Algarve Médico 9

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SHORT COMMUNICATION

Algarve Médico, 2019; 9 (3): 26 - 27

Caracterização do carcinoma colorretal no Barlavento algarvio: O que saber quando nada sabemos? Miguel Cunha1, Rui Estevens2, Inês Miguel1, Juan Rachadell1, Edgar Amorim1 1 2

Grupo de Cirurgia Colorrectal de Portimão, Serviço de Cirurgia II - Centro Hospitalar Universitário do Algarve Aluno do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Algarve

miguelcunha86@gmail.com

Introdução A prevalência das patologias oncológicas apresenta uma tendência crescente nos últimos anos. Este facto, pode ser justificado quer pelo aumento da esperança média de vida das populações quer pela prevalência crescente de fatores de risco associados ao estilo de vida, tais como, tabagismo, sedentarismo e excesso de peso1. Com base nas estimativas do GLOBOCAN, em 2018 existiram em todo o mundo, mais de 18 milhões de novos casos e 9.6 milhões de mortes por neoplasia2. Quando comparado a 2012, constatamos um aumento de cerca de 5 milhões de novas neoplasias3. O Carcinoma Colorretal (CCR) foi responsável por cerca de 1,8 milhões (10%) destes novos casos e 881000 mortes . Em Portugal 2

são diagnosticados todos os anos mais de 7000 casos de CCR, sendo a segunda neoplasia com maior incidência no homem e na mulher . 4

No Barlavento algarvio, existia um desconhecimento da caracterização epidemiológica dos doentes com CCR. O Grupo de Cirurgia Colorrectal de Portimão (GCCP), em colaboração com a Universidade do Algarve, propôs-se a realizar essa caracterização epidemiológica.

Metodologia Foi realizada uma avaliação retrospetiva, observacional e descritiva, dos doentes Procedeu-se a uma avaliação retrospetiva, Trabalho presente às I Jornadas de Carcinoma Colorrectal Algarve, Portimão 2019.

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observacional e descritiva, dos doentes

De entre os 177 doentes com neoplasia

diagnosticados com neoplasia colorretal

do recto 40,1% (n=81) localizava-se no

no Centro Hospitalar Universitário do

recto médio (6-10 cm), sendo que o recto

Algarve (CHUA) – Unidade de Portimão

baixo (até 5 cm) e o recto alto (11-15cm)

num período de 5 anos.

apresentavam o mesmo numero de

Foram incluídos todos os doentes

doentes (27,7% n= 49).

diagnosticados com CCR, avaliados em

Foi feita uma avaliação pormenorizada

Consulta Multidisciplinar de Doença

do estadiamento clínico e patológico

Oncológica Digestiva (CMDOD) do CHUA

segundo a classificação TNM. Na

– Unidade de Portimão no entre os anos

comparação entre ambos no que toca ao

2013 e 2017.

T verificou-se 55,4% (n=299) T3 clínico vs 57,2% (N=235) patológico. Quanto ao N

Resultados A amostra é constituída por 552 doentes, a maioria do sexo masculino (58,3% n=322), com uma idade média de 69 anos ± 11,8 anos (Figura 1). No que diz respeito à nacionalidade, a 93.3% era de nacionalidade Portuguesa (n=515), sendo que 62,3% dos doentes de outra nacionalidade eram de origem Britânica. A incidência anual manteve-se estável durante os 5 anos do estudo, variando entre 129 em 2015 e 92 em 2017

identificou-se clinicamente N0 em 78,1% (n= 431) e 63,5% (n=261) patológico. Vinte e um porcento (n=118) dos doentes apresentava clinicamente metastização à altura do diagnostico. De toda a amostra, 425 doentes (77%) foram submetidos a intervenção cirúrgica (74.7% cirurgia electiva e 25,7% em regime de urgência). É importante referir que 127 doentes (23% da amostra) não foram submetidos a qualquer intervenção cirúrgica.

(Figura 2). Em relação aos antecedentes

Comentário

familiares neoplásicos, 22,8% dos doentes

Apesar do aumento da incidência das

apresentava familiares com história de

doenças neoplásicas no geral, a nível

neoplasia (n=126), 64,3% de primeiro grau

global o número de diagnósticos de

de parentesco (n=81).

CCR tem-se mantido estável nos últimos

Em relação à localização anatómica

anos(5). Os resultados obtidos neste estudo

das neoplasias colorrectais, estas encontravam-se equitativamente

demonstram isso mesmo, em que a média de pacientes diagnosticado é de 110 por

distribuídas. A localização mais prevalente

ano, com um desvio padrão de 13,5.

foi o cólon sigmóide 33,2% (n=183)

Os autores encontram-se cientes das

seguido do recto, com 32,1% (n=177).

limitações que este estudo apresenta. Para além de se tratar de um estudo rectrospectivo, a maior limitação foi a identificação de doentes tendo como base a CMDOD. Esta opção levou a que


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