26ª IMPRESSÃO Santa Maria, março de 2013
Jornal Experimental do Curso de Jornalismo - UNIFRA
EDIÇÃO ESPECIAL – DEZ ANOS DOS CURSOS DE JORNALISMO E DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA
Dez anos de muitas histórias Os cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda completam dez anos em março de 2013. Esta edição especial do Abra mostra um pouco da história e da estrutura dos cursos a partir da visão dos profissionais que fazem parte desta história.
Da academia ao mercado de trabalho Páginas 4, 5 e centrais
Os destaques do 10º Fórum de Comunicação Páginas 8 e 9
ARTE: GABRIEL SACCOL
E que venham mais histórias!
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MARÇO 2013
Editorial
Expediente Jornal experimental interdisciplinar produzido na disciplina de Redação Jornalística III do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano (Unifra) Reitora: Iraní Rupolo Pro-reitora de Graduação: prof.ª Vanilde Bisognin Coordenadora do curso: prof.ª Sione Gomes Produção de textos: acadêmicos de Redação Jornalística III Carina Rosa, Gilson Stefenon, Jenifer Lasch, Karine Kinzel, Maiara Strassburger, Mariana Pedrozo, Silvana Righi, Thaís Höerlle, Tiéle Abreu e Natana Soares. Edição: Professor Carlos Alberto Badke (MTb 5498) Fotos: acadêmicos Ana Carolina Grützmann, Guilherme Benaduce, Karoline Flores, Mark Braunstein e Pedro Pellegrini e acervo do Laboratório de Fotografia e Memória, sob coordenação da professora Laura Fabrício. Diagramação: Francesco Ferrari, sob coordenação do prof. Iuri Lammel (Laboratório de Jornalismo Multimídia - MULTIJOR) Arte da Capa: Gabriel Saccol Impressão: Gráfica Gazeta do Sul Tiragem: 1000 exemplares Distribuição: gratuita e dirigida
Professores em 2012/2 Jornalismo • Antonio Fausto Neto • Áurea Evelise dos Santos Fonseca • Carlos Alberto Badke • Daniela Aline Hinerasky • Gilson Piber da Silva • Glaise Bohrer Palma • Iuri Lammel Marques • Laura Elise de Oliveira Fabrício • Luciana Menezes Carvalho • Maicon Elias Kroth • Maria Cristina Tonetto • Mariangela Recchia dos Santos • Maurício Dias Souza • Morgana de Melo Machado Hamester • Neli Fabiane Mombelli • Rosana Cabral Zucolo • Sibila Rocha • Sione Gomes dos Santos
Publicidade e Propaganda • Angélica Moreira Pereira • Caroline De Francheschi Brum • Claudia Buzatti Souto • Cristina Munarski Jobim Hollerbach • Fernanda Sagrilo Andres • Janea Kessler • Laise Zappe Loy • Pauline Neutzling Fraga • Taís Steffenello Ghisleni Secretárias: Cristiane Sanchotene e Neuza Vaz
E assim se passaram dez anos 10 de março de 2003. Uma data histórica para mim, para os alunos e para a UNIFRA. Na sala 221 do prédio 13, teve início o curso de Jornalismo. Eu estava lá, como o primeiro professor a encarar aquela turma ansiosa e desafiadora. Junto comigo, o Cadré Dominguez e a Elisângela Mortari. As múltiplas disciplinas que eu ministrava causaram um apelido: professor Bombril. Na Publicidade e Propaganda, que também iniciara suas atividades naquele dia, a tarefa multidisciplinar era da colega Daniela Pedroso. A primeira turma foi marcante. A escolha do tema do primeiro Abra reflete de suas preocupações e questionamentos: a vida no interior do presídio regional de Santa Maria. Foi uma experiência memorável. A gurizada enfrentou a realidade carcerária com muita coragem e determinação. A Laura Fabrício, que se juntara a nós naquele segundo semestre de 2003, organiza a cobertura fotográfica desde sempre. Os Abra foram se sucedendo e a família impressa cresceu. Surgiram a Plural em 2004, o Jornal Eco em 2005 e o jornal mural Babel em 2008. Ao mesmo tempo os Laboratórios tomaram forma e a equipe de professores do curso aumentou. Sione Gomes, Rosana Zucolo, Kytta Tonetto, Daniela Hinerasky, Sibila Rocha, Glaíse Palma e Gilson Píber fazem parte da primeira grande safra. A seguir, vieram Áurea Fonseca, Iuri Lammel, Carla Torres, Fausto Neto e Maicon Kroth. As mais recentes contratações são Mariângela
Rechia, Morgana Hamester, Luciana Carvalho, Mauricio Dias e Neli Mombelli, a primeira egressa a se tornar professora do curso. Egressos também são José Quintana Jr. e Jaiana Garcia, na TV e Ericsson Friedrich na Radioweb. Laboratórios, publicações, programas de rádio e TV, curtas-metragens, VTs, spots, jingles, Feira do Livro, Feisma, Prêmio de Publicidade, Cineclube, peças gráficas, projetos comunitários e tantas outras atividades fazem parte do cotidiano dos cursos da Comunicação Social da UNIFRA. Nada existiria sem a dedicação dos professores, a competência dos técnicos e servidores e a disponibilidade dos alunos. Março de 2013. 25 edições depois, estou de volta à edição desta 26ª Impressão, uma homenagem aos 10 anos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Desta vez a equipe é mais diversificada. Os alunos da disciplina de Redação Jornalística III são responsáveis pelos textos dos 10 anos. Há também trechos depoimentos de alguns egressos publicados na Agência CentralSul de Notícias e contribuições de outros antigos acadêmicos. As fotos são do acervo do Laboratório de Fotografia e Memória e o planejamento gráfico é da equipe do Laboratório de Jornalismo Multimídia. A edição comemorativa deve ser vista e lida como um painel representativo da trajetória dos dois cursos. Ainda há muita história a ser contada. Abra e desfrute as páginas a seguir.
Desta vez os alunos da disciplina de Redação Jornalística III são responsáveis pelos textos dos 10 anos
Bebeto Badke - editor
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Dez anos e muito a celebrar
As publicações impressas do curso de Jornalismo estão em ritmo de festa . Em março de 2013, o curso completa dez anos. Há um grande espaço físico e laboratórios experimentais onde os alunos podem desenvolver durante seu início de graduação diversas práticas em produção, que incluem publicações impressas Jornal Ambiental JornalEco, Jornal Laboratório Abra Jornal- mural Babel e Revista Plural sob orientação dos professores responsáveis Durante os semestres iniciais, as disciplinas são mais voltadas à teoria, o que não impede que os alunos saiam às ruas com papel e caneta, atrás de informações, de descobertas, flagrantes e fontes. Essa liberdade pode ser colocada em prática na disciplina de Redação II, que é ministrada pela professora Luciana Carvalho, responsável pela produção do jornal-mural Babel.
O BABEL O Babel é um informativo de circulação interna, exposto no prédio 14 da Unifra, que busca uma abordagem atraente. A produção do informativo passou por um remanejo: antes era produzido na disciplina de Redação Jornalística I, sob orientação da professora Morgana Hamester, que explica o porquê dessa mudança: “os alunos que chegam ao curso geralmente são alunos que saíram do ensino médio, exceto alguns que já passaram por uma academia antes ou optaram por trocar de curso. Durante as aulas ocorre um certo choque no aluno inicial no jornalismo, por vezes causando uma certa insegurança no primeiro semestre de faculdade” afirma Morgana, que já foi aluna e também passou por isso. Uma das novidades que surgiu com a readaptação do Babel é que ele ganha duas edições por semestre, diz Luciana. O objetivo é “ter um jornal mais dinâmico, com notícias do universo dos estudantes e dos jovens em modo geral.” A professora esclarece que foi mantida a ideia de “um mosaico de informações”, tanto mostrando o direcionamento do jornal quanto adequando as pautas à linha editorial proposta. Salienta, ainda, que cada notícia tem um tema específico da comunidade da Unifra. Todos os alunos participam da produção, pois é avaliada como trabalho de aula, podendo ser feita em duplas. A professora ocupa o cargo de editora do jornal, hierarquizando os textos e revisando a redação. Ela auxilia e fornece ideias para
a diagramação, que é feita pelo professor Iuri Lammel.
O ABRA Você sabe como teve início o Jornal Abra? O ex-professor do curso de Jornalismo, Carlos Dominguez, contou como foi concebido o jornal experimental durante sua passagem pela Unifra. (ver quadro abaixo). Hoje, o Abra é produzido pelos acadêmicos do terceiro semestre, da disciplina de Redação Jornalística III, sob orientação do professor Carlos Alberto Badke, que participou das quatro primeiras edições do jornal. A disciplina é dividida em dois momentos: primeiro o conhecimento teórico, onde se estudam a estrutura e produção de textos para os diversos veículos midiáticos e posteriormente as colocam em prática. Os alunos, através de uma reunião de pauta com o professor, que atua como editor, escolhem o tema que será abordado no jornal e produzem as matérias. A PLURAL Seguindo a grade curricular do Curso, no quarto semestre é produzida a Revista Experimental Plural. A disciplina de Planejamento Gráfico serve para que os alunos do quarto semestre possam colocar em prática a diagramação. Sendo assim, as matérias que farão parte da publicação são elaboradas na disciplina de Redação Jornalística IV, ministrada há dois anos pela professora Glaíse Palma. Ela conta que, passando pela parte teórica da disciplina, posteriormente abre-se o processo de criação da Plural, onde os alunos
aplicarão o conhecimento adquirido produzindo o material para a revista. É realizada uma reunião de pauta com os alunos para definir o tema abordado e designar os grupos de repórteres. O objetivo é tentar finalizá-la até o fim do semestre. “Por isso é interessante que o aluno que se matricule em Redação Jornalística IV também esteja matriculado em Planejamento Gráfico, para que eles possam pensar os textos e linha editorial” conclui Glaíse O professor da disciplina de Planejamento Gráfico Iuri Lammel explica como é o processo de diagramação com os alunos: uma aula é dedicada somente para debaterem a formatação visual da edição atual da Plural. Esta formatação deve estar de acordo com o tema da edição, sempre com o cuidado de manter a legibilidade do texto e a clareza da informação. Decidida a formatação, esta é registrada em um documento, que é chamado de projeto gráfico. A estrutura da revista é definida pelo professor, com a aprovação da professora de Redação IV. Essa política foi tomada porque a organização das matérias não depende somente dos temas abordados: depende também do número de páginas que cada matéria utilizará, se o número é par ou ímpar, se as matérias precisam ser abertas em uma única página ou em páginas duplas, ou se alguma matéria precisa ser alocada nas páginas centrais devido à utilização de imagens abertas em páginas duplas. A organização depende de uma análise dos temas e também de alguns cálculos, tornando difícil abrir essa decisão para todos
Por que fazer um jornal? A pergunta pode ser de difícil resposta para uma pessoa comum. Mas não deveria ser para um jornalista. Afinal, ele é quem em nossa sociedade tem o papel social de exercer essa atividade. Acredito que o jornalismo e o ato de fazer jornais seja uma característica única de nossa sociedade. É uma forma aprimorada de tomar contato com aspectos que sem o jornalismo não teríamos presentes em nossa vida. Jornalismo é uma forma de produção de conhecimento. Conhecimento sobre nossa própria vida e a nossa relação com os outros. É uma espécie esquisita de cimento que faz com que nos percebamos em conjunto. Essa foi a ideia inicial do Jornal Abra. O curso de Jornalismo começava na Unifra e apesar de não termos equipamentos e laboratórios, tínhamos nossa cabeça, braços e pés para produzir um jornal que trouxesse um pouco da visão da sociedade dos alunos que estavam buscando o diploma de jornalista. Nesse projeto, fui editor e os alunos repórteres. Pensamos juntos as pautas e eles foram à luta. Nos retornos, ataquei de advogado do diabo, questionando os textos, fotos e diagramações. E o resultado mostrou o que para mim é mais importante do que detalhes técnicos. Um olhar que “abrisse” outras portas além do lugar-comum. É isso também o que um jornalista deve fazer. Carlos Dominguez, jornalista.
os alunos, porém leva-se em consideração, antes de tomar as decisões finais sobre a estrutura da revista, as sugestões e comentários dos alunos. A plural é uma revista semestral cujo intuito é oportunizar aos alunos a experiência do desenvolvimento de um projeto gráfico. Apenas alguns elementos permanecem em todas as edições, como o formato da revista, o tipo de papel, a configuração de cores e a marca da Plural. “Assim, mantemos uma identidade mínima para a revista, necessária para o fácil reconhecimento por parte do leitor de que a publicação em suas mãos se trata de fato da revista Plural”, acrescenta Lammel. A Plural é a única revista criada no decorrer do Curso, por isso é tratada como um laboratório para a prática do jornalismo tradicional impresso em revista. A tiragem é de 500 exemplares, e a distribuição da Plural fica a cargo dos alunos e professores.
O JORNAL ECO A disciplina de Jornalismo Especializado I é ministrada pela professora Aurea Evelise Fonseca e os alunos são responsáveis pelo JornalEco. O jornal é dedicado à preservação ambiental, e teve a primeira edição em agosto de 2005.A disciplina de Especializado I tem por característica o aprofundamento do tema, sendo assim, é realizada uma reunião de pauta onde é decidido se o tema abordado será geral ou agregador. A professora orienta todo o processo de produção como editora. “Anteriormente o JornalEco era mais diversificado, com matérias calcadas no cotidiano. Hoje consegui trazer para dentro da disciplina uma abordagem mais profunda do que se faz e se deixa de fazer o que é problema, o que é solução, ecologia, reciclagem, trazendo cases para dentro do jornal”, enfatiza Aurea. A professora explica como ocorre o processo de distribuição do jornal: com uma tiragem de 1.000 exemplares, o JornalEco é distribuído no centro da cidade e, aleatoriamente, dentro e fora da comunidade universitária. Também é exigido em aula que os alunos apresentem um relatório da distribuição. Assim que o jornal sai da gráfica os repórteres do grupo retornam a seus entrevistados, fazendo a entrega do exemplar, fazendo um “jornalismo sério,” ainda que acadêmico, uma forma de se tornarem credíveis com as fontes. Tiéle Abreu
ABRA
A primeira edição jornal experimental Abra é de novembro de 2003 e teve como tema a vida no presídio regional de Santa Maria
JORNALECO
O Jornal Eco trata de pautas ambientais. A primeira edição é de agosto de 2005
PLURAL
A Revista Plural tem circulação semestral desde dezembro de 2004
BABEL
O Babel é um jornal mural que circula apenas no prédio 14 desde 2008
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Início dos cursos
LAB. DE FOTOGRAFIA E MEMÓRIA
Em 10 de março de 2013, os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda sopram a décima vela do bolo. De lá para cá, ocorreram inúmeras mudanças. Como exemplos, o espaço físico do prédio que abriga os cursos e a estrutura curricular. No início, era curso de comunicação social, as aulas aconteciam no prédio 13, na rua Silva Jardim. Por lá as atividades tiveram prosseguimento até 2005. Durante esse período, um novo espaço para os cursos já estava em construção e foi sendo ocupado gradativamente. Em 2006, as novas instalações foram inauguradas, onde hoje se encontram, nos 6º e 7º andares do prédio 14 do conjunto III. A primeira coordenadora dos cursos foi Elisangela Mortati, que atualmente é responsável pela Coordenadoria de Comunicação da UFSM. A criação e organização dos cursos já estavam prontas quando Elisangela assumiu a coordenação. Entretanto, alguns pontos foram mudando de acordo com as necessidades de cada habilitação. Segundo Elisangela, uma das mudanças ocorreu no horário do curso de Publicidade e Propaganda. O curso era no turno da tarde, o que não favorecia uma formação que dialogasse com o mercado, por isso, passou para o turno da manhã. Outra mudança foi a implementação dos laboratórios de rádio, tv, fotografia e memória, de pesquisa e da agência experimental do curso de publicidade, a GEMA. Além de Elisangela, desde aquela época vários professores passaram pelas salas de aula dos cursos. No jornalismo, uma das professoras que fez parte dessa história, foi Liliane Brignol. Ela era responsável por algumas matérias como, Redação Jornalística 2, Teoria da Comunicação e Cibercultura. Seu período de atuação no curso foi de 2006 ao primeiro semestre de 2012. Liliane avalia as mudanças no perfil do curso nesse período de uma década: “Muita coisa mudou. O curso amadureceu e cresceu, acompanhando os desafios da formação profissional do jornalista hoje”. Já no desenvolvimento do profissional da área a professora argu-
Elisângela Mortari foi a primeira coordenadora
menta que, é importante ter uma formação sólida, com base teórica e humanística, aliada à formação técnica e prática. Para ela, “a teoria e prática devem caminhar juntas na formação do jornalista. É isto o que o curso de Jornalismo da Unifra busca proporcionar”. Na publicidade e propaganda, uma das professoras que passou pelas salas de aula do curso foi Daniela Pedroso. Ela foi a primeira coordenadora do curso depois que ele passou a ter autonomia, entre 2004 e 2006. No momento em que as coordenações se separaram, “foi possível otimizar o tempo para cada problema ou oportunidade do curso”, lembra Daniela. A imagem do curso mudou no passar dos anos. Quando surgiu, era de aposta, proposta e expectativa, porém não demorou muito para que se concretizasse. Segundo a professora, “isso ocorreu à medida que os alunos foram entrando no mercado de trabalho. A inserção na comunidade e no mercado trouxe uma imagem de credibilidade e agilidade ao curso”, avalia Daniela. De 2006 até hoje, quem coordena o curso de Publicidade e Propaganda é a professora Cristina Jobim. (Ver ao lado). No curso de Jornalismo, a professora Sione Gomes é quem coordena atualmente. Ela assumiu a organização no ano de 2010 e está no curso desde o primeiro semestre de 2005. Para a coordenadora, muita coisa mudou no curso nesses 10 anos. “O que vale ser destacado é o amadurecimento conquistado no passar dos anos, os veículos impressos, online, rádio e TV consolidados e os TFGs de qualidade”, declara Sione. Karine Kinzel
Entre a universidade e o mercado: Agência Experimental de Propaganda
LAB. DE FOTOGRAFIA E MEMÓRIA
O Curso de Publicidade e Propaganda disponibiliza sete laboratórios específicos, que são utilizados em disciplinas e atividades extraclasses. Um deles merece ser destacado: a Gema, agência experimental de propaganda. “É o laboratório mais específico que temos dentro da área. É uma oportunidade que os alunos têm de verem como funciona uma agência de verdade”, afirma a coordenadora do curso Cristina Jobim. O espaço é um mecanismo utilizado para desenvolver as habilidades dos alunos perante a profissão e gerar discussões a respeito das teorias aplicadas em sala de aula. O laboratório visa simular a atuação do profissional no mercado de trabalho, junto à orientação dos professores. A agência atende clientes reais, como entidades sem fins lucrativos, organizações não governamentais e cursos da instituição. “Nós não temos a pretensão de concorrer com o mercado”, afirma a ex-coordenadora da Gema Daniela Pedroso. Em acréscimo a atual coordenadora Pauline Fraga declara que “trabalhar com um cliente real que pode desaprovar a campanha inclusive quando ela está bem justificada e lidar com situações reais traz um engrandecimento ao aprendizado do aluno”. Os trabalhos realizados são pagos com um valor simbólico, usado
A GEMA atende ONGs e cursos da instituição
para a manutenção do espaço. Daniela acrescenta que os alunos que atuam são voluntários: “eles recebem um atestado com o número de horas que eles cumprem, as quais podem ser aproveitadas como atividade complementar”. Os aprendizes têm a oportunidade de experimentar a linguagem publicitária, arriscar e testar ideias, atuando em diferentes setores. Segundo Pauline Fraga a Gema busca criar o ambiente ideal de planejamento, criação e produção das mensagens publicitária: “no mercado acontecem vários vícios, como por exemplo campanhas sem planejamento prévio e peças feitas de última hora. A Gema oferece um ambiente mais idealizado”. A estrutura tem capacidade para até 12 estagiários distribuídos entre os setores de atendimento, planejamento, direção de arte e redação. Apenas fica de fora
a mídia. Para ingressar o aluno participa de uma seleção específica para a área em que pretende atuar. Quando aprovados podem estagiar por até dois semestres. Os alunos reconhecem e aproveitam a oportunidade. A estagiária de atendimento Greice Kempfer, do 5º semestre, declara que se interessou em estagiar na Gema por ter a possibilidade de experimentar uma área que oferece poucas oportunidades no mercado: “eu resolvi vir para ganhar conhecimento e experiência, porque o atendimento é uma função que não tem muito espaço nas agências”. Uma das vantagens perante o estágio no mercado é o acompanhamento e orientação contínua das professoras durante o processo. A estudante que está há três meses na agência conclui que a experiência tem sido muito válida. Natana Camila Soares
Publicidade e Propaganda: dez anos de metamorfose
O ano 10 também é da Publicidade e Propaganda, área da comunicação social reconhecida pela criatividade, adjetivo que também denomina seus profissionais. O curso sofreu modificações ao longo dos anos. A internet é a principal responsável pelas modificações do universo publicitário. Segundo a coordenadora Cristina Jobim Hollerbach o curso está em constante mudança: “a internet revolucionou muita coisa. Embora a base teórica e as lógicas de comunicação ainda sejam as mesmas, as ferramentas e a maneira como as pessoas se relacionam mudaram muito”. O âmbito profissional também mudou, e para melhor.
Na opinião da professora Caroline Brum o número de profissionais éticos aumentou, pois o foco do fazer publicitário está em fazer da forma certa, de maneira ética: “Os alunos já estão mais preocupados com o que vai acontecer lá fora”. Nesse novo momento da publicidade, também se destaca a possibilidade do publicitário investir em outras áreas. De acordo com Caroline antes os alunos entravam no curso querendo trabalhar com criação. Hoje eles querem saber de outras opções, além das agências. Em concordância, Cristina Jobim afirma que: “Cada turma entra mais multitarefa e com uma dispersão mais alta causada
pela internet”. O publicitário e ex-aluno da Unifra, Arlan Pereira concorda: “desde que eu comecei a trabalhar notei muitas mudança sno mercado principalmente com o mundo digital, como as inovações e a rapidez”. O universo publicitário vai continuar mudando, pois as plataformas e formatos estão se atualizando e acompanhá-los faz parte da profissão. “Devemos estar preparados em termos de conteúdo pra conseguir fazer os meios se adaptarem e nos adaptarmos junto. E isso só conseguimos fazer com conteúdo, se não tivermos, não conseguiremos acompanhar”, finaliza Caroline Brum. Natana Camila Soares
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Jornal na tela: o adeus ao papel O celular ou o tablet, são exemplos de mídias compactas que fotografam, filmam e com apenas alguns minutos e criatividade, fazem a informação se propagar. As novas tecnologias dão suporte ao jornalismo feito para a web, as mini mídias, hoje, são responsáveis por alimentarem milhares das publicações online do Twitter e Facebook, que são vistos como modelos da popularização da informação, dentro e fora do ciberespaço. O fazer jornalístico se reconfigurou e pode acontecer fora das redações, de maneira rápida e instantânea, o leitor tem acesso às informações advindas de qualquer lugar do mundo, a internet rompeu as barreiras geográficas e se tornou mediação dos acontecimentos. A professora Daniela Hinerasky, que ministra as disciplinas de jornalismo online e cibercultura, esclareceu alguns pontos sobre o mercado e a produção: “As empresas de comunicação precisaram introduzir a internet nas suas rotinas produtivas”. A professora também salientou que o consumo pelos produtos midiáticos tradicionais, como o jornal, não perderam seu valor, “a internet potencializou e trouxe novas formas de consumo e interação”, destaca. A miniaturização das tecnologias permite uma descentralização tanto da produção de conteúdo quanto o acesso à informação, com isso, novos produtos jornalísticos surgiram, como os blogs e os sites noticiosos. Cresce o interesse dos recém-formados em aproveitar e explorar o novo mercado, o egresso Diogo Viedo fundou o EsporteSUL, um site dedicado ao jornalismo esportivo, com ênfase no esporte da cidade e região. A equipe de produção é formada por sete jornalistas e um analista de sistemas, todos com formação acadêmica franciscana. Diogo comenta que a web revolucionou a maneira do mundo se comunicar, já que, um portal de noticias contempla mais de uma mídia em um só lugar, “temos uma plataforma completa, com tevê, rádio e jornal juntos”. O EsporteSUL tem a rotina
ARTE IURI LAMMEL
Tecnologia digital:muda o suporte, mantém-se o fazer
de trabalho semelhante a de qualquer veiculo jornalístico: “cobrimos o esporte local diariamente com divisão das coberturas entre a equipe de produção”, esclarece. Engana-se quem pensa que trabalhar com jornalismo online seja algo fácil, também há dificuldades, a maior delas é que o imediatismo que a web exige faz com que erros e apuração superficial estejam presentes nas publicações. Como pode se perceber a tecnologia digital gera grandes reflexos no jornalismo. A conectividade, interatividade e simultaneidade hoje são cruciais para os veículos de comunicação. Assim como o jornalismo está em constante mudança é necessário que os acadêmicos e profissionais da área também estejam. Daniel Dallasta, administrador do seu próprio jornal online, conta o que vê sobre tais mudanças e seus reflexos no dia a dia dele como acadêmico de jornalismo e no público que lê seu jornal. Dallasta acredita que o jornalista deve saber pensar o mundo em sua totalidade, relacionando diversos temas em busca de uma verdade comum. Mesmo ainda estudando sobre isso, ele diz já conseguir ter uma noção e sabe que o jornalista não pode se limitar ao uso de um tipo de mídia. “Todas as mídias possuem suas vantagens e desvantagens, e deve-
mos aprender a utilizar cada uma. Na faculdade aprendemos a lidar bem com isso”. O acadêmico ressalta que essas convergências ajudam, pois abrem novos espaços e novas possibilidades na execução do bom trabalho. No jornal online ele utiliza diretamente vídeos, áudios, textos e fotos. Com tantos meios de comunicação, é necessário saber qual a importância de passar uma informação repetida de uma forma diferente em outras mídias. Para o acadêmico não há informação repetida. Os fatos são vistos por infinitos ângulos, e cada ângulo traz uma informação diferente. “A mudança na mídia utilizada aumenta essa transformação da informação, e, quanto mais diferente for a informação passada mais relevante será essa informação”, acredita Dallasta. Ele lembra que estamos em um tempo que aparecem mais e mais mídias, e com isso a popularização da internet e das novas tecnologias se propaga, de um modo geral acaba aumentando o número de pessoas que acredita poder passar a informação a diante sem apuração, sem critérios para vincular, isso é bem comum nos blogs, que se dizem jornalísticos mas quem escreve, é um geólogo, por exemplo.
O jornalista deve saber pensar o mundo em sua totalidade
Carina Rosa e Thaís Hoerlle
Vida de jornalista Vida de jornalista não é normal. Viagens, pesquisas, noites em claro, má alimentação, rotina corrida e o cafezinho para manter-se sempre atento são elementos presentes no cotidiano desses profissionais. Estão sempre onde os fatos acontecem para trazer informações ao público. Devem apurar, escrever e aprontar a notícia até o final do dia. Para o bom desempenho, o jornalista precisa ter uma vida saudável, segundo a nutricionista Miriam Delevati: “A má alimentação causa uma série de problemas ao organismo, como ataque cardíaco, obesidade e colesterol”, comenta. Ela dá dicas para uma boa alimentação como fazer até seis refeições ao dia, com a presença de cereais e frutas acompanhados de atividade física. O dia a dia é estressante. O jornalista Bernardo Bortolotto, 25 anos, tem uma estratégia: “Respiro fundo e penso que amanhã será um novo dia, por isso acho importante estar com a mente sempre preparada para enfrentar as adversidades do cotidiano”. Outra questão importante é conciliar a vida profissional com a pessoal. O jornalista Guilherme Zanini, 28 anos coloca que à medida que suas responsabilidades aumentam, diminui o seu tempo para
atividades pessoais: “Mesmo assim, não abro mão de praticar alguns hobbies e prazeres”. O sono desregulado é outro problema causado pelos maus hábitos e pela rotina desses profissionais. Segundo o psicólogo Luciano Pinto, dormir bem é fundamental para a aprendizagem e para a memória. “É durante o sono que o cérebro transforma as experiências do dia a dia, então o sono prejudicado tende a interferir na concentração e no humor”, explica. Apesar do cotidiano corrido, a má alimentação e o sono desregulado, os profissionais da comunicação não deixam de lado o lazer. É o que afirma Pedro Henrique Pavan, 24 anos. “É sempre necessário reservar um tempo para diversão”. Ao sair do trabalho, uma das distrações dos jornalistas é sair para falar sobre trabalho.Muitas horas dedicadas ao trabalho, vigiando as notícias, acabam por deixar a saúde um pouco de lado. Problemas relacionados ao trabalho algumas vezes tornam o desgaste físico inevitável, porém cuidar de si mesmo é uma necessidade que deve ser respeitada e cultivada por todos. Jenifer Lasch e Mariana Pedrozo
Mercado de trabalho
O mercado de trabalho para o jornalista é bem amplo. Além das mídias tradicionais, há também produções cinematográficas, assessoria de imprens, analista de redes sociais e produção de conteúdo para estas mídias. Nos atuais dias em que a tecnologia está cada vez mais ampla as redes sociais estão em maior destaque como meio de de divulgação de informações. Em muitas empresas é criada uma página no Facebook e também os jornais podem ser encontrados em suas versões online. Muitos jornalistas começam por empresas de comunicação pequenas como Fernanda Couto Rostan, de 27 anos. Hoje ela é repórter policial do Jornal Minuano de Bagé:“Lógico que seria muito mais elegante que eu me formasse, já conseguisse emprego em uma grande empresa de comunicação em uma capital, fizesse sucesso e ficasse rica”, ironiza Fernanda . Fernanda já trabalhou como assessora de imprensa, além de passagens por várias editorias em diferentes jornais.Ela
também lembra que os estágios ao longo da faculdade são uteis para a vida profissional. Já a jornalista Zizi Machado formada em 2008 trabalhou com o assessora de imprensa na Fundação Cotrisel e antes mesmo da faculdade já trabalhava em um jornal em São Sepé. Zizi espera trabalhar na sua cidade para ficar perto da família. “Aqui na região central, no interior do estado, talvez esteja ainda mais fácil conseguir emprego do que nos grandes centros” avalia a jornalista. Ela acredita que as empresas pequenas, médias ou grandes, e as instituições públicas ou privadas estão investindo em assessorias de comunicação, pois também mudaram seu olhar e hoje sabem que as assessorias lhes projetam na vitrine. O mercado de trabalho é muito variado para o jornalista e muitas vezes não é apenas a faculdade que ajuda a conseguir o emprego mas também a disponibilidade e coragem de enfrentar desafios que a profissão exige. Maiara Cristine Strassburger
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Memória do Foi na faculdade que aprendi a percorrer os diferentes campos do jornalismo. A mudança do foco e adaptação do texto. O treino da entonação, respiração e improviso para o rádio, o quanto pesa o silêncio para o ouvinte. Mas também os divertidos programas que produzimos em aula e até as narrações de jogo. Como os inúmeros textos para as diferentes disciplinas, aulas de redação e jornalismo cultural.
A relação com os professores também foi muito gratificante, pois nossos mestres muitas vezes fugiam da hierarquia estipulada e nos ofereciam um ombro amigo. Não foram poucas as lágrimas roladas durante a conclusão do curso, momento em que tudo parecia estar encerrando e a sensação de perda se misturava com a satisfação de ter alcançado a minha meta.
Alice Balbé, jornalista, mestranda em comunicação na Universidade do Minho, Portugal.
Clarissa Pippi, proprietária da Tríplice Assessoria de Comunicação, em Porto Alegre.
Foram quatro anos de faculdade, muito bem aproveitados, que passaram muito rápido, mas que me fizeram crescer muito como pessoa e como profissional. Entre as aulas teóricas, que fez com que a paixão pelo jornalismo falasse mais alto, e as aulas práticas de TV, com a presença confirmada e pacienciosa do Paulinho (cinegrafista), rádio, cinema com a criação de curtas e fotografia, uma verdadeira emoção.
Hoje me considero uma profissional competente devido ao bom desempenho e qualidade que adquiri com os professores da Unifra.O jornalismo é uma paixão que vicia a cada dia. A adrenalina desta profissão serve de alimento para viver a palpitação sobrenatural da busca constante pelo fato novo, pelo furo de reportagem, pelo orgasmo da notícia improvisada.
Ana Kasper, assessora de comunicação na prefeitura de São Sepé.
Cristina Werlang é jornalista da TV Roraima, afiliada da Rede Globo.
Hoje, quando me perguntam onde realizei minha graduação e pós-graduação, sinto o maior orgulho em dizer que sou jornalista formada e pós-graduada pelo Centro Universitário Franciscano – a Unifra de Santa Maria. E não poderia ser diferente, pois como não se orgulhar de uma universidade que tem seus alunos egressos hoje bem colocados no mercado de trabalho, mostrando competência e seriedade no que fazem?
Os depoimentos dos egressos foram publicados durante o ano de 2012 na Agência CentralSul de Notícias. Reproduzimos aqui alguns trechos selecionados.
Lesiane Rosa trabalha na Rádio Fundação Cotrisel em São Sepé.
Logo no primeiro semestre de faculdade, fui contratado por um jornal da Quarta Colônia, e posteriormente pela rádio, do mesmo proprietário do impresso. Era o meu primeiro emprego. A partir deste momento, pude ver, que assim como os outros colegas mencionaram em seus depoimentos, que o jornalismo era bem mais do que aprendíamos dentro da sala aula, ou seja, da teoria. Raul Pujol é jornalista freelancer
Comecei a buscar a minha inserção no mercado de trabalho nos primeiros dias de 2010.A preferência por impresso me motivou a enviar currículos para diversos jornais do estado. Sem demora, convocações para as entrevistas começaram a chegar – e um dos itens que constava entre as minhas experiências profissionais foi fundamental para que eu obtivesse visibilidade nas triagens: a passagem pela Agência Central Sul de Notícias como repórter aprendiz e monitora. Gabriela Machado é repórter do Jornal A Fonte de São Sepé.
Tenho certeza de que a maioria das pessoas não quer pagar por ensino de qualidade. Eu também não queria e, por isso, fiz algumas tentativas para entrar na universidade pública, até que a Unifra criou o curso de Jornalismo, em 2003, e eu passei naquele vestibular. E só há pouco tempo conheci uma frase que me levou a valorizar ainda mais o que minha mãe investiu para que me formasse: “Se você acha a educação cara, experimente a ignorância. Emilia Maria é Oficial da Força Aérea Brasileira em Canoas, onde trabalha na equipe da Comunicação Social.
Tenho muito orgulho de ter estudado na instituição, e mais ainda por ter feito parte da primeira turma de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano. As experiências, o aprendizado e o convívio com colegas e professores durante os quatro anos de curso são coisas que levarei para toda a vida. Além disso, hoje percebo que as escolhas que fiz nesse período foram decisivas para a minha trajetória profissional.
Acredito que uma decisão acertada na época da graduação foi investir em estágios. Durante os quatro anos estive em contato com o dia a dia da profissão. Passei por redações, assessoria de órgãos públicos, empresas, feira do livro e festival de cinema. Inserida no mercado de trabalho adquiri muito conhecimento, que foi fundamental para desenvolver habilidades e traçar o meu perfil profissional.
Carolina Weber é jornalista da assessoria de comunicação da Fundação Catarinense de Educação Especial.
Dariane Campos trabalha em uma agência de comunicação em Florianópolis
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os egressos Na Unifra tive a possibilidade de experimentar as diferentes áreas de atuação do jornalismo: TV, rádio, jornal, internet, assessoria de imprensa, fotografia e até cinema, onde fiquei um ano como monitora do Cineclube Unifra. Aprendizados que fizeram com que eu me sentisse segura para buscar fora da academia, experiências mais desafiadoras, que me tornaram ainda mais preparada para ser jornalista. Kellen Mendes Höehr é assessora de imprensa na BD Divulgação,em Porto Alegre.
Quando eu entrei no jornalismo aos 17 anos, era uma menina cheia de sonhos e desejos em relação à profissão. Queria fazer alguma diferença na vida das pessoas e achei que o jornalismo era uma boa maneira de fazer isso. Foi no primeiro semestre de jornalismo que descobri como levar a teoria para a prática na Agência Central Sul de Notícias. Lembro muito bem da minha primeira pauta: o que fazer no feriado de páscoa. Lembro a emoção de sair com um bloco entrevistando pessoas, depois construir o texto e, por último, ver no site com o nome publicado. Ananda Delevati é repórter do Diário de Santa Maria
Nos primeiros dias de aula fui com a cara, a coragem e sem uma linha de currículo em mãos bater na porta da extinta Rádio CDN – Rede Gaúcha Sat (atual Antena 1). Desde então, nunca mais parei, além de ter me apaixonado perdidamente por rádio (até hoje temos um caso sério, logo conto). Durante toda a faculdade estagiei lá e também no Diário de Santa Maria. Depois de formada, passei por rádios e assessorias, até parar em Porto Alegre, na Pauta Assessoria e Produção. Patrícia Pinto Lemos é editora de Cotidiano do Jornal NH, produtora e repórter na Rádio ABC 900
Em maio de 2007 fui chamada na TV Pampa para fazer um teste de vídeo, só que detalhe: eu morro de medo de câmera, até hoje! Mesmo assim, criei coragem e fui. Fiz o teste escrito e quando era para fazer o vídeo, fui sincera e disse que não queria fazer. Acredito que tenha sido meu dia de sorte, pois estavam precisando de uma produtora. Conversei, fui selecionada e estou na emissora até hoje. Natasha Mruz Garcia é produtora do Studio Pampa, na TV Pampa Porto Alegre.
A teoria é muito importante, mas o que me fez perceber que eu tinha capacidade de exercer a profissão que tinha escolhido foi meu trabalho na agência de notícias (sem falar, claro, nos programas que participei na TV Unifra, os trabalhos de assessoria de imprensa na Feira do Livro, no Santa Maria Vídeo e Cinema e a participação no Cineclube Unifra). Pedro Antunes é assessor de imprensa em Porto Alegre.
Foram cinco anos, apesar do curso ter duração de oito semestres. A maioria das minhas horas foram gastas no pátio, nos estágios e nos estabelecimentos ao redor da faculdade, em especial o Stribe. Admito, faz muita diferença participar das aulas. A Unifra não foi apenas um lugar onde estudei e me formei, foi uma fase da minha vida. Posso dividir meus anos da seguinte forma: infância, adolescência, Unifra e a vida que eu pedi a Deus.
Estagiei na assessoria de comunicação da Unifra. Lá, aprendi mais do que imaginei, escrevi reportagens para o Jornal da Unifra, participei de organização e cobertura de eventos, como o vestibular, palestras, simpósios e mais. Fiz estágio em outros lugares, mas este, em especial, foi decisivo para o rumo da minha carreira. A partir dele que decidi seguir pelo caminho da assessoria, onde trabalho atualmente. Mileni Denardin Portella é editora da Revista Atualidades Cotripal, da Cooperativa Agropecuária em Panambi – RS.
O que é mais incrível nisso tudo é que eu não sou nenhuma das coisas que eu sonhava ser – redatora ou fotojornalista – , mas me realizo imensamente fazendo o que eu faço. Da Unifra eu levo para sempre professores que são referência e inspiração para a minha vida de docente e, mais do que isso, levo lembranças e lições de uma das fases mais maravilhosas da vida, que é a universitária. Eu continuo sonhando e apostando nos meus sonhos, pois vale a pena! Tenho orgulho em ter sido aluna da 1ª turma de Comunicação da Unifra. Vida longa ao curso! Marina Chiapinotto, é professora de Fotografia dos cursos de Comunicação e de Fotografia da UCS e da UNISINOS e dos cursos de extensão do Núcleo de Fotografia da UFRGS.
O jornalismo é a minha vida. Todos os dias eu me declaro para a profissão. Procuro fazer o melhor sempre, mesmo que não acerte sempre. E muito dessa paixão eu encontrei nos professores e colegas de sala de aula, durante os quatro anos e meio na Unifra. Consegui capturar na sensibilidade deles a essência de uma profissão maravilhosa. Consegui enxergar nos olhos deles o orgulho de ser jornalista. Profissão que todos os dias nos ensina e mostra a realidade nua e crua. Bernardo Bortolotto é repórter da RBS TV Santa Maria.
Rita Barchet atua como assessora de comunicação em Porto Alegre.
E acho que esse foi o diferencial da nossa turma, uma turma guerreira, que enfrentou muitas adversidades durante os primeiros anos. De tanto reclamarmos, houve mudanças e isto foi fundamental. Remanejamento e inclusão de novos professores, começo da criação de alguns laboratórios, projetos externos e muito trabalho dos alunos em seus estágios propiciaram à primeira turma de jornalismo da Unifra um crescimento e já um reconhecimento dos profissionais da mídia santa-mariense.
O começo da universidade é uma mistura de descontração com responsabilidades. Após a euforia da entrada, chegam as teorias que orientam o percurso e nosso olhar acadêmico sobre o cotidiano. Muitas vezes, não imaginamos o quanto elas irão nos ajudar lá na frente. Aliás, é mais adiante, na caminhada pelo curso, onde encontramos a direção que poderá nos conduzir na carreira profissional. Televisão, rádio, impresso, on-line: qual a melhor escolha? Depende de uma série de fatores. O principal deles é a prática no laboratório. Dos estúdios de televisão para os estúdios de rádio. Do rádio para o laboratório impresso. São diversas as oportunidades para que se encontre o caminho.
Deivid Couto é sócio de uma empresa de Comunicação e Marketing Digital em Balneário Camboriú.
Marcel Neves Martins é Mestre em Ciências da Comunicação pela Unisinos.
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Para onde a comunicação vai nos levar? O 10º Fórum de Comunicação Social da Unifra, que aconteceu de 15 á 17 de agosto gerou nos alunos participantes questionamentos sobre o jornalismo da atualidade. O slogan, “Para onde a comunicação vai nos levar?” tratou sobre os prós e contras na era em que as pessoas são bombardeadas por informação que chegam por diversas plataformas, como e-mails, revistas, jornais, rádios, redes sociais, entre outros. Para a acadêmica de Publicidade e Propaganda, Jordana Costenaro, 20 anos, “O mercado de trabalho está cada vez mais exigente e nós precisamos estar preparados para isso. O fórum nos proporciona ter contato com pessoas experientes.” Ela conta que estes dias a fizeram refletir, acreditando que a partir de agora sua postura no curso será outra. “Quero poder chegar um dia ao nível dos pro-
O 10º Fórum discutiu os rumos da Comunicação
fissionais que aqui estiveram”, revela Jordana. Para a estudante de Jornalismo, Daiane Santinatto, 17 anos, a comunicação é um elemento fundamental na
sociedade e com as novas tecnologias é possível se comunicar com o mundo todo em tempo real, com isso o jornalismo também mudou. A velocidade da informação assusta,
Adriano Silva aborda a Revolução Digital e o Novo Branding A Revolução Digital e o Novo Branding, foram os temas abordados pelo jornalista e publicitário Adriano Silva, na manhã de sexta-feira, 17 de agosto, último dia de realização do 10-º fórum de Comunicação no Centro Universitário Franciscano. A palestra foi direcionada para a área da Publicidade e Propaganda. O palestrante comentou a evolução da internet e disse que o futuro pertence aos aplicativos, pois os endereços virtuais estão se extinguindo e em pouco tempo a grande mídia estará na plataforma móvel. Sobre o novo branding, relação entre marca e consumidor através dos canais online, Adriano diz ser necessário estar conectado nas redes sociais “É a vez do diálogo, não do monólogo”, completa. Outro assunto que o palestrante colocou, foi a diferença entre jornalista e publicitário. “Não existe mais jornalista e publicitário, existe produtor de conteúdo” comenta, uma
Para Silva, a convergência das mídias diminui a distãncia entre jornalistas e publicitários
vez que, com a convergência das mídias jornalismo e publicidade e propaganda nunca estiveram tão próximos, mas também nunca disputaram tanto, pois todo mundo está produzindo conteúdo. No final de sua palestra, o jornalista e publicitário fala que a mídia são as pessoas, pois nela se constrói comunidades e
se constrói reputação. E conclui com dicas para os futuros publicitários “Peça licença para entrar, apresente-se francamente, diga a verdade, seja honesto, e não tente enganar por que a mentira nunca teve perna tão curta, ouçam, e respondam o consumidor.” Jenifer Lasch
por isso é preciso que o jornalista se atualize e saiba lidar com esse novo modo de se comunicar. Minha expectativa como aluna de primeiro semestre é que no curso eu aprenda
a lidar com esses novos meios, acredita Daiâne. Um dos aspectos importantes que foi destacado é como a comunicação é desenvolvida até hoje, para poder ser entendido o que mudou, e como o processo aconteceu. Lucas Silva, 25 anos, avalia que o ponto alto do fórum foi a palestra A Revolução Digital e o Novo Branding na área da Publicidade e Propaganda, de Adriano Silva. O palestrante explicou que em pouco tempo a grande mídia vai estar na palma da mão, n a plataforma mobile. Outro ponto abordado pelo palestrante foi a diferença entre a publicidade e o Jornalismo. “Não existe mais jornalista e publicitário, existe produtor de conteúdo.” O palestrante afirmou que Marketing e Comunicação nunca estiveram tão próximos. “ Todo mundo está produzindo conteúdo, afirmou Adriano. Thais Hoerlle
Criatividade é fundamental na publicidade Criatividade, motor da lucratividade, foi o tema da palestra de Fábio Bernardi. Um dos publicitários mais premiados do Sul do país. Ele defendeu em sua apresentação, no 10º Fórum de Comunicação da Unifra, que a publicidade criativa é essencialmente simples e apresenta uma releitura do cotidiano. Bernardi ainda exemplificou e trouxe conceitos da criatividade na prática publicitária. Segundo o publicitário vivemos a geração da “Economia da Atenção”, onde disputamos à atenção das pessoas. Devido a isso a criatividade está cada vez mais em evidência. Bernardi revelou aos futuros publicitários o segredo da boa propagando conforme seu ponto de vista: “deixar lacunas, não preencher toda informação, tudo o que nos entrega tudo nos deixa com menos vontade”. O palestrante relacionou citações de filósofos gregos como Aristóteles à razão de ser da publicidade: “O ser
humano muda o seu juízo de valor, conforme a emoção que sente”. Dessa forma garantiu que a publicidade, assim como a criatividade é regida pela emoção, tendo como aliada a sedução. Bernadi finalizou sua apresentação citando algumas dicas aos futuros publicitários, uma delas foi: “qualquer ideia é melhor que qualquer desculpa”. A recepção dos participantes foi positiva. “Foi uma palestra bem interessante e bem focada para a nossa área. Ele não ficou apenas na fala, trouxe exemplos interessantes”, comenta a estudante de Publicidade e Propaganda, do terceiro semestre, Karoline Flores. Em concordância a aluna Alana Cardoso, do oitavo semestre, do mesmo curso destacou que: “os palestrantes que trouxeram esse ano para o Fórum foram bem relevantes e realmente vão fazer a diferença na nossa vida profissional”. Natana Camila Soares
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A TV digital no Brasil
Carine lembra que a TV Digital já é realidade no país
Um dos temas abordados no 10° Fórum de Comunicação Social foi a convergência digital na televisão. Desde 29 de junho de 2006 o Sistema Brasileiro de Televisão Digital(SBTVD) possibilita uma melhor qualidade para a televisão brasileira. O tema foi explicado por Carine Prevello jornalista diplomada(UFSM),Mestre em Comunicação ,cursando Doutorado em comunicação na Unisinos na noite de sexta-feira dia 17 de agosto. Carine observa que as cinco maiores redes de televisão brasileira são Rede Globo, SBT Record, Band e Rede TV.A Rede Globo possui a maior abrangência em municípios com cerca de 98,5% também salienta que a televisão , na década de 50 havia a prevalência do interesse comercial em contra posição ao interesse publico. Em 2011 houve a abertura da televisão a cabo para as operadoras estrangeiras a grande parte dos habitantes utiliza o sinal analógico da televisão aberta. A televisão digital ajusta a qualidade técnica de imagem e som,a interatividade, a acessibilidade e a recepção do aparelho a qualidade das imagens digitais é comparada a da televisão a cabo. Implantado a partir 2004 em grandes cidades como São Paulo,Rio de Janeiro e Recife este meio de transmissão para televisão digital e é o mais difundido em todo o mundo. Maiara Strassburger
O rádio muda, mas a essência é a mesma O 10º Fórum de Comunicação da Unifra, no dia 16 de agosto contou com a palestra de Luiz Artur Ferraretto, professor de jornalismo da Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com o tema” Noticia no século XXI: Mudou o rádio ou mudou o jornalismo”. Autor dos livros “Internet no rádiojornalismo e Rádio, história e a técnica”. Ferrarretto, falou em relação à expectativa do verdadeiro jornalismo no rádio. Um dos seus questionamentos é que todo repórter deve saber o que é notícia, e que não existe reportagem sem os dados colhidos pelo jornalista. O professor divide o radiojornalismo em fases como a de implantação, difusão, segmentação e convergência, desde o seu inicio até os dias de hoje.” A partir desses segmentos o rádio ganha força e respeitabilidade ao trazer notícia direto da ação, como fizeram as primeiras emissoras de rádiojornalismo”, comenta Ferraretto. No seu início o rádio tinha o serviço policial, sendo sua pioneira dentro desse segmento a Rádio Tupi e no elemento popular rádio Globo e Farroupilha. No jornalismo
Ferraretto é uma das autoridades em rádio no RS
24 horas, Ferraretto coloca como pioneiras a JB 940 do Rio Grande do Sul, Gaúcha, CBN e Band News. Mas é a partir dos anos 70 que o rádio começa a entrar em crise, com a chegada da tv como um meio de informação mais completa. Onde junta imagem com voz, mesmo sendo um aparelho muito caro na época. Para o jornalista a sobrevivência do rádio depende da linguagem sonora com a
Ferraretto respeita a forma de cada programa simulação de uma conversa, reforçando a ideia de companheiro virtual para seu ouvinte. Sobre os novos pro-
gramas de entretenimento do rádio diz que respeita a forma de cada programa: “não costumo ouvir por não acrescentar nada no meu dia a dia”, decreta. Hoje o meio de comunicação mais antigo mudou sua fórmula, mas está em todas as novas tecnologias como ipad, celulares, sites entre outros, jamais perdendo sua essência. Gilson Stefenon e Mariana Pedrozo
Presidente da Fenaj esclarece a legitimidade do diploma
“Defender o diploma é defender a própria democracia.” Esta é a posição de Celso Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em sua palestra no 10º Fórum da Comunicação do Centro Universitário Franciscano (Unifra). O ensino do jornalismo e a legitimidade do diploma foram tema na noite do encerramento do Fórum, que ocorreu entre os dias 15 e 17 de agosto. O Brasil era, e pode voltar a ser, um dos únicos países a exigir o diploma para exercício da profissão de jornalista. Para Schröder, isso ocorre por que, no Brasil, a universidade foi escolhida com avalista. “Na Inglaterra, quem avalia os jornalistas é o sindicato, mas, no Brasil, a universidade é a instituição mais democrática que existe”, explica o presidente. Já nos Estados Unidos essa
avaliação não é feita por uma instituição específica, mas as empresas de comunicação investem em pesquisas nessa área. Os veículos patrocinam os estudos das universidades e aplicam as novas descobertas na prática jornalística, tornando-a de maior qualidade. O primeiro sindicato de jornalistas no Brasil é criado em 1934, na cidade de Juiz de Fora. Quatro anos depois, há a primeira regulamentação da profissão. Conforme disposto na Lei de Imprensa de 9 de fevereiro de 1967, o diploma de curso superior de Jornalismo é obrigatório para o exercício da profissão. Em 2009, essa exigência é extinta por determinação do Supremo Tribunal Federal. O professor da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica) defende duas vertentes para a queda do diploma: a
Schröder defende o diploma em palestras pelo Brasil
primeira é a mediocridade, que seria o corte de gastos das empresas e instituições. A segunda e, para ele, a mais preocupante, é o obscurantismo, que é julgar desnecessária a formação da universidade. Porém, a queda do diploma movimentou o público em geral. A sociedade passou a se perguntar que destino teria a comunicação social sem haver
análise dos profissionais da área. “O jornalismo é feito a parir das pessoas e para as pessoas, por isso é preciso uma boa formação”, alerta Schröder. “Suspender o diploma é tornar o jornalismo um emprego e não uma profissão”, argumenta o professor. “Quase 5.000 jornalistas se formam, todos os anos, no Brasil, que destino eles terão?”, questiona. A Fenaj está tentando reaver a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. O projeto foi aprovado pelo Senado, mas ainda tem de passar pela Câmara dos Deputados. “Conseguimos em cinco meses o que levaria cinco anos, mas ainda temos uma grande caminhada. Esse é o período de mobilização, em que todos devem defender o que acreditam”, conclui o presidente. Anarayna Barreto
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Laboratórios e afins Laboratório de Produção Radiofônica
PEDRO PELLEGRINI
Os responsáveis são os professores Áurea Evelise Fonseca e Gilson Piber. O laboratório foi inaugurado em setembro de 2005. As atividades começaram em outubro deste mesmo anos, servindo aos alunos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. É um trabalho de forma prática com participação dos alunos. Em 2007 aconteceu a primeira transmissão online da Rádio Web UNIFRA. Em 2011 foi criado um novo site. A rádio possui diversos tipos de programa e a produção de cada um é específica. Durante a tarde há um programa ao vivo, Só pra Variar, em que os alunos apresentam. É um programa de música e informação. Outro tipo de produção é a síntese noticiosa que vai ao ar na rádio UNIFRA e na Caraí FM, programa Informação. Outra produção é o Ponto e Vírgula, que é produzidos por alunos da disciplina de Rádio e Jornalismo 2, trabalhando com vários formatos. Colaboradores também fazem parte da rádio, como, as Músicas do meu Baú, um programa cultural apresentado pelo professor Bebeto Badke. Cedo da amanhã tem o programa de informações, Despertador Unifra, ao vivo. O programa mais antigo é o Titular da Rede, que iniciou no ano de 2005 e foi a primeira produção ao vivo. Inicialmente as aulas de rádio eram laboratórios improvisados e aparelhagem locado. A professora Áurea, observa os avanços do laboratório, “É bom ver a evolução e o quanto podemos qualificar os espaços que trabalhos. O fato de colocar os alunos em transmissão ao vivo é fazer com que os alunos vivenciem uma rádio de verdade”.
Laboratório de Comunicação Audiovisual O Laboratório é um espaço para os alunos fazerem experimentos, além das disciplinas de telejornalismo, em que as práticas dos alunos são aproveitadas e vão para TV UNIFRA. A criação desse espaço estava prevista desde o projeto pedagógico do curso. A professora responsável Glaíse Palma, qualifica: “ Eu me sinto muito orgulhosa do curso ter chegado a onde chegou. Porque nós vemos os alunos fazerem sucesso e assim podemos pensar com tranquilidade que preparamos eles para o futuro, para o jornalismo”.
Agência de Notícias CentralSul
KAROLINE FLORES
A agência surgiu em dezembro de 2005, com os professores Rosana Zuculo e Gabriel Gorski, já que era um projeto desde o início do curso. Foi a segunda agência online do Brasil, com o objetivo dos alunos experimentarem a prática do tempo real. A professora contou que a história dela com o curso é diferente. Ela trabalhou no projeto da fundação do curso, “digamos que eu tenha ganho um presente, porque eu montei o curso de jornalismo como eu queria que o meu fosse, com o que faltou na minha formação”. Na atualidade a coordenação da CentralSul é responsabilidade dela e da professora Daniela Hinerasky, que contam com monitores e voluntários.
LAPEC (Laboratório de Pesquisa) O Lapec está inserido nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, surgiu depois que os outros laboratórios foram criados, em 2005. Na época eram núcleos, e depois passaram ser laboratórios. É um espaço de reflexão e pesquisa sobre o campo da comunicação, agregando todas as atividades e professores que dedicam refletir teoricamente as práticas comunicacionais. Hoje ele tem alguns produtos e um dos mais importantes é a coleção dos Estudos das Mídias. E uma publicação que tem três edições finalizadas e está finalizando a quarta edição. Outra atividade é a jornada científica, que é elaborada todos os semestres, onde os alunos do TFG 1 apresentam seus trabalhos para um banca, que pensa junto com os alunos. O Lapec é espaço de consultoria de projetos para alunos e professores, possui uma minibiblioteca com livros e teses. O Laboratório constituiu um blog que é abastecido semanalmente. Todos os TFGS dos alunos do curso estão disponíveis no blog, além de eventos da comunicação que estão acontecendo no Brasil, e rubrica de editais abertos para a publicação de artigos. Os responsáveis pelo laboratório são os professores Maicon Elias Kroth e Síbila Rocha. “Me sinto muito horada e acredito nesse ensino que produzimos nesses 10 anos”, avalia Sibila.
LINC (Laboratório Integrado de Comunicação)
Laboratório de Fotografia
MATHEUS HAUTRIVE
DANIELA RESKE
O LINC foi o primeiro laboratório do curso de Jornalismo, principalmente porque ele nunca precisou de equipamento nenhum. Começou em 2003 e se chamava NUCOM (Núcleo de Comunicação), depois passou a se chamar LABCOM(Laboratório de Comunicação) e por ideia da professora Cristina Jobim foi nomeado LINC, porque o Jornalismo e a Publicidade e Propaganda trabalham juntos. No começo ele era só assessoria de imprensa, e na sequência vieram os professores e os alunos da Publicidade e Propaganda e o Cineclube, iniciando atividades integradas, como o Fórum de Comunicação. Hoje o laboratório é composto por quatro professores, Carlos Alberto Badke e Morgana Hamester, do jornalismo e Caroline Brum e Cláudia Souto, ambas da Publicidade e Propaganda. É um espaço de reuniões do Cineclube, Fórum e outros eventos, além de ser um ponto de encontro dos alunos. O prêmio Universitário de Publicidade da UNIFRA passou a ser feito no LINC. O primeiro professor do curso, Carlos Alberto Badke, afirma que o que marcou ele nesses 10 anos foi o convívio e a integração de alunos e professores dentro do laboratório. “Só sou professor no momento em que tenho alunos, vejo o trabalho de nós professores espelhados nos alunos. A maior satisfação é ver que estamos colocando excelentes profissionais no mercado”, finaliza o professor.
Cineclube UNIFRA O Cineclube UNIFRA foi criado em 2003, pela professora de Publicidade e Propaganda Daniela Pedroso. A partir de 2005, o professor de Jornalismo, Carlos Alberto Badke assumiu a organização. Os ciclos, como são chamadas as temáticas dos filmes e documentários reproduzidos, são escolhidos de acordo com um tema específico. O cineclube conta com a colaboração do alunos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Uma das premissas do cineclube é priorizar pela exibição de filmes que estão fora do eixo comercial. Muitos deles são clássicos do cinema e de difícil acesso nos dias de hoje. Além de a iniciativa ser aberta ao público e gratuita. As exibições acontecem todos os sábados, às 15h, no Salão de Acústico do Conjunto III da UNIFRA (Silva Jardim, 1175).
No início o Laboratório de Fotografia era o Núcleo de Fotografia e Memória. Não possuía estúdio, pois era alugado e a revelação e ampliação ocorriam em um anexo, no pátio da UNIFRA. Já o equipamento ficava guardado no prédio 13. O núcleo até então era concretizado apenas com pessoas. Nesses 10 anos houve uma evolução de equipamentos. O objetivo é a necessidade de registrar tudo, a essência á prática dos alunos antes de entrarem no mercado. A responsável é a professora Laura Fabricio, que comanda o núcleo desde o surgimento. “Me sinto muito privilegiada e realizada por fazer parte do curso de comunicação da UNIFRA. É gratificante ver que o laboratório hoje em dia atende a toda instituição”.
TV UNIFRA
DANIELA RESKE
A TV entrou no ar no dia 19 de maio de 2008, no canal 15 da NET. A programação visa não atender só a instituição, mas a produção de programas que abordassem a cultura e valorizassem os cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo, hoje tem um programa do curso de Direito. A TV procura atender essa demanda, não só cultural e da instituição, mas o dia a dia da cidade. A produção dos programas é feita por alunos voluntários, monitores, professores que coordenam e dois jornalistas egressos da instituição. O canal vai ao ar todos os dias, uma hora por dia. Segundo a professora responsável, Kitta Tonetto, “O mais importante é a construção em equipe. O trabalho diário da TV é muito bom, embora a TV não seja factual, mas cada mudança que tem é uma história.”
Silvana Righi
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Pequena Miss Cineclube
MOSAICO POR FRANCESCO FERRARI
Dez. Toda vez que vejo esse número, a primeira coisa que me vem à cabeça é o filme homônimo do Kiarostami, um documentário incrível e que sempre me dá um aperto no peito quando assisto. Aliás, eu assisti a este filme pela primeira vez no Cineclube Unifra. Isso de enxergar filmes, diretores e cenas nos pequenos detalhes da vida foi uma doença que eu peguei no Cineclube. Ah, e não pretendo me curar, antes que alguém pergunte. Em 2005, eu tinha 18 anos, muito que aprender e uma matrícula no curso de Jornalismo da Unifra. Antes de qualquer coisa, de qualquer aula, de gastar neurônios para saber se eu ia fazer TV ou virar editora, eu peguei meus cadernos e fui para a primeira reunião do Cineclube. Além dos cadernos, eu levei uma boa dose de ansiedade. Era uma chance única para a cinéfila capenga que eu era naquela época. Explico: cresci numa cidade minúscula e num tempo onde baixar era ir para baixo e não encher o computador de imagens e sons. Dentro de casa, eu tinha um avô apaixonado por cinema e Luiz Gonzaga. Ele é pernambucano e tá louco para que estreie logo a cinebiografia do rei do baião por estas bandas. Minha infância teve muitos nomes, um bocado de palavras complicadas que meu
avô falava sem parar com seu sotaque inconfundível e inglês improvisado. Sean Connery, Gary Cooper, Joel McCrea, John Wayne, Tyrone Power... uma penca de gente boa, como ele diria. Na minha curiosidade de criança, queria saber quem eles eram. Um que outro filme na televisão me apresentava. E a conta na locadora só aumentava, fazendo a minha mesada sumir em poucos dias. Mesmo assim, havia muitos filmes que eu conhecia mas nunca tinha assistido. Eram como sonhos, aos pedaços. Um trecho aqui, outro ali, um VHS surrado acolá. Um longa jornada para assistir clássicos que “na cidade grande” eram encontrados em qualquer esquina. Pelo menos era assim que eu pensava que era. Mas isso é passado, e eu tinha um futuro me esperando. Dava os primeiros passos para ser jornalista. E estava no Cineclube, o que era tão importante quanto. No Cineclube eu aprendi muito, fiz amigos, chorei, gargalhei. E arrastei muita gente comigo, começando pelos meus pais. Talvez pela correria e por morarem quase no fim do mundo (Faxinal do Soturno é virando a curva disso, não recomendo conhecer e não tenho vergonha de dizer isso) eles deixaram de frequentar cinemas. Mas com a desculpa de que o Cineclube era uma ati-
vidade obrigatória (para mim, sempre foi uma obrigação deliciosa) eu fazia eles me acompanharem. E rirem, chorarem, pensarem. Cinema é um santo remédio que salvou a minha vida e muitas outras por aí.
No Cineclube eu aprendi muito, fiz amigos, chorei, gargalhei E durante quatro divertidos, complicados, cansativos e recompensadores anos eu tive orgulho em ser integrante do Cineclube Unifra. Foram quatro anos ao lado do Vinícius (meu companheiro dos filmes de guerra), da Hedy (que junto comigo se dedicou a estudar o mestre Akira Kurosawa e faz cartazes de uma lindeza única), do Rafa ( que também cria cartazes lindos e que dividiu algumas canções da Norah Jones comigo entre um filme e outro), da Joyce (animada sempre!), da Márcia (que saiu do Alegrete pra enfeitar o mundo) e mais outros tantos. E ainda tinham
outros amiguinhos na parada: Antonioni, Fellini, Panahi, Spielberg, Truffaut, Glauber, Mojica, Chaplin, Hitchtcock, uns queridos! Ao lado deles eu escrevi releases, comentei filmes (sempre tremendo, diga-se de passagem) e discuti essa arte que pra mim não é apenas a sétima. É a mais importante da minha vida. Mas nem tudo são flores. DVDs riscados e aparelhos que pifam também cruzaram o nosso caminho. Mas para tudo há solução, menos para a morte. Falo em morte e lembro de O sétimo selo, do Bergman, o filme que me fez perder o medo da dita cuja. Bergman me ensinou outras coisas, mas me restam poucas linhas. O Cineclube Unifra completa 10 anos em 2012. Eu deixei a Unifra em 2009, com um diploma na mão e uma dorzinha chata por saber que minhas semanas não seria mais infestadas de releases e sinopses. Davam trabalho, mas eram uma paixão. Talvez essa dorzinha tenha transparecido no meu rosto, pois Carlos Alberto Badke, o Bebeto, o Bebs, o mestre (ele atende por qualquer um desses nomes) continuou enchendo a minha caixa de e-mails com convites para comentar filmes e escrever textos para o Cineclube. Disse sim para todos. E vou dizer sempre. Porque eu posso até ter saído do Cineclube,
mas ele não vai sair da minha história nunca. Está atrelado a minha paixão pelo cinema. Costumo dizer que nasci com o bicho da cinefilia no sangue, mas que me tornei cinéfila de verdade no Cineclube. Sei que é uma brincadeira, mas não consigo segurar o sorriso toda vez que sou chamada de Pequena Miss Cineclube. Tem a ver com aquele filme ótimo, Pequena Miss Sunshine, que eu adoro. E já passou no Cineclube. E fui eu que comentei. Blá, blá, blá. Para os outros não significa muito, mas para mim, é um título e tanto. Sempre abominei concursos de beleza, mas ser a Pequena Miss Cineclube é uma honra. Por mim, podia ter faixa e coroa que eu topava, mesmo com a timidez incurável. Acho que se o Cineclube fosse uma pessoa, eu ia dar uma abraço longo por esses 10 anos. Bem apertado, daqueles abraços que significam muito obrigada. Abraços significativos, nunca partidos, como os do Almodóvar. Agradecer é um prazer, e o Cineclube merece. Durante quatros anos ele foi a minha rotina. E até o fim (que ele nunca chegue, por favor), vai ser a minha paixão. Que o cinema esteja com vocês. Sempre. Bianca França Zasso
26ª IMPRESSÃO Jornal Experimental do Curso de Jornalismo - UNIFRA
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Bate-papo descontraído marca encontro com os egressos Em comemoração ao Ano 10 dos cursos de Comunicação da Unifra, o curso de Jornalismo realizou durante 2012, o Encontro com os Egressos. O evento reuniu ex-alunos para um bate-papo descontraído sobre suas experiências profissionais. As edições foram distribuídas em temáticas relacionadas às áreas de atuação do jornalismo, proporcionando uma visão do mercado de trabalho para os acadêmicos da graduação. A coordenadora do curso, Sione Gomes, destacou que a atividade possibilita o retorno dos alunos à Unifra. “Eles nos brindam com as visitas e principalmente é um momento de compartilhar informações que eles trazem de suas experiências profissionais ou acadêmicas” comenta Sione.
4º Encontro: Experiências na Pós-Graduação
A última edição que ocorreu no dia 10 de setembro, abordou como pauta as experiências em pós-graduação. Os ex-alunos discorreram sobre as vivências em outro país, os temas de pesquisa e os desafios enfrentados em suas trajetórias. Participaram as jornalistas, Alice Balbé, Bárbara Henriques e Bárbara Weise, que frequentaram o Mestrado em Informação e Jornalismo na Universidade do Minho, na cidade de Braga, em Portugal. A mesa teve mediação de Neli Mombelli é Mestre em Comunicação Midiática na UFSM e contou também com a participação de Marcelo Barcelos, que cursou o Mestrado em Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina.
Caroline Cechin, egressa e assessora de comunicação da Unifra
3º Encontro:
2º Encontro:
1º Encontro:
Na terceira edição, no dia 22 de maio, participaram do encontro os ex-alunos Carlos Felipe Spall, da Assessoria de Comunicação da Unifra, Carina Bohnert, da Assessora de Imprensa da Fames, Camila Klein Severo, Assessora de Comunicação do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria, Maria Luiza Guerra, da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Santa Maria e Nicole Tirloni, Assessora da Associação Italiana de Santa Maria.
A segunda edição que aconteceu no dia 23 de abril, trouxe para debate o tema radiojornalismo. Participam os ex-alunos Andressa Scherer, da Rádio Municipal Sãopedrense, Gilson Pinto Alves, da Rádio Imembuí, Lilian Abelin da Rádio Gaúcha, e Stéphane Powaczuk da Rádio Comunitária Nova Palma.
Participaram da primeira edição, no dia 16 de março, os jornalistas Tiago Guedes, do SBT/ Manaus, Guilherme Zanini, da Pampa/SM, Luis Eduardo Silva, RBS TV/SM, e Quintana Jr, da TV UNIFRA. Na oportunidade os presentes puderem conferir as experiências no campo televisivo em diferentes cidades.
Experiências em Assessoria de Imprensa
Experiências em Radiojornalismo
Experiências em Telejornalismo
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