TERRA e FOME

6 milhões de moradias vagas, 222 mil pessoas em situação de rua igualdade de gênero e os direitos humanos... no país do futuro, a fome dobrou entre as famílias com crianças abaixo de 10 anos qual a sua fome? nosso estômago ronca por mudanças

a mesa mal servida, a comida que não veio a cama no meio fio, a política que desgoverna mãos grossas querem receber em medida justa pelo que produzem nossos corpos querem integridade

nossas filhas e filhos querem o futuro que não vem a fome é minha, a fome é sua e nós vamos matá-la antes que nos matem

PROLÍFERA

PÉS NO CHÃO

PAÍS DA FOME

SEM TÍTULO

TERRA DA FOME

NOS

DESCARNADO

DO BOM O DO MELHOR

Sementes da seca

PÃO NOSSO

SAPOFUNDO: A QUEDA DO CÉU

QUEM VAI FINANCIAR MEU SONHO

CARRINHO DA FOME, DA MISÉRIA. A DOR DE UM PAÍS

DESGOVERNADO

ESPIGAS DE OURO

LAMA NO HORIZONTE

PÃO NOSSO DE CADA DIA

REFLEXO DE MOEMA

CAMPO LIMPO

FOME

OUVI DOR

QUEIMA DE ARQUIVO (DA SÉRIE REPÚBLICA DAS BANANAS)

REGIME

NA FOME

ARTISTAS CONVIDADOS

Mestre Zé Severino

Mestre Zé Severino (José Severino da Silva) é um artista da madeira nascido em 1937, natural de Lagoa Nova, Surubim-PE. Agricultor e pedreiro aposentado. Casou-se com Josefa Minervina da Silva com quem teve 8 filhos, dentre eles, o artista plástico Severino Iabá.Aos 80 anos, após finalizar com Severino Iabá e outros filhos os 10 mamulengos gigantes (esculturas) do 'Memorial dos Severinos', uma obra de arte dedicada as vidas severinas do mundo, Zé Severino começou a fazer por iniciativa própria suas pequenas "vidas severinas" fazendo uso de troncos e galhos de imburana. Para Zé Severino, suas criações o transporta para seu tempo de infância e juventude. Uma época, segundo ele, que foi de muitas alegrias vivida na caatinga do agreste, mas também de tristezas marcadas pelas tragédias da seca e partida do pai Severino José, falecido no corte da cana na zona da mata pernambucana quando ainda tinha 5 anos.Seus primeiros trabalhos foram expostos em 2020, no Mamulengá Surubim, um festival de cultura popular que inaugurou o 'Memorial dos Severinos' homenageando o escritor pernambucano João Cabral de Melo Neto, autor da obra "Morte e Vida Severina"Parte de suas obras produzidas até agora fazem parte do acervo da família e de muitos apaixonados pela arte popular. Os restantes vem sendo expostos ao público, especialmente, no 'Memorial dos Severinos' e noutros espaços culturais da região.Hoje, aos 85 anos, o Mestre continua com muita alegria fazendo suas "vidas severinas" e contando suas histórias aos que visitam o Memorial dos Severinos, também conhecido de Parque dos Mamulengos Gigantes.

Severino Iabá

A

TEM FOME DE JUSTIÇA

Severino Iabá, é um multiartista , professor, ambientalista e mestre da cultura popular, nascido em 1961 e natural de Surubim, Pernambuco. Reside em Minas Gerais desde 1993. Morou em Fortaleza, Recife, João Pessoa, Natal, Belo Horizonte e atualmente, mora em Contagem-MG. Iniciou nas artes em 1982. Participou de inúmeras exposições, salões e bienais de artes. Foi criador de vários projetos de artes, como as instalações 'Espatifou-se' ( 1991), 'Fome Nunca Mais'(1999) 'Manifesto das Flores' (2003) e as performances instalações' Terra do sol há vida ... há morte' ( 1997) A Degola' ( 2017 ), Vale das Lágrimas Gerais (2021), Lambuzados (2022) e outros. Em 2004 a instalação " Manifesto das Flores" foi escolhida como a melhor exposição do ano pelo Resumo Hoje do Jornal Hoje em Dia. É criador do Boi Rosado, um folguedo de bumba-meuboi mais conhecido em Minas, feito em homenagem a Guimarães Rosa. Na sua terra natal com a participação do seu pai, o Mestre Zé Severino e seus irmãos, criou o Memorial do Severinos - Parque dos Mamulengos Gigantes, uma obra dedicado às vidas severinas do mundo. Em comemoração aos seus 40 anos de arte, o Centro Cultural de Contagem expôs sua mostra " No Limite da Pintura" com trabalhos produzidos pelo artista desde sua chegada a Minas em 1993.Sua militância socioambiental em Minas, também o levou a criar em 2012 o coletivo Boi Rosado Ambiental, um projeto de ecocidadania voltado a produção coletiva de mudas da árvores para serem doadas a população.

Este livro foi produzido no âmbito da disciplina Teorias e Práticas Curatoriais ministrada pela profa. Celina Lage e pela estagiária em docência

Marina Romano, no curso de graduação em Artes Plásticas da Escola Guignard, em integração com o Programa de PósGraduação em Artes da Universidade do Estado de Minas Gerais, no primeiro semestre letivo de 2022.

As obras de arte foram submetidas em resposta a uma chamada aberta dirigida à comunidade da Escola Guignard. A exposição foi curada por um Coletivo Curatorial composto pela professora Celina Lage, pela mestranda do PPGArtes

Marina Romano e alunes da disciplina Teorias e Práticas Curatoriais da Escola Guignard.