Participação no processo de classificação do Megalitismo Alentejano
boletim do centro de arqueologia de avis número 15 \ 25 de setembro de 2022
» Participação no processo de classificação do Megalitismo Alentejano
» Revisão da Carta Arqueológica de Avis: um balanço dos trabalhos desenvolvidos
» IV Jornadas de Arqueologia do Norte Alentejano
» De regresso à Ladeira. Novos dados sobre a ocupação pré-histórica do sítio arqueológico
» Intervenção de emergência: cista megalítica Cortesia 1
» Os primeiros dados sobre a ocupação préhistórica na zona poente do concelho de Avis
» Jovens em Movimento'22
» Dinamização de iniciativas
» Peça do Mês ‘22
» Jornadas Europeias da Arqueologia’ 22
» Avis a preto e branco
» Vamos construir um museu?
» Arqueologia nas Biblioférias
Edição
Município de Avis
Director Recolha e organização da informação
Nuno Paulo Augusto da Silva | Presidente da Câmara Centro de Arqueologia de Avis Ana Ribeiro
Textos e concepção gráfica Fotografia
Arquivo fotográfico municipal _ Centro de Arqueologia de Avis e Biblioteca Municipal José Saramago (Arqueologia nas Biblioférias, p. 15)
Anta Torre de Ervedal 4
Capa Composição gráfica e revisão
Centro de Arqueologia de Avis ISSN 1646-5660
Em fevereiro de 2022 foi determinada a abertura do processo de classificação do Megalitismo Alentejano (Diário da República, Anúncion.º39/2022,de25defevereiro).
A proposta, emanada da Direcção Regional de Cultura do Alentejo, teve em consideração o carácter excepcional do patrimóniomegalíticoeanecessidadeurgentedeassegurarasua protecção e preservação face à transformação acelerada e profundadapaisagemdaregiãoAlentejo.
No Inventário do Megalitismo Alentejano, base do procedimento, foram reunidas as referências disponíveis em diversas fontes, totalizando 2154 monumentos megalíticos. O levantamento, que reúne a informação de mais de um século de trabalhos dedicados ao megalitismo, reafirma a riqueza patrimonial da região, reconhecida e reforçada também pelos testemunhosassociadosaoutrosperíodoscronológicos.
No contexto do megalitismo alentejano, Avis reúne o maior númerodemonumentosdocumentadosnodistritodePortalegre e é o sexto, dos 47 concelhos que constituem a região Alentejo, comomaiornúmerodeevidênciasinventariadas.
Na listagem inicial constavam 92 monumentos megalíticos, número que se encontrava ligeiramente desajustado da realidade, de acordo com os trabalhos que têm vindo a ser realizadospeloCentrodeArqueologiadeAvis.
Na primeira avaliação de dados, integrada na Revisão da Carta Arqueológica de Avis, foi verificada a georreferenciação dos monumentos e corrigidas as imprecisões detectadas. A informaçãoassociadaaossítiosinventariadosfoitambémobjecto deaferição,comvistaasuaactualização.
O conjunto de monumentos registados para o concelho integra, de acordo com os dados aferidos em 2021/2022, 87 monumentos, dos quais 83 estão incluídos na listagem revista no âmbitodoprocessodeclassificação.
Perante um cenário cada vez mais frequente de impactos sobre o património arqueológico em meio rural, decorrentes da transformação do regime de ocupação e exploração do território, é premente a criação de mecanismos preventivos de protecção e preservação adequados que garantam a salvaguarda não só do património megalítico, mas também dos outros sítios arqueológicos sobre os quais recaem as mesmas ameaças de destruição.
No contexto actual, e para além das explorações agrícolas de grande escala, a introdução de novos empreendimentos, associados sobretudo ao sector energético, e a construção do aproveitamento hidráulico de fins múltiplos do Crato (Barragem doPisão),assumem-secomofactoresresponsáveispelaalteração significativa da paisagem rural norte alentejana, podendo, por isso, colocar em risco as pré-existências se não forem implementadas,atempadamente,medidasdesalvaguarda.
Revisão da Carta Arqueológica de Avis
Um balanço dos trabalhos desenvolvidos
A revisão da Carta Arqueológica de Avis foi iniciada em 2021 com o objectivo de actualizar o Inventário Geral de Património Arqueológico de Avis (IGPAA) e preparar a informação para integrar o processo de revisão do Plano DirectorMunicipaldeAvisaquandodasuaconcretização.
No âmbito destes trabalhos, a relocalização de sítios com recurso a GPS constituiu uma prioridade, permitindo corrigireventuaisimprecisõesaoníveldalocalização.
Paralelamente, foram desenvolvidas prospecções no sentido de confirmar o potencial arqueológico de áreas assinaladasemtrabalhosanteriores,assimcomoacçõesde monotorização do estado de conservação de sítios arqueológicos.
Mas é ao nível do processamento e organização de dadosquearevisãodaCartaArqueológicaseefectiva.
Uma das primeiras tarefas realizada foi a transposição e a incorporação no IGPAA dos sítios arqueológicos registados em trabalhos subsequentes à Carta Arqueológica.
Paralelamente, procedeu-se à reestruturação do inventário, ainda em desenvolvimento, de forma a implementar um instrumento que assegure uma actualização sistemática de dados, facilitando a sua anexação e consulta, assim como agilize a articulação com outrosserviços.
Esta reorganização tem permitido igualmente a actualização do suporte de dados cartográfico, elemento fundamentalnagestãodossítiosinventariados.
A informação cartográfica está a ser elaborada através de georreferenciação de dados no software Quantum Gis,
no sistema de referência ETRS89-TM06, com recurso a cartografia e ortofotomapas em formato vetorial e matricial.
Considerando que a quase totalidade de sítios inventariados corresponde a sítios não classificados, a Carta Arqueológica assume um papel fundamental para a sua salvaguarda e gestão. Verificou-se, por isso, a necessidade de estabelecer categorias patrimoniais e actualizar a sua distribuição no território de acordo com contextos diferenciados, correspondentes aos meios urbano e rural, e para os quais foram determinadas categorias valorativas definidas em função do valor
patrimonialaferidoparaasevidênciasregistadas.
Neste âmbito, e perante a existência de dois planos de águanesteterritório(albufeirasdeMaranhãoeMontargil), foram também consideradas medidas aplicáveis ao património arqueológico em meio submerso ou submersível, localizado dentro do perímetro definido pelo níveldeplenoarmazenamentodaalbufeira.
Neste momento, e apesar de alguns constrangimentos que limitaram a desejada evolução dos trabalhos, foi possível a relocalização, com recurso a GPS, de cerca de 70% dos sítios inventariados, estimando-se a conclusão dessestrabalhosatéaofinalde2022.
Participação nas IV Jornadas de Arqueologia do Norte Alentejano
O Centro de Arqueologia de Avis participou nas IV Jornadas de Arqueologia do Norte Alentejano, organizadas pelo Laboratório de Arqueologia Pinho Monteiro, da Universidade de Évora, em parceria com a Fundação Nossa Senhora da Esperança, e que decorreram, depois de adiamento em 2021, entre nos dias 25 e 26 de março em CastelodeVide.
O tema selecionado para o encontro recaiu sobre a Revisão da Carta Arqueológica de Avis, com enfoque para os novos desafios na gestão do património arqueológico e nasuaafirmaçãonasdinâmicaslocais.
Tendo por base o actual quadro de referência do património arqueológico, foram apresentadas as linhas orientadoras que determinam o processo em curso de revisão da Carta Arqueológica de Avis, assim como uma reflexão sobre as opções estratégicas e os procedimentos metodológicos e técnicos a adoptar na implementação de medidas de salvaguarda no âmbito do Plano Director Municipal.
Oartigoestádisponívelem: https://www.scientiaantiquitatis.uevora.pt/index.php/SA/ article/view/376
Villa de Bembelide Aqueduto do Monte da HortaDe regresso à Ladeira Novos dados sobre a ocupação pré-histórica do sítio arqueológico
Dos sítios com ocupação pré-histórica registados no concelho de Avis, a Ladeira forneceu, até ao momento, o maiornúmerodeevidênciassusceptíveisdeestudo.
O povoado surge implantado num cabeço alongado, com vertentes relativamente suaves, terminado sobre a ribeira Grande. Apesar de não se destacar de forma proeminente na paisagem envolvente, de topografia ondulada, a cota a que se encontra permite-lhe ter um domínio visual relativamente significativo, sobretudo para azonadaribeira.
A posição estratégica que ocupa é reforçada pelos factores naturais que lhe conferem um certo grau de defensabilidade natural garantida pelo relevo mais acentuado da vertente Noroeste, associado a um curso de águasubsidiáriodaribeira.
É nesta zona que se concentram os materiais préhistóricos, embora se verifique uma dispersão de evidênciasportodaaextensãodosítio.
Nos resultados preliminares dos trabalhos realizados em 2005, com a Carta Arqueológica de Avis, e entre 2006 e 2010, com o projecto de investigação “Intervenção
arqueológica no sítio da Ladeira, Ervedal“, a ocupação préhistórica do sítio foi atribuída ao Neolítico Final/Calcolítico, faceaumaprimeiraabordagemdoconjuntoartefactual.
Recentemente, no âmbito da campanha 5 do projecto TEMPH, procedeu-se à análise do conjunto artefactual recolhido no sítio, incidindo, quase exclusivamente, sobre evidênciasrecuperadasemprospecção.
Paraefeitodeestudoforamconsideradososrecipientes em cerâmica e os utensílios líticos e subprodutos de talhe, que integram materiais em pedra lascada, utensílios em pedra polida e em pedra afeiçoada. Foram também incluídas peças que ocorrem isoladamente ou em número reduzido, mas cujo carácter excepcional pressupõe uma abordagemmaisdetalhada.
Para a análise das diferentes categorias de artefactos, foram criadas e aplicadas matrizes de registo, a partir das quais foi possível reunir elementos que possibilitaram a elaboraçãodeumaleituraparaestesmateriais.
O conjunto artefactual pré-histórico integra 293 objectos,dosquais219foramobjectodeanáliseeestudo.
Os recipientes em cerâmica constituem o grupo mais
numeroso.NaLadeiraforamrecolhidos165fragmentosde cerâmica manual, dos quais 91 são classificáveis, permitindo a identificação de um número mínimo de 66 recipientes, onde predominam as formas abertas, em particularospratosdemédiaegrandedimensão.
Os utensílios líticos e subprodutos de talhe integram utensilagem lítica em pedra lascada, representada por 74 peças e dominada por resíduos, percutores, num total de 26 exemplares, e elementos de mó manual, correspondentea11exemplares.
O número de artefactos em pedra polida recolhido na Ladeira é reduzido, correspondendo apenas a 4 artefactos, ondeseincluiumesboçodemachado.
Menos expressivo é o grupo dos instrumentos e utensílios, registando-se apenas 4 exemplares relacionados com a prática da tecelagem e 2 com a pesca. Foram ainda recuperados 7 fragmentos de argila cozida, utilizada como revestimento dos espaços habitacionais, tambémdesignadaporbarrodecabana.
Do conjunto destaca-se um recipiente em calcário, correspondente a um artefacto ideotécnico, de carácter excepcional, destinado à moagem de corantes, cosméticos ou produtos medicinais, utilizado possivelmente em cerimóniasrituais.
Apesar de incidir sobre uma amostra caracterizada pela ausência de contextos estratigráficos, a análise do espólio proveniente da Ladeira permitiu confirmar o enquadramentocronológicodosítio.
Os indicadores reunidos sugerem uma ocupação que poderá ter-se iniciado na fase final do Neolítico Final/Calcolítico Inicial, e que se consolida durante o CalcolíticoPleno.
Embora ainda sem evidências estruturais, a informação
reunida sugere a presença de um povoado extenso, que poderiareuniroselementosnecessáriosparaaconstrução de grandes monumentos megalíticos associados aos conjuntos de Ervedal e Figueira e Barros, e que poderá ter assimilado, progressivamente, os locais de habitat de menordimensãoregistadosnasuaenvolvente.
Intervenção de emergência Cista megalítica Cortesia 1
O monumento megalítico Cortesia 1 localiza-se no regolfo da albufeira de Maranhão e corresponde a um exemplar de pequena dimensão, do tipo cista, de câmara fechada e sem corredor, construído em xisto. Implantado numa elevação suave, próximo da confluência de um pequeno curso de água com a ribeiradeSeda,foiregistadoem2005,nodecursoda primeiracampanhadaCartaArqueológicadeAvis.
Aquando da sua identificação conservava seis esteios da câmara, encontrando-se na sua envolvente alguns fragmentos de xisto que estariam relacionados com esta estrutura funerária, em particular com a tampa. A câmara tem uma dimensão de cerca de 150 cm x 135 cm e uma altura máximacercade70cm.Nãosãovisíveisvestígiosdo tumulus.
A cista enquadra-se numa área onde foram registados outros monumentos megalíticos, implantados preferencialmente na margem oposta da ribeira de Seda e evidenciando uma variação da arquitectura, embora mantenham, como material preferencial,oxisto.
A cista encontra-se sazonalmente submersa pela albufeira e enquadra-se na envolvente do Complexo do Clube Náutico e do Parque de Campismo de Avis. Pela sua localização tem sofrido impactos negativos, decorrentes não só da oscilação do nível da água da albufeira, mas também de uma utilização diversa e pouco adequada, como depósito de lixo, lareira, circulação de veículos, zona deestadiaoucomoassento.
Na altura da sua identificação, e embora existissem algumasevidênciasdeumautilizaçãopoucoapropriadado monumento,nãoseafiguravaumaintervençãoprioritária.
Em 2015 verificou-se o deslocamento do esteio que se encontrava mais à superfície. O agravamento do estado de conservação do monumento, com a diminuição de terras que suportavam os esteios, sobretudo na zona oeste, era motivado pela erosão fluvial e pela circulação de veículos.
Em 2021, no âmbito dos trabalhos de Revisão da Carta Arqueológica de Avis, verificou-se que mais dois esteios haviam sido deslocados, deixando o interior da câmara totalmenteexpostoàágua.
Perante a ameaça de destruição eminente, o Centro de ArqueologiadeAvisdeuprioridade,nofinalde2021,auma intervenção de emergência, de forma a recuperar e
salvaguardar testemunhos associados à construção e utilização do monumento e avaliar e implementar medidas deconservaçãoevalorizaçãodaestruturafunerária.
A intervenção contemplou a escavação parcial do monumento, interior da câmara e exterior, e o respectivo registo. Os trabalhos confirmaram a ausência de estratigrafia conservada no interior da câmara e no exterior, sendo evidente a ocorrência do nível geológico à superfície. Foi possível, contudo, recuperar a planta do monumento, com a identificação de dois dos alvéolos dos esteiosdeslocados.
No final da intervenção procedeu-se à consolidação da câmara, estando em fase de conclusão a colmatação da envolventeeavalorizaçãodomonumento.
Pelo seu enquadramento e pela sua tipologia, este exemplar constitui um elemento de relevância no estudo do megalitismo local, estando por isso integrado no projectodeinvestigaçãoTEMPH.
Tratando-se de uma estrutura megalítica, a cista Cortesia 1 integra o conjunto de monumentos megalíticos doAlentejoemviasdeclassificação.
Os primeiros dados sobre a ocupação pré-histórica na zona poente do concelho de Avis
Os resultados dos trabalhos desenvolvidos no âmbito projecto de investigação TEMPH têm permitido alterar a visão da distribuição dos vestígios de ocupação préhistóricanoconcelhodeAvis.
Umdosaspectosmaisrelevanteestárelacionadocoma identificaçãodetestemunhosnazonapoentedoconcelho, associada à bacia hidrográfica da ribeira de Santa Margarida.
entre si, e que se encontram implantados em encostas suaves ou pequenas plataformas em zonas de confluência depequenaslinhasdeáguascomaribeiraprincipal.
O conjunto artefactual associado a estes locais correspondeautensilagemlítica,comumclaropredomínio de subprodutos de talhe, em quartzito, embora tenha sido registada a presença residual de sílex. Assinala-se ainda a totalausênciadecerâmicanestescontextos.
Estas evidências, cuja cronologia e extensão importa aindaaferir,parecemindiciarumafasedeocupaçãoantiga, possivelmente associada às últimas comunidades de caçadores-recolectores, embora se verifique a ocorrência de vestígios a jusante, já na confluência com o rio Sor, que apresentam uma integração cronológica mais recente, atribuída, de acordo com a Carta Arqueológica de Ponte de Sor,aoNeolítico-Calcolítico.
Neste momento, e perante a identificação de testemunhos numa área onde não se conheciam evidências de ocupação, é fundamental aprofundar o conhecimento sobre a sua integração cronológica e cultural, uma vez que estes vestígios poderão contribuir paraumaavaliaçãodasequênciadeocupaçãopré-histórica nesta zona do território, podendo assumir particular relevância na questão da transição para o Neolítico, onde a ribeira de Santa Margarida se assume como um eixo privilegiadodecirculação.
Para esta parte do território destacam-se ainda os achados isolados em áreas de reduzido potencial arqueológico. Estas evidências, associadas a outras linhas de água estruturantes, também subsidiárias do rio Sor, como os ribeiros do Cortiço e da Margem, indiciam uma densidade de ocupação deste território durante a préhistória que contrasta com a anterior ausência de informação.
Para esta área, caracterizada por uma paisagem de relevo ondulado suave, onde predominam terrenos de bacia sedimentar, as evidências de ocupação eram escassas.
Nesta zona foram identificados, em campanhas anteriores, indícios de ocupação, associados ao conjunto megalíticodosMorenos,constituídoportrêsmonumentos dedimensãomédia,semcorredor,emxisto,eavestígiosde indústriamacrolíticasobreseixodequartzito.
Os sítios com evidências de indústria lítica têm vindo a evidenciar-se, desde de 2018, em áreas actualmente submersas pela albufeira de Montargil. Correspondem a sítios de pequena dimensão, localizados a pouca distância
A confirmação de novos focos de presença humana na zona poente do concelho durante a pré-história e a análise da distribuição dos vestígios, tornaram-se, assim, uma prioridadenoâmbitodoproject
Jovens em Movimento ‘22
Em 2022, a equipa do Centro de Arqueologia de Avis integrou, em julho e agosto, quatro participantes através doprogramamunicipalJovensemMovimento.
Durante esse período privilegiou-se o contacto directo com o património arqueológico local através da realização deumconjuntodetrabalhos.
Promoveram-se saídas de campo para monitorização e manutenção de sítios identificados, abordando-se a importância da preservação destes locais e as questões relacionadas com a sua conservação e valorização. Houve aindaumaintroduçãoàprospecção,métododedetecçãoe registodesítiosarqueológicos.
Os trabalhos incluíram acções de limpeza da fracção monásticacontíguaaoMuseudoCampoAlentejano,aqual se encontra em estudo, e de tratamento, inventário e acondicionamento de espólio arqueológico e antropológico.
No âmbito das actividades desenvolvidas, foi possível visitar alguns dos locais de maior relevância patrimonial no centrohistóricodeAvisenoconcelho.
Peça do mês' 22
Em 2022, o Centro de Arqueologia de Avis, em parceria com o Centro Interpretativo da Ordem de Avis e o Museu do Campo Alentejano, promove mais uma edição da “Peça doMês”
Ao logo do ano, o Centro selecciona e exibe quatro peças do seu acer v o, apresentadas trimestralmente no Posto de Turismo de Avis e disponibilizadas em formato digital, através do Facebook e Instagram.
A Peça do Mês é uma forma de descobertadascolecçõesdosespaços municipais,que,nocasodoCentrode Arqueologia, reúne um conjunto significativo de objectos desde o paleolíticoatéaoperíodomoderno.
A iniciativa integra a edição de 2022 das Jornadas Europeias do Património.
Jornadas Europeias da Arqueologia' 22
Entre os dias 17 e 19 de junho decorreram as Jornadas Europeias da Arqueologia, promovidas pelo Institut national de recherches archéologiques préventives (INRAP) e com a colaboração, em Portugal, da Direcção Geral do PatrimónioCultural.
O Centro de Arqueologia de Avis voltou a associar-se à iniciativa para promoçãoedivulgaçãodopatrimónioarqueológicolocal.
No dia 17 foi lançada a III Mostra de fotografia do Centro. Nesta edição, com o tema Património, Paisagem e Memória, os participantes foram convidados a captar imagens e histórias tendo como tema central o património cultural e paisagísticodoconcelhoAvis.
Outra sugestão apresentada para os dias das jornadas foi o circuito de descoberta da ribeira da Seda, integrado no Roteiro Megalítico “Entre pedras e Pedrinhas” (https://issuu.com/centrodearqueologiaavis/docs/circuitoribseda).
Este circuito megalítico desenvolve-se numa paisagem marcada por diversos testemunhosdapresençahumana,ondeseconservaumnotávelenquadramento naturalepaisagístico.
DIMS’22
Avis a preto e branco
Para assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios o Centro de Arqueologia de Avis inaugurou a exposição defotografiaAvisapretoeBranco. A iniciativa reuniu os trabalhos apresentados na II Mostra de Fotografia, realizada em 2021, no âmbito das Jornadas EuropeiasdaArqueologia.
A exposição esteve patente na biblioteca do Centro de 19 de abril a 30 de junhode2022.
Objectos e memórias
Vamos construir um museu ?
Osobjectossãorepositóriosdememóriasqueprecisam de ser conhecidos para deles se extrair parte da sua história.
Com base neste princípio, o Centro de Arqueologia de Avis recebeu os alunos do Agrupamento de Escolas de Avis para conhecerem a importância dos objectos e das memóriasqueestesconservam.
Esta iniciativa, integrada nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, foi dirigida aos alunos do 1.º e 2.º ciclos, e teve como intuito estimular a observação e a expressão e dar a conhecer uma das componentesdotrabalhoarqueológico,relacionadacomo estudoeinterpretaçãodemateriais.
Partindo da selecção individual de um objecto pessoal, as peças foram tratadas de acordo com critérios museológicos.
A actividade foi dinamizada nos meses de abril e maio comasturmasde3º,4º,5ºe6ºanosdaEscoladeAvis.
Arqueologia nas Biblioférias
O Centro de Arqueologia de Avis retomou, em 2022, a suaparticipaçãonoprogramaBiblioférias,dinamizadopela BibliotecaMunicipalJoséSaramago.
Esteano,eaproveitandoorecém-inauguradoMuseuda FundaçãoArquivoPaesTelles,emErvedal,foramrealizadas duas visitas orientadas ao espaço, dando a conhecer a história da Fundação, o seu fundador, o espólio que aí se encontraeostrabalhosdesenvolvidos.
Para além da Arqueologia, a visita integrou ainda uma componente etnográfica, evidente num conjunto de objectosexpostosenaexposiçãodefotografiareunidapela Fundação.
A actividade foi dirigida a participantes com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos e contou com o apoiodosJovensemMovimentoedaJuntadeFreguesiade Ervedal.