Jornal ABRA - 11ª edição

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11ª Impressão Santa Maria, dezembro de 2007

Jornal Experimental do Curso de Comunicação Social - Jornalismo - UNIFRA

Inter-SM rumo à série C do Campeonato Brasileiro Rodrigo Simões

Riograndense reforma o estádio e planeja 2008 de bons resultados

Depois de amargar a série B por sete anos, o colorado trabalha duro para fazer bonito na elite do futebol gaúcho, com a conquista deste ano. Sob a orientação do experiente técnico Paulo Porto, a direção acerta novos reforços para a estréia com o Internacional, de Porto Alegre, no dia 20 de janeiro, no Estádio Presidente Vargas. Série C do Brasileirão também é uma das metas para 2008.

Lauro Alves

São Paulo tem torcedores no coração do Rio Grande

Páginas 8 e 9

XI Sepe compartilha a produção científica

Douglas Menezes

Número de pessoas apaixonadas pelo montanhismo na cidade e na região está aumentando. Página 5

Em três dias, professores e alunos das várias áreas de conhecimento do Centro Universitário Franciscano trocaram experiências em sessões de comunicação oral e pôsteres. Páginas 14 e 15

Parceria com a natureza ajuda na escalada


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esportes

Editorial

Fotos Rodrigo Simões

Incentivar o esporte é lucro certo

Quando escolhido o tema “esporte santa-mariense” para retratar nesta edição do Jornal Abra, não houve consenso. Em primeira vista, a variedade de modalidades parecia ficar restrita ao futebol, ou ainda, ao Inter-SM, por causa da sua volta à elite. A partir das escolhas de pauta e das pesquisas, notou-se que o potencial esportivo santa-mariense abrangia todas as idades, todas as classes e todas as raças. Porém, nada se faz sem aporte financeiro. Quem pratica, o faz pelo amor ao esporte mas certo de que não terá o apoio necessário para fugir do amadorismo. O esporte não é encarado como cultura, e sim como lazer. Com esse pensamento, a busca de patrocínios fica limitada à modalidade mais popular, o futebol. Deve-se entender as empresas, que buscam seu ganho de imagem a partir da divulgação do esporte no qual investe. Mas, como inserção social, o esporte traz mais lucros do que prejuízos. As comunidades carentes, que ganham em diversão; os idosos, que buscam a melhora na qualidade de vida a partir dos exercícios físicos; os universitários, que encontram no esporte a fuga da rotina de estudos. Todos tendem a lucrar. As empresas também, por associarem seu material a modalidades que venham a se tornar potências nacionais, como já é o caso da canoagem de Santa Maria. Modalidades alternativas ou esportes de risco também estão em pauta, aproveitando a peculiaridade geográfica do município. Esse relevo propicia qualquer dessas práticas “nada perigosas”, diriam os esportistas. Como visto, a temática não se resume à dupla Rio-Nal, com história gloriosa no futebol do Estado. Os investimentos, sim, parecem se resumir.

Expediente Jornal experimental interdisciplinar produzido sob coordenação do núcleo de Jornalismo Impresso e Online do curso de Comunicação Social – Jornalismo do Centro Universitário Franciscano (Unifra). Esta atividade é desenvolvida por estudantes de segundo semestre de Jornalismo, com participação de alunos de segundo semestre de Publicidade e Propaganda. Reitora: Irani Rupollo Diretora de Área: Célia Helena de Pelegrini Della Méa Coordenação Jornalismo: Rosana Cabral Zucolo Coordenação Publicidade e Propaganda: Luciano Mattana Professores orientadores: Daniela Pedroso, Laura Elise Fabrício, Maicon Kroth e Sione Gomes (jorn. responsável - Mtb 0743 SC) Reportagem e textos: Temática Esportes - Alice Dutra Balbé, Ana Carla Marques Leite, Ananda da Silva Delevati, Anderson Vargas Gonçalves, Andrez Dorneles Granez, Bárbara Smidt Weise, Bernardo Beltrame Bortolotto, Bruna Barcelos Viana, Camila Pereira Gonçalves, Camilla Soares Lopes, Carlos Roberto Igisch Wenceslau Junior, Caroline da Fonseca Cechin, Cassiano de Oliveira Cavalheiro, Clarissa Pippi de Medeiros, Dieice Maria Floriano Viário, Dinis Ferreira Cortes, Eduardo Covalesky Dias, Elenice França Dutra, Fabiana Santini Einloft, Fernando Ceresér, Flavia dos Santos Alli, Francine Maria Boijink, Jean Pierre Zinelli Romero, Joyce Noronha Rodrigues, Júlio Cesar Marin, Laís Prestes Bozzetto, Lauro Barbosa Alves, Letícia Sarturi Isaia, Liliane Fracari Gnoccatto, Luciana Oliveira Minuzzi, Luísa Schneiders da Silva, Luyany Beck da Silva, Maitê Alves Vallejos, Natália Müller Poll, Osvaldo Henriques Maia, Potira da Silveira Souto, Priscila Panciera Martini, Raul Pujol, Rolf Pachaly Filho, Simone Mariele Plate, Thaís Salbego Bueno, Tiane Dias Canabarro e Vanessa Barbieri Moro. Especial XI Sepe: Alessandro Mathias de Oliveira, Carine Jorgens Horstmann, Carlos Sanchotene, Carolina Moro da Silva, Igor Borges Müller, Luis Otávio Daruy, Pedro Antunes e Sacha Rochele Fotografia: Bibiane Moreira, Douglas Menezes, Isadora Spezia Melo, Maurício Barbosa, Rodrigo Simões e Vinícius Freitas (integrantes do Núcleo de Fotografia e Memória), Andrez Granez, Eduardo Dias e Lauro Alves Campanha publicitária: Luiz Olímpio Livramento, Felipe de Oliveira Rodrigues, Fabíola Pedroso, Jader Nascimento, Douglas Antunes e Matheus Glória Diagramação: Izaur Monteiro Impressão: Gráfica Gazeta do Sul Tiragem: 1000 exemplares, para distribuição gratuita e dirigida

Aplicação de variadas alternativas de fisioterapia desportiva, adequada em intensidade e frequência, têm garantido bons resultados

O papel da fisioterapia no esporte Depois da recutambém é indicada para peração do atacante pacientes que esteRonaldo, quando jam impossibilitados rompeu os ligamende realizar exercícios tos do joelho direito no solo, por causa de enquanto atuava pelo cirurgia recente, lesão Internazionale, de muscular nos tendões Milão, começou-se ou nos ligamentos. a falar de fisioteIsso é motivado pela rapia no esporte. pressão hidrostática, Com a indicação de que deixa o corpo Romário, Ronaldo mais leve. A temperaveio ao Brasil para tura da água também fazer fisioterapia, influencia, pois disua recuperação foi minui a tensão e as mais rápida e eficaz dores musculares. que a realizada Com o desenvolvina Itália, meses mento da fisioterapia antes quando Ronbrasileira, um jogaaldo havia apenas dor que demorava sofrido rupturas 18 meses para se parciais. As técnirecuperar leva, hoje, cas utilizadas pelos em torno de cinco profissionais brasileiros ganharam reconhecimento mundial. meses. Quando um jogador reinicia os treinamentos, recebe, A aplicação de variadas alternativas de fisioterapia des- então, o trabalho diferenciado do preparador físico. Conportiva têm garantido bons resultados nos últimos anos. tusões, entorses, lesões musculares, problemas nos joelhos O fisioterapeuta Rodrigo Lippold Radünz explica que o e nos tornozelos, tendinites e fraturas são alguns exemplos trabalho do fisioterapeuta junto com desportistas é diferente, dos males que mais prejudicam os atletas, principalmente tanto na assistência como na estrutura, por causa da maior no futebol. intensidade e freqüência das sessões, que podem chegar até A fisioterapia não trabalha apenas para recuperar atlea três vezes no mesmo dia. A diferença também está na avali- tas, mas ajuda também na prevenção das lesões. Segundo ação precoce, pois os jogadores profissionais são avaliados Radünz, o desempenho do atleta pode ser mantido no antes da prática das atividades e no imediatismo da reavalia- nível máximo, por mais tempo, se tiver acompanhamento ção, caso haja alguma lesão, o machucado é encaminhado ao profissional. Um atleta tem sua recuperação facilitada, se tratamento. submetido ao tratamento Apesar de possuírem preventivo, independente do poucos recursos, fisioteraesporte, pelo prévio condicipeutas criaram protocolos onamento e fortalecimento alternativos e eficientes. As das estruturas mais afetadas. terapias usadas nos tratamenOs fisioterapeutas trabalham tos são variadas. Entre elas se em equipe com médicos nos destacam a termoterapia, que clubes de futebol. A ação conutiliza calor e/ou gelo, a musjunta garante diminuição de culação e a hidroterapia, que afastamentos de jogadores por são exercícios na água. Os causa de lesões. O rendimento benefícios da hidroterapia, por da equipe melhora porque tem exemplo, são os mais amplos mais jogadores disponíveis e por que, na água, os movimelhor preparados. mentos se tornam mais suaves Alice Balbé e menos dolorosos. A técnica Profissionais ganham reconhecimento pelas técnicas adotadas e Fabiana Einloft


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Adrenalina no ar

O vôo livre é um esporte radical que ganha cada vez mais adeptos no centro do Estado. É cada vez mais comum parapentes e asas deltas sobrevoarem o céu da região. Em Santa Maria, no morro da Caturrita, mais conhecido como Morro das Antenas, encontra-se a única rampa de decolagem da cidade. No local, a principal modalidade praticada pelos adeptos é o Paraglider, que no Brasil é chamado de Parapente. A modalidade está em ascensão na região pelas boas condições geográficas e o baixo custo da prática do esporte. De acordo com o piloto Miguel Antonio Pelizan, 37 anos, professor de Design da Unifra, a rampa de Santa Maria não é indicada para iniciantes, pois tem capacidade para apenas um praticante. O Clube Centro Sul de Vôo Livre, do qual o piloto é presidente, pretende ampliá-la e torná-

la mais segura. “Esse esporte depende das condições climáticas, principalmente do vento frontal à rampa que deve ter velocidade entre 5 e 15 km/ hora”, explica. Em Santa Maria, o esporte não é tão praticado quanto nas cidades vizinhas. Em Agudo, aconteceram três etapas do Campeonato Gaúcho. As duas mais recentes foram em 2004 e 2007. A Rampa Sul, localizada no Morro Linha Branca, em Agudo, é a de maior atividade na região Centro do Estado e recebe, em média, quatro voadores por dia, chegando a 12 nos finais de semana. Em 10 de novembro de 2006 o piloto Itacir Piccinin, 37 anos, mais conhecido como Pitty, bateu o recorde anual de distância livre, percorrendo 142 quilômetros, de Agudo a Santa Bárbara, sem pousar. Natália Müller Poll e Rolf Pachaly Filho

FORMAÇÃO DE PILOTOS • Para a prática do esporte, é necessário o curso de piloto de Paraglider. Em Santa Maria, o curso é realizado no Jockey Clube, com aulas teóricas e práticas. Em média, são de três a cinco meses de curso e os custos ficam entre R$ 1 mil ou R$ 1,3 mil, afirma o instrutor José Witter. Para maiores informações: (55) 3213-5586, (55) 9932-4690 ou pelo e-mail castijavoador@yahoo.com.br

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esportes

Fotos Arquivo Pessoal

É cada vez mais comum ver parapentes nos céus da região. Esporte depende de boas condições climaticas


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Douglas Menezes

esportes

Handebol tenta retomar o caminho do sucesso

A guerra vai começar de pescoço, colete, arma e bolinhas de tinta são os equipamentos para a brincadeira começar. O esporte pode ser praticado em locais fechados, como escolas abandonadas e ginásios. Ou abertos, como é praticado em Santa Maria. A maioria dos competidores é do sexo masculino, mas já há uma grande procura do público feminino. Existe possibilidade de jogos mistos, tanto de idade quanto de sexo. Carpes, um dos sócios do La Guerrilla Paintball, garante que podem jogar, ao mesmo tempo, crianças, homens e mulheres. “O Paintball é um esporte totalmente diferenciado dos demais, podendo ser praticado a qualquer hora do dia, em qualquer local. E ainda você é o protagonista da situação”, explica. O Paintball alivia a tensão, estimula o espírito em equipe, melhora o condicionamento físico e aumenta a concentração. Uma partida do esporte equivale a uma hora e 30 minutos de um jogo de futebol. Para o estudante de Educação Física, Frederico Ramos, 22 anos, é um jogo de estratégia, que simula uma guerra, seguro, se jogado da maneira correta, divertido e estimulante. “Ficamos ansiosos, pois não sabemos de onde poderão vir os tiros”, salienta. Thaís Salbego Bueno

Fotos Rodrigo Simões

onde • Local: Rua Ângelo Bolson, em frente ao Maxxi Atacado. • Horários: De segunda à sexta-feira, das 17h às 22h, ou sábados, domingos e feriados, das 9h20min até às 22h. • Valores: R$ 20,00 para cada participante, com direito a 80 bolinhas, mais todo equipamento necessário. • Recargas Extras: R$ 5,00; 30 bolinhas, R$ 10,00; 60 bolinhas, R$ 15,00; 100 bolinhas. • Reservas: Pelo telefone (55) 84021512, Rafael ou (55) 84154698, com Rodrigo. • Endereço eletrônico: www.laguerillapaintball.com • No Orkut: La Guerilla Paintball

Douglas Menezes

Uma arena. Obstáculos, armas e clima de guerra. Há um ano e dois meses, o Paintball ganha admiradores em Santa Maria. Depois de conhecer o esporte em Três Coroas (RS), o estudante de Educação Física, Rafael Carpes, 23 anos, trouxe a idéia para a cidade e inaugurou o La Guerrilla Paintball. O local serve para a prática de uma guerra simulada, onde duas equipes se confrontam, atirando uns nos outros com marcadores. A munição são bolinhas de tinta. A batalha deve ter no mínimo três participantes para cada lado, porém sem limites máximos de competidores. Embora existam várias formas de se jogar Paintball, a modalidade mais utilizada é a caça bandeira. Cada equipe precisa proteger a sua bandeira e capturar a do adversário. Outra estratégia usada é da bandeira central. O grupo que capturá-la primeiro, vence. O contato físico entre os participantes é completamente proibido, sendo que, caso ocorra, o competidor pode ser retirado da arena pelo juiz. Ao ser atingido, o participante deverá sair da partida e aguardar a próxima para retornar. Cada disputa dura, em média, entre seis e dez minutos. No Paintball, o uso da máscara - único item obrigatório - protetor

a origem • O Paintball surgiu nos Estados Unidos, no início dos anos 70, quando madeireiros utilizavam armas para marcar as árvores que iriam ser derrubadas. Na década de 80, o exército americano adaptou os marcadores e a técnica para seu uso em trei-

namentos especiais. Já no Brasil, surgiu nos anos 90. Hoje o jogo é praticado em muitos países, como a Argentina, Canadá, Japão, Portugal, China, México, Colômbia, Bolívia, França, Alemanha, Rússia e Austrália.

Atletas de Santa Maria são campeões em várias modalidades do esporte. No entanto, os times reclamam de não receber ajuda financeira. Apesar de ter equipes competitivas, a cidade não tem estrutura e apoio para segurar atletas e retomar o título que ostentava no fim da década de 70 e começo da década de 80, quando era considerada o pólo do handebol nacional. Nos anos de gloria do esporte, o time da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) chegou a ser campeão nacional, estadual e sul-americano. O diretor técnico da federação Gaúcha de Handebol (FGH) Iradiu Antonello, 63 anos, que participou daquelas conquistas como jogador, conta que a Federação trabalha para fazer o esporte crescer de novo, mas falta local e apoio das instituições para a realização dos jogos. “Santa Maria ainda produz muitos jogadores, mas os atletas vão embora para poder receber e ter mais chances de se tornarem profissionais”, diz o dirigente. Os jogadores que se sobressaem vão jogar em Santa Catarina ou Paraná. Um desses atletas é o armador central da Ulbra, Cristian Pires Marranquiel, 25 anos, que foi para Joaçaba, Santa Catarina, em 2006. Cristian revelou que o nível lá é bem maior. A prefeitura, junto com a iniciativa privada, chegou a oferecer R$ 3 mil ao clube. Os atletas recebiam ajuda de custo para jogar, alémm do transporte e da alimentação. “Apesar de tudo não se pode reclamar da falta de competições. O que falta é o apoio da comunidade”, opinou o atleta. Várias competições são realizadas na cidade, entre elas a Copa Mercosul de Handebol, que vai para a sua 13º edição em maio de 2008. Equipes em nível nacional e internacional jogam na cidade, mas a media de público é considerada baixa. Um exemplo da falta de apoio é a equipe da Ulbra, que mesmo levando o nome de Santa Maria, preferiu jogar a fase final do Gaúchão 2007 em São Pedro do Sul. O técnico da equipe, Jorge Fernandes, diz que a chance de se lotar um estádio na cidade é 99,9% maior. Fernandes treina também o time da escola Margarida Lopes. Ele destaca que, em nível escolar, Santa Maria também apresenta bons resultados. Como exemplo, os títulos dos Jogos Intermunicipais do Rio Grande do Sul (Jirgs) conquistados pelo próprio Fernandes no comando da Escola Margarida Lopes em 2004 e 2005. “As pessoas que organizam não estão preocupadas com quem trabalha, só se preocupam em mostrar nas TV’s e jornais os jovens e crianças jogando”, desabafou o treinador. Osvaldo Henriques Maia Carlos Wenceslau Junior Luyany Beck da Silva


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esportes Fotos Douglas Menezes

Montanhismo: esporte sem risco Lauro Alves

categorias

Iniciantes podem praticar o esporte com a ajuda de intrutores e com equipamentos de segurança

Quem não se impressionou ou ficou com as mãos suadas ao ver Tom Cruise escalando o Grand Canion em Missão Impossível 2? Esta mesma sensação pode ser alcançada em Santa Maria por meio do montanhismo. Na cidade existem dois grupos de escalada e o número de adeptos do esporte aumenta a cada dia. Embora as montanhas pareçam cobertas de árvores, existem lugares que, além de proporcionarem uma boa área para a prática do esporte, também possuem belas trilhas e cachoeiras. Quem pratica escalada tem total contato com a natureza e desfruta de tudo que ela tem a oferecer, já que o esporte consiste em atravessar montanhas com ou sem o uso de equipamentos, variando de acordo com a modalidade e o nível do atleta. Os Bandeirantes da Serra e os Leões da Montanha são os grupos que desenvolvem o esporte em Santa Maria. Radames Xavier é um dos integrantes do Leões da Montanha. Ele conta que o montanhismo praticado em Santa Maria é alternativo. Para aproveitar a prática adquirida nas escaldas, alguns integrantes fazem a instalação de antenas de pára-raios, iluminação de igrejas na região da quarta colônia e limpeza de lugares altos. Para o Natal deste ano vão lançar uma novidade: o Papai Noel que descerá de edifícios com rapel. Para Guilherme Fonseca, integrante do Grupo Bandeirantes da Serra, o montanhismo inspira as pessoas a saírem do cotidiano, da confusão da cidade e até mesmo dos esportes convencionais. “Convido a sentir a sensação das nuvens aos seus pés”, salienta. Andrez Dorneles Granez e Lauro Alves

• Escalada esportiva: consiste em escaladas consideradas pequenas, de até 20 metros de altura. Esta modalidade é praticada em academias. Ela visa competições e alguns atletas treinam em locais fechados (indoor) para buscar condicionameto físico e aprimorar técnicas que, depois, são desenvolvidas em rochas. • Escalada técnica: é praticada em paredes de rocha, no qual é necessário o uso de equipamentos de segurança e de técnicas mais avançadas. Isso porque o escalador está mais longe do chão, tendo de carregar material e suprimentos, o que exige mais experiência. • Big Wall: enfrentar mil metros de granito e quatro dias na parede. Este é o big wall (parede grande). Nessa modalidade, tudo é içado através de polias. É necessário uma variedade grande de equipamentos e suprimentos. Nesta modalidade, os atletas passam dias e noites na escalada, ou melhor, na parede. Para dormir, quando não há uma plataforma natural, os praticantes usam um porta ledge, uma espécie de maca que fica perpendicular à parede e possui o sobreteto como o de uma barraca. • Alta montanha: praticado nos grandes picos com base nos 4 mil metros de altura, geralmente na neve. É uma escalada mais inclinada, onde o praticante precisa de um bom preparo físico, pois, à medida que ganha altura, ele tem menos oxigênio. Também requer muita experiência em acampamentos e caminhadas para achar um bom lugar para descanso. • Trekking: deu origem ao montanhismo, pois todas as pessoas começam com a caminhada. O trekking pode ser praticado por qualquer pessoa, basta haver uma trilha em meio à natureza. • Canyoning: descida de cachoeiras por meio de cordas, utilizando os mesmos equipamentos de escalada. Porém é necessária muita experiência do praticante, que fica debaixo de um turbilhão de água que pode sufocar. Mas a adrenalina desta modalidade é muito recompensadora. • Rapel: derivado do montanhismo, era uma técnica utilizada para descida de paredes após a escalada, mas algumas pessoas preferiram só descer as paredes, dando origem ao rapel. Lauro Alves

O uso de equipamentos adequados reduz o impacto dos golpes

Conforto e proteção para os desportistas

Os esportes são os mais variados. Há os a prática do taekwondo é obrigatório o uso que possuem técnicas milenares e os que são de capacete, coquilha (protetor genital masrecentes. Mas para todos existem equipa- culino), peitoral (protetor feminino), colete, mentos que auxiliam na execução bucal e a viseira. “O uso deve-se e proteção do exercício. A tecnoao fato dos alunos, atenção espelogia revoluciona a fabricação de cial para crianças e iniciantes, não produtos para que estes, cada vez terem autocontrole. Eles estão mais, atendam as necessidades do aqui para aprender isso”, comenta atleta. Navarro. Numa sala de aula de uma acaDepois de já dominar a técnica demia, pode-se encontrar a placa: da luta, ainda é preciso continuar “Para Sparring é obrigatório uso usando as proteções. Não há uma de protetores”. Sparring é o termo idade ou nível para deixar de usáusado para combate corporal. O Navarro: cuidados las. Mesmo não havendo fiscais instrutor de Taekwondo, André são fundamentais para vistoriar as academias, os Parcianello Navarro, 32 anos, explica que no instrutores não arriscam. A segurança de caso desta arte marcial, os equipamentos são seus alunos está no equipamento. A única para garantir a proteção dos dois lutadores. situação em que é desnecessário o uso de Os aparelhos são feitos de espuma protetores são as demonstrações. “Mas injetada, que reduz o impacto do golpe no nelas não é permitido contato físico”, resmomento de contato com o adversário. Para salta o instrutor.

Como é o comércio • São consideradas caras as raquetes de tênis. • Uma raquete não profissional, em média, custa R$ 300,00. As profissionais podem ser encontradas por R$ 700,00. • Vale lembrar que o tenista usa de duas a três raquetes por partida. • Também há os de baixo custo, como a bolinha de pingue-pongue, encontrada, em média, por R$ 0,75 nas lojas da cidade. •As bolsas vão de R$ 50,00 até R$ 200,00.

A escalada • Consiste em usar as mãos e pés para progredir em uma parede de rocha íngreme ou vertical, até o seu topo. Isso requer uma carga de coragem que é recompensada com doses de adrenalina.

Capacete, bucal e viseira são acessórios obrigatórios

Evolução dos modelos A tecnologia tem garantido melhorias em resultados e na proteção dos praticantes de diferentes modalidades esportivas. Um exemplo de evolução no uso de materiais é a touca de natação. Feita de silicone para causar menos atrito com a água, ganhará também, uma camada externa de tecido para dar mais conforto. Já o modelo de óculos de natação que faz sucesso é o que possibilita enxergar quem está atrás do nadador. Quem explica é a vendedora Paola Silveira Camillo, 28 anos. “Olhando nas laterais ele consegue ter esta visão e noção de espaço. Funciona como um retrovisor”. Outro acessório que também está sempre em busca de comodidade para os clientes são os pares de tênis. “Campeões de venda! A cada coleção aparecem muito melhorados e modernos”, declara o vendedor esportivo, Émerson Curcino Soares, 22 anos. Joyce Noronha Rodrigues


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esportes

Como fazer da prática do esporte uma rotina

A busca pelo corpo perfeito tornase uma preocupação com a chegada do verão. Nesta época do ano as academias e parques ficam lotados. Na maioria dos casos, a intenção é perder muito peso em pouco tempo. Para quem não têm o hábito de se exercitar, a prática de qualquer exercício físico sem orientação pode se tornar um risco para a saúde. O imediatismo, a obrigação de fazer exercícios e a meta de perder peso de um dia para o outro é que afasta as pessoas do esporte logo no princípio, comenta a atendente Daiane Paes Figueiredo, 27 anos, que freqüenta uma academia há um ano e sete meses. Ela conta que no inicio era difícil ir se exercitar todos os dias da semana e, hoje, o complicado é quando deixa de ir à academia, mesmo que por um dia. “O bom relacionamento com os freqüentadores e o fato de sentir-se à vontade com o tipo de esporte escolhido é fundamental para que as pessoas se sintam motivadas a ter uma assiduidade”, afirma Daiane. Muitos dos que praticam esporte sem orientação sabem dos riscos que correm, como por exemplo, a estudante Anna Carolina Brenner, de 19 anos. Há um mês ela decidiu se matricular em uma aula de ginástica. Sem acompanhamento profissional, ela reconhece que a prática esporádica de esportes não contribui para a saúde, e que seria mais eficaz se o fizesse o ano todo. “Muitas vezes, ao invés de melhorar, causa danos”, diz Anna Carolina, que pretende dar continuidade às suas atividades físicas. Cassiano de Oliveira Cavalheiro

dicas Para não correr riscos e iniciar corretamente a prática de algum esporte, Vilmara Flores Bressan, 28 anos - Bacharel em Educação Física, ensina quais são os procedimentos que devem ser tomados antes, durante e depois de começar os exercícios. Antes de começar • Se antes a pessoa levava uma vida sedentária, se está acima do peso ou não, o ideal é procurar orientação médica para fazer exames e verificar se há algum problema de saúde e atividade não recomendada. • Se o objetivo é perder peso, é importante também a consulta com um nutricionista, que passará uma dieta balanceada para que a pessoa perca peso com saúde. Ao começar • Procurar uma academia com profissionais qualificados e que sejam registrados no Conselho Regional de Educação Física (CREF). • Conversar com o professor a respeito de algum problema de saúde ou lesão, assim como o objetivo da prática do exercício, para que ele possa orientar o treinamento mais adequado. Durante os treinos • Usar sempre roupas leves e confortáveis para facilitar a execução dos exercícios. • Usar um tênis de boa qualidade, de preferência com

Bom relacionamento com grupo de freqüentadores é fator de motivação

amortecedores para evitar lesões nos joelhos e tornozelos. • Fazer refeições leves e pelo menos com duas horas de antecedência do treino, evitando assim algum mal-estar. • Tomar muita água. • Seguir estritamente as orientações do professor, que sabe o que é melhor para quem está começando alguma atividade física. Antes e depois do treino • Realizar um alongamento para evitar lesões musculares. Antes de iniciar os exercícios, é importante também realizar um aquecimento geral, preparando o corpo para a atividade a ser realizada. • O mais importante, afirma Vilmara, é fazer alguma atividade que, acima de tudo, seja prazerosa. “Ideal seria que todos fizessem alguma atividade física regularmente, evitando assim essa correria pela boa forma no início do verão, o que muitas vezes acaba gerando problemas pelo excesso de atividade sem orientação correta de profissionais qualificados”.

A orientação de um profissional ajuda na busca por melhores resultados

Spinning: um exercício de grande perda calórica Considerado uma das modalidades aeróbicas que garantem maior perda calórica nas academias, o Spinning é cada vez mais procurado por quem quer perder peso em pouco tempo. A atividade, realizada sobre uma bicicleta ergométrica, pode representar a perda de 800 calorias durante uma só aula. Até pouco tempo era comum ouvir falar de academias que tinham a tradicional bicicleta ergométrica para uso individual e que muitas vezes eram rejeitadas pelos alunos, pelo fato de ser um esporte cansativo. Mas ao ritmo de música mais acelerada, a prática ganhou mais dinamismo. O Spinning surgiu em 1995 e foi criado

Fotos Rodrigo Simões

e idealizado por Jonathan Goldberg. É uma modalidade aeróbica onde várias bicicletas são especialmente adaptadas, trazendo o ciclismo praticado nas ruas para dentro das academias, onde podem ser simulados vários tipos de movimentos como o de escaladas, descidas e corridas. As aulas têm duração de 40 a 60 minutos. O trabalho realizado pelo professor varia conforme sua criatividade. Segundo a professora de Educação Física, Martha Prado, para obter um bom resultado nas aulas, o aluno deve praticar o Spinning de duas a três vezes por semana. “A perda calórica varia conforme a pessoa, mas será sempre superior a qualquer outra atividade

aeróbica”, ressalta a profissional. O resultado positivo na balança não é a única vantagem dessa atividade física, que também ajuda os alunos a desenvolverem a musculatura a fim de obterem pernas e glúteos mais torneados. Em média, quem pedala nas bicicletas esta puxando mais ou menos 30 quilos. O peso é ajustado conforme a orientação dos professores e do preparo físico dos alunos. Antes de iniciar a atividade física, é realizada uma avaliação, onde os alunos que apresentarem problemas cardíacos ou hipertensão são orientados a evitar a prática, explica a professora. Clarissa Pippi de Medeiros

Elisângela: dieta balanceada favorece bom desempenho nas atividades físicas

Educação alimentar esportiva Uma alimentação equilibrada é a base para o bom rendimento de qualquer atleta. Para isso, uma dieta balanceada deverá ser adotada a partir da orientação de um profissional. Água e sucos naturais são considerados imprescindíveis para melhorar o funcionamento do metabolismo e ajudar o atleta nas atividades que desenvolver. Para a nutricionista Elisângela Colpo, juntamente com o consumo de líquidos, a alimentação rica em carboidratos, como massas, pães, cereais e frutas é capaz de proporcionar melhor rendimento físico. Os radicais livres, que são substâncias produzidas em excesso pelo organismo, podem causar doenças como o câncer. Para combater os radicais livres, a recomendação dos especialistas é o consumo de frutas antioxidantes como a laranja, o kiwi, morango, abacaxi e também oleaginosas como o amendoim, nozes e a castanha. A estudante de Educação Física, Priscila da Silva, 25 anos, acredita que segue uma dieta alimentar correta. Por causa da falta de peso e massa muscular, procurou um endocrinologista que receitou uma alimentação balanceada. A receita indicou cinco refeições diárias, com frutas e porções dosadas, sucos e água à vontade. Mas a alimentação regrada não é suficiente. Junto com a dieta, ela também faz exercícios físicos regulares como musculação e caminhada. O esforço da jovem rendeu bons resultados. Em apenas um mês, Priscila aumentou sua massa muscular consideravelmente. Sua resistência e respiração também tiveram melhorias. Bárbara Smidt Weise

nutrientes Vitaminas que neutralizam os radicais livres produzidos em excesso pelo organismo • Vitamina C: laranja, kiwi, morango, abacaxi. • Vitamina E: nozes, castanha e amendoim.


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esportes Douglas Meneses

O Grupo Mexe Coração reúne 86 mulheres e quatro homens, unidos pela determinação de manter o corpo e a mente saudáveis

Prática esportiva está presente no cotidiano de várias gerações

O esporte pode fazer a diferença em qualquer idade. O ciclismo, por exemplo, é uma opção física sadia para todas as faixas etárias. Ele varia entre uma brincadeira infantil até uma escolha profissional. De pedalada em pedalada, crianças, jovens e adultos melhoram o condicionamento físico, adquirem disciplina e se divertem. Quem entra no quarto de Patrick Zielinski Mello, 12 anos, percebe sua paixão pelo ciclismo. Pendurada na parede está a primeira bicicleta do jovem. “É para ver sempre, porque foi a primeira”, justifica. A brincadeira, descoberta aos quatro anos, virou um hobby praticado nos finais de semana, na Avenida Rio Branco. O adolescente, que também faz natação, é admirador do bicicross. Ele pensa em praticar o esporte apenas como recreação, sem competições. A mãe de Patrick, Suzana Zielinski Mello, 42 anos, incentiva e respeita as escolhas do filho. “Respeitamos, desde que tenha um esporte. É importante praticar”, explica. Já Alcione Arruda, 25 anos, conheceu o bicicross em 1996. O seu amor

pela bicicleta e pelas competições o levou a ingressar no esporte. Hoje, ele é o vencedor do Campeonato Gaúcho de Bicicross 2006, na categoria 4X, e favorito ao título deste ano. De acordo com o atleta, o esporte lhe trouxe disciplina. As competições o ensinaram a respeitar os adversários e a valorizar as amizades. “Quando tem que ser amigo, deve-se ser amigo. Quando se está competindo, a amizade fica fora da pista”, relata. Enquanto puder ele permanecerá nesta atividade. Membro da equipe Santa Maria Bicicross Clube (SMBC), o ciclista lamenta o pouco incentivo oferecido aos atletas. Ele acredita que a construção de uma pista na cidade seria importante para o desenvolvimento da prática. “Uma estrutura de bicicross permitiria sediar etapas de competições”, argumenta. O santa-mariense tem a expectativa de ganhar mais títulos. No Campeonato Gaúcho de 2007, o terceiro lugar já garante o título a Arruda. Além deste, ele pretende sagrar-se campeão brasileiro da categoria 4X.

Maurício Barbosa

Corpo e mente sadios na 3ª idade

Manter o corpo e a mente saudáveis. Este é o objetivo do Grupo de Atividades Físicas Mexe Coração. Desde 1986, 90 associados com mais de 60 anos exercem uma série de atividades, duas vezes por semana. O grupo de 3ª idade reúne 86 mulheres e quatro homens. Localizado no Centro de Atividades Múltiplas (Bombril), no parque Itaimbé, o projeto visa melhorias à vida de cada integrante. O local onde são feitas as atividades é cedido pela prefeitura desde a sua fundação. São propostas ações como ginástica, dança e, uma vez por mês, uma confraternização. O grupo também faz viagens pela região, mostrando suas habilidades com a dança, como já foi mostrado no Santa Maria em Dança, no ano de 2006, quando alcançaram o 1º lugar no concurso. Segundo a presidente Terezinha Pereira de Filippi, de 71 anos, quem procura o grupo são aposentados em busca de uma alternativa para espantar o estresse e evitar a depressão. A mais nova participante do grupo tem 55 anos e a mais idosa, 97. A vice-presidente do Mexe Coração, Vilma Pereira Marques, de 71 anos, busca neste tipo de atividade a satisfação de estar fazendo o bem para o corpo, e fica feliz com as amizades conquistadas nos 18 anos em que integra a entidade. Segundo ela, “não se pode parar no tempo. Temos que continuar com as práticas físicas e não deixar o desânimo tomar conta”. Ela lembra também da importância do apoio da família para participar de grupos de terceira idade. “Estas iniciativas mostram um novo olhar para o tratamento com o idoso, que sofre preconceitos e maus tratos lá fora”, ressalta. Os exercícios físicos, a dança e os eventos de recreação têm a intenção de prevenir doenças comuns nessa faixa etária, que são causadas pelo sedentarismo e o isolamento. Artrose, osteoporose, transtorno psicodepressivo e cardiopatia são os casos mais comuns. De acordo com a professora de Educação Física, Marivana Giovelli Casalli, 28 anos, que começou no grupo como monitora, pelo Núcleo Integrado de Estudos e Apoio à 3º Idade (Niead) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), para participarem das práticas propostas, são recomendados aos participantes o uso de roupas leves e calçados com amortecedores. Segundo a professora, as resposta positivas vem do organismo dos participantes que se sentem agradáveis ao ponto de esquecer os problemas diários. “Minha maior satisfação é vê-los restabelecer as energias e retomar as práticas prazerosas”, ressaltou. Ana Carla Marques Leite e Liliane Fracari Gnoccatto Douglas Meneses

Patrick coleciona troféus ganhos com o ciclismo Maurício Barbosa

Em forma aos 93 anos As atividades físicas também fazem parte da rotina de muitos idosos. Há dois anos, o aposentado Elias Bortoluzzi, 93 anos, aderiu aos exercícios físicos. Todas as manhãs ele freqüenta a academia para pedalar na bicicleta e se alongar nas barras. Os exercícios físicos proporcionaram resultados benéficos para a saúde de Bortoluzzi. Ele se sentia debilitado. Agora mostra-se mais resistente para caminhar. “A diferença está nas pernas. Elas não ficam amarradas, nem os joelhos enferrujados”, afirma. A filha do idoso, Ádima Bortoluzzi, 70 anos, foi a principal incentivadora

do pai. Ela, que faz hidroginástica, acredita que os exercícios trazem melhorias para a saúde física e mental do patriarca. Bortoluzzi é querido pelos instrutores físicos e freqüentadores da academia. A simpatia e a disposição cativam a todos. “Tem uns rapazes que trabalham lá, que são como filhos para mim”, comenta o aposentado. Aos sedentários e aos que não acreditam nos benefícios de uma prática física, ele orienta a experimentar um atividade: “Ficar parado é pior”. Por Letícia Sarturi Isaia e Tiane Dias Canabarro

Prática de exercícios previne doenças comuns na terceira idade

Como participar

Aos 93 anos, Bortoluzzi pedala todos os dias

• Para participar do Mexe Coração é necessário um atestado médico, dados pessoais, foto e contribuir com a mensalidade de R$ 7,00, para pagamento da professora e despesas do grupo. As reuniões ocorrem nas segundas e quintas-feiras, das 13 às 17h.


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esportes Douglas Menezes

Inter-SM

Investimentos ambicionam série C

O colorado estréia na série A contra o Internacional, de Porto Alegre, no dia 20 de janeiro, em Santa Maria, na Baixada Estruturar o time, administrar o patrimônio do clube e mostrar muito futebol. As palavras do presidente do Esporte Clube Internacional, Carlos Rempel, definem os objetivos para 2008. Depois de amargar a série B por sete anos, o clube começa os trabalhos para se manter na elite, ambicionando a série C do Campeonato Brasileiro. No ano que vem, Santa Maria receberá, no estádio Presidente Vargas, o principal campeonato do Estado, a primeira divisão do Gauchão. Para Santa Maria, a volta do colorado à série A é positiva. O município tende a ganhar destaque e desenvolvimento. As empresas locais têm sua imagem divulgada, e os santa-marienses darão atenção ao esporte, assistindo a jogos de clubes respeitáveis do Estado. Porém, receber um campeonato importante resultará em mudanças no estádio e seus departamentos. Dentre as prioridades, está aprimorar as condições do campo, trocando o gramado e melhorando a drenagem e a construção da nova concentração. Um ambiente que pretende acolher 54 atletas. Definidas as obras, o colorado se volta para o futebol. O novo comandante Paulo Porto confia no potencial da equipe e acredita que vai fazer um bom trabalho junto com a comissão técnica. “Nosso grupo de trabalho analisa algumas contratações que serão concretizadas no decorrer da pré-temporada. Estrutura o clube tem, e esperamos fazer uma ótima campanha em 2008” . Segundo o presidente do Internacional, Carlos Rempel, tudo irá progredir assim que o treinador Paulo Porto e o restante da comissão técnica começar os trabalhos, seguido dos acertos de novos reforços. A equipe terá 50 dias para se entrosar, até a estréia contra o Internacional de Porto Alegre, dia 20 de janeiro. “Precisamos fazer um plantel que ambicione a série C do Brasileiro, e não um time que apenas pense em não cair”, observa. Para o próximo ano, Rempel explica que não existirão planos para associados, pois a experiência de 2007 não foi compensatória. Mas estima que o estádio Presidente Vargas receba uma média de cinco mil torcedores por jogo.

vermelho e branco Rodrigo Simões

Paulo Porto tem 56 anos e um belo currículo no futebol do interior do Estado. Foi campeão da segundona com o São José-CS, em 2002. Conquistou a Copa RS como técnico do Esportivo. Em 2007, foi eleito o melhor treinador do Gauchão. No comando do Veranópolis, eliminou o Internacional e chegou às semifinais do torneio.

Campeonato Gaúcho 2008 – Série A • O Inter-SM estréia contra o Internacional de Porto Alegre no dia 20 de janeiro. A partida acontece no estádio Presidente Vargas, em Santa Maria. Quem não conseguiu entrar no último jogo da série B, poderá usar o mesmo ingresso para acompanhar o confronto entre os colorados. CHAVE 1

CHAVE 2

Grêmio

Juventude

Ulbra

Veranópolis

Esportivo

Internacional

Caxias

Guarany-BG

Novo Hamburgo

Brasil-Pel

15 de Novembro

São José-Poa

Santa Cruz

São Luiz

Sapucaiense

Inter-SM

Fonte: Federação Gaúcha de Futebol www.fgf.com.br

Um dos principais patrocinadores do clube é a Rede Vivo. O gerente de marketing da empresa, Marco Antônio Ferigolo, 44 anos, acha que as empresas devem colaborar mais com o esporte de Santa Maria. Ele conta que a corporação patrocina o Inter-SM para que as pessoas associem a marca com o time, que é símbolo da cidade. “O contrato é anual e a renovação ainda não está acertada. Gostaríamos de continuar, porque o ganho de imagem é muito grande”, afirma. Para o presidente Rempel, a volta à primeira divisão necessita de reavaliação e reajuste de patrocínios, pois exige custos maiores. Porém, Ferigolo explica que a empresa tem capacidade limitada de investimento, e que não gostaria de um aumento. “O investimento no clube já é alto e a capacidade é restrita. Devemos segmentar o patrocínio”, observa. A torcida acredita que a recuperação do time após anos é um momento importante para que se criem mais apaixonados pelo clube. O cinegrafista Paulo Sangói, 45 anos, é um dos fundadores da torcida organizada “Comando Vermelho”. Há tempos atrás, já contou com 80 integrantes e, até hoje, mantém uma média de 30 por jogo. Ele espera que essa massa colorada cresça. Torcedor fanático do time, Sangói revela que sua expectativa para 2008 é permanecer na Série A. “O Inter-SM precisa manter a mesma estrutura que o levou de volta à elite. No entanto, é necessário contratar mais uns cinco reforços, e aí sim começar a pensar alto”, explica. Os reforços podem estar no próprio clube. A direção mantém em atividade a equipe junior, que disputa a Copa A Razão. Três jogadores já foram aproveitados pelo grupo profissional. A tendência é que no gauchão esse aproveitamento seja maior. “Revelar talentos é sempre bom. Também é uma fonte de renda para o clube. Finalmente conseguimos manter o grupo em atividade por um ano”, complementa Rempel. Anderson Gonçalves, Eduardo Dias, Lais Bozzetto

Santa Maria também é terra de são-paulino

Riograndense

Paixão pelo clube é fonte de renda Na quase centenária história do clube, fundado em 7 de maio de 1912, o periquito viveu momentos gloriosos e crises profundas. A decadência da viação férrea a partir da década de 60 levou o clube a fechar as portas duas décadas depois. A partir disso, a vontade de um grupo de dirigentes e torcedores fez o clube voltar às atividades em 1999 e, em 2003, retornou à série B do Campeonato Gaúcho. Vendo seu rival alcançar a elite do futebol do RS nessa temporada, a direção do Riograndense começa a planejar 2008. Os trabalhos de administração reiniciaram no começo de novembro. O comandante do periquito já está definido. Sandro Gaúcho tem a meta de reforçar a equipe com a limitação econômica do clube. Todos os contratos de patrocínio anuais precisam ser renovados para o início da temporada, e isso acarreta na dispensa de jogadores e comissão técnica para a reformulação do grupo. A presidenta do clube, Norma Rolim, conta que muito do dinheiro investido no clube sai do bolso dos próprios dirigentes. “Às vezes, o pessoal de casa não fica sabendo dos gastos. A gente diz que vai emprestar 200 reais, mas empresta mais”, confessa. Com o seu mandato até o fim da temporada, Norma já pensa no próximo ano. Junto à direção há um projeto de formação de categoria de base infanto-juvenil e juvenil. Hoje, o clube mantém uma equipe juvenil disputando o torneio citadino de futebol. Com a escolinha, prevista para 2008, a direção do Riograndense buscará um atendimento maior aos jo-

vens atletas, para que tenham todas as noções básicas do futebol desde seu inicio de carreira. “Não adianta nós pegarmos eles prontos. Nós queremos que eles comecem junto conosco e que adquiram amor pelo clube desde o início”, explicou a professora. No estádio dos Eucaliptos, as obras estão em estágio avançado. Muros de proteção nas arquibancadas, grades, cercas e alambrados são algumas das reformas feitas desde o fim das atividades do time. Casamatas para jornalistas e Brigada Militar e portões de emergência se encontram em fase de construção, além das pinturas e reformas das arquibancadas. O gramado, apesar da boa conservação, recebe críticas do caseiro do estádio, Jader Câmara da Costa, 55 anos. “Essa grama é feia, fraca. De longe, parece um tapete. Mesmo assim, não podemos lembrar o estado do gramado quando cheguei aqui”, compara, voltando a 1999, quando o campo era aproveitado até por motocross. “Tinha terra, pedra, tudo. Menos grama”, completa. O clube dispõe de duas piscinas. Há a intenção de criar um campo suplementar no local onde se encontram. No entanto, tanto o custo de manutenção quanto o aterramento delas está fora da realidade financeira do periquito, que mantém os treinamentos no gramado do Guarani Atlântico. Norma afirma que participar de um campeonato estadual é muito caro. Em 2007, a folha mensal da equipe era equivalente a R$ 20 mil. Parcerias e patrocínios foram muito importantes para manter as atividades da temporada

passada. Com a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o clube fechou um acordo. Os acadêmicos auxiliam na parte científica, como projetos de arquitetura, obras no estádio ou até mesmo trazendo jogadores com despesas pagas pelo centro acadêmico. O apoio das empresas locais ajudou o periquito a seguir em frente na competição no ano de 2007. “A partir deles, recebemos camas, alimentação, transporte, hospedagem e assistência médica. Mas o nosso grande apoiador foi a casa Eny”, conta a professora. A empresa forneceu todo o equipamento esportivo para o clube, entre vestuários, bolas e chuteiras. Nas tratativas de renovação, todos estes apoiadores já estão sendo contatados para se manterem junto ao clube em 2008, e a direção buscará outros patrocínios locais nos próximos meses. A torcida fica na expectativa de ver o periquito novamente na primeira divisão do campeonato gaúcho. O torcedor José Laureci Felipes dos Santos, 55 anos, chamado por “seu Zeca”, acompanha o Riograndense desde a década de 80. Servente do estádio há dois anos, acredita que a subida do coirmão à série A ajudará o clube em alguns aspectos. “Ano que vem a atenção não ficará dividida. Durante boa parte da temporada, só nós estaremos em atividade, e a comunidade irá se mobilizar para subirmos. Esse ano, o público já foi bom, mas ano que vem será melhor”, acredita. Anderson Gonçalves, Eduardo Dias e Lais Bozzetto

verde e branco Sandro Gaúcho é quem comandará o Riograndense na série B de 2008. Em seu segundo clube na carreira como treinador, tem o desafio de classificar o time santamariense para as fases finais da competição. Na temporada de 2007, o ex-jogador levou o Cachoeira à segunda fase. Como jogador, atuou três vezes no Inter-SM, rodou por sete Estados e foi artilheiro no campeonato cearense de 1997. Curiosidades sobre o periquito • O Riograndense foi vice-campeão gaúcho de 1921, perdendo o título por um ponto para o Grêmio. Este foi o primeiro título estadual do time da capital, que tinha no gol o lendário Lara. • O maior placar em clássicos Rio-Nais foi 10 a 2 para o periquito, em 1934. • Na inauguração do estádio dos Eucaliptos, a bola do jogo foi lançada ao campo de avião. • Em 1964, os torcedores lotaram 25 vagões de trem para assistirem a partida decisiva contra o Nacional, em Cruz Alta. O placar foi de 2 a 1 para o Riograndense.

Fonte: Site oficial do Riograndense www.riograndensesm.net Fotos Maurício Barbosa

Reforçar a equipe e alcançar a série A é o desafio do novo técnico do Riograndense. Para acompanhar o ritmo de mudanças, estádio passa por reformulações estruturais

Reunir amigos e torcedores para acompanhar jogos do clube de coração pela TV, comemorar os gols, os títulos e brincar com os rivais. Essa é uma rotina para torcedores colorados e gremistas em Santa Maria. Porém, um grupo resolveu unir gaúchos que contrariaram a lógica junto com adeptos vindos do centro do Brasil. Dessa forma, criouse a amizade de simpatizantes da torcida do São Paulo Futebol Clube. Essa união se propagou através de uma comunidade no Orkut: “São Paulinos em Santa Maria”. Assim, no coração do Rio Grande, se encontraram os torcedores da terceira maior torcida do BraEduardo Dias sil. O uso da internet também foi importante para os debates sobre futebol e a formação de novos amigos. Gaúchos também aderiram ao time paulista. Apesar da persistência dos parentes em Terceira maior torcida do Brasil encontra adeptos d e s e n v o l v e r no interior do RS torcedores da dupla Gre-Nal, houve quem contrariasse a idéia. É o caso do estudante Régis da Cruz, 19 anos. Ele conta que o pai é gremista, e insistiu para que o filho fosse também. “Eu sempre fui rebelde, e naquela época o São Paulo ganhava tudo. Foi a famosa era Telê. Não pensei duas vezes, e me tornei são-paulino”, afirma. A iniciativa de acolher os são-paulinos para incentivar o time foi da também gaúcha Luiza Bajotto Adaime, 16 anos. É na sala de sua casa que, em jogos importantes, de 20 a 30 torcedores se reúnem para assisti-los. “Minha família é colorada, mas o interesse pela boa fase de Kaká no clube, em 2004, fez me tornar uma são-paulina”. Em seu quarto, consegue-se enxergar SPFC por todos os cantos, além da coleção de 11 camisas da equipe, incluindo uma de 1988. O paulista Thiago Reis Ribeiro da Luz, 25 anos, conta que veio para Santa Maria para cursar a faculdade e mora há quatro anos na cidade. Ele admite que antes de vir para o Sul tinha simpatia pelo Grêmio, que perdeu quando chegou aqui. Além disso, criou uma antipatia ainda maior pelo Inter. “Assisti a final da Libertadores ao lado de um colorado. Apesar da perda, não me decepcionei. Afinal, não dependíamos desse título para termos expressão”, provoca. O também paulista Vinicius Ceregati, 20 anos, que mora há 12 na cidade, diz que a torcida tende a aumentar, até mesmo em Santa Maria. “É um time que está na elite do futebol brasileiro, que ganha muitos títulos. Isso cria torcedores por todo o país”, comenta. O grande contingente militar é outro fator que faz os são paulinos se encontrarem na cidade. A distância do estádio Morumbi, segundo Luiza, não impede a aproximação com o clube. “Tentamos organizar excursões para Caxias e Porto Alegre, mas nem sempre sai, e o jeito é ir de carro mesmo”, explica a gaúcha são paulina. Lais Prestes Bozzetto e Eduardo Covalesky Dias


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esportes Arquivo Pessoal

Socos, chutes e batom

Fotos Rodrigo Simões

Mulheres nocauteiam o estresse e buscam o corpo saudável por meio de aulas de artes marciais

Batom, bolsas de grife e brincos já fazem Training, Kung Fu, Taekwondo, entre outras, parte do mundo das artes marciais em Santa a Academia Rede Mestre, especializada em Maria. A imagem de um espaço com muitos artes marciais, possui 40% das vagas preensocos, chutes e tombos, agora é também um chidas pelo público feminino. A indicação ambiente com luvas cor-de-rosa. de uma amiga levou a professora de história A procura por um corpo saudável e bem Tanara Rodrigues, de 27 anos, a procurar a definido ultrapassa os limites da sexuali- academia. “Saio do trabalho e venho direto dade. O Jiu-Jitsu, Kung Fu, Taeknowdo e para cá. É uma coisa que me faz muito bem”, o Boxe, lutas particularmente masculiniza- afirma. das, estão atraindo mulheres que estão em Já a advogada Josele Gomes, 25 anos, busca de perda de peso e melhoria do condi- começou a praticar o esporte há um ano. cionamento físico e mental. As lutas, além Sua curiosidade e a busca por diversão de oferecer conhecimentos de autodefesa, fizeram com que procurasse o boxe traintrazem outros benefícios. ing. “As pessoas não me Aumentam a resistência imaginam lutando, por eu muscular, dão maior coorser baixinha, delicada”, denação motora, desencontou. A prática desse volvem ritmo e ajudam a esporte requer alguns cuimanter a boa forma, um dados. A instrutora Márcia dos principais fatores da Rollim salienta que é procura feminina. importante ensinar para A professora de Educaas alunas algumas técnição Física, Márcia Cervo cas para evitar possíveis Rollim, de 42 anos, afirma Mulheres visam a alto defesa lesões. “Elas tem que que é uma atividade que saber dar o soco direito, gasta muitas calorias. “Uma aula de boxe, encaixar o chute, para não se machucarem, utilizando o saco de pancadas, gasta em além de usarem os assessórios de proteção”, média mil calorias. Para o emagrecimento é afirma. muito recomendada. Também ajuda a aliviar Elas não dispensam as bolsas, brincos, o estresse do dia-a-dia”. anéis e maquiagens e também procuram Para a campeã do Pan-Americano de comprar os acessórios para a prática (luvas, Kung Fu em 2004, nos Estados Unidos, Car- roupas e faixas) em cores femininas. “São oline Silveira Moraes, 27 anos, as mulheres muito vaidosas. É bem engraçado, porque demonstram mais persistência e persever- dá para desenvolver também um aspecto ança nas aulas iniciais. “A maioria das pes- mais agressivo delas”, contou a professora soas acha que lutar é fácil, mas quando chega Márcia. na hora, muita gente desiste nos primeiros Bernardo Beltrame Bortolotto, socos”, disse. Fernando Ceresér, Luciana Oliveira Oferecendo modalidades como Boxe Minuzzi e Luisa Schneiders

O desempenho físico do homem é superior, mas na hora de lutarem com as mulheres eles são cautelosos. “Os homens dizem que não vou bater em mulher, mas as gurias batem neles”, comenta Caroline, em tom de brincadeira

A barreira do preconceito é quebrada aos poucos. Numa aula de Boxe, de 20 alunos, em média, 15 são mulheres. Segundo Márcia, muitas pessoas tem a idéia de que as mulheres que praticam artes marciais são masculinizadas. Para Márcia, “com o aumento delas praticando esse esporte e a ajuda de profissionais de Educação Física e da mídia, o preconceito está diminuindo. Não é esse tipo de atividade que torna a mulher mais ou menos feminina”.

A união faz a jogada Um esporte violento, que machuca e agride. Essa é uma idéia distorcida que se tem do rúgbi. Há pouco mais de um ano o estudante de Publicidade e Propaganda, Rafael Foletto, confirmou isto em sua visita a Buenos Aires quando observou a popularidade e a paixão dos argentinos pelo esporte. A partir de então, Foletto buscou informações sobre a possibilidade de praticar a modalidade em Santa Maria. Ao descobrir que não havia time na cidade e apenas seis no Estado, surgiu o desejo do estudante em formar uma equipe, o Santa Maria Rúgbi Clube. A idéia se concretizou quando Foletto conseguiu reunir amigos interessados na proposta. Para torná-los rugbistas, encontraram ainda Ljubomir Pajic, jogador da Seleção Sérvia de rúgbi há 15 anos, que se dispôs a treinar o time. O primeiro jogo ocorreu dia 28 de outubro de 2006, no Centro de Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os treinos aconteciam três vezes por semana até a disputa das pré e 4ª etapas do Campeonato Gaúcho, realizadas no

início deste ano. De acordo com o técnico em geomática, João Franscisco Piovezan, 22 anos, a equipe se encontra, atualmente, apenas uma vez por semana, por causa dos compromissos dos atletas durante o dia e à falta de iluminação do campo à noite. Piovezan acredita que se houvesse patrocínio, problemas como esse seriam solucionados com facilidade. Mas a equipe não desanima diante das dificuldades. A meta agora é intensificar os treinamentos e se preparar para obter um melhor desempenho no Campeonato Gaúcho do ano que vem. O Santa Maria Rúgbi Clube também espera difundir mais o esporte e aderir novos membros. Piovezan diz que há muito preconceito em relação à violência nas partidas. “Costumam comparar o rúgbi com o futebol americano”, declara. Os jogos são baseados no contato físico, mas há um grande senso de equipe entre os jogadores, onde o maior objetivo é proteger o companheiro. Para o rugbista, “não tem quem jogue e não se apaixone”. Bruna Barcelos e Maitê Vallejos

para saber mais • Como começou no mundo - Na versão tradicional, o criador do rúgbi foi William Webb Ellis, um estudante londrino, durante uma partida de futebol realizada em 1823, na Rugby School. O jovem teria ficado irritado com a monotonia do jogo e teria agarrado a bola nos braços e corrido o campo, provocando a ira dos colegas,

que tentaram pará-lo, agarrando-o de qualquer maneira. • O Jogo - O Rugby Union é a forma mais universal do jogo, sendo disputado por duas equipes (divididos em oito fowards e sete backs) de 15 jogadores, numa partida de dois tempos de 40 minutos. O objetivo é marcar o maior número de pontos.

Fundamentos: • Tackle: prática em que o defensor, com • Conversão: depois de um TRY, a equichoque direto, pára o atacante segurando pe que o fez tem direito a um chute ao as suas pernas para levá-lo ao chão. “H”. Vale dois pontos. • Handoff: fundamento bastante utilizado • Penalty: decorre de falta grave. O time por atacantes para manter o adversário beneficiado pode cobrá-lo de três maneilonge. O jogador deve estender um braço ras: reiniciando o jogo; chutando a bola e com sua mão manter o oponente à dis- para fora (com a vantagem da cobrança tância. É uma tentativa de se esquivar do do lateral), ou em direção ao “H” que, se tackle e do confronto direto. convertido, rende três pontos à equipe. • Maul: agrupamento de três ou mais jo- • Drop Goal: quando um jogador chuta a gadores que disputam a bola sustentada bola, em jogo contínuo, para o gol. Vale nas mãos de um deles. três pontos. A bola deve tocar o solo an• Ruck: dois ou mais jogadores disputam tes de ser chutada. a bola que se encontra no solo. • Scrum: decorrência de faltas leves, o • TRY: principal forma de marcar. Vale cin- scrum é uma formação fixa de disputa de co pontos. O jogador deve colocar a bola bola. no chão, na área de “in-goal”, a partir da • Line-out/Lateral: Acontece quando a linha de fundo do campo adversário. bola sai pelas laterais do campo.


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esportes Fotos Douglas Menezes

Saúde e bem-estar dentro da água

Fotos Vinicius Freitas

Rafael conquistou medalha de 3º lugar no campeonato gaúcho de canoagem, em Caxias do Sul

Hidroginástica é alternativa para quem se preocupa com estética, problemas de saúde e insatisfação sexual

Beleza física, a busca de auto-estima e de vezes por semana. Ela começou a freqüentar novas amizades são alguns dos motivos pelos a piscina por causa de uma labirintite. Hoje quais as pessoas procuram a hidroginástica. em dia, ela sente que outro problema foi O esporte é considerado uma atividade solucionado: a dor nas articulações. A aluna física que pode ser realizada por pessoas de é das mais assíduas das turmas da professora todos os níveis de condicionamento. É con- Luciana e ainda pratica ginástica duas vezes hecido por oferecer pouco risco, devido ao por semana e dança no Grupo da Terceira baixo impacto nas articulações, pois é real- Idade que integra. izado dentro da água. A prática regular da Os laços familiares não se desfazem nem hidroginástica traz benefícios à saúde como mesmo na hidroginástica. A professora Bera melhora das funções cardíacas e da capa- nadete Dalla Corte, de 45 anos e sua filha, cidade pulmonar, regulação dos níveis de a nutricionista Crisnei Dalla Corte Requia, açúcar no sangue e o colesterol, de 25 anos, freqüentam juntas controle da pressão sangüínea e o esporte. Crisnei acompanha a até a satisfação sexual. mãe nos últimos cinco meses e Em Santa Maria, um dos relata que também já sentiu os locais onde se pratica a atividade, efeitos positivos da atividade. é o Clube Recreativo Dores. O que a motivou a entrar para o A professora de hidroginástica grupo de alunas do Clube foi um Luciana Girpo Fernandes, de 26 problema na coluna. anos, trabalha com pessoas das Já Bernadete faz mais variadas idades, a maioria hidroginástica há cinco anos, indicada por médicos. Segundo com intervalos. Ela trata a dor ela, os problemas são os mais nas costas e a depressão. “É diversos: articulares, de coluna, um lugar onde me sinto bem, artrite, artrose e L.E.R. (Lesão Luciana: hidroginástica faço novas amizades, relaxo e auxilía na melhora de por Esforço Repetitivo). Ela diversas funções do corpo descontraio”, detalha. Para ela, a conta que o esporte, como todos orientação da professora é muito os outros, é procurado também para fins esté- importante. Bernadete até tentou se exercitar ticos, já que o exercício tem o poder de toni- sozinha na piscina, mas reconheceu que, ficar a musculatura e de também emagrecer. sem o acompanhamento de um profissional, Ela explica que algumas pessoas emagrecem os resultados não aparecem. mais ao aliar a hidroginástica com uma dieta, A Hidroginástica também é oferecida, outras menos, depende do metabolismo de em Santa Maria, na Academia Golfinhos cada um. “Já tive uma aluna que emagrecia e na Universidade Federal de Santa Maria meio quilo por aula, pedi que ela desaceler- (UFSM), pelo Centro de Educação Física e asse”, conta. Desportos, sala 1046, no campus da InstiA aposentada Clélia Juraci Pippi, de 68 tuição. anos, pratica o esporte há três anos, três Caroline Cechin e Camila Gonçalves

Canoagem possibilita socialização

Desde 2004, um grupo de pessoas sai da rotina para participar de um projeto social. No açude localizado atrás do estádio do Centro de Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), cerca de 25 praticantes de canoagem se reúnem duas vezes por semana para remar. No início, o objetivo era oportunizar a prática do esporte para a 3º idade, mas a proposta ganhou novas adesões. O projeto atingiu crianças e adolescentes do Bairro Camobi e do Núcleo Universitário da UFSM. Segundo um dos orientadores do projeto, Luiz Fernado Cuozzo Lemos, de 25 anos, a iniciativa tem o propósito de oferecer uma oportunidade de lazer por meio da modalidade. O orientador se diz satisfeito tanto profissional quanto pessoalmente por possibilitar a prática do esporte à comunidade. Para ele, o projeto garante mudanças positivas no diaa-dia dos participantes. “É visível que há

modificações bastante benéficas, principalmente na parte de socialização”, explica. Um dos participantes que se sente beneficiado com as aulas de canoagem é Rafael Rosa dos Santos, de 14 anos. Para o jovem, a oportunidade garante a satisfação de fazer novos amigos e a chance de desenvolver novas habilidades. O garoto está no esporte há cerca de um mês e já se destacou. No Campeonato Gaúcho de Canoagem, realizado em Caxias do Sul, no mês de outubro deste ano, ele conquistou uma medalha de 3º lugar na categoria K1 menor (500 metros). O projeto de canoagem é realizado nas segundas-feiras, a partir das 15h30 e nas sextas-feiras, a partir das 14 horas. Quanto ao horário de término, há variações, por causa das condições climáticas. Já o material necessário para a prática é disponibilizado no local e a participação é gratuita. Francine Boijink e Vanessa Barbieri Moro

saiba mais

Luiz Fernando Cuozzo Lemos é presidente da Federação de Canoagem do Rio Grande do Sul e vice-presidente do Clube Comercial de Santa Maria. Com outros atletas, recebe apoio do Núcleo Universitário de Educação Física da UFSM e Clube Comercial, entre outros

• O quê: Projeto Social de Canoagem (Canoagem na UFSM: uma nova proposta para educandos para o Bairro de Camobi) • Onde: açude localizado atrás do estádio do Centro de Educação Física na UFSM • Quando: segundas-feiras (a partir das 15h30) e sextas-feiras (às 14h) • Como: o projeto está aberto à comunidade, a partir dos 11 anos • Quanto: gratuito • Contato: (55) 91546900

Projeto social é realizado no açude localizado atrás do Estádio do Centro de Educação Física da UFSM


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esportes

Incentivo à inclusão social

Desde março deste ano, mais de duas mil pessoas têm acesso ao Programa de Esporte e Lazer (PELC) em Santa Maria. A iniciativa é uma parceira entre a Prefeitura e o Governo Federal e leva às comunidades onde havia pouco ou nenhum acesso ao esporte, profissionais especializados e condições apropriadas para a prática de atividades físicas. Na cidade funcionam cinco núcleos, onde são atendidas pessoas de todas as idades. O Pão dos Pobres, a Associação Cabos e Soldados, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o Guarani Atlântico e Orico são os locais que sediam o projeto. Cada núcleo tem um coordenador geral e conta com seis bolsistas. Entre as atividades praticadas estão o vôlei, futebol, judô, ginástica, dança, hidroginástica e natação. Uma vez por mês são realizadas atividades conjuntas, como apresentações artísticas. Conforme o professor de futebol, Marcelo Trevisan Pereira, 26 anos, que atua no núcleo Pão dos Pobres, a modalidade tem mais de 250 inscritos. Trevisan explica que ocorrem campeonatos que visam à integração. Ele acredita que o esporte reforça princípios e valores, e que o vínculo criado com os alunos é fundamental. “É importante o professor saber o que acontece com a criança. Nossa obrigação é ter a cabeça aberta e se envolver com os alunos”, diz. A diretora da Secretaria de Esporte e Lazer de Santa Maria (Smel), Isabel Cristina Baggio considera que a iniciativa é fundamental por que trabalha várias capacidades, como ações em equipe, convívio com pessoas de outras idades e valores. Isso possibilita um desenvolvimento da criatividade das crianças e jovens. “O esporte não é só uma prática, mas um acesso a um bem cultural a que todos têm direito”, enfatiza. A atividade física melhora a auto-estima das crianças e também ocupa o tempo ocioso delas. Daniel Maiton Pereira, 14 anos, pratica futebol. Para ele, o esporte tem função social. “Além de ocupar o tempo, também tira os menores das ruas”, justifica . A estudante Ana Carolina Gomes da Silva, 12 anos, acha que é melhor estar no projeto do que ficar em casa. “Faço vôlei e capoeira. Se não estou aqui, estou vendo televisão ou dormindo. Gosto porque aqui eu faço algo que eu aprendo”, diz ela. Além da atividade física, as comunidades também têm acesso às oficinas de nutrição e outros projetos na área da saúde. O comitê gestor, formado por representantes de usuários, professores e coordenadores, encontra-se uma vez por mês para avaliar o que é feito e reivindicar melhorias. A meta para 2008 é expandir o projeto a outras comunidades. Ananda Delevati e Lais Bozzetto

Jovens de talento

Projeto do governo federal leva cidadania por meio do esporte para comunidades carentes

Fotos Douglas Me

nezes

A escola, além de ser responsável pela educação dos jovens, também é capaz de revelar grandes talentos para o esporte. A descoberta acontece nas aulas de Educação Física. Na prática de várias modalidades de esportes, tanto individuais quanto coletivos, alguns jovens se destacam. Em Santa Maria, há vários estudantes que começam a carreira de atleta disputando campeonatos escolares. Às vezes, alguns são contratados por clubes ou empresas privadas. É o caso da estudante do Colégio Militar, Mariana Borba Trevisan, 16 anos, que pratica atletismo. Ela começou a treinar em 2002, na 5ª série. “Tirei a nota máxima no primeiro teste físico que fiz. Ai a professora me chamou para treinar”. Com cerca de 115 medalhas, ela até já representou o Brasil no Campeonato Sul Americano sub-14 de Atletismo, em 2005, em Buenos Aires, na Argentina. “Competi pelo pentatlo. Eram umas 16 meninas. Fiquei em quinto lugar”. Entretanto, ela acha que descobriu suas habilidades um pouco tarde. “Se eu tivesse me dedicado desde pequena poderia ser ainda melhor.” Desde 2006, Mariana corre e é patrocinada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Um pouco diferente é a situação do estudante Raí Lima Ienssen, 18 anos, jogador do Riograndense Futebol Clube, de Santa Maria. Ele começou a jogar futebol pelo time da sua escola e no campeonato Estadual do time Novo Horizonte, foi descoberto por um olheiro enquanto atuava. Apesar de talentoso, o rapaz diz que enfrenta dificuldades para seguir seu sonho de um dia jogar em um grande clube. “Sou de uma família humilde, que não tem dinheiro suficiente para as despesas com os jogos. Em Santa Maria falta muito patrocínio. As empresas deveriam ter mais interesse pelos iniciantes”, salientou. De fato, as empresas não investem nos esportistas santamarienses. Segundo o jornalista e professor de Educação Física, Clery Quinhones de Lima, 56 anos, que trabalha na Secretaria de Esportes, o patrocínio é inexistente, pois as empresas querem retorno imediato dos atletas nas competições. “Como são jovens, e ainda por cima iniciantes, é quase impossível se ter um retorno imediato. As empresas não entendem isso e deixam de financiar a formação desses atletas. Então o patrocínio acaba sendo dos pais, o chamado paitrocínio”, declara. Camilla Lopes e Elenice França Dutra

Pão dos Pobres é um dos locais que sediam o Programa de Esporte e Lazer (PELC). A equipe de futebol conta com mais de 250 inscritos. A iniciativa é uma parceria entre a prefeitura e o Governo Federal


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Guerreiros do asfalto

Em Santa Maria não há espaços seguros e viáveis para a prática do Skate. As pistas do Centro Desportivo Municipal (CDM) e do Ginásio Oreco estão quebradas e a prática em qualquer lugar público da cidade está proibida. No entanto, por meio de um convênio entre a prefeitura e o Governo Federal, a cidade foi contemplada, no ano passado, com o Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC). O projeto tem como proposta atender as necessidades e demandas das comunidades. A maioria está em situação de vulnerabilidade social em relação à prática do esporte e do lazer. Um dos cinco núcleos instalados encontra-se no bairro Tancredo Neves, onde o profissional de Educação Física, Jari Santos de Carvalho, 25 anos, é morador e coordenador da iniciativa. A administração municipal, em parceria com os praticantes, a partir do orçamento participativo, tem intenção de consertar as pistas e, junto com o PELC, multiplicar os espaços para a prática de esportes como o Skate. Skatista amador desde 1998, o coordenador sugeriu que a prática fosse incluída nos planos do PELC. O pedido foi aceito e logo o núcleo estará recebendo materiais para o desenvolvimento de oficinas de Skate. O participante terá todo o acompanhamento de professores e a segurança ao utilizar o equipamento protetor. Para o professor, a prática irá contribuir na formação e desenvolvimento dos adeptos. “A expectativa é que para o início do ano já estejamos prontos para abrir as inscrições para as oficinas, que serão gratuitas e para todas as idades”, conta Jari. Um dos grandes desafios, segundo ele, é trazer para Santa Maria etapas do Circuito Gaúcho de Skate, contri-

Parceria entre prefeitura e Governo Federal garantirá oficinas de skate, grátis, nos bairros da cidade

buindo para a difusão do esporte. “Todavia, é preciso desenvolver melhor a estrutura física, como pistas, praças e espaços para a prática cultural da cidade, desmistificando a imagem de prática marginal do Skate”, revela Jari. Para alguns praticantes, o Skate serve como atividade de lazer. São incentivadores de iniciativas particulares e da divulgação dos princípios e atitudes do esporte. Vespertino Bonorino (Preto), 20 anos e Antônio Dias, de 21, são comerciantes de produtos para skatistas. Os dois praticam o esporte há cinco anos. Uma nova pista será inaugurada, pelos amadores, na Avenida Borges de Medeiros com a Rua Coronel Niederauer, atrás do Skato Bar. “É um lugar fechado, coberto, de madeira, aberto ao público. Os esportistas estão na expectativa, principalmente, os de outros bairros”, conta o empreendedor. Os jovens itaquienses executaram com sucesso o mesmo projeto em sua cidade-natal, sem fins lucrativos. Os campeonatos regionais e estaduais ocorrem em cidades como Santa Cruz do Sul, onde recentemente foi construída uma pista profissional. A prática da modalidade pelo sexo feminino é comum por lá, o que não acontece em Santa Maria. Mas o esporte é democrático e pode contar com a participação de ambos os sexos. Os skatistas santa-marienses e da região participam de competições em Santo Ângelo, Ijuí, Novo Hamburgo, Porto Alegre e mais algumas cidades, em excursões organizadas. A associação de skatistas e grupos como o PELC realizam eventos como o “Domingo no Parque”, no Parque Itaimbé, e o “Remando Contra o Frio”, campanha do agasalho realizada na Rua Tancredo Neves com diversas atrações culturais e artísticas. O movimento carrega uma ideologia, que vai além da atividade física. Andar, cair, levantar e fazer de novo, como nas manobras. “Torcer é emocionante. Quando alguém acerta, vibramos juntos. Se errar é só levantar e tentar de novo”, conta Dias. As calças largas, camisetão, boné ou “rasta” e tênis (shoes) mostram originalidade e expressão. Até na pele estampam o amor pelo esporte. Potira Souto, Dieice Viário e Flávia Alli

Wheeling: o prazer de dominar as máquinas Da paixão pela moto, das manobras radicais e da dominação da máquina pelo homem nasce o Wheeling. Esse esporte tem origem no Brasil e é uma modalidade de motociclismo urbano. Em Santa Maria o esporte é difundido pela Equipe Total Wheeling, que participa do Campeonato Sul-americano. O integrante do grupo santa-mariense e que está em 3° lugar no campeonato sul-americano, Douglas Bittencourt Acosta, de 23 anos, fala que a essência desse esporte é o homem conseguir dominar todas as funções da moto.

Acosta conta que começou a prática depois de assistir uma competição em que se admirou com as manobras e foi atrás dos participantes para se informar sobre a modalidade. “Tinha acabado de comprar minha moto, sem ter a intenção de praticar o esporte. Comecei a treinar. Nos reunimos e formamos a equipe”, diz. Para o competidor de Santa Maria, um dos principais problemas é a falta de um autódromo ou de um lugar adequado para os treinos. A equipe Total Wheeling realiza seus

treinos numa quadra abandonada na Faixa Nova de Camobi. Outra dificuldade é que, para evoluir no esporte, a equipe necessita participar das competições, o que, segundo Acosta gera muitos gastos. “Nos organizamos para manter os custos do esporte e nos atualizar. Contamos com patrocínios na cidade, porém na maioria pequenos”, esclarece. A empresa Moto Campos é a principal aliada do grupo, que desde o início das atividades é responsável pela manutenção das motocicletas, além de disponibilizar o lugar

onde as motos ficam guardadas. Ainda não há a disputa de campeonatos em nível estadual. Mas o esporte já conta com competições em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Também há etapas do sul-americano e Brasileiro, para o qual a equipe de Santa Maria se prepara para participar no ano que vem. “Para competirmos no brasileiro, iremos precisar de apoio de toda a cidade, inclusive dos órgãos públicos”, destaca. Júlio Cesar Marin


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especial – XI Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepe)

Envelhecer com saúde Promover a saúde e a melhora da qualidade de vida das idosas. Esse é o objetivo do projeto “Envelhecimento com saúde: ação interdisciplinar na qualidade de vida de idosas institucionalizadas”, das acadêmicas de Psicologia Aline de Farias e Ludiana Rodrigues. O trabalho, apresentado durante o Sepe, valoriza o lúdico como meio de estimulação pessoal, promovendo um ambiente agradável para as idosas institucionalizadas no Lar das Vovozinhas. Através das visitas semanais, as senhoras mostraram-se descontraídas e com vontade de realizar diferentes atividades, entre elas, pinturas, desenhos, dança e jogos. De acordo com as estudantes, as atividades contribuíram para o desenvolvimento motor, crescimento social e emocional das idosas. As intervenções no Lar tiveram êxito quando organizadas de forma interdisciplinar, integrando atenção e assistência à elas. “Existe uma troca mútua de conhecimentos, lições de vida e sabedoria. Envelhecer faz parte da evolução humana”, comenta a acadêmica Aline, 23 anos. As estudantes concluem que a atividade física torna a velhice mais ativa e saudável. As práticas de ações educativas propiciam uma melhoria da qualidade de vida com implicações sociais, psíquicas e fisiológicas.

Por um planeta saudável Humanização, Ciência e Cultura foi o tema do XI Simpósio de Ensino Pesquisa e Extensão (Sepe), que ocorreu nos dias 7, 8 e 9 de novembro, no Centro Universitário Franciscano (Unifra). No simpósio, são apresentados trabalhos dos acadêmicos de todas as áreas da faculdade, em comunicações orais ou em pôsteres. O curso de Direito trouxe uma questão importante num de seus trabalhos. A Interconstitucionalidade Ambiental na América do Sul foi o tema do trabalho dos acadêmicos Cristina Dillmann, Emília Giuliani, Rodrigo Seidl e Keli Sagrilo, do 6º semestre do curso. Através de pesquisas e comparações entre as constituições de países da Europa, da União Européia e da América do Sul, os acadêmicos analisaram as leis que

concernem ao meio ambiente. A partir da análise, eles afirmam ser possível a instalação de uma constituição comum aos países latino-americanos, para proteger o meio ambiente. De acordo com os acadêmicos, “é possível criar uma rede de interconstitucionalidade ambiental de uma maneira isolada, sem a necessidade da criação de um bloco econômico, com nos países Europeus”. Os acadêmicos, acreditam que fenômenos como o aquecimento global podem ser controlados se houver a colaboração de todos os países, através de medidas como o Protocolo de Kyoto, que prevê a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Pedro Antunes

Fotos Rodrigo Simões

Brincar para curar A importância do brincar no contexto hospitalar é um dos trabalhos apresentados no XI Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE) da Unfira. O projeto das acadêmicas de Psicologia da Unfira, Danielle Gastmann, Luciana Ferreira, Patrícia Silva e Simone Dummeel tem como objetivo a realização de brincadeiras para amenizar o sofrimento de crianças que se encontram em ambiente hospitalar de Santa Maria. O contexto hospitalar é um ambiente desconhecido para as crianças que, por diversos motivos, distanciaram-se do seu ambiente familiar e todo seu suporte. Além disso, elas são submetidas a procedimentos médicos incômodos que podem afetar o desenvolvimento, interferindo na qualidade de vida. A importância do ato de brincar pode ser percebida durante a hospitalização. Os aspectos que justificam a importância são muitos, porém, mais do que relevante, o brincar no hospital é necessário. É a linguagem da criança, sua forma de expressão dos sentimentos e o meio para apropriar-se dos recursos necessários ao enfrentamento da doença e da dor. Proporcionar oportunidade para que a criança brinque no hospital é um modo de preservar seu direito à brincadeira. Dessa forma, as acadêmicas realizaram trabalhos na Brinquedoteca e nos leitos da Unidade Pediátrica da Casa de Saúde de Santa Maria. Através de uma observação participante, elas buscaram compreender fenômenos psicológicos do desenvolvimento infantil. As estudantes concluem que brincar é um ato benéfico para a criança, pois ameniza o sofrimento e contribui para uma interação menos traumática.

Carlos Sanchotene

Durante o Sepe, a produção científica das diversas áreas da Unifra foi apresentada em mais de 180 pôsteres, além de centenas de comunicações orais. Os três dias de exposição oportunizaram a visitação de alunos, professores e funcionários da instituição. A reitora Irani Rupolo (à direita) prestigiou o evento

Oportunidade para compartilhar estudos Nos dias 7, 8 e 9 de novembro, no pátio do Campus 1 do Centro Universitário Franciscano (Unifra), ocorreu a mostra de pôster do XI Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extenção (SEPE). Com diversas atividades ocorrendo simultaneamente, os pôsteres ficaram expostos para os alunos, mudando diariamente de acordo com as áreas de abrangência. Ciências da Saúde expuseram nos dias 8 e 9 de novembro, as Ciências Sociais Aplicadas, Artes, Letras e Comunicação no dia 8, e por último, as Ciências Naturais e Tecnológicas no dia 9. Os trabalhos foram separados por ruas, cada qual abordando um dos temas do simpósio. Foram elas: Içami Tiba – Humanização, Eduardo

Bueno – Cultura, Dráuzio Varella – Ciências e Ethevaldo Siqueira – Ciências. Na opinião dos alunos que participaram “é muito positivo participar, não só expondo, mas tendo a oportunidade de ver a pesquisa dos outros colegas”, afirma a acadêmica do 7º semestre de nutrição Débora Dalcin Fernandes. Para Marília Rippe, do curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que participa de um evento do tipo pela primeira vez, a experiência é muito boa. Os trabalhos expostos passaram por um processo de avaliação feito por professores da Unifra. A razão para isto é verificar se os alunos expositores realmente fizeram o trabalho e estão interados sobre o assunto.

“Este ano não há critérios de avaliação, mas a partir da avaliação, será desenvolvida uma cartilha de critérios para ser usada ano que vem”, comenta o professor dos cursos de Farmácia, Biomedicina e Enfermagem, Roberto Santos. Na visão do presidente da Comissão Executiva do evento, Gilberto Orengo, o Sepe tem melhorado a cada ano. “Mais trabalhos inscritos, um evento melhor organizado”. O Sepe contou, além dos mais de 180 pôsteres, apresentações orais totalizando 867 trabalhos. Igor Borges Müller, Carine Jorgens Horstmann e Carolina Moro da Silva


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especial – XI Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepe) Fotos Douglas Menezes

As áreas de conhecimento da instituição se revezaram em comunicações orais em cada um dos dias do XI Sepe

Jornada com bom início

O primeiro dia do XI Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepe), da Unifra, surpreendeu pela quantidade de pessoas que passaram prestigiando o evento. Pela parte da manhã, foram realizadas exposições orais da área de Ciências Sociais e Aplicadas. Os participantes puderam, além de trocar experiências, entender um pouco mais sobre o processo de construção de uma pesquisa. Durante a tarde, houve apresentação de pôsteres da área da Saúde, somando um total de 180 painéis inscritos. Às 16 horas, aconteceu uma interação entre os autores dos banners e os participantes, onde puderam trocar idéias e argumentos. A estudante do 6º semestre de Terapia Ocupacional, Inara Pinto, 21 anos, produziu dois pôsteres para o evento. Um deles sobre Terapia Ocupacional no Sistema Único de Saúde (SUS): Integralidade, participação e acesso. O trabalho atraiu a atenção

dos curiosos e rendeu elogios à expositora. “Este trabalho é fruto de uma pesquisa que venho desenvolvendo há meses, e espero dar alguma contribuição à minha área de atuação”, revela a estudante. Outro trabalho que obteve destaque foi “Relato de Vivência no Lixão Municipal e Associação dos Catadores de lixo”, onde foram apresentadas situações que os catadores de papel sofrem no cotidiano. Além de se preocupar com o lado social, o trabalho mostra a questão da saúde em que estes ficam expostos. A integrante da Comissão Executiva do SEPE, Geovana Trevisan, 28 anos, responsável pelo núcleo de eventos da Unifra, argumenta que a “troca de experiências e idéias fortalece o ambiente acadêmico. Ele oportuniza o aluno a tornar público o seu conhecimento”, explica Geovana. Luis Otávio Daruy

‘Cantinho da Saúde’ vira livro

Na quinta-feira, 2º dia do Sepe, ocorreu o lançamento do livro “Receitas Doce Vida”, no pátio do campus I da Unifra. A publicação foi realizada pela coordenadora do curso de Nutrição, professora Marlene da Silva Mello Dockhorn, e acadêmicas. O livro faz parte do projeto “Cantinho da Saúde: higiene e bons hábitos alimentares prevenindo e controlando doenças metabólicas”, que vem sendo realizado há dez anos, no Núcleo de Práticas Profissionais, na Pró- Reitoria de Extensão. As receitas do livro foram avaliadas e preparadas no laboratório de nutrição, pelos acadêmicos. Essas receitas também foram distribuídas para as crianças participantes do projeto do Núcleo. Segundo Marlene, ao desenvolver o pro-

jeto, identificou-se que a maior dificuldade das mães, era o que oferecer de lanche ao seu filho. Assim, o livreto foi criado com a finalidade de mostrar como é fácil planejar e elaborar lanches adequados, reunindo receitas criativas para todas as idades, satisfazendo toda família, melhorando a dieta e proporcionando o bem estar de todos. Marlene também explicou durante o lançamento do livro, que para as crianças pequenas, uma refeição simples, como o lanche da tarde ou o da manhã tem grande importância nutricional. O livro também serviu para os alunos do curso de Nutrição testar seus conhecimentos, já que todas as receitas foram preparadas e analisadas do ponto de vista nutricional. Sacha Rochele

Um controle para a qualidade Programação diversificada marcou o evento do início ao fim. Já na sessão de abertura (à esquerda), ocorreram homenagens e apresentação musical. Mais tarde, o espaço artístico foi assegurado pela dança folclórica (abaixo)

Com a crescente globalização, torna-se cada vez mais necessário o desenvolvimento de ferramentas que venham a colaborar com a qualidade de produção dentro das empresas. Essas soluções visam eliminar desperdícios, reduzir custos e evitar o retrabalho. Pensando nessas questões, Dienara Aline Grapiglia, 27 anos, pós-graduanda em Gestão de Pessoas e Marketing pela Unifra desenvolveu e aplicou uma pesquisa sobre o Controle Estatístico de Processo (CEP). Os resultados do estudo foram apresentados em exposição oral durante o XI Sepe. Para a pesquisadora, o objetivo do programa é aprimorar e controlar o processo produtivo por meio da identificação das diferentes fontes de variabilidade do processo. Para isso, utililiza-se conceitos de estatística procurando separar os efeitos da variabilidade causada pelas chamadas Causas Comuns, ou seja, àquelas inerentes à natureza do processo produtivo, das Causas Especiais, ou àquelas derivadas da atuação de variáveis específicas e controláveis sobre o processo. “A técnica é composta de uma ferramenta principal denominada gráficos de controle que permite identificar se o processo está sob controle estatístico, situação em que atuariam somente causas comuns”, comenta Dienara. Esse controle estatístico é implantado por meio de um ciclo onde são coletados os dados do processo. Depois monitora-se sua situação (verificando se o mesmo per-

manece sob controle estatístico). Logo após são realizadas as análises para eventuais propostas de melhorias dos patamares de desempenho. Dienara buscou aprofundar os conhecimentos teóricos e analisar o desempenho do CEP dentro de uma empresa de manufatura. Além disso, mostrou as principais dificuldades encontradas pela empresa na aplicação do controle estatístico de processo; identificar quais foram as mudanças que ocorreram no sistema de produção durante a implementação do processo; levantar as dificuldades encontradas pelos funcionários em compreender as informações. A pesquisa se baseou em técnicas qualitativas, estudos de caso, coleta de dados, análise de observações e estruturas semiestruturadas. Assim, visou-se uma readaptação do manual de treinamento no controle de qualidade. “Pessoas com mais de 12 anos na empresa que não compreendiam o processo de análise. Depois que passaram a entender as planilhas, a capacidade produtiva aumentou muito”, explica a autora. Ocorreram algumas mutações como: qualidade garantida dos produtos; metodologia pró-ativa, tempo reduzido de fabricação; maior qualificação profissional e mudança cultural dos funcionários. Para finalizar, a apresentadora fez uma correlação entre os problemas da empresa e as soluções para saná-los. Alessandro Mathias de Oliveira


11ª Impressão Jornal Experimental do Curso de Comunicação Social - Jornalismo - UNIFRA

Arquivo Pessoal

Dezembro de 2007

Emoção e beleza nos céus da região

Guerra de tinta

Douglas Menezes

Maioria dos competidores de paintball é do sexo masculino, mas mulheres já marcam presença no campo de batalha. Página 4

Fisioterapia a serviço do esporte Página 2

Exercício faz bem em todas as idades Página 7

Elas nocauteiam o estresse com artes marciais Cresce o número de adeptos do esporte. Boas condições geográficas da Região Central e o baixo custo da prática são atrativos. Página 3

Página 10


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