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Estágio de Verão: Summer Camp Subvisual
by CeSIUM
Estágio de Verão: Summer Camp Subvisual
Escrito por João Correia
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jpcorreia99 @gmail.com
Vivemos em tempos incertos. Não há forma de o negar. Hoje, tudo se adaptou, bem ou mal, à ânsia da nova realidade. As aulas já não são como as conhecíamos, as férias já não se vivem como as vivíamos e, talvez, até mesmo as pessoas já não sejam bem as com quem convivíamos. Com tantas novas incertezas, há, no entanto, uma dúvida antiga que permanece acima de todas as outras nos corações dos estudantes. Esta é a incerteza em relação ao seu futuro após o curso. Uma das poucas vantagens que a pandemia trouxe foi a certeza de que este era o verão certo para reduzir essa dúvida, não havendo para isso melhor oportunidade que um estágio de verão. A verdade é que qualquer um dos entraves que costumam ser apontados aos estágios, como reduzir o tempo gasto a sair com amigos, já estava a ser posto em prática devido à pandemia, o que tornou a opção de seguir um estágio extremamente atrativa. Tomada a decisão, é necessário tratar de um pormenor muito importante: o lugar onde o fazer. Numa altura em que muitas das respostas por parte das empresas se reduziam a “covid, estágio, não”, eis que surge a Subvisual. A Subvisual, para mim, assim como para bastantes alunos do curso, não é um nome estrangeiro. De facto, a proximidade com o curso e com o CeSIUM, em especial, é notória, o que me motivou a entrar em contacto com a empresa e rapidamente passar ao processo de entrevista. Apesar do enorme nervosismo associado às primeiras entrevistas de emprego, depressa me comecei a sentir mais à vontade com o processo, o que permitiu que, após duas entrevistas, tenha recebido a proposta de estágio que me fez embarcar, pela primeira vez, no mundo do desenvolvimento profissional, através do programa summer camp. “Sim, arranjei estágio, mas e agora? No que é que vou trabalhar durante as próximas 10 semanas?” foi o que mais me perguntei nos primeiros tempos após receber a notícia. Sabia que iria trabalhar em web development, mas isso ainda deixava tanto em aberto. Que tipo de produto web? Qual o propósito dele? E, principalmente, seria bom? Foi-me então apresentado o Bookclub da Subvisual, um encontro mensal em que os membros apresentam e discutem os livros que estiveram a ler. Havia, no entanto, um problema: quando o encontro acabava, o que acontecia a todas as sugestões? E se alguém quisesse rever os livros que foram sugeridos? E se alguém nem sequer teve oportunidade de ir, mas tinha, na mesma, interesse em ver os livros mencionados?
Agora, com as edições online, alguém pode gravar o encontro, mas isso levanta outras questões... Quem é que ficaria a ouvir falar sobre livros durante duas horas sem se poder exprimir e partilhar as suas opiniões? Sim, outra possibilidade seria alguém postar a lista dos livros num chat, mas basta que surja uma discussão sobre um livro e o vento a leva. Claro, existem sites e mais mil e uma coisas tech, mas nunca nada encaixa na perfeição quando se trata de problemas tão específicos. Pois, na verdade, já eram usadas algumas ferramentas, mas nenhuma conseguia resolver completamente o problema... até chegarem os summer campers. Com o problema exposto, estava na altura de começar a desenhar e implementar a solução. Para isso contei com mais três pessoas para formarem equipa comigo: um designer, um product manager e um segundo developer. Mal se começou a planear a solução, rapidamente me apercebi da importância de todos estes papéis na criação de algo que terá um bom impacto: seja o designer, para dar forma aos sarrabiscos dos developers, sejam estes para dizerem ao designer que aquele banner rotativo com brilhantes 3000 e ligação a 7 redes sociais não vai dar, seja o product manager para impedir que cada lado ande à porrada com o outro.
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Mas então como eram os dias de trabalho? Devido às circunstâncias do momento, este estágio não só foi a minha primeira introdução à programação profissional, como também ao trabalho remoto, um conceito já bastante comum no mundo da informática e que, mesmo assim, tem vindo a ser cada vez mais discutido e utilizado. Sendo que, para a maioria de nós, o computador tanto é um instrumento de trabalho como de lazer, fui obrigado a repensar a própria forma como trabalhava: necessitava de criar uma barreira entre os momentos de trabalho e os de descanso. Cada um tem os seus truques, alguns mais óbvios (e eficientes) que outros. No meu caso, o truque era rápido e barato: estabelecer uma rotina semelhante à que teria ao trabalhar no escritório, como trocar de roupa no momento em que começava o trabalho, o que me permitiu sempre uma mudança também de mentalidade.
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Quando se está a desenvolver um produto, não há duas semanas iguais. Claro, há certas práticas que se mantêm de dia para dia, as pessoas, o horário e curtas reuniões diárias para atualizar a equipa e mentores do progresso, porém, cada semana tinha um propósito diferente: algumas eram gastas a discutir o que queríamos realmente implementar, outras sobre a forma como o queríamos implementar e, claro, algumas gastas a realmente implementar. Mas não só de trabalho se faz um estágio de verão. Foram várias as iniciativas organizadas pela Subvisual de forma a permitir aos membros se conhecerem não só de forma profissional, mas também no seu aspeto pessoal. Estas possibilitaram uma melhor adaptação de toda a equipa à empresa, assim como permitiram desenvolver um maior sentido de proximidade a todos que compunham o ecossistema empresarial.
Durante as 10 semanas em que trabalhei, foram muitas as lições que aprendi e gostaria de partilhar algumas das mais importantes: • Apenas me preocupar se sou capaz de fazer algo após já o ter feito. • Por vezes, trabalhar mais é trabalhar menos. Saber quando é altura de parar. • “Imposter Syndrome” é tão comum como a quantidade de pessoas que te vão dizer que não te devias estar a preocupar. A única forma de a superar é mentalizar que ninguém sabe a 100% o que está a fazer e que ainda estamos todos a aprender. Assim como com as pessoas, também a primeira impressão do mundo do trabalho é muito importante. Deste modo, não podia ter pedido uma melhor experiência. Uma experiência que, por muito cliché que o seja dizer, me permitiu não só crescer como profissional, mas também como pessoa. Um estágio é muito mais que uma linha num currículo, é todo um crescimento que me deixa agora muito motivado para aproveitar o que o futuro me trouxer.
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