própria vida. LEALDADE: A lealdade é o respeito aos vínculos entre os diversos tipos de relações existentes na vida de uma pessoa: pais e filhos, marido e mulher, patrão e empregado, pátria e cidadão, etc. Com a lealdade consegue-se reforçar e proteger estas relações de forma que a confiança passa a ser um dos sentimentos mais presentes entre as partes envolvidas. TOLERÂNCIA: A tolerância pode ser definida como uma resistência ou aceitação natural diante de algo que é considerado contrário a um valor ou regra. A tolerância é adquirida com a prática diária e permite a existência da serenidade nos momentos difíceis ou desgastantes ao longo da existência. HUMILDADE: A humildade é o reconhecimento da nossa própria fraqueza e imperfeição em relação às pessoas e em relação às situações impostas pela vida. A humildade reflete-se na modéstia e na simplicidade do caráter, fazendo que não nos julguemos melhor ou mais importantes do que outra pessoa. GRATIDÃO: A gratidão é o reconhecimento que alguém nos prestou um bem, uma ajuda ou um favor. É uma emoção que fortalece laços e estreita as relações.

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Quando uma pessoa agradece por alguma coisa, além de reconhecer a atitude do outro, está naturalmente criando um sentimento de retribuição em oportunidades futuras. RESPEITO: O respeito está associado ao reconhecimento da importância do outro na sociedade, agindo ou deixando de agir em diversas situações da vida. O respeito não se limita ao ser humano: está associado aos espaços públicos, às crenças e aos valores representativos de uma força ou poder.

HUMOR: O humor é um estado de ânimo de uma pessoa que mostra o quanto ela está disposta e “de bem com a vida”. É um sentimento elogiável e contagiante que permite mudar a forma de encarar problemas cotidianos e perceber que só se deve dar importância a coisas realmente importantes.

Para pensar • Que outras virtudes, não citadas neste texto, podem ser consideradas importantes para a vida de uma pessoa?

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Capítulo 2: Crackers

Os vândalos da era virtual!

Você sabe qual é a diferença entre os termos “hacker” e “cracker”? Os hackers surgiram na década de 50 e foram associados às pessoas que conheciam e dominavam as técnicas da computação. Eram pessoas viciadas em computação e programavam como ninguém. Com os avanços da computação, a quantidade de hackers foi aumentando e sua cultura difundida: eles têm um código de ética hacker, onde princípios como compartilhar conhecimento são divulgados. Eles adoram desafios e estão sempre em busca das falhas de segurança dos sistemas de computadores das empresas. É uma pena, mas existem pessoas com este conhecimento que o usam para o mal e acessam sistemas e redes ilicitamente com intenções inescrupulosas, maldosas ou criminosas. Para diferenciar estes dois grupos, foi então criado o termo “cracker” que passou a representar os vândalos da era virtual que quebram senhas, roubam dados e desviam dinheiro. Na verdade, existe uma série de denominações associadas a cada uma das práticas que o hacker faz. O conhecimento de um hacker é tão grande que muitas empresas buscam este tipo de pessoa para fazer parte de seu quadro de funcionários. Faz sentido, pois se o hacker sabe tudo sobre “como burlar a segurança”, ele é a pessoa mais indicada para perceber quais são

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as falhas de segurança da empresa e melhorá-la. Muitos jovens sentem-se motivados a ser um “hacker do bem” e buscam o aperfeiçoamento de suas técnicas. Já os crackers têm um perfil comum: são na maioria jovens entre 16 e 25 anos, com muito tempo livre e que habitualmente agem no período da noite e madrugada, horário que dificulta a descoberta dos ataques. Eles preferem atacar bancos, provedores de Internet, órgãos do governo e empresas multinacionais. Muitos crackers ficaram famosos quando conseguem invadir sistemas considerados seguros, como a NASA, porém, foram julgados e punidos de acordo com a lei. Infelizmente, a Internet é um dos meios de divulgação e instrução para a prática dos crackers. Existem sites que ensinam como burlar a segurança, como roubar senhas, etc. Fica evidente, que a índole do aprendiz é que vai determinar se ele será um hacker ou um cracker. Mais uma vez temos um exemplo da tecnologia a serviço do mal.

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E o que mais? • Para os interessados em aprofundar os conhecimentos na prática do hacker do bem e se tornar um grande profissional de segurança em computação, existem alguns cursos e programas de forma ção a distância. Consulte a Internet e conheça alguns deles. • Quer conhecer um pouco sobre a ética hacker? Consulte o site www.hackerteen.com/pt-br/link/etica-hacker.html

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Para pensar • Muitas situações na vida envolvem escolhas, como por exemplo, ser um hacker ou um cracker. Quando escolhemos um caminho, estamos desviando nossos esforços e atenção para uma única direção. Economizar ou gastar? Divertir-se ou estudar? Ligar para alguém ou ligar a TV? Medicina ou Computação? Sempre teremos que fazer escolhas na vida. Elas fazem parte de nosso crescimento e devem sempre seguir os princípios e valores de sua vida.

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Capítulo 3: Peer-to-Peer (P2P)

Compartilhando arquivos de desconhecidos

Confesse: você com certeza já “baixou” da Internet as músicas novas do seu grupo/cantor favorito, não é mesmo? Foi rápido (se você tem conexão do tipo Banda Larga) e fácil, não foi? Você certamente tem instalado no seu computador um programa de compartilhamento de arquivos, como o LimeWire, Ares ou Emule. Esses programas permitem a troca de arquivos entre computadores através das redes chamadas Peerto-Peer, ou simplesmente P2P. Nessas redes, todos os computadores envolvidos podem, ao mesmo tempo, enviar e buscar arquivos de outras máquinas. Através dos programas P2P é fácil fazer um busca por um determinado conteúdo e pronto: eis uma infinidade de usuários que têm aquilo que você procurava! Basta escolher e iniciar o download. Os tipos de arquivos que são mais comuns de serem compartilhados são músicas, filmes e imagens com a mesma qualidade do arquivo original. O que você não sabe, ou não leva em consideração no momento que inicia o download, é que você pode estar cometendo um crime de violação ao Direito Autoral. A música é de autoria de alguém. O filme ou seriado também. Basta que uma única pessoa compre o CD ou tenha acesso ao arquivo original e pronto: está feito o compartilhamento do arquivo com o mundo. Muitas pessoas pensam que tudo que circula pela Internet é de domínio público e todos têm direito de se apropriar. Isso não é verdade, pois, apesar do pouco controle existente, os direitos autorais existem e a lei brasileira considera a sua violação um crime. É certo que as indústrias da música e dos filmes terão que repensar as formas de distribuição de seus produtos para que não desapareçam. Uma alternativa que já existe, é a possibilidade de se comprar, pela Internet, a música que se quer, sem a necessidade de comprar todas as que estão no CD. Outra alternativa interessante é a

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atribuição da licença Creative Commons a alguns tipos de mídia. Nesse tipo de licença, o autor permite que seu trabalho seja copiado, porém, nunca para uso comercial. Assim, os créditos ficam sempre para o dono da obra e ele ganha muita visibilidade, já que muitas pessoas têm acesso à Internet. Este é um assunto que tem sido bastante discutido em todo o mundo para se estabelecer controles maiores nesta modalidade de troca de arquivos. Não se pode negar que as redes P2P estão diretamente relacionadas com atos ilícitos como a pirataria e violação dos direitos autorais. Outro problema associado às redes P2P diz respeito aos riscos de se gravar arquivos de origem desconhecida no seu computador. Muitos vírus vêm instalados em arquivos falsos, com nomes falsos e que sem que você perceba, podem causar diversos danos em seu computador e nas transações que são feitas pela Internet. Os fraudadores se aproveitam do fato que é você, usuário, que “vai atrás” do arquivo. Uma vez que o arquivo está na rede, fica fácil que alguém o escolha para “baixar”. Sem falar que existe uma infinidade de conteúdos impróprios disponíveis sem controle nenhum. Você não pode compactuar com esta situação. Pense nas consequências de seus atos na Internet. Além de cometer crime baixando conteúdo protegido, você pode colocar o computador da sua família em risco, já que muitos dos vírus instalados são do tipo spyware, que monitoram e enviam os dados que são fornecidos nas páginas da Internet. A consciência e postura crítica são os primeiros passos para uma mudança. Vamos lá, analise os riscos e benefícios do uso das redes P2P e quando quiser uma música nova ou um filme, aja legalmente.

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E o que mais? • A França é um dos países mais rigorosos do mundo na questão de downloads ilegais. A lei determina que os provedores façam uma vigilância sobre os usuários: além de e-mails, são enviados telegramas para quem baixar conteúdo protegido. Caso haja reincidência, é feita uma suspensão no acesso à Internet por um período de até um ano. Já pensou? Ficar um ano sem Internet? • De acordo com levantamentos realizados pela empresa FSecure, no ano de 2008 houve um aumento de 200% nos arquivos que contém vírus(códigos maliciosos) e que circulam pela Internet. Foram identificados 1,5 milhão desses tipos de arquivos na Web. Pense que você pode ter um desses arquivos gravados em seu computador. • Em março de 2009, o CD completou 30 anos de existência. Porém, não há o que comemorar. De acordo com uma pesquisa realizada pelo NDP Group, 17 milhões de pessoas deixaram de comprar Cd’s nos Estados Unidos no ano de 2008. O motivo disso? A tecnologia MP3.

Para pensar • A era digital permite trocas que antes eram inimagináveis. Isso é muito bom! Enviar e receber arquivos passaram a ser coisas corriqueiras no mundo atual. Agora pense: imagine que você é um cantor que batalhou muito para conseguir lançar seu primeiro CD. Você realmente é muito bom como cantor e sua música toca em todas as rádios. O que você prefere? Que seu CD chegue às mãos de seu público através da compra do seu CD ou que suas músicas sejam “baixadas” facilmente através das redes P2P? Analise as duas situações e veja que não existe uma única resposta, mas cada ação tem consequência.

Referências: http://computerworld.uol.com.br/ seguranca/2008/12/05/2008-registrou-1-5milhao-de-malwares-200-a-mais-que-no-anopassado/ http://www1.folha.uol.com.br/folha/podcasts/ ult10065u539924.shtml

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Capítulo 4: Vírus

O conhecimento a serviço do mal

Nem sempre toda a inteligência e capacidade de criação de uma pessoa são direcionadas para atividades louváveis. Os vírus de computador servem de exemplo para esta afirmação. Um vírus de computador é resultado da criação de alguém: é um programa de computador (software) escrito por pessoas mal-intencionadas – os vândalos tecnológicos. Essas pessoas têm um perfil muito semelhante: domínio da tecnologia e o espírito de competição para ver quem consegue criar o vírus mais devastador já conhecido. Os vírus de computador representam um problema recorrente há mais de 25 anos. Os primeiros vírus eram inofensivos e apenas irritavam: exibiam telas com mensagens, imagens e, no máximo, modificavam ou apagavam algum arquivo do computador. A contaminação dos computadores pelos vírus era algo controlado, já que não existiam formas de comunicação entre as máquinas como existe hoje em dia. Com o surgimento da Internet, os computadores ficaram muito mais vulneráveis à contaminação por vírus, pois rotineiramente são feitas trocas de mensagens e arquivos pelos usuários. Os problemas são bem maiores e colocam em risco, não só a “saúde” do computador, mas também as informações nele armazenadas. Os prejuízos podem ser incalculáveis. As empresas de segurança tentam combater a força e intensidade dos vírus, criando programas de defesa, porém, novos vírus são criados frequentemente, dificultando a constante atualização por assim dizer, das vacinas. O que você pode fazer para diminuir a disseminação dos vírus? A maioria dos vírus chega ao usuário

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doméstico através de arquivos anexados em mensagens eletrônicas (e-mail). Outra forma comum de contaminação é através do download de programas/arquivos de diferentes sites da Internet. Portanto, além de manter seu programa anti-vírus sempre atualizado (novas vacinas para novos tipos de vírus), você deve ficar atento a todas as mensagens que recebe em sua Caixa Postal: não baixe arquivos de origem desconhecida, mesmo que a mensagem lhe pareça confiável. Às vezes, envolvidos pela curiosidade, clicamos em qualquer link sem a devida atenção. Uma vez instalado em um computador, um vírus pode trazer males que variam dependendo do seu tipo: vão desde a perda no desempenho da máquina até a inutilização de arquivos e em casos mais graves, programas de monitoramento são instalados. Esses programas são verdadeiros espiões que “entregam” para as pessoas mal-intencionadas informações gravadas em seu computador e também informações que você fornece durante suas conexões na Internet. Usar o computador e a Internet exige responsabilidade e uma postura crítica. Temos que ter em mente que nossas ações como usuários refletem diretamente nos riscos a que estaremos sujeitos. As pessoas mais vulneráveis são aquelas que não se protegem e não estão atentas. Não existe desculpa para não se proteger dos vírus porque é muito fácil ter acesso a um programa antivírus – existem programas para ambientes domésticos que são gratuitos e que podem ser baixados diretamente da Internet.

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E o que mais? • O termo Engenharia Social é utilizado para representar todas as práticas usadas pelas pessoas mal-intencionadas, na tentativa de obter informações importantes ou sigilosas de pessoas e empresas. O objetivo é conseguir as informações por meio das falhas de segurança das próprias pessoas, que quando não atentas, podem ser facilmente manipuladas. • Algumas vezes, os vírus estão associados a datas específicas como sexta-feira 13 ou 1º de abril para dispararem seus efeitos nocivos. O vírus Conficker é bastante conhecido pelos ataques a milhares de sites no dia 1º de abril para descobrir e roubar as senhas dos usuários. • Você consegue usar a Internet sem clicar em nada? Acesse o site www.dontclick.it e veja se você é capaz!

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Para pensar • O que faz uma pessoa direcionar todos os seus esforços e conhecimentos para algo ruim? Nem sempre o mal que um vírus traz é a perda de dinheiro. Que prazer é este de ver alguém passar por um desconforto ou problema? • A tecnologia, muitas vezes, presta um “deserviço” às pessoas. Em que situações isto pode acontecer? Para que servem as máquinas e os aparatos tecnológicos?

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Capítulo 5: Phishing

Quando a isca é você!

A palavra “Phishing” é esquisita, mas você precisa conhecer o que está por trás dela. A partir da década de 70 começaram a acontecer os primeiros golpes contra o sistema de telefonia no mundo (por exemplo conseguir fazer ligações de longa distância sem pagar por isso). Esses golpes foram chamados de “Phone Phreaking” e eram realizados por pessoas especializadas no assunto. Com o passar do tempo e avanço da tecnologia, os golpes passaram a acontecer nos meios eletrônicos, como o computador e a Internet. “Phishing” é o resultado da união dos termos “Phreak” (gênio em computação) e “fish” (pesca) e literalmente está associado aos golpes que são aplicados na tentativa de roubar (fisgar) dados pessoais e confidenciais (número de cartões, senhas e documentos) das pessoas que usam a Internet. Ladrões altamente especializados em tecnologia criam situações onde a vítima sente-se convencida de que as circunstâncias são reais. O golpe normalmente chega através de e-mail, mas também já foi aplicado em “scraps” do Orkut e em mensagens de telefones celulares (SMS).

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As mensagens são sempre apelativas e tentam fazer o internauta clicar em um link que o levará uma página da Internet, muitas vezes idênticas às páginas oficiais de órgãos como bancos, lojas e instituições do governo. A pessoa desinformada deste tipo de golpe, é levada facilmente pelo golpista, principalmente porque tudo parece muito real. Se você já tem conta corrente ou cartão de crédito, fique atento! Os bancos têm uma política bastante clara quanto ao envio de e-mails e mensagens para seus clientes. Não seja uma isca fácil e antes de clicar em um link, verifique para onde você será conduzido, observando o endereço do link na parte de baixo à esquerda de seu navegador. Como as mensagens podem ser enviadas para milhões de usuários, a chance de alguém “ser fisgado” acaba sendo grande e em posse de um número de conta e senha, o golpista conseguir alcançar seu principal objetivo: roubar dinheiro.

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E o que mais? • Com tanto golpe circulando pela Internet, foi criado um Museu que mostra uma lista dos golpes mais conhecidos. Dê uma olhada: http://museudospam.wordpress.com

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Para pensar • O que faz uma pessoa ter curiosidade de ver imagens de tragédias? Muitas vezes, os golpes na Internet são aplicados desta forma: “Veja as fotos do acidente X”. A curiosidade faz com que muitas pessoas sejam levadas para o golpe. Pode perceber: quando tem um acidente grave em uma rodovia, o trânsito para mesmo no sentido contrário ao do acidente. Isso é pura curiosidade. Tragédias trazem tristeza para muita gente e o respeito à imagem dos envolvidos, faz parte de uma conduta ética.

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Capítulo 6: Spam

Lixo eletrônico na sua caixa de e-mail

Todos os dias, a caixa de correspondências da casa de Ana está repleta de cartas. Assim, no final da tarde, Ana vai até ela e retira mais de cem correspondências. Então, Ana senta e começa a olhar os remetentes, na tentativa de adivinhar o conteúdo de cada correspondência. Ana faz duas pilhas: uma de correspondências com remetentes conhecidos e outra de remetentes desconhecidos. Ela percebe, então, que recebeu algumas poucas correspondências de remetentes conhecidos, com assuntos de seu interesse e outras tantas correspondências que não sabe do que se trata e que terá que abrir e ler uma por uma para tomar conhecimento do assunto Ana vai lendo e rasgando tudo aquilo que não lhe interessa. Uma das correspondências traz um texto ameaçador e deixa Ana com medo: “Quem é esta pessoa?”. Outra, diz que Ana está devendo uma quantia em dinheiro para a Receita Federal. Na hora, Ana pensa: “Será que eu esqueci de pagar alguma conta?”. Uma outra carta mostra como é fácil ganhar dinheiro enviando novas correspondências para outras pessoas. São cartas de todos os tipos: propagandas de produtos recém lançados, convites para participação em eventos, promessas e apelos dramáticos. Ana começa a perceber que está perdendo muito tempo com isso, começa a rasgar tudo e enche um saco de lixo com papel picado! Ana se irrita ao pensar que no outro dia será tudo igual... quando isso vai parar? Eu não pedi para receber estas correspondências! Ana está tendo a sensação de invasão de seu espaço privado, pois, afinal de contas, todas essas cartas que foram jogadas fora, não dizem respeito à Ana e ela sequer conhece a origem das mensagens. É muito desagradável a sensação de ter alguém tentando invadir ou diminuir o espaço de nossa privacidade. Além de ser um direito do cidadão, a privacidade nos dá controle sobre nossas vidas e sobre nossas informações pessoais. No mundo virtual, as coisas acontecem da mesma forma: as pessoas criam seus espaços reservados para O Uso Legal da Internet.indd 18

receber e enviar mensagens - a Caixa Postal. Cada um cria seu endereço eletrônico e uma senha que servem para acesso particular às mensagens. Todos os dias milhões de mensagens não solicitadas pelos usuários circulam pela Internet. Essas mensagens recebem o nome de spam e lotam diariamente a Caixa Postal dos internautas. São muitos os objetivos destas mensagens: vão desde propaganda de produtos (nem sempre verdadeiros), até a tentativa de aplicação de golpes financeiros e a difusão de vírus. Outras mensagens fazem a divulgação de correntes com promessas de ganho financeiro e boatos que envolvem o internauta com histórias comoventes e dramáticas – as famosas lendas urbanas. Quem envia spam conta com a vantagem do alcance de sua mensagem, já que ela poderá ser “lida” por milhares de pessoas. Além do tempo que gastamos na leitura dessas mensagens, não podemos nos esquecer de outros problemas que estão associados ao recebimento de spam: a segurança do computador pode ser colocada em risco, já que o spam é uma porta de entrada para os vírus; os filtros existentes para diminuir o spam muitas vezes bloqueiam mensagens legítimas e as não bloqueadas, muita vezes lotam a Caixa Postal e outras mensagens acabam sendo recusadas por falta de espaço. Você pode tomar algumas atitudes para evitar estas consequências: não abra e-mails cujo remetente seja desconhecido – delete-os; não seja curioso e não “clique” em nenhum link exibido no spam – eles podem instalar vírus em seu computador; quando você quiser responder/ encaminhar algum e-mail, use sempre a opção da “Cópia Oculta” para os destinatários – assim, você evita que os e-mails envolvidos não sejam vistos pelos outros; use o sistema Anti-spam de seu provedor de e-mail – eles ajudam a diminuir o recebimento de mensagens indesejadas e finalmente, use os mecanismos de denúncias existentes na Internet para relatar um caso de spam.

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E o que mais? • A origem do termo spam (em minúsculas) está relacionada com o “SPiced hAM”, que é um tipo de carne enlatada muito comum nos Estados Unidos e que foi apelidada de SPAM. Em um capítulo do seriado americano chamado “Monty Python”, existe uma cena onde alguns vikings estão em um tipo de restaurante onde todos os pratos são feitos de SPAM. Os vikings ficam repetindo de forma irritante: “SPAM! SPAM! SPAM! Lovely SPAM!”. É uma cena que perturba e incomoda quem está assistindo. E o que não é uma mensagem eletrônica indesejada, senão algo que incomoda? E é também algo repetitivo, já que todos os dias esses tipos de mensagens chegam às Caixas Postais dos internautas. A empresa fabricante do SPAM, obviamente não gosta desta associação e deixa claro que SPAM é uma coisa e spam é outra.

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Para pensar • Qual é a importância da privacidade na sua vida? Será que você já invadiu, sem querer, o espaço de outra pessoa seja no mundo real ou no virtual? • Você tem se posicionado de forma crítica em relação às mensagens indesejadas que chegam à sua Caixa Postal? Você pode e deve denunciar o spam. Acesse o site do órgão responsável pela gestão da Internet no Brasil e faça a sua denúncia: www.antispam.br/reclamar/

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Capítulo 7: Pirataria

Alimentando ações criminosas

Você sabe o que é propriedade intelectual? De forma simples, é uma proteção legal que é dada às obras criadas por uma pessoa: invenções, obras literárias e artísticas, programas de computador e marcas, entre outras coisas. Portanto, quando alguém cria e lança no mercado um novo jogo para computador, esta pessoa está vendendo o resultado de sua criação. Adquirir algo original significa que você está valorizando a criação de alguém e também está estimulando que novas criações sejam feitas por este alguém ou por outras pessoas. E o que você sabe sobre pirataria? A pirataria é muito antiga e está associada à imagem do pirata de pernade-pau e olho de vidro. Produto pirata é o nome dado para todas as coisas obtidas através do furto ou roubo da propriedade intelectual de outra pessoa. Confuso? É bastante simples: imagine que João criou um novo jogo de computador e o colocou à venda com o preço de R$ 59,00. Muitas pessoas compraram o jogo, que passou a ser um sucesso de vendas! Alguém, tentando ganhar dinheiro à custa de João, fez uma cópia do jogo e saiu por aí o vendendo por apenas R$ 10,00. Para muitas pessoas que querem o jogo, é melhor pagar R$10,00 do que R$59,00, logo, a cópia do jogo de João começa a ser vendida em uma proporção muito maior que a versão original. Assim, o pirata da vez, se sente estimulado a copiar outros jogos, programas, CD’s e filmes. Isto significa que as pessoas que compram produtos piratas incentivam a produção de mais e mais produtos deste tipo. Apesar das inúmeras ações do governo contra a pirataria, tem sido difícil controlar ou diminuir a venda de produtos pirateados. É preciso que haja, acima de tudo, consciência dos efeitos causados por estas práticas. São muitos e estão diretamente ligados ao desemprego, a sonegação de impostos, a violação da propriedade in-

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telectual, a prática da concorrência desleal e principalmente, ao fortalecimento do crime organizado (são esses grupos que trazem muitos produtos pirateados para o país). Sem falar que um produto pirata, seja ele qual for, pode trazer riscos de vários tipos e prejuízos ao comprador. Os argumentos usados pelas pessoas que compram normalmente são: “Eu não compro... eu faço o download direto da Internet” ou “esse problema não afeta a minha vida” ou ainda “eu não tenho dinheiro para comprar o original”. Nenhuma dessas afirmações justifica a atitude de alguém que compra produtos piratas. As pessoas precisam se informar melhor e perceber que existem várias consequências diretas e indiretas na vida de cada uma delas. No caso específico dos programas de computador, é muito comum ver pessoas comprando CD’s de jogos, sistemas operacionais e aplicativos em pequenas “bancas” na rua. Além dos efeitos já citados, estes programas podem danificar o computador, trazer algum vírus e ainda, a pessoa que compra, não tem nenhum tipo de garantia ou suporte técnico. Existem algumas alternativas para a aquisição de software sem violar as leis de propriedade: uma delas é a utilização de soluções livres (software livre) que têm as mesmas funcionalidades dos programas pagos e estão disponíveis para uso sem nenhum tipo de custo. Na próxima vez que você estiver conectado à Internet, faça uma pesquisa sobre os tipos de soluções livres disponíveis para download. Informe-se e use estes programas com a certeza que você não está colaborando com a pirataria. Nós somos responsáveis pela construção de uma sociedade mais justa, por isso, passe adiante esta ideia: diga não à pirataria!

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E o que mais? • De acordo com a Interpol, a pirataria movimenta anualmente US$ 600 bilhões, enquanto que o narcotráfico movimenta US$ 360 bilhões anuais em todo o mundo. Além disso, no Brasil, a pirataria causa uma perda anual de R$30 bilhões em impostos e ainda, segundo a UNICAMP, tem sido responsável pela eliminação de 2 milhões de postos de trabalho. • Visite o site oficial do governo contra a pirataria: www.piratatofora.com.br Referências: Ministério da Justiça http://www.mj.gov.br/combatepirataria/

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Para pensar • Você já deve ter ouvido alguém falar que o brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, não é? Esta frase resume metaforicamente a ideia de levar vantagem em tudo, sem se importar com questões éticas ou morais. Um famoso jogador de futebol, consagrado da seleção brasileira de futebol na década de 70, fez uma propaganda para a televisão onde um produto era mostrado como mais vantajoso por ser melhor e mais barato. Ele disse: “Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também”. Infelizmente, essa imagem acabou sendo associada à imagem de alguns brasileiros, que estão sempre seguindo este “dito popular”. Faça uma reflexão e veja se você fez uso desta “lei” em algum momento de sua vida.

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Capítulo 8: Plágio e compra de trabalhos prontos

A desonestidade intelectual

A Lei de Lavoisier sobre a conservação da massa diz: “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Esta famosa Lei da Química refere-se à mistura de substâncias e suas transformações em outras novas substâncias. Nestas transformações, nada é criado, nada é perdido, tudo é transformado. Mal sabia Lavoisier que sua própria Lei seria transformada para: “...nada se cria, tudo se copia” - esta frase, tão conhecida quanto a lei de Lavoisier, retrata a “pobreza” intelectual de muitas pessoas. Tratar sobre plágio e sobre a compra de trabalhos prontos é abordar sobre um ato que está se tornando frequente nas escolas e universidades, e que é facilitado enormemente pelos recursos da Internet. O plágio pode ser definido, nessa situação, como uma apropriação indevida do trabalho alheio. Ou seja, alguém copia um texto da Internet e o utiliza como se fosse o criador. Usa-se muito os termos CONTROL C e CONTROL V para representar as ações de copiar e colar conteúdos da Internet. Como em um álbum de figurinhas, consegue-se montar facilmente as páginas de um trabalho, “colando” trechos de textos disponíveis na Internet. Para avaliar a gravidade deste ato, alguns pontos devem ser esclarecidos: • Por que os professores pedem para os alunos fazerem trabalhos? Apesar de a resposta ser óbvia (trabalhos escolares enriquecem e aprofundam os assuntos tratados em aula), muitos alunos não valorizam esta oportunidade de “aprender mais” e enxergam apenas a nota que está associada ao trabalho. • Por que eu tenho que escrever coisas que outros já escreveram? Na verdade, o objetivo é que você leia as coisas que os outros escreveram sobre o assunto do trabalho, conheça as suas diversas formas de discussão e, a partir disso, você faça a sua “própria produção”. A escrita de um texto é sempre baseada em algo que alguém já escreveu sobre o assunto, portanto, você terá O Uso Legal da Internet.indd 22

que sintetizar os textos consultados e extrair as principais ideias do autor. Sintetizar textos e extrair suas principais ideias são capacidades que os estudantes devem aprender ao longo da vida escolar. • É muito difícil alguém descobrir! Realmente a Internet tem uma infinidade de textos, imagens e produções das mais variadas sobre qualquer assunto. Porém, é muita ingenuidade, pensar que um professor não perceba que um determinado texto foi totalmente copiado. E ainda, existem ferramentas sofisticadas de busca que permitem facilmente identificar se um trecho de um texto existe ou não na Internet. • O máximo que pode acontecer, é tirar nota zero! Não, definitivamente isto não é o máximo que pode acontecer: um aluno que faz plágio, além de correr o risco de tirar nota zero, perde a oportunidade de aumentar seus conhecimentos e principalmente, engana a si próprio e seus familiares e professores, já que não age corretamente em seus deveres de aluno. Sem falar na questão legal que envolve o plágio, que é considerado um crime de violação de direito autoral. Este assunto é tratado com muita seriedade por toda a comunidade educacional e medidas rigorosas têm sido tomadas para tentar diminuir a ocorrência do plágio em seus diferentes níveis. Qual é, então, a melhor forma de se fazer um trabalho escolar? Em primeiro lugar, você deve estar consciente da importância da pesquisa e do trabalho em si para sua formação escolar. Depois disso, a qualidade de uma pesquisa está diretamente relacionada com os meios utilizados (Internet, livros, etc.) e principalmente, com o poder de criação do aluno. A quantidade de páginas de um trabalho não reflete a sua qualidade, portanto, é mais fácil você conseguir bons resultados com meia dúzia de páginas escritas por você, com consciência e dedicação, do que com vinte páginas copiadas no estilo “colcha de retalhos”. Lembre-se sempre que o plágio é uma atitude desonesta e que não confere mérito a ninguém. 7/20/11 5:46 PM


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E o que mais? • Você já ouviu falar sobre Plágio Criativo? O escritor e Doutor em Filosofia da Educação Gabriel Perissé o define como “uma imitação inteligente de versos e metáforas, de ideias e frases, de resultados e conclusões de outros autores, e, devo esclarecer, esse processo criativo é utilizadíssimo pelos grandes escritores, que são ao mesmo tempo grandes leitores e descobriram o óbvio: nada existe de novo sob o sol...”. Repare que existe uma diferença muito grande em copiar e fazer um “plágio criativo”. Conheça mais sobre este assunto no livro deste autor chamado “A arte da palavra” – Editora Manole. • No segmento musical também existe a questão do plágio. São vários os casos de processos, onde artistas e cantores famosos são acusados de copiar a letra ou a música de outro cantor ou compositor. Os acusados sempre rebatem as acusações dizendo que a questão pode ser explicada como uma influência musical ou até mesmo uma coincidência. “Qualquer semelhança é mera coincidência”....

Para pensar • Você acredita em coincidências? Será que um raio não pode cair mais de uma vez no mesmo lugar? A probabilidade diz que sim. Até que ponto um acontecimento pode ser explicado como coincidência? O estudo da probabilidade nos dá respostas para muitas coisas! Você sabia que em uma seleção aleatória de 23 pessoas há 50% de chance de pelo menos duas delas fazer aniversário no mesmo dia? • Qual é a pior consequência de um plágio em um trabalho escolar? Quem perde mais? Quem copiou ou quem foi copiado? • Em que situações na vida de uma pessoa poderão existir questionamentos sobre a sua capacidade de criação? Quem pratica o plágio aprenderá a exercer a criatividade em sua vida?

Referências: http://www.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/ secretarias/negocios_juridicos/pgm/cejur/ redacao_oficial_a_arte_da_palavra.doc

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Capítulo 9: Preguiça Virtual

A Internet e suas facilidades

Que o computador e a Internet são umas das melhores invenções do último século, ninguém discorda! Mas também, todo mundo vai concordar que estamos ficando mais preguiçosos e parados ultimamente! São tantas as facilidades que temos, que nem precisamos nos locomover muito para realizar uma série de tarefas: sentados na poltrona da sala, conseguimos mudar o canal da televisão, ligar para o “disk-pizza” e com o laptop conectado à Internet, conseguimos conversar, fazer compras, pagar contas, ler notícias... tudo ao mesmo tempo! Não podemos nos esquecer que temos um corpo físico, que precisa de movimento. Temos que manter hábitos esportivos saudáveis seja caminhar, praticar esportes ou frequentar uma academia. Tão importante quanto tudo isso, é fazermos uso de nossa capacidade de raciocínio. Temos um cérebro que nos torna capazes de pensar, questionar, comparar e aumentar assim, nosso conhecimento e potencialidades. Você já parou para pensar que não precisamos mais saber ler mapas? É isso mesmo! Com os GPS, aparelhos de localização e orientação, conseguimos chegar a qualquer lugar, sem a necessidade de decifrar mapas. Bom ou ruim? O que é certo, é que não podemos fazer tudo através do computador e da Internet. Existem algumas práticas que jamais, o computador ou a Internet poderão substituir. Você sabia que existem sites que simulam o plantio de árvores? Dá para imaginar alguém plantando uma árvore virtual, sendo que no nosso mundo real temos problemas ecológicos causados pelo desmatamento e pela poluição? Você já estourou aquelas bolhinhas plásticas que envolvem algumas embalagens? A sensação é muito boa, não é? O barulhinho parece até

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que nos relaxa... tente agora, fazer isso pela Internet. Existe um site que mostra uma tela com este “plástico bolha” e você consegue estourá-las, clicando em cima delas. Será que é a mesma coisa? Não devemos perder o prazer de folhear as páginas de um livro, de escrever alguns textos, de ir às bibliotecas fazer pesquisas. As facilidades que a Internet traz tem nos tornado cada vez mais acomodados. Não fazemos quase nenhum esforço para terminar um trabalho escolar. Não pesquisamos direito, mal lemos os resultados, não comparamos diferentes textos sobre o mesmo assunto, e na verdade, nem escrevemos muita coisa – está quase tudo pronto! Parece que temos pressa em terminar as coisas e não nos concentramos em nada. Temos que ter consciência que tudo isso irá gerar algumas consequências em nossas vidas, na formação que estamos tendo. Certamente, a comunicação ficará prejudicada, pois como quase não se lê ou escreve, haverá perda ou comprometimento destas capacidades. Os próprios editores de texto corrigem nossos erros, sem que percebamos. A falta de compromisso com a pesquisa nos impede de formar uma opinião concreta sobre um assunto, nos impede de dominar o conteúdo de uma matéria da escola e nos afasta da conquista de nossos sonhos. A Internet é sem dúvida uma aliada em todas essas tarefas cotidianas, mas ela tem que ser encarada não só como um parque de diversões, mas, como uma fonte infinita de conhecimento e aprendizagem. Vamos lá, não tenha preguiça, e na sua próxima pesquisa escolar, envolva-se com o trabalho e não deixe de pesquisar, também, em bons livros da biblioteca.

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Curiosidades • Quem quiser estourar um pouco de plástico bolha virtual pode seguir o link: http://fun.from. hell.pl/2003-11-24/bubblewrap.swf • Se sua família não gosta muito de cachorro e você adoraria ter um, quem sabe um cachorro virtual? Confira no site: http://www.idodogtricks. com/index_flash.html

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Para pensar • Qual é nosso verdadeiro papel neste mundo? Temos que estar em contato e interagir com a natureza. Animais e árvores existem e estão do lado de fora da janela de sua casa. Que importância tudo isso tem para você? • A leitura permite que infinitas viagens intelectuais sejam feitas, onde aprendemos muito e podemos crescer como pessoas. A escrita é uma forma única de expressão de nossos sentimentos e conhecimentos. O formato de nossa letra é único. É uma identidade e é intransferível. Leia bons livros e escreva sempre. Já pensou em mandar uma carta para alguém que você conhece e não vê há muito tempo?

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Capítulo 10: Violência em games

Enganando o nosso cérebro

É difícil encontrar um jovem que não goste de “games”. Seja para a Internet, para um console de vídeo game ou para um PC, cada vez mais novos jogos são lançados no mercado e cada vez mais eles trazem atrativos e novidades que encantam a todos. Crianças, jovens e adultos realmente encontram momentos de diversão, desafios e entretenimento quando estão jogando. Se fizermos um breve levantamento da história dos games, iremos perceber que desde a criação da novidade em si (a Atari, uma das empresas mais conhecidas no setor de games, foi criada na década de 70) até o lançamento de consoles de última geração, os tipos de games disponibilizados evoluíram muito. No início eram jogos extremamente simples, com poucos recursos na tela e que gradativamente foram recebendo cenários, personagens fictícios e humanos que além de se movimentarem nos diversos níveis e fases dos jogos, simulam a realidade nos mais diferentes enredos. Os equipamentos se modernizaram muito e os controles passaram a ser uma extensão do braço humano, ou seja, se movemos o braço, movemos algo na tela também. O desafio de ultrapassar uma determinada fase ou bater um “record”, passou a ser muitas vezes, o principal objetivo de muitos jovens, que sequer se dão conta do tempo que passam jogando e principalmente, do tipo de mensagem que está por trás do game. Alguns jovens passam várias horas do dia “aniquilando” inimigos, derramando sangue e destruindo cidades sem perceber os verdadeiros efeitos destas ações em seus cérebros. Você sabe o que acontece com o cérebro durante um jogo violento? Estudos apontam evidências que o cérebro não diferencia a realidade da virtualidade. Assim, se assistimos a um filme no cinema, mesmo sabendo que não se trata de realidade, vendo um drama, podemos nos comover e chorar; vendo uma comédia, podemos rir; vendo um suspense, podemos chegar a gritar de medo ou O Uso Legal da Internet.indd 26

terror. As imagens mostradas fazem nosso cérebro reagir e produzir emoções como se fossem situações reais. Quantas pessoas já tiveram dificuldades em “pegar no sono” após assistir a um filme de suspense? Por estes motivos, é importante considerar não só o tempo que se fica jogando, mas também o tema do jogo. O contato contínuo de uma pessoa com a violência em games pode banalizar o valor da vida e de uma forma mais grave, pode desencadear comportamentos agressivos contra si ou contra os outros, já que “matar” um personagem passa a ser encarado como algo tão normal quanto usar uma raquete para rebater uma bola ou pular sobre uma árvore. Os sentimentos de raiva, inveja, frustração e medo acontecem em diferentes situações de nossas vidas e a agressividade é uma característica humana importante para a tomada de iniciativa, que também promove a motivação e a capacidade de liderança. Contudo, uma criança em formação, deve conhecer os limites de contato com a violência para que sua agressividade natural seja sempre direcionada para o seu crescimento como pessoa e como cidadão. Os jogos, quando bem direcionados, são comprovadamente atividades de lazer que trazem bem estar, equilíbrio emocional e psicológico. Você pode desde agora exercitar o seu cérebro com jogos de raciocínio e lógica e que estimulam a memória. Assim, no futuro, você estará mais preparado para se defender de doenças degenerativas do cérebro como o Mal de Alzheimer. O estímulo da mente deve ser uma atividade diária na vida de todos que pretendem envelhecer com suas atividades cerebrais “em forma”. Por isso, da próxima vez que for jogar, experimente jogos que não tenham um tema violento e alimente a fantasia e a alegria em seu cérebro!

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Para pensar • Você já calculou quantas vezes, em um único dia, nos deparamos com o assunto violência? Escolha um dia e anote este número. Multiplique esse número por 365 e descubra o quanto a violência faz parte da vida de uma pessoa. • O que você pode fazer para diminuir a violência? Pense em várias situações de sua rotina e descubra de que forma você pode contribuir na construção de um mundo melhor.

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E o que mais? • Se quiser saber mais sobre a revolução que os games tem causado em nosso mundo, acesse o site: www.pbs.org/kcts/videogamerevolution • Se quisermos viver em um mundo sem violência, devemos banir toda e qualquer ação que promova direta ou indiretamente a violência, inclusive os jogos violentos. Vamos praticar a paz em todos os momentos de nossas vidas: em casa, na escola, no trânsito, no estádio de futebol! Conheça de perto o projeto “Sou da paz” e seja mais um em busca do mundo tão sonhado: o mundo da paz. Acesse o site: www.soudapaz.org

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Capítulo 11: Vício no uso da Internet

Quando o equilíbrio vai embora

Você passa muito tempo do seu dia conectado à Internet? Já deixou de almoçar ou jantar com a família para não ter que “sair” da Internet? Fica ansioso para ver se chegou alguma mensagem nova em sua Caixa Postal? Gostar de usar a Internet todos os dias é natural e faz parte da rotina da grande maioria dos jovens, porém, é preciso ficar atento se isso não está se transformando em um vício. Algumas pessoas têm uma tendência maior em desenvolver uma dependência, sejam químicas (como o álcool e o cigarro) ou comportamentais (como a obsessão por jogos de azar ou pela Internet). Uma pessoa viciada no uso da Internet acaba prejudicando outras áreas de sua vida: o desempenho escolar ou profissional diminui (a pessoa não se dedica mais aos estudos ou ao seu trabalho), a qualidade e o tempo de sono diminuem (a pessoa deixa de dormir para ficar conectada à Internet) e as relações com a família e com os amigos pioram (o contato com essas pessoas não são mais fonte de alegria e prazer para o viciado). Na verdade, muitos problemas podem ocorrer em função de um vício: falta de concentração, ansiedade, problemas alimentares, mau humor, pensamentos obsessivos, agressividade exagerada e angústia. É importante perceber que para identificar se uma pessoa está ou não viciada no uso da Internet, não se pode levar em conta apenas o tempo diário que esta pessoa usa a Internet. É preciso verificar também se esta pessoa está tendo problemas em sua vida particular por causa deste uso. Em outras palavras, se uma pessoa fica conectada à Internet tardes inteiras e mesmo assim ela mantém uma ótima relação com seus familiares, dorme

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bem e está com bom rendimento na escola, ela não é uma viciada! O vício é uma doença, por isso deve ter o acompanhamento e orientação de profissionais especializados como psicólogos e psiquiatras. Dificilmente uma pessoa viciada, seja qual for o vício, assume facilmente o seu problema: ela não percebe o que está acontecendo e sempre se acha capaz de ter controle daquilo que está fazendo. Além dos fatores hereditários que levam algumas pessoas ao vício, existe uma parcela de culpa do próprio viciado pelas suas condições de vício. As pessoas são responsáveis por suas escolhas! Muitas vezes, para diminuir um problema ou para não pensar neles, fantasiamos e tentamos fugir da realidade, buscando coisas mais agradáveis e prazerosas. Neste momento é fundamental que tenhamos consciência das consequências de todos os nossos atos. Não podemos viver no mundo da fantasia para sempre! Temos que enfrentar cada um de nossos problemas e viver nossa realidade com consciência, responsabilidade e perseverança. O primeiro passo para quem vive a situação do vício é reconhecer a necessidade de ajuda. A família, neste momento, é o maior “porto seguro” para aqueles que vivem momentos de desesperança e dificuldades. A vida oferece muitas coisas maravilhosas e muitas possibilidades de realização pessoal. A palavra chave deste tema é a moderação. Tudo que fazemos na vida deve se basear no equilíbrio: um pouco de Internet, um pouco de obrigações escolares e familiares, um pouco de conversa, um pouco de diversão e um pouco de cada coisa nos fazem sentir bem fisica e emocionalmente.

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Para pensar • Você consegue perceber, nas suas situações de vida, que está exagerando em alguma coisa? Por exemplo, consegue perceber que está comendo demais, gastando demais, brigando demais, etc. • Quais são as atividades que a Internet oferece que, em sua opinião, podem levar alguém a “esquecer da vida” e deixar para trás outras coisas importantes?

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E o que mais? • Se você conhece alguém que se encontra nesta triste situação de vício, ajude-a, encaminhando para pessoas capazes de ajudá-la. A Universidade Federal de São Paulo mantém um Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (PROAD) que oferece atendimento gratuito para dependentes não-químicos. Para obter maiores informações, acesse o site: www.proad.unifesp.br • Quer fazer um teste para saber o seu grau de dependência da Internet? Acesse o site www.dependenciadeinternet.com.br

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Capítulo 12: Pedofilia

Um crime contra a inocência

Infelizmente, “pedofilia” passou a ser uma palavra frequente nos noticiários e jornais de muitos países do mundo, inclusive no Brasil. Para se combater a pedofilia, é importante que todos conheçam a gravidade de seu significado e qual é o “papel de vilão” que a Internet faz frente a esse problema. A pedofilia é um transtorno psicológico que acontece quando adultos pervertidos manifestam a atração e o desejo sexual por crianças. Não existe um crime chamado “pedofilia” em nosso código penal – o crime é a consequência do comportamento de um pedófilo, ou seja, é o atentado violento ao pudor, o estupro e a pornografia infantil. Assim, possuir fotografias que envolvam a pornografia infantil, já é considerado um crime. As crianças vítimas desta violência têm sua história marcada para o resto de suas vidas e muitas vezes criam traumas e problemas psicológicos irreparáveis. A fragilidade e a ingenuidade das crianças podem ser manipuladas pelo pedófilo. Por este motivo, é fundamental que os adultos mantenham sempre uma posição de vigília sobre as crianças e, respeitando a idade de cada uma, conversem sobre a importância da proteção ao próprio corpo, orientando-as ainda a nunca conversar com estranhos. E neste cenário, a Internet é um poderoso aliado dos pedófilos, já que uma criança conectada à Internet, inocente como é, não consegue reconhecer se a outra pessoa com quem conversa é realmente uma criança ou é um adulto pervertido tentando aliciá-la. Além disso, a Internet disponibiliza recursos que facilitam e ampliam a divulgação da pornografia infantil, através de sites que comercializam imagens e vídeos que envolvem crianças.

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Ainda, outros “espaços” e “serviços” da Internet como a troca de mensagens instantâneas, a troca de arquivos Peer-2-Peer, os grupos de discussão, as comunidades de redes sociais, as salas de bate-papo e os fotologs funcionam como verdadeiros “redutos” de pedófilos em busca de crianças. Temos que dizer um grande “NÃO” a tudo isso e também ajudarmos a combater esta prática terrível da forma que pudermos. As crianças estão por toda a parte: nos prédios, clubes, shoppings e praças públicas. Temos que ficar atentos a tudo que acontece à nossa volta, mesmo que estas crianças sejam desconhecidas. No que diz respeito ao espaço virtual, além de denunciar práticas suspeitas, devemos orientar as crianças conhecidas (irmãos, primos, amigos, etc) a: • Usarem a Internet sempre na presença de um adulto (deve-se evitar que o computador fique no quarto de uma criança); • Não usarem lan houses para acessar a Internet; • Em hipótese nenhuma se encontrarem com “amigos virtuais”; • Não divulgarem dados e nem fotos pessoais na Internet; • Dizer “não” a convites de estranhos para usar a web cam; • Não acreditarem em tudo o que vem da Internet. Este é um tema inaceitável e de difícil compreensão. Como alguém pode atentar contra a inocência de uma criança? É um desrespeito à vida e a Deus. Felizmente a sociedade e a justiça têm se manifestado diante deste horror e têm combatido a pedofilia com leis mais severas e controles mais rígidos na Internet.

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E o que mais? • De acordo a Telefono Arcobaleno, uma Associação Italiana para a defesa da Infância, os EUA e a Rússia são os países que mais produzem material pornográfico infantil. Por sua vez, o Brasil é um dos países que mais divulga e consome esse tipo de material na Internet. • O site Todos Contra a pedofilia é um ótimo exemplo de ação de combate à pedofilia. É um espaço de informação e denúncia. Acesse: www.todoscontraapedofilia.com.br

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Para pensar • Hoje você é um(a) jovem adolescente. Amanhã você será adulto(a) e certamente constituirá uma família e terá filhos. Como você gostaria que fosse o mundo para seus filhos? • Que tipo de orientação você daria a uma criança, pertencente a uma família com boas condições financeiras, que passa a maior parte do tempo sozinha ou na presença de babás e que tem total liberdade de acesso à Internet?

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Capítulo 13: Exposição da imagem e de dados pessoais

Abrindo as portas da sua vida para qualquer um

Nossas vidas estão repletas de fatos e situações que não têm o menor significado para muita gente. As escolhas que fazemos, as opiniões que temos e o nosso modo de agir são muitas vezes questões íntimas e que dizem respeito apenas a nós mesmos. Era comum, até certo tempo atrás, que as pessoas escrevessem em diários todos esses sentimentos e acontecimentos íntimos. Esses textos ficavam trancados com cadeados para evitar que a intimidade de alguém fosse descoberta. A Internet e suas poderosas ferramentas de comunicação modificaram este cenário consideravelmente: o que era considerado privado passou a ser público e “escancarado”. Através dos Blogs, por exemplo, as pessoas podem continuar a escrever seus diários e, ainda, ilustrar sua vida privada inserindo fotos e narrações sobre acontecimentos íntimos para quem quiser ler. Essa mudança também pode ser percebida nos frequentes Reality Shows exibidos na TV. Nesses programas, as pessoas expõem suas imagens para o mundo, na tentativa de sair do anonimato e alcançar a fama. Por outro lado, quem os assiste, “mata” a curiosidade pela vida alheia. Este excesso de exposição muitas vezes ultrapassa os limites da ética e dos valores, já que algumas pessoas acabam valorizando a imagem, o corpo e o dinheiro, muito mais do que a verdadeira essência do ser humano. É comum ver que alguns jovens trancam as portas de seus quartos para que pais e irmãos não invadam seus espaços privados. Ao mesmo tempo, é comum também, ver que muitos desses jovens publicam sua intimidade na Internet em forma de fotografia e textos para que qualquer desconhecido, participante de um Blog ou de uma comunidade de Rede Social conheça a sua vida privada.

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Expor a sua imagem para “qualquer um” pode trazer consequências graves, já que vivemos em um mundo violento onde pessoas sem nenhum tipo de escrúpulo buscam na Internet a oportunidade certa de cometer um crime. É preciso ter cuidado com as fotografias publicadas em um Blog ou em um perfil de usuário, já que elas podem dizer muito para um experiente criminoso. Fotos de onde você mora, de seu colégio, do carro de sua família e de sua última viagem trazem informações que revelam o seu modo de vida e seu padrão econômico. Portanto, é fundamental que você preserve sua imagem e de sua família para não correr riscos. Não saímos por aí entregando papéis com fotos e informações de nossas vidas para qualquer um em uma praça pública! Por que fazer isso no ambiente virtual? O limite entre o conhecido e o desconhecido deve ser sempre respeitado. Incluir em suas listas de contatos pessoas desconhecidas é dar a elas, acesso à sua vida privada. E isso, é a mesma coisa que entregar “dossiês” completos de sua vida para estranhos em praça pública. Em casos extremos, algumas pessoas buscam muito mais que uma relação virtual com seus contatos da Internet. Baseadas nas imagens vistas em um perfil ou na conversa de um bate-papo marcam encontros reais com desconhecidos. De vez em quando ouvimos casos de pessoas em que namoros e casamentos aconteceram a partir da Internet. Mas ouvimos na mesma proporção casos de adolescentes que arriscam tudo para ir ao encontro de um desconhecido “muito conhecido” pela Internet. O resultado pode variar entre uma simples frustração e um assassinato. Se a vida real, olho no olho, já traz frustrações e riscos, qual é a chance de conseguir se dar bem em encontros desse tipo? Será que vale a pena correr esse risco?

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E o que mais? • Em todo o mundo são realizadas ações para diminuir os perigos da exposição da imagem de uma pessoa na Internet. Uma dessas ações desenvolvida pela organização CyberTipLine usa o lema: “Pense antes de publicar algo na Internet”. Um pequeno vídeo muito interessante e realista foi criado sobre o tema. Assista-o no YouTube (http://www.youtube. com/watch?v=tT_ZHWd40r8) ou no site CyberTipLine (http://tcs.cybertipline.com/videos.htm). • Quando você publica uma fotografia sua na Internet, além de expor a sua vida privada, você corre o risco de ver a sua imagem associada a situações indesejáveis. É muito fácil compor uma fotografia falsa a partir de fotografias disponíveis na Internet. Novos elementos podem ser acrescentados e outros podem ser retirados para compor uma cena que na verdade não existiu. Modificar fotografias é algo que acontece há bastante tempo. Conheça um pouco mais sobre isso em www.fotografiatotal.com/page/10.

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Para pensar • Que importância você dá para a sua privacidade e de sua família? Por que algumas pessoas sentem tanto a necessidade de se expor? • Os valores que uma pessoa estabelece para a sua vida é que norteiam o seu comportamento e as suas ações. Faça uma lista de seus principais valores de vida. O que vem em primeiro lugar para você? O que norteia os seus objetivos de vida?

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Capítulo 14: Boatos, mentiras e apologias

A Internet propagando o mal

Sem sombra de dúvida a Internet é um poderoso meio para divulgação de notícias e informações. Na Internet é possível que uma pessoa independentemente do sexo, credo ou condição econômica se manifeste e expresse sua opinião a respeito de qualquer assunto. A Web oferece um espaço onde as diferenças e os contrastes convivem democraticamente e com abertura para livres manifestações. O “outro lado desta moeda” mostra que esta infinidade de opiniões e informações é fonte de propagação de boatos, mentiras e apologias, já que não existe nenhum tipo de controle sobre os conteúdos que são produzidos para a Internet. E então, temos um bom exemplo da Internet a serviço do mal. Se fizermos uma pesquisa criteriosa na Web, entre sites, fóruns de discussão e comunidades virtuais, encontraremos de tudo um pouco: receitas para fabricação de bombas, incentivo à prática da bulimia, páginas de conteúdo racista e manuais para criminosos de todos os tipos. A Constituição Brasileira garante a liberdade de expressão para todos os cidadãos. Esta garantia é dada a todos aqueles que se identificam como autores. Ou seja, a lei proíbe o anonimato. Muitos ainda pensam que nunca serão encontrados caso usem a Internet como fonte propagadora de ameaças, apologia ao crime ou racismo. A cada dia que passa mais mecanismos de rastreamento são criados pela polícia e certamente, ninguém sai impune de um crime virtual. O grande alcance que a Internet tem faz com que coisas boas e ruins se espalhem pelo mundo em uma velocidade assustadora. O grande problema das mentiras, boatos e apologias é que se leva muito tempo

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para encontrar o responsável pelo conteúdo impróprio e então, muita gente acaba se prejudicando, principalmente as pessoas que por um motivo ou outro, se encontram fragilizadas ou abaladas psicologicamente por algum problema. Pessoas assim acabam encontrando na Internet, um espaço que oferece sugestões e “dicas” para resolver problemas, que apenas especialistas e a família poderiam dar. As opiniões escritas por irresponsáveis podem provocar grandes tragédias. Seja uma incitação à briga entre torcidas, seja ensinando uma nova técnica de “cola” na prova ou encorajando uma menina a parar de comer! Reparem que não se trata de uma questão de “censurar” conteúdos da Internet. Trata-se apenas de conscientização por parte de quem escreve, para que saiba que está cometendo um crime que pode prejudicar outras pessoas e também por parte de que lê este tipo de conteúdo, que não pode se esquecer que existem outras formas muito mais sérias de se obter ajuda para os problemas pessoais e também para formar uma opinião sobre um determinado assunto. Não se deixe levar por boatos e mentiras divulgadas através da Internet. Por que participar de comunidades que incentivam e promovem crimes? Dê uma olhada em todas as comunidades as quais você pertence, e veja se elas realmente contribuem positivamente de alguma forma com a sua vida. Estar associado a uma comunidade simplesmente para pertencer a um grupo pode causar má impressão. Muitas empresas, antes de contratar um novo funcionário, buscam na Internet, em fóruns e comunidades, informações que possam compor uma má imagem do candidato e justificar a sua não contratação. Pense nisso!

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E o que mais? • Você pode exercer sua cidadania e denunciar qualquer tipo de abuso que presenciar na Internet. Acesse o site www.safernet.org.br e faça a sua denúncia. • No dia 10 de fevereiro comemora-se o Dia Mundial da Internet Segura. No Brasil e em mais de 65 países, neste dia, são realizadas algumas ações para promover o uso ético e seguro da Internet. Para conhecer as ações realizadas no Brasil acesse: www.saferinternetday.org.br

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Para pensar • Pelo que se percebe o famoso ditado “Se conselho fosse bom era vendido e não dado” não funciona no mundo virtual, pois muitas pessoas são influenciadas ingenuamente por conselhos anônimos. Que tipo de conselho você aceitaria de um estranho na rua? • Comente a frase: “A Internet, ao mesmo tempo em que melhora muitos aspectos da vida das pessoas facilita e dissemina usos condenáveis”. Em sua opinião, qual é o ato “mais condenável” que pode ser praticado através da Internet?

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Capítulo 15: Cyberbullying

Agressões reais no espaço virtual

Temos convivido com comportamentos agressivos quase todos os dias: no trânsito, os motoristas parecem querer passar uns por cima dos outros para conseguir ficar 200mts à frente; no balcão de uma loja, um cliente ofende o vendedor porque ele atendeu outra pessoa na sua frente; nos prédios de apartamentos, vizinhos se cruzam sem sequer olhar uns para os outros. E às vezes somos cúmplices destes atos... Assistimos a tudo sem nenhum tipo de manifestação para melhorar esse contexto. Na própria escola é possível perceber comportamentos agressivos de jovens contra colegas de classe, simplesmente porque “não foram com a cara dele” ou porque usam óculos ou estão acima do peso. De forma insistente, provocam e intimidam esses colegas, com atitudes agressivas: tiram o boné e jogam no lixo, escondem ou estragam as suas coisas, escrevem bilhetes humilhantes que fazem todos rir! A vítima é quase sempre uma pessoa tímida e insegura e que acaba passando por tudo sem reclamar. Este é um quadro típico do bullying. Como isso não pode acontecer dentro do espaço escolar, onde há vigilância, muitos jovens se aproveitam do anonimato que a Internet oferece e se sentem confortáveis para fazer e dizer coisas que jamais fariam na vida real. Essas pessoas usam os blogs e as redes sociais como o Orkut, para colocar mensagens ofensivas, apelidar e inventar mentiras sobre colegas. É muito fácil se esconder atrás de um perfil falso (fake) e sair por aí difamando, ofendendo e humilhando pessoas. Por outro lado, a Internet oferece a facilidade de guardar tudo aquilo que circula por ela. As vítimas

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precisam ser orientadas a salvar todas essas mensagens ofensivas e comunicar imediatamente a escola, a família ou até a polícia. Difamação é crime. Existem casos de cyberbullying que foram levados adiante pelos familiares da vítima e que resultaram em processos com direito a indenizações. Por mais que o agressor pense que não será identificado, a tecnologia oferece meios para isso e ninguém fica no anonimato. Alguns conselhos para você: pense antes de colocar uma mensagem na Internet. Se você estiver muito bravo, respire fundo e espere a calma voltar. Depois que uma mensagem é enviada, nada mais pode ser feito para reverter uma situação de agressão. Na Internet, deixe fotografias e imagens suas disponíveis apenas para pessoas confiáveis. Nem todos são amigos de verdade... Não seja cúmplice deste tipo de agressão. Mostre sua discordância e desencoraje colegas que têm o hábito de praticar o cyberbullying. Temos que nos posicionar frente aos nossos valores e manter uma postura ética e respeitosa com todos. Quem participa dessas agressões, seja lendo, rindo ou encaminhando as mensagens para outros, é tão agressor quanto quem iniciou a agressão. Lembre-se sempre que tudo aquilo que acontece no espaço virtual (Internet) é um reflexo de tudo o que acontece no mundo real. Só muda a forma da agressão e o que é pior, amplia os efeitos para a vítima, já que muito mais pessoas terão acesso aos blogs e às mensagens postadas pelo agressor.

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E o que mais? • Quer assistir a um filme que trata deste assunto? Aproveite e treine o seu inglês. O filme se chama “Let’s fight it together” e pode ser assistido diretamente na Internet: http://www.digizen.org/cyberbullying/ fullFilm.aspx

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Para pensar • O que significa “não ir com a cara de alguém”? Podemos julgar uma pessoa, antes de conhecê-la realmente? Por trás de um rosto, de uma aparência, existe uma pessoa como você. • Para você, o que representa o espaço virtual? Que uso você faz dele? Você é a mesma pessoa na vida real e no mundo virtual?

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Capítulo 16: Exposição à Pornografia

A deturpação da natureza humana

A sexualidade humana é um assunto que deve ser tratado com naturalidade por todas as pessoas, inclusive pelos jovens e adolescentes. A sexualidade é algo muito particular e íntimo que na prática, será formada, a partir da educação recebida e das experiências vividas. Desta forma, ela poderá ou não ser encarada como algo saudável e positivo na vida de uma pessoa. A adolescência é um período de descobertas na vida, inclusive da própria sexualidade. Nesta fase, é natural que o jovem tenha curiosidade e busque informações sobre as transformações físicas e emocionais que estão passando. E neste momento, é fundamental que este assunto seja tratado com seriedade e ao mesmo tempo com naturalidade. A fonte destas informações é muito importante, já que confusões, mitos e mentiras podem ocultar e deturpar a realidade. A pornografia é uma representação (em diversos meios) deturpada da natureza humana, que tira da sexualidade e do próprio ato sexual tudo que é relacionado ao amor, à saúde e à responsabilidade. A Internet, como poderoso meio de comunicação sem fronteiras, aumenta assustadoramente a divulgação de conteúdo pornográfico. Existe uma verdadeira indústria por trás do universo pornográfico que causa danos à sociedade de diversas formas. Por exemplo, uma criança que é exposta a imagens pornográficas pode criar uma imagem completamente deturpada e assustadora da

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sexualidade, já que não está preparada psicologicamente para isso. Ou ainda, se um adulto compromissado, homem ou mulher, buscam este tipo de conteúdo na Internet, em salas de bate-papo, por exemplo, podem colocar em risco sua relação matrimonial. As crianças muitas vezes chegam a esses conteúdos pornográficos sem querer. Às vezes uma simples pesquisa por imagem traz na tela conteúdos pornográficos. Por este motivo, além da presença de adultos, é importante a instalação de filtros de conteúdo para bloquear conteúdo impróprio. Pesquisas mostram que a exposição à pornografia pode antecipar o início da vida sexual de uma pessoa e isto, como todos sabem, pode trazer consequências irreversíveis como a gravidez ou uma doença sexualmente transmissível. A verdade é que esta questão tem sido alvo de preocupação de diversos setores da nossa sociedade, família, igreja, escola e direito. A pornografia sempre existiu, porém, hoje a quantidade, a facilidade de acesso e a falta de controle sobre este tipo de conteúdo é que preocupa. Mais uma vez lembramos que os jovens deste novo milênio precisam mais do que nunca, ter consciência da importância dos valores morais e éticos em todas as suas ações – não podemos esquecer que todas as nossas ações geram consequências, mais cedo ou mais tarde. Exposição excessiva à pornografia pode comprometer e deturpar a maravilhosa e bela natureza humana.

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E o que mais? • Se você tem dificuldade para dizer “não” em algumas situações de sua vida, leia alguns textos que poderão ajudá-lo a aprender “dizer não”. Consulte os sites: http://vocesa.abril.com.br/aberto/voceemequilibrio/ pgart_05_21032003_4796.shl ou www1.uol.com. br/biblia/nelio/nelio141.htm

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Para pensar • A vida nos apresenta situações em que, saber dizer “não”, significa sabedoria e maturidade. Você sabe dizer “não”? Em alguma situação da sua vida você disse “sim”, mas era melhor ter dito “não”? • A canção do compositor Belchior, chamada “Como nossos pais” e que foi brilhantemente interpretada por Elis Regina, trata da questão dos filhos, que quando jovens e naturalmente contestadores, querem mudar tudo e transformar o mundo. Na vida adulta, eles percebem que “apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Você tem vontade de mudar tudo e transformar o mundo? De que forma? Será que quando você se tornar adulto, você será como os seus pais?

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Capítulo 17: Apostas on-Line

Jogando dinheiro fora!!

Os jogos de azar, no Brasil, são proibidos. Ou seja, quem oferece este tipo de jogo e quem o pratica, estão cometendo uma contravenção à lei. Não existem cassinos, casas de bingo ou de apostas legalizados no Brasil. Todo jogo de azar oferecido em nosso país é feito de forma ilegal e escondida. Na verdade, os jogos de azar existem há muito tempo e sempre contaram com um número muito grande de adeptos. Até a algum tempo atrás, quando algum jogador queria jogar, tinha que se deslocar para chegar até algum centro que oferecesse este tipo de jogo. Hoje, com a Internet, o jogo fica à disposição dos jogadores 24 horas por dia. É o jogo que vai até o jogador. Quando algum internauta brasileiro acessa um site de apostas a dinheiro, certamente estará acessando um site fora do Brasil, que é mantido por organizações internacionais. Em alguns países os jogos de azar são considerados legais e então, com a Internet e seu alcance mundial, qualquer cidadão do mundo pode praticar estes tipos de jogos. O que precisa ficar claro, é que como o próprio nome indica, é que o jogo é de azar. Ou seja, não se ganha dinheiro com isso. Por trás destes jogos, existem muitas pessoas ganhando dinheiro fácil à custa de jogadores que muitas vezes estão viciados e passam várias horas do dia jogando poker e fazendo apostas. O comportamento de um jogador é muito previsível: ele começa a jogar por simples curiosidade e então, na medida em que vai ganhando (as fases iniciais dos jogos oferecem um tipo de “treino”, sem a necessidade de pagar nada e com grande chance de ganhar), o jogador

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se sente confiante a começar a pagar pelas suas apostas, com a esperança de ganhar. Nesta fase, ganhar já se torna difícil. Então, a pessoa vai perdendo dinheiro com muita facilidade. Começa, assim, um círculo vicioso: a pessoa perde dinheiro e na tentativa de recuperar algum valor, joga novamente e assim perde mais dinheiro. A pessoa não percebe o tempo passar e se torna uma viciada. Não consegue parar de jogar e em sua mente, mesmo quando não está jogando, fica sempre o pensamento de fazer um novo jogo, planejando formas de obter mais dinheiro para suas apostas. A pessoa faz muitas dívidas, perde o que não tem e perde muitas vezes a noção da realidade, colocando sua própria vida em risco. Normalmente, os pagamentos são feitos com cartões de crédito e caso haja perda de dinheiro, o responsável pelo cartão será o devedor da quantia perdida. De vez em quando ouvimos alguns casos de famílias que perdem tudo o que têm em função do dinheiro perdido em jogos. Não se pode comprometer o dinheiro honesto que é ganho com o trabalho em jogos de azar. Não há dúvida que o computador e a Internet oferecem, através de jogos on-line (sem envolver dinheiro), muita diversão e momentos de descontração. Existem vários sites e possibilidades de jogos que estimulam a criatividade, o raciocínio e a comunicação entre usuários e que não oferecem riscos financeiros e não estimulam a violência, que já está presente de forma intensa na vida real das pessoas.

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E o que mais? • O valor arrecadado com o dinheiro das apostas em sites que oferecem jogos de azar foi, em 2008, U$ 16.6 bilhões • Em Julho/2008 foram contabilizados 2002 sites de apostas em jogos de azar em todo o mundo Referências: GBGC. Global Betting and Gaming Consultants (2008). GBGC Online Gambling Data Report.

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Para pensar • Será que todo o dinheiro que é perdido nestes jogos não resolveria muito dos problemas existentes na sociedade? • Como fica a relação do jogador com seus familiares? Afinal de contas, não é justo colocar o bem-estar da família e o orçamento mensal de uma pessoa em risco, não é mesmo?

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Capítulo 18: Questões legais

A voz da lei

Muito embora no Brasil não exista uma lei específica para os crimes eletrônicos, certo é que a maioria das condutas delitivas praticadas através da internet e dos meios eletrônicos é punível pela legislação em vigor. Infelizmente, muitas pessoas acreditam que podem fazer o que quiser através da Internet de forma anônima. Porém, além do anonimato ser vedado pela Constituição Federal Brasileira (art. 5º, IV), é uma falsa crença pensar que estar atrás de uma tela de computador garantirá a impunidade. Muito pelo contrário. É perfeitamente possível descobrir o responsável por tais infrações, graças aos rastros deixados através dos registros eletrônicos e cujos dados são guardados pelos provedores de internet por um tempo razoável. Além disso, importante ter em mente que utilizar um nome falso ou se fazer passar por outra pessoa na internet, pode configurar crime de falsidade. Muitas vezes um crime é cometido sem querer: brincando, jovens criam comunidades que ofendem pessoas ou organizações ou ainda, produzem e publicam filmes que difamam a honra alheia. Mesmo assim, estas pessoas estão cometendo crimes que podem ser

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punidos. O grau e modalidade de punição dependem da idade da pessoa e do tipo de crime praticado. Para os maiores de 18 anos, é aplicado o Código Penal Brasileiro. Aos menores são aplicadas as leis do Estatuto da Criança e do Adolescente. Caso o crime praticado gere algum tipo de prejuízo a outra pessoa (financeiro ou moral), o autor do crime será obrigado a indenizar a vítima. Caso o autor seja menor de 18 anos, caberá aos seus pais ou responsáveis legais pagarem a indenização. A Polícia e o Poder Judiciário brasileiros já desvendaram e concluíram, com sucesso, diversos ilícitos cometidos através dos meios eletrônicos, com a final condenação de seus infratores. Para a Justiça, não se pode alegar o desconhecimento da lei, portanto, todos devem estar bem informados sobre tudo o que é considerado crime ou ilícito civil no universo virtual. O quadro a seguir relaciona as problemáticas apresentadas neste livro que podem ser consideradas como “crimes eletrônicos” ou ilícitos civis:

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Problemática

Exemplos

Tipo de Crime ou Ato Ilícito

Apostas on line

Jogar a dinheiro na Internet

Jogo de azar

Dizer que alguém praticou um crime sem ele ter praticado

Calúnia

Ofender uma pessoa

Injúria

Espalhar um boato

Difamação

Instigar alguém a cometer um crime ou violência

Apologia ao crime

Instigar alguém a cometer um suicídio

Incitação ao suicídio

Discriminar pela cor da pele

Racismo

Boatos, mentiras e apologias

Cracker

Desviar dinheiro entre contas

Furto mediante fraude

Atribuir qualidades pejorativas a uma pessoa

Injúria

Disseminar fatos ofensivos de uma pessoa

Difamação

Expor indevidamente a imagem de alguém

Violação do direito de imagem

Pedofilia

Ver, enviar ou armazenar fotografias de crianças nuas

Pornografia Infantil

Peer-2-Peer

Compartilhar músicas ou filmes protegidos pelo autor

Violação do Direito autoral

Phishing

Criar uma página falsa, idêntica a uma original, e fazer a vítima acreditar que está visitando a página original

Estelionato

Pirataria

Copiar um jogo protegido pelo autor

Violação do Direito autoral

Plágio e compra de trabalhos prontos

Copiar um trabalho que foi feito por outra pessoa

Violação do Direito autoral

Spam

Enviar e-mails de propaganda sem autorização do destinatário

Ato ilícito que obrigará ao pagamento de indenização se causar algum prejuízo

Mandar e-mail se passando por alguém

Remetente com nome fictício ou inexistente

Falsidade ideológica

Vírus

Enviar um vírus para alguém

Ato ilícito que obrigará ao pagamento de indenização se causar algum prejuízo

Cyberbullying

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Capítulo 19: Questões da saúde

A tecnologia interferindo na sua saúde

O tempo que passamos sentados diante de um computador tem aumentado bastante. Seja conversando com amigos, lendo um texto, ouvindo músicas ou jogando, o fato é que esse tempo todo destinado ao computador pode refletir de forma negativa em nossa saúde, provocando algumas alterações em nosso corpo e até algumas doenças. Quando se é jovem, mesmo com algumas alterações no organismo, não se percebe os reflexos diretamente. Muitos dos problemas causados pelo uso excessivo do computador e dos meios eletrônicos serão percebidos apenas na vida adulta, porém, pode ser tarde demais para conseguir se recuperar. Veja se você não é um candidato em potencial para que a tecnologia interfira em sua saúde: POSTURA: Problemas posturais são muito comuns em pessoas que passam longos períodos na frente de um computador, seja a trabalho ou não. Quando sentamos, buscamos uma posição confortável na cadeira, porém, nem sempre esta posição é a correta para preservar a boa postura. Verifique se a mesa onde está o computador está a uma altura adequada em relação à cadeira, e se esta tem encosto. A posição correta das pernas é aquela em que os joelhos formam um ângulo de 90° em relação aos quadris e tornozelos. O mesmo deve acontecer com os cotovelos em relação aos ombros e ao punho. Se você for ficar muito tempo sentado, planeje algumas pausas para esticar as pernas e caminhar um pouco para ativar a circulação. Se ficar na posição correta lhe causa dor, é porque seu corpo já “se acostumou” com a postura

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incorreta e, neste caso, é necessário buscar a avaliação de médicos especialistas. VISÃO: De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o tempo prolongado de uso do computador, da televisão e dos videogames pode irritar os olhos, deixando-os vermelhos. Isto acontece porque quando você presta atenção fixamente em alguma coisa, você pisca menos vezes e os olhos, então, não são lubrificados adequadamente. Para minimizar estes efeitos, além de piscar mais vezes, a sugestão é que a cada 2 horas de uso de um desses equipamentos, você faça um descanso de 5 a 10 minutos. AUDIÇÃO: Os antigos fones de ouvido que cobriam toda a orelha, podiam ser esquisitos, mas em termos de saúde, eram bem mais apropriados. Os fones usados na maioria dos tocadores de MP3 são posicionados dentro do ouvido e não se encaixam perfeitamente. Com isso, o som externo acaba atrapalhando e o usuário acaba aumentando o som cada vez mais. É comum vermos pessoas, principalmente os jovens com estes fones de ouvidos em diversos momentos: no ônibus, na praia, no parque e mesmo em casa, para poder ouvir a sua preferência musical. Para piorar, as baterias destes equipamentos duram muito e os usuários podem usar os equipamentos por um longo período. Muitas pesquisas têm mostrado que usar estes aparelhos com volume alto, podem causar a perda da audição ao longo da vida. O fato é que as pessoas “se acostumam” com o volume alto, que passa a parecer normal aos seus ouvidos.

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As orientações dadas pelos especialistas são: abaixar o volume, controlar o tempo de uso e também usar fones que consigam bloquear os sons externos, para que não seja necessário aumentar o volume. SEDENTARISMO: A tecnologia facilita muito a nossa vida, mas ao mesmo tempo, ela nos deixa mais parados. Perceba que muitos movimentos podem ser realizados com o mínimo ou nenhum esforço. Elevadores, controles remotos, vidros automáticos e o computador têm nos deixado sedentários. Os exercícios são importantíssimos para o nosso corpo e cada vez mais e por diversos fatores, temos nos movimentado muito pouco. Os jovens têm sido vítimas disso também porque passam muito de seu tempo livre sentados seja jogando vídeo game, seja na frente de um computador. Até algum tempo atrás, as crianças e adolescentes passavam mais tempo brincando, correndo e jogando livremente pelas ruas, parques e clubes. Além disso, a alimentação era muito melhor porque não existiam os famosos fast foods para matar a fome. Portanto, se você não quiser entrar na idade adulta com problemas de obesidade e colesterol alto, verifique a qualidade de sua alimentação e também veja se não está ficando muito tempo parado

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na frente da TV, vídeo game ou computador – seu corpo precisa de movimento. TECNOESTRESSE: Esta questão relaciona-se com a mudança de nosso comportamento influenciados pela tecnologia. Passamos a ter pressa para tudo (se o elevador está demorando, nos sentimos incomodados, se a página da Internet não carrega rapidamente, reclamamos e nos irritamos) e também passamos a carregar uma série de objetos (celular, tocador de MP3, notebook, jogos portáteis) para todos os lugares que vamos. Se esquecemos em casa um desses objetos, nos sentimos isolados do mundo. Você mesmo já deve ter passado por uma situação como essa, não é? O tecnoestresse acontece quando uma pessoa se comporta de forma desequilibrada, na falta de contato com a tecnologia ou na falha de um equipamento. Gostar de usar estes equipamentos é uma coisa, acordar no meio da madrugada só para ver se chegou algum e-mail ou sair comprando um monte de novidades tecnológicas, é outra coisa completamente diferente, é uma doença e merece ser tratada por especialistas.

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E o que mais? • A Sociedade Brasileira de Otologia é responsável pela “Campanha Nacional de Saúde Auditiva” que tem como principal slogan “MP3 player – abaixe o volume ou diminua para sempre a sua audição”. Para conhecer melhor esta campanha, acesse o site www.saudeauditiva.org.br.

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Para pensar • Uma das grandes consequências do desenvolvimento tecnológico é o excesso de consumo. Sabemos que este excesso traz perdas, inclusive para a natureza. Você se considera uma pessoa consumista? Liste os produtos que você comprou ultimamente e relacione aqueles que você sabe que certamente pode viver sem. • Que importância tem a saúde para você? Você se considera uma pessoa que cuida da sua saúde e se prepara para a vida adulta? Quais são as suas maiores preocupações em termos de saúde? • Uma famosa canção diz: “É melhor viver 10 anos a mil do que 1000 anos a dez”. Você concorda com esta afirmação?

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Capítulo 20: O uso legal da Internet

O que significa fazer um uso legal da Internet? Aqui, legal está com sentido de bom, de bacana. Falamos tanto de problemas, que parece que não existe nada de positivo e interessante para se fazer na Internet. Quem faz o uso ser bacana, ser legal, é você! A Internet é muito importante para todos nós e a cada dia que passa, fica mais difícil viver sem ela. Temos certeza que você tem muito ainda a explorar no universo virtual. Existem coisas realmente interessantes para se fazer na Internet: os sites estão cada vez mais dinâmicos e interativos e os serviços prestados são cada vez mais úteis! Nos ajudam e facilitam em muitas tarefas do nosso dia-a-dia. Fazer um uso legal da Internet é, acima de tudo, lembrar que atrás de cada máquina, existe uma pessoa. O executivo chefe da Google, Eric Schmidt, em uma palestra na Universidade da Pensilvânia, pediu aos alunos que deixassem a Internet um pouco de lado e se importassem mais com as relações reais com as pessoas. Disse ainda, que para ele, o que vale é andar de mãos dadas com o neto. E o que é andar de mãos dadas com um neto, senão uma forma de amor? Máquina não tem nada a ver com amor... Outro dia, um “flanelinha” da cidade de São Paulo, com sua humilde sabedoria, disse que achava que amor e paciência era o que faltava no mundo e na vida das pessoas.

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Duas pessoas totalmente diferentes e com a mesma visão de como se viver em um mundo melhor: com amor. Isso nos mostra que estamos todos juntos “no mesmo barco”, indiferentemente do nível social, do sexo, da idade e da cultura das pessoas. Use a Internet com consciência, com responsabilidade e com espírito explorador! Busque novos caminhos em seus próximos acessos e descubra o que há de bom circulando pela grande rede. Aprenda coisas novas, estude, conheça novos lugares, diminua as distâncias, se informe e divirta-se com as coisas “engraçadas” e com jogos muito legais! Faça tudo isso, mas também leia um livro, ande pelo parque, assista à televisão, converse com seus pais, telefone para seu avô, arrume seu guarda-roupa, jogue damas, durma, vá a pé até a banca de jornal, veja fotografias antigas, medite, cumprimente seu vizinho, exercite sua fé, dê muita risada com os amigos, cuide de sua saúde, ouça um CD, exerça a sua cidadania, ajude os necessitados, cuide de um animal, viaje, dance, contemple a natureza, aprenda uma língua, cozinhe... quantas coisas existem além da Internet! O que você tem feito com seu tempo livre?

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Apresentação do LEEME

Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos O LEEME reúne um grupo de pesquisadores (professores e alunos) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Nosso principal objetivo é investigar os diferentes tipos de uso dos meios eletrônicos e seus impactos (positivos e negativos) na vida das pessoas. O grupo é formado pelos seguintes professores: Cátia Cilene Lima Rodrigues - UPM Juliana Abrusio – UPM Raquel Cymrot - UPM Solange Duarte Palma de Sá Barros - UPM Ubirajara Carnevale de Moraes – UPM Valdenice Minatel de Melo Cerqueira – Colégio Dante Alighieri Ainda, da mesma Universidade, contamos com os seguintes alunos: Edson Takashi Okuyama Thiago Barnabé Caso queira entrar em contato com o grupo de pesquisadores, mande um e-mail para: leeme@mackenzie.br

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O USO LEGAL

da internet Ética e valores para jovens da era digital Laboratório de estudos em ética nos meios eletrônicos Universidade Presbiteriana Mackenzie Organizadores: Solange Duarte Palma de Sá Barros Ubirajara Carnevale de Moraes

O livro O uso legal da Internet tem o texto direcionado aos jovens de 14 a 18 anos e apresenta de forma simples e direta, vários temas importantes que estão relacionados ao uso não ético e indiscriminado da Internet. Cada assunto é ilustrado de forma bem humorada e traz também algumas questões para reflexão que podem ser realizadas em conjunto com pais e professores.

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